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FUNDAMENTOS DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 23

parte 1

MEIO AMBIENTE
FUNDAMENTOS DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 25

CAPÍTULO 1

O Comportamento
Organizacional
Atualmente

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Enquanto estiver lendo o Capítulo 1,


tenha em mente as seguintes
questões de estudo:

• Por que o comportamento organizacional é importante?


• Como podemos aprender sobre o comportamento organizacional?
• O que são as organizações como ambiente de trabalho?
• Qual é a natureza do trabalho gerencial?
• Como a ética influencia o comportamento nas organizações?
26 SCHERMERHORN, HUNT & OSBORN

E S T E L I V R O F A L A de pessoas que atuam em novos e muito exigentes ambientes de trabalho. Ele


discorre sobre os desafios da produtividade, qualidade, diversidade e vantagem competitiva, numa era de
concorrência global, com novas tecnologias, diferenças demográficas e valores sociais em transformação.
Ele também focaliza as organizações que procuram melhorar seu desempenho ao máximo, prestando
serviços aos clientes, satisfazendo seus funcionários e simplificando sistemas e processos. Muitas empresas
já têm características e operações progressistas; outras estão se transformando rapidamente e vão conti-
nuar a fazê-lo. Numa palestra proferida para pessoas que vão atuar no novo ambiente de trabalho, o
consultor gerencial Tom Peters afirmou: “Às vezes, a revolução parece assustadora, dolorosa, liberadora,
desorientadora e desesperadora, que dá poder, frustra, realiza, confunde e desafia. Em outras palavras,
parece o caos.”1 No Capítulo 1, apresentamos o campo do comportamento organizacional como uma base
útil de conhecimento para todos que estejam buscando sucesso de carreira nos atuais ambientes de traba-
lho dinâmicos e em constante transformação.

COMPORTAMENTO da força de trabalho, embora ocupem menos de 2%


ORGANIZACIONAL E O NOVO dos cargos executivos; elas ganham 40% menos que
AMBIENTE DE TRABALHO os homens no setor de manufaturados e 35% a me-
nos no de serviços. Nos Estados Unidos, as taxas de
Formalmente definido, comportamento organizacional, desemprego de afro-americanos geralmente são o
CO, é o estudo de indivíduos e grupos em organiza- dobro das dos brancos. No Canadá, os aborígines ga-
ções. É um corpo de conhecimento que se aplica a nham em média 14 mil a 17 mil dólares canadenses
todos os tipos de ambiente de trabalho – pequenos e anuais menos que os brancos, independentemente do
grandes, empresas lucrativas ou sem fins lucrativos. sexo e das suas credenciais.3
Aprender CO vai ajudá-lo a obter maior compreen-
são do trabalho, de si mesmo e de outras pessoas.
Mudanças nas Expectativas dos
Também pode expandir o potencial de sucesso da sua
Clientes
carreira nos ambientes de trabalho dinâmicos, mutan-
tes, complexos e desafiadores de hoje... e do futuro. Apenas as organizações que dão ao cliente o que ele
quer em termos de qualidade, serviços e custos po-
derão prosperar nos atuais ambientes altamente com-
Mudanças da Força de Trabalho
petitivos de trabalho. Essa é a era do gerenciamento
Uma palavra-chave importante atualmente é diversi- da qualidade total, ou TQM – que visa a garantir que
dade da força de trabalho – a presença de diferenças uma organização e todos os seus membros se com-
de sexo, raça e etnia, idade e capacitação física.2 Como prometam com a alta qualidade, melhora constante
está sugerido em O Gerente Eficaz 1.1, o sucesso na e satisfação do cliente. A “qualidade”, neste sentido,
carreira exige cada vez mais o comprometimento com significa que as necessidades dos clientes serão aten-
a valorização da diversidade e o trabalho com outras didas e que todas as tarefas serão realizadas correta-
pessoas, respeitando totalmente suas diferenças in- mente desde a primeira vez. Na realidade, a expres-
dividuais. Tudo está mudando, e o mesmo acontece são gerenciamento total do serviço é usada geralmente
no ambiente de trabalho. Em muitos casos, uma pa- para enfatizar o comprometimento com o cliente, que
rede de vidro, ou seja, uma barreira invisível, restrin- suporta o verdadeiro TQM. Um destaque importante
ge a carreira das mulheres e das minorias. Embora o do comprometimento com a qualidade é a noção da
número de mulheres na força de trabalho seja cada melhora constante, isto é, tudo que é feito no ambien-
vez maior, elas compõem menos de 5% dos cargos te de trabalho deve ser constantemente avaliado por
executivos seniores nas corporações da América e meio de duas perguntas: (1) isto é necessário?; (2)
ganham de 5 a 15% menos que os homens em cargos se for necessário, pode ser feito de uma forma me-
semelhantes. Na Europa, as mulheres constituem 41% lhor?
FUNDAMENTOS DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 27

O GERENTE EFICAZ 1.1

COMO FAZER A DIVERSIDADE “PEGAR”

• Foco em obter o melhor talento possível.


• Desenvolver planos de carreira para todos os empregados.
• Prover monitoramento de carreira por grupos de diversidade.
• Promover minorias para posições de responsabilidade.
• Atribuir aos gerentes a responsabilidade pelas metas de diversidade.
• Introduzir diversidade na alta gerência.

