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Contextualização

Consciente da efemeridade da vida, Ricardo Reis tenta viver o momento presente


serenamente, sem excessos e de forma extremamente autodisciplinada. Alcançando um
estado de ataraxia (tranquilidade; ausência de perturbação) e abdicando dos prazeres
que a vida lhe vai oferecendo, tenta encontrar o caminho para a felicidade, resignando-se
ao poder do Destino e à passagem do tempo impiedosamente rápida.

Principais in uências

O Epicurismo caracteriza-se pela procura dos prazeres serenos e moderados; pela


busca da felicidade relativa, pela fruição tranquila do presente, sem receio da ação do
destino e da morte; pela atitude rme e determinada perante as adversidades da vida e as
ciladas do destino, pela indiferença e pelo distanciamento face aos problemas que
surgem – numa atitude de abdicação voluntária -, pelo estado de ataraxia e pela
aceitação de uma vida simples, sem grandes ambições, em contacto com a natureza.

• Procura dos prazeres serenos e moderados; busca da felicidade relativa;


• Atitude rme e determinada perante as adversidades da vida e as ciladas do destino;
• Indiferença e distanciamento face aos problemas que surgem – abdicação voluntária;
• Estado de ataraxia;
• Aceitação de uma vida simples, sem grandes ambições e em contacto/comunhão com a
Natureza.

O Estoicismo caracteriza-se pela autodisciplina e pelo autocontrolo; pela indiferença face


às paixões (supressão do desejo e da angústia) – apatia -, e pela aceitação das leis do
destino e do tempo.

• Autodisciplina e autocontrolo;
• Indiferença face às paixões (supressão do desejo e da angústia) – apatia;
• Aceitação das leis do destino e do tempo.

Visão estoico-epicurista da existência: consciência da efemeridade da vida e da


inviabilidade da morte e da força do Destino; inutilidade do sacrifício e de se questionar o
futuro; Carpe Diem (fruição do momento presente); entrega aos prazeres moderados; culto
da «aurea mediocritas» (viver de forma serena, sem ambições e sem excessos);
presença do «locus amoenus» – preferência por locais calmos, propícios a um estado de
tranquilidade; autodomínio.

• Consciência da efemeridade da vida e da inevitabilidade da morte e da força do


Destino;
• Inutilidade do sacrifício e de se questionar o futuro;
• Carpe diem (fruição do momento presente);
• Entrega aos prazeres moderados;
• Culto da aurea mediocritas (viver de forma serena, sem ambições e sem excessos);
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• Presença do locus amoenus – privilégio por locais calmos, propícios a um estado de
tranquilidade;
• Autodomínio.

O Neopaganismo caracteriza-se pela noção da limitação da condição humana (o homem


nada é e nada tem); pela submissão voluntária aos Deuses e ao Destino; pela força
implacável das leis do Fado; pela aceitação serena do Destino – resignação face à
passagem inexorável do tempo – única forma de o Homem ter a ilusão da felicidade; e
pela rejeição da metafísica ocidental.

• Noção da limitação da condição humana (o homem nada é e nada tem);


• O Homem está dependente dos Deuses e acima destes está o Destino – submissão
voluntária;
• Força implacável das leis do Fado;
• Aceitação serena do Destino – resignação face à passagem inexorável do tempo –
única forma de o Homem ter a ilusão da felicidade;
• Rejeição da metafísica ocidental.

Linguagem e estilo

Ricardo Reis sustenta-se em modelos poéticos greco-romanos, num discurso


intelectualizado e numa sintaxe latina, provocando uma certa estranheza ao leitor.
Vejamos esses recursos.

• Preferência pela ode (forma poética clássica), de tom sereno, em harmonia com a ideia
de Carpe diem;
• Tom didático e moralista, veiculando uma loso a de vida (recurso ao imperativo, ao
conjuntivo com valor exortativo e à apóstrofe para transmitir conselhos e normas que
fazem parte de um código de conduta);
• Disciplina no trabalho de composição do poema, re etida na regularidade estró ca,
métrica (versos predominantemente hexassilábicos e decassilábicos) e na construção
frásica elaborada (predomínio de construções sintáticas alatinadas e da subordinação);
• Uso de um vocabulário erudito de origem grega e latina;
• Predomínio de presente do indicativo e do gerúndio; uso frequente da 1.ª pessoa do
singular e do plural;

Recursos expressivos mais frequentes:

• Hipérbato; Anástrofe; Metáfora; Aliteração; Adjetivação.


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