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Capítulo II

Teorias explicativas do
conhecimento
Teorias explicativas do conhecimento

• Iremos apresentar as teorias de: Descartes e


David Hume

Descartes (Racionalismo)
Hume (Empirismo)
Teorias explicativas do conhecimento

• Ao estudarmos os autores referidos, seremos


orientados por quatro questões fundamentais:
1. O conhecimento é possível?
2. A razão dá-nos conhecimentos acerca da realidade,
independentemente da experiência?
3. Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde
pode ir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a
realidade tal como é em si mesma?
4.Como é justificado o conhecimento?
O projeto de fundamentação rigorosa
do saber

Descartes, filósofo francês nascido a 31 de Março de


1596 na cidade francesa de La Haye, pretende efetuar
uma reforma profunda no conhecimento humano.

A atitude de Descartes perante o saber do seu tempo


pode caraterizar-se segundo dois vetores:

1. O conjunto dos conhecimentos, que constituem o sistema do


saber ou o edifício científico tradicional, está assente em bases
frágeis.

2. Esse edifício científico é constituído por conhecimentos que


não estão na sua devida ordem.
A importância da dúvida

Trata-se de começar tudo de novo, do princípio. Esse


princípio tem de ser um conhecimento que resista a
todas a tentativas de o pôr em causa.
Se o conseguirmos encontrar, teremos o alicerce ou a
base que será o fundamento do sistema do saber que
pretendemos firme, seguro e bem organizado.

Esse princípio deve possuir, em suma, as seguintes caraterísticas:

● Deve ser de tal modo evidente que o pensamento não possa


dele duvidar.
● Dele dependerá todo o conhecimento.
A importância da dúvida
O que fazer então?
Avaliar a firmeza ou a solidez das bases em que assentam
os conhecimentos que me foram transmitidos.
Essas bases são:

1. A crença de que a experiência é a fonte dos nossos


conhecimentos, isto é, de que o conhecimento começa com
a experiência sendo os dignos de confiança.
2. A crença de que existe um mundo físico que, por isso
mesmo, constitui objeto de conhecimento.
3. A crença de que o nosso entendimento não se engana ou
não pode estar enganando quando descobre
conhecimentos verdadeiros
A importância da dúvida

Como avaliar a solidez destas bases ou destes alicerces?


Vamos submetê-los a um exame impiedoso, ou seja,
vamos tentar encontrar razões para duvidar da sua
verdade, utilizando este critério duplo:

1. Considerar como absolutamente falso o que for


minimamente duvidoso;
2. Considerar sempre enganador aquilo que alguma vez nos
tenha enganado.
Separando o verdadeiro do falso
 Descartes sempre se preocupou em dirigir bem o seu
espírito na procura da verdade.

 Para isso, inventou um método constituído por quatro


regras simples das quais se destaca a primeira.

 Esta ordena que se se considere como falso o que não for


absolutamente verdadeiro ou evidente (claro e distinto).
O primeiro nível de aplicação da
dúvida

Apliquemos então o princípio hiperbólico que orienta a


aplicação da dúvida:

- se devemos considerar sempre enganador o que nos


engana algumas vezes, então os sentidos não merecem
qualquer confiança.

Os sentidos não são fonte segura de conhecimento


O segundo nível de aplicação da
dúvida
Neste nível de aplicação da dúvida, Descartes questiona a existência de
uma realidade física independente do nosso pensamento. Será
indubitável a nossa crença imediata na existência de realidades físicas
ou sensíveis?

Há acontecimentos que, vividos durante o sonho, são vividos


com tanta intensidade como quando estamos acordados. Se
assim é, não havendo uma maneira clara de diferenciar o
sonho da realidade, pode surgir a suspeita de que aquilo que
consideramos real não passe de um sonho.

Há razão para acreditar que toda e qualquer


realidade física é uma ilusão
O terceiro nível de aplicação da
dúvida
Neste nível, Descartes vai pôr em causa aquilo que até então considera
o modelo do saber verdadeiro: o conhecimento matemático.

