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ÍNDICE

Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018 ---------------------------------------- 3

Instrução Normativa SPREV nº 01, de 21 de dezembro de 2018 -------------------- 55

Instrução Normativa SPREV nº 02, de 21 de dezembro de 2018 -------------------- 58

Instrução Normativa SPREV nº 03, de 21 de dezembro de 2018 -------------------- 62

Instrução Normativa SPREV nº 04, de 21 de dezembro de 2018 -------------------- 66

Instrução Normativa SPREV nº 05, de 21 de dezembro de 2018 -------------------- 77

Instrução Normativa SPREV nº 06, de 21 de dezembro de 2018 -------------------- 95

Instrução Normativa SPREV nº 07, de 21 de dezembro de 2018 ------------------- 103

Instrução Normativa SPREV nº 08, de 21 de dezembro de 2018 ------------------- 110

Instrução Normativa SPREV nº 09, de 21 de dezembro de 2018 ------------------- 131

Instrução Normativa SPREV nº 10, de 21 de dezembro de 2018 ------------------- 137

Nota SEI nº 2/2019/COAAT/CGACI/SRPPS/SPREV/SEPRT-ME --------------- 143


MINISTÉRIO DA FAZENDA

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA Nº 464, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2018


(Publicada no D.O.U. de 20/11/2018)

Dispõe sobre as normas aplicáveis às


avaliações atuariais dos regimes próprios de
previdência social - RPPS da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios e estabelece parâmetros para a
definição do plano de custeio e o
equacionamento do deficit atuarial.

A MINISTRA DE ESTADO DA FAZENDA, SUBSTITUTA, no uso da


atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição
Federal, e tendo em vista o disposto no inciso X do art. 41 da Lei nº 13.502, de 1º de
novembro de 2017, no inciso II do art. 9º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, e
no inciso III do art. 48 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de 2017,
resolve:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão


observar, no dimensionamento dos compromissos do plano de benefícios e no
estabelecimento do plano de custeio dos regimes próprios de previdência social - RPPS,
instituídos conforme Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, os parâmetros técnico-
atuariais previstos nesta Portaria, para assegurar a transparência, solvência, liquidez e a
observância do equilíbrio financeiro e atuarial previsto no art. 40 da Constituição
Federal, no art. 69 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e no art. 1º da
Lei nº 9.717, de 1998.

§ 1º Os parâmetros de que trata o caput incluem os regimes financeiros


aplicáveis por tipo de benefício, as hipóteses, premissas, metodologias e critérios
atuariais, os requisitos para definição da qualidade da base cadastral, a apuração dos
custos e do resultado atuarial e a definição e revisão dos planos de custeio e de
equacionamento de deficit atuarial.

§ 2º O ente federativo deverá garantir diretamente a totalidade dos riscos


cobertos no plano de benefícios, preservando o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS,

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sendo responsável, nos termos da Lei nº 9.717, de 1998, pela cobertura de eventuais
insuficiências financeiras do respectivo regime próprio, decorrentes do pagamento de
benefícios previdenciários.

§ 3º A Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, órgão de regulação


e supervisão de que trata o art. 9º da Lei nº 9.717, de 1998, editará as instruções
normativas necessárias à execução do disposto nesta Portaria e resolverá os casos
omissos.

CAPÍTULO II
DOS REPRESENTANTES DO RPPS E DO ENTE FEDERATIVO

Art. 2º Os dirigentes e membros dos conselhos deliberativo e fiscal do RPPS e


os gestores e representantes legais do ente federativo deverão pautar suas ações pela
observância das prescrições legais e demais normas regulamentares e pela busca da
sustentabilidade de longo prazo do regime próprio de previdência social.

§ 1º O atendimento aos padrões mínimos estabelecidos nesta Portaria e em


normas correlatas não exime os responsáveis do ônus de demonstrar, tempestivamente,
a adequação das hipóteses e premissas atuariais, regimes financeiros e métodos de
financiamento adotados para o RPPS.

§ 2º Observados os critérios estabelecidos em instrução normativa da


Secretaria de Previdência, conforme porte e perfil de risco atuarial do RPPS, poderão
ser aplicados:

I - modelos de estruturação atuarial e de financiamento distintos dos


estabelecidos nesta Portaria, desde que, comprovada sua viabilidade orçamentária,
financeira e fiscal para o ente federativo, proporcionem o equilíbrio financeiro e atuarial
do RPPS e sejam submetidos à prévia análise e aprovação da Secretaria de Previdência;
e

II - regimes diferenciados de aplicação dos parâmetros e de envio das


informações previstos nesta Portaria.

CAPÍTULO III
DAS AVALIAÇÕES ATUARIAIS ANUAIS

Art. 3º Deverão ser realizadas avaliações atuariais anuais com data focal em 31
de dezembro de cada exercício, coincidente com o ano civil, que se refiram ao cálculo
dos custos e compromissos com o plano de benefícios do RPPS, cujas obrigações
iniciar-se-ão no primeiro dia do exercício seguinte.

§ 1º A avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro de cada exercício


deverá:

I - ser elaborada por atuário habilitado;

II - atender aos parâmetros gerais estabelecidos nesta Portaria e nas instruções


normativas editadas pela Secretaria de Previdência;

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III - ser realizada em consonância com a Nota Técnica Atuarial (NTA) do
plano de benefícios do RPPS;

IV - atestar a situação do RPPS em relação ao equilíbrio financeiro e atuarial


nessa data;

V - incluir todos os benefícios concedidos e a conceder previstos nas normas


vigentes nessa data e respectivos critérios para sua concessão, manutenção e pagamento,
indicando, se for o caso, a necessidade de revisão do plano de benefícios;

VI - fornecer as projeções atuariais e a avaliação da situação financeira e


atuarial do RPPS, de que trata a Lei Complementar nº 101, de 2000;

VII - apurar as provisões matemáticas previdenciárias a serem registradas nas


demonstrações contábeis levantadas nessa data, observadas as normas de contabilidade
aplicáveis ao Setor Público;

VIII - definir o resultado atuarial do RPPS, apurando os custos normal e


suplementar e os compromissos do plano de benefícios do regime para estabelecer o
plano de custeio de equilíbrio do RPPS embasado em método de financiamento de que
trata o art. 13 e descrito na NTA, indicando, se for o caso, a necessidade de revisão do
plano vigente; e

IX - fornecer aos dirigentes e membros dos conselhos deliberativo e fiscal do


RPPS e aos gestores e representantes legais dos entes federativos informações que
possibilitem o contínuo acompanhamento da solvência e liquidez do plano de
benefícios.

§ 2º Os resultados das avaliações atuariais anuais deverão ser registrados no


Relatório da Avaliação Atuarial.

§ 3º Caso as normas de contabilidade aplicáveis ao Setor Público determinem o


registro mensal das provisões matemáticas previdenciárias, os valores poderão ser
obtidos por:

I - recorrência ou interpolação linear daqueles apurados na avaliação com data


focal em 31 de dezembro, observando-se parâmetros estabelecidos em instrução
normativa da Secretaria de Previdência; e

II - recálculo.

§ 4º A avaliação atuarial deverá ser embasada nas normas gerais de


organização e funcionamento dos RPPS e na legislação do ente federativo vigentes em
31 de dezembro, mas, em caso de legislação publicada até a data de sua realização e
ainda não aplicável, o Relatório da Avaliação Atuarial deverá demonstrar os seus
impactos para o RPPS e para os resultados apontados.

§ 5º Para elaboração das projeções atuariais e registro das provisões


matemáticas previdenciárias de que tratam os incisos VI e VII, deverá ser utilizado o
plano de custeio vigente na data focal da avaliação atuarial, ou outro parâmetro definido
pela Secretaria de Previdência, alinhado às normas gerais de contabilidade aplicáveis ao
Setor Público.

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Art. 4º O ente federativo deverá comprovar à Secretaria de Previdência a
realização das avaliações atuariais anuais por meio do encaminhamento do
Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA), no prazo previsto na
norma que disciplina a emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária - CRP.

§ 1º Independentemente do prazo de envio do DRAA, deverão ser adotadas as


providências para a realização da avaliação com data focal em 31 de dezembro de cada
exercício e para o atendimento às demais obrigações estabelecidas em disposições
legais.

§ 2º As informações e documentos a serem encaminhados à Secretaria de


Previdência deverão corresponder aos da avaliação atuarial elaborada pela unidade
gestora do RPPS ou, em caso de elaboração de outras avaliações, aos daquela aprovada
pelo conselho deliberativo do regime, que deverá ser considerada para os fins de que
trata o § 1º do art. 3º.

CAPÍTULO IV
DA AVALIAÇÃO ATUARIAL INICIAL

Art. 5º A avaliação atuarial inicial de RPPS, além de atender aos parâmetros


gerais estabelecidos nesta Portaria, deverá estar embasada em estudo técnico de
viabilidade administrativa, financeira e atuarial, a ser encaminhado pelo ente federativo
à Secretaria de Previdência para análise do equilíbrio financeiro e atuarial do regime a
ser instituído.

§ 1º O estudo técnico deverá ser acompanhado dos documentos e informações


previstos nos incisos I a VII do art. 68 e da minuta de legislação de instituição do RPPS
e comprovar que:

I - a avaliação atuarial inicial contemplada no estudo:

a) possui data focal de até 90 (noventa) dias do envio do estudo à Secretaria de


Previdência;

b) utiliza base cadastral com os dados atualizados de todos os beneficiários de


que trata o art. 38, posicionada até 120 (cento e vinte) dias da data focal da avaliação
atuarial realizada;

c) aferiu devidamente os valores dos compromissos do plano de benefícios;

d) propôs plano de custeio a ser estabelecido para o RPPS que assegure o


equilíbrio financeiro e atuarial do regime e que atende os princípios da economicidade e
eficiência na alocação dos recursos públicos; e

e) identificou os impactos relativos à compensação financeira entre os regimes


previdenciários.

II - a adequação da instituição do RPPS à situação orçamentária e financeira do


ente federativo nos termos do art. 64 e a sua aderência às políticas e programas de
gestão de recursos humanos do ente federativo;

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III - a estrutura de gestão previdenciária proposta atende aos princípios da
legalidade, transparência, segurança, participação, assegurando controle eficiente dos
ativos e passivos previdenciários e transparência no relacionamento com os
beneficiários e a sociedade;

IV - contempla todos os aspectos relacionados à implantação e manutenção do


regime de previdência, levando em consideração os seus impactos para a gestão do ente
federativo a curto, médio e longo prazos;

V - foi procedida a comparação da situação orçamentária, financeira e fiscal do


ente federativo com os servidores vinculados ao Regime Geral de Previdência Social -
RGPS com aquela decorrente da instituição do RPPS.

§ 2º Deverá ser comprovado que o estudo técnico a que se refere o caput foi
disponibilizado aos beneficiários do RPPS, por meio de canal de comunicação de fácil
acesso, preferencialmente em seu sítio eletrônico, e encaminhado aos órgãos de controle
interno e externo.

§ 3º A aprovação pela Secretaria de Previdência do estudo técnico a que se


refere o caput subsidiará o processo de análise da instituição do RPPS no âmbito do ente
federativo.

§ 4º Após aprovação pela Secretaria de Previdência e em caso de edição da lei


de instituição do RPPS, essa deverá ser encaminhada na forma prevista na norma que
disciplina a emissão do CRP em até 10 (dez) dias, contados da sua publicação.

Art. 6º Na hipótese de instituição de RPPS, para fins do cumprimento do


equilíbrio financeiro e atuarial:

I - a lei de criação do regime poderá prever a responsabilidade do ente


federativo pelo pagamento dos benefícios a serem concedidos nos primeiros anos após a
sua publicação, com a finalidade de assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial do
regime;

II - o deficit apurado na avaliação atuarial inicial deverá ser integralmente


equacionado por plano de amortização com fluxo constante ou decrescente de
contribuições, na forma de alíquotas ou aportes, não se aplicando o disposto no inciso II
do art. 55; e

III - a alíquota de contribuição a cargo do ente federativo, correspondente à


soma do custo normal e suplementar do RPPS, não poderá ser inferior àquela prevista
no inciso I do art. 22 da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, para o Regime Geral de
Previdência Social - RGPS, até a amortização integral de eventual deficit atuarial do
RPPS.

CAPÍTULO V
DA AVALIAÇÃO ATUARIAL DE RPPS EM EXTINÇÃO E BENEFICIÁRIOS
MANTIDOS PELO TESOURO

Art. 7º Os entes federativos que colocarem o RPPS em extinção, por meio de


lei que vincule os servidores ocupantes de cargo efetivo ao RGPS, além do
cumprimento das obrigações previstas na legislação aplicável, deverão realizar

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avaliações atuariais com data focal em 31 de dezembro de cada exercício com o
objetivo de apurar os valores dos compromissos.

§ 1º Para a alteração do histórico do RPPS registrado nas bases de dados da


Secretaria de Previdência, deverá ser apresentado, além dos documentos a serem
solicitados na auditoria de que trata a norma que disciplina a emissão do CRP, estudo
que comprove os impactos da extinção do RPPS para o ente federativo.

§ 2º Aplica-se o previsto no caput aos entes federativos que não possuem


regime próprio para seus servidores, mas mantenham benefícios sob responsabilidade
financeira direta do Tesouro.

§ 3º Instrução normativa editada pela Secretaria de Previdência disporá sobre


procedimento simplificado da avaliação atuarial de que trata este artigo e a exigência de
sua elaboração, que deverá observar as normas de contabilidade aplicáveis ao Setor
Público.

