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Rio de Janeiro
Julho de 2009
ANÁLISE DE UM SISTEMA DE POSICIONAMENTO DINÂMICO PARA
NAVIOS ALIVIADORES
Aprovada por:
iii
À minha avó Nailda e Tia avó Nazilda, por serem influência em tudo na minha vida.
Elas tem uma preocupação de serem muito certas e me ensinaram isso, a ser certa,
correta, honesta, responsável, não faltar aos compromissos, não chegar atrasada etc.
São mulheres maravilhosas! Quero ser a metade do que vocês são. Peço a Deus
todos os dias que se eu tiver uma filha ela tenha a alma, o espirito de bondade e de
perdão que ambas possuem. Amo muito muito muito ...... vocês!
iv
Agradecimentos
Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo
mais que uma espectadora de mim mesma, eu tenho que ter o melhor espetáculo
que posso. E assim, me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco,
cenário para viver o meu sonho, entre luzes brandas e músicas invisı́veis (Fernando
Pessoa).
Dois anos passaram rápido, mas foram suficientes para encontrar pessoas so-
lidárias, generosas, cordiais e dedicadas, que se tornaram especiais, e em muitos
momentos, me comoveram pelo apoio, incentivo e amizade. Sem estas pessoas, cer-
tamente teria sido muito mais difı́cil. Todos contribuı́ram de alguma forma para
a realização deste trabalho. Neste momento da realização do meu sonho, tenho a
agradecer:
À vida, pois, através de sua grandiosa sabedoria e simples complexidade
permitiu-me evoluir através de experiências, algumas dolorosas, outras interessantes
e até aquelas engraçadas.
À Deus, que sabiamente me proporcionou a dádiva de desfrutar, admirar e es-
tudar os encantos, as perfeições e imperfeições desta casa terrestre, por me escolher
como membro desta infinita jornada em busca do saber, do descobrir. Por me guiar
às respostas para as minhas incessantes inquietudes e principalmente por ser minha
fortaleza nos momentos mais difı́ceis que ocorreram durante essa dissertação.
À Sergio Sphaier, meu orientador, por ter me recebido, pelo apoio, pela confiança
e pela à oportunidade de realização desse trabalho. Muito obrigada!
Aos professores e funcionários do Programa de Engenharia Oceânica em especial
ao Prof. Severino (Pessoa mais humana que conheci em toda minha vida) por
v
suas contribuições na minha formação e a funcionária Glace Farias pelo carinho de
sempre.
Aos meus Anjos da Guarda, muito solicitados, Suely, Marise e Lucimar. Jamais
irei esquecer o que fizeram e o que fazem por mim, o cuidado e do carinho de sempre.
Muito obrigada meus anjos!
Aos meu Pais (Telmo e Rosa), veı́culos fı́sicos para que eu estivesse aqui neste
momento, agradeço pela vida, amor, carinho e por mesmo sem perceberem serem
altamente motivadores. Mãe, obrigada pelas orações no momento em que a senhora
precisava muito mais do que eu. Saibam que cuidarei de vocês com todo zelo e amor
que uma filha deve ter por seu pais.
Ao meu melhor amigo e noivo George Ainsworth, uma pessoa muito muito es-
pecial que esteve sempre do meu lado, foi paciente, enxugou minhas lágrimas de
cansaço, me levantou quando eu quis desistir até os últimos segundos. Obrigada
pela amizade e lealdade. Jr, Te amo com todas as possibilidades que eu tenho para
amar alguém.
Ao meus meus amados irmãos Eva e Társis. Com quem aprendi que devemos
aceitar as pessoas do jeitinho que elas são. São os amores da minha vida!
Agradeço à minha famı́lia, aqui representada pela minhas Tias (Ester, Edla e
Luiza) e Primos ( Jailma, Junior, Val, Paulo, Junior e Xande), e à Dinha Juci, Aline
e Osvaldo que representam a minha raiz e a minha fonte de energia inesgotável, onde
busquei e reencontrei minhas forças para vencer os momentos de fraqueza e desânimo
e com isso pude chegar ao fim desse longo e muitas vezes solitário caminho.
Aos sobrinhos e primos que adoçam minha vida com a inocência da infância,
Victor, Júlia, Lavı́nia, Amanda e Caio.
Este parágrafo é dedicado exclusivamente a uma grande amiga Gorete Azevedo.
Agradeço a essa pessoa por ser a principal incentivadora da minha vinda ao Rio de
Janeiro. De todas as pessoas que já conheci ela sempre se mostrou fiel, dedicada e
principalmente honesta. Sua vida a tornou uma pessoa digna de muitos aplausos,
admirações e muito amor. Desejo a Gorete toda felicidade que uma pessoa pode
vi
querer na vida. Te adoro!
À minha amiga de infância, Karla por mesmo estando com problemas de saúde
sempre achou um tempinho pra querer saber como estou. Obrigada pelas orações e
amizade ao logo de tantos anos.
Aos amigos que conquistei durante minha vida, Joalice, Davi, Davi Filho, Tiago,
Márcia, Jailza, Jurema (obrigada por cuidar dos dois amores da minha vida) e
Cremilda. Obrigada pelo apoio, amizade, orações e principalmente por gostarem
muito muito de mim.
Aos amigos do CEFET, Eduardo, Izabel e Rosângela, por terem sido o inı́cio
dessa trajetória, pelo apoio, amizade e a principal torcida. Amo vocês!
Aos amigos de faculdade, em especial a Rafaella e Thaı́s por terem me propor-
cionado momentos maravilhosos e a certeza de que seremos amigas pra sempre.
Aos amigos de Base Naval, em especial a Pina, Gesteira, Victor, Jiuvan e Jorge.
Obrigada pelo cuidado, dedicação, amizade e torcida.
Aos amigos de apartamento, Rosana, Gustavo e Cescyle pelo apoio, carinho,
torcida, amizade e principalmente por me deixar muito mais perto do Nordeste.
Saibam que a convivência com vocês foi e é especial, amenizou muito a saudade
de casa. À Graziela Maria, peço desculpas por todo sofrimento que te fiz passar.
Saiba que hoje olhando pra trás pude perceber o quanto eu errei, espero que um dia
possamos apagar as coisas ruins e que eu possa proporcionar algo muito bom pra
compensar um pouco de tudo que te fiz.
Aos amigos de alma, Sara e Marcı́lio !!!!!!!
Aos amigos e colegas de turma, Amparo, Clarice, Cursino, Daniel Alves, Fábio,
Joelson, Jorge, Jorge Merino, Guilherme, Iran, Saulo, Nathali, Miguel. Mônica e
Vanessa por todos os momentos que estudamos e nos divertı́amos nos almoços. Com
certeza, serão inesquecı́veis.
Aos colegas do Laboceano, Marcelo, Igor, Vilaça e Matoso, obrigada pelo apoio
e pelas risadas.
Aos amigos do Programa de Engenharia Civil, Vanessa e Tamara, pela amizade,
vii
apoio e carinho, adorei conhecer vocês!
Gostaria de agradecer à equipe do CoppeTEX pelo desenvolvimento da classe
utilizada nesta dissertação.
À Agencia Nacional de Petróleo(ANP) pela concessão de bolsa para a execução
deste trabalho. Certamente, possibilitou-me total dedicação, empenho à pesquisa e
fortalecimento do meu amor à Engenharia Naval.
viii
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Julho/2009
ix
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
July/2009
This work presents case studies of a dynamic positioning system based on the
non-linear control methodology backstepping and the algotithm proportional inte-
gral derivative (PID). Both techniques were implemented with non-linear passive
observers. A non-linearized mathematical model was also adopted in order to de-
scribe the ship system and thus, allowing an autonomous positioning. The developed
controllers and observers were tested in a shuttle ship model with variable initial
conditions.