Mudanças nas Organizações que os gerentes focalizam suas atividades no “diri-


gir” e “controlar” o trabalho de outros, mas atual-
É muito provável que esta década seja lembrada como mente o foco está mudando para as atividades de
aquela em que a forma pela qual as pessoas traba- “ajudar” e “apoiar”, consistentes com a pirâmide in-
lham foi fundamentalmente alterada.4 Já experimen- vertida que acabamos de descrever. Ser um gerente é
tamos o estresse do enxugamento e da reestrutura- um desafio singular, que envolve responsabilidades
ção, sentimos os altos e baixos das variações na distintas. As pessoas são recursos-chave das organi-
economia e testemunhamos o advento da Internet e zações, e o desempenho do indivíduo (trabalhando
seu impacto em nossa vida diária. Todavia, as orga- isoladamente ou em grupos) é a base fundamental
nizações realmente progressistas estão fazendo mui- do sucesso da organização. A atribuição do gerente é
to mais do que simplesmente reduzindo a escala ope- auxiliar outras pessoas a conseguir que coisas impor-
racional, cortando empregos e introduzindo novas tantes sejam feitas no tempo certo, com ótima quali-
tecnologias na busca de uma melhor qualidade. Elas dade e conseguindo ao mesmo tempo que suas per-
estão mudando a verdadeira essência da forma de sonalidades fiquem satisfeitas. Atualmente, os
fazer as coisas. A reengenharia de processos repensa e gerentes costumam ser encarados como “coordena-
radicalmente modifica os processos organizacionais dores”, “treinadores” e “líderes de equipe” – com cer-
a fim de inovar e melhorar medidas críticas de de- teza não como “patrões”.6
sempenho, tais como custo, qualidade, serviço e ra-
pidez.5 Para atingir esses padrões, operários de todos
Mudanças nas Carreiras
os setores são convidados a esquecer como as coisas
eram feitas no passado e como elas poderão ser fei- O ambiente de trabalho em transformação requer a
tas de modo melhor no futuro. Também consistente criação de novas estratégias de carreiras e o compro-
com esses novos valores está a pirâmide invertida da metimento substancial com constante aprendizado e
organização, como podemos ver na Figura 1.1 (ver crescimento profissional. O estudioso e consultor in-
página 28). Nessa figura, o foco está nos clientes, que glês Charles Handy descreve as implicações das car-
estão na parte superior da pirâmide e recebem os ser- reiras daquilo que denomina de emergente organiza-
viços diretamente dos funcionários. Note que os fun- ção de trevo.7 Um trevo, símbolo nacional da Irlanda,
cionários são apoiados pelos supervisores e gerentes tem três folhas por caule. Cada folha representa um
de nível intermediário; os gerentes gerais, por sua grupo diferente de pessoas. A primeira folha é um
vez, dão apoio direto para estes. grupo composto pelos funcionários permanentes,
período integral, com habilidades críticas e que se-
guem um padrão de carreira esquematizado. Esse
Mudanças nos Gerentes
grupo é relativamente pequeno, talvez formado pe-
Numa definição formal, gerente é uma pessoa à qual los que continuariam na firma depois de um enxuga-
outras se reportam. Tradicionalmente, o resultado é mento mais completo de uma organização mais tra-
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FIGURA 1.1 Visão da “pirâmide invertida” de organizações e gerência.

