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AULA 5

GESTÃO ESTRATÉGICA DA
QUALIDADE

Prof. Guilherme Arruda Santos


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, vamos continuar a estudar a aplicação da qualidade em


projetos segundo o Guia PMBOK®. E como já foi destacado anteriormente, é
importante analisar de maneira estratégica quais os principais fatores associados
ao desenvolvimento de um projeto, contemplando entradas, técnicas e
ferramentas, bem como saídas.
Além disso, iremos trabalhar especificamente as saídas dos projetos, além
de abordar a garantia da qualidade, a forma de controle da qualidade do projeto.
No último tema, abordaremos de maneira ampla quais sãos os papéis da gestão
estratégica da qualidade em relação ao consumidor final.
É importante ter clareza de que um enfoque na gestão de projetos no
âmbito da gestão estratégica da qualidade é importante, tendo em vista que
atualmente a maioria das empresas utiliza essa importante metodologia na busca
e no alcance dos seus resultados.

CONTEXTUALIZANDO

O mercado, desde a Revolução Industrial, está cada vez mais competitivo


devido ao aumento da concorrência, seja por número de empresas ou pela
globalização; porém, o período durante o qual as organizações permanecem
ativas e no mercado está diminuindo.
Assim, para que esse cenário de permanência se modifique, é
imprescindível ter um diferencial, ou melhor, é indispensável que as empresas
atendam de forma impecável aos desejos e às necessidades de consumo dos
seus clientes, por meio de produtos adequados.
A utilização do Guia PMBOK vai ao encontro desse anseio das
organizações, que visam sempre a busca da melhoria contínua e da adoção
padrões de excelência

TEMA 1 – PLANEJANDO A QUALIDADE – SAÍDAS

Como vimos na aula anterior, para um correto planejamento, é importante


conhecer o escopo, as normas e as diretrizes às quais o projeto está sujeito. Na
etapa de saída do projeto, obteremos um produto, resultado ou serviço gerado por
meio dos processos. Sob esse aspecto, vamos elencar quais são os produtos

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gerados durante a etapa do planejamento do projeto, mais especificamente no
planejamento da qualidade conforme a Figura 1.

Figura 1 – Esquema segundo o Guia PMBOK®

Fonte: Guia PMBOK®, 2013.

1.1 Plano de gerenciamento da qualidade

O plano de gerenciamento da qualidade estabelece de forma geral o


controle da qualidade, a garantia da qualidade, bem como todas as políticas do
trabalho a ser realizado ou supervisionado pela equipe. Esse plano se baseia na
premissa de que a qualidade de todas as atividades é somente alcançada por
aqueles que têm a responsabilidade de executar o trabalho, sendo analisado
pelos que têm a função de verificar a qualidade. É muito importante destacar que
o plano de gerenciamento da qualidade é um plano auxiliar do conjunto para o
gerenciamento do projeto. Este documento fornece as entradas necessárias para
o plano geral do projeto, incluindo o controle da qualidade, a garantia da qualidade
e também abordagens de melhoria contínua de processos para o projeto.
O plano de gerenciamento da qualidade deve ser definido de acordo com
os requisitos do projeto, podendo ser formal ou informal, altamente detalhado ou
definido de formas gerais. A garantia de que as decisões sejam tomadas com
informações precisas está diretamente ligada com a etapa de revisão do projeto,
que ocorre durante o planejamento do mesmo, permitindo reduzir custos e atrasos
no cronograma, geralmente causados pelo retrabalho.

1.2 Plano de melhorias do processo

Segundo o Guia PMBOK (2013), o plano de melhorias no processo é um


plano auxiliar ou componente do plano de gerenciamento do projeto. A partir
desse entendimento, as áreas a considerar incluem:
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 Limites do processo  descrevem a finalidade do processo, seu início e
fim, suas entradas e saídas, o responsável pelo processo e as partes
interessadas.
 Configuração do processo  fornece uma representação gráfica dos
processos, com interfaces identificadas; é usada para facilitar a análise.
 Métricas do processo  com os limites de controle, permite a análise da
eficiência do processo.
 Metas para melhoria do desempenho  orientam as atividades de
melhorias no processo.

Diante disso, o plano de melhorias no processo detalha as etapas de


análise dos processos de gerenciamento de projetos e desenvolvimento de
produtos para identificar as atividades que aumentam o seu valor.

1.3 Métricas da qualidade

Podemos definir métrica como um atributo mensurável de uma entidade.