x
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Revisão bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2 Modelos Matemáticos 10
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Dinâmica do Navio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.2 Forças de Manobras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2.3 Forças devidas ao Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.4 Forças de Ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.5 Simulação e Controle da Dinâmica do Navio . . . . . . . . . . 20
2.2.6 Equações de Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3 Observador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.2 Modelo Grovlen-Fossen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3.3 Modelo Strand-Fossen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4 Controlador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4.1 Backstepping . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
xi
2.4.2 PID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.5 Alocador de Forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.5.2 Formulação geral do problema de Alocação de Forças . . . . . 39
2.5.3 Saturação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3 Estudo de Casos 42
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.2 Caracterı́sticas do Navio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2.1 Fase 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.2.2 Fase 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.2.3 Fase 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.2.4 Fase 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.2.5 Fase 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.2.6 Fase 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Referências Bibliográficas 89
xii
Lista de Figuras
xiii
3.18 Fase 3 - caso 1: deslocamento em sway, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.19 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.18). . . 56
3.20 Fase 3 - caso 1: deslocamento em yaw, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.21 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.20). . . 57
3.22 Fase 3 - caso 1: deslocamento em surge, utilizando o controlador
backstepping e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . 57
3.23 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.22). . . 58
3.24 Fase 3 - caso 1: deslocamento em sway, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.25 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24). . . 59
3.26 Fase 3 - caso 1: deslocamento em yaw, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.27 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.26). . . 60
3.28 Fase 3 - caso 2: deslocamento em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.29 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.28). . . 61
3.30 Fase 3 - caso 2: deslocamento em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.31 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.30). . . 62
3.32 Fase 3 - caso 2: deslocamento em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.33 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.32). . . 63
3.34 Fase 3 - caso 2: deslocamento em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.35 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.34). . . 64
3.36 Fase 3 - caso 2: deslocamento em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
xiv
3.37 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24). . . 65
3.38 Fase 3 - caso 2: deslocamento em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.39 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.38). . . 66
3.40 Força em surge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.41 Força em sway . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.42 Momento em yaw . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
3.43 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em surge, considerando a
saturação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.44 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em sway, considerando a
saturação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.45 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
turação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.46 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em surge, considerando a
saturação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.47 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em sway, considerando a
saturação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.48 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
turação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3.49 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em surge, considerando a sa-
turação dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador
de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
xv
3.50 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em sway, considerando a sa-
turação dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador
de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
3.51 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
turação dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador
de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
3.52 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em surge, considerando a sa-
turação dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
3.53 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em sway, considerando a sa-
turação dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
3.54 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
turação dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3.55 Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
3.56 Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3.57 Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3.58 Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.59 Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.60 Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
3.61 Fase 6:Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
xvi
3.62 Fase 6:Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
3.63 Fase 6:Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
3.64 Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.65 Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.66 Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
xvii
Lista de Tabelas
xviii
Capı́tulo 1
Introdução
1.1 Motivação
Nos últimos anos, a exploração de petróleo na costa brasileira vem batendo recordes
de exploração em águas profundas. Para garantir um alto escoamento do óleo do
campo em águas profundas para o litoral, é requerido um sistema que possa pro-
porcionar eficiência e segurança durante a operação de offloading . Com o avanço
tecnológico, modernos sistemas de posicionamento dinâmico podem garantir estas
condições e já vem sendo utilizados por diversas unidades de exploração como pla-
taformas semi-submersı́veis e navios aliviadores, entre outros.
No SPD - (sistema de posicionamento dinâmico) não existe ligação fı́sica da em-
barcação com o fundo do mar. Sensores acústicos determinam a deriva e propulsores
no casco restauram a posição da embarcação. Define-se posicionamento dinâmico
[1, 2], como um sistema que controla automaticamente a posição e aproamento de
uma embarcação por meio de propulsão ativa.
Em 1961 nos Estados Unidos, deu-se inı́cio ao desenvolvimento do sistema de
posicionamento dinâmico, quando o navio Cuss1 foi equipado com quatro thrus-
ters controlados manualmente. Nesse mesmo ano, um representante da Shell Oil
Company lançou o navio Eureka, que inicialmente também seria controlado manual-
mente, mas logo foi equipado com um sistema automático de posição e aproamento.
Em 1964, baseado no mesmo princı́pio foi lançado Cardrill equipado com quatro
1
thrusters governáveis e dois controláveis operando em paralelo. Em 1965 na França,
o navio Terébel, antes equipado com dois thrusters, foi reequipado com um con-
trolador analógico para manter a posição automaticamente [3]. Após a década de
70, diversos navios com posicionamento dinâmico começaram a operar, tornando-se
uma técnica difundida.
A figura (1.1) apresenta um diagrama de bloco de um sistema SPD o qual, como
pode-se observar é constituı́do pelos seguintes seguintes subsistemas [4]:
Processamento
de sinais
Alocação
de forças
Observador
Sistema
de gestão de Potência
energia
limite
Controlador
Comando Movimento do navio
de forças
Operador
2
• sistema de estima ou observação das posições do navio: é responsável por fil-
trar os erros de posição e reconstruir os estados não medidos do sistema. Sua
técnica consiste em desenvolver um modelo matemático que compara a esti-
mativa da saı́da com a saı́da medida, a diferença entre os dois sinais presentes
resulta em um resı́duo que é utilizado para análise.
Nos séculos XVII e XVIII, diversos dispositivos de controle foram criados no intuito
de poder resolver alguns problemas práticos, mas o desenvolvimento das técnicas
de controle só teve impulso no século XVIII com a Revolução industrial, devido ao
desenvolvimento de processos industriais.
Um dos primeiros trabalhos cientı́ficos aplicando teoria de controle foi do
astrônomo Airy em 1840 [5]. Airy desenvolveu um dispositivo de controle para
reposicionamento automático de um telescópio, modelando a dinâmica do sistema
através de equações diferenciais, dando origem a teoria matemática de controle com
realimentação (feedback control).
Um outro problema na época era o controle da velocidade de teares. Watt de-
senvolveu um sistema de controle usando o chamado pêndulo de Watt como sensor
de velocidade. Permitindo o controle em malha fechada da velocidade controlando a
3
injeção em máquinas a vapor, esse sistema apresentou um comportamento instável.
Em 1868, Maxwell publicou um artigo, analisando o comportamento dinâmico dos
sistemas de controle [6]. A abordagem usada foi a modelagem do sistema por
equações diferenciais, sendo que Maxwell demonstrou que, para determinadas faixas
de valores dos parâmetros, as soluções das equações eram instáveis.
Na mesma época, Routh e Hurwitz desenvolveram técnicas que permitiam de-
terminar diretamente a estabilidade do sistema sem a necessidade da solução das
equações [7, 8]. Vishnegradisky publicou um trabalho que analisava a estabilidade
de reguladores empregando equações diferenciais [9]. Mais tarde, alguns estudos uti-
lizando as técnicas de análise proposta por Vishnegradisky [9] introduzindo o con-
ceito de sistemas não variantes no tempo, porém sem solução pois, segundo Lewis,
apresentou o problema da estabilidade da equação caracterı́stica de Hurwitiz, que
resolveu o problema na forma numérica, de forma independente de Routh [7, 8, 10].
Um marco no desenvolvimento da teoria de controle foi a publicação de um
trabalho pelo matemático russo Lyapunov em 1897. Pouco divulgado no ocidente, o
trabalho de Lyapunov[11] continuou a ser desenvolvido na extinta União Soviética,
o que permitiu aos pesquisadores soviéticos grandes avanços no que diz respeito à
teoria de sistemas não-lineares.
Em 1907, foi instalado pela C. J. Tagliabue Company, em Nova Iorque, o pri-
meiro controlador de temperatura pneumático automático em uma unidade de pas-
teurização de leite. Na sequência, Bristol, desenvolveu um sistemas de controle
pneumáticos ao protocolar em 1914, o pedido da patente de um amplificador bocal-
palheta (flapper-nozzle amplifier), o qual era capaz de prover ação proporcional.
Em 1922, Minorsky realizou uma das primeiras aplicações de elementos delibe-
radamente não-lineares em sistemas a malha fechada em seu estudo de pilotagem
automática de navios. Em 1932, engenheiros da Bell Telephone Laboratories tra-
balhavam com o problema de comunicação à longa distância nos Estados Unidos. O
problema de reforço de sinais através de amplificadores levou ao desenvolvimento de
técnicas no domı́nio da frequência, técnica esta desenvolvidas por Laplace, Fourier,
4
Cauchy entre outros [12]. O grande problema a ser solucionado era como estender a
comunicação de massa para longas distâncias, periodicamente amplificando o sinal
de voz através de linhas telefônicas e separando as amplificações de ruı́dos a ela
associadas.
Em 1935, Clarridge criou um controlador de três termos que antecipava a va-
riação no sinal de erro para solucionar um problema de oscilação de uma malha de
controle de temperatura em uma indústria de celulose. Chamada inicialmente pelos
engenheiros de pre-act, a ação derivativa foi testada apenas em casos especiais até
o ano de 1939, quando surgiu uma versão totalmente reprojetada do controlador
PID - (proporcional integral e derivativo). No mesmo ano, a Foxboro Instrument
Company lançou o controlador pneumático Stabilog, o qual possuı́a a tecnologia
hyper-reset, baseada na derivada do sinal de erro.
