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ANÁLISE DA VIABILIDADE DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS PARA

MOTOCICLETAS

Fabio Montibeller
Gilça H. Legal Montibeller

RESUMO

O curso de Comércio Exterior nos traz um grande aprendizado do que


podemos encontrar no mundo Globalizado como produtos, cultura, economia.
Pensando em um futuro com mais oportunidades de mercado, trabalharemos
neste estudo analisando a viabilidade de importação de pneus de motocicletas
trazidos da China.
O interesse é de como conseguir importar pneus para motos com um preço
competitivo e de boa qualidade.
Avaliar a viabilidade econômica da importação de pneus para motocicletas da
empresa Zeus Comércio e Importação de Produtos Automotivos Ltda. - ME.

Palavras-chave: importação, pneus, custos.

1. INTRODUÇÃO

Importação é um processo na compra de produtos no exterior, por parte dos


países que deles necessitam, e na entrada de mercadorias num país, provenientes
do exterior, visando melhores condições comerciais em função da grande
concorrência disponível no mercado, ocorrendo a partir de procedimentos
burocráticos ligados à Receita do país de destino.
O comércio internacional está presente em grande parte da história da
humanidade, mas sua importância econômica, social e política tornou-se crescente
nos últimos séculos devido ao avanço industrial, à globalização e ao surgimento das
corporações multinacionais as quais tiveram um grande impacto no incremento
deste comércio.
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Uma prova desta mudança foi a implantação, em janeiro/97, do SISCOMEX


(Sistema Integrado de Comércio Exterior), na Importação. O SISCOMEX é o
instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e
controle das operações de comércio exterior.
A partir daí, as vantagens da importação são amplamente conhecidas e
aceitas. A importação veio para reduzir o tempo e o custo de produção, além disso,
beneficiam diretamente as empresas, capacitando-as a produzir bens de melhor
qualidade e, conseqüentemente, de maior competitividade no mercado.
Pretende-se nesta pesquisa conhecer a logística para que se possa apurar os
custos envolvidos. Serão apresentadas planilhas cuja análise será o ponto de
partida para a avaliação da viabilidade econômica da importação de pneus para
motocicletas. Para este trabalho obtivemos apenas informações de pesquisas
bibliográficas.

2. COMÉRCIO EXTERIOR

A importância do tema é enorme não só para as empresas diretamente


ligadas ao assunto, mas também para todo o sistema produtivo do país.
O comércio exterior representa o conjunto de atividades que conecta a
compra, venda e troca de bens e serviços, assim como também da circulação de
mão-de-obra e de capitais entre países em todas as relações comerciais. Falar da
área das relações comerciais internacionais é, antes de tudo, discorrer um pouco
sobre a história do mundo (KEEDI, 2007, p. 76).
Pelo que se tem conhecimento, os egípcios são considerados os mais antigos
comerciantes. Entretanto, não se pode deixar de mencionar os fenícios, que tiveram
uma educação orientada para o comércio marítimo e a navegação, os gregos,
precursores dos “contratos de risco”, os etruscos, grandes navegadores e
comerciantes, e os romanos, com sua expansão bélica e comercial através do
Império Romano com duração de quase 500 anos, adentrando o início da era cristã.
Ainda na época da hegemonia romana, onde, de um lado, havia uma área
mercantil latina e ocidental e, de outro, uma área mercantil grega e oriental, a cidade
de Constantinopla surgiu como contraponto entre esses dois pólos, transformando-
se numa nova capital do comércio no mundo. Lá chegavam e eram comercializados
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produtos de várias regiões: peles, pescados secos, defumados da região do Báltico;