dicional. A segunda folha é composta por um grupo nas necessidades organizacionais. Para isso, precisam
de funcionários externos, contratado pelo grupo prin- desenvolver portfólios diferentes e desejáveis de ha-
cipal para realizar uma série de tarefas essenciais ao bilidades e competências e mantê-los sempre atuali-
funcionamento diário da organização. Muitas dessas zados.
tarefas poderiam ser realizadas por uma equipe fixa
numa organização mais tradicional. A terceira folha
é formada por um grupo de pessoas que trabalham APRENDENDO SOBRE O
em período parcial, que podem ser contratadas em COMPORTAMENTO
caráter temporário pelo grupo principal, conforme ORGANIZACIONAL
aumenta a necessidade da empresa, e dispensadas
com a mesma facilidade quando a necessidade dimi- Os ventos da mudança têm trazido uma clara ênfase
nui. Os formandos atuais devem se preparar para sobre a importância do aprendizado organizacional –
obter sucesso não somente na primeira, mas também o processo de adquirir conhecimento e utilizar as in-
na segunda e terceira folhas do trevo; devem estar formações para se adaptar com sucesso a novas cir-
preparados para competir por empregos e para con- cunstâncias.8 As organizações devem ser capazes de
correr para vencer conforme ocorram as mudanças mudar de forma constante e positiva nessa época
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cheia de desafios; elas devem estar comprometidas de grupo e em outros aspectos sociais do ambiente
com a busca contínua de novas idéias e oportunida- de trabalho, incluindo as relações gerente-trabalha-
des de aperfeiçoamento. O mesmo é verdadeiro para dor.11 Eventualmente, a disciplina do comportamen-
cada um de nós. Como membros das organizações e to organizacional surgiu como uma disciplina dedi-
da sociedade, nós também precisamos nos esforçar cada à compreensão científica dos indivíduos e grupos
para ter um desenvolvimento pessoal contínuo, para nas organizações, e em suas implicações sobre o de-
poder manter o mesmo ritmo que o nosso meio am- sempenho das estruturas, sistemas e processos estru-
biente dinâmico. turais.12 Dessas origens, o CO desenvolveu quatro
características especiais.
Em primeiro lugar, o CO é um corpo interdisci-
Aprendizado Contínuo, Permanente
plinar de conhecimento com forte ligação com as ci-
e Experimental
ências comportamentais da psicologia, sociologia e
“Os estudantes”, diz Tom Peters, “sabem que (1) a antropologia; bem como com as ciências sociais, tais
educação é o único bilhete de entrada para o suces- como economia e sociologia. O comportamento or-
so, e (2) não termina com o último certificado que ganizacional é singular, contudo, em sua dedicação à
você recebeu. Educação é o ‘grande jogo’ na econo- aplicação e integração desses diversos enfoques para
mia global interdependente.”9 Em conjunto, os vári- obter uma maior compreensão do comportamento
os tópicos apresentados neste livro podem contribuir humano nas organizações. Em segundo lugar, o Com-
significativamente para a sua educação formal. Mas portamento Organizacional focaliza aplicações e re-
a importante noção de TQM, de aperfeiçoamento levância; procura respostas para questões práticas
contínuo, acrescenta mais um desafio ao desenvolvi- com conseqüências reais para o comportamento nas
mento da carreira pessoal. Através de um aprendiza- organizações. O resultado, ou as variáveis dependen-
do vitalício, você pode e deve também aprender nas tes de interesse dos pesquisadores de CO, incluem
experiências diárias no trabalho, nas conversas com itens tais como desempenho individual e de grupo,
colegas e amigos, no aconselhamento com mentores, satisfação no trabalho, ausências e rotatividade.
com modelos de sucesso, em seminários e workshops Em terceiro lugar, e como será explicado mais
de treinamento e com as informações disponíveis na adiante no módulo Métodos de Pesquisa em Compor-
imprensa e mídia. Muitas dessas oportunidades de tamento Organizacional no final do livro, o CO usa
aprendizado serão mostradas em nosso curso de com- métodos científicos para desenvolver e testar empiri-
portamento organizacional, com sua seleção de ati- camente suas teorias e conceitos. Metodologias co-
vidades para aprendizado com a experiência, estudo muns de pesquisa são descritas na Figura 1.2. Em
de casos, projetos de pesquisa, auto-atribuição de todos os casos, a base científica do CO é importante
tarefas e trabalho em equipe. Nós o incentivamos a porque: (1) o processo de coleta de dados é controla-
aproveitar ao máximo a experiência e a investir num do e sistemático (2) as explicações propostas são cui-
futuro de constante envolvimento no processo ativo dadosamente testadas; (3) apenas as explicações que
de aprendizado. possam ser cientificamente verificadas são aceitas. Em
quarto lugar, o CO utiliza pensamento contigencial para
verificar como situações diferentes podem ser enten-
Bases Científicas do Comportamento
didas e trabalhadas. Em vez de buscar uma forma
Organizacional
única ou universal de gerenciar pessoas e organiza-
Neste final do século XX, executivos e estudiosos têm ções, o CO reconhece que as práticas devem se encai-
estudado sistematicamente as questões gerenciais. A xar nas necessidades de cada situação. Por exemplo:
escola clássica – representada pelo trabalho de Fre- uma questão importante de contingência na atual
derick Taylor, Henri Fayol, Mary Parker Follet, e ou- economia globalizada é a cultura (que será analisada
tros – enfatizou inicialmente as condições físicas de no Capítulo 2). Por enquanto, podemos simplesmen-
trabalho, os princípios de administração e os princí- te concluir que o que funciona bem numa cultura pode
pios de engenharia industrial.10 Em seguida, o movi- não dar tão certo em outra. Outras importantes vari-
mento de relações humanas ampliou o foco, incluin- áveis contingenciais estudadas no CO são meio am-
do o interesse nas atitudes no trabalho, na dinâmica biente, tecnologia, estrutura e as pessoas.
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FIGURA 1.2 Métodos de pesquisa no comportamento organizacional.

NATUREZA DAS ORGANIZAÇÕES físicas, matérias-primas e dinheiro, para criar produ-


tos finais e serviços. A Figura 1.3 descreve as organi-
Numa definição formal, organização é um conjunto zações como sistemas abertos que obtêm entrada de
de pessoas que trabalham juntas numa divisão de tra- recursos humanos e materiais dos seus ambientes e
balho para atingir um objetivo comum. Essa defini- os transformam, através do processo de trabalho e
ção abrange uma ampla variedade de clubes, organi- das atividades, em saídas de produtos. Se tudo dá
zações voluntárias e instituições religiosas, e também certo, o meio ambiente valoriza esses produtos e cria
entidades como empresas, escolas, hospitais, órgãos uma demanda constante por eles; aí a organização
governamentais, entre outras. Os focos e as aplica- sobrevive e prospera no longo prazo. No entanto, as
ções do CO se aplicam a todos eles. O propósito de coisas podem dar errado, e muitas vezes dão. Quan-
uma organização é contribuir com algo de valor para do os produtos de uma organização não são bem-
a sociedade, isto é, produzir bens ou serviços. As aceitos – isto é, quando os fregueses ou clientes não
empresas grandes e pequenas que visam ao lucro for- ficam satisfeitos, a demanda cai. Mais cedo ou mais
necem bens e serviços, e as organizações sem fins tarde, a organização fica com dificuldades para ob-
lucrativos fornecem benefícios públicos, tais como ter os recursos de entrada e, em casos extremos, é
assistência médica, educação, justiça e manutenção forçada a fechar suas portas.
de estradas.
Uma organização que funciona bem atinge seu
objetivo com os benefícios da sinergia, isto é, a cria- NATUREZA DO TRABALHO
ção de um todo maior do que a soma de suas partes. GERENCIAL
Para obter sinergia, as organizações dependem basi-
camente do esforço coletivo das pessoas, ou seja, o O gerente, também chamado supervisor, chefe de
indispensável recurso humano. São as pessoas que departamento, gerente-geral, líder de equipe, coor-
colocam em uso os recursos materiais, incluindo-se denador, diretor de projeto, dentre outras possibili-
aí tecnologia, informação, equipamentos, instalações dades, é o responsável pelo trabalho que geralmente
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FIGURA 1.3 O funcionamento de uma organização como um sistema aberto.

