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Ricardo Reis

A minha caricatura
RICARDO REIS
Nascimento 1887 no Porto (2 anos antes de Alberto Caeiro)
(local e data)
Formação e Universitária
profissão médico
Características Mais baixo, mais forte que Caeiro, mas
físicas seco; cara rapada; um vago moreno mate
Contexto de “depois de uma deliberação abstrata, que
escrita subitamente se concretiza numa ode.”
heteronímica
Características Escreve “melhor do que eu, mas com um
estilísticas purismo que considero exagerado”

O clássico
RICARDO REIS
Dados biográficos Formação intelectual Estilo
Inventado em 1912 Escreve sobretudo odes (imitação de
Estudou num colégio de Jesuítas Horácio) (influência horaciana)
Nascimento: 19 set
1887 no Porto Formou-se em medicina Discípulo de Caeiro (sensações)
Inspirado pela clareza, equilíbrio, ordem
Expatriado para o Latinista (formação clássica) (espírito clássico)
Brasil 1919, por ser
monárquico. Semi-helenista Índole pagã
Epicurista (tranquilidade, viver o dia a
Primeiras obras: dia, com serenidade e calma – “carpe
1924 na revista diem”, sem sofrimento)
Athena
Estoico (apatia/ataraxia), aceitação do
destino, da ordem universal das coisas,
incluindo a morte, recusa dos prazeres
para evitar desilusões; nada pode
perturbar a serenidade)

Verso irregular mas rigor na forma


estrófica
Ricardo Reis
Discípulo de Alberto Caeiro
O poeta “clássico”
= ≠
Poeta das sensações
Comunhão com a natureza
Estilização de uma poética clássica
(neoclássica)
= Imitação de Horácio (odes)
Fernando Pessoa ortónimo
Predomínio da razão sobre Rigorosa versificação (estrofes e metro)
os sentimentos Latinismos (termos eruditos)
Mitologia (neopaganismo)
Filosofias epicurista e estoica
Ricardo Reis o poeta “clássico”
INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS
Horacianismo Preferência pelas odes
Ode?
– poema destinado a ser cantado;
– qualquer forma de canto alegre ou triste;
– Ato de cantar;

Foi sofrendo alterações:


– poesia rimada de assunto elevado;
– normalmente escrita em forma de dedicatória, de acordo com
um estilo e sentimentos nobres;
– elaboração estrófica rígida num tom nobre.
Motivos temático/filosóficos:

▪ O carpe diem horaciano:


. aproveitar o dia, os prazeres do momento presente

▪ O epicurismo (Filósofo ateniense – Epicuro - Séc. IV a.C.) :


. procura da felicidade relativa
. moderação nos prazeres
. fuga às sensações extremas (e, por extensão, à dor)
. busca do estado de ataraxia (tranquilidade sem perturbação)

▪ O estoicismo (Filósofo ateniense – Zenão de Cítio- Séc. III a.c.) :


. indiferença perante as emoções
. aceitação do poder do destino (apatia, ataraxia)
. atitude de abdicação
Motivos temáticos:

A consciência de ser efémero


Latinista e semi-helenista
Pagão por natureza
Sofre por se saber efémero
Doí-lhe o desprezo dos deuses
Aflige-o a antecipação da morte/a obsessão
com a passagem do tempo
Refúgio no Conhece a dureza do Fatum (fado, destino)
Epicurismo e estoicismo
e Fruir a vida sem desassossegos ou
Horácio dúvidas existenciais e renunciar
voluntariamente ao prazer (atitude
de autodisciplina)
Motivos temáticos:

A encenação da mortalidade
Aprendizagem da efemeridade da vida
Renúncia estoica ao gozo/ prazer momentâneo

Vale mais a serenidade, a calma, a ataraxia …


…evitando os amores, os ódios, as paixões, as invejas, os cuidados
destino certo – a morte
Vida breve
Limitarmo-nos a durar enquanto vivemos
Filosofias
Epicurista e estoica
Não nos pensarmos e submetermo-nos a
um destino involuntário.
Motivos temáticos:

O sentido de autodisciplina:

. . postura contínua de autocontrolo


. rejeição das sensações intensas
. intelectualização das emoções

Filosofias . busca da ataraxia


Epicurista e estoica
Marcas formais e estilísticas:

▪ Estilo trabalhado e rigoroso (clássico)


▪ Regularidade estrófica
▪ Regularidade métrica (predomínio dos versos hexassilábicos e
decassilábicos)
▪ Versos brancos (sem preocupação pela rima)
▪ Recurso reiterado à ode (composição poética laudativa ou
amorosa, dividida em estrofes simétricas)
▪ Linguagem culta e alatinada
▪ Complexidade sintática (hipérbatos e anástrofes);
▪ Tom moralista
▪ Utilização frequente do tom coloquial (presença de um interlocutor);
▪ Uso frequente da primeira pessoa do plural;
▪ Recurso continuado ao imperativo e ao conjuntivo com valor
exortativo;
▪ Utilização habitual do gerúndio;

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