O argumento que vai abalar a confiança depositada nas


noções e demonstrações matemáticas baseia-se numa
hipótese ou numa suposição: a de que Deus, que
supostamente me criou, criando ao mesmo tempo o meu
entendimento, pode tê-lo criado de forma radicalmente
pervertida, tomando por verdadeiro o que é falso e por falso o
que é verdadeiro.

Há razão para acreditar que o nosso entendimento


confunde o verdadeiro com o falso
A descoberta de uma verdade
absolutamente indubitável
 Podemos agora ver qual o resultado da aplicação da
dúvida. Ela pôs em causa toda a dimensão dos objetos,
quer sensíveis quer inteligíveis.

 Nenhum objeto resistiu ao exame impiedoso da dúvida.


Neste momento, poderíamos julgar que reina o ceticismo:
tudo é falso, nada é verdadeiro, ou seja, nada resiste à
dúvida.

 Contudo, essa conclusão é precipitada porque, quando a


dúvida atinge o seu ponto máximo, uma verdade
indubitável vai impor-se.
A descoberta de uma verdade
absolutamente indubitável
Vejamos:

i) Duvidar é um ato que tem de ser exercido por alguém.

ii) Para duvidar, seja do que for e mesmo que seja de tudo,
é necessário que exista o sujeito que dúvida

iii) A dúvida é um ato do pensamento que só é possível se


existir um sujeito que a realiza.

Logo, a existência do sujeito que duvida é uma


verdade indubitável.
A descoberta de uma verdade
absolutamente indubitável
Assim, a célebre afirmação «Penso, logo existo» pode ser
traduzida, neste momento, nos seguintes termos:

● Eu duvido de tudo, mas não posso duvidar da


minha existência como sujeito que, neste momento,
duvida de tudo.

Duvido, logo, existo


A descoberta de uma verdade absolutamente
indubitável

Vejamos algumas caraterísticas desta primeira verdade:

1. Será o alicerce do conjunto de conhecimentos que a


partir dela descobriremos. Será o primeiro princípio do
sistema do saber.

2. É uma verdade puramente racional.

3. É uma verdade descoberta por intuição.

4. O «cogito» vai funcionar como um modelo de verdade:


serão verdadeiros todos os conhecimentos que forem tão
claros e distintos como este primeiro conhecimento.
A descoberta de uma verdade absolutamente
indubitável

5. Ao mesmo tempo que revela a existência de quem de


tudo duvida menos da sua existência, a primeira verdade
tem implícita outra: a essência do sujeito que duvida é ser
uma substância meramente pensante.

6. Ao mesmo tempo que descubro a minha existência


como sujeito pensante, descubro que a alma é distinta do
corpo.

7. O Cogito corresponde ao “grau zero” do conhecimento


no que respeita aos objetos físicos e inteligíveis.
À descoberta da existência de algo que exista
independentemente do sujeito pensante

Sei que sou imperfeito porque duvido. –Duvidar de tanta


coisa é sinal de imperfeição.
Mas como sei que duvidar é sinal de imperfeição?
Porque tenho consciência do que é ser perfeito, ou
seja, tenho no meu pensamento a ideia do que é ser
perfeito (Corresponde à ideia de um ser que possui todas as
perfeições em grau infinito).
A ideia de ser perfeito é, assim, uma ideia clara e
distinta.
Se está no meu pensamento, se sou eu que a descubro,
será que sou eu o seu autor?
Não. A causa da ideia de um ser perfeito não pode ser
causada por um ser imperfeito.
À descoberta da existência de algo que exista
independentemente do sujeito pensante

Por que razão não pode a ideia de um ser perfeito ser


causada por um ser imperfeito?
Porque seria absurdo que o efeito – a ideia de ser
perfeito – tivesse mais realidade e perfeição do que a
causa – nesta hipótese o sujeito pensante.

Só um ser perfeito ( dotado de todas as perfeições no


máximo grau ) pode ser causa da ideia de ser perfeito.
Esse ser perfeito é Deus
À descoberta da existência de algo que exista
independentemente do sujeito pensante
Mas, se esta ideia existe, será que existe um ser perfeito?

