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RESUMO RICARDO REIS

Reis vive o tormento e a angustia devido à consciência da brevidade da vida, da fugacidade do tempo e
da ameaça do Fatum, do destino.

A passagem do tempo altera as coisas e conduz o homem até à Morte inevitável.

Como clássico que é, acredita no poder e na superioridade do Destino, implacável e ameaçador face aos
deuses e ao homem, considerado um ser inferior.

Então, o que fazer para minimizar a dor, a angústia?

Procura e encontra nos clássicos uma forma sábia de viver a vida, em busca da tranquilidade.

De acordo com o Epicurismo, evita a dor e a perturbação, vivendo o momento, entregue aos prazeres
moderados.

Esta atitude baseia-se no carpe diem (aproveita o dia) horaciano, de entrega ao momento presente.
Lema: Goza a vida enquanto a tens.

Para além disso, destaca-se o gosto pela fruição da natureza, numa atitude serena e contemplativa

Mas, para Reis, esta forma de ver e viver a vida não é suficiente, pois sabe que ela é efémera, passageira.

Por isso, de acordo com o Estoicismo, Reis vive a vida como uma simples encenação do momento da
morte.

Lema: Aguenta e abstém-te.

Assim, Reis segue “normas” ou “regras” de vida para atingir a ataraxia: momento de relativa felicidade e
de tranquilidade interior.

1º Aceitação e resignação face ao Destino, que é impossível mudar e nem é desejável querer mudá-lo

2º Autodisciplina: o pensamento deve ser o principio orientador e controlador dos impulsos e emoções

3º Abdicação e indiferença a tudo o que possa provocar perturbação (amores, ódios, paixões e invejas) –
os “desassossegos grandes”.

4º Renúncia ao prazer e à vida social (glória, pátria, ouro), aos bens efémeros que “prendem a alma” e
são causa de desequilíbrio.

Para se defender do medo da morte, Reis procede a uma verdadeira encenação da mortalidade, que se
baseia na aceitação e submissão voluntária a um destino involuntário, sem um queixume.
EPICURISMO

- fruição do prazer, mas segundo o ideal da moderação;

- cultivo da ataraxia (distancia e imperturbabilidade), como forma de afastar os medos que atormentam
a existência humana (sofrimento, passagem do tempo, morte);

- prática da máxima carpe diem – fruição do momento presente;

- vivência da aurea mediocritas, numa existência simples, moderada e em contacto com a Natureza.

ESTOICISMO

- contenção, autodisciplina e autocontrolo;

- indiferença perante as paixões e os sentimentos intensos, como forma de evitar ceder à força dos
impulsos;

- cultivo da apatia (estado de indiferença e ausência de sofrimento, permitindo enfrentar com


determinação as adversidades e a própria morte) e da ataraxia;

- defesa da aceitação racional do destino.

Ambas são escolas filosóficas que surgiram na Antiguidade greco-latina

Reis propõe uma filosofia moral, de acordo com os princípios do Epicurismo e do Estoicismo, em poemas
de tom sentencioso e caráter exortativo

Próprio para exortar – persuadir, convencer, incitar, incutir coragem

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