CAPÍTULO VI
DA NOTA TÉCNICA ATUARIAL

Art. 8º A Nota Técnica Atuarial (NTA) deverá ser encaminhada à Secretaria de


Previdência como fundamento para verificação do equilíbrio financeiro e atuarial do
RPPS e de sua organização a partir das normas gerais de atuária aplicáveis a esses
regimes, devendo conter a estrutura e os elementos mínimos previstos em instrução
normativa editada por aquele órgão.

§ 1º O envio da NTA contempla:

I - o cadastramento das suas principais informações no sistema disponibilizado


pela Secretaria de Previdência;

II - a certificação da veracidade de suas informações; e

III - o arquivo digitalizado referente à respectiva NTA assinada pelo atuário


responsável.

§ 2º O certificado da NTA deverá comprovar a sua ciência:

I - pelo representante legal do ente federativo; e

II - pelo dirigente da unidade gestora do RPPS.

§ 3º Em caso de instituição de RPPS, a NTA deverá ser encaminhada à


Secretaria de Previdência juntamente com os documentos relativos à avaliação atuarial
inicial, conforme disposto no art. 5º.

§ 4º A NTA deverá ser distinta por:

I - agente público (civil ou militar);

II - Fundo em Repartição e Fundo em Capitalização, em caso de segregação da


massa; e

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III - beneficiários sob responsabilidade financeira direta do Tesouro.

§ 5º É vedado o encaminhamento à Secretaria de Previdência de DRAA e


respectivo Relatório de Avaliação Atuarial que não estejam fundamentados na base
técnica constante da NTA encaminhada anteriormente e chancelada pelas autoridades
previstas no § 2º.

Art. 9° A NTA poderá ser substituída por meio de justificativa técnica


apresentada à Secretaria de Previdência, elaborada pelo atuário responsável e
chancelada pelas autoridades previstas no § 2º do art. 8º, em que sejam descritas as
alterações promovidas, os impactos da alteração, considerando os custos,
compromissos, o resultado atuarial, o nível de capitalização das reservas e o plano de
custeio de equilíbrio.

§ 1º A NTA deverá ser obrigatoriamente substituída em caso de:

I - alteração das características gerais do plano de benefícios do RPPS;

II - alteração da estruturação atuarial do RPPS;

III - alteração do regime financeiro, método de financiamento e das


formulações, desde que devidamente justificados pelo atuário; e

IV - identificação, pela Secretaria de Previdência, de inconsistências na


formulação para cálculo dos custos, dos compromissos, do plano de custeio e nas
demais bases técnicas nela contidas.

§ 2º A NTA deverá ser encaminhada até o prazo de envio do DRAA relativo à


avaliação atuarial nela fundamentada.

§ 3º Caso a substituição da NTA se refira à alteração da base técnica de


avaliação atuarial cujo DRAA já tenha sido encaminhado à Secretaria de Previdência,
deverão ser adequados e reencaminhados os documentos e informações a que se referem
os incisos II, III e V do art. 68.

§ 4º O conselho deliberativo do RPPS deverá ser cientificado da substituição


da NTA.

CAPÍTULO VII
DOS FLUXOS ATUARIAIS

Art. 10. Os fluxos atuariais, parte integrante da avaliação atuarial, deverão


contemplar as projeções de todas as receitas e despesas do RPPS e observar a estrutura e
os elementos mínimos dos modelos aprovados por instrução normativa editada pela
Secretaria de Previdência.

§ 1º Os fluxos atuariais serão distintos por:

I - agente público (civil ou militar);

II - Fundo em Capitalização, em caso de segregação da massa; e

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III - Fundo em Repartição, em caso de segregação da massa e para eventual
massa de beneficiários sob responsabilidade financeira direta do Tesouro.

§ 2º Os fluxos atuariais deverão:

I - apresentar projeções das receitas de contribuição do RPPS, considerando o


plano de custeio de equilíbrio apurado na avaliação atuarial e aquele decorrente do
parâmetro de que trata o § 5º do art. 3º;

II - incluir as previsões de receitas e despesas relativas ao custo administrativo


do regime;

III - permitir o acompanhamento do nível de constituição das reservas e ser


base matemática para o cálculo do valor presente atuarial das obrigações e direitos do
plano de benefícios, devendo os respectivos valores, trazidos a valor presente, convergir
com os valores dos compromissos apurados na avaliação atuarial;

IV - conter os quantitativos esperados de novos entrantes e de concessão de


benefícios de aposentadoria e pensão por morte;

V - evidenciar as projeções relativas aos segurados ativos considerados como


riscos iminentes; e

VI - incluir as previsões de receitas líquidas provenientes da exploração


econômica ou da vinculação de bens, direitos e ativos vinculados ao RPPS não
classificáveis como ativos garantidores dos compromissos do plano de benefícios.

§ 3º Em caso de utilização de formulações que utilizem subperíodos anuais ou


rendas fracionárias, os valores obtidos por comutação deverão convergir para os valores
dos fluxos atuariais, a valor presente.

§ 4º Além do previsto no § 1º, os fluxos atuariais poderão ser elaborados de


forma distinta por:

a) poder, órgão, unidade orçamentária ou outra segregação, para fins de


acompanhamento do passivo previdenciário;

b) massa de beneficiários sujeita a critérios legais de elegibilidade específicos,


em caso de a legislação do RPPS prever contribuições a cargo do ente federativo
diferenciadas sobre a remuneração dessa massa.

Art. 11. O Demonstrativo de Duração do Passivo, parte integrante dos fluxos


atuariais, deverá observar a estrutura e os elementos mínimos do modelo aprovado por
instrução normativa editada pela Secretaria de Previdência.

§ 1º O demonstrativo de que trata este artigo objetiva a divulgação do valor


médio, em anos, dos prazos dos fluxos de pagamentos líquidos de benefícios do RPPS,
ponderado pelos valores presentes desses fluxos.

§ 2º O cálculo da duração será distinto nas hipóteses previstas no § 1º do art.


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§ 3º Independentemente do envio do documento a que se refere o caput,
deverão constar do Relatório da Avaliação Atuarial as informações da duração do
passivo do RPPS e o histórico de sua evolução.

CAPÍTULO VIII
DOS REGIMES FINANCEIROS E MÉTODOS DE FINANCIAMENTO

Art. 12. Os entes federativos poderão adotar os seguintes regimes para


apuração dos compromissos e determinação dos custos do plano de benefícios do RPPS,
como fundamento da observância do equilíbrio financeiro e atuarial:

I - regime financeiro de capitalização;

II - regime financeiro de repartição de capitais de cobertura; e

III - regime financeiro de repartição simples.

§ 1º O regime financeiro de capitalização será utilizado como o mínimo


aplicável para cálculo das aposentadorias programadas e pensões por morte decorrentes
dessas aposentadorias.

§ 2º O regime financeiro de repartição de capitais de cobertura será utilizado


como o mínimo aplicável para cálculo dos benefícios não programáveis de
aposentadorias por invalidez, pensões por morte delas decorrentes, bem como pensão
por morte de segurados ativos.

§ 3º O regime financeiro de repartição simples será utilizado como mínimo


aplicável para os benefícios diversos dos mencionados nos §§ 1° e 2°, caso previstos no
plano de benefícios do RPPS.

§ 4º Os benefícios de aposentadoria e pensão por morte deverão ser avaliados


em regime financeiro de capitalização, ainda que relativos a Fundo em Repartição, no
caso de segregação da massa, ou a massa de beneficiários sob responsabilidade
financeira direta do Tesouro.

Art. 13. Para apuração do custo normal dos benefícios avaliados em regime
financeiro de capitalização, o financiamento gradual do custo dos benefícios futuros
deverá ser estruturado durante toda a vida laboral do servidor, por meio de um dos
seguintes métodos atuariais de financiamento:

I - Crédito Unitário Projetado;

II - Idade Normal de Entrada;

III - Prêmio Nivelado Individual; e

IV - Agregado por Idade Atingida.

§ 1º Os métodos de financiamento a serem utilizados nas avaliações atuariais


dos RPPS deverão atender aos parâmetros definidos em instrução normativa editada
pela Secretaria de Previdência que descreva as suas características para fins de
enquadramento nos modelos relacionados neste artigo e suas variações metodológicas.

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§ 2º Poderão ser utilizados outros métodos, além daqueles previstos neste
artigo, desde que:

I - apresentem nível de formação de reservas superior ao método do Crédito


Unitário Projetado;

II - possam ser inteiramente caracterizados conforme critérios estabelecidos na


instrução normativa de que trata o § 1º; e

III - sejam submetidos à aprovação prévia da Secretaria de Previdência com


todas as formulações necessárias e pertinentes para identificação do novo modelo.

§ 3º Em caso de aprovação, o novo método será incorporado na instrução


normativa de que trata o § 1º e serão observados os procedimentos previstos no art. 14.

§ 4º Os fluxos de pagamentos de benefícios e de recebimentos das


contribuições dos RPPS deverão ser postecipados.

Art. 14. Em caso de alteração do método de financiamento utilizado nas


avaliações atuariais:

I - a unidade gestora do RPPS deverá cientificar o conselho deliberativo do


RPPS;

II - deverá ser encaminhada à Secretaria de Previdência a justificativa técnica


de substituição da NTA, de que trata o art. 9°;

III - a motivação da alteração e os seus impactos deverão ser demonstrados no


Relatório da Avaliação Atuarial; e

IV - exceto em caso de sua aprovação prévia pela Secretaria de Previdência, a


redução do plano de custeio do RPPS decorrente da alteração do método somente será
implementada após a utilização do novo método por 5 (cinco) exercícios consecutivos.

CAPÍTULO IX
DAS HIPÓTESES ATUARIAIS

Art. 15. O ente federativo, a unidade gestora do RPPS e o atuário responsável


pela elaboração da avaliação atuarial deverão eleger conjuntamente as hipóteses
biométricas, demográficas, econômicas e financeiras adequadas à situação do plano de
benefícios e aderentes às características da massa de beneficiários do regime para o
correto dimensionamento dos seus compromissos futuros, obedecidos os parâmetros
mínimos de prudência estabelecidos nesta Portaria, que poderão ser revistos por
instrução normativa da Secretaria de Previdência.

§ 1º O atuário deverá descrever e atestar, no Relatório da Avaliação Atuarial,


as hipóteses utilizadas no cálculo, indicando aquelas de maior impacto para o resultado
atuarial do RPPS.

§ 2º A unidade gestora do RPPS deverá dar ampla divulgação aos beneficiários


das hipóteses biométricas, demográficas, econômicas e financeiras utilizadas na

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avaliação atuarial, cientificando os conselhos deliberativo e fiscal da manutenção ou
alteração das hipóteses utilizadas.

§ 3° O não atendimento a algum dos parâmetros mínimos de prudência a que


se refere o caput poderá ser justificado pelo RPPS mediante a apresentação de estudo
técnico previamente aprovado pela Secretaria de Previdência e formulado de acordo
com instrução normativa por ela editada.

Art. 16. A unidade gestora do RPPS deverá solicitar dos representantes do ente
federativo informações e manifestação fundamentada das hipóteses econômicas e
financeiras relacionadas ao estabelecimento de políticas ou à execução de programas e
atividades sob responsabilidade do ente, especialmente daquelas relacionadas à gestão
de pessoal, para subsidiar a escolha e a análise da aderência.

Parágrafo único. Na circunstância de não serem apresentadas as informações e


a manifestação prevista neste artigo, caberá à unidade gestora do RPPS encaminhar ao
atuário as informações de que dispõe para a definição das hipóteses mencionadas no
caput, devendo constar do Relatório da Avaliação Atuarial as informações obtidas para
a definição dessas hipóteses.

Seção I
Do Relatório de Análise das Hipóteses

Art. 17. Sem prejuízo de outros estudos técnicos e da implementação de


sistemática de acompanhamento da aderência das premissas e hipóteses atuariais
utilizadas nas avaliações atuariais do RPPS, deverá ser elaborado Relatório de Análise
das Hipóteses para comprovação de sua adequação às características da massa de
beneficiários do regime, atendendo-se em sua formulação às seguintes diretrizes:

I - serem observados a estrutura e os elementos mínimos estabelecidos em


instrução normativa editada pela Secretaria de Previdência;

II - ser elaborado por profissional habilitado;

III - ser conclusivo quanto à manutenção ou necessidade de alteração das


premissas e hipóteses utilizadas;

IV - ser apresentado à Secretaria de Previdência, conforme periodicidade e


prazos por ela definidos; e

V - conter os resultados dos estudos técnicos de aderência e de


acompanhamento, no mínimo, das seguintes hipóteses, observado o disposto no art. 15:

a) taxa atuarial de juros;

b) crescimento real das remunerações; e

c) probabilidades de ocorrência de morte e invalidez.

§ 1º A unidade gestora do RPPS deverá adotar as orientações e procedimentos


que constam da instrução normativa a que se refere o inciso I, visando atestar a
adequação e aderência das hipóteses biométricas, demográficas, econômicas e
financeiras utilizadas nas avaliações atuariais.

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§ 2º Constatada a impossibilidade de demonstração da aderência e adequação
de hipóteses quando da aplicação de metodologias para esse fim, deverão constar do
Relatório de Análise das Hipóteses as justificativas e resultados que tenham levado a
essa conclusão.

§ 3º A instrução normativa de que trata o inciso I poderá prever outras


hipóteses e premissas, além daquelas relacionadas no inciso V, cuja aderência deverá
ser demonstrada no Relatório de Análise das Hipóteses.