Para Descartes a existência é sinónimo de perfeição.

Assim, reflectindo sobre um ser sumamente perfeito formula

o argumento ontológico:

1.Um ser sumamente perfeito têm todas as perfeições

2. A existência é uma perfeição


3. Logo, existe um ser sumamente perfeito – Deus
Deste modo, da ideia de ser perfeito, Descartes conclui pela existência real
de Deus.

Descartes terá alcançado uma nova verdade que se irá revelar de importância
decisiva
A fundamentação metafísica do saber

Deus é omnipotente e perfeito, e como tal, não engana. Por isso


é a garantia da objetividade das verdades racionais.

O papel da veracidade divina (o facto de Deus não enganar e de ser a


fonte de todo o saber) é duplo:

a) É a garantia da validade das evidências atuais, isto é, das que estão


actualmente presentes na minha consciência.

b) É a garantia das minhas evidências passadas, isto é, não atualmente


presentes na minha consciência.
A recuperação das existência das realidades
físicas

«Concebo clara e distintamente que sou uma substância


pensante, que Deus existe e não me engana e que posso
confiar na validade do meu entendimento quando concebe que
as coisas sensíveis são extensas.»

.
Conclusão

a)O conhecimento é possível?

• A resposta cartesiana é afirmativa. Embora a dúvida pareça


conduzir à descrença na existência de verdades, Descartes não é um
cético.
• Com efeito, a dúvida propõe-se separar o verdadeiro do falso, o
que pressupõe a crença na existência de verdades.
• O ceticismo cartesiano é meramente metodológico.
• Aos céticos Descartes concede que não há conhecimento se as
nossas crenças não forem justificadas, mas não que elas não
possam ser justificadas.
Conclusão

b) A razão dá-nos conhecimentos acerca da


realidade independentemente da experiência?

• Sim. Descartes rejeita o empirismo. Os sentidos não são fonte de


conhecimento seguro. Descartes rejeita a ideia de que o
conhecimento comece com a experiência porque os sentidos nos
enganam.
Conclusão

c) Qual a extensão do nosso conhecimento? Até


onde pode ir o nosso conhecimento? Podemos
conhecer a realidade tal como é em si mesma?

• A razão, apoiada na veracidade divina, pode conhecer a essência


das coisas, constituindo conhecimentos cuja objetividade escapa à
dúvida.
Conclusão

d) Como é justificado o conhecimento?

• A objetividade do conhecimento, o facto de ser uma crença


verdadeira e não uma opinião, é justificada pela existência de um
Deus cuja veracidade garante a verdade quer das minhas evidências
atuais quer das minhas evidências passadas
O racionalismo de Descartes

O projeto cartesiano é o de reconstruir o sistema de


OBJECTIVO saber do seu tempo.

Esse sistema está desorganizado e baseado em falso


princípios.
RAZÃO DE SER
Os princípios do novo sistema do saber devem ser
DO PROJECTO verdades absolutas, totalmente indubitáveis.

Como descobrir princípios absolutamente


indubitáveis? Submetendo à dúvida os
ESTRATÉGIA conhecimentos existentes para ver se algum
resiste.

A dúvida é hiperbólica, implacável, transformando a


NATUREZA DA mais frágil suspeita em sinónimo de falsidade.
DÚVIDA
O racionalismo de Descartes
O QUE NÃO Todos os conhecimentos respeitantes a objectos quer
sensíveis quer inteligíveis (matemáticos e
RESISTE À intelectuais) ficam sob suspeita e são declarados
DÚVIDA falsos.