Apesar do controlador PID ter demonstrado sua importância em algumas
aplicações consideradas difı́ceis, ainda havia grande dificuldade de difusão nos pro-
cessos industriais, onde não se considerava a controlabilidade no projeto das unidades
industriais, a complexidade e fragilidade dos elementos de atuação e a inexistência de
regras simples para ajuste dos parâmetros do controlador PID [13]. A primeira ten-
tativa de sucesso para resolver este problema aconteceu em 1942, através do artigo
Optimum Settings for Automatic Controllers, de Ziegler e Nichols [14], ambos da
Taylor Instrument Companies onde apresentaram dois procedimentos para sintonia
dos controladores, através de simples regras de ajuste baseadas em caracterı́sticas
dinâmicas do processo. Este trabalho foi um marco na história do controlador PID,
fazendo vários pesquisadores formularem novos métodos de ajuste a partir de suas
idéias originais.
O inı́cio da Segunda Guerra mundial estimulou a pesquisa em sistemas de con-
trole, visando o uso militar. Nos Estados Unidos o MIT foi um centro de desen-
volvimento de tais técnicas. Outros desenvolvimentos se seguiram, inclusive com o
aparecimento da técnica do lugar das raı́zes, criada por Evans em 1948. Este método
é utilizado no projeto e análise da estabilidade de sistemas de controle, pois fornece
5
uma representação gráfica das propriedades de um determinado sistema baseado nas
raı́zes da equação caracterı́stica do sistema. A teoria de controle ao final dos anos
1950 já consistia de um corpo de conhecimento consolidado, com forte ênfase em
técnicas baseadas no uso de métodos frequenciais e com muitas aplicações industri-
ais. No entanto a demanda por novas técnicas, especialmente no setor aeroespacial
impulsionou o desenvolvimento do chamado controle moderno. O controle moderno
retomou muitas idéias de Lyapunov, usando técnicas no domı́nio do tempo.
Em 1959, entrou em operação o primeiro sistema de controle assistido por com-
putador, em uma unidade industrial. O sistema de controle projetado foi o fruto
do estudo realizado por um grupo de engenheiros da Texaco em conjunto com en-
genheiros da companhia aeroespacial TRW - (Thomson Ramo Woodridge).
Entre 1950 a 1960, surgiram diversos trabalhos importantes, podendo ser desta-
cado o de Bellman em 1957, onde aplicou os princı́pios da programação dinâmica
para determinação da condição ótima em sistemas de controle [15]. Em 1958 Pon-
tryagin desenvolveu uma teoria aplicada a controles ótimos, relacionando o tempo
mı́nimo de atuação de um controlador para estabilização de sistemas não lineares,
que ficou conhecida como técnica do princı́pio máximo [16].
Em 1960, Kalman apresenta trabalhos que constituem o inı́cio da moderna teoria
de controle com realimentação. No primeiro trabalho, analisa os fundamentos das
funções controle de Lyapunov, no domı́nio do tempo, para controle e projeto de
sistemas não lineares [17]. No segundo trabalho, analisa o conceito da solução ótima
aplicada ao controle de sistemas no domı́nio do tempo e apresenta um conjunto de
equações para um regulador linear quadrático (Linear Quadratic Regulator - LQR)
[18]. No terceiro trabalho, discute sobre filtros ótimos e mostra que as variáveis de
estado podem ser estimadas em função de sua variância mı́nima. Ele apresenta uma
solução recursiva para sistemas não estacionários variantes no tempo empregando
a teoria de estima ou de observação e cria um algoritmo de projeto para um filtro,
que se tornou conhecido como filtro de Kalman [19]. Dando continuidade a esses
trabalho em 1961, Kalman e Bucy desenvolvem o filtro de Kalman contı́nuo [20] e
6
em 1963, o controle LQG - (Linear Quadrático Gaussiano), cujos ganhos ótimos do
regulador são dados pela solução da equação de Riccati e a estima ou observação
é feita por um filtro Kalman-Bucy o que permitiram processos de cálculo de ganho
em tempo real [21].
Em 1961, foi instalado, no chão de fábrica de uma empresa, o primeiro robô
industrial chamado de Unimate, da Unimation Inc. , resultado da combinação
de mecanismos articulados e a tecnologia de controle desenvolvida em máquinas
operatrizes com comando numérico. A partir da década de 60, devido à crescente
capacidade computacional dos computadores, houve um rápido desenvolvimento de
novas tecnologias de controle, como preditor de Smith, controle preditivo, controle
adaptativo, lógica Fuzzy, gain schedule, auto ajuste, redes neurais, controle robusto,
controle ótimo, entre outros.
No final da década de 1970 na União Soviética foi desenvolvida a técnica de
controle por modos deslizantes, como se pode verificar no trabalho de Utkin [22], que
cria uma técnica robusta para tratar as incertezas de modelo empregando funções
de controle de Lyapunov. A lei de controle é feita de forma que as trajetórias do
sistema sejam forçadas a deslizar para uma superfı́cie no espaço de estado desejado,
em um intervalo de tempo definido, e a permanecerem ali indefinidamente [23].
No final da década de 1980, surge a metodologia de backstepping um método
sistemático para projeto de controles não-lineares. O nome backstepping se refere à
natureza recursiva do procedimento de projeto. Em backstepping, a construção da lei
de controle é desenvolvida a partir de uma função de controle de Lyapunov. Diversos
trabalhos deram origem a técnica, destacando-se os trabalhos de Kodistschek [24],
Sontag e Sussmann [25], Tsinias [26] e Byrnes e Isidori [27]. Entretanto, cabe-
se ressaltar que a metodologia de backstepping recebeu grande notoriedade com o
trabalho de Kokotovic [28].
Hoje já temos trabalhos mais atuais aplicando tanto modos deslizantes como
backstepping. Em 1998, Aarset [29] aplica técnicas de backstepping que depois
foram adaptadas por Grovlen e Fossen em um rebocador de apoio [30].
7
Em 1998, Fossen apresenta mais dois trabalhos, o primeiro com Strand [31],
onde emprega o conceito de posicionamento ótimo em função do ambiente, onde o
aproamento do navio é automaticamente corrigido em relação a resultante das forças
ambientais de forma a fazer com que os momentos em yaw e forças transversais sejam
zero. O segundo foi com Grovlen [32], onde apresenta uma metodologia alternativa
de projeto, para estima de variáveis de estado aplicada a sistemas de posicionamento
dinâmico.
Em 2002, Tannuri desenvolveu uma nova metodologia para o projeto de con-
trolador de posição e aproamento baseado na teoria de controle robusto não-linear
por modos deslizantes [33]. Um pouco mais tarde, em 2005 Mesquita apresenta um
sistema de posicionamento dinâmico baseado em um observador passivo não-linear
e na técnica de controle backstepping. Tanto o observador quanto a lei de controle
foram construı́dos a partir de modelos matemáticos de simuladores de manobras de
navio para aplicações em tempo real [34], entre outros.
1.3 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo realizar uma exaustiva análise de casos para ava-
liar o comportamento de modelos matemáticos implementados em um Sistema de
Posicionamento Dinâmico de navios.
Para descrever a dinâmica do navio é empregada a clássica teoria de manobras
de navios. Nas equações de movimento são introduzidas as forças devidas às on-
das e as forças devidas ao vento. É introduzido um ruı́do para representar mais
realisticamente as observações de posição e aproamento em um caso real.
Dois observadores desenvolvidos por Grovlen e Fossen e por Strand e Fossen são
empregados para filtrar o sinal e determinar as váriaveis de estado velocidades. A
partir dos resultados dos observadores são aplicadas as técnicas de controle, modelos
PID e a metodologia de controle não-linear backstepping, para determinação das
forças a serem utilizadas pelo sistema propulsivo a fim de manter a posição e o
aproamento desejados.
8
Para realizar a análise dos modelos empregados uma série de casos são simulados
e o comportamento da resposta analisado.
9
Capı́tulo 2
Modelos Matemáticos
2.1 Introdução
10
trole, uma forma de abordar o problema é desenvolver simulações no tempo das
equações de movimento, levando-se em conta os diversos efeitos agindo sobre um
sistema, e então avaliar o comportamento resultante.