§ 4º A Secretaria de Previdência poderá determinar a realização de novo estudo


técnico, caso aqueles contidos no Relatório de Análise das Hipóteses sejam
considerados, por ela, inconsistentes ou insuficientes.

§ 5º O disposto nesse artigo não se aplica aos entes federativos de que trata o
art. 7º e àqueles que possuem RPPS, mas mantêm massa de beneficiários sob
responsabilidade financeira do Tesouro, relativamente a essa massa.

Art. 18. Identificada a não aderência das hipóteses avaliadas no Relatório de


Análise das Hipóteses, sua alteração deverá ser implementada na avaliação atuarial do
exercício seguinte ao de elaboração do referido relatório.

§ 1º Deverão ser registradas no Relatório da Avaliação Atuarial as premissas e


hipóteses que foram alteradas ou mantidas em decorrência do estudo de aderência
contido no Relatório de Análise das Hipóteses.

§ 2º As recomendações para alteração das premissas e hipóteses constantes do


Relatório de Análise das Hipóteses devem ser objeto de contínuo acompanhamento pela
unidade gestora do RPPS e pelos conselhos deliberativo e fiscal.

§ 3º A unidade gestora do RPPS deverá cientificar os conselhos deliberativo e


fiscal do conteúdo do Relatório de Análise das Hipóteses e disponibilizá-lo aos
beneficiários do regime e aos órgãos de controle interno e externo.

§ 4º A cientificação de que trata o § 3º não exime o atuário da responsabilidade


técnica sobre os estudos, cálculos e serviços por ele prestados.

§ 5º Em caso de alteração das situações fáticas que fundamentaram o Relatório


de Análise das Hipóteses, essas poderão ser alteradas conforme demonstrado no
Relatório da Avaliação Atuarial.

§ 6º É obrigatória e independe de recomendação do Relatório de Análise das


Hipóteses a atualização das tábuas biométricas referenciais e de hipóteses decorrentes
da utilização de metodologias que utilizem como insumo informações financeiras e
econômicas de domínio público.

Art. 19. A unidade gestora do RPPS deverá manter banco de dados com as
informações das avaliações atuariais já realizadas e com aquelas obtidas junto ao ente
federativo que guardem pertinência com as hipóteses e premissas adotadas para
possibilitar o seu acompanhamento e a elaboração do Relatório de Análise das
Hipóteses.

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Parágrafo único. As informações de que trata o caput deverão ser incorporadas
pela unidade gestora do RPPS no leiaute da base de dados da avaliação atuarial previsto
no art. 41.

Art. 20. A Secretaria de Previdência disponibilizará em seu endereço eletrônico


na rede mundial de computadores - Internet estudos e dados gerais relativos aos RPPS
para subsidiar a análise das premissas e hipóteses adotadas nas avaliações atuariais
desses regimes.

Seção II
Das tábuas biométricas referenciais

Art. 21. As tábuas biométricas utilizadas nas avaliações atuariais para a


projeção da longevidade e da entrada em invalidez da massa de beneficiários do RPPS
deverão estar adequadas à respectiva massa, observados os seguintes critérios técnicos:

I - para a taxa de sobrevivência de válidos e inválidos, o limite mínimo será:

a) dado pela tábua anual de mortalidade do Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatísticas - IBGE, segregada obrigatoriamente por sexo, divulgada no endereço
eletrônico na rede mundial de computadores - Internet da Secretaria de Previdência; e

b) averiguado por meio da comparação entre a Expectativa de Vida (Ex)


estimada por essa tábua e aquela gerada pelas tábuas utilizadas na avaliação atuarial,
com base na idade média geral do grupo formado por beneficiários do RPPS.

II - para a taxa de entrada em invalidez, o limite mínimo será:

a) dado pela tábua Álvaro Vindas; e

b) averiguado com a comparação das probabilidades de entrada em invalidez


de segurados ativos indicadas por essa tábua mínima com aquelas geradas pela tábua
utilizada na avaliação atuarial, com base no somatório de ix, de idade a idade, desde a
idade média do grupo de segurados até a idade prevista na regra constitucional para
aposentadoria voluntária do servidor do gênero masculino.

§ 1º A Secretaria de Previdência também poderá divulgar, para utilização


opcional pelos RPPS, tábuas do IBGE regionalizadas ou tábuas de servidores públicos,
agravadas ou desagravadas ao longo de todas as idades, conforme parâmetros
estabelecidos em instrução normativa editada pelo órgão.

§ 2º As unidades gestoras dos RPPS poderão utilizar tábuas biométricas


formuladas com base na experiência evidenciada da massa de beneficiários do regime,
desde que atendidos os limites mínimos de que tratam os incisos I e II e que aquelas
tábuas sejam encaminhadas previamente à Secretaria de Previdência.

§ 3º O Relatório de Análise das Hipóteses deverá conter estudo técnico da


aderência decorrente da confrontação entre as probabilidades de ocorrência de morte ou
invalidez constantes das tábuas biométricas utilizadas na avaliação atuarial em relação
àquelas constatadas para a massa, salvo na hipótese de impossibilidade de sua
demonstração quando da aplicação de metodologias com esse fim.

15
Seção III
Das alterações futuras no perfil e composição das massas

Art. 22. A avaliação atuarial deverá contemplar as perspectivas de alteração


futura no perfil e na composição da massa de segurados ativos, cujos critérios deverão
ser demonstrados no Relatório da Avaliação Atuarial.

Art. 23. A alteração do perfil da massa por rotatividade poderá ser considerada
desde que observados os seguintes parâmetros:

I - taxa máxima de 1% (um por cento) a cada ano de projeção;

II - ser embasada por experiência histórica da massa avaliada, ou outro critério


definido em instrução normativa da Secretaria de Previdência, observado o previsto no
art. 16; e

III - ser tecnicamente coerente com a utilização das premissas de compensação


financeira a pagar e de reposição de segurados ativos.

Art. 24. A alteração do perfil da massa de segurados por reposição de


segurados ativos em decorrência de falecimento, rotatividade, invalidez e entrada em
aposentadoria deverá observar os seguintes parâmetros:

I - não poderá resultar em aumento da massa de segurados ativos considerada


na posição da avaliação atuarial;

II - deverá ser utilizada exclusivamente sob a lógica de reposição de segurados


ativos, considerando-se um novo entrando com características funcionais e
previdenciárias semelhantes às do segurado que substituiu para efeito de projeção,
especialmente quanto à estimativa de idade de início em algum regime previdenciário,
de ingresso no serviço público e de remuneração inicial desses segurados repostos para
fins de projeções atuariais;

III - deverá considerar, obrigatoriamente, um período de reposição de 75


(setenta e cinco) anos futuros, projetando-se o fluxo de receitas e despesas
previdenciárias correspondentes até o falecimento de todo o grupo de reposição; e

IV - deverá ser fundamentada nas informações e na manifestação encaminhada


pelos representantes do ente federativo, na forma do art. 16.

§ 1º As formulações de cálculo da dinâmica populacional de reposição, das


provisões matemáticas e dos custos correspondentes serão demonstradas na NTA .

§ 2º O Relatório da Avaliação Atuarial conterá a explicitação dos critérios


definidos pela NTA e a separação entre os compromissos, custos e demais informações
relativas aos integrantes da população estudada, sem reposição e com reposição de
segurados ativos.

§ 3º Além dos parâmetros estabelecidos neste artigo, a utilização da hipótese de


reposição de segurados ativos deverá observar aqueles contidos em instrução normativa
da Secretaria de Previdência e somente poderá impactar os valores dos compromissos e
o resultado atuarial, para fins de definição do plano de custeio de equilíbrio do RPPS,
quando atendidos os referidos parâmetros.

16
Seção IV
Das estimativas de remunerações e proventos

Art. 25. Com relação à hipótese de taxa real de crescimento da remuneração ao


longo da carreira:

I - será de, no mínimo, 1% (um por cento) a cada ano da projeção atuarial;

II - os critérios adotados deverão estar explicitados no Relatório da Avaliação


At u a r i a l ;

III - deverá ser uniformemente utilizada em todas as etapas da avaliação


atuarial, devendo a taxa de crescimento real das remunerações, em caso de plano de
equacionamento de deficit atuarial, ser a mesma utilizada para a apuração dos
compromissos e dos custos do plano de benefícios do RPPS;

IV - poderá ser diferenciada por poder, órgão ou entidade, bem como por
categoria ou carreira;

V - deverá ser fundamentada, cumulativa ou alternativamente:

a) nas informações e manifestação encaminhadas pelos representantes do ente


federativo, na forma do art. 16;

b) a partir de dados, desagregados ou não, por carreiras ou cargos, apurando-se


a evolução das remunerações de acordo com a idade ou data de ingresso no ente
federativo, ou conforme outra metodologia apropriada;

c) em estudo, a constar do Relatório de Análise das Hipóteses, acerca da


estrutura remuneratória fixada na legislação do ente federativo, com a evolução na
carreira prevista em estatuto dos servidores ou de carreiras específicas, ou no
cumprimento de pisos salariais previstos em lei para determinadas categorias.

§ 1º Poderá ser utilizada hipótese de taxa real de crescimento da remuneração


decorrente de reajustes gerais a serem concedidos.

§ 2º A hipótese de crescimento real das remunerações, decorrente de reajustes


gerais a serem concedidos que impactem no cálculo dos benefícios, deverá ser aplicada
às projeções dos proventos cujos beneficiários têm direito à paridade.

Seção V
Da taxa atuarial de juros

Art. 26. A taxa de juros real anual a ser utilizada como taxa de desconto para
apuração do valor presente dos fluxos de benefícios e contribuições do RPPS deverá ter,
como limite máximo, o menor percentual dentre os seguintes:

I - do valor esperado da rentabilidade futura dos investimentos dos ativos


garantidores do RPPS, conforme meta prevista na política anual de investimentos
aprovada pelo conselho deliberativo do regime; e

17
II - da taxa de juros parâmetro cujo ponto da Estrutura a Termo de Taxa de
Juros Média seja o mais próximo à duração do passivo do RPPS.

§ 1º A duração do passivo deverá ser calculada por meio do Demonstrativo de


Duração do Passivo de que trata o art. 11.

§ 2º Os critérios e metodologias para cálculo da duração do passivo e da taxa


de juros parâmetro serão definidos em instrução normativa da Secretaria de Previdência,
que divulgará, anualmente, a Estrutura a Termo de Taxa de Juros Média a ser utilizada
para fins de definição da taxa de juros parâmetro.

§ 3º Caso a meta de rentabilidade definida pela política anual de investimentos


do RPPS seja superior à taxa de juros parâmetro, para sua utilização como hipótese de
taxa real de juros na avaliação atuarial deverá ser, previamente, apresentado à Secretaria
de Previdência estudo técnico que demonstre a adequação e a aderência dessa taxa ao
perfil da carteira de investimentos do RPPS, conforme critérios estabelecidos na
instrução normativa mencionada no § 2º.

§ 4º O atuário responsável pela avaliação atuarial poderá utilizar taxa de juros


inferior àquela estabelecida nos parâmetros de que tratam os incisos I e II, atendendo a
critérios de conservadorismo e prudência fundamentados no Relatório da Avaliação
Atuarial, cabendo aos dirigentes da unidade gestora do RPPS cientificar o conselho
deliberativo para possível adequação da política anual de investimentos.

§ 5º Deverá ser demonstrada, no Relatório de Análise das Hipóteses, a


convergência entre a hipótese da taxa real de juros utilizada nas avaliações atuariais e a
rentabilidade dos ativos garantidores do plano de benefícios do RPPS.

§ 6º Em caso de utilização de taxas atuariais de juros diferenciadas por período,


prospectadas pelo perfil da carteira de investimentos do RPPS, deve ser observado o
limite de que trata o inciso II por todas as taxas utilizadas.

Art. 27. Deverá ser utilizada, na avaliação atuarial, a taxa de juros parâmetro,
considerando a duração do passivo do respectivo plano de benefícios, como hipótese de
taxa real de juros, nas seguintes situações:

I - instituição ou extinção de RPPS;

II - massa de beneficiários sob responsabilidade financeira direta do Tesouro;

III - Fundo em Repartição; e

IV - o RPPS ainda não possuir ativos garantidores do plano de benefícios.

Parágrafo único. Nas hipóteses de que trata este artigo, deverá ser apresentada,
no Relatório da Avaliação Atuarial, a análise de sensibilidade do resultado atuarial à
variação das taxas de juros, incluindo a sua demonstração à taxa de juros de 0% (zero
por cento).

18
Seção VI
Da entrada no mercado de trabalho e em aposentadoria programada

Art. 28. O tempo de contribuição do segurado ativo ao RPPS deverá ser obtido
por meio dos dados cadastrais disponibilizados, pela unidade gestora, ao atuário
responsável pela avaliação atuarial, inclusive no que se refere ao tempo de contribuição
anterior à sua vinculação ao RPPS.

§ 1º Inexistindo, na base cadastral, informações sobre o tempo de contribuição


do segurado ativo anterior ao seu ingresso no ente federativo, sua apuração será obtida
pela diferença entre a idade do segurado na data de ingresso no ente ou de vinculação ao
RPPS e a idade de 25 (vinte e cinco) anos.