Caso esta entidade seja um projeto, uma métrica, por exemplo, poderia ser seu
tamanho. O tamanho é um atributo do projeto, podendo ser medido. Se
perguntarmos qual o tamanho determinado de um carro, seremos imediatamente
compreendidos pela maioria das pessoas; outros, por sua vez, antes de
responder, farão perguntas a respeito do detalhamento do tamanho do carro. Já
a métrica da qualidade descreve os atributos do projeto ou do produto, explicando
como o processo de controle irá realizar a medição do mesmo. As métricas da
qualidade são usadas durante a etapa da garantia e controle da qualidade,
permitindo medir o desempenho dentro do prazo, o controle do orçamento, a
frequência dos defeitos e também a confiabilidade.

1.4 Lista de verificação da qualidade

Os chamados checklists são uma ferramenta estruturada, utilizada durante


a verificação da execução de um conjunto de etapas; essa ferramenta é definida
com base nos requisitos e nas práticas do projeto.
Várias empresas já contam com listas padronizadas que garantem a
consistência das tarefas realizadas com frequência. As listas de verificação são
utilizadas durante o processo de controle da qualidade do produto ou serviço que
está sendo executado.

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1.5 Atualizações nos documentos do projeto

Todos os documentos do projeto devem ser atualizados de acordo com as


mudanças definidas durante a etapa de planejamento do projeto, e também
durante a etapa de planejamento da qualidade. Um dos itens que devem ser
atualizados é o registro das partes interessadas e a matriz de responsabilidades.
Esses dois documentos são essenciais durante todo o projeto.

TEMA 2 – GARANTINDO A QUALIDADE DO PROJETO

Uma vez estabelecidas as diretrizes do plano de qualidade do projeto, é


necessário garantir, monitorar e controlar sua execução. A garantia da qualidade
refere-se a um programa de acompanhamento sistemático, permitindo a avaliação
de um projeto ou produto, garantindo que o mesmo seja de alto padrão ou com os
padrões estabelecidos anteriormente. O conceito de garantia da qualidade está
associado também ao processo de auditoria dos requisitos da qualidade e dos
resultados das medições de controle, visando a garantia da utilização dos padrões
e definições operacionais apropriados.
É importante ressaltar que a garantia da qualidade inclui o processo de
melhoria contínua do processo, sendo um meio interativo de melhorar a qualidade
de todos os processos. Como já abordado nas aulas anteriores, o processo de
melhoria contínua visa reduzir o desperdício, bem como eliminar as atividades que
não agregam valor, permitindo o aumento da eficiência e da eficácia.

2.1 Auditoria da qualidade

Uma das ferramentas utilizadas para garantir a melhoria dos sistemas de


gestão da qualidade é a auditoria da qualidade. Esta por sua vez, tem como papel
principal a ajuda no atingimento dos seus objetivos, contribuindo também para a
execução das suas missões. É importante destacar que as auditorias da qualidade
já foram detalhadas em aulas anteriores.
A auditoria da qualidade pode ser conceituada como a avaliação de uma
situação existente em comparação com um modelo determinado ou práticas
geralmente aceitas, visando reduzir os desvios das determinações originais e,
sempre que possível, eliminá-los.
As normas ISO definem:

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 Auditoria da qualidade  uma forma de avaliação sistemática e
independente que tem como objetivo determinar se os resultados e
atividades da qualidade são compatíveis com grupos de ações planejadas
e se estas são apropriadas para o alcance dos objetivos.
 Auditoria da qualidade do processo  são uma análise e avaliação dos
elementos do processo. Essa avaliação permite corrigir as condições
aumentando a eficácia.
 Auditoria da qualidade do produto  um julgamento baseado em valores
objetivos da conformidade de um produto às características especificadas.

Além disso, é importante observar que, para uma boa auditoria da


qualidade, não basta que os auditores conheçam bem o Sistema de Gestão da
Qualidade – SGQ. É necessário que conheçam bem a natureza do negócio.
Portanto, um processo de auditoria deve ser planejado previamente, visando
identificar os riscos-chave do negócio, aspectos regulamentadores e estatutários
relacionados à conformidade, além de avaliar os processos definidos pela
organização e conduzir uma análise crítica da documentação.
Outro item importante que deve ser levado em conta é a aplicação
sistemática de auditorias da qualidade colaborando com o ciclo de melhoria
contínua da organização, conhecido como PDCA e já abordado por nós em aulas
anteriores.

