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Demografia

A CIÊNCIA DA POPULAÇÃO
Demografia : tem como objecto de estudo o comportamento do Homem em sociedade,
necessitando de todas as outras ciências sociais

• Estudo das populações humanas, claramente delimitadas no tempo e no espaço.


Projectar e sistematizar o ordenamento espacial da população
• Analisar as modificações nas estruturas familiares
• Identificar as consequências do envelhecimento demográfico, do crescimento da
população e da sua distribuição espacial
• avaliar o efeito da dinâmica populacional no ambiente

CAP I
A CIÊNCIA DA POPULAÇÃO: a progressiva maturação da complexidade do seu objecto de
estudo
A importância do pensamento de Thomas-Rober Malthus na emergência da ciência da
população

• Se existe miséria, o único remédio é a limitação do crescimento da população e a


melhoria da produtividade na agricultura
• Publica um livro polémico intitulado "Ensaio sobre o Principio da População" : a
assistência aos pobres é inútil porque não serve senão para os multiplicar sem os
consolar
• Estabeleceu o paralelo entre a multiplicação do Homem e a sua subsistência. Essa
teoria baseia-se no facto da população aumentar constantemente, e esse aumento
ser mais rápido do que os meios de subsistência.
• É original pelas análises detalhadas que elabora dos diversos tipos de obstáculos e
por ter explicitado as consequências do princípio da população

• Pensamento demográfico de Malthus: 3 temas:


• 1- População e subsistência – 2 leis antagónicas
Lei da população que cresce em progressão
A subsistência que cresce em progressão aritmética
Explica quais são as três condições para que uma população cresça rapidamente:

• Casamentos são fecundos porque contraídos numa idade precoce


• Quanto maior for o nº de crianças, maior será o nº de casamentos mais tarde
• O intervalo que medeia entre o casamento e a morte tende a aumentar, devido ao
aumento da duração média de vida
• 2- Obstáculos ao crescimento da população
• Progressivos ou regressivos – diminuem a vida humana. Englobam um conjunto de
factores que levam à morte prematura Fomes / Epidemias / Miséria

• Preventivos – diminuem a fecundidade , prq “A miséria deriva do crescimento rápido


da população” Casamentos adiados / Abstinência antes do casamento / Apelo ao

• 3- Remédios - Afirma que o único remédio que não prejudica nem a felicidade
moral nem a felicidade material é a obrigação moral
Entende por "falsos remédios":
Os sistemas igualitários / A emigração A lei dos pobres / Crescimento dos meios
de subsistência

Malthusianismo, Neomalthusianismo e as reacções ao pensamento Malthusiano


MALTHUSINISMO

• Essencialmente conservadora, na medida em que defendia explicitamente o ponto


de vista que os poderes públicos e a sociedade não eram responsáveis pela miséria
existente nas classes trabalhadoras
• Paralelo entre a multiplicação do homem e a sua subsistência
• Considera que os poderes públicos e a sociedade não eram responsáveis pela miséria,
mas sim o próprio Homem
NEOMALTHUSIANISMO

• Preferência por um crescimento lento da população


• Aposta na limitação dos nascimentos
• Say A população de um país deve ser proporcional aos recursos e os homens não
são suficientemente previdentes
• Substitui a noção de meios de subsistência por meios de existência (alimentação,
vestuário, habitação, etc)
ANTIMALTHUSIANISMO

• Relaciona o nrº de habitantes com os “meios de existência”


• A. Dumont Constata a existência de uma oposição entre o crescimento da população
e o desenvolvimento do individuo, porque os recursos limitados ou servem para o
consumo individual ou para o consumo familiar.
• Emile Durkheim um dos fundadores da sociologia científica a expansão da
população é acompanhada por uma mudança qualitativa da sociedade. O aumento
do volume e da densidade da população traduzem-se, geralmente, na extensão das
cidades favorecendo-se assim a divisão do trabalho
Solidariedade Orgânica • Marx
A transição demográfica
• Significa a passagem de um estado de equilíbrio, em que a mortalidade e a
fecundidade têm elevados níveis, para um outro estado de equilíbrio, em que a
mortalidade e a fecundidade apresentam baixos níveis.