§ 2º A premissa adotada relativa ao tempo de contribuição anterior ao ingresso


no ente federativo será demonstrada no Relatório da Avaliação Atuarial, assim como os
seus impactos nos resultados para efeitos de estimativa de compensação previdenciária,
devendo ser adotado critério para limitação do tempo de contribuição estimado, caso
não seja aderente a uma perspectiva conservadora para as obrigações do RPPS.

§ 3º A Secretaria de Previdência deverá disponibilizar estatísticas relacionadas


ao ingresso dos trabalhadores em algum regime previdenciário, com a finalidade de
auxiliar a definição dessa premissa por parte das unidades gestoras dos RPPS.

Art. 29. Com relação à estimativa da data provável de entrada em


aposentadoria, deverão constar, no Relatório da Avaliação Atuarial, as informações
relativas:

I - às premissas utilizadas para cálculo das elegibilidades aos benefícios de


aposentadoria programada, dentre as quais as condições para determinação das regras
permanentes, das regras de transição e do lapso temporal para espera por uma regra
mais vantajosa;

II - à adoção da premissa quanto ao recebimento do abono de permanência,


descrevendo a estimativa percentual de obtenção do abono e a perspectiva de duração
dessa condição;

III - à quantidade de segurados ativos considerados como risco iminente por já


apresentarem condições de entrada em aposentadoria na data focal da avaliação atuarial,
explicitando a forma de distribuição desses riscos iminentes nos primeiros anos de
projeção atuarial;

IV - à projeção do quantitativo das futuras elegibilidades, conforme


informações da base cadastral ou em decorrência da premissa adotada; e

V - à descrição do comportamento das despesas com benefícios projetadas para


os primeiros 4 (quatro) anos de projeção atuarial diante do histórico dos últimos 4
(quatro) anos das referidas despesas, ou outro parâmetro estabelecido em instrução
normativa da Secretaria de Previdência, objetivando demonstrar a adequação da
projeção ao histórico e destacar o impacto dessa projeção para o RPPS no curto prazo.

§ 1º As avaliações atuariais deverão adotar hipóteses para o comportamento de


entrada em aposentadoria embasadas em características históricas da massa dos
segurados ativos do RPPS, observados os parâmetros previstos neste artigo.

19
§ 2º A descrição prevista no inciso V deverá registrar, em montante e em
percentual, as variações anuais projetadas para o referido período relativo aos anos
iniciais da projeção, em quadro destacado no Relatório de Avaliação Atuarial.

§ 3º Os fluxos atuariais deverão evidenciar, de forma destacada, as receitas e


despesas relativas aos segurados iminentes indicados no inciso III, conforme previsto no
inciso V do § 2º do art. 10.

§ 4º Considerando o porte e perfil de risco atuarial do RPPS de que trata o art.


77, instrução normativa da Secretaria de Previdência poderá prever parâmetros distintos
para a apresentação das informações de que tratam os incisos de I a V.

Seção VII
Da composição do grupo familiar

Art. 30. Na falta ou inconsistência de dados cadastrais dos dependentes, deverá


ser estimada a composição do grupo familiar para fins de cálculo do compromisso
gerado pela morte de segurado ativo ou aposentado com o pagamento de pensões por
morte, sempre numa perspectiva conservadora quanto aos impactos na diminuição das
obrigações do RPPS.

§ 1º O Relatório da Avaliação Atuarial deverá descrever os critérios adotados,


se por meio de percentual estimado de segurados ativos e aposentados que poderão, em
caso de falecimento, deixar pensão previdenciária ou por meio de família padrão,
observado o que segue:

I - no caso de utilização de família padrão, deverá ser indicada a composição


familiar estimada e a diferença de idades entre os cônjuges e a idade dos filhos; e

II - no caso de utilização de percentual esperado de segurados ativos e


aposentados que deixarão pensão previdenciária, deverá ser indicado o percentual
utilizado e qual o critério técnico adotado, com a explicitação da idade considerada para
o cônjuge.

§ 2º Caso a composição familiar esteja representada por utilização de tábua


correspondente (Hx), esta deverá ser anexada ao Relatório da Avaliação Atuarial, com
indicação da correspondente taxa de juros, tábua de sobrevivência e o critério de
elaboração da composição da família.

§ 3º A Secretaria de Previdência estabelecerá, por meio de instrução normativa,


parâmetros gerais mínimos a serem utilizados na estimativa da composição do grupo
familiar, podendo ser adotada a família padrão divulgada pelo IBGE.

Seção VIII
Das demais premissas e hipóteses

Art. 31. A premissa de fator de capacidade deve observar a limitação da


perspectiva de inflação utilizada para o cálculo do referido fator ao valor do centro da
meta de inflação, estabelecida em conformidade com a política econômica e fiscal
vigente na data focal da avaliação atuarial.

20
Art. 32. Com relação às hipóteses de cálculo do valor dos benefícios a
conceder, com base na média das remunerações ou na última remuneração do servidor
no cargo efetivo, a NTA deverá explicitar a forma de cálculo utilizada em cada caso,
devendo constar, no Relatório da Avaliação Atuarial, as estatísticas relacionadas ao
cálculo dos benefícios, mesmo que não tenham sido objeto de ajuste cadastral para fins
da avaliação.

Art. 33. Caso seja aplicada premissa de entrada em doença para fins de
projeção dos compromissos pertinentes, deverá constar do Relatório da Avaliação
Atuarial a tábua de morbidez utilizada.

Art. 34. Caso adotada projeção do valor do limite máximo dos benefícios do
RGPS, deverá ser observada a projeção divulgada pela Secretaria de Previdência e
explicitado, no Relatório de Avaliação Atuarial, se foi utilizada essa premissa e seus
impactos nas projeções apresentadas.

CAPÍTULO X
DA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA ENTRE REGIMES

Art. 35. A avaliação atuarial deverá computar os efeitos da compensação


financeira entre os regimes previdenciários, projetando os valores a receber e a pagar
pelo RPPS relativos aos benefícios concedidos e a conceder, observados os parâmetros
definidos em instrução normativa da Secretaria de Previdência, cujos critérios e a
metodologia utilizados, em perspectiva conservadora para referida estimativa de receitas
ou despesas futuras do RPPS, deverão ser demonstrados no Relatório da Avaliação
Atuarial.

Art. 36. Com relação aos benefícios concedidos, deverá ser utilizada a relação
percentual verificada entre o valor compensado pró-rata apurado no Sistema de
Compensação Previdenciária - COMPREV e o valor de pagamento dos benefícios do
RPPS, de forma individual ou agregada, evidenciando-se os valores a receber e a pagar
de compensação.

Parágrafo único. No caso de benefícios concedidos em que não haja


informações de compensação financeira no Sistema de Compensação Financeira entre o
Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e os Regimes Próprios de Previdência
Social (RPPS) - COMPREV deverão ser utilizados os parâmetros estabelecidos na
instrução normativa prevista no art. 35.

Art. 37. Quanto aos benefícios a conceder, a estimativa de compensação


previdenciária a receber ou a pagar pelo RPPS deverá ter por base os dados cadastrais
relativos ao tempo de contribuição anterior a outros regimes previdenciários, inclusive
as comprovações de vínculo apresentadas quando da concessão dos benefícios de
aposentadoria, ou os valores de compensação efetivamente verificados para o RPPS.

§ 1º Para fins de estimativa de compensação a receber, deverá ser utilizado,


para o cálculo do valor individual, o critério que resulte no menor valor entre:

I - o resultante de aplicação de percentual de proporção de tempos de


contribuição para efeito de compensação estimado na avaliação sobre o valor médio per
capita dos benefícios pagos pelo RGPS; e

21
II - o valor médio per capita do fluxo mensal de compensação dos
requerimentos já deferidos na data focal da avaliação atuarial.

§ 2º Caso a base cadastral e o sistema COMPREV não disponham dos dados


referidos no caput, poderá ser utilizada, como expectativa de recebimento de
compensação financeira, o percentual estabelecido na instrução normativa de que trata o
art. 35.

§ 3º Em qualquer hipótese, é admitido o cômputo dos valores a receber em


virtude da compensação financeira pelo RPPS somente em relação à geração atual.

§ 4º Deverá ser adotado critério para a estimativa de compensação a pagar


sobre os benefícios a conceder, observados os seguintes parâmetros:

I - a estimativa dessa despesa futura deve adotar a metodologia utilizada na


NTA para a identificação da base de compensação prevista nos §§ 1º e 2º; e

II - os valores estimados de compensação a pagar devem ser descontados


daqueles resultantes da aplicação do limite total de percentual do valor atual dos
benefícios futuros elegíveis à compensação para compensação a receber definido na
instrução normativa de que trata o art. 35.

CAPÍTULO XI
DA BASE CADASTRAL

Art. 38. A avaliação atuarial deverá dispor de informações atualizadas e


consistentes que contemplem todos os beneficiários do RPPS, de quaisquer dos poderes,
órgãos e entidades do ente federativo, compreendendo:

I - os servidores públicos titulares de cargos efetivos e os servidores estáveis


não titulares de cargo efetivo;

II - os magistrados, ministros e conselheiros dos tribunais de contas e os


membros do Ministério Público; e

III - os militares em atividade, em reserva remunerada ou reforma dos Estados


e do Distrito Federal.

§ 1º A base de dados cadastrais, funcionais e remuneratórios dos beneficiários


do RPPS a ser utilizada na avaliação atuarial deverá:

I - observar, no mínimo, as informações previstas no leiaute de que trata o art.


41;

II - estar posicionada entre setembro e dezembro do exercício relativo à


avaliação atuarial anual com data focal em 31 de dezembro; e

III - abranger os servidores afastados ou cedidos a outros entes federativos.

§ 2º Poderão ser utilizados critérios de ajuste da base de dados cadastrais para o


seu posicionamento na data focal da avaliação, com a devida adequação do passivo
atuarial, desde que demonstrados no Relatório da Avaliação Atuarial.

22
Art. 39. Os poderes, órgãos e entidades do ente federativo deverão encaminhar
à unidade gestora do RPPS as informações dos beneficiários do regime para elaboração
da avaliação atuarial, ou permitir o seu acesso por meio de sistemas informatizados, em
tempo hábil para sua análise, correção, processamento e apresentação dos resultados.

§ 1º A unidade gestora do RPPS deverá realizar análise prévia da base de dados


e prestar os esclarecimentos necessários para que o atuário possa apurar adequadamente
os compromissos do plano de benefícios.

§ 2º O banco de dados especificamente utilizado pelo atuário na avaliação


atuarial do RPPS, incluindo os ajustes estatísticos efetuados nessa base para as
projeções atuariais pertinentes, deverá ser reencaminhado por aquele profissional à
unidade gestora do RPPS e ser mantido pelo prazo previsto no art. 72.

Art. 40. O Relatório da Avaliação Atuarial deverá descrever a base de dados


dos beneficiários utilizada, explicitando:

I - se foram apresentadas todas as informações necessárias para o correto


dimensionamento dos custos e compromissos do plano de benefícios do RPPS;

II - a análise da qualidade dos dados, destacando sua atualização, amplitude e


consistência;

III - as premissas adotadas para o ajuste técnico dos dados que não atendem aos
atributos previstos no inciso II, sempre numa perspectiva conservadora quanto aos
impactos na diminuição das obrigações do RPPS; e

IV - as providências adotadas pelo ente federativo e pela unidade gestora do


RPPS para a adequação da base de dados disponibilizada para a avaliação que foi objeto
dos ajustes mencionados no relatório da avaliação atuarial do exercício anterior.

Art. 41. Os arquivos contendo a base de dados utilizada na avaliação atuarial


do RPPS deverão ser encaminhados à Secretaria de Previdência conforme a estrutura e
os elementos mínimos do modelo aprovado em instrução normativa.

§ 1º O prazo para envio da base cadastral dos beneficiários do RPPS será


estabelecido em instrução normativa da Secretaria de Previdência, podendo ser
observado critério de acordo com o porte e perfil atuarial do regime.

§ 2º O envio pelos entes federativos dos arquivos de eventos de cadastro dos


beneficiários do RPPS e de movimentação das folhas de pagamento mensais do Sistema
de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial
subsidiará a Secretaria de Previdência na análise da consistência da base de dados
utilizada na avaliação atuarial e na elaboração dos estudos e projeções de que trata o §
6º do art. 68.

§ 3º Sem prejuízo do envio dos arquivos de que tratam os §§ 1º e 2º, o ente


federativo e a unidade gestora do RPPS deverão manter base de dados cadastrais dos
beneficiários do regime de forma atualizada, confiável e segura pelo prazo previsto no
art. 72.

23
CAPÍTULO XII
DA APURAÇÃO DOS CUSTOS E COMPROMISSOS

Art. 42. As avaliações atuariais indicarão os valores dos custos, dos


compromissos futuros do plano de benefícios do RPPS, suas necessidades de custeio e o
resultado atuarial.

§ 1º Preliminarmente à apuração do resultado do plano de benefícios do RPPS,


deverão ser considerados no mínimo:

I - a satisfação das exigências regulamentares relativas ao custeio do plano,


mediante o uso de modelos e critérios consistentes;

II - os riscos que possam comprometer a solvência e liquidez do plano de


benefícios;

III - a adequada precificação dos ativos garantidores do plano de benefícios; e

IV - o correto provisionamento das contingências passivas imputáveis ao plano


de benefícios, observados os princípios contábeis e as normas legais vigentes.

§ 2º Entende-se como satisfação das exigências regulamentares relativas ao


custeio do plano de benefícios a observância do disposto nas normas gerais de
organização e funcionamento dos RPPS e normas locais do ente federativo, com o
devido reflexo na avaliação atuarial e no plano de custeio para o exercício em que está
sendo apurado o resultado.

