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• A intemporalidade das suas preocupações: a angústia do homem perante a breve vida, a inevitável
Morte e a interminável busca de estratégias de limitação do sofrimento que caracteriza a vida
humana.
• Ricardo Reis crê nos deuses e nas presenças quase divinas que habitam todas as coisas e sabe que
o tempo passa e tudo é passageiro. Considera que a verdadeira sabedoria de vida é viver de forma
equilibrada e serena, (“sem desassossegos grandes”).
• A filosofia de Reis rege-se pelo ideal “carpe diem” – a sabedoria consiste em saber-se aproveitar o
presente, porque não se sabe que a vida é breve. Há que nos contentarmos com o que o destino nos
trouxe. Há que viver com moderação, sem nos apegarmos às coisas, e por isso as paixões devem ser
cometidas, para que a hora da morte não seja demasiado dolorosa.
• Segundo Ricardo Reis, os homens estão submetidos aos deuses e há a necessidade de se portarem
como donos de si, pois são manipulados por eles. Os deuses não são mais que homens
aperfeiçoados e quando os tentamos imitar, confundem-se connosco. Os deuses são o modelo de
sabedoria, pois souberam aceitar o destino e fruir o bem da vida. O Fado, que é o destino, está
acima de todos os homens e divindades, submetendo-as ao seu poder, dita as leis do Universo e
nada, nem ninguém, lhe pode fugir.
• O sujeito poético revela, em suma, o seu conformismo face ao destino, não vale apenas desejar,
não vale apenas ter esperanças, porque a nossa vida será apenas como foi programada e o melhor é
aceitar isso com dignidade. Nós não temos poder de escolha, tudo depende do "Que a sorte nos fez
postos, mas queiramos ou não o destino já esta traçado. Tudo depende do que cumprimos nada nos
é dado. De acordo com o Estoicismo, o homem não deve lutar contra o Destino, mas sim cumpri-lo
sem questiona-lo.
• O sujeito poético defende ao longo do poema, uma filosofia de vida que assenta na aceitação
voluntária e tranquila do Destino, sem o tentar combater ou fugir-lhe, pois para ele todos esses
esforços serão inúteis. A conceção de vida segundo Reis é marcada por uma profunda simplicidade,
por uma intensa serenidade na aceitação da relatividade das coisas. Para este, o homem não deve
lutar contra o Destino, antes cumpri-lo sem o questionar ou se lhe opor. Faz parte da sua filosofia,
evitar momentos de enorme prazer e bem-estar e ainda momentos de grande dor que são
consequentes de momentos prazerosos, portanto utiliza o conformismo achando ser a melhor opção.
• O sujeito poético refere-se à renovação cíclica da Natureza (“Frutos, dão-os as árvores que
vivem”) que opõe à mente humana (Não a iludida mente, que só́ se orna/Das flores lívidas/Do
íntimo abismo). Esta só́ produz o ilusório, devido à consciência da transitoriedade da vida.
• Reis transmite ao leitor uma lição de disciplina de vida assente na contenção de emoções, no
desapego dos bens («Abdica») como forma de viver em ataraxia, encarando a fragilidade da
vida de forma tranquila («sê / Rei de ti mesmo»).
• Reis transmite ao leitor uma lição de disciplina de vida assente na contenção de emoções, no
desapego dos bens («Abdica») como forma de viver em ataraxia, encarando a fragilidade da
vida de forma tranquila («sê / Rei de ti mesmo»).
Horacianismo:
- Carpe diem: vive o momento
- A felicidade possível está na Natureza
ANÁLISE POEMAS
“Cada um cumpre o destino que lhe cumpre”
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.
• Sendo o tema principal do poema "o destino", o sujeito poético, refere-se a este termo de forma
descontraída, como se o destino lá tivesse sido traçado pois nós não escolhemos o que queremos.
• Nos primeiros 2 versos, o sujeito poético indica claramente que o ser humano não cumpre o que
deseja, isto é, não alcança o que deseja, nem deseja o que cumpre, visto que é o Destino que decide
por ele, então limita-se a cumpri-lo, pois já está traçado.
• Nos versos 3 e 4, o «eu» detende, a aceitação do Destino dado que nada podemos fazer contra ele,
que destaca o facto de o destino que o ser humano “cumpre” nem sempre ser o que ambiciona, daí
resultando uma natural insatisfação - o que devemos fazer é aceitar as leias da vida em vez de tentar
modifica-las.
• Já nos versos 5 e 6, há uma comparação entre o ser humano e "as pedras na orla dos canteiros"
que acentua a impossibilidade de resistir e contrariar o destino. Ou seja, o destino coloca-nos onde
quer ou onde devemos estar, sem que haja (tal como sucede com as pedras) a possibilidade de
mudar de posição.
• Nos últimos quatro versos, o sujeito poético evidencia a sua conformidade ao aceitar o poder do
Destino. Assim, cada ser humano deve desistir de ter "melhor conhecimento do que lhe calhou em
sorte na vida e deve limitar-se a aprovar o que lhe coube, ou seja, devemos viver com o
conhecimento que temos aceitando-o e aprofundando-o de forma digna. Os dois últimos versos
demonstram a posição do sujeito poético relativamente ao destino, este é inabalável, e é impossível
resistir-lhe.
• O sujeito poético revela, em suma, o seu conformismo face ao destino, não vale apenas desejar,
não vale apenas ter esperanças, porque a nossa vida será apenas como foi programada e o melhor é
aceitar isso com dignidade. Nós não temos poder de escolha, tudo depende do "Que a sorte nos fez
postos, mas queiramos ou não o destino já esta traçado. Tudo depende do que cumprimos nada nos
é dado. De acordo com o Estoicismo, o homem não deve lutar contra o Destino, mas sim cumpri-lo
sem questiona-lo.
• O sujeito poético defende ao longo do poema, uma filosofia de vida que assenta na aceitação
voluntária e tranquila do Destino, sem o tentar combater ou fugir-lhe, pois para ele todos esses
esforços serão inúteis. A conceção de vida segundo Reis é marcada por uma profunda simplicidade,
por uma intensa serenidade na aceitação da relatividade das coisas. Para este, o homem não deve
lutar contra o Destino, antes cumpri-lo sem o questionar ou se lhe opor. Faz parte da sua filosofia,
evitar momentos de enorme prazer e bem-estar e ainda momentos de grande dor que são
consequentes de momentos prazerosos, portanto utiliza o conformismo achando ser a melhor opção.
• A palavra fado, surge no poema na representação do ser humano. A sua presença no poema
funciona como comparação entre o ser humano e "as pedras na orla dos conteiros", em que
exemplifica que " as pedras na orla dos canteiros" são postas nos canteiros e lá ficam, são o seu
destino, não escolheram, tal como o ser humano que foi colocado num destino e ao qual não pode
fugir, não vale a pena desejar o que já foi destinado.
• Segundo Ricardo Reis, os homens estão submetidos aos deuses e há a necessidade de se portarem
como donos de si, pois são manipulados por eles. Os deuses não são mais que homens
aperfeiçoados e quando os tentamos imitar, confundem-se connosco. Os deuses são o modelo de
sabedoria, pois souberam aceitar o destino e fruir o bem da vida. O Fado, que é o destino, está
acima de todos os homens e divindades, submetendo-as ao seu poder, dita as leis do Universo e
nada, nem ninguém, lhe pode fugir.