Com esse objetivo, neste trabalho é utilizado um simulador da dinâmica do navio
em que, para integração no tempo, utiliza-se o método de Runge-Kutta de quarta
ordem, onde a cada passo todas as forças e momentos são calculados em função da
forma do navio, de sua posição, de sua velocidade e sua aceleração. O simulador
considera os efeitos das ambientais e dos atuadores, introduz “erros de medição”e
emprega modelos de controladores e observadores.
O objetivo do controlador é fazer com que a saı́da do sistema, no caso a posição
e rumo do navio tendam a uma posição e rumo desejados. A leitura de saı́da do
sistema, por ser representada por um sinal de posição dado pelo DGPS e um sinal
de aproamento do giroscópio, é filtrada pelo observador e com ele são estimadas
as velocidades do navio, com isto as referências de posição e velocidades passadas
para o controlador são valores estimados. As estimativas de posições e aproamento
dados pelo observador são então utilizadas pelo controlador para determinar as ações
a serem executadas pelos atuadores para tentar manter a posição e o aproamento
desejados.
2.2.1 Introdução
11
um navio em movimento é mais conveniente extendê-la para sua aplicação em um
sistema solidário ao navio. Assim procedendo, escrevem-se as equações dos movi-
mentos de surge e sway . A extensão da segunda lei de Newton para momentos é
utilizada para descrever a equação do movimento de yaw . Desta forma, e consi-
derando que o sistema solidário não se encontra no centro de gravidade, os temos
inerciais apresentam acoplamentos e não linearidades [1]
São utilizados dois sistemas de coordenadas para representar o movimento do
navio, sendo OXY o sistema inercial e oxy o sistema solidário. O sistema de coor-
denadas solidário ao navio tem sua origem localizada no plano de linha d’água com
o eixo oz voltado para baixo. O ângulo formado pelos eixos OX e ox definem o
ângulo de aproamento (ou simplesmente o aproamento) ψ (ou ângulo de yaw).
X
U x
β
ψ Fu
N, r
Fv
O
Y
Sendo assim, levando-se em conta que navios são corpos simétricos, podemos
escrever as equações dos movimentos de surge, sway e yaw na forma abaixo.
Equação de forças na direção ox:
12
Equação de momento:
onde, m e I são a massa e a inércia do modelo, XHull , YHull e NHull são as forças
hidrodinâmicas atuantes no casco do navio devidas à velocidade relativa fluido corpo,
considerando a correnteza e a velocidade do corpo, que aqui chamaremos de forças
de manobra [35]. ua e va são as componentes da velocidade absoluta do corpo em
surge e sway e r e a razão de giro ou velocidade de yaw. XP rop , YP rop e NP rop
são as forças devidas aos propulsores. XRud , YRud e NRud são as forças devidas aos
lemes. XW ind , YW ind e NW ind são as forças devidas à velocidade relativa ar corpo,
considerando o vento e a velocidade do corpo. XW ave , YW ave e NW ave são as forças
devidas às ondas. XAnc , YAnc e NAnc são as forças a serem consideradas em caso do
sistema ser ancorado.
Definimos também as componentes da velocidade relativa corpo corrente em
surge e sway no sistema solidário u e v. Definindo C e α como o módulo e o ângulo
de incidência da corrente, podemos escrever:
dψ
A velocidade de yaw, ”rate of turn ”, é dada por dt
= r.
Sob a consideração que C é constante temos as acelerações relativas iguais as
acelerações absolutas, u̇ = u̇a e v̇ = v̇a .
Quando estivermos tratando problemas de posicionamento dinâmico com baixas
velocidades vamos reunir as forças devidas aos propulsores e às superfı́cies de controle
na forma de forças devidas aos atuadores de tal forma que XAtua = XP rop + XRud ,
YAtua = YP rop + YRud e NAtua = NP rop + NRud
13
2.2.2 Forças de Manobras
Quando o casco se move em um domı́nio fluido, este exerce sobre o casco forças de
reação ao seu movimento. Estas forças são chamadas de forças de manobras [36, 37].
Entre os problemas básicos tratados na teoria de manobras estão o da estabi-
lidade direcional e o da estabilidade em curso [38]. O primeiro caso refere-se à
capacidade de um navio avançar em linha reta sem a utilização do leme após ter
sofrido uma pequena perturbação. O segundo caso refere-se à capacidade do na-
vio manter um rumo auxiliado pelo leme. Em ambos os casos o navio avança com
velocidade de cruzeiro e pode estar sujeito a pequenos ângulos de deriva. Nesses
casos o problema pode ser tratado linearmente. As forças de manobra XHull , YHull e
NHull podem ser representadas por termos lineares e as equações de sway e yaw sâo
acopladas entre si, mas não têm acoplamento com a equação de surge . A medida
que se quer executar manobras como curva de giro, zig-zag e outras é necessário
ter uma representação das forças de manobra para maiores ângulos de deriva. As
forças XHull , YHull e NHull tem que ser modeladas por expressões mais complexas,
não lineares.
Navios aliviadores executando operações de offloading, drillships em operação
de perfuração, pipe laying barges em operação de instalação de dutos, navios ma-
nobrando em portos, navios ancorados, etc, estão sujeitos a manobras de baixas
velocidades e grandes ângulos de deriva. Nestes casos as forças hidrodinâmicas
XHull , YHull e NHull tem que ser modeladas por expressões não lineares. As forças
hidrodinâmicas são representadas na forma polinomial em função das velocidades e
das acelerações do corpo no sistema solidário. Aos coeficientes dos polinômios dá-
se o nome de derivadas hidrodinâmicas. Este nome deve-se ao fato do tratamento
inicial do problema [39] ser elaborado através do desenvolvimento das expressões de
forças em séries de Taylor. Uma vez truncadas têm a forma de polinômios.
Vale destacar que é comum realizar ensaios em tanques de prova com o objetivo
de levantar as expressões dessas forças. Através de um trabalho desenvolvido para a
E&P (Departamento de Exploração e Produção) da Petrobras foi desenvolvido pelo
14
orientador desta dissertação um modelo de manobra para um navio Aliviador da
Classe M da Transpetro com base em dados experimentais realizados no tanque de
provas do IPT. Este modelo foi posteriormente publicado em [40].Posteriormente foi
utilizada uma extensão do modelo para representar a força longitudinal. Clarissa
[41], em sua tese de mestrado, descreve modelo extendido para representar a força
longitudinal. Utilizando-se a notação de manobras na forma adimensional o modelo
pode ser escrito como:
Força Longitudinal
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
XHull = Xu̇ u̇ + XuU u + X|vvv|u | v 3 | u + X|vvv|v | v 3 | v + Xvr v r + Xrr r 2 (2.4)
0 0 0 0 0
onde, XuU , X|vvv|u , X|vvv|v , Xvr e Xrr são derivadas hidrodinâmicas do casco dadas
0 0
na forma de coeficientes adimensionais. XuU u representa a resistência viscosa do
casco ao avanço.
Força Transversal
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
YHull = Yv̇ v̇ +Yṙ ṙ +Yv v +Yv|v| v | v | +Yr r +Yr|r| r | r | +Y|r|v r v +Yur u r (2.5)
0 0 0 0 0 0 0 0
onde, Yv̇ , Yṙ , Yv , Yv|v| , Yr , Yr|r| , Y|r|v e Yur são derivadas hidrodinâmicas do casco
dadas na forma de coeficientes adimensionais.
Momento
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
NHull = Nv̇ v̇ + Nṙ ṙ + Nv v + Nv|v| v | v | +Nr r + Nr|r| r | r | +Nrvv r v 2
0 0 0 0 0 0 0 0
+Nrrv r 2 v + Nuv u v + Nur u r (2.6)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
onde, Nv̇ , Nṙ , Nv , Nv|v| , Nr , Nr|r| , Nrvv ,Nrrv , Nuv e Nur são derivadas hidrodinâmicas
do casco dados na forma de coeficientes adimensionais.
As forças devidas à incidência dos ventos são modeladas a partir de ensaios realizados
em túneis de vento para navios e disponibilizados pelo OCIMF [42]. São expressas
15
na seguinte forma:
uR = Vw cos(γ) − u (2.10)
vR = Vw sin(γ) − v (2.11)
As forças devidas às ondas podem ser divididas em forças de primeira ordem e
forças de segunda ordem. Tais conceitos estão bem consolidados na literatura e
aqui apresentaremos somente o procedimento utilizado no algoritmo do simulador.