§ 3º Os custos do plano de benefícios do RPPS deverão ser apresentados na


avaliação atuarial, separadamente, por benefício e cobertura e demonstrados pelas
submassas definidas nos §§ 1º e 4º do art. 10.

§ 4º Com a finalidade de identificar os componentes do deficit atuarial do


RPPS, os custos deverão ser demonstrados, também, separadamente, para as
aposentadorias concedidas até a promulgação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de
dezembro de 1998, ou outra data de corte estipulada por meio de instrução normativa da
Secretaria de Previdência, e as pensões por morte concedidas até aquela data ou
decorrentes dessas aposentadorias, inclusive em caso de segregação da massa.

Seção I
Dos benefícios avaliados em regime de repartição simples

Art. 43. Os valores necessários para o financiamento do auxílio-doença,


auxílio-reclusão, salário-família e salário-maternidade, caso previstos na legislação do
RPPS, deverão compor o custo normal do plano de benefícios.

§ 1º Esses benefícios deverão ter os seus custos apurados a partir dos valores
efetivamente despendidos pelo RPPS, não podendo ser inferiores à média dos
dispêndios dos 3 (três) últimos exercícios, exceto quando houver fundamentada
expectativa de redução desse custo, demonstrada no Relatório da Avaliação Atuarial.

§ 2º Em caso de instituição do RPPS, os custos dos benefícios de que trata o


caput deverão ser apurados a partir do histórico dos pagamentos feitos pelo RGPS para
os servidores do respectivo ente federativo.

24
§ 3º Os saldos de recursos arrecadados para o financiamento dos benefícios
avaliados em regime de repartição simples deverão compor o Fundo Garantidor de
Benefícios Estruturados em Regime de Repartição Simples.

§ 4º Poderá ser constituído fundo para oscilação de riscos.

§ 5º No caso de constituição de fundos, deverá constar no Relatório da


Avaliação Atuarial os critérios de sua constituição e reversão.

§ 6º Ao final de cada exercício, em caso de apuração de resultado negativo do


Fundo Garantidor de Benefícios Estruturados em Regime de Repartição Simples, o
fundo a que se refere o § 4º, caso constituído, deverá realizar a cobertura até o limite de
seu saldo, ficando o ente federativo responsável por realizar aporte de eventual
insuficiência financeira remanescente.

Seção II
Dos benefícios avaliados em regime de repartição de capitais de cobertura

Art. 44. Os valores necessários para o financiamento dos benefícios avaliados


em regime de repartição de capitais de cobertura deverão compor o custo normal do
plano de benefícios.

§ 1º Os saldos de recursos arrecadados para financiamento dos benefícios de


que trata este artigo deverão compor o Fundo Garantidor de Benefícios Estruturados em
Regime de Repartição de Capitais de Cobertura.

§ 2º Poderá ser constituído fundo para oscilação de riscos.

§ 3º No caso de constituição de fundos, deverá constar no Relatório da


Avaliação Atuarial os critérios de sua constituição e reversão.

§ 4º Ao final de cada exercício, em caso de apuração de resultado negativo do


Fundo Garantidor de Benefícios Estruturados em Regime de Repartição de Capitais de
Cobertura, o fundo a que se refere o § 4º, caso constituído, deverá realizar a cobertura
até o limite de seu saldo, ficando o ente federativo responsável por realizar aporte de
eventual insuficiência financeira remanescente.

Seção III
Dos benefícios avaliados em regime de capitalização

Art. 45. O passivo atuarial do RPPS é representado pelas provisões


matemáticas previdenciárias, que correspondem aos compromissos líquidos do plano de
benefícios, avaliados em regime de capitalização.

§ 1º O resultado atuarial será obtido pela diferença entre o passivo atuarial e os


ativos garantidores dos compromissos do plano de benefícios.

§ 2º Poderão ser constituídos fundos para oscilação de riscos.

§ 3º No caso de criação de fundos, deverá constar no Relatório da Avaliação


Atuarial os critérios de sua constituição e reversão.

25
§ 4º As provisões e os fundos garantidores relativos aos benefícios estruturados
em repartição simples e de capitais de cobertura e os fundos para oscilação de riscos não
compõem o passivo atuarial e nem os ativos garantidores considerados na apuração do
resultado atuarial dos compromissos dos benefícios avaliados em regime de
capitalização.

§ 5º As receitas de que trata o inciso VI do § 2º do art. 10 trazidas a valor


presente poderão ser consideradas no resultado atuarial, conforme estabelecido em
instrução normativa da SPREV, desde que atendidos, no mínimo, os parâmetros
previstos no art. 62.

Art. 46. Poderão ser considerados como ativos garantidores dos compromissos
do plano de benefícios do RPPS:

I - os valores dos recursos de que trata o art. 3º da Resolução do Conselho


Monetário Nacional - CMN nº 3.922, de 25 de novembro de 2010, desde que:

a) destacados contabilmente como investimentos;

b) mensurados adequadamente, conforme normas de contabilidade aplicáveis


ao Setor Público;

c) aplicados em cumprimento aos limites, requisitos e vedações ali


estabelecidos; e

d) em caso de bens, direitos e demais ativos vinculados ao RPPS, desde que


atendidos, no mínimo, os parâmetros previstos no art. 62 desta Portaria.

II - os valores dos créditos a receber reconhecidos nas demonstrações contábeis


do RPPS, exigindo-se, em relação aos créditos a receber do ente federativo, que:

a) estejam por ele devidamente reconhecidos e contabilizados como dívida


fundada com a unidade gestora do RPPS; e

b) tenham sido objeto de termo de acordo de parcelamento celebrado entre ele


e a unidade gestora do RPPS e tenha sido esse acordo encaminhado à Secretaria de
Previdência, até a data focal da avaliação atuarial, por meio do Sistema de Informações
dos Regimes Públicos de Previdência Social - CADPREV.

§ 1º Os ativos garantidores do plano de benefícios deverão apresentar liquidez


compatível com as obrigações do plano de benefícios do RPPS e deverão ser
reconhecidos pelo seu valor contábil na data focal da avaliação, devidamente
precificados para essa data.

§ 2º Em caso de alteração do critério contábil de precificação dos títulos de


emissão do Tesouro Nacional, se tratados como mantidos até o vencimento ou para
negociação, o ajuste positivo ou negativo será acrescido ou deduzido, respectivamente,
para fins de equacionamento de deficit, por ocasião da avaliação atuarial, devendo ser
observados os critérios estabelecidos por instrução normativa da Secretaria de
Previdência.

§ 3º Para fins de apuração do resultado atuarial, nos termos do § 1º do art. 45, o


montante de ativos garantidores, obtido por meio do somatório dos ativos elencados nos

26
incisos I e II, deverá ser líquido das obrigações constantes dos saldos das contas do
passivo circulante na data focal da avaliação.

§ 4º Instrução normativa da Secretaria de Previdência poderá redefinir os


parâmetros de que trata este artigo, em conformidade com as normas gerais de
contabilidade aplicáveis ao Setor Público.

CAPÍTULO XIII
DO PLANO DE CUSTEIO PROPOSTO NA AVALIAÇÃO ATUARIAL

Art. 47. Para observância do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS, a


avaliação atuarial deve indicar o plano de custeio necessário para a cobertura do custo
normal e do custo suplementar do plano de benefícios do RPPS.

§ 1º O custeio do plano de benefícios do RPPS dar-se-á por meio de


contribuições a cargo do ente federativo e dos segurados ativos, aposentados e
pensionistas, além dos repasses financeiros, de que tratam o § 2º do art. 1º, o parágrafo
único do art. 59 e o art. 78, e de outras receitas destinadas ao RPPS, observadas as
normas gerais de organização e funcionamento desses regimes.

§ 2º As contribuições, na forma de alíquotas ou aportes, e repasses financeiros


a cargo do ente federativo deverão abranger todos os poderes, órgãos e entidades que
possuem beneficiários do RPPS.

§ 3º Ao indicar o plano de custeio de equilíbrio, o atuário deverá considerar:

I - a utilização de critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do


RPPS;

II - as características do método de financiamento adotado;

III - a utilização de forma prudencial das hipóteses elegidas;

IV - a avaliação da qualidade da base cadastral utilizada; e

V - que o plano de custeio de equilíbrio deve ser modelado de forma que não
promova o descumprimento dos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, em especial
dos regimes financeiros de que trata o art. 12.

Art. 48. O plano de custeio proposto na avaliação atuarial deverá observar os


seguintes parâmetros:

I - cobrir os custos de todos os benefícios do RPPS e contemplar, nos termos


do art. 51, os recursos para o financiamento do custo administrativo;

II - ser objeto de demonstração em que se evidencie que possui viabilidade


orçamentária, financeira e fiscal nos termos do art. 64;

III - consistir o plano de amortização do deficit atuarial no estabelecimento de


alíquota de contribuição suplementar ou em aportes mensais cujos valores sejam
preestabelecidos;

27
IV - quando instituído na forma de alíquotas, ter a remuneração de contribuição
dos segurados ativos como base de cálculo das contribuições do ente federativo, normal
e suplementar;

V - as contribuições, normal ou suplementar, a cargo do ente federativo


poderão ser diferenciadas por massa de segurados sujeita a critérios legais de
elegibilidade específicos, desde que assegurada a equidade no financiamento do RPPS e
demonstrado que o plano de custeio financia integralmente o custo total apurado na
avaliação atuarial;

VI - em caso de segregação da massa, a contribuição a cargo do ente poderá ser


diferenciada por Fundo em Repartição e Fundo em Capitalização, considerando a
necessidade de observância do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS; e

VII - sua revisão, com redução das contribuições, na forma de alíquotas ou


aportes, deverá observar os critérios prudenciais estabelecidos no art. 65.

§ 1º A unidade gestora do RPPS deverá cientificar o conselho deliberativo das


propostas de alteração do plano de custeio.

§ 2º Para aplicação do previsto no inciso V, no que se refere à contribuição


suplementar, deverá ser aplicado critério de rateio dos ativos garantidores dos
compromissos do plano de benefícios do RPPS, conforme definido em instrução
normativa da Secretaria de Previdência.

Seção I
Dos prazos para implementação do plano de custeio

Art. 49. O plano de custeio proposto na avaliação atuarial com data focal em 31
de dezembro de cada exercício que indicar a necessidade de majoração das
contribuições, implementado por meio de lei do ente federativo editada, publicada e
encaminhada à Secretaria de Previdência e ser exigível até 31 de dezembro do exercício
subsequente, observará o seguinte:

I - o ente federativo deverá atentar para os prazos relativos ao processo legal


orçamentário; e

II - em caso de majoração das alíquotas relativas aos segurados ativos,


aposentados e pensionistas, a lei deverá ser publicada em prazo compatível para
observância do previsto no § 6º do art. 195 da Constituição Federal.

§ 1º Sem prejuízo do atendimento, pelo ente federativo, das exigências de


órgãos de controle e a observância de outras normas legais, o cumprimento da forma e
prazo previstos no caput para implementação do plano de custeio deverá ser
comprovado à Secretaria de Previdência, integrando parte das medidas relacionadas à
observância do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS, resultando, a sua
inobservância, nos seguintes efeitos:

I - o plano de custeio estabelecido pela próxima avaliação atuarial deverá ser


implementado de imediato;

II - o deficit apurado deverá ser integralmente equacionado, não se aplicando


os percentuais mínimos de que trata o inciso II do art. 55; e

28
III - será considerado, pela Secretaria de Previdência, que o ente federativo não
demonstrou o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS enquanto referido plano de
custeio não for implementado.

§ 2º Os prazos para implementação do plano de custeio poderão ser adequados


ao perfil de risco atuarial do RPPS na forma do art. 77.

Seção II
Do acompanhamento do plano de custeio

Art. 50. Para fins de cumprimento do equilíbrio financeiro e atuarial, deverá ser
previsto na legislação do RPPS:

I - prazo para repasse das contribuições, normal ou suplementar, na forma de


alíquotas ou aportes, até uma data do mês subsequente ao da competência da folha de
pagamento dos segurados ativos, aposentados e pensionistas; e

II - aplicação, em caso de inadimplemento do repasse, de índice oficial de


atualização e de taxa de juros e previsão de outras medidas e sanções, inclusive, multa.

§ 1º Após ser implementado em lei, o plano de custeio deverá ser objeto de


contínuo acompanhamento por parte, dentre outros:

I - do ente federativo, que deverá avaliar periodicamente os seus impactos


orçamentários, financeiros e fiscais e adotar medidas para mitigar os riscos do seu não
cumprimento;

II - da unidade gestora do RPPS, que deverá estabelecer processo de


verificação das bases de cálculo e dos valores das contribuições e aportes repassados
pelo ente federativo, tomando as medidas necessárias para cobrança do principal e dos
acréscimos legais em caso de atraso nos repasses e para comunicação do
descumprimento da obrigação aos órgãos de controle interno e externo e ao Ministério
Público competentes;

III - dos conselhos deliberativo e fiscal do RPPS, que deverão verificar,


mensalmente, a regularidade do repasse das contribuições e aportes; e

IV - do atuário responsável pela avaliação atuarial, que deverá demonstrar, nos


Relatórios das Avaliações Atuariais, com base nas informações repassadas pela unidade
gestora do RPPS, o comportamento entre as receitas projetadas e aquelas auferidas pelo
regime e os impactos para a sua situação financeira e atuarial.

