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Destacaram-se:
Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Estes heterónimos tinham personalidades próprias
e estilos literários próprios. As suas biografias, e outras informações acerca dos heterónimos
(aspetos físicos, por exemplo) constam na carta que Fernando Pessoa redigiu a Adolfo Casais
Monteiro.
Alberto Caeiro
É conhecido como o mestre dos restantes heterónimos e o mais parecido com Fernando
Pessoa. Também é conhecido como o “poeta bucólico”. O seu estatuto de mestre é marcado
por:
1. Desvalorizar a intelectualização
2. Valorizar as sensações
3. A apologia da vida simples e natural
Caeiro integra-se na natureza, identifica-se com os elementos naturais que observa. Por
esta crença na natureza e pela divinização das coisas naturais, revela-se como um poeta
pagão que aspira à conciliação e harmonia entre o natural e o humano.
3. A atitude antimetafísica
Para Alberto Caeiro o mundo não exige atitudes de análise e interpretação, mas sim de
apreensão imediata do real através da perceção das formas, das cores, dos cheiros e dos
sabores – vai de acordo ao 2º ponto, o primado das sensações.
ü Defesa da naturalidade
ü Aparente simplicidade
1. Estoicismo
2. Epicurismo
3. Carpe diem horaciano
4. Consciência da mortalidade
1. Estoicismo
O ser humano deve ser indiferente às emoções e não deve ceder ao impulso dos instintos e
das paixões. Deve aceitar com naturalidade o poder do destino e ter uma atitude abdicação
e de indiferença perante os males e as paixões, pois é através desta atitude que conseguirá
continuar a sua vida e seguindo as palavras de Horácio: ser rei de si próprio.
2. Epicurismo
Propõe uma filosofia moral que defende a procura da felicidade relativa e a busca de um
estado de ataraxia, isto é, tranquilidade sem qualquer perturbação. Ricardo Reis advoga
assim, através dos seus versos, a arte de atravessar a existência sem preocupações. Este
estado de tranquilidade absoluta, ou pelo menos a sua ilusão, implica uma moderação nos
prazeres e uma fuga às sensações extremas e à dor que, segundo Reis perturbam e
equilibram a existência humana.
Segundo a poesia de Ricardo Reis, o ser humano deve então viver tranquilamente sem
memória do passado nem desejos para o futuro. Urge aproveitar os momentos bons de cada
dia e viver um dia de cada vez. É o carpe diem horaciano onde o presente surge com o tempo
realização.
Ricardo Reis constrói a sua poesia sobre a consciência de que a vida é efémera, que o passar
do tempo é inevitável. Há então, uma indiferença face à morte que surge como algo natural
pois é governada pelo destino. Esta indiferença face séria é, para Reis, um ato de lucidez de
quem sabe que tudo tem um fim e de que tudo já está fatalmente traçado.