Como programa auxiliar para geração dos RAOs (Response Amplitude Operator) dos
movimentos de primeira ordem e das forças de segunda ordem utiliza-se o WAMIT
[43].
16
O estado de mar é caracterizado pela função de densidade espectral Szz (ω)
em função da frequência tendo como parâmetros a altura significativa do mar e o
perı́odo médio ou o perı́odo de pico. Opcionalmente utiliza-se o espectro de Pierson-
Moskowitz modificado (ISSC) ou o espectro de Jonswap utilizado pela Petrobras para
a Bacia de Campos.
Como modelo para descrição da elevação da superfı́cie do mar é normalmente
considerado que se trata de um processo estocástico ergódico, e que a elevação da
superfı́cie livre em um ponto do mar pode ser representada pela superposição de N
harmônicos através da expressão
N
X N
X
z(t) = zn (t) = ζn cos(ωn t + θn ) (2.12)
n=1 n=1
p
onde zn (t) = ζn (ωn ) cos(ωn t + θn ) com amplitudes ζn (ωn ) = 2Szz (ωn )δω, em que
as frequências ωn assumem valores no intervalo (0, ∞); as fases ψn são variáveis
aleatórias independentes, com distribuição uniforme no intervalo [0, 2π]; que consti-
tuem o sinal.
Um conjunto de perı́odos é fornecido ao simulador. Para este conjunto de
perı́odos são determinadas os RAOs e as funções de transferência quadráticas. De
acordo com o espectro de mar escolhido para a simulação e os perı́odos, são calcu-
ladas as amplitudes das ondas do mar e arbitradas fases de forma aleatória. Com
os RAO’s e as fases são geradas as séries temporais das respostas de primeira or-
dem. Essas respostas são superpostas aos movimentos gerados pela integração das
equações da dinâmica do navio. As forças de segunda ordem devidas às ondas se
somam às forças devidas ao vento, à corrente, aos atuadores, a cabos, etc, gerando
as forças de excitação das equações de movimento que descrevem a dinâmica do
navio.
Os movimentos devidos às ações de primeira ordem de ondas são então dadas
por:
N
X
(k)
p
x (t) = RAO(k) (ωn ) 2Szz (ωn )δω cos(ωn t + θn + θn(k) ), k = 1, 2, 3 (2.13)
1
17
(k)
onde: RAO(k) (ωn ) e θn são as amplitudes e os ângulos de fase das respostas de
surge, sway e yaw para as frequências ωn e k = 1, 2, 3 indica os movimentos de
surge, sway e yaw respectivamente.
N X
X N
Fdrif t (t) = ζi ζj Pij (ωi , ωj )cos[(ωi − ωj )t + (i − j )] +
i=1 j=1
N X
X N
ζi ζj Qij (ωi , ωj )sin[(ωi − ωj )t + (i − j )] (2.14)
i=1 j=1
(k) (k)
Com os valores de Pij e Qij define-se a função de transferência quadrática das
forças de segunda ordem:
q
(k) (k) 2 (k) 2
Tij = Pij + Qij (2.15)
18
Deve-se observar que se retirarmos desta expressão os termos que correspondem
aos casos i = j temos:
Esta força independe do tempo. Sua ação sobre o corpo vai gerar a chamada força
de deriva média.
A força dependente do tempo, resultado da soma de todas as componentes em
que i 6= j na expressão acima, é chamada de força de deriva lenta
(k)
Para frequências diferenças muito baixas os coeficientes Qij são pequenos e po-
(k)
dem ser desprezados. Além disso, se montarmos uma matriz dos coeficientes Pij , as
combinações de frequências nos colocam próximos da diagonal da matriz. Newman
[45] mostrou que para esses casos o valor da função de transferência quadrática é
dado aproximadamente por:
(k) (k) ωi + ωj ωi + ωj
Tij = Pij ≈ P (k) ( , ) (2.17)
2 2
Deve-se observar que para cada movimento, surge, sway e yaw, temos uma matriz
(k)
Tijk e uma força de deriva Fdrif t (t) com as componentes de deriva média e deriva
lenta. Deve-se lembrar que o código WAMIT em sua versão de primeira ordem, gera
(k)
a diagonal da matriz Tij .
N
!
(1)
X (1)
Fwdd (t) = ζi2 Di u (2.18)
i=1
19
(1)
onde Di é o wave drift damping para a frequência ωi .
Utilizamos para seu cálculo a expressão proposta por Aranha [47]:
(1) (1)
XW ave = Fdrif t (t) + Fwdd (t) (2.20)
(2)
YW ave = Fdrif t (t) (2.21)
(3)
NW ave = Fdrif t (t) (2.22)
20
de movimento tanto em função das velocidades absolutas quanto das velocidades
relativas e vamos também apresentá-las linearizadas.
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(m − Xu̇ )u̇ − m va r − Xvr v r − m xG r 2 − XuU u
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−X|vvv|u | v 3 | u − X|vvv|v | v 3 | v − Xrr r 2 = XAtua + XW ind + XW aves (2.23)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(m − Yv̇ )v̇ − (Yṙ − m xG )ṙ + m ua r
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−Yv v − (Yr + Yur u )r − Yv|v| v | v | −Yr|r| r | r | −Y|r|v | r | v
0 0 0
= YAtua + YW ind + YW aves (2.24)
0 0 0 0 0 0 0 0 0
(I − Nṙ )ṙ − (Nv̇ − m xG )v̇ + m xG ua r
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−(Nv + Nuv u )v − Nv|v| v | v | −(Nr + Nur u )r − Nr|r| r | r | −Nrvv r v 2 − Nrrv r 2 v
0 0 0
= NAtua + NW ind + NW aves (2.25)
21
Se escrevermos as equações de movimento separando as reações hidrodinâmicas
ao movimento do corpo das ações da corrente, de tal forma que os termos de aco-
plamento devidos às não linearidades fiquem agregados às forças devidas à corrente,
podemos reescrever as expressões acima na forma:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(m − Xu̇ )u̇a − (m + Xvr )va r − m xG r 2 − XuU ua
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−X|vvv|u | va3 | ua − X|vvv|v | va3 | va − Xrr r 2 = XAtua + XAmb + XAnc (2.26)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(m − Yv̇ )v̇a − (Yṙ − m xG )ṙ + m ua r
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−Yv va − (Yr + Yur ua )r − Yv|v| va | va | −Yr|r| r | r | −Y|r|v | r | va
0 0 0
= YAtua + YAmb + YAnc (2.27)
0 0 0 0 0 0 0 0 0
(I − Nṙ )ṙ − (Nv̇ − m xG )v̇a + m xG ua r
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−(Nv +Nuv ua )va −Nv|v| va | va | −(Nr +Nur ua )r −Nr|r| r | r | −Nrvv r va2 −Nrrv r 2 va
0 0 0
= NAtua + NAmb + NAnc (2.28)
0 0 0 0 0 0 0 0 0
onde: XAmb = XCur + XW ind + XW aves , YAmb = YCur + YW ind + YW aves e NAmb =
0 0 0
NCur + NW ind + NW aves são as forças e momentos devidos aos efeitos ambientais e
0 0 0
XCur , YCur e NCur são as forças e momento devidos à corrente. Para generalizar
as expressões, incluı́mos forças devidas ao uso de sistema de ancoragem, linhas,
0 0 0
hawsers, etc nos termos XAnc , YAnc e NAnc .
