Você está na página 1de 2

Ficha de Educação Literária 1

Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo

Nome___________________________________ N.o _____ 12.o _____ Data ____/ ____/ ____

Avaliação ____________________ E. de Educação _____________ Professor/a ____________

Unidade 1 (Subunidade 1.1)

Texto A
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Cansa sentir quando se pensa


Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.

5 Neste momento insone e triste


Em que não sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.

Tudo isto me parece tudo.


10 Mas noite, frio, negror sem fim,
Mundo mudo, silêncio mudo – James Abbott McNeill Whistler, Noturno: azul e prata, 1872.
Ah, nada é isto, nada é assim!

Fernando Pessoa,
Vinte anos de poesia ortónima III – 1931-1933,
edição de Ivo de Castro, Lisboa, INCM, 2000, p. 108.

1. O sujeito poético revela um estado de espírito triste e desalentado.


1.1 Caracteriza o estado emocional do sujeito poético, tendo em conta as expressões: «não
sei quem hei de ser» (verso 6); «Pesa-me o informe real» (verso 7).
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
1.2 Ao longo do poema, o estado de espírito do sujeito poético enquadra-se no real
circundante. Explicita esta afirmação, referindo o valor expressivo da enumeração e da
adjetivação.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

2. Explica o sentido do verso «Mas noite, frio, negror sem fim» (verso 10) no contexto do poema.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 37


3. Esclarece o significado da contradição entre «Tudo isto me parece tudo.» (verso 9) e «Ah, nada é
isto, nada é assim!» (verso 12).
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Texto B
Lê o poema seguinte e responde às questões.

Chove?... Nenhuma chuva cai...


Chove?... Nenhuma chuva cai... E eis que ante o sol e o azul do dia,
Então onde é que eu sinto um dia Como se a hora me estorvasse,
Em que o ruído da chuva atrai 15 Eu sofro... E a luz e a sua alegria
A minha inútil agonia? Cai aos meus pés como um disfarce.

5 Onde é que chove, que eu o ouço? Ah, na minha alma sempre chove.
Onde é que é triste, ó claro céu? Há sempre escuro dentro em mim.
Eu quero sorrir-te, e não posso, Se escuto, alguém dentro em mim ouve
Ó céu azul, chamar-te meu... 20 A chuva, como a voz de um fim...

E o escuro ruído da chuva Quando é que eu serei da tua cor,


10 É constante em meu pensamento. Do teu plácido e azul encanto,
Meu ser é a invisível curva Ó claro dia exterior,
Traçada pelo som do vento... Ó céu mais útil que o meu pranto?
1-12-1914
Fernando Pessoa, Cartas de Fernando Pessoa a Armando Côrtes-Rodrigues,
introdução de Joel Serrão, Lisboa, Confluência, 1944
(consultado em http://arquivopessoa.net, em março de 2017).

1. Explicita a relação entre o estado de espírito do eu lírico e as condições atmosféricas que o


rodeiam.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Justifica o recurso às apóstrofes nas segunda e sexta estrofes.


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Seleciona a opção adequada para completar as afirmações.


Esta composição poética enquadra-se na temática pessoana ___________. O sujeito poético
revela a sua tristeza e o seu sofrimento, como se verifica em __________.
A. dor de pensar ... «E o escuro ruído da chuva / É constante em meu pensamento.»
B. dor de pensar ... «Eu quero sorrir-te, e não posso, / Ó céu azul, chamar-te meu...»
C. nostalgia da infância ... «Eu quero sorrir-te, e não posso, / Ó céu azul, chamar-te meu...»
D. nostalgia da infância ... «E o escuro ruído da chuva / É constante em meu pensamento.»

38 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

Você também pode gostar