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Reis vive o tormento e a angustia devido à consciência da brevidade da vida, da fugacidade do tempo e
da ameaça do Fatum, do destino.
Como clássico que é, acredita no poder e na superioridade do Destino, implacável e ameaçador face aos
deuses e ao homem, considerado um ser inferior.
Procura e encontra nos clássicos uma forma sábia de viver a vida, em busca da tranquilidade.
De acordo com o Epicurismo, evita a dor e a perturbação, vivendo o momento, entregue aos prazeres
moderados.
Esta atitude baseia-se no carpe diem (aproveita o dia) horaciano, de entrega ao momento presente.
Lema: Goza a vida enquanto a tens.
Para além disso, destaca-se o gosto pela fruição da natureza, numa atitude serena e contemplativa
Mas, para Reis, esta forma de ver e viver a vida não é suficiente, pois sabe que ela é efémera, passageira.
Por isso, de acordo com o Estoicismo, Reis vive a vida como uma simples encenação do momento da
morte.
Assim, Reis segue “normas” ou “regras” de vida para atingir a ataraxia: momento de relativa felicidade e
de tranquilidade interior.
1º Aceitação e resignação face ao Destino, que é impossível mudar e nem é desejável querer mudá-lo
2º Autodisciplina: o pensamento deve ser o principio orientador e controlador dos impulsos e emoções
3º Abdicação e indiferença a tudo o que possa provocar perturbação (amores, ódios, paixões e invejas) –
os “desassossegos grandes”.
4º Renúncia ao prazer e à vida social (glória, pátria, ouro), aos bens efémeros que “prendem a alma” e
são causa de desequilíbrio.
Para se defender do medo da morte, Reis procede a uma verdadeira encenação da mortalidade, que se
baseia na aceitação e submissão voluntária a um destino involuntário, sem um queixume.
EPICURISMO
- cultivo da ataraxia (distancia e imperturbabilidade), como forma de afastar os medos que atormentam
a existência humana (sofrimento, passagem do tempo, morte);
- vivência da aurea mediocritas, numa existência simples, moderada e em contacto com a Natureza.
ESTOICISMO
- indiferença perante as paixões e os sentimentos intensos, como forma de evitar ceder à força dos
impulsos;
Reis propõe uma filosofia moral, de acordo com os princípios do Epicurismo e do Estoicismo, em poemas
de tom sentencioso e caráter exortativo