2.2 Análise do processo

A identificação da causa básica dos problemas encontrados nos processos


deve ser realizada de acordo com uma sequência de procedimentos lógicos,
seguindo etapas descritas no plano de melhorias no processo, visando a
identificação das melhorias necessárias.
Essa forma de análise permite identificar os problemas ocorridos, assim
como as restrições encontradas. O Diagrama de Causa Efeito é uma ferramenta
utilizada para identificar a causa-raiz de problemas de qualidade, e é também
conhecido como Diagrama de Ishikawa (ou também como Diagrama de Espinha
de Peixe), como mostra a Figura 2, que registra os possíveis problemas
relacionados a uma empresa de ônibus.

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Figura 2 – Exemplo: espinha de peixe – possíveis problemas em uma linha de ônibus

O objetivo desta técnica é mapear os fatores que afetam um problema


gerando um efeito negativo ou resultado desejado. O primeiro passo para a
construção desse diagrama é mapear os problemas (efeitos) a analisar e
perguntar quais são seus itens causadores. Para facilitar esse processo de
identificação devemos utilizar ferramentas já abordadas na etapa do
planejamento, como brainstorming ou dinâmica de grupo. As principais causas
desses problemas são colocadas como uma espécie de espinha, como é possível
observar no exemplo citado acima. Para facilitar o processo de identificação das
causas, podemos utilizar os 6Ms, ou seja: materiais; métodos; máquinas; mão de
obra; meios de medição e meio ambiente.

2.3 Atualizações em ativos de processos organizacionais

Após planejarmos, devemos também garantir a qualidade, assim como


manter os padrões de qualidade atualizados. O programa de melhoria da
qualidade deve adotar ações que aumentem a eficiência e/ou a eficácia das
políticas dos processos e dos procedimentos da organização executora.
Na etapa da qualidade, os elementos do plano de gerenciamento da
qualidade devem ser atualizados, incluindo o plano de gerenciamento da
qualidade bem como os documentos como relatórios de auditorias de qualidade,
planos de treinamento e documentação dos processos.

TEMA 3 – CONTROLANDO A QUALIDADE DO PROJETO

Conforme citado anteriormente, o processo de controle da qualidade


envolve o monitoramento contínuo dos resultados do projeto, buscando identificar
e eliminar as causas dos resultados insatisfatórios, avaliando o desempenho e
recomendando as mudanças necessárias. É importante ressaltar que o controle
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da qualidade deve ser realizado durante todo o projeto. O controle da qualidade,
em geral, é realizado por um departamento da qualidade, que tem como escopo
identificar as causas da baixa qualidade do processo/produto, recomendando e
executando as ações necessárias para a eliminação dos problemas encontrados.
O monitoramento e o controle dos resultados do projeto podem ser feitos
utilizando-se uma abordagem mais reativa, com foco na inspeção – ou, como
também são chamadas, revisões do produto. Esse tipo de intervenção permite
segregar o que não está conforme, mas não previne sua ocorrência. Já a
abordagem de controle estatístico de processo (CEP) permite intervir no projeto e
em suas várias saídas em tempo real. A principal ferramenta para o CEP é o
gráfico de controle.

3.1 Gráficos de controle

Os gráficos de controle, já abordados anteriormente, visam monitorar os


resultados de um processo ao longo do tempo, observando o que está sob
controle ou fora de controle. Se o processo estiver sob controle, a variabilidade
nos resultados deve-se apenas às causas comuns, estando dentro dos limites
aceitáveis de variação típicos daquele processo. Caso o processo esteja fora dos
limites, sua variabilidade é atípica e oriunda de causas especiais.
As ferramentas apresentadas nesta aula para identificar as causas-raiz
devem ser utilizadas para eliminar causas especiais de variação, tomando
medidas corretivas para anular as causas e evitar que elas não voltem a ocorrer.
Contudo, é importante observar que um processo sob controle pode ser
melhorado, mas é preciso que haja uma intervenção em seus métodos e recursos,
ou seja, uma reengenharia (breakthrough). Para tal, devemos seguir a trilogia da
qualidade de Juran (já apresentada anteriormente) que trata de planejamento,
controle e melhoria.

3.2 Histograma

Outra ferramenta importante é chamada de histograma, sendo uma das


ferramentas básicas de qualidade. Ela é usada para resumir graficamente a
distribuição e a variação de um conjunto de dados do processo. A distribuição de
frequência apresenta quantas vezes cada valor diferente de um conjunto de dados
ocorre. Essa ferramenta é composta por um gráfico de barras verticais, no qual
cada coluna representa um atributo ou uma característica de um problema ou

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situação. A altura de cada coluna representa a frequência relativa da
característica. É possível apresentar as mesmas informações em uma tabela, no
entanto, o formato de apresentação gráfica geralmente torna mais fácil a
visualização da relação entre os problemas e as características.