especiarias, drogas e medicamentos do Oriente; pedras preciosas da Ásia.
A época das Cruzadas chegou, Constantinopla foi suplantada por Veneza na
intermediação entre o Ocidente e o Oriente. Nesta época também floresceram as
cidades de Gênova e Florença, entre outras cidades italianas. No Norte da Europa
outra área fechada se desenvolveu, a do Báltico alemão, mas os mercadores
alemães continuaram seus intensos comércios com Veneza, tornando-se esta última
um lugar para aprendizado e instrução, aquisição de produtos orientais e tecnologia
veneziana – mercantil e industrial.
Passando mais rapidamente pela História e enfocando o continente europeu,
durante a época dos descobrimentos, entre os séculos XIV e XVI, houve a formação
de potências navais e mercantis, a citar Portugal, Espanha e Holanda. A descoberta
do Caminho Marítimo para as Índias, por Portugal, através do Cabo da Boa
Esperança, fez com que os portugueses criassem uma nova rota do comércio das
especiarias entre o Ocidente e o Oriente. Entre os séculos XVII e XVIII houve uma
luta pela hegemonia mercantil e naval entre Holanda, Ilhas Britânicas e França,
quando os ingleses mantiveram durante algumas décadas indústrias mais
competitivas e em melhores condições que as dos países continentais por estarem
estes exauridos pelas guerras napoleônicas.
Muita coisa aconteceu a partir do século XVIII e até antes da 1ª. Grande
Guerra. Deu-se a revolução industrial através da invenção da máquina a vapor
(criação do trem e do barco a vapor), houve progressos na indústria química que
permitiram o aperfeiçoamento e barateamento dos produtos. Foi efetivamente
praticada a técnica do tráfego transoceânico e deu-se a abertura dos Canais de
Suez e do Panamá. No final do século XIX foi criada a indústria automobilística.
E a Alemanha, comparada com todas as outras potências mercantis,
alcançou o maior desenvolvimento (LABATUT, 1990, p. 97).

3. INTERAÇÕES DO COMÉRCIO

A política de comércio exterior do Brasil envolveu historicamente um grande


debate nacional. O governo e lideranças sociais a ela vincularam as possibilidades
do desenvolvimento econômico, desde as origens, na primeira metade do século
XIX. Em três períodos ela foi atrelada a diferentes paradigmas de inserção
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internacional: o liberal conservador do século XIX, que se estendeu até os anos


1930; o do Estado desenvolvimentista que vigorou desde então até 1989; e o novo
paradigma de inserção liberal em formação nos anos noventa.(QUELUZ, 1996, p.
25).
As interações sociais mais importantes a esse estudo são as que visam a
troca de bens, as relações comerciais. No âmbito internacional são realizadas trocas
entre indivíduos ou grupos de diferentes países, onde temos caracterizadas as
relações comerciais internacionais. O comércio nas diferentes nações busca atender
o país no que ele sente necessidade e buscando melhorar as relações comerciais
entre outros países obtém-se os seguintes objetivos:
• Produtos a serem usados e que não são vendidos no comércio
nacional podem ser adquiridos no exterior;
• Vender para outros países toda sua produção excedente;
• Compra de mercadoria que os países não possuem ou não produzem
(DIAS, 2000, p. 42).
O intercâmbio internacional não está limitado apenas aos objetivos acima, são
fundamentais também as necessidades econômicas, culturais e sociais (DIAS, 2000,
p.43).
As empresas e os governos devem estar preparados para essa nova era,
enfrentando os novos desafios que se apresentam no dia-a-dia de suas atividades
(VAZQUEZ, 2007, p. 7).

4. IMPORTAÇÃO

A empresa importadora deve estar cadastrada no registro de exportadores e


importadores do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O
registro é efetuado pelo SISCOMEX na primeira operação de importação. Para isto
devem ser informados o CNPJ, constituição societária, capital social e demais dados
cadastrais, além de todas as informações relativas a operação comercial e da
mercadoria a ser importada permitindo assim o licenciamento de importações (LI),
declaração de importação (DI), registro de operações financeiras (ROF) (VIEIRA,
2005, p. 145).
As empresas já inscritas no cadastro anteriormente a implantação do
SISCOMEX, terão suas inscrições mantidas e nos casos dos não inscritos terão seu
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cadastro automaticamente ao realizar a primeira operação de importação. Pessoas


físicas somente podem exportar/importar mercadorias em quantidades que não
revelem prática de comércio e desde que não se configure habitualidade
(VAZQUEZ, 2007, p. 106).