• A ideia central desta teoria, é a de provar a existência dos efeitos da modernização


nos comportamentos demográficos

• Durante a transição, o crescimento da população é muito rápido devido,


essencialmente, ao declínio da mortalidade ocorrer antes do declínio da fecundidade

• 4 fases de evolução que os paises já passaram, ou terão de passar

1º Fase - do «quase-equilibrio» antigo ou de «pré-transição» caracterizada pela existência de


uma mortalidade elevada e uma fecundidade igualmente elevada – crescimento população
reduzido
2º Fase - do declínio da mortalidade como consequência de uma melhoria generalizada das
condições de higiene e de saúde

3ª Fase - do declínio da fecundidade como consequência de uma nova atitude face à vida
apoiada por meios modernos de intervenção na fecundidade
4ª Fase - do «quase-equilibrio» moderno entre uma mortalidade com baixos níveis e uma
fecundidade igualmente baixa; o crescimento natural da população tende para zero.

O objecto de estudo da Demografia


Demografia: Estudo das populações humanas, claramente delimitadas no tempo e no
espaço . Uma definição aprofundada de Demografia comporta 5 elementos fundamentais:

1º – não se analisam pessoas isoladas, mas sim, conjuntos de pessoas delimitadas


espacialmente e com um significado social. Descrevendo o volume da população, a
estrutura e distribuição.
2º - Descrever o estado da população num determinado momento (aspecto estático) e
saber quais as possíveis mudanças e qual será a intensidade e a direcção dessas mudanças.
3º - analisa os factores, ou as variáveis demográficas que são responsáveis pelas variações
ocorridas no estado da população (natalidade, mortalidade e migrações (emigração,
imigração e migrações internas)).
4º - a Demografia também se ocupa dos efeitos que cada uma das variáveis demográficas
tem na estrutura da população,
5º - a demografia também se preocupa com os comportamentos demográficos e as
consequências da evolução do estado da população.
Unidade e diversidade da Demografia
• A demografia é una e diversa, é uma só, que tem por base a analise demográfica,
estudando fenómenos demográficos em populações concretas.

• Onde se analisa:
• Variáveis dependentes (volume, estrutura e distribuição espacial)
• Variáveis independentes (natalidade, mortalidade e migrações)

• Posteriormente foi se especializando e ganhando outros “braços” passando a ser


mais abrangente: demografia social, demografia histórica, ecologia, politicas e
projeções demográficas

Algumas das grandes preocupações da Demografia Social,:

• São o Causas e consequências do declínio da natalidade


• Efeitos das migrações internas e externas
• Consequências demográficas e sociais da luta contra a morte
• Desigualdade sexual, social e espacial face à morte
• Efeitos do progresso científico no equilíbrio demográfico
• Desigualdades regionais e ordenamento do território
• Consequências do envelhecimento demográfico o
• Demografia face ao processo de urbanização

A metodologia da Demografia
• A demografia tem como objecto fundamental o estudo científico da população tendo em
conta os cinco parâmetros de análise explicitados anteriormente

• Estuda conjuntos de pessoas em vez de pessoas isoladas


• Preocupa-se com os aspectos estáticos mas também com os dinâmicos
Analisa os factores responsáveis pelas mudanças ocorridas no estado da população
• Estuda as ligações existentes entre as diversas variáveis demográficas
• Preocupa-se com as causas e com as consequências da evolução do sistema
demográfico :
• Demografia Social
• Demografia Histórica
• Políticas Demográficas
• Ecologia Humana.
CAP III
Aspectos iniciais de uma investigação em análise demográfica: os ritmos de
crescimento e a análise das estruturas demográficas.

Introdução • O desenvolvimento da Demografia, enquanto Ciência da População, está


fundamentalmente ligado à diversidade dos seus métodos e técnicas específicas para cada
uma das variáveis que integram o movimento da população - mortalidade, natalidade e
movimentos migratórios. • Técnicas essas que variam consoante a natureza dos dados
(serem de boa ou má qualidade) e a perspectiva de análise (longitudinal ou transversal)
As estatísticas usadas para manusear os dados, são em geral:

• Taxas - Instrumento de medida mais usado em análise demográfica.


