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Ricardo Reis

 O Poeta “Clássico”
o Reis é um poeta neoclássico, influenciado pelas culturas de Roma e
Grécia antigas;
o Crença no determinismo dos deuses e no Fado, crendo como Caeiro
que o ser humano vive em comunhão com a Natureza;
o Rege-se pelos princípios clássicos da moderação e harmonia;
o Intelectualiza as emoções como o ortónimo, é através da razão que
consegue ter uma existência minimamente feliz- epicurismo triste;
o Cultiva a disciplina racional (equilibrada/moderada) na vida e na
escrita da poesia;

o Epicurismo
 A vida humana deve procurar felicidade moderada/relativa, e,
por consequente, tristeza moderada/relativa;
 O amor deve ser contido/morno/mediano;
 Procura da tranquilidade e do prazer moderado;
 Fuga às emoções intensas;
 Defesa da ataraxia (estado de serenidade e ausência de
perturbação). Conduz à aponia, à ausência de dor;
 Carpe Diem horaciano: gozar o momento presente com
moderação.

o Estoicismo
 Aceitação do poder de tempo e do destino;
 Ausência de sofrimentos;
 Aceitação Impassível da morte;
 Resignação face à condição humana;
 Abdicação perante compromissos e emoções;
 Autodisciplina na condução da vida.

 A Consciência e Encenação da Morte


o Refere-se à morte, recorrendo a termos clássicos: o Destino (fado), o
barqueiro;
o Símbolo de vida humana- água de um rio;
o Consciência:
 da efemeridade da vida;
 da inevitabilidade da morte;
 do fluir inexorável do tempo.
o A vida como encenação da morte:
 abdicação e indiferença;
 sobriedade e contenção dos impulsos e da vontade;
 aceitação do Destino e resignação face à efemeridade da vida;
 disciplina e alheamento a todas as perturbações;
 isolamento e ausência de envolvimento social, sentimental ou
moral.

 Linguagem, Estilo e Estrutura


o Linguagem culta, erudita, rebuscada, com recurso a latinismos.
o Anástrofes e hipérbatos (alteração brusca)
o Coerência entre forma, estilo e conteúdo.
o Tom moralista e didático (vocativo, modo imperativo ou conjuntivo com
valor exortativo, frases declarativas).
o Tom coloquial (presença de um interlocutor)
o Utilização predominante do presente do indicativo e da primeira pessoa
do plural.
o Recurso frequente a referências mitológicas.
o Sintaxe complexa, com predomínio da subordinação e influência latina
(anástrofe).
o Ode como composição poética preferencial.
o Versos soltos (ausência de rima).
o Regularidade estrófica e métrica, com predomínio dos versos
hexassilábicos e decassilábicos.
o Densidade estilística: anástrofe, perífrase, apóstrofe, metáfora,
aliteração.
o Modos verbais que servem o tom exortativo:
 Imperativo
 Conjuntivo com valor de imperativo

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