O primeiro conhecimento a resistir à dúvida é o da


existência do sujeito que duvida da realidade de
O QUE RESISTE todos os objectos.
À DÚVIDA
O sujeito que de tudo duvida menos da sua existência é
uma substância pensante, puramente racional, que
VERDADES QUE existe, mesmo que a existência do seu corpo seja
SE DEDUZEM DO duvidosa. A distinção Alma-Corpo é outro dos
PRIMEIRO princípios do novo sistema de saber.
PRINCÍPIO Deus existe necessariamente. Deus, uma vez que não
nos engana nem ilude, é a garantia da objectividade
O FUNDAMENTO dos conhecimentos que deles tenha consciência
METAFÍSICO DO actual ou não. É o fundamento metafísico de todo o
SISTEMA DO saber, o seu alicerce seguro e firme.
SABER
O racionalismo de Descartes

CONCLUSÃO

Podemos conhecer a realidade em si mesma


mediante a razão, sem qualquer apoio da
experiência. É possível um conhecimento
puramente racional – com a crença na
veracidade divina – dos princípios gerais que nos
permitem compreender toda a realidade.
O empirismo de David Hume

Para David Hume, todo o conhecimento começa com


a experiência. Os dados ou impressões sensíveis são as
unidades básicas do conhecimento. Este, divide o conteúdo
do conhecimento em duas espécies de consciência ou
percepções, são elas:

impressões ideias

David Hume
1711-1776
Impressões e ideias são o conteúdo do
conhecimento

Impressões: são os actos originários do nosso conhecimento e


correspondem aos dados da experiência presente ou actual. As
sensações são um exemplo de impressões.

Ideias: são as representações ou imagens debilitadas, enfraquecidas,


das impressões no pensamento. As deias são uma impressão menos
viva, cópia enfraquecida da impressão original.

Distinção entre impressões e ideias:

As impressões propriamente ditas são todas as nossas sensações. As


ideias são imagens enfraquecidas dessas impressões
Não há ideias inatas
• As ideias são cópias das impressões. Isso significa que
estas derivam e dependem daquelas. Assim sendo, não
existem ideias a não ser as que o nosso entendimento
formou a partir da experiência ou das impressões
sensíveis. Todo o conhecimento começa com a
experiência e deriva dela.. Se as ideias são cópias ou
imagens das impressões, elas derivam da experiência.
Não há ideias inatas, isto é, ideias que precedam as
impressões correspondentes.
Os tipos de conhecimento
● O conhecimento divide-se em dois tipos referidos
por Hume: Conhecimento de ideias e Conhecimento
de factos

• Conhecimento de ideias: Consiste em analisar o


significado dos elementos de uma proposição, em
estabelecer relações entre as ideias que a proposição
contém.
• Conhecimento de factos: Este tipo de
conhecimento implica um confronto das proposições
com a experiência. Os conhecimentos de facto são
proposições cujo valor de verdade tem de ser testado
pela experiência.
Os tipos de conhecimento

A experiência

Percepções

Impressões Ideias

Sensações Paixões Emoções

Conhecimento Relações de ideias


de facto
Os conhecimentos de facto e a
relação de causalidade

O que entendemos exactamente por relação causal?

Por relação causal ou de causalidade entendemos uma


conexão ou ligação necessária entre acontecimentos.

Por exemplo: A

Um determinado aumento de temperatura é a causa

da dilatação de certos corpos.

B
Os conhecimentos de facto e a
relação de causalidade
Mas o que significa dizer que A é a causa de B?
Significa dizer: Sempre que, em certas condições,
acontece A, acontece ou sucede necessariamente B.

Mas será que temos experiência desta ideia de conexão


necessária?
Quando dizemos que, acontecendo A, sempre
acontecerá B, estamos a falar de um facto futuro, que
ainda não aconteceu.

É aqui que Hume diz que ultrapassamos o que a experiência nos


permite. Não podemos ter conhecimento de factos futuros
porque não podemos ter qualquer impressão sensível ou
experiência do que ainda não aconteceu.
Os conhecimentos de facto e a
relação de causalidade
Como nasce então a ideia de uma conexão ou ligação
necessária entre causa e efeito?
De tantas vezes observarmos que um corpo dilata após
um determinado aumento de temperatura acontece isto:
sempre que vemos acontecer um dado aumento de
temperatura, concluímos, devido ao hábito, que certos
corpos vão dilatar.