Mede a frequência de um fenómeno numa população, durante um período de tempo
determinado
Uma taxa é qualquer nrº dividido por qualquer outro nrº
No estabelecimento do balanço demográfico anual, utiliza-se a taxa bruta (mede a
frequência anual)

• Razões - O numerador da razão é o número de acontecimentos (nascimentos, óbitos)


que ocorrem num determinado período de tempo
• As razões em demografia são usadas, a maior parte das vezes, por períodos de 1 ano

• Proporções - Tipo especial de taxa onde o numerador está incluído no denominador


(Proporção=(x/x+y)
Exemplo: proporção do sexo feminino=nrº de mulheres/pela soma de homens e
mulheres em conjunto

Tipos de população
• Tipo Progressivo Apresenta um nrº crescente de nascimentos ano a ano
• Tipo Regressivo Apresenta um nrº decrescente de nascimentos ano a ano
• Tipo Estável Apresenta leis invariáveis de mortalidade e fecundidade, segundo a
idade, o que traduz uma taxa de nascimento constante e uma estrutura por idades
invariável
• Tipo Estacionário Apresenta uma taxa de crescimento nulo
• Populaçao FECHADA Quando a estrutura é mantida ou alterada apenas pelos
nascimentos e óbitos, ou seja, não afectada por migrações exteriores. As
modificações são de 3 tipos: Aumento através dos nascimentos Diminuição através
dos óbitos Envelhecimento de todos os sobreviventes
• Populaçao ABERTA Sujeita a fenómenos migratórios. As modificações são de 4
tipos: Aumento através dos nascimentos Diminuição através dos óbitos
Envelhecimento de todos os sobreviventes Entradas de individuos de diferentes
idades Saídas de individuos de diferentes idades
Volumes, ritmos de crescimento de uma população e densidade

• Volume populacional = Número de pessoas que estão presentes num determinado espaço
populacional.
A população evolui em diferentes ritmos:

• Crescimento positivo -- População a aumentar


• Crescimento negativo --População a diminuir
• Crescimento zero -- População estagnada

A alteração do volume populacional está dependente do efeito combinado de 2 factores:

• Saldo Natural ---diferença entre nascimentos e mortes


• Saldo Migratório --- Diferença entre o nrº de pessoas que saíram e os que entraram •
Quando dispomos de diversas informações acerca do volume de uma população, a primeira
análise que normalmente se executa é a do cálculo do ritmo de crescimento.
Esse ritmo de crescimento deve proporcionar um resultado anual médio, de forma a se
poder comparar períodos de diferente amplitude
Para medir o Ritmo de crescimento, existem 3 processos:

• Contínuo
• Aritmético
• Geométrico

Densidade populacional Consiste no nrº de habitantes por km2.

• Conveniente dividir o território em zonas mais pequenas


• A população também se pode distribuir por:
Aglomerados Urbanos = com 10.000 ou mais habitantes
Aglomerados Rurais = com menos de 10.000 habitantes
As estruturas demográficas

• Os efectivos de uma população são o nrº de indivíduos que compõe essa população
identificados nos recenseamentos.Os recenseamentos dão a conhecer o estado de uma
população num determinado momento do tempo
Existem vários tipos de estruturas, mas as seguintes são as mais importantes:

• Sexo -- Homens e mulheres desempenham diferentes funções na sociedade


• Idade (ou estrutura etária)-- Necessário analisar os efeitos específicos de cada idade.
C/ o aumento da idade os comportamentos e capacidades alteram ---- Efeito Idade.
• Necessidade de comparar determinados aspetos nas fases fundamentais da vida -
início da socialização, ensino básico, puberdade, entrada na universidade--- em
pessoas com diferentes idades---Efeito Geração

A melhor forma de analisarmos a distribuição de uma população por sexos e idades é


através da:

• Pirâmide de idades São gráficos que permitem ter uma visão de conjunto da
repartição da população por sexos e idades.
As idades são representadas no eixo vertical.
Os efetivos são representados em dois semi-eixos horizontais - o da esquerda é p/
masculinos e o da direita p/ femininos.

Quanto ao seu processo de construção, existem dois tipos fundamentais:

• As pirâmides por idades


Os efetivos do sexo masculino à esquerda do eixo / Os efectivos do sexo feminino à direita
do eixo
Faz uma análise rigorosa da estrutura de uma população, num determinado momento no
tempo
Deve-se complementar com o cálculo das relações de masculinidade por grupos de idade
Para se comparar 2 pirâmides de idades ou 2 populações deve-se:
Comparar no tempo Comparar no espaço

• As pirâmides por grupos de idades


• Faz comparações no tempo e no espaço
Existem 3 grandes tipos de pirâmides de idades