é realizado através do esforço de uma ou mais pesso- ses resultados é, freqüentemente, descrito como di-
as. E, independentemente do nome que se dá a ele, o vidido em quatro funções gerenciais. Planejamento é
trabalho gerencial é atarefado e exigente.13 Pesqui- a definição dos objetivos de desempenho e identifi-
sadores destacam que os gerentes trabalham por cação das medidas necessárias para atingi-los. Orga-
muitas horas, com uma semana de trabalho típica de nização é a divisão de tarefas e a obtenção de recur-
50 horas e, não raro, chegando a 90 horas. A carga sos para realizar o trabalho. Liderança é a criação de
horária tende a aumentar conforme a pessoa galga entusiasmo para conseguir que os outros trabalhem
postos gerenciais mais altos; os chefes das organiza- duro para realizar as tarefas com sucesso. Controle é
ções geralmente trabalham por períodos maiores. Seu o monitoramento do desempenho e a tomada de me-
trabalho é intenso e envolve a realização de muitas didas corretivas conforme as necessidades.
coisas diferentes num mesmo dia de trabalho. Além
disso, os gerentes normalmente são interrompidos no
Papéis Gerenciais e Redes de
decorrer do dia e seu trabalho acaba sendo fragmen-
Trabalho
tado e variável. Eles trabalham principalmente com
outras pessoas; passam pouco tempo trabalhando Num estudo clássico sobre comportamento gerenci-
sozinhos. O tempo dispendido com outros inclui tra- al, Henry Mintzberg identificou três categorias de
balhar com superiores, com colegas do mesmo nível, papéis ou atividades que os gerentes devem estar
com subordinados, com subordinados dos seus su- preparados para realizar diariamente.14 Como vemos
bordinados e com pessoas de fora da empresa, inclu- na Figura 1.4 (ver página 32), os papéis interpesso-
indo aí fornecedores e clientes. A comunicação é fun- ais do gerente envolvem o trabalho direto com ou-
damental e envolve bastante tempo dispendido em tras pessoas. Isso inclui receber pessoas e participar
obter, fornecer e processar informações. de cerimônias oficiais (chefe de equipe), criar entu-
siasmo, atender às necessidades pessoais (líder) e
manter contato com pessoas e grupos importantes (elo
Processo Gerencial
de ligação). Os papéis informacionais envolvem a tro-
Os gerentes realmente eficazes criam oportunidades ca de informação com outras pessoas – procurar in-
para que indivíduos e grupos façam uma grande con- formações relevantes (monitor), dividi-las com o pes-
tribuição para a organização e, ao mesmo tempo, te- soal interno (disseminador) e compartilhá-las com
nham satisfação pessoal. O processo de obtenção des- pessoas de fora (relator). Os papéis decisionais en-
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FIGURA 1.4 Dez papéis de gerentes eficazes.

