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O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS E SERVIÇOS

Ao longo do nosso trabalho, iremos abordar o tema “O comércio internacional de bens e


serviços e a sua intensificação”. Para introduzir este tema, iremos mostrar um vídeo sobre o
comércio mundial.
(vídeo comércio mundial)

A INTENSIFICAÇÃO DAS TROCAS COMERCIAIS À ESCALA MUNDIAL


A globalização permitiu a intensificação das trocas comerciais e após à Segunda Guerra
Mundial o comércio internacional tornou-se o motor da atividade económica global e registou um
rápido crescimento graças aos seguintes fatores:
- Liberalização dos mercados proporcionada pelos Acordos GATT (Acordo Geral sobre Pautas
Aduaneiras e Comércio). Este acordo foi estabelecido em 1947, com o objetivo então de promover
a liberalização dos mercados, através da redução das barreiras alfandegárias.
- Movimentos de integração económica europeus (a CEE, atual EU, a EFTA (Associação
Europeia de Comércio Livre) e extraeuropeus (NAFTA, Mercosul));
- A deslocalização e relocalização da produção;
- O desenvolvimento dos transportes e das comunicações.
- A diminuição das taxas alfandegárias, que continua a verificar-se, ajudou também a
intensificar os fluxos mundiais de mercadorias.

A ação da OMC tem procurado favorecer o desenvolvimento do comércio mundial, através


de um conjunto de medidas que visam a sua liberalização como a abolição das medidas
protecionistas e o acesso sem restrições por parte dos países a todos os mercados do planeta.
(vídeo OMC)

Os progressos dos meios de transportes e as estratégias das ETN facilitaram bastante a


dispersão espacial da produção. A explosão demográfica e a melhoria do nível de vida também
influenciaram a expansão do comércio. Todos os países das regiões em desenvolvimento
tornaram-se, nos últimos anos, mais dependentes do comércio internacional.

OS PRINCIPAIS FLUXOS COMERCIAIS


Os grandes fluxos realizam-se entre centros, intensificando-se a competição sobretudo nos
setores de alta tecnologia, que necessitam de grandes investimentos. Estes centros são os países
mais desenvolvidos, como os EUA, o Japão e os Estados-membros da União Europeia (Tríade), que
realizam mais de 50% do total do comércio mundial. A China, não pertencendo à Tríade, lidera o
comércio mundial de mercadorias.
Os Novos Países Industrializados e os BRICS são responsáveis por grande parte do comércio
realizado pelos PED.
Apesar da afirmação de um número significativo de países em desenvolvimento nos fluxos
mundiais de bens e serviços, a polarização do comércio mundial tem sido acompanhada da
marginalização dos PMD.
Atualmente, metade das trocas é realizada pelas economias em desenvolvimento. E um
quarto dessas trocas corresponde a comércio Sul-Sul.
No entanto, uma boa parte dos PED permanece marginalizada do comércio internacional.
Por outro lado, foram as empresas transnacionais (ETN), originárias dos países
industrializados e de alguns NPI do Sudeste Asiático, que mais beneficiaram com o crescimento do
comércio mundial, realizando entre si cerca de dois terços do total do comércio mundial de
mercadorias e de serviços comerciais.
Até finais dos anos 40 do século XX, o comércio de mercadorias baseava-se em produtos do
setor primário (bens agrícolas, minerais e produtos energéticos).
A industrialização de alguns países PED, associada à diminuição dos preços e à procura
mundial de alguns produtos primários, foram as principais causas para a redução do peso dos bens
primários no comércio mundial.
No entanto, a exportação de algumas matérias primas continua a assumir um papel
estratégico importante pelo seu valor para as atividades económicas, como combustíveis fósseis,
alguns recursos minerais e produtos agrícolas.
O comércio dos produtos manufaturados domina as trocas internacionais.
As vendas de máquinas e de material de transporte são setores que têm progredido,
correspondendo, na atualidade cerca de 40% das exportações mundiais.
Atualmente, não se trocam apenas os bens materiais, mas também os contratos, incluindo
informações sobre as previsões de extração ou colheita, a quantidade disponível ou o preço do
transporte.
Cerca de dois terços dos fluxos comerciais realizam-se por via marítima, o que exigiu a
modernização e a adaptação das infraestruturas portuárias e a conceção dos navios de acordo
com a especialização do comércio internacional (petroleiros, etc.).
As ETN dominam os fluxos comerciais à escala global. Os processos de deslocalização de
segmentos da produção, o aumento do número de filiais no estrangeiro e o crescimento do
volume de negócios estão na origem da crescente importância das ETN no comércio mundial.
Embora as estatísticas de comércio não distingam bens intermédios de produtos finais,
dados recentes mostram que o peso dos componentes e peças aumentou. O aumento do volume
de transações destes bens é da responsabilidade das empresas transacionais.
Para além das trocas comerciais realizadas no interior das ETN, entre a empresa-mãe e as
diversas sucursais, as transações entre estas empresas transnacionais e os fornecedores nacionais
são também significativas.

A LIBERALIZAÇÃO DAS TROCAS DE SERVIÇOS COMERCIAIS


A importância dos serviços nas trocas internacionais tem aumentado significativamente.
Os fluxos de serviços comerciais são cada vez menos polarizados pelos países da Tríade
(EUA, a União Europeia e o Japão). Impulsionada pelo crescimento da Ásia (onde a India e a
China aparecem como atores de relevo), a participação dos PED nos fluxos mundiais de serviços
comerciais tem vindo a aumentar consideravelmente nas duas últimas décadas.
Assiste-se a um processo de internacionalização de atividades na área dos serviços,
diferentes do padrão de deslocalização ocorrido na indústria: os serviços deslocalizados
apresentam um grau de especialização mais elevado e um maior valor.
As deslocalizações das atividades informáticas, logísticas e administrativas ocorrem
essencialmente entre países desenvolvidos ou destinam-se, em menor escala, aos países
emergentes.
A liberalização das trocas, a privatização de setores anteriormente na posse dos Estado
(companhias aéreas, empresas de telecomunicações, correios e eletricidade) e a crescente
interpenetração da indústria e dos serviços contribuíram para a expansão do terciário e para o
aumento do comércio de serviços entre países. Os seus impactes ainda são difíceis de contabilizar:
calcula-se que os EUA e a Europa vão perder mais de 4 milhões de empregos nos próximos anos.
Esta liberalização contribuiu para o aparecimento de grandes empresas transnacionais
vocacionadas para dar resposta às novas necessidades, pois o comércio internacional de
mercadorias recorre, cada vez mais, a bancos, seguros, transportes, marketing e publicidade.
A liberalização do comércio de serviços e a desregulamentação dos mercados foi ajudada
pela criação da OMC e pelo Acordo Geral sobre o comércio de serviços.
Contudo, existem receios de que a liberalização total do setor dos serviços possa conduzir à
privatização e «mercantilização» total de algumas áreas mais sociais, que eram geridas pelo
Estado, tais como a saúde, o ensino, os fundos de pensões, etc., como parece ser a tendência em
muitos países.

Trabalho realizado por:


Deolinda Ferreira, n.º 8
Beatriz Barbosa, n.º 19
Mariana Maia, n.º 21
Rodrigo Dias, n.º 24

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