• Pirâmides em Acento Circunflexo


• Típica dos países em vias de desenvolvimento
• Com uma forte natalidade e mortalidade.
• Tem uma base larga que diminui rapidamente conforme se avança para idades mais
avançadas

• Pirâmide de Urna
• Pirâmide típica dos países desenvolvidos
• Onde se assiste a uma progressiva quebra de fecundidade.
• Os níveis de natalidade e mortalidade são muito baixos, o que implica a existência de
uma pirâmide de idades com uma base muito reduzida (baixas proporções de
jovens), e um topo bastante empolado (elevadas proporções de pessoas idosas).
• Existe muita população a meio da pirâmide

• Em Ás de Espadas
• A parte mais larga da pirâmide corresponde às idades intermédias.
• Diminuição da fecundidade e da natalidade
• Aumento dos idosos
• Base da pirâmide diminui
• Envelhecimento na base da pirâmide
• Envelhecimento no topo da pirâmide

Como as pirâmides de idades nunca são simétricas

As relações de masculinidades = • completam as informações obtidas pelas pirâmides de


idades

Dividir em cada idade (ou grupos de idades), os efectivos masculinos pelos efectivos
femininos X resultado por 100 e representá-los graficamente.
Estes gráficos mostram como os efectivos existentes num determinado grupo de idades são
partilhados entre o sexo masculino e o sexo feminino

• As pirâmides de idades nunca são simétricas:

• Nascem mais rapazes do que raparigas ---fazendo com que a base da pirâmide de
idades seja maior do lado masculino do que do lado feminino
• A mortalidade - que é o facto mais relevante na explicação da redução dos efetivos, a
mortalidade é mais precoce no sexo masculino do que no sexo feminino.
• Pode ser perturbado pelas migrações, devido a incidirem em determinados grupos
etários
Os grupos funcionais e os índices-resumo • Em análise demográfica, quando se quer ter
uma visão rápida da evolução ou da diversidade das estruturas populacionais, opta-se por
compactar a informação segundo determinados critérios.
• Grupos Funcionais

• Visão rápida da evolução das estruturas populacionais,


• Informação segundo 1 grupo específico --- idade
• A população total, em vez de aparecer dividida em grupos de idades anuais ou
quinquenais, passa a estar dividida em três grandes grupos: 0-14 anos; 15-64 anos e
65 +anos.
• Índices-Resumo

• Agrupam a informação respeitante à população potencialmente activa


• Aprofundam a análise do processo de envelhecimento
• Procuram proceder a estimativas de determinados parâmetros demográficos.
• Na sua construção é aconselhável utilizar o critério de agrupamento 0-14
anos/65+anos.

O envelhecimento demográfico
Em termos demográficos, existem dois tipos de envelhecimento:

• Envelhecimento na base
• Ocorre quando a percentagem de jovens começa a diminuir de tal forma que a base
da pirâmide de idades fica bastante reduzida
Quando 1 país recebe activos de fora, há um envelhecimento na base (jovens diminuem) e
um rejuvenescimento no topo (idosos também diminuem)
população pode, simultaneamente, envelhecer e rejuvenescer

• Envelhecimento no topo
• Ocorre quando a percentagem de idosos aumenta, fazendo assim com que a parte
superior da pirâmide de idades comece a alargar, em vez de se alongar,

Estes dois tipos de envelhecimento estão ligados entre si: A diminuição percentual de um
grupo de idades implica um aumento proporcional dos outros dois grupos de idades,
Diferenças entre sexos é outro factor de envelhecimento (mais mortes masculinas)
O principal fator natural responsável pelo envelhecimento demográfico foi o declínio da
natalidade

Quando não há renovação das gerações, o efeito da melhoria das condições gerais de saúde
reforça o processo de envelhecimento.
• As migrações podem reforçar/atenuar o processo de envelhecimento.
CAP V
Os princípios de análise demográfica
Introdução A demografia, ao analisar fenómenos e ao recolher acontecimentos pode ser
redefinida como a ciência que estuda:
Fenómenos = natalidade, mortalidade, migrações, nupcialidade
Acontecimentos = nascimentos, óbitos, migrantes, casamentos

Princípios de Análise Demográfica


Conjunto de 6 regras fundamentais a que deve obedecer qualquer trabalho de investigação
em Demografia.
• “Estado puro”
• “Estado perturbado”
• Acontecimentos renováveis
• Acontecimentos não renováveis
• Análise longitudinal
• Análise transversal