3.3 Inspeção

A inspeção é o exame de um produto de trabalho para determinar a


conformidade em relação aos padrões documentados. Este tipo de técnica tem
como resultados medições que podem ser obtidas em qualquer nível, sendo
chamadas também de revisões, revisões por pares, auditorias ou homologações.
As inspeções de qualidade também são usadas para validar os reparos dos
defeitos.
Esse tipo de verificação é realizado após o produto ter sido totalmente
processado, quando é classificado em duas categorias: aceito e rejeitado. Ela tem
o objetivo de verificar a qualidade das partidas apresentadas de acordo com as
especificações de fornecimento ou de recebimento, utilizando critérios de
amostras já abordados anteriormente.

TEMA 4 – O GERENTE E A EQUIPE DO PROJETO

Antes de iniciarmos a abordagem sobre o papel do gerente e da equipe do


projeto, é importante ressaltar em qual etapa este tópico se encontra e como ele
interfere no processo produtivo de um projeto. Abaixo, como apresentado em
aulas anteriores, podemos observar o Diagrama de Venn, referente à qualidade
do projeto. Na área em laranja, abordamos os conceitos relacionados ao papel do
Gerente do Projeto e sua equipe.

Figura 3 – Diagrama de Venn

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A experiência prática e o conhecimento administrativo tornam o gerente de
projetos um dos motivos principais para o sucesso dos projetos. É por esse motivo
que o gerente de projetos é a pessoa central nesse desenvolvimento. Ele deverá
identificar as funções e os trabalhos a serem executados durante a realização do
projeto. É por esse motivo também que o gerente de projeto deve desempenhar
papéis importantes dentro de uma organização, ocupando cargos de chefia, ou
até mesmo de diretor geral da instituição.
A principal precaução que o gerente de projetos deve tomar é providenciar
para que a adequada atenção seja dada a todos os elementos constituintes do
sistema do projeto. Muitos elementos do projeto podem ter pouco relacionamento
direto com o sistema que está sendo trabalhado, porém, podem ser críticos para
o seu sucesso. A maioria dos projetos envolve um número diferente de unidades
organizacionais, sendo elas vinculadas a serviços ou suporte de capacitação,
assim como também um grande número de pessoas que podem estar
interessadas em vários aspectos do projeto.
Além disso, o gerente de projetos deve se precaver: todos os elementos
constituintes do sistema de projeto devem estar relacionados diretamente com o
sistema trabalhado, sendo crítico em cada etapa do projeto. A responsabilidade
do gerente representa suas obrigações em relação aos resultados, atividades ou
padrão de conduta. Dessa forma, é possível afirmarmos que a sua
responsabilidade é a de assegurar a realização do projeto dentro dos padrões de
qualidade e desempenho.
Como o gerente de projetos na maioria das vezes faz parte da alta direção
da organização, ele deve estar engajado no processo de planejamento, garantia
e controle da qualidade, criando uma cultura relacionada ao aumento de
desempenho, eficácia e eficiência.
Essa responsabilidade está diretamente associada às tarefas e atividades,
e não necessariamente à missão fundamental do cargo de gerente de projetos,
que em essência é assegurar que o projeto sob sua responsabilidade seja bem-
sucedido. O papel importante do gerente de projetos é o de assegurar que as
ferramentas de qualidade definidas ao longo do processo de planejamento estão
sendo aplicadas, bem como acompanhar o processo de garantia da qualidade,
participando das auditorias, analisando relatórios e também promovendo o
controle da qualidade em todas as etapas do projeto.

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4.1 Equipe do projeto

Além do gerente, todo projeto contempla uma equipe que planeja, executa
e controla os processos relacionados ao projeto. Obviamente, em muitos projetos,
dadas as necessidades apresentadas de recursos humanos, a disponibilidade
nem sempre existe. Nesses casos, deve ser desencadeado um processo de
seleção de recursos o mais cedo possível.
Para realizarmos uma seleção adequada, devemos analisar dois fatores:
natureza do cargo e competências profissionais. No caso da qualidade, os
profissionais devem apresentar conhecimentos específicos, bem como entender
a utilização de ferramentas e técnicas relacionadas à gestão da qualidade.
É importante ressaltar que, embora as equipes se motivem a buscar
resultados, elas não têm visibilidade dos objetivos e, portanto, a busca dos
resultados torna-se ineficaz, gerando o descompasso entre as equipes,
diminuindo a motivação e comprometendo a eficácia dos projetos.