A constante conjunção e sucessão de A e B levam a razão a


inventar uma conexão que ela julga necessária, mas da qual
nunca teve experiência. A necessidade aqui é meramente
psicológica.
Os conhecimentos de facto e a
relação de causalidade
● Contudo, o cepticismo de Hume não é radical. Hume
pensa que não podemos deixar de acreditar na ideia de
regularidade constante dos fenómenos porque, sem
essa crença, a vida seria impraticável.

● É importante notar que Hume nunca pretendeu com a


sua crítica afirmar que não há relações causais no
mundo. Não negou o princípio Não há efeito sem causa.
Unicamente afirmou que não podemos racionalmente
justificar uma tal crença.
Conclusão

a) O conhecimento é possível?

O conhecimento entendido como relação de ideias é possível. As


verdades lógicas e matemáticas provam-no. Contudo, o
conhecimento de factos, baseado na ideia de causa, não tem
justificação empírica ou racional. A ideia de causa unicamente
corresponde a um sentimento interno (hábito), sendo destituída de
objectividade.
Conclusão

b) A razão dá-nos conhecimentos acerca da realidade


independentemente da experiência?

Não. Todo o conhecimento do que existe e acontece no mundo


deriva da experiência, embora esta não possa garantir objectividade
aos nossos conhecimentos.
Conclusão

c) Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde pode


ir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a realidade
tal como é em si mesma?

O nosso conhecimento não pode estender-se para lá do que é dado


na experiência. Se a uma ideia não corresponde uma impressão
sensível, não podemos falar de conhecimento objectivo. É o caso da
ideia de causa que usamos nas ciências e no dia-a-dia. Julgamos que
um fenómeno é a causa de outro, mas da relação causal ou conexão
necessária entre dois acontecimentos não temos qualquer impressão
sensível. Só desses acontecimentos temos percepção sensível, mas
não da relação causal que supostamente os liga.
Conclusão

d) Como é justificado o conhecimento?

O conhecimento de facto seria, em princípio, justificado pela


experiência, dadas as bases empiristas da filosofia de Hume.
Contudo, ele é, em geral, um conjunto de expectativas que mais
tarde ou mais cedo podem ser desmentidas, não podendo ser
desmentidas, não podendo ser justificado nem dedutiva nem
indutivamente.
O empirismo de David Hume

TESE Todo o nosso conhecimento de factos depende


da experiência
FUNDAMENTAL

AS RELAÇÕES Todas as nossas ideias derivam direta ou


indiretamente de impressões sensíveis. São
ENTRE
cópias enfraquecidas destas.
IMPRESSÕES E
IDEIAS
Uma ideia só tem objetividade se for possível
AS CONDIÇÕES indicar a impressão de que é cópia.
DA
OBJETIVIDADE
Não podemos falar de conhecimento objetivo a
DO
não ser quando às ideias correspondem
CONHECIMENTO impressões sensíveis. Não podemos conhecer
algo de que não temos impressão sensível.
OS LIMITES DO Logo, o nosso conhecimento do que acontece
CONHECIMENTO no mundo não pode basear-se em algo que
DE OBJETOS não faça parte do mundo.
O empirismo de David Hume
Os conhecimentos de questões de facto – do que
acontece no mundo – consiste em descobrir as causas
O CONHECIMENTO
de certos efeitos. Mas a ideia de causa – de conexão
NÃO É OBJETIVO
necessária entre fenómenos – não obedece ao
OU
princípio da cópia. Não temos nenhuma impressão
RACIONALMENTE
sensível desta conexão, mas unicamente da conjunção
JUSTIFICÁVEL
e sucessão temporal de acontecimentos.

A ideia de causa é uma crença subjetiva que nos diz


A IDEIA DE CAUSA como funciona a nossa mente e não propriamente
É RACIONAL E como funciona o mundo. Resulta de um hábito:
EMPIRICAMENTE estamos habituados a pensar que, como não há efeito
INJUSTIFICÁVEL sem causa, mal acontece A, daí resultará
necessariamente B.

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