“Estado Puro” e “Estado Perturbado”


• Um dos princípios gerais da análise demográfica é a possibilidade de analisar os fenómenos
demográficos tendo em conta dois tipos de efeitos ou interferências:

• «estado puro» = Só o acontecimento aliado do resto. Ex: a mortalidade isolada dos


outros fenómenos
• «estado perturbado» = Combina as variáveis mortalidade/migrações •
Acontecimentos Fenómenos
• Nascimentos Nascimentos
Óbitos Mortalidade
Migrações/Migrantes Movimentos migratorios
Casamentos Nupcialidade

Acontecimentos renováveis e acontecimentos não renováveis


• Acontecimentos renováveis = que podem ocorrer mais do que uma vez natalidade,
nupcialidade, divórcio, migrações.

Podem transformar-se em não-renováveis--- Ex.: casamento – 1º casamento / nascimentos


1º filho
• Acontecimentos não renováveis = Ocorrem 1 só vez --- Ex.: Morte
• Efectivos = Número de indivíduos que fazem parte de um mesmo acontecimento Podem
ocorrer uma só vez ---- Ex.: Morte
• Coortes = Conjunto de indivíduos submetidos ao mesmo acontecimento de origem
durante um mesmo período de tempo. Uma geração é uma coorte de nascimentos ----
conjunto de pessoas que nasceram no mesmo período

Análise transversal e análise longitudinal


??

O Diagrama de Lexis
• Instrumento de trabalho imprescindível em análise demográfica
• Permite repartir os acontecimentos demográficos por anos de observação e geração
• Permite visualizar os acontecimentos e os efectivos
• Constitui-se do seguinte modo:

• Eixo das idades dos indivíduos ---Em ordenadas (OY)


• Eixo do tempo --- Em abcissas (anos de observação) (OX )
• Eixo das gerações --- Em digonal (linhas da vida)
• Superfícies --- Onde devem ser inscritos os acontecimentos (quadrados e
triângulos)
• Linhas --- Onde devem ser inscritos os efectivos observados num dado momento
• Momentos de observação --- No cruzamento dos 3 (instantânea, contínua,
retrospetiva)

Trata-se de um diagrama onde no eixo OX (abcissas) se marcam os anos civis (1940, 1930,
etc) e no eixo OY (ordenadas) se marcam as idades dos indivíduos. • No eixo OX, traçam-se
linhas verticais, paralelas ao eixo OY, que marcam simultaneamente o fim de um ano civil e o
inicio do próximo - são as rectas do 31 de Dezembro ou do 1º de Janeiro. • No eixo OY,
traçam-se linhas horizontais, paralelas ao eixo OX
são as rectas das idades exactas (0 – nascimento) • A escala escolhida para marcar a
amplitude entre as rectas do 31 de Dezembro é a mesma das rectas que marcam as idades
exactas permitindo assim o aparecimento de um conjunto de quadrados.
CAP VI
Análise da mortalidade
Introdução --- As investigações sobre a mortalidade enquanto fenómeno social gravitam
em torno de três eixos fundamentais:

• Caracterização do declínio observado na época contemporânea


Não se observou em todos os países ao mesmos tempo, nem com a mesma velocidade

• Estudo dos factores responsáveis por esse declínio


Factores educacionais / Factores sanitários / Factores médicos / Factores económicos /
Factores sociais

• Identificação das diferenças observadas entre determinados grupos


A mortalidade não é democrática
Existe uma enorme desigualdade perante a morte
Tem havido um declínio da mortalidade infantil

As taxas brutas da mortalidade enquanto medidas elementares da mortalidade geral =


São o processo mais simples que existe para medirmos o nível da mortalidade geral consiste
em dividir o total de óbitos observados num determinado período pela população média
(Ex.: 9076 óbitos : 1.428.082 habitantes = 6,36%)
A TBM (taxa bruta da mortalidade) não tem em conta a estrutura etária da população

A Taxa da Mortalidade Infantil Clássica


• Está relacionada com os óbitos com menos de 1 ano de vida
• Bom indicador da saúde das populações
Causas que originaram a Mortalidade Infantil