22
Em forma compacta escrevemos:
e
η̇ = R(ψ)ν (2.30)
onde:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
D1 = −Xvr va r − XuU ua − X|vvv|u | va3 | ua − X|vvv|v | va3 | va − Xrr r 2
23
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
D2 = −Yv va − (Yr + Yur ua )r − Yv|v| va | va | −Yr|r| r | r | −Y|r|v | r | va
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
D3 = −(Nv + Nuv u )v − Nv|v| v | v | −(Nr + Nur u )r −
0 0 0 0 0 0 0
Nr|r| r | r | −Nrvv r v 2 − Nrrv r 2 v
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(m −Yv̇ )v̇ +(m xG −Yṙ )ṙ −Yv v +(m −Yr −Yur u )r = YAtua +YAm +YAnc (2.32)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(I −Nṙ )ṙ +(m xG −Nv̇ )v̇ −(Nv +Nuv )v +(m xG −Nr −Nur )r = NAtua +NAmb +NAnc
(2.33)
ou
0 0 0
(m − Xu̇ ) 0 0 δ u̇
0 0 0 0 0
0
0 (m − Yv̇ ) (m xG − Yṙ ) v̇ +
0 0 0 0 0
ṙ0
0 (m xG − Nv̇ ) I − Nṙ
0 0
−XuU 0 0 δu
0 0 0 0
0
0
−Yv (m − Yr − Yur ) v =
0 0 0 0 0 0 0
0 −(Nv + Nuv ) (m xG − Nr − Nur ) r
0 0 0
XAtua XAmb XAnc
0 0 0
YAtua + YAmb + YAnc (2.34)
0
0
0
NAtua NAmb NAnc
24
O vetor D(ν) pode ser linearizado sendo representado pelo produto de uma
matriz D multiplicada pelo vetor ν tal que:
0
−XuU 0 0
0 0 0 0
D= 0 −Yv (m − Yr − Yur )
0 0 0 0 0 0
0 −(Nv + Nuv ) (m xG − Nr − Nur )
0
XAnc δx
0 −1
YAnc = −R(ψ) G δy
N0
δψ
Anc
Devemos ter em mente que no caso de navios ancorados, o modelo linear aqui
apresentado pressupõe que o navio encontra-se na posição de equilı́brio {X0 , Y0 , ψ0 }T
com velocidade absoluta nula, velocidade relativa {u0 , 0, 0}T e em torno desta
posição oscila com pequenas velocidades {δu, v, r}T deslocando-se {δx = X −
X0 , δy = Y − Y0 , δψ = ψ − ψ0 }T .
Definindo ν = {δu, v, r}T , η = {δx = X − X0 , δy = Y − Y0 , δψ = ψ − ψ0 }T ,
τ = {XAtua , YAtua , NAtua }T e FAmb = {XAmb , YAmb , NAmb }T podemos escrever a
equação (2.34) na forma:
com
η̇ = R(ψ)ν (2.36)
25
2.3 Observador
2.3.1 Introdução
26
2.3.2 Modelo Grovlen-Fossen
O modelo proposto por Grovlen e Fossen [30] utiliza um observador passivo não-
linear e foi desenvolvido para o caso de um navio ancorado. A única força ambiental
atuante que pode ser incorporada pelo modelo usado como base é a força de cor-
rente, que aparece através da velocidade relativa casco corrente. Assim, utilizando
o modelo expresso pelas equações de movimento (2.35) e (2.36), Grovlen e Fossen
propuseram usar o seguinte observador:
e
ν̃˙ = −A1 η̃ − A2 ν̃ − K2 η̃ (2.40)
1
Vobs (η̃, ν̃) = (η̃ T P1 η̃ + ν̃ T P2 ν̃) (2.41)
2
27
onde,P1 = PT1 e P2 = PT2 são matrizes positiva definida. Consequentemente:
1
V̇obs = η̃˙ T P1 η̃ + (ν̃ T P2 ν̃˙ + ν̃˙ T P2 ν̃) (2.42)
2
RT (ψ)P1 − P2 A1 − P2 K2 , 0 (2.45)
KT1 P1 , Q1 (2.46)
1
(P2 A2 + AT2 P2 ) , Q2 (2.47)
2
onde, Q1 = QT1 e Q2 = QT2 são matrizes positiva definida. Consequentemente:
K1 = P−1
1 Q1 (2.49)
K2 (ψ) = P−1 T
2 R (ψ)P1 − A1 (2.50)
28
onde podemos notar que K2 é uma função explı́cita de ψ.
O modelo proposto por Strand e Fossen [48] também utiliza um observador passivo
não-linear. Baseia-se em um modelo que incorpora termos representativos dos mo-
vimentos na frequência das ondas do mar (WF-Wave frequency) e termos de baixa
frequência (LF-Low-frequency) representativo das ações das forças ambientais. A
partir de agora modelo Strand-Fossen modificado será utilizado, neste modelo o
termo (WF-Wave frequency) não é levado em consideração, sendo dado por:
ξ̇ = Aw ξ + Ew ww (2.51)
η w = Cw ξ (2.52)
η̇ = R(ψ)ν (2.53)
ḃ = −T−1
b b + Eb wb (2.54)
y = η + ηw (2.56)
0 I h i 0
Aw = , Cw = 0 I , Ew = ,
2
−Ω −2ΛΩ Ēw2
29
I ∈ R3×3 é uma matriz identidade 0 ∈ R3×3 é uma matriz zero e Λ, Ω e Ēw2 são
matrizes diagonais com diagonais dadas por:
2.4 Controlador
Nesta seção serão apresentados os dois modelos do controlador que serão utilizado
neste trabalho. O primeiro modelo é a metodologia de controle não-linear Backstep-
ping e o segundo modelo é o clássico PID - ( Proporcional, Integral e Derivativo).
30
2.4.1 Backstepping
Introdução
A metodologia Backstepping
ξ˙ = u (2.62)
31
origem do sistema, ou seja:
Suponha-se que existe uma função de Lyapunov V (η) suave, positivo definida,
provando assintoticamente a estabilidade de ciclo fechado de η̇ subsistemas. Isto é,
assumimos uma função V (η) > 0, tal que:
∂V
V̇ = (f (η) + g(η)φ(η)) < −W (η) (2.64)
∂η
onde W (η) é uma função positivo definida e V̇ é uma função que define a energia
armazenada no sistema [52, 11, 53].
Dessa maneira as equações podem ser reescrita como:
ξ˙ = u (2.66)
Introduzindo uma mudança de variáveis (η, ξ) para (η, z), com z = ξ − φ(η),
temos:
ż = u − φ̇ (2.68)
Escolhendo u = v + φ, temos:
ż = v (2.70)
32
a realimentação necessária para z, evitando que o sistema seja estabilizado apenas
localmente (ξ = φ). Devemos escolher cuidadosamente v, definindo o argumento
seguindo Lyapunov, tornando possı́vel escolher a função de controle através de:
1
Va (η, ξ) = V (η) + z 2 (2.71)
2
Diferenciando Va em relação ao tempo, temos:
∂V ∂V
V̇a = (f (η) + g(η)φ(η)) + g(η)z + zv
∂η ∂η
∂V
≤ −W (η) + g(η)z + zv (2.72)
∂η
∂V
v=− g(η) − kz (2.73)
∂η
Para qualquer ganho K > 0 o subsistema (η, ξ) será estável na origem (0, 0). Os
termos das variáveis de estado da lei de controle são:
u(η, ξ) = v + φ̇
∂V ∂V
= g(η) − k(ξ − φ(η)) + (f (η) + g(η)ξ) (2.75)
∂η ∂η
33
Assumimos que f e fa são funções que se anulam na origem, isto é f (0) = 0 e
fa (0) = 0 e Ga não é singular no domı́nio de definição do problema.
Supomos que ∃ φ | ν = φ(η) estabiliza assintoticamente o sistema (2.76) em
torno da origem. Supomos que V (η) é uma função de Lyapunov, positiva definida
V̇ ≤ −W (η) (2.78)
1
Va (η, ν) = V (η) + [ν − φ(η)] [ν − φ(η)] (2.80)
2
em que
1 x 2 y 2 2
V (η) = + + (ψ)
2 L L
e com ela teremos:
∂V ∂φ
V̇a = [f (η) + R(η)ν] + [ν − φ(η)] ν̇ − η̇
∂η ∂η
ou
∂V ∂V
V̇a = [f (η) + R(η)φ(η)] + R(η) [ν − φ(η)]
∂η ∂η
∂φ
+ [ν − φ(η)] fa (η, ν) + Ga (η, ν)τ − [f (η) + R(η)ν] (2.81)
∂η
Observando esta expressão podemos dizer que a escolha de τ na forma:
∂φ ∂V
τ = G−1
a (η, ν) −fa (η, ν) + [f (η) + R(η)ν] − ( T
R(η)) − K[ν − φ(η)]
∂η ∂η
34
∂V
= G−1
a (η, ν) −fa (η, ν) + φ̇ − ( T
G(η)) − K[ν − φ(η)] (2.82)
∂η
com K > 0 resulta em:
que garante que o sistema (2.76) e (2.77) é estável em torno da origem (η, ν) = (0, 0).