§ 2º Os poderes, órgãos e entidades do ente federativo deverão disponibilizar,


mensalmente, à unidade gestora do RPPS, no mínimo, as informações relativas a:

I - folhas de pagamento e documentos de repasse das contribuições que


permitam o efetivo controle da apuração e repasse das contribuições; e

II - bases de dados dos beneficiários referidas no art. 38 necessárias à


realização de auditorias periódicas e à verificação do comportamento das projeções de
receitas e despesas do RPPS.

29
§ 3º Deverão ser encaminhados à Secretaria de Previdência, na forma definida
na norma que disciplina a emissão do CRP, os documentos para comprovação do
repasse das contribuições devidas ao RPPS.

CAPÍTULO XIV
DO CUSTEIO ADMINISTRATIVO

Art. 51. A avaliação atuarial deverá propor plano de custeio para o


financiamento do custo administrativo do RPPS.

§ 1º A alíquota de contribuição do plano de custeio do custo administrativo


deverá ser somada àquela destinada à cobertura do custo normal dos benefícios e deverá
ser corretamente dimensionada, de forma a impossibilitar que sejam utilizados para
administração do RPPS recursos destinados à cobertura do custo normal e do custo
suplementar do plano de benefícios.

§ 2º O disposto no caput e no § 1º não se aplica caso a legislação do RPPS


estabeleça que o custo administrativo será suportado por meio de aportes
preestabelecidos com essa finalidade, por repasses financeiros ou pagamentos diretos
pelo ente federativo, devendo tal situação ser explicitada no Relatório da Avaliação
Atuarial.

§ 3º Independentemente da forma de financiamento do custo administrativo, os


recursos para essa finalidade deverão ser mantidos pela unidade orçamentária do RPPS
por meio de Reserva Administrativa, para sua utilização de forma segregada dos
recursos destinados ao pagamento dos benefícios.

§ 4º Os saldos remanescentes dos recursos destinados à Reserva


Administrativa, apurados ao final de cada exercício, poderão ser revertidos para
pagamento dos benefícios do RPPS, observando-se a legislação do ente federativo e
mediante prévia aprovação de seu conselho deliberativo.

§ 5º Em caso de segregação da massa, deverá ser definida expressamente na


legislação do ente federativo a forma de custeio e utilização dos recursos da Reserva
Administrativa para administração dos benefícios do Fundo em Repartição e do Fundo
em Capitalização.

§ 6º Sendo a legislação do ente federativo omissa em relação ao disposto no §


5º, deverá ser repartido, igualmente, entre os fundos, independentemente do número de
segurados ou beneficiários que estejam a eles vinculados, o custeio administrativo do
RPPS.

§ 7º Para garantia do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS, as contribuições


relativas ao plano de custeio destinado ao financiamento do custo administrativo do
RPPS não são computadas para fins de verificação do limite previsto no art. 2º da Lei nº
9.717, de 1998.

Art. 52. Os recursos destinados ao financiamento do custo administrativo do


RPPS deverão ser objeto de contínuo acompanhamento por parte, dentre outros:

I - do ente federativo, que deverá avaliar periodicamente o custo administrativo


do RPPS;

30
II - da unidade gestora do RPPS, que deverá estabelecer processo contínuo de
verificação dos repasses e da alocação dos recursos; e

III - dos conselhos deliberativo e fiscal do RPPS, que deverão zelar pela
utilização dos recursos segundo os parâmetros gerais e observados os princípios que
regem a Administração Pública.

CAPÍTULO XV
DO EQUACIONAMENTO DO DEFICIT ATUARIAL

Art. 53. No caso de a avaliação atuarial de encerramento do exercício apurar


deficit atuarial, deverão ser adotadas medidas para o seu equacionamento.

§ 1º O Relatório da Avaliação Atuarial, com base no estudo específico da


situação econômico-financeira e atuarial do RPPS, deverá identificar as principais
causas do deficit atuarial por meio do balanço de ganhos e perdas atuariais, apresentar
cenários com as possibilidades para seu equacionamento e os seus impactos e propor
plano de equacionamento a ser implementado em lei pelo ente federativo.

§ 2º O equacionamento do deficit atuarial poderá consistir:

I - em plano de amortização com contribuição suplementar, na forma de


alíquotas ou aportes mensais com valores preestabelecidos;

II - em segregação da massa; e

III - complementarmente, em:

a) aporte de bens, direitos e ativos, observado o disposto no art. 62;

b) aperfeiçoamento da legislação do RPPS e dos processos relativos à


concessão, manutenção e pagamento dos benefícios; e

c) adoção de medidas que visem à melhoria da gestão integrada dos ativos e


passivos do RPPS e da identificação e controle dos riscos atuariais do regime, conforme
art. 73.

§ 3º Poderá ser implementado plano de equacionamento sem considerar o


grupo de beneficiários que se enquadre na situação prevista no § 4º do art. 42, cujo
pagamento dos benefícios deverá ser mantido diretamente pelo Tesouro.

§ 4º Em caso de deficit atuarial, poderá ser mantida a alíquota de contribuição


relativa à cobertura do custo normal mesmo sendo esta superior àquela determinada
pelo método de financiamento utilizado, para fins de amortização do deficit.

§ 5º A proposta do plano de equacionamento do deficit deverá ser


disponibilizada pela unidade gestora do RPPS, juntamente com o estudo técnico que a
fundamentou, aos beneficiários do RPPS.

31
§ 6º O plano de equacionamento do deficit somente será considerado
implementado a partir do seu estabelecimento em lei do ente federativo, observados o
prazo e condições previstos no art. 49.

§ 7º Para garantia do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS, as contribuições


relativas ao plano de amortização do deficit não são computadas para fins de verificação
do limite previsto no art. 2º da Lei nº 9.717, de 1998.

Seção I
Do equacionamento por plano de amortização

Art. 54. Para assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS, o plano de


amortização estabelecido em lei do ente federativo deverá observar os seguintes
critérios, além daqueles previstos no art. 48:

I - garantir a solvência e liquidez do plano de benefícios, mantendo nível de


arrecadação de contribuições e acumulação de reservas compatível com as suas
obrigações futuras, a serem demonstrados por meio dos fluxos atuariais de que trata o
art. 10;

II - que o montante de contribuição no exercício, na forma de alíquotas ou


aportes, seja superior ao montante anual de juros do saldo do deficit atuarial do
exercício;

III - que seja adotado plano que proporcione menor custo total, compatível com
a capacidade orçamentária, financeira e fiscal do ente federativo;

IV - não poderá prever diferimento para início da exigibilidade das


contribuições; e

V - contemplar as alíquotas e valores dos aportes para todo o período do plano.

§ 1º O plano de amortização será apresentado à Secretaria de Previdência na


forma estabelecida por esse órgão em instrução normativa e deverá ser objeto de
contínuo acompanhamento, nos termos do § 1º do art. 50.

§ 2º Em caso de instituição de RPPS deverá ser observado o previsto no art. 6º.

§ 3º Para atendimento ao requisito previsto no inciso V do caput, a lei que


instituir ou alterar plano de amortização deverá identificar todas as alíquotas e aportes e
respectivos períodos de exigência por meio de tabela, além de conter os prazos para
repasse na forma do inciso I do art. 50, não se admitindo a simples menção a
percentuais e a outros aspectos constantes da avaliação atuarial respectiva.

Art. 55. O plano de amortização deverá observar os critérios definidos em


instrução normativa da Secretaria de Previdência, que disporá sobre:

I - o prazo máximo do plano de amortização, que, garantida a constituição de


reservas necessárias para o cumprimento das obrigações do RPPS e atestado por meio
do fluxo atuarial, poderá ser:

a) calculado de acordo com a duração do passivo do fluxo de pagamento dos


benefícios do RPPS; ou

32
b) calculado com base na sobrevida média dos aposentados e pensionistas, no
caso de amortização do deficit relativo à não cobertura integral das provisões
matemáticas dos benefícios concedidos, e no tempo médio remanescente para
aposentadoria, no caso de amortização do deficit relativo às provisões matemáticas de
benefícios a conceder; ou

c) definido por um tempo geral, aplicável a todos os regimes e embasado nas


regras vigentes de elegibilidade das aposentadorias programadas.

II - os percentuais mínimos do deficit a ser equacionado, que, assegurada a


higidez do plano de benefícios do RPPS, poderão ser:

a) calculados de acordo com a duração do passivo do fluxo de pagamento dos


benefícios do RPPS; ou

b) calculados com base na sobrevida média dos aposentados e pensionistas.

III - os percentuais mínimos de deficit que, em caso de sua elevação por


ocasião das avaliações atuariais com data focal em 31 de dezembro de cada exercício,
exigirão a revisão das contribuições previstas no plano de amortização já implementado
em lei.

§ 1º O ente federativo deverá optar por uma das espécies de planos de


amortização definidas na instrução normativa mencionada no caput, devendo constar,
do Relatório da Avaliação Atuarial, em caso de modificação da modelagem adotada, a
justificativa técnica para a alteração, com a demonstração dos seus impactos para o
nível de solvência do RPPS.

§ 2º A alteração do plano de amortização poderá ser determinada pela


Secretaria de Previdência, caso não sejam observados os critérios previstos nesta
Portaria ou se identificadas situações que evidenciem riscos à solvência do regime.

§ 3º A revisão do plano de amortização, a que se refere o inciso III, implica a


implementação, em lei, de novo plano em substituição ao anterior, contemplando a
alteração das alíquotas e valores dos aportes para todo o período, observando-se, ainda,
que:

a) em caso de planos de amortização cujos prazos foram calculados de acordo


com as alíneas "a" e "b" do inciso I, o recálculo deverá ser efetuado por ocasião de sua
revisão; e

b) em caso de planos de amortização com prazo de acordo com a alínea "c" do


inciso I, o plano de amortização revisto deverá observar o prazo remanescente, contado
a partir do marco inicial estabelecido na instrução normativa de que trata o caput.

§ 4º Os parâmetros relativos aos planos de amortização poderão ser adequados


ao perfil de risco atuarial do RPPS, na forma do art. 77.

33
Seção II
Do equacionamento pela segregação da massa

Art. 56. Poderá ser implementada a segregação da massa dos beneficiários do


RPPS, divididos entre o Fundo em Repartição e o Fundo em Capitalização, para o
equacionamento do deficit do regime, observados os seguintes parâmetros:

I - atendimento aos princípios da eficiência e economicidade na alocação dos


recursos financeiros do regime e na composição das submassas;

II - o Fundo em Repartição será constituído por um grupo fechado em extinção,


sendo vedado o ingresso de novos segurados, os quais deverão ser alocados no Fundo
em Capitalização;

III - para a definição da composição da submassa do Fundo em Capitalização,


deverá ser considerado que a esse fundo serão vinculados os saldos de todos os recursos
financeiros do RPPS acumulados anteriormente à implementação da segregação, para
fazer frente aos compromissos desse grupo; e

IV - não se estabeleçam datas futuras para a composição da submassa do


Fundo em Capitalização, à exceção, no que se refere ao parâmetro relativo ao ingresso
de segurados ativos no ente federativo, do prazo previsto no art. 49 ou do início do
funcionamento do Regime de Previdência Complementar cujo pedido tenha sido
protocolado junto ao órgão federal competente dentro daquele prazo, conforme
comprovação apresentada à Secretaria de Previdência.

Parágrafo único. Não devem ser utilizados outros modelos de agrupamentos ou


desmembramentos de massas além daqueles dispostos neste artigo, à exceção do
previsto no art. 61.

Subseção I
Do estudo para instituição da segregação da massa

Art. 57. A implementação da segregação da massa deve contemplar a análise


de todos os aspectos relacionados à sua implantação e manutenção, levando em
consideração os impactos para a gestão do ente federativo a curto, médio e longo
prazos, e estar embasada em estudo técnico de impacto administrativo, financeiro,
patrimonial e atuarial, que deverá demonstrar, além dos critérios previstos no art. 56:

I - a viabilidade orçamentária, financeira e fiscal para o ente federativo, na


forma do art. 64;

II - os resultados atuariais e respectivas projeções de receitas e despesas do


RPPS por meio de cenários que possibilitem a comparação entre a implantação de plano
de amortização e do modelo proposto de composição dos fundos para a segregação da
massa;

III - que a base cadastral contempla os dados de todos os beneficiários do


RPPS;

IV - que as hipóteses são aderentes às características da massa na forma


prevista no art. 17;

34
V - que os valores dos compromissos do plano de benefícios foram
devidamente aferidos e que o plano de custeio a ser estabelecido assegura o equilíbrio
financeiro e atuarial do RPPS;

VI - os bens, direitos e ativos a serem alocados ao Fundo em Repartição e ao


Fundo em Capitalização, devendo ser observado que:

a) os recursos financeiros acumulados devem ser vinculados ao Fundo em


Capitalização;

b) os recursos oriundos da compensação financeira entre os regimes


previdenciários deverão ser alocados às respectivas massas; e

c) as receitas decorrentes dos termos de acordo de parcelamento existentes


deverão ser apropriadas a cada fundo proporcionalmente aos valores das folhas de
pagamento, sendo que os novos termos eventualmente firmados deverão ser elaborados
distintamente.

VII - ter sido objeto de apreciação pelo conselho deliberativo do RPPS.

§ 1º O estudo técnico a que se refere este artigo deverá ser encaminhado à


Secretaria de Previdência para análise de sua adequação à exigência do equilíbrio
financeiro e atuarial, acompanhado da lei de instituição da segregação e dos documentos
e informações previstos nos incisos I, III, IV, VI a VIII do art. 68.

