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1.

Fernando Pessoa

A poesia
de Ricardo Reis
A poesia de Ricardo Reis
Ricardo Reis, o poeta “clássico”

O epicurismo – A arte de atravessar a existência


sem preocupações
▪ Procura da felicidade relativa
▪ Busca do estado de ataraxia (tranquilidade sem
perturbação)
▪ Moderação nos prazeres
▪ Fuga às sensações extremas (e, por extensão, à
dor)
▪ Indiferença face à morte
A poesia de Ricardo Reis
Ricardo Reis, o poeta “clássico”

O estoicismo:
▪ Indiferença perante as emoções
▪ Aceitação do poder do destino (apatia)
▪ Atitude de abdicação
 Não ceder ao impulso dos instintos
O carpe diem horaciano:
▪ Satisfação de aproveitar o dia e os prazeres do
momento presente/saborear o encanto de cada
dia
• Aurea mediocritas – conceito horaciano em
que se elogia a vida rústica, do campo; a
felicidade só é possível com o sossego do
campo (comparação a Caeiro).
A poesia de Ricardo Reis
A consciência e encenação da mortalidade

▪ Consciência da efemeridade/fugacidade da
vida
▪ Indiferença face à morte (iminência da morte)
▪ Reflexão sobre o fluir inelutável do tempo
 O presente como tempo de realização
• Outros temas
- O paganismo:
 crença nos deuses
 inspiração na civilização grega
 domínio dos deuses

- O sentido de autodisciplina:
 postura contínua de autocontrolo
 rejeição das sensações intensas
 intelectualização das emoções
 busca da ataraxia
• Os mortais devem elevar-se à categoria de
deuses e:
 Portar-se altivamente
 Aprender a gerir o seu próprio destino
 Tornar-se donos de si próprios

• Poeta moralista, transmite conselhos sobre


encarar a vida
A poesia de Ricardo Reis
A consciência e encenação da mortalidade

Não somos nada, não temos nada, não fazemos nada


que dure. A vida é um breve adiamento da morte. Reis
tem uma consciência intensa da brevidade de tudo, da
perpétua ameaça do tempo que corre, da fragilidade das
nossas obras, que se desfazem em pó ou em fumo como os
nossos corpos. […]
Ela poder-lhe-ia inspirar um sentido trágico da vida, fazer
dele um revoltado e um imprecador, mas pelo contrário,
ele baseia nesse pessimismo uma ética da aceitação total.
BRÉCHON, Robert, 1996. Estranho Estrangeiro (Tradução de Maria Abreu e Pedro Tamen). Lisboa: Quetzal
(pp. 242-244)
A poesia de Ricardo Reis
Linguagem, estilo e estrutura

▪ Relação forma/conteúdo
▪ Estilo trabalhado e rigoroso
▪ Regularidade estrófica e métrica – ode (predomínio
dos versos hexassilábicos e decassilábicos)
▪ Linguagem culta e alatinada (arcaísmos e vocabulário
erudito)
▪ Complexidade sintática (anástrofes)
A poesia de Ricardo Reis
Linguagem, estilo e estrutura

▪ Tom moralista (vocativos, modos imperativo e


conjuntivo, frases declarativas)
▪ Tom coloquial (presença de um interlocutor)
▪ Uso frequente da primeira pessoa do plural
▪ Predomínio da subordinação

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