4.1. IMPORTAÇÃO NO BRASIL

O Brasil vem desempenhando, uma posição de destaque no comércio


internacional. Tem-se visto um excepcional esforço nacional no caminho do
comércio exterior, com ações efetivas e palpáveis. E todas as medidas adotadas,
em conjunção com a abertura econômica obtida a partir do início do decanato de 90,
introduziram a globalização no país e trouxeram uma relevante importância à
logística (KEEDI, 2004, p. 63.)
O custo Brasil a partir de uma visão ampliada e de uma perspectiva mais
abrangente de entendimento deste importante assunto, cujos habituais responsáveis
vão além dos tradicionais “suspeitos”, tais como: déficit público, elevados custos de
transporte e de portos, juros exorbitantes, carga tributária elevada e custos
trabalhistas e previdenciários. Considera-se que esses fatores são importantes para
explicar o chamado Custo Brasil, mas não os únicos responsáveis por fazer o Brasil
ser relativamente pouco competitivo internacionalmente.
Não há dúvida de que esses fatores têm influência considerável na formação
dos custos da economia, ajudando a colocar o Brasil em um patamar pouco
competitivo no quadro internacional aberto e crescentemente globalizado. No
entanto, é necessário ir além desses fatores mais visíveis e procurar no próprio
processo de formação empresarial, sociocultural e político, algumas explicações
para essa dificuldade crônica em alinhar o setor produtivo com as economias mais
competitivas do planeta.
No Brasil temos órgãos anuentes onde o Departamento Governamental
controla a entrada de determinados produtos no território nacional, cada um deles
possui sua própria legislação, podendo ele autorizar ou não sua importação.
A falta de LI (licença de Importação) ou o registro ter ocorrido após o
embarque no exterior, caberá multa aduaneira de 30% (trinta por cento) ou a não
aceitação para a importação do produto.
No caso desta análise da viabilidade de importação os pneus por não serem
radiais (pneus sem uso de câmara de ar) o único órgão será o IBAMA (Instituto
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Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), conforme


Receita Federal do Brasil.

5. INFORMAÇÕES SOBRE PNEUS

Pneu é um dos itens de segurança que quase nunca prestamos atenção em


nossos veículos. Eles perdem a validade 04 anos após a data de fabricação e esta
data vem estampada no lado do pneu.
Ao utilizarmos pneus vencidos, é possível que estes rebentem e o resultado
pode ser um acidente muito grave, para isso devemos saber mais sobre pneus:
- Máxima pressão de enchimentos,
- Tração,
- Desgaste TWI (tread wear indicators),
- Máxima capacidade de carga x pneu,
- Velocidade máxima,
- Resistência à temperatura,
- Tamanho do pneu.

Em cada unidade de pneu são identificadas as suas especificações técnicas


gravadas, no flanco do pneu, em alto relevo de forma legível e indelével. É, em
geral, formada pelas medidas nominais da largura da seção e do diâmetro interno do
pneu, podendo incluir a relação nominal de aspecto entre as duas medidas.

Exemplo:

90/90 18
90 – Indica a largura nominal do pneu expressa milímetros.
90 – Relação nominal de aspecto. (série)
18 – Indica o diâmetro interno do pneu expressa em polegadas.
Os indicadores de desgaste devem ser identificados pela sigla “TWI”, ou por meio
de um triângulo (▲), ou por uma seta disposta radialmente no pneu, ou ainda por um
símbolo indicado pelo fabricante. Esta identificação deve estar gravada na região
dos “ombros” do pneu.
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6. DESCARTE DE PNEUS INSERVÍVEIS

Conforme a engenheira agrônoma mestrada na Faculdade de Saúde Pública


da USP, Carla Mayumi Passerotti de Moraes e Wanda Maria Risso Gunther,
professora e pesquisadora da mesma faculdade, são vários os dados sobre a
ocorrência de problemas sanitários e ambientais causados pela destinação
inadequada dos pneus inservíveis, necessitando de uma sistematização da coleta e
encaminhamento para a recuperação ou disposição final desses resíduos.
Quando descartados em pilhas em ambientes abertos, tornam-se locais ideais
para a proliferação de insetos, transmissores de doenças. Além disso, oferecem
grande risco de incêndio, pois queimam com muita facilidade, produzindo fumaça
negra altamente poluidora, podendo também causar contaminação da água.
Outro problema também encontrado é o de armazenamento, pois ocupam
grande espaço, que hoje são preciosos nas grandes cidades.
Uma das soluções utilizadas por algumas empresas é a trituração e mistura
na fabricação de asfalto, tornando mais econômico e aumentando a vida útil das
estradas.
A importação de pneumáticos depende de liberação por parte do IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O
objetivo é controlar a destinação final ambientalmente adequada dos pneus
inservíveis existentes no território nacional.
Para esta operação encontramos apenas esta exigência por parte dos órgãos
anuentes, por se tratar de uma importação de pneus para motocicletas não radiais.