§ 2º O ente federativo deverá encaminhar para análise da Secretaria de


Previdência toda documentação prevista neste artigo em até 30 (trinta) dias contados da
publicação da lei que instituiu a segregação.

§ 3º Em caso de não encaminhamento da documentação no prazo previsto no §


2º, será considerado que o ente federativo não demonstrou o equilíbrio financeiro e
atuarial do RPPS, até que seja procedido aquele envio.

§ 4º Caso seja identificado pela Secretaria de Previdência o não atendimento


aos parâmetros previstos nesta Portaria, o ente federativo deverá apresentar nova
proposta de segregação da massa ou de estabelecimento de plano de amortização para
sua aprovação prévia, devendo garantir que os recursos continuem sendo vertidos para a
constituição de reservas do Fundo em Capitalização até que seja instituída, em lei,
proposta adequada para equacionamento do deficit.

Subseção II
Da implementação da segregação da massa

Art. 58. A segregação da massa deverá ser implementada em até 90 (noventa)


dias da data da publicação da lei de sua instituição, observando-se, a partir de sua
implementação, que:

I - deverá ser realizada a alocação dos beneficiários ao Fundo em Repartição e


ao Fundo em Capitalização, considerando a massa existente na data da sua publicação;

II - os saldos acumulados dos recursos financeiros do RPPS adicionados aos


bens, direitos e demais ativos destinados ao Fundo em Capitalização deverão ser a ele

35
imediatamente vinculados e somente poderão ser utilizados para pagamento dos
beneficiários desse fundo;

III - deverá ser promovida a separação orçamentária, financeira e contábil dos


recursos e obrigações vinculados a cada um dos fundos;

IV - fica vedada transferência de beneficiários, recursos ou obrigações entre os


fundos, não se admitindo, também, a previsão da destinação de contribuições de um
grupo para o financiamento dos benefícios do outro, ressalvada a revisão da segregação
de que trata o art. 60; e

V - as avaliações atuariais deverão considerá-la para fins do encaminhamento


dos documentos e informações de que trata o art. 68 e apurar, por fundo, os custos,
compromissos e resultado atuarial, sendo que o Fundo em Repartição deve ser avaliado
por processo atuarial à taxa de juros de que trata o art. 27.

§ 1º Em caso de não atendimento ao disposto neste artigo, a segregação da


massa instituída em lei não será considerada instrumento apto ao equacionamento do
deficit atuarial do RPPS.

§ 2º O ente federativo e a unidade gestora do RPPS deverão adequar


procedimentos e sistemas, especialmente relacionados às folhas de pagamento, aos
controles contábeis e financeiros e à arrecadação das contribuições, de forma a garantir
a separação orçamentária, financeira e contábil dos recursos do Fundo em Repartição e
do Fundo em Capitalização.

Subseção III
Do acompanhamento da segregação da massa

Art. 59. A estrutura de gestão do RPPS deve possibilitar o controle eficiente


dos ativos e passivos previdenciários segregados por fundo, devendo a segregação da
massa ser objeto de contínuo acompanhamento por parte, dentre outros:

I - do ente federativo, que deverá avaliar, periodicamente, os seus impactos


orçamentários, financeiros e fiscais e adotar medidas para mitigar os riscos do não
cumprimento do plano de custeio e aportes sob sua responsabilidade;

II - da unidade gestora do RPPS, que deverá estabelecer procedimentos que


garantam os repasses das contribuições, dos pagamentos dos benefícios, da aplicação
dos recursos, dentre outros, separados por fundo;

III - dos conselhos deliberativo e fiscal do RPPS, que deverão verificar a


regularidade da separação orçamentária, financeira e contábil dos recursos e obrigações
correspondentes; e

IV - do atuário responsável pela avaliação atuarial, que deverá demonstrar, nos


Relatórios das Avaliações Atuariais, a evolução dos custos e compromissos de cada
fundo, das receitas e despesas e dos ativos garantidores, indicando se há necessidade de
adequação do plano de equacionamento.

Parágrafo único. O valor da insuficiência financeira mensal devida pelo ente


federativo ao Fundo em Repartição:

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I - deverá ser controlado pela unidade gestora do RPPS por poder, órgão e
entidade, considerando os valores das contribuições e das folhas de pagamento dos
respectivos beneficiários; e

II - poderá ser expresso em termos de aportes preestabelecidos ou de alíquotas


incidentes sobre as folhas de pagamento, cabendo ao ente federativo a responsabilidade
pela insuficiência que for superior ao plano de custeio estabelecido dessa forma.

Subseção IV
Da revisão da segregação da massa

Art. 60. O RPPS que implementar a segregação da massa somente poderá


alterar os seus parâmetros ou desfazê-la por meio de apresentação do estudo técnico
previsto no art. 57 e prévia aprovação da Secretaria de Previdência, devendo ser
demonstrado o atendimento dos pressupostos que garantam a manutenção do equilíbrio
financeiro e atuarial do regime.

§ 1º O estudo técnico deverá comparar a atual situação do RPPS com o cenário


decorrente da alteração proposta, demonstrando a solvência e liquidez do plano de
benefícios, a manutenção de nível de acumulação de reservas compatível com as
obrigações futuras do regime e a preservação dos recursos acumulados, na forma do
inciso II do art. 58.

§ 2º Caso seja implementada revisão ou desfazimento da segregação da massa


sem aprovação da Secretaria de Previdência, será por esta considerado que o ente
federativo não demonstrou o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS, enquanto referido
estudo não for apresentado, devendo ser observado o previsto no § 4º do art. 57.

§ 3º Poderá ser efetuada revisão da segregação da massa com a transferência de


riscos do Fundo em Repartição para o Fundo em Capitalização sem necessidade de
aprovação prévia por parte da Secretaria de Previdência, desde que atendidos,
cumulativamente, os requisitos a seguir, que poderão ser ajustados por meio de
instrução normativa da Secretaria de Previdência:

I - seja precedida de identificação e análise e do estabelecimento de controles


dos riscos atuariais e operacionais, no mínimo, em relação à aderência das hipóteses de
taxa de juros, de crescimento real das remunerações e de tábuas de sobrevivência;

II - as últimas 3 (três) avaliações atuariais do Fundo em Capitalização


apresentem resultado superavitário, sem considerar eventual valor atual do plano de
equacionamento de deficit;

III - seja estabelecido, em lei, critério objetivo de transferência dos


beneficiários do Fundo em Repartição para o Fundo em Capitalização, e publicada, em
ato normativo, a relação dos beneficiários que serão transferidos;

IV - o valor da provisão matemática relativa aos beneficiários a serem


transferidos do Fundo em Repartição seja calculado com base no plano de custeio
vigente e com a aplicação das mesmas hipóteses utilizadas para a massa do Fundo em
Capitalização;

37
V - o valor da provisão matemática relativa aos beneficiários a serem
transferidos do Fundo em Repartição, apurado antes de realizada a revisão, seja igual ou
inferior à Margem para Revisão de Segregação, calculada pelo maior valor entre:

a) Margem para Revisão de Segregação = [(Ativos garantidores dos


compromissos do plano de benefícios) / (1,15)] - [Provisões Matemáticas dos
Benefícios Concedidos e a Conceder do Fundo em Capitalização]; ou

b) Margem para Revisão de Segregação = [(Ativos garantidores dos


compromissos do plano de benefícios) / (1 + (0,05 + 0,01 x duração do passivo do
Fundo em Capitalização, em anos))] - [Provisões Matemáticas dos Benefícios
Concedidos e a Conceder do Fundo em Capitalização].

VI - não sejam transferidos recursos financeiros acumulados do Fundo em


Capitalização para o Fundo em Repartição.

§ 4º O estudo técnico que embasou a revisão de segregação de massa na forma


prevista no § 3º deverá ser encaminhado à Secretaria de Previdência em até 30 dias
contados da publicação da lei e, caso constatado o descumprimento dos requisitos
estabelecidos ou a inadequação na composição dos fundos, será considerado não
atendido o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS enquanto não revertida a revisão ou
sanadas as pendências.

Seção III
Outras formas de modelagem atuarial

Art. 61. Considerando o porte e perfil do regime próprio, nos termos do § 2º do


art. 2º e art. 77, poderá ser definida outra forma de estrutura atuarial do RPPS cujo
estudo técnico, encaminhado para aprovação prévia da Secretaria de Previdência, tenha
sido, comprovadamente, objeto de apreciação pelo conselho deliberativo do RPPS e
demonstre a adoção de medidas que visem assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial
do sistema.

CAPÍTULO XVI
DO APORTE DE BENS, DIREITOS E DEMAIS ATIVOS AO RPPS

Art. 62. Em adição ao equacionamento do deficit por plano de amortização ou


segregação da massa, poderão ser aportados ao RPPS bens, direitos e demais ativos de
qualquer natureza para constituição dos fundos referidos no art. 249 da Constituição
Federal e no art. 6º da Lei nº 9.717, de 1998, desde que garantidas a solvência e a
liquidez do plano de benefícios e a adequação do processo de análise e afetação aos
princípios que regem a Administração Pública.

§ 1º O aporte ao RPPS de bens, direitos e demais ativos de qualquer natureza


deverá observar, no mínimo, além das normas legais e regulamentares relativas à
matéria, os seguintes parâmetros:

I - ser precedido de estudo técnico e processo transparente de avaliação e


análise de viabilidade econômico-financeira;

II - observar a compatibilidade desses ativos com os prazos e taxas das


obrigações presentes e futuras do RPPS;

38
III - ser aprovado pelo conselho deliberativo do RPPS;

IV - serem disponibilizados pela unidade gestora, aos beneficiários do RPPS, o


estudo e o processo de avaliação e análise de sua viabilidade econômico-financeira; e

V - ter sido sua vinculação realizada por meio de lei do ente federativo.

§ 2º Em caso de segregação da massa, os bens, direitos e demais ativos poderão


ser alocados ao Fundo em Repartição ou ao Fundo em Capitalização, ou serem
utilizados para sua revisão, observadas as demais prescrições legais e os parâmetros
estabelecidos nesta Portaria.

Art. 63. Para assegurar o caráter contributivo do RPPS e a solvência e liquidez


do plano de benefícios, não poderão ser utilizados bens, direitos e demais ativos para
dação em pagamento das obrigações relativas a contribuições vencidas.

Parágrafo único. Com relação às contribuições relativas ao plano de


amortização do deficit vincendas, em caso de aporte de bens, direitos e demais ativos, já
reconhecidos contábil e juridicamente como ativos garantidores do plano de benefícios
do RPPS e que ensejem a alteração do plano de amortização, caberá à legislação do ente
federativo disciplinar como se dará a substituição das obrigações correspondentes.

CAPÍTULO XVII
DA DEMONSTRAÇÃO DE VIABILIDADE DO PLANO DE CUSTEIO

Art. 64. Deverão ser garantidos os recursos econômicos suficientes para honrar
os compromissos estabelecidos no plano de custeio e na segregação da massa, cabendo
ao ente federativo demonstrar a adequação do plano de custeio do RPPS à sua
capacidade orçamentária e financeira e aos limites de gastos com pessoal impostos pela
Lei Complementar nº 101, de 2000.

§ 1º Os estudos técnicos de implementação e revisão dos planos de custeio,


inclusive de equacionamento de deficit atuarial e de alteração da estrutura atuarial do
RPPS, deverão avaliar a viabilidade financeira, orçamentária e fiscal para o ente
federativo e a garantia do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.

§ 2º A viabilidade financeira, orçamentária e fiscal do plano de custeio do


RPPS será divulgada, pelo ente federativo e pela unidade gestora do RPPS, por meio do
Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio, que deverá:

I - observar a estrutura e os elementos mínimos do modelo aprovado por


instrução normativa editada pela Secretaria de Previdência;

II - contemplar, além das informações relativas às estimativas atuariais do


RPPS, dados contábeis, financeiros, orçamentários e fiscais do ente federativo e
respectivas projeções;

III - referir-se ao período de equacionamento do deficit atuarial; e

IV - ser encaminhado à Secretaria de Previdência nos prazos definidos por


instrução normativa, aplicando-se o previsto no art. 77.

39
§ 3º Poderão ser solicitadas informações complementares àquelas previstas no
modelo do demonstrativo a que se refere o § 2º, caso identificadas situações de riscos à
liquidez e solvência do plano de benefícios.

§ 4º A responsabilidade pelas informações a serem prestadas no demonstrativo


previsto no § 2º relativas às projeções atuariais do RPPS é do atuário e, pelos dados
contábeis, financeiros, orçamentários e fiscais, do representante legal do ente federativo
e do dirigente da unidade gestora do RPPS.

§ 5º Os conselhos deliberativo e fiscal do RPPS deverão acompanhar as


informações do demonstrativo de que trata este artigo, as quais serão, ainda,
encaminhadas aos órgãos de controle interno e externo para subsidiar a análise da
capacidade orçamentária, financeira e fiscal do ente federativo para cumprimento do
plano de custeio do RPPS.

CAPÍTULO XVIII
DA REDUÇÃO DO PLANO DE CUSTEIO

Art. 65. A redução do plano de custeio será admitida desde que:

I - seu fundamento seja demonstrado no Relatório da Avaliação Atuarial;

II - seja garantida a constituição de reservas necessárias para o cumprimento


das obrigações do RPPS, atestando-se, por fluxo atuarial, que as receitas mensais
projetadas relativas às contribuições normais e suplementares serão superiores aos
valores das despesas com benefícios nos períodos em que houver redução das alíquotas
ou aportes;

III - o total das aplicações de recursos de que tratam o art. 7º e o art. 8º da


Resolução CMN nº 3.922, de 2010, seja superior às provisões matemáticas dos
benefícios concedidos; e

III - sejam observados os demais critérios previstos nos arts. 49 e 55.