volvem a tomada de decisões que afetam outras pes- interpessoais, muitas das quais fora da cadeia formal
soas. Incluem detectar os problemas a serem solucio- de comando. Dentro da organização, a rede de Spa-
nados e as oportunidades a serem exploradas (em- rksman inclui tanto relacionamentos verticais, com
preendedor), ajudar a resolver conflitos (mediador), vários superiores e subordinados, quanto horizontais,
alocar recursos para vários usos (alocador de recur- com colegas do mesmo nível hierárquico. Sua rede
sos) e negociar com outras partes (negociador). também inclui o relacionamento com várias pessoas
Essencial para cada um desses papéis e a todo de fora da empresa, como clientes e fornecedores.
trabalho gerencial é criar e manter bons relaciona- Em geral, os gerentes também deveriam poder de-
mentos com uma ampla variedade de pessoas, den- senvolver, manter e fazer funcionar bem, dentro das
tro e fora da organização. John Kotter, em seu livro redes de tarefas dos contratos específicos de traba-
The General Managers, descreve um caso: lho, redes de orientação de carreira e recursos de
B.J. Sparkman tinha um bom relacionamento de tra- oportunidade e redes sociais com amigos e colegas
balho com seus quatro superiores e um relacionamen- dignos de confiança.16
to forte mentor/protegido com um deles. Tinha rela-
cionamento de cordial para bom com alguns colegas,
sendo alguns deles amigos. Ele também tinha bom re-
Habilidades e Competências
lacionamento de trabalho com muitos subordinados Gerenciais
dos seus colegas (centenas de pessoas) com base prin- Uma habilidade consiste em transformar conhecimen-
cipalmente em sua reputação. B.J. tinha um relacio-
to em ação, o que resulta no desempenho desejado.
namento de trabalho próximo e forte com todos, exce-
to com um dos subordinados – porque o respeitavam,
Robert Katz identifica as habilidades gerenciais es-
porque ele era o chefe, porque procurava tratá-los com senciais como: técnicas, humanas e conceituais.17
justiça e respeito. Fora da empresa, B.J. tinha relacio- A habilidade técnica consiste em realizar tarefas
namentos bastante fortes com dezenas de executivos específicas. Tal habilidade vem do conhecimento ou
de empresas que eram clientes importantes da sua or- da especialização obtidos na educação ou experiên-
ganização... Também tinha relacionamentos com de- cia. Essa habilidade envolve proficiência no uso de
zenas de outras pessoas importantes da comunidade determinados métodos, processos e procedimentos
local.15 para realizar tarefas. Como exemplo, temos o traba-
Essa passagem descreve um gerente que tem seu tra- lho dos contadores, engenheiros e advogados, cujas
balho feito através de uma série completa de redes habilidades técnicas são adquiridas através de uma
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educação formal. A maioria dos trabalhos contém al- vai beneficiar a carreira dessa pessoa? A lista de per-
guns componentes de habilidade técnica. Alguns re- guntas pode crescer indefinidamente. O importante
querem educação preparatória, enquanto outros exi- é que as pessoas estão exigindo cada vez mais que
gem habilidade através de um treinamento específico políticos, gerentes, trabalhadores e as organizações
e experiência no cargo. A habilidade humana é a de que representam sigam altos padrões éticos e morais.
trabalhar bem com outras pessoas. Ela emerge como
um espírito de confiança, entusiasmo e envolvimen-
Modos de Pensar sobre o
to genuíno nas relações pessoais. Uma pessoa com
Comportamento Ético
boa habilidade humana terá alto grau de autoper-
cepção e capacidade para compreender ou ter empa- O comportamento ético não se restringe apenas aos
tia com os sentimentos dos outros. Essa habilidade é ditames da lei, mas constitui também um código moral
claramente essencial para as responsabilidades de amplo e comum à sociedade como um todo. No de-
rede descritas anteriormente. Todos os bons geren- correr dos anos, os filósofos têm identificado pelo
tes também têm a habilidade de encarar a organiza- menos quatro formas de encarar o comportamento
ção ou a situação como um todo e de solucionar pro- ético.
blemas em benefício de todos os envolvidos. Essa A visão utilitarista considera o comportamento
capacidade de analisar e resolver problemas comple- ético como aquele que traz o maior bem para o mai-
xos é uma habilidade conceitual. Essa habilidade é or número possível de pessoas. Os que seguem a ló-
baseada na capacidade mental da pessoa de identifi- gica utilitarista voltada para resultados avaliam os
car problemas e oportunidades, coletar e interpretar aspectos morais de suas decisões nos termos das con-
informações relevantes e tomar boas decisões para seqüências que elas criam. A partir de uma perspec-
solucionar problemas atendendo o propósito da or- tiva como essa, pode ser ético fechar uma fábrica
ganização. numa cidade para que a matriz da corporação conti-
De acordo com Katz, a importância relativa das nue sendo lucrativa e operacional em outras cidades.
habilidades gerenciais essenciais varia de acordo com A visão individualista considera o comportamento
o nível de gerência. As habilidades técnicas são mais ético como aquele que é melhor para o interesse (in-
importantes nos níveis inferiores, onde os superviso- dividual) de uma pessoa em longo prazo. Em princí-
res precisam lidar com problemas concretos. As deci- pio, pelo menos, alguém que age sem ética em curto
sões de âmbito mais geral, mais ambíguas e que en- prazo (por exemplo, negando promoção a um em-
volvem o longo prazo, dominam as preocupações do pregado qualificado de uma minoria) não deve ser
gerente de alto nível, fazendo com que as habilida- bem-sucedido em longo prazo porque essa ação não
des conceituais sejam mais importantes. As habilida- será tolerada. Portanto, se alguém age tendo em men-
des humanas, que estão no âmago das aplicações do te o próprio interesse a longo prazo, suas ações em
comportamento organizacional, têm importância con- curto prazo deverão ser éticas. A visão dos direitos
