A importância da democratização do acesso à vacina contra
a covid-19
Após dez meses da declaração da pandemia do novo coronavírus, todos os
países se articulam no empenho do desenvolvimento da vacina e se preparam para o processo de vacinação em massa de suas populações.
No dia primeiro de dezembro de 2020, após uma longa reunião dos
membros técnicos do Ministério da Saúde, o Brasil apresentou seu plano de vacinação que foi elaborado considerando pontos como expectativas de prazos, grupos prioritários e seus processos de aquisição de agulhas e seringas e investimento para aquisições de câmaras frias para o armazenamento da vacina. Tudo indica que a vacinação deve ocorrer em quatro fases entre os meses de março e dezembro de 2021.
Na primeira fase, serão imunizados os trabalhadores da saúde, população
idosa a partir dos 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas, e por fim, a população indígena.
Na segunda fase, entram pessoas entre 60 a 74 anos.
Na terceira fase, deve ocorrer a vacinação de pessoas que apresentam
maior chance de complicação da doença, como portadores de doenças cardiovasculares, diabetes, doenças renais crônicas, pulmonares, hipertensão, câncer, anemia falciforme, além de pacientes transplantados e pessoas com obesidade grave.
E na quarta e última fase, serão imunizados professores, forças de
segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população carcerária.
Para as quatro fases, são estimadas aproximadamente 110 milhões
milhões de doses da vacina, considerando que os esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pelo Ministério da Saúde preveem a aplicação em duas doses. Ainda não há informações sobre a vacinação do restante da população nem sobre previsão de distribuição pela rede privada. As diferentes estratégias de distribuição dos imunizantes em todo o mundo geram debates acerca da democratização do acesso à vacina.
Em relação à números nós temos um sistema que confere donos à estas
vacinas, o que, no momento de pandemia, devíamos nos perguntar se é plausível este sistema uma vez que todos dependem desta solução.
Por exemplo, a Universidade de Oxford é dona de uma patente e ela
licenciou de forma exclusiva para uma companhia privada que agora detém o monopólio para fazer as negociações de ensaios clínicos e distribuições.
Por conta disto não será possível garantir que esta distribuição ocorrerá de forma equitativa e democrática.
Sabemos que o mercado farmacêutico é um oligopólio, então, algumas
poucas indústrias farmacêuticas dominam o mercado farmacêutico, e o que elas visam é lucro, obviamente.
Uma forma interessante de tornar democrático é que quando se tratar de
uma pandemia ou emergência nacional de saúde publica, pudéssemos ter as licenças compulsórias automáticas para todas as tecnologias uteis no enfrentamento da crise sanitária que não dependam dos donos das patentes.
Vivemos um momento muito triste com números avassaladores de casos e
mortes em detrimento da COVID-19 e a solidariedade e colaboração para que a gente possa enfrentar esta situação que impacta o mundo inteiro.
A mídia científica compartilha o conhecimento para ajuda mútua dos
pesquisadores, e este é um bom caminho.
Esperamos que o conhecimento não seja privatizado e sim compartilhado
quando temos que enfrentar uma crise de sanitização das maiores do século.
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