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Abstract— This paper presents two different coarse self-alignment methods for strapdown inertial navigation
systems, which lead to different error propagation formulas for the direct cosine matrix relating body-frame
axes to navigation-frame axes. While the first method reduces normality errors on the matrix, the second one
reduces the alignment errors and eliminates the orthogonality errors, being considered, therefore, superior. An
iterative orthogonalization process for the matrix obtained by the first method is proposed, in order to evaluate
if this would result in obtaining the same matrix calculated by the second method. An experimental test on a
high-accuracy strapdown inertial navigation system showed that, although the orthogonalization process properly
eliminate orthogonality errors on the matrix, it contributes to increasing the alignment errors and therefore its
implementation is not recommended.
Resumo— Neste artigo são apresentadas duas metodologias de auto-alinhamento grosseiro para sistemas de
navegação inercial solidários, os quais conduzem a diferentes fórmulas de propagação de erros para a matriz
de transformação de coordenadas que relaciona o triedro do corpo ao de navegação. Enquanto a primeira
metodologia reduz os erros de normalidade atrelados à matriz, a segunda reduz os erros de alinhamento e elimina
os de ortogonalidade, sendo considerada, portanto, superior. Um algoritmo iterativo de ortogonalização da
matriz obtida pela primeira metodologia é proposto, no intuito de se verificar se ele resultaria na obtenção
da mesma matriz calculada pela segunda metodologia. Um ensaio experimental realizado em um sistema de
navegação inercial solidário de alta precisão mostrou que, embora o procedimento de ortogonalização elimine
apropriadamente os erros de ortogonalidade da matriz, ele contribui para o aumento dos erros de alinhamento,
e portanto, sua implementação não é aconselhada.
vidade e velocidade angular da terra, e resulta em caso do alinhamento estacionário, são definidos
valores aproximados para a orientação do veı́culo como:
(Shimelevich and Naor, 1996). O procedimento −fx
→
− B
g = −fy (4)
de auto-alinhamento fino, por sua vez, é imple-
mentado imediatamente após o grosseiro, e serve −fz
para corrigir os valores aproximados obtidos para
ωx
o alinhamento do veı́culo (Britting, 1971). →
−
ωB ωy
IE = (5)
Neste artigo, serão apresentadas, em suas Se- ωz
ções 2 e 3, duas metodologias de auto-alinhamento
grosseiro usualmente empregadas em sistemas de fz ωy − fy ωz
navagação inercial solidários. Sabe-se que es- (→
−
g ×→ −
ω IE )B = fx ωz − fz ωx (6)
sas metodologias propagam os erros na matriz de fy ωx − fx ωy
transformação de coordenadas de formas diferen- onde fx , fy e fz são as forças especı́ficas medidas
tes. Enquanto uma reduz os erros de normalidade, pelos acelerômetros e ωx , ωy e ωz são as velocida-
a outra reduz os de alinhamento e elimina os de des angulares medidas pelos giroscópios, nos res-
ortogonalidade. pectivos eixos x, y e z. O ı́ndice B indica que os
O objetivo deste artigo é verificar se um even- vetores estão representados no triedro do corpo.
tual processo de ortogonalização da matriz de A representação dos vetores acima definidos
transformação de coordenadas obtida pelo pri- segue a seguinte relação:
meiro método, apresentado na Seção 4, permite
se obter a mesma matriz de transformação de co- →
− N→
g N = CB −
gB (7)
ordenadas do segundo método. Na Seção 5, uma
→
−
ωN N→−B
análise é feita com base em resultados experimen- IE = CB ω IE (8)
tais de um sistema de navegação inercial de alta (→
−
g ×→
−
ω )N = C N (→
IE
−g ×→−
ω B IE )
B
(9)
precisão. As conclusões são apresentadas na Seção
N
6. onde CB é a matriz de transformação de coor-
denadas, ou DCM (Direct Cossine M atrix) que
relaciona o triedro do corpo ao triedro de nave-
2 Método tradicional
gação, e que, portanto, serve para caracterizar o
2.1 Dedução analı́tica alinhamento inicial do veı́culo.
Definindo-se:
Uma das metodologias de auto-alinhamento gros- →
−gN
T
seiro mais referidas na literatura (Britting,
N = →
−
ωN (10)
1971) baseia-se na medição de três vetores não- IE
→
− →
−
colineares, a saber, os vetores gravidade →− N
g , velo- ( g × ω IE )
→
−
cidade angular da terra ω IE , e o produto vetorial
→
− T
dos dois, →
−g ×→ − gB
ω IE , cujas componentes são bem
B= →
−ωB (11)
conhecidas no triedro de navegação, isto é: IE
→
− →
−
( g × ω IE )B
−g
→
− Temos:
gN = 0 (1) N
N = CB B (12)
0
N B T
Como, por definição, CB = (CN ) :
ωIE sin L
→
−ωNIE =
0 (2) N
CB = (N −1 )T B T (13)
ωIE cos L
Efetuando as operações acima, chega-se a:
0
(→
−g ×→ −
ω IE )N = gωIE cos L (3) c11 c12 c13
N
0 CB = c21 c22 c23 (14)
c31 c32 c33
onde g e ωIE representam respectivamente a mag-
nitude dos vetores gravidade e velocidade angular onde:
da terra, L é a latitude do veı́culo e o ı́ndice N in- fx
c11 = (15)
dica que os vetores estão representados no triedro g
de navegação. O triedro de navegação é aqui defi- fy
nido com seus eixos xN , yN e zN apontando res- c12 = (16)
g
pectivamente para as direções vertical local, leste
e norte (configuração U EN - up, east, north) e o fz
c13 = (17)
veı́culo é suposto estar no hemisfério sul. g
Estes mesmos vetores podem ser representa- fz ωy − fy ωz
dos no triedro do corpo, e especialmente para o c21 = (18)
gωIE cos L
fx ωz − fz ωx onde:
c22 = (19)
gωIE cos L B̂ = B + δB (29)
fy ωx − fx ωy e:
c23 = (20)
−δfx δωx δvx
gωIE cos L
δB = −δfy δωy δvy (30)
gωx − fx ωIE sinL −δfz δωz δvz
c31 = (21)
gωIE cosL
Nas equações acima, δfx , δfy , δfz , δωx , δωy e
gωy − fy ωIE sinL δωz representam os erros nas leituras dos acelerô-
c32 = (22)
gωIE cosL metros e giroscópios, respectivamente, e:
gωz − fz ωIE sinL δvx = −ωz δfy − fy δωz + ωy δfz + fz δωy (31)
c33 = (23)
gωIE cosL
δvy = −ωx δfz − fz δωx + ωz δfx + fx δωz (32)
Como pode ser observado, calculando-se (15)
a (23), o alinhamento inicial do veı́culo pode ser δvz = −ωy δfx − fx δωy + ωx δfy + fy δωx (33)
completamente determinado utilizando-se apenas
Substituindo (29) em (28), obtem-se:
as leituras dos sensores inerciais.