sistente em todos os níveis gerenciais. morais considera comportamento ético como aquele
que respeita os direitos fundamentais compartilha-
dos por todos os seres humanos. Essa visão está for-
ÉTICA E COMPORTAMENTO temente ligada ao princípio dos direitos humanos
ORGANIZACIONAL básicos, como vida, liberdade e tratamento justo pela
lei. Numa organização, esse princípio fica refletido
Atualmente, a palavra ética tem aparecido com fre- em questões como direito à privacidade e liberdade
qüência nos noticiários. Numa definição formal, com- de expressão. O comportamento ético não viola ne-
portamento ético é aquele aceito como sendo moral- nhum dos direitos humanos fundamentais.
mente “bom” ou “certo” num determinado caso, como A visão de justiça considera o comportamento éti-
oposto de “mau” ou “errado” numa certa condição. É co como aquele que é justo e imparcial. É baseada no
ético, por exemplo, pagar suborno para obter um conceito de tratamento igual para todos os envolvi-
contrato de trabalho num país estrangeiro? É ético dos. No CO, duas questões são particularmente im-
esconder informações que podem desencorajar um portantes para a visão de justiça do comportamento
candidato a emprego a entrar na sua organização? É ético.18 A primeira é a justiça de procedimento, o grau
ético pedir a alguém que aceite um trabalho que não segundo o qual as regras e os procedimentos especi-
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ficados pelas políticas são propriamente seguidos em porque ninguém vai descobrir nada; (4) assumir que
todos os casos em que são aplicados. Num caso de seus superiores vão apoiá-lo e protegê-lo se alguma
assédio sexual, por exemplo, isso pode significar que coisa der errado.21
audiências são estabelecidas para cada caso submeti-
do a revisão administrativa. A segunda é a justiça dis-
Responsabilidade Social da
tributiva, ou seja, o grau segundo o qual todas as pes-
Organização
soas são tratadas igualmente sob uma mesma política,
independentemente de raça, etnia, sexo, idade ou Responsabilidade social organizacional é a obrigação
qualquer outra característica demográfica. Num caso da organização de agir de forma ética e moral como
de assédio sexual, isso quer dizer que a queixa de um instituição social. Esse conceito sugere que os mem-
homem contra uma mulher deve receber a mesma bros devem certificar-se de que seus esquemas éticos
consideração que a de uma mulher contra um ho- se estendem à organização como um todo. Os geren-
mem. tes, em particular, lideram o comprometimento da
organização com ações consistentes tanto com a bus-
ca de maior produtividade quanto com o objetivo da
Dilemas Éticos no Ambiente de
responsabilidade social da corporação. Infelizmente,
Trabalho
nem sempre as coisas funcionam assim. Há alguns
Um dilema ético é uma situação na qual uma pessoa anos, num caso famoso de erro numa organização,
precisa decidir se vai fazer algo que, apesar de bene- dois altos executivos da Beech-Nut foram condena-
ficiá-la ou à organização, ou a ambos, pode ser consi- dos à prisão por causa da sua participação em um
derada antiética. É impossível prever exatamente que escândalo envolvendo venda de suco de maçã adul-
dilemas uma pessoa pode ter que enfrentar. Contu- terado para crianças. Apesar de conter um rótulo que
do, pesquisas demonstram que geralmente eles en- dizia que o suco era 100% natural, descobriu-se que
volvem o relacionamento com superiores, subordi- era uma mistura de ingredientes químicos. Esse caso,
nados, clientes, concorrentes, fornecedores e assim como muitos outros, veio a público por causa
legisladores. São temas comuns a honestidade em de uma denúncia – alguém dentro da organização
comunicações e contratos, presentes e diversões, gor- expôs o erro de outros para preservar seus padrões
jetas, práticas de rescisão de contratação de funcio- éticos.22
nários.19 Como você lidaria, por exemplo, com um
pedido do patrão para deixar de citar o defeito de
Qualidade de Vida no Trabalho
um produto que você está vendendo, a não ser que o
cliente pergunte especificamente a respeito dessa Um elemento fundamental em qualquer comprome-
característica? Ou então, você responderia ao pedi- timento com a ética no trabalho e a responsabilidade
do de uma carta de recomendação de um funcioná- social da organização é o tratamento dado aos funci-
rio problemático, isto é, daria referência favorável onários. Todas as organizações devem ser adminis-
para que ele fosse contratado? tradas visando ao sucesso, mas também à satisfação
Cada vez mais organizações estão oferecendo das pessoas que fazem o trabalho.
programas de treinamento em ética, que ensinam e O termo qualidade de vida no trabalho (QVT) é
reforçam o esquema mostrado em O Gerente Eficaz notável no comportamento organizacional, como in-
1.2. Isto constitui uma forma de ajudar as pessoas a dicador da qualidade geral da experiência humana
desenvolver uma disciplina pessoal para lidar com no local de trabalho. Expressa uma forma especial de
dilemas éticos.20 Além disso, esses programas de trei- pensar a respeito das pessoas, do seu trabalho e das
namento ético ajudam a identificar e lidar com racio- organizações nas quais suas carreiras são realizadas.
nalizações comuns que podem ser usadas para justi- Também é um lembrete claro de que o ótimo desem-
ficar uma má conduta real ou potencial. Entre essas penho pode e deve ser atingido através de um alto
racionalizações, temos: (1) fingir que o comporta- nível de satisfação no trabalho. O comprometimento
mento não é realmente ilegal ou antiético; (2) per- com QVT pode ser considerado um valor adicional
doar o comportamento, raciocinando que na realida- do comportamento organizacional. Entre os vários
de ele constitui o melhor interesse da organização ou conceitos e teorias discutidos neste livro, por exem-
o seu; (3) fingir que o comportamento é aceitável plo, as fundações da QVT são refletidas em desta-
FUNDAMENTOS DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 35