Implementação da Metodologia
η̂˙ = R(ψ̂)ν̂
e
f (η̂) = 0
35
e então aplicamos a expressão (2.82)
∂V
τ = G−1
a (η̂, ν̂) −fa (η̂, ν̂) + φ̇ − [ T
R(ψ̂)] − K1 [ν̂ − ν d − φ(η̂)]
∂ η̂
" 2 2 #
1 x̂ − xd ŷ − yd 2
V (η̂) = + + ψ̂ − ψd
2 L L
cujo gradiente é:
(x̂ − xd )/L2
∂V
= (ŷ − yd )/L2 (2.84)
∂ η̂
(ψ̂ − ψd )
T ∂V T
τ = C(ν̂)+D(ν̂)+R (ψ̂)G(η̂)+FAmb +M φ̇ − [ R(ψ̂)] − K1 [ν̂ − ν d − φ(η̂)]
∂ η̂
Como
kx δx
φ = −RT (ψ̂) ky δy = −RT (ψ̂)K2 {η̂ − η d } (2.85)
kψ δψ
então
kx δx kx δx
d T d
φ̇ = − R (ψ̂) ky δy − RT (ψ̂) ky δy (2.86)
dt
dt
kψ δψ
kψ δψ
˙
0 ψ̂ 0
d T ˙
R (ψ̂) = RT (ψ̂) −ψ̂ 0 0 (2.87)
dt
0 0 0
36
kx δx kx δ ẋ kx 0 0 û
d
ky δy = ky δ ẏ =
0 ky 0
R(ψ̂) v̂ (2.88)
dt
kψ δψ
kψ δ ψ̇
0 0 kψ
r̂
onde:
˙
0 ψ̂ 0
Ψ̇ = ˙
(2.91)
− ψ̂ 0 0
0 0 0
Assim sendo, chegamos a expressão das forças e do momento que têm que ser
gerados pelos atuadores para controlar o navio:
n o
T T
−M R (ψ̂) Ψ̇ K2 {η̂ − η d } + R (ψ̂) K2 R(ψ̂) {ν̂ − ν d }
n oT
−M [(x̂ − xd )/L2 , (ŷ − yd )/L2 , (ψ̂ − ψd )]R(ψ̂) −
n o
T
M {K1 {ν̂ − ν d }} − M R (ψ̂)K2 {η̂ − η d } (2.92)
Nesta expressão aparecem quatro termos que têm que ser aproximados, uma vez
que os desconhecemos: C(ν̂), D(ν̂), G(η̂) e FAmb . Até mesmo a matriz de inércia
M tem contribuições desconhecidas. Temos que criar dispositivos para prever ou
modelos para estimar aproximadamente essas quantidades.
37
No presente trabalho, vamos aproximar a matriz de inércia e o termo inercial
C(ν̂). Nos casos em que utilizarmos ancoragem vamos utilizar o mesmo modelo
utilizado para a simulação, pensando que pode-se através de medição das tensões
nas linhas estimar as forças da ancoragem e realimentar o sistema com elas. Os
problemas mais crı́ticos estão nas forças ambientais FAmb e na força reativa às ve-
locidades do corpo D(ν̂). Tentando compensar essas forças vamos introduzir um
termo de controle integral no algoritmo de forma empı́rica e observar seu efeito. A
forma deste termo pode ser vista na formulação PID.
2.4.2 PID
Introdução
τ = RT (ψ)τP ID (2.93)
Z t
τP ID (t) = Kp η̃ + Kd η̃˙ + Ki η̃(w) dw (2.94)
t0
38
2.5 Alocador de Forças
2.5.1 Introdução
Este algoritmo consiste no cálculo da força e dos ângulos dos propulsores azimutais
em cada um dos propulsores de forma que a força e momento resultantes sejam
iguais aos computados pelo controlador e forneçam uma distribuição otimizada.
Pode-se escrever a força total τ a ser fornecida pelos atuadores a partir das forças
em cada atuador da seguinte forma:
τ = BU (2.95)
τu
τ = τ
v
(2.96)
τN
O comando da força τu será exercido pelo propulsor principal e pelo azimutal.
Os comandos da força τv e do momento τN serão exercido pelo stern thuster, bow
39
thuster e o propulsor azimutal. Sendo assim:
1 1 0 0 0
B=
0 0 1 1 1
(2.100)
0 0 xstern xbow xazimutal
A determinação do vetor U é dada pela solução do sistema acima que é inde-
terminada, admitindo infinitas soluções. Na literatura o seguinte procedimento é
amplamente utilizado.
A solução do problema é dada por:
U = B+ τ (2.101)
2.5.3 Saturação
40
o tratamento do problema de alocação é extremamente complexo. São utilizadas
técnicas como a de Programação Quadrática Sequencial (SQP). Esta técnica divide o
problema geral em subproblemas de programação quadráticas com vı́nculos lineares
obtidos por linearização, tornando a técnica computacionalmente custosa [33].
Alternativamente, Tannuri [33] mostra uma forma muito menos custosa compu-
tacionalmente, onde caso algum propulsor sature aloca-se neste o valor de sua ca-
pacidade máxima . Este valor já alocado é descontado do comando do controlador
o que procede-se então uma nova alocação, desconsiderando a parcela já fornecida
pelo propulsor saturado. Este processo iterativo é interrompido quando nenhum dos
propulsores restante satura ou caso isto não ocorra, até que todos os propulsores es-
tejam saturados.
Caso o comando de força seja maior que a capacidade dos propulsores, o processo
descrito acima nem sempre irá convergir. Neste caso, os propulsores atuarão em sua
capacidade máxima visando o mais próximo possı́vel o comando do controlador.
41
Capı́tulo 3
Estudo de Casos
Neste capitulo, inclui todos os modelos discutidos no capı́tulo (2). Serão apresenta-
dos os resultados obtidos tendo como exemplo os modelos estudado.
3.1 Introdução
42
Na terceira fase, temos a verificação dos modelos do observador e controlador. Na
quarta fase, temos a distribuição das forças e do ângulo do sistema de propulsão.
Na quinta fase, temos a verificação dos modelos do observador e controlador quando
existe a saturação dos propulsores e na sexta e última fase, exploramos mudanças
de comportamento, visando testar o sistema de posicionamento dinâmico.
Em todas as simulações realizadas o navio está inicialmente parado e com um
determinado aproamento, onde deseja-se que o mesmo se movimente a uma distância
longitudinal e transversal em relação ao sistema global OXYZ e permaneça nesta
posição final para demonstrar a estabilidade do sistema.
O navio aliviador utilizado foi o Suezmax, navio petroleiro para transporte de óleo
cru ou de produtos, com posicionamento dinâmico e sistema de carregamento na proa
para alı́vio de plataformas. Suas dimensões permitem sua passagem pelo Canal de
Suez. Para integração no tempo, o simulador utiliza o método de Runge-Kutta de
quarta ordem, sendo que em cada passo, todas as forças e momentos são calculados
como funções de posição e velocidade.
O navio empregado no estudo apresentado neste capı́tulo possui as caracterı́sticas
principais, mostradas nas tabelas (3.1) e (3.2).
Por sua vez, as condições ambientais utilizadas são mostradas na tabela (3.3):
43
Tabela 3.2: Caracterı́sticas propulsiva do navio.
bow thruster 1400 KW
ster thruster 1800 KW
azimutal 2200 KW
3.2.1 Fase 1
Caso 1
44
navio ao longo do tempo.
45
Figura 3.3: Resposta do navio em yaw - caso 1.
Caso 2
46
Figura 3.5: Resposta do navio em sway- caso 2.
Diferente do caso 1, tem-se aqui uma estrutura livre, sem ancoragem, uma vez
que sofre a ação das condições ambientais, seu deslocamento aumenta continuamente
no tempo. Este comportamento pode ser observado nas figuras (3.4),(3.5) e (3.6).
47
Caso 3
40000
Direção Transversal
35000
30000
25000
Deslocamento (m)
20000
15000
10000
5000
-5000
0 500 1000 1500 2000 2500
Tempo (s)
48
Figura 3.9: Resposta do navio em yaw- caso 3.
Neste caso podemos observar que nas figuras (3.7) e (3.8), o navio começa em
zero e desloca-se com o tempo. A corrente arrasta o navio, deixando à deriva. Na
figura (3.9), devido à corrente o navio não vai rodar.
49
3.2.2 Fase 2
Aqui temos dois casos simulados, onde o objetivo é fazer a análise da eficácia do
observador sem a presença do controlador. Em todos os casos foram considerados
as condições ambientais tirando o efeito de onda de primeira ordem, espectro de
Pierson-Moskowitz, sistema de ancoragem e ruido. As diferenças estão nos modelos
utilizados. Os dois casos foram simulados com as mesmas condições iniciais ( x=10m,
y=10m e psi=30 graus ).