TEMA 5 – ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE A QUALIDADE

Já discutirmos em aulas anteriores as questões relacionadas à gestão


estratégica da qualidade, porém, é importante ter claro que o conceito de
qualidade está diretamente ligado à satisfação do cliente, ao controle de
processos, à uniformização, à melhoria contínua, à obtenção de melhorias e aos
benefícios no que se refere ao tempo e aos insumos. Nesse contexto, a Gestão
da Qualidade é utilizada para desenvolver a melhoria do comportamento
organizacional e, por consequência, desenvolver a vantagem competitiva nas
empresas.
Evidencia-se que, ao utilizar as ferramentas da qualidade, a empresa
proporciona qualidade aos clientes, visto que os produtos atenderão às
necessidades dos que deles se utilizarem. Todavia, é importante destacar que
qualidade é sinônimo de falta de defeitos e adequação do uso.
A gestão da qualidade tem como finalidade a uniformização dos processos,
que deve acontecer por meio de planejamento, controle e aprimoramento,
garantias da qualidade de produtos e serviços. Logo, verifica-se que as empresas
precisam seguir um procedimento que vise a qualidade em todo o sistema de
gestão, notando que todas as ações influenciam as tomadas de decisão e os

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sistemas. Esse procedimento tem como consequência a obtenção e manutenção
da qualidade de seus processos, produtos e serviços.
É preciso ressaltar, ainda, que qualidade tem muitos significados, como já
mencionado nas primeiras aulas. Esses significados se alteram conforme o
contexto e, no caso das empresas, qualidade é sinônimo de conformidade aos
requisitos dos clientes, atendimento das necessidades dos stakeholders e
prevenção e gerenciamento de não conformidades, além da correção de possíveis
problemas.
Os processos de melhoria contínua da qualidade podem ser baseados no
ciclo PDCA. Já os Sistemas de Gestão da Qualidade oportunizam benefícios às
empresas. Entretanto, é importante destacar que existem muitas dificuldades na
implementação da qualidade.
Entre os benefícios da gestão da qualidade destacamos:

 Melhoria nos processos, produtos e serviços.


 Aumento da satisfação dos clientes.
 Melhoria da imagem da empresa, abertura de novos mercados.
 Maior vantagem competitiva diante da concorrência.

Entre as dificuldades na gestão da qualidade elencamos:

 Resistência à mudança.
 Dificuldade no entendimento e aceitação de determinados preceitos da
qualidade.
 Falta de comprometimento da média gerência e baixo envolvimento da alta
direção.
 Aporte pequeno de capital para as atividades associadas à qualidade.

As ferramentas da qualidade são empregadas com a finalidade de


desenvolver, implementar, monitorar e melhorar a qualidade nas empresas.
Nesse sentido, é lógico destacar que os programas e as ferramentas da qualidade
são artefatos necessários para que os Sistemas de Gestão da Qualidade sejam
eficientes e eficazes.
Quando a empresa verifica a satisfação do cliente com a finalidade de
melhorar a sua qualidade, no que se refere aos seus serviços e produtos, verifica-
se a utilização dos programas e das ferramentas da qualidade. Destacamos que,
com esse exercício, a organização está promovendo a confiabilidade, o que, por

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consequência, resulta em vantagens para a empresa em relação a instituições
concorrentes.
Antes de qualquer coisa, você precisa saber que o conceito de qualidade
não é estático, porque ele se modifica de pessoa para pessoa, época para época.
O que é importante para uma pessoa não é necessariamente importante para
outra. Por exemplo, para um jovem, um celular tem de ter, na maioria das vezes,
jogos instalados, mas, para um empresário, deve ter aplicativos para relatórios.
Nesse sentido, a empresa deve atender às expectativas e encontrar as
características mais aceitas pelo mercado em questão.
Confira as cinco abordagens da qualidade que induzem um cliente ao
consumo:

 Transcendental;
 Baseada no produto;
 Baseada no usuário;
 Baseada na produção;
 Baseada no valor.