O GERENTE EFICAZ 1.2

COMO LIDAR COM DILEMAS ÉTICOS

1. Reconhecer e esclarecer o dilema.


2. Conhecer todos os fatos possíveis.
3. Listar todas as opções.
4. Testar cada opção fazendo a pergunta: É legal? É certo? É benéfico?
5. Tomar a sua decisão.
6. Confirmar a sua decisão respondendo: “Como vou me sentir se (a) minha família descobrir?
(b) for publicado nos jornais?”
7. Então, e só depois, aja.

ques da excelência gerencial como: participação (en- temente diversas em termos de sexo, raça, etnia,
volver pessoas de todos os níveis de responsabilida- idade e capacidade física.
de na tomada de decisão); confiança – redefinição
• A gestão da qualidade total requer um compro-
de serviços, sistemas e estruturas para dar às pessoas
metimento total com alta qualidade, aperfeiçoa-
mais liberdade no trabalho; recompensa – criar siste-
mento contínuo e foco no consumidor.
mas de premiação que sejam justos, relevantes e con-
tingentes ao desempenho no trabalho; e poder de • Espera-se que os gerentes do atual ambiente de
reação – tornar o ambiente mais agradável e capaz trabalho ajam mais como treinadores e facilita-
de atender às necessidades individuais.23 De várias dores do que como os tradicionais chefes e con-
formas, o estudo do comportamento organizacional troladores do passado.
busca idéias práticas para ajudar as organizações a
atingirem um alto desempenho e ao mesmo tempo Como aprendemos sobre comportamento
oferecer sempre aos seus membros uma real qualida- organizacional?
de de vida no ambiente de trabalho.
• O aprendizado organizacional é o processo de
adquirir conhecimento e utilizar informações para
a adaptação bem-sucedida a circunstâncias mu-
RESUMO
tantes.
Por que o comportamento organizacional é • O aprendizado do comportamento organizacio-
importante no ambiente de trabalho de hoje? nal envolve mais do que somente ler o livro: é
necessário também se comprometer a aprender
• O comportamento organizacional é o estudo de
sempre com a própria experiência.
indivíduos e grupos em organizações.
• O Comportamento Organizacional é uma disci-
• As dramáticas mudanças nas organizações atuais
plina aplicada baseada em métodos científicos;
envolvem preocupação renovada com o serviço
usa a abordagem da contingência, reconhecendo
ao cliente e com o alto desempenho.
que as práticas gerenciais devem estar sob medi-
• Respeito por diferenças é um tema-chave nas or- da para se encaixar na natureza exata de cada
ganizações cujas forças de trabalho são crescen- situação.
36 SCHERMERHORN, HUNT & OSBORN

Como são as organizações como ambiente de • Os focos do Comportamento Organizacional po-


trabalho? dem ajudar a desenvolver e manter ambientes de
trabalho que ofereçam a seus membros alta qua-
• Uma organização é um grupo de pessoas que tra-
lidade de vida no trabalho.
balham juntas em uma divisão de trabalho com
um propósito comum.
• As organizações requerem tanto recursos materi- NOTAS
ais – tais como tecnologia, capital, matérias-pri-
1John Huey, “Managing in the Midst of Chaos”, Fortune (5 de Abril
mas –, quanto recursos humanos – pessoas que
realizam o trabalho necessário. de 1993), p. 38-48. Ver também Tom Peters, Thriving on Chaos
(New York: Knopf, 1991).
• Como sistemas abertos, as organizações obtêm 2O relatório básico sobre diversidade no ambiente de trabalho
recursos do seu meio ambiente, transformam-nos americano é Workforce 2000: Work and Workers in the 21st Cen-
em produtos finais e serviços e os devolvem ao tury (Indianapolis: The Hudson Institute, 1987). Para discussões
abrangentes ver Martin M. Chemers, Stuart Oskamp e Mark A.
meio ambiente para consumo. Costanzo, Diversity in Organizations: New Perspectivesfor a Chan-
ging Workplace (Beverly Hills, CA: Sage, 1995); e Robert T. Go-
Qual a natureza do trabalho gerencial? lembiewski, Managing Diversity in Organizations (Tuscaloosa, AL:
The University of Alabama Press, 1995).
• Um gerente é qualquer pessoa dentro da organi- 3Ver “Diversity: Beyond the Numbers Game”, Business Week (14 de
zação à qual uma ou mais pessoas se reportam. agosto de 1995), p. 60-61; Seção Especial: “Women in Business”,
The Wall Street Journal (26 de julho de 1995) “Blacks in America:
• As quatro funções da gerência são: (1) planeja- The Other Half”, The Economist (4 de Novembro de 1995), p. 35;
mento, estabelecimento de direções; (2) organi- os relatórios sobre pesquisas salariais para mulheres são da Asso-
zação, união de recursos e sistemas; (3) lideran- ciated Press, 16 de janeiro de 1996; Ross Howard, “Minority Ma-
ça, criação de entusiasmo na força de trabalho 4) les Fare Worst, Wage Disparity Study Says”, The Globe and Mail
(23 de outubro de 1995); Carol A. McKeen and Merridee L. Bu-
controle e garantia dos resultados desejados. jaki, “Taking Women into Account”, CA Magazine, Vol. 127 (Março
1994), p. 29-35; “Out of the Typing Pool, Into Career Limbo”, Bu-
• Os gerentes desempenham vários papéis interpes- siness Week (15 de abril de 1996), p. 92-94.
soais, de informação e de decisão, e ao mesmo 4Ver, por exemplo, Jay R. Galbraith, Edward E. Lawler III, e Associ-
tempo trabalham com redes de pessoas tanto ates, Organizing for the Future: The New Logicfor Managing Or-
dentro quanto fora da organização. ganizations (San Francisco: Jossey-Bass, 1993) e Peter Drucker,
Managing in a Time of Great Change (New York: Truman Talley,
• O desempenho gerencial baseia-se numa combi- 1995).
nação de habilidades básicas técnicas, humanas 5Michael Hammer and James Champy, Reengineering the Corpora-
e conceituais. tion (New York: HarperCollins, 1993).
6Ver Brian Dumaine, “The New Non-Manager Managers”, Fortune
Como a ética influi no comportamento hu- (22 de fevereiro de 1993), p. 80-84; Walter Kiechel III, “How We
mano das organizações? Will Work in the Year 2000”, Fortune (17 de maio de 1993), p. 38-
52.
• O comportamento ético é aquele aceito como 7Charles Handy, The Age of Unreason (Boston: Harvard Business
moralmente “bom” e “certo”, em vez de “mau” School Press, 1990). Ver também sua obra mais recente, The Age
ou “errado”. of Paradox (Boston: Harvard Business School Press, 1994).