• Endógenas --- São as consequências de deformações congénitas (que nascem com o


individuo), de taras hereditárias ou de traumatismos causados pelo parto.
• Estes óbitos ocorrem normalmente durante o primeiro mês, em particular nos
primeiros dias
• A Taxa de Mortalidade Infantil Endógena obtém-se dividindo o total de óbitos
endógenos pelos nascimentos.
• Exógenas ---Estão ligados a causas exteriores (doenças infecciosas, subalimentação,
cuidados hospitalares insuficientes e acidentes diversos)
• Estes óbitos ocorrem após o 1º mês
• A Taxa de Mortalidade Infantil Exógena obtém-se dividindo o total de óbitos
exógenos pelos nascimentos
• A TMIC (taxa de mortalidade infantil clássica) é igual à TMIE (taxa de mortalidade
infantil endógena) + a TMIE (taxa de mortalidade infantil exógena) •

Conclusão
• Quando analisamos o fenómeno da mortalidade, a primeira coisa em que temos de pensar
é que as probabilidades de morte de cada indivíduo dependem das suas características
biológicas e das condições em que ocorre a sua existência, ou seja, do seu modo de vida.

• Numa probabilidade de morte existem factores intrínsecos e factores derivados do meio.

Capitulo VII
Análise da natalidade, fecundidade e nupcialidade
Introdução -- A principal característica da natalidade no século XX é o seu declínio, declínio
esse que é, em geral, posterior ao da mortalidade.
• Se a diminuição dos níveis de mortalidade na maior parte dos países desenvolvidos é
anterior ao nosso século, o mesmo não acontece com a natalidade, cujo declínio ocorre
praticamente no século XX.

•Na maior parte dos países africanos, o declínio ainda não ocorreu
•As causas deste declínio são várias:

• factores biológicos
• relações sexuais tardias
• leis e costumes,
• viuvez e abstinência,
• aborto, contracepção, etc

• A natalidade e a fecundidade aparecem muitas vezes empregues como sendo palavras


sinónimas, quando têm um significado completamente diferente:

Natalidade = Mede a frequência dos nascimentos que ocorrem no conjunto da população


total de um pais.

Fecundidade = Mede a frequência dos nascimentos que ocorrem num subconjunto


específico - as mulheres em idade de procriar
Existem determinantes directos e indirectos que influem na fecundidade:
Indirectos =educação/escolaridade
Directos =métodos contraceptivos
As taxas brutas enquanto medidas elementares de análise da natalidade e da fecundidade •
O processo mais simples que existe para medirmos o nível da natalidade consiste em dividir
o total de nascimentos num determinado período pela população média existente nesse
mesmo período
• A Taxa Bruta de Natalidade (T.B.N.)é um instrumento de análise muito grosseiro que isola
muito rudimentarmente os efeitos de estrutura
Existe a necessidade de se recorrer a outros métodos que isolem numa forma menos
elementar o verdadeiro modelo da natalidade.
• Há que relacionar os nascimentos directamente com a parte da população em que eles
ocorrem: a população feminina no período fértil (por convenção, dos 15 aos 49 anos).

Podemos redefinir as Taxas de Fecundidade Geral (T.F.G.) como sendo uma soma dos
produtos das estruturas relativas em cada grupo de idades do período fértil das mulheres,
pelas taxas nesses mesmos grupos de idades:

Tipos particulares de Natalidade e Fecundidade


• A fecundidade por idades e por grupos de idades
• A fecundidade dentro do casamento
• A fecundidade fora do casamento
• A natalidade por meses

Análise da Nupcialidade e do divórcio:


As taxas brutas enquanto medidas elementares de análise

• A nupcialidade não é uma variável demográfica autêntica, na medida em que o seu


aumento ou a sua diminuição não afectam directamente a dinâmica populacional.
• É uma variável que apenas intervém na dinâmica populacional indirectamente através da
fecundidade.
Conclusão • Tal como acontece com a mortalidade, a existência de diferentes níveis de
fecundidade nas populações humanas é o resultado da confluência de um diversificado nº de
factores da mais diversa natureza.
• As etapas mais importantes do ciclo de vida familiar, segundo Vinuesa, são:
Fase da criação: começa com o casamento e acaba com o nascimento do 1º filho
Fase da expansão : desde o nascimento do 1º filho até ao nascimento do último
Fase da estabilidade: desde o nascimento do último filho até à saída do 1º filho de casa
Fase do declínio: desde a saída do 1º filho de casa até à saída do ultimo filho
Fase do lar vazio: desde a saída do ultimo filho até à morte de um membro do casal
Fase da extinção: desde a morte do 1º membro até à morte do último

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