50
Figura 3.11: Fase 2 - Deslocamento em sway - observador de Grovlen e Fossen.
51
Figura 3.13: Fase 2 - Deslocamento em surge - observador de Strand e Fossen.
52
Figura 3.15: Fase 2 - Deslocamento em yaw- observador de Strand e Fossen.
53
3.2.3 Fase 3
Aqui é feita a análise de desempenho das leis de controle com observadores, consi-
derando a ancoragem, tendo como referência um valor desejado de posição em um
determinado instante de tempo. A combinação dos casos é mostrado na tabela (3.5).
Em todos os casos, teremos as mesmas condições iniciais ( x=20m, y=20m e psi=45
graus ) e set-points desejados ( x=40m, y=40m e psi=0 graus ).
Caso 1
54
Figura 3.17: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.16).
55
Figura 3.19: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.18).
56
Figura 3.21: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.20).
57
Figura 3.23: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.22).
58
Figura 3.25: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24).
59
Figura 3.27: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.26).
Caso 2
60
Figura 3.29: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.28).
61
Figura 3.31: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.30).
62
Figura 3.33: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.32).
63
Figura 3.35: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.34).
64
Figura 3.37: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24).
65
Figura 3.39: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.38).
Para o caso 1, onde usamos a lei de controle backstepping, tivemos dois exemplos,
o primeiro usando o observador proposto por Grovlen-Fossen e o segundo usando
o observador Strand-Fossen modificado. Nos dois exemplos mostrado no caso 1, os
modelos mostraram-se eficazes, indo para o ponto desejado, mesmo apresentando
um pouco de dificuldade devido às oscilações ocorridas. No caso 2, usamos a lei de
controle PID, da mesma forma como foi mostrado no caso 1, tivemos dois exemplos
usando os modelos dos observadores. Aqui os modelos também mostraram-se efi-
cazes, apesar de apresentar um pouco de dificuldade nos deslocamentos em surge e
sway. Em alguns casos podem acontecer comportamento estranhos como aconteceu
na figura (3.32), onde deslocamento em yaw ficou variando de um lado para o outro,
porem o navio não perdeu o aproamento. Os exemplos do caso 2, onde utiliza-se
o controlador PID , apresentaram maiores oscilações, variando muito em torno do
set-point. Isso pode ter ocorrido devido à dificuldade de ajustes dos ganhos do con-
trolador. Apesar das perturbações apresentadas, o observador se mostrou confiável,
o navio apresentou um bom comportamento e todos os set-points ( x=40m, y=40m
e psi=0 graus ) foram atingidos.
66
3.2.4 Fase 4
Nessa fase será apresentado um único caso com os resultados das forças e momento
resultantes durante a operação. Força que serão distribuı́das no sistema nas direções
surge e sway entre os propulsores conforme apresentado no sistema de alocação de
forças descrito no capı́tulo (2).
67
Figura 3.42: Momento em yaw .
68
3.2.5 Fase 5
Caso 1
Aqui, teremos dois exemplos, onde serão analisados o desempenho da lei de controle
backstepping e do observador Grovlen-Fossen. As figuras (3.43),(3.44) e (3.45) apre-
sentam o desempenho dos modelos com a saturação dos propulsores, com o azimutal
priorizando a força lateral. Condições iniciais ( x=5m, y=5m e psi=45 graus ) e
set-points desejados (x=20m, y=20m e psi=0 graus ).
69
Figura 3.44: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em sway, considerando a
saturação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
70
Nas figuras (3.46),(3.47) e (3.48), também apresentamos o desempenho dos mo-
delos, com o azimutal priorizando a força longitudinal. Condições iniciais ( x=10m,
y=5m e psi=180 graus ) e set-points desejados (x=10m, y=10m e psi=30 graus ).
71
Figura 3.48: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
turação dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
72
Caso 2
No caso 2, teremos uma pequena mudança na lei de controle. Aqui será analisado o
desempenho do controlador PID com o observador Grovlen-Fossen. Apresentamos
as figuras (3.49),(3.50) e (3.51), onde nos mostram o desempenho da lei de controle
PID, com a saturação dos propulsores, com o azimutal priorizando a força lateral.
Condições iniciais ( x=0m, y=0m e psi=180 graus ) e set-points desejados (x=20m,
y=20m e psi=45 graus ).
73
Figura 3.50: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em sway, considerando a
saturação dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen.
74
As figuras (3.52),(3.53) e (3.54) também nos mostram o desempenho do PID,
com a saturação dos propulsores, com o azimutal priorizando a força longitudinal.
Condições iniciais( x=0m, y=0m e psi=45 graus ) e set-points desejados (x=25m,
y=25m e psi=0 graus).
75
Figura 3.54: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
turação dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-Fossen.
76
3.2.6 Fase 6
77
Figura 3.56: Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
78
Nas figuras (3.58),(3.59) e (3.60) apresentamos os resultados do desempenho dos
modelos com uma mudança na condição inicial usada anteriormente. Condições
iniciais ( x=5m, y=5m e psi=15 graus ) e Set-points desejados (x=10m, y=10m e
psi=30 graus ).
79
Figura 3.60: Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
80
Tabela 3.8: Terceira matriz de ganhos do observador antes.
1 0 0
0 1 0
0 0 1
81
Tabela 3.13: Matriz de ganhos do controlador atual.
Ganho proporcional 1000 1000 2000000
Ganho derivativo 20000 20000 30000
Ganho integral 10 10 100000
82
Figura 3.63: Fase 6:Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID e
o observador de Grovlen-Fossen.
83
Nas figuras (3.64),(3.65) e (3.66), apresentamos o desempenho dos modelos apre-
sentando um pequeno aumento das cargas ambientais sem mexer nas direções. A
tabela (3.14) é referente às condições ambientais utilizadas anteriormente e a tabela
(3.15) é referente às condições ambientais utilizadas no atual exemplo. Condições
iniciais ( x=5m, y=5m e psi=15 graus ) e set-points desejados (x=10m, y=10m e
psi=30 graus ).
84
Figura 3.64: Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
85
Figura 3.66: Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
86
Capı́tulo 4
87
a calibragem de apenas três ganhos do observador e uma do controlador. O que
também constitui uma outra grande vantagem em relação à controladores comuns
que requerem exaustivos testes em mar para a calibração dos diversos parâmetros
do modelo neles contido.
As simulações também puderam mostrar que tanto no backstepping quanto no
PID, podemos fazer o gerenciamento das forças dos atuadores do navio. Outro ponto
positivo verificado foi em relação aos observadores, onde se prevê a reconstrução dos
movimentos de baixa e alta frequência das ondas, movimento com ruido e medição
das posições (x, y) e aproamento (ψ).
Os controladores e observadores utilizados, foram aplicados em um navio alivi-
ador, apesar de possuir limitações em seus dispositivos de controle, os resultados
obtidos em função dos casos rodados demonstraram que ambas as técnicas de con-
trole empregadas garantiram requisitos de desempenho e estabilidade para qualquer
que seja o aproamento da embarcação.
Desta forma, por possuir caracterı́sticas de robustez e por possuir uma estrutura
não-linear, as leis de controle implementadas mostraram-se eficazes e satisfatórias,
garantindo, assim, os requisitos de estabilidade e um bom desempenho em condições
ambientais realistas, no que tange à realização de manobras de aproximação e ma-
nobra de alı́vio.
Como trabalhos futuros, sugerem-se o projeto e implementação de um modelo de
controle por modos deslizantes no simulador de manobras e um modelo mais realista
de resposta dos motores à força ordenada ou rotação ordenada.
88
Referências Bibliográficas
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New York, 1994.
[2] BRAY, D., “Dynamic Positioning”, Oilfield Publications Ltd. (OPL), v. 9, 1998.
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Kalman Filtering and Optimal Control Theory”. In: Pro.. Of the
IFAC/IFIP Symp. On Automation in Offshore Oil Field Operation, 1998.
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[5] AIRY, G. B., “On the Regulator of the Clock-Work for Effecting Uniform Move-
ment of Equatorials”, Memoirs of the Royal Astronomical Society, v. II,
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89
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[13] BENNETT, S., “The Past of PID Controllers”, Annual Reviews in Control ,
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trollers”, Trans. A.S.M.E., v. 64, pp. 759 – 768, 1942.
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