• Entre as formas de encarar o comportamento, 8Peter Senge, The Fifth Discipline (New York: Harper & Row, 1990).
ético, temos a visão do individualismo, do utili- 9Tom Peters, “Managing in a World Gone Bonkers”, World Executi-
tarismo, dos direitos morais e da justiça. ve Digest (Fevereiro 1993), p. 26-29. Ver também Tom Peters, Li-
beration Management (New York: Knopf, 1992).
• O local de trabalho é uma fonte de possíveis dile- 10Ver Frederick W. Taylor, The Principles of Scientific Management
mas éticos, em que as pessoas podem ser requisi- (New York: W.W. Norton, 1967); Pauline Graham, Mary Parker
tadas, ou tentadas, a fazer coisas que violam pa- Follett-Prophet of Management (Boston: Harvard Business School
drões éticos. Press, 1995); Henri Fayol, General and Industrial Administration
(Londres: Pitman, 1949).
• A responsabilidade social da organização é a obri- 11Para detalhes específicos sobre os estudos de Hawthorne ver

gação de agir de forma ética como um todo. Ronald G. Greenwood e Charles D. Wrege, “The Hawthorne Studi-
FUNDAMENTOS DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 37

es”, em Daniel A. Wren e John A. Pearce 11 (eds.), Papers Dedica- 18Ver Blair Sheppard, Roy J. Lewicki, e John Minton, Organiza-
ted to the Development of Modern Management: Celebrating 100 tional Justice: The Search for Fairness in the Workplace (New York:
Years of Modern Management (Academy of Management 1986); Lexington Books, 1992); Jerald Greenberg, The Quest for Justice
Ronald G. Greenwood, A. Bolton and R. A. Greenwood, “Hawthor- on the Job: Essays and Experiments (Thousand Oaks, CA: Sage
ne Half a Century Later: Relay Assembly Participants Remember”, Publications, 1995).
Journal of Management (Outuno/Inverno, 1983), p. 217-231. 19Ver Steven N. Brenner e Earl A. Mollander, “Is the Ethics of Busi-
12VerJay W. Lorsch (ed.), Handbook of Organizational Behavior ness Changing?” Harvard Business Review, Vol. 55 (Janeiro/Feve-
(Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1987), para uma visão geral. reiro 1977), p. 50-57; Saul W. Gellerman, “Why ‘Good Managers’
13Ver Henry Mintzberg, The Nature of Managerial Work (New York: Make Bad Ethical Choices”, Harvard Business Review, Vol. 64 (Ju-
Harper & Row, 1973); Morgan W. McCall, Jr., Ann M. Morrison e lho/Agosto 1986), p. 85-90; Barbara Ley Toffler, Tough Choices:
Robert L. Hannan, Studies of Managerial Work: Results and Me- Managers Talk Ethics (New York: John Wiley, 1986); Justin G. Long-
thods, Technical Report No. 9 (Greensboro, N.C.: Center for Crea- necker, Joseph A. McKinney, e Carlos W. Moore, “The Generation
tive Leadership, 1978); John P. Kotter, The General Managers (New Gap in Business Ethics”, Business Horizons, Vol. 32 (Setembro/
York: Free Press, 1982); Robert E. Kaplan, The Warp and Woof (Of Outubro 1989), p. 9-14; John B. Cullen, Vart Victor, e Carroll Ste-
the General Manager’s Job, Technical Report No. 27 (Greensboro, phens, “An Ethical Weather Report: Assessing the Organization’s
NC: Center for Creative Leadership, 1986). Ethical Climate”, Organizational Dynamics (Inverno 1990), p. 50-
62; Dawn Blalock, “Study Shows Many Execs Are Quick to Write
14Mintzberg, op. cit., 1973. Off Ethics”, The Wall Street Journal (26 de março de 1996), p. Cl.
15Kotter,
op. cit., 1982; John P. Kotter, “What Effective General 20Desenvolvido em parte por Alan L. Otten, “Ethics on the Job:
Managers Really Do”, Harvard Business Review, Vol. 60 (Novem- Companies Alert Employees to Potential Dilemmas”, The Wall Street
bro/Dezembro 1982), p. 161. Ver Kaplan, op. cit., 1984. Journal (14 de julho de 1986), p. 17.
16Herminia lbarra, “Managerial Networks.” Teaching Note #9-495- 21Baseado em Gellerman, op. cit., 1986.
039, Harvard Business School Publishing, Boston, MA; ver tam-
bém Fred Luthans, Richard M. Hodgetts, e Stuart A. Rosenkrantz, 22Ver Paula M. Miceli e Janet P. Near, Blowing the Whistle (New
Real Managers (New York: HarperCollins, 1988); Fred Luthans, York: Lexington Books, 1992).
Stuart Rosenkrantz, e Harry Hennessey, “What Do Successful Ma- 23David A. Nadler e Edward E. Lawler III, “Quality of Work Life:
nagers Really Do?” The Jourrnal of Applied Behaviorat Science, Vol.
Perspectives and Directions”, Organizational Dynamics, Vol. 11
21, No. 2 (1985), p. 255-270.
(1983), p. 72-36; a discussão sobre “QWL” em Thomas G. Cum-
17Robert L. Katz, “Skills of an Effective Administrator”, Harvard mings e Edgar F. Huse, Organizational Development and Change
Business Review vol. 52 (Setembro/Outubro 1974), p. 94. (St. Paul, MN: West, 1990).

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