Partindo do pressuposto anterior, verificamos que, para se manter no


mercado competitivo, as empresas precisam de processos que visem a qualidade,
não é mesmo? O primeiro passo é estabelecer os requisitos do produto, com base
na procura dos indivíduos no mercado, devendo a empresa tratar a qualidade de
forma estratégica. Assim, podemos concluir que a organização fará uma gestão
em que todos os indivíduos pertencentes a ela estarão envolvidos com a finalidade
de atingir a sobrevivência no mercado por meio de procedimentos e atividades
que estejam pautados na qualidade.
As atividades de planejamento, controle, garantia e melhoria podem ser
visualizadas como subsistemas do Sistema de Gestão da Qualidade, unificando-
se com um único objetivo: a qualidade. Logo, esses subconjuntos visam assegurar
que os processos atendam às necessidades e às expectativas dos indivíduos que
utilizaram o produto.
Agora, que tal verificarmos cada uma das atividades citadas?

 Planejamento: é a base da Gestão da Qualidade, ou seja, é por meio dele


que a organização alinha suas atividades e, principalmente, define seus
objetivos. Logo, com a ajuda do planejamento é que se definem as metas
a serem alcançadas, bem como modo de operação e recursos a utilizar.

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 Controle: está intrinsecamente ligado ao cumprimento das metas
estabelecidas no planejamento da qualidade, sendo imprescindível para
adquirir e manter qualidade em um produto, processo ou serviço. Portanto,
para controlar, é necessário verificar o produto, serviço ou processo na
prática para depois compará-lo com o planejado; se houver divergência,
deve-se eliminar as causas do problema.
 Garantia: consiste no gerenciamento da qualidade perante o consumidor,
ou seja, é nesse momento que a empresa deve fazer a auditoria do seu
processo produtivo e as revisões.
 Melhoria: tem como objetivo o aprimoramento das atividades e dos
processos, buscando a satisfação constante do consumidor, visto que essa
satisfação é atemporal e, por consequência, modifica-se de tempos em
tempos.

Esse conjunto de processos dá à qualidade uma visão estratégica na


empresa.

FINALIZANDO

Chegamos ao fim da nossa quinta aula, e nela vimos novamente o conceito


e a aplicação em projetos da Gestão Estratégica da Qualidade. Você ainda se
lembra de como realmente ocorre a aplicação da qualidade em projetos?
Especificamente, vimos as saídas de um projeto, o gerenciamento da
qualidade do projeto e o controle da qualidade do projeto. Elencamos quais são
os produtos gerados durante a etapa do planejamento do projeto, mais
especificamente nas saídas do planejamento da qualidade. Destacamos o plano
de gerenciamento da qualidade que estabelece, de forma geral, o controle da
qualidade, a garantia da qualidade, bem como todas as políticas do trabalho a ser
realizado ou supervisionado pela equipe. O plano de melhorias no processo
detalha as etapas de análise dos processos de gerenciamento de projetos e
desenvolvimento de produtos para identificar as atividades que aumentam o seu
valor.
Vimos também as métricas da qualidade, que são consideradas como um
atributo mensurável de uma entidade, além de abordarmos os chamados
checklists ou, como são conhecidos, as listas de verificação da qualidade,
utilizadas durante a verificação da execução de um conjunto de etapas.

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Além disso, abordamos a garantia da qualidade, que se refere a um
programa de acompanhamento sistemático, permitindo a avaliação de um projeto
ou produto, garantindo que o mesmo seja de alto padrão ou com os padrões
estabelecidos anteriormente.
Por fim, para o período que ocorre durante o gerenciamento da qualidade
de um projeto, abordamos o controle da qualidade do projeto, que envolve o
monitoramento contínuo dos resultados do projeto, buscando identificar e eliminar
as causas dos resultados insatisfatórios, avaliando o desempenho e
recomendando as mudanças necessárias.
O último tema pode parecer não estar vinculado aos temas anteriores em
alguns aspectos, mas é importante frisar que, além de definirmos as etapas da
qualidade de um projeto, devemos sempre ter claro o conceito de qualidade, de
sistema de gestão da qualidade e acima de tudo entendermos o mercado no qual
estamos inseridos.

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REFERÊNCIAS

CARVALHO, M. M.; RABECHINI JR, R. Fundamentos em gestão de projetos:


construindo competências para gerenciar projetos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

MENEZES, L. C. M. Gestão de projetos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

_____. NBR ISO 10006. Gerenciamento da qualidade – diretriz para a qualidade


em gerenciamento de projetos, 2006.

PALADINNI, E. P. Gestão estratégica da qualidade: princípios, métodos e


processos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

_____. Gestão da qualidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

PMI – PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project


management body of knowledge – PMBOK®. 5. ed. Project Management
Institute, 2013.

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