7. CUSTOS DE IMPORTAÇÃO

Com base na NCM (Nomenclatura Comum do MERCOSUL) da mercadoria,


conhecida também como Classificação Fiscal junto ao SISCOMEX, podemos
verificar os impostos competentes ao produto a ser importado como mostra quadro
abaixo:

NCM: 4011.40.00 - PNEUS NOVOS PARA MOTOCICLETAS


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Alíquotas:

I.I 16%
IPI 15%
PIS 2,0%
COFINS 9,5%
ICMS 17%
Fonte: WWW.receita.fazenda.gov.br

Com base aos impostos podemos demonstrar os cálculos para uma


importação de um contêiner 20” onde caberá 1800 pneus para motocicletas
originados da CHINA.

Taxa de câmbio para o USD 1,7103 em 16/11/2009.


Valor Fob Usd 21.600,00 R$ 36.942,48
Valor Frete Usd 5.000,00* R$ 8.551,50
Valor do THC Usd 500,00 R$ 855,15
Valor do Seguro Usd 2.300,00* R$ 3.933,69
Valor Aduaneiro Usd 29.400,00 R$ 50.282,82
* valores ilustrativos

I.I. 16% 8.045,25


Montante 58.328,07
IPI 15% 8.749,21
Montante 67.077,28
PIS 2% 1.341,54
Montante 68.418,82
COFINS 9,5% 6.499,78
Montante 74.918,60
ICMS 17% 12.736,16
Montante 87.654,76
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Além destes valores demonstrados temos ainda outras taxas como: taxa
Siscomex, Armazenagem no porto de destino, Liberação do BL, entre outros que
poderão existir dependendo do canal de conferência e das exigências da Receita
Federal.

8.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas informações averiguadas obtivemos resultados


surpreendentes, no caso de uma Micro e Pequena Empresa – ME, esses resultados
demonstram que a importação não seria viável, pois o capital a ser investido é muito
alto em relação ao lucro e disponibilidade de capital.
Na análise da viabilidade encontramos um alto custo de importação, quanto
ao frete, impostos e a viabilidade de chegar até a empresa importadora, e com o
conhecimento existente no mercado existe um grande domínio dos concorrentes que
já atuam no mercado, como os pneus da PIRELLI, LEVORIM, RINALDI E
MAGGION. Outro detalhe importante é que um produto novo no mercado demanda
um custo elevado em marketing e este também é um ponto negativo para a
importação.

9. REFERÊNCIAS

ANIP. Associação Nacional da industria de Pneumáticos. Disponível em :


http://www.anip.com.br/index.php?cont=dicasemanutencao
Acesso em 20 de Nov. de 2009.

DIAS, Reinaldo. Sociologia aplicada ao comércio exterior: Campinas, SP: Editora


Alínea, 2000.
IBAMA. Manual do Cadastro técnico Ferederal. Disponível em:
http://www.ibama.gov.br/cadastro/manual/html/031200.htm
Acesso em: 21 de Nov. de 2009.

Keedi, Samir. Logística de Transporte Internacional - Veículo Prático de


Competitividade. São Paulo: Aduaneiras, 2007.

KUAZAQUI, Edmir. Marketing internacional - desenvolvendo conhecimentos e


competências em cenários globais. São Paulo: M Books do Brasil Editora Ltda.
2007.
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MAGNOLI, Demetrio; ARAUJO, Regina. Geografia: a construção do mundo. São


Paulo: Moderna, 2005.

RECICLANIP. Descarte de Pneus inservíveis. Disponível em:


http://www.reciclanip.com.br/?cont=formas_de_destinacao_ciclodopneu
Acesso em 21 de Nov. de 2009.

Rodrigues, Romênia Marinho Rocha. Transporte e seguros Internacional.


Londrina: Casa da Qualidade, 2006.

QUELUZ, Ana Gracinda (Org.). Educação sem fronteiras: em discussão o ensino


superior. São Paulo: Pioneira, 1996.

VAZQUEZ, José Lopes. Comércio exterior brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007
VIEIRA, Aquiles. Teoria e pratica cambial: exportação e importação: São Paulo:
Lex Editora, 2005.

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