N
ĈB = (I + (N −1 )T δB T CN
B N
)CB (34)
2.2 Análise de erros
Comparando (24) com (34), conclui-se que:
Embora a abordagem analı́tica apresentada na Se-
ção 2.1 esteja conceitualmente correta, o valor E = (N −1 )T δB T CN
B
(35)
exato da matriz de transformação de coordenadas
CB N
não pode ser determinado na prática. Isto Eq. (35) é a equação de análise de erros
se deve fundalmentalmente à existência de ruı́dos base para grande parte das metodologias de auto-
e perturbações externas atreladas às leituras dos alinhamento grosseiros. Infelizmente, para uma
N
sensores inerciais e às pequenas movimentações do escolha arbitrária da CB , a equação acima apre-
veı́culo. O que se obtêm na prática, portanto, sentada não é facilmente interpretável (Britting,
é uma estimativa da CB N N
, representada por ĈB , 1971). Uma solução particularmente simples é
a qual pode ser genericamente equacionada como obtida considerando-se um alinhamento perfeito
(Savage, 2007): entre os triedros do corpo e de navegação, isto é
N
CB = I. Neste caso:
N N
ĈB = (I + E)CB (24)
E = (N −1 )T δB T (36)
Na equação acima, E é a matriz que contem os
erros da ĈBN
, e pode ser decomposta em duas sub- e:
matrizes, uma simétrica ES , que representa os er- δvx = −δfy ωIE cosL (37)
ros de ortogonalidade (σx , σy e σz ) e normalidade δvy = δfx ωIE cosL − δfz ωIE sinL + δωz g (38)
N
(ηx , ηy e ηz ) de ĈB , e outra anti-simétrica EAS ,
δvz = δfy ωIE sinL − δωy g (39)
correspondente aos erros de alinhamento (x , y e
N
z ) de ĈB com relação a CBN
: Substituindo-se (10), (30), (37), (38) e (39)
em (36), e o resultado em (26) e (27), obtem-se:
E = ES + EAS (25)
δfx
ηx = (40)
onde: g
δfx δfz tan L δωz
ηx σz σy −
E + ET ηy = + (41)
ES = = σz ηy σx (26) g g ωIE cos L
2
σy σx ηz δfz tan L δωz
ηz = − + (42)
g ωIE cos L
0 z −y
E − ET σx = σz = 0 (43)
EAS = = −z 0 x (27)
2
y −x 0
1 δfx tan L δfz δωx
σy = − + + (44)
Para o caso do alinhamento estacionário, 2 g g ωIE cos L
pode-se considerar que os erros na determinação δfy tan L δωy
x = − (45)
da matriz de transformação de coordenadas ad- g ωIE cos L
vêm principalmente das incertezas dos sensores
1 δfx tan L δfz δωx
inerciais, e assim, pode-se reescrever (13) da se- y = − − + (46)
guinte forma: 2 g g ωIE cos L
δfy
N
ĈB = (N −1 )T B̂ T (28) z = (47)
g
((→
−
g ×→−ω IE ) × →
−g )B = δty = −gωIE sin Lδfy + g 2 δωy (68)
2
δtz = gωIE cos Lδfx −gωIE sin Lδfz +g δωz (69)
2
fz ωx − fx fz ωz − fx fy ωy + fy2 ωx
sua correspondente ortogonalizada e pela metodo- uma metodologia contribui para a redução dos er-
logia alternativa, para diversos tempos de amos- ros de normalidade, a outra reduz os erros de ali-
tragem. Os resultados são apresentados nas Fig. nhamento e elimina os de ortogonalidade, sendo
1 e 2: portanto, considerada superior à primeira.
O objetivo deste artigo foi o de verificar se
um eventual procedimento de ortogonalização da
matriz de transformação de coordenadas obtida
pela primeira metodologia conduziria à obtenção
da mesma matriz de transformação de coordena-
das obtida pela segunda metodologia.
Como pode-se concluir, este processo de orto-
gonalização não permite se obter a mesma DCM,
pois, embora os erros de ortogonalidade existentes
na primeira DCM sejam apropriadamente elimi-
nados, este efeito é compensado por um aumento
nos erros de alinhamento do sistema.
Agradecimentos
Figura 1: Evolução temporal do elemento c13 .
Os autores gostariam de agradecer à Fundep, Fun-
dação de Desenvolvimento da Pesquisa, pelo apoio
financeiro.
Referências