§ 1º A redução do plano de custeio dependerá de aprovação prévia da


Secretaria de Previdência caso o método de financiamento não esteja sendo utilizado
pelo RPPS há 5 (cinco) exercícios consecutivos, conforme inciso IV do art. 14.

§ 2º Em caso de segregação da massa, os parâmetros estabelecidos neste artigo


se aplicam ao Fundo em Capitalização.

Art. 66. Implementada redução do plano de custeio do RPPS sem observância


dos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, será considerado que o ente federativo não
demonstrou o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS até que o plano seja recomposto
aos níveis anteriores.

Art. 67. A Secretaria de Previdência poderá determinar a adoção de hipóteses


biométricas, demográficas, financeiras e econômicas com critérios prudenciais,
objetivando a segurança da redução do plano de custeio para o equilíbrio financeiro e
atuarial do RPPS, conforme previsto em instrução normativa por esta editada.

40
Parágrafo único. A unidade gestora do RPPS, tendo como base os Relatórios
das Avaliações Atuariais e de Análise das Hipóteses, deverá identificar, mensurar e
avaliar a perenidade das causas que deram origem ao resultado atuarial apontado,
atentando para a necessidade de liquidez para fazer frente aos compromissos do plano
de benefícios

CAPÍTULO XIX
DAS INFORMAÇÕES ATUARIAIS DOS RPPS

Art. 68. Deverão ser encaminhados, pelos entes federativos, em atendimento ao


previsto no parágrafo único do art. 9º da Lei nº 9.717, de 1998, os seguintes documentos
e informações atuariais relativos ao RPPS, observados a estrutura e os elementos
mínimos aprovados por instruções normativas da Secretaria de Previdência ou
constantes do CADPREV:

I - Nota Técnica Atuarial (NTA);

II - Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA);

III - Fluxos atuariais;

IV - Base cadastral utilizada na avaliação atuarial;

V - Relatório da Avaliação Atuarial;

VI - Demonstrativo de Duração do Passivo;

VII - Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio; e

VIII - Relatório de Análise das Hipóteses.

§ 1º As informações atuariais poderão ser agrupadas, desagrupadas ou


incorporadas entre os documentos e arquivos a que se referem os incisos do caput,
conforme definido pela Secretaria de Previdência.

§ 2º Os prazos de envio dos documentos de que trata o § 1º deverão observar o


previsto em normas específicas.

§ 3º A Secretaria de Previdência deverá disponibilizar, em sua página


eletrônica, informações atuariais dos RPPS provenientes dos documentos de que trata
este artigo.

§ 4º Deverão ser divulgadas, pelo ente federativo e pela unidade gestora, aos
beneficiários do RPPS e à sociedade, por meio de canal de comunicação de fácil acesso,
preferencialmente, em seus sítios eletrônicos, informações sobre a situação financeira e
atuarial do RPPS, utilizando linguagem clara e acessível.

§ 5º Os dirigentes do RPPS, os gestores e representantes legais do ente


federativo e os atuários por eles habilitados são responsáveis pela veracidade das
informações atuariais prestadas aos conselhos deliberativo e fiscal do regime, à
Secretaria de Previdência e aos órgãos de controle interno e externo.

41
§ 6º A Secretaria de Previdência realizará estudos, a partir das informações
atuariais de que trata este artigo, para fins de consolidação dos resultados globais
apurados pelo conjunto dos RPPS e divulgação dos dados relativos à previdência do
servidor público, podendo utilizar métodos, hipóteses e premissas uniformes para
possibilitar a comparabilidade entre os regimes.

§ 7º A exigência das informações de que trata este artigo poderá ser adequada
ao porte e perfil de risco atuarial do RPPS, na forma do art. 77.

Seção I
Do Demonstrativo do Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA)

Art. 69. As informações relativas às avaliações atuariais dos RPPS deverão ser
encaminhadas à Secretaria de Previdência por meio do Demonstrativo do Resultado da
Avaliação Atuarial (DRAA).

§ 1º O envio do DRAA deve ser precedido da NTA que fundamenta a


avaliação atuarial a que se reporta.

§ 2º O sistema de recepção do DRAA disponibilizado pela Secretaria de


Previdência contempla o cadastro das principais informações da avaliação atuarial do
RPPS, por meio de suas bases normativa, cadastral e técnica e de seus resultados.

§ 3º No ato do preenchimento e envio do DRAA, será gerado comprovante no


qual os seguintes responsáveis atestarão a veracidade e correspondência entre as
informações contidas no DRAA com aquelas constantes do Relatório da Avaliação
Atuarial e dos fluxos atuariais:

I - o representante legal do ente federativo;

II - o dirigente da unidade gestora do RPPS;

III - o representante do conselho deliberativo do RPPS; e

IV - o atuário responsável pela avaliação atuarial.

§ 4º Os entes federativos de que trata o art. 7º ou que possuem RPPS mas


mantêm massa de beneficiários sob responsabilidade financeira do Tesouro,
relativamente a essa massa, deverão encaminhar o DRAA de forma simplificada, nos
termos definidos pela Secretaria de Previdência.

§ 5º A responsabilidade pelo envio do DRAA é do ente federativo e da unidade


gestora do RPPS, a partir das informações prestadas pelo atuário responsável pela
avaliação atuarial e constantes do respectivo Relatório da Avaliação Atuarial.

Seção II
Do Relatório da Avaliação Atuarial

Art. 70. O Relatório da Avaliação Atuarial deverá observar a estrutura e os


elementos mínimos do modelo aprovado por instrução normativa editada pela Secretaria
de Previdência, conter o Parecer Atuarial e ser assinado pelo atuário responsável pela
avaliação.

42
§ 1º Além de outras informações previstas nesta Portaria, o Relatório da
Avaliação Atuarial deverá conter:

I - a descrição da base de dados e a certificação do nível de sua adequação;

II - a descrição das hipóteses atuariais e os fundamentos da sua utilização e, se


for o caso, a análise de sensibilidade do resultado à alteração das principais hipóteses
utilizadas na avaliação atuarial;

III - a demonstração dos resultados e análises das projeções atuariais;

IV - informações circunstanciadas sobre a situação atuarial do plano de


benefícios dos RPPS, dispondo, quando for o caso, sobre as principais causas do
superavit ou do deficit apontado;

V - a definição do plano de custeio de equilíbrio do RPPS, e, em decorrência,


os valores dos custos normal e suplementar e dos compromissos do plano de benefícios,
indicando, se for o caso, a necessidade de revisão do plano vigente;

VI - a indicação, dentre aquelas previstas na legislação aplicável, das medidas


para o equacionamento de deficit e para a busca e manutenção do equilíbrio financeiro e
atuarial, demonstrando os cenários e os seus impactos;

VII - a recomendação da medida a ser adotada pelo ente federativo para o


equacionamento de deficit e das demais ações que deverão pautar a busca da
sustentabilidade de longo prazo do RPPS;

VIII - a evidenciação dos custos e compromissos do plano de benefícios do


RPPS para as massas de que tratam os §§ 1º e 4º do art. 10, se for o caso;

IX - a análise comparativa entre os resultados das três últimas avaliações


atuariais, indicando as maiores alterações e os prováveis motivos;

X - informações repassadas pela unidade gestora do RPPS relativas a:

a) execução do plano de custeio vigente, no decorrer do exercício, no que se


refere à regularidade do repasse das contribuições normais e suplementares; e

b) implementação ou não dos planos de custeio e de amortização do deficit


estabelecidos na última avaliação atuarial realizada e as razões alegadas para sua não
implementação.

XI - como anexo, a demonstração dos ganhos e perdas atuariais, na forma


disposta em instrução normativa da Secretaria de Previdência.

§ 2º O Relatório da Avaliação Atuarial com data focal em 31 de dezembro


deverá ser anexado, juntamente com nota elaborada pela unidade gestora do RPPS,
como anexo ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias do exercício seguinte, em
atendimento à exigência da avaliação da situação financeira e atuarial do RPPS prevista
no art. 4º, § 2º, inciso IV, "a" da Lei Complementar nº 101, de 2000.

§ 3º O conteúdo do Relatório da Avaliação Atuarial de que trata este artigo


poderá ser adequado ao porte e perfil de risco atuarial do RPPS, na forma do art. 77.

43
Seção III
Da análise das informações atuariais

Art. 71. A Secretaria de Previdência realizará a análise e acompanhamento das


informações atuariais dos RPPS e identificará, por meio de notificações e documentos
por ela produzidos, as situações não aderentes às normas de atuária aplicáveis a esses
regimes.

§ 1º Os entes federativos serão comunicados, por meio eletrônico, dos


resultados das análises, devendo consultar, periodicamente, no CADPREV, as
notificações e demais documentos, bem como eventuais pendências.

§ 2º Os prazos para adoção de providências, pelo ente federativo e a unidade


gestora do RPPS, começam a correr a partir da data da disponibilização das notificações
e pareceres no CADPREV.

§ 3º Os procedimentos relativos à emissão das notificações, análise das


respostas e das justificativas e solicitações encaminhadas pelos entes federativos, bem
como de concessão de prazos para apresentação de documentos ou comprovação de
adequação deverão observar o disposto em instrução normativa editada pela Secretaria
de Previdência.

§ 4º A Secretaria de Previdência poderá determinar que os documentos


previstos no art. 68 sejam corrigidos para adequação de suas informações.

Art. 72. Os documentos, bancos de dados e informações que deram suporte às


avaliações atuariais do RPPS e aos demais estudos técnicos previstos nesta Portaria e
em instruções normativas da Secretaria de Previdência deverão permanecer arquivados
na unidade gestora do RPPS à sua disposição pelo prazo de 10 (dez) anos.

CAPÍTULO XX
DA GESTÃO ATUARIAL

Art. 73. Para garantir a solvência e liquidez do plano de benefícios deverão ser
adotadas medidas de aperfeiçoamento da gestão dos ativos e passivos do RPPS e
assegurada a participação dos conselhos deliberativo e fiscal em seu acompanhamento.

Parágrafo único. As medidas incluem definição, acompanhamento e controle


das bases normativa, cadastral e técnica e dos resultados da avaliação atuarial,
estabelecimento do plano de custeio e do equacionamento do deficit, além de ações
relacionadas à concessão, manutenção e pagamento dos benefícios e às políticas de
gestão de pessoal que contribuam para assegurar a transparência, solvência, liquidez e
equilíbrio econômico, financeiro e atuarial do plano de benefícios do RPPS.

Art. 74. Deverá ser implementado plano institucionalizado de identificação,


controle e tratamento dos riscos atuariais, promovendo o contínuo acompanhamento do
equilíbrio entre os compromissos do plano de benefícios e os respectivos ativos
garantidores, inclusive verificando a evolução das provisões matemáticas.

§ 1º Deverá ser elaborada avaliação atuarial no período compreendido entre


duas avaliações atuariais anuais caso seja verificada a ocorrência de fato relevante para

44
a deterioração da situação financeira e atuarial do RPPS ou em decorrência de alteração
de disposições do seu plano de benefícios.

§ 2º Em caso de legislação do ente federativo publicada posteriormente à data


de elaboração da avaliação atuarial anual que altere a estruturação atuarial ou o plano de
custeio do RPPS e que não tenha sido considerada nessa avaliação, deverá ser elaborado
novo estudo atuarial e reencaminhado o DRAA e os documentos previstos no art. 68,
que somente serão considerados aptos para regularidade do equilíbrio financeiro e
atuarial após análise da Secretaria de Previdência.

Art. 75. Na hipótese de alteração legal relacionada à estrutura funcional e


remuneratória dos segurados ativos do RPPS, à ampliação e reformulação dos quadros
existentes e às demais políticas de pessoal do ente federativo que possam provocar a
majoração potencial dos benefícios do regime próprio, a unidade gestora, a partir de
estudo técnico elaborado por atuário legalmente habilitado, acompanhado das premissas
e metodologia de cálculo utilizadas, deverá demonstrar a estimativa do seu impacto para
o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.

Parágrafo único. O ente federativo deverá prever fontes de custeio e adotar


medidas para o equacionamento do deficit se a proposta de que trata o caput agravar a
situação de desequilíbrio financeiro ou atuarial do RPPS.

Art. 76. O ente federativo e a unidade gestora do RPPS poderão realizar


auditorias atuariais periódicas, por atuário legalmente habilitado, para verificar e avaliar
a coerência e a consistência das avaliações atuariais, atendidas as disposições legais e as
determinações dos conselhos deliberativo ou fiscal do RPPS.

CAPÍTULO XXI
DO PERFIL ATUARIAL DOS RPPS

Art. 77. A Secretaria de Previdência estabelecerá perfil de risco atuarial dos


RPPS, por meio de matriz de risco que considere o porte do regime e as informações
constantes do CADPREV e do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor
Público Brasileiro - SICONFI.

§ 1º Além dos elementos referidos no caput, a matriz de risco de que trata este
artigo poderá embasar-se, dentre outros:

I - no Indicador de Situação Previdenciária dos RPPS - ISP-RPPS de que trata


o inciso V do art. 30 da Portaria MPS nº 402, de 10 de dezembro de 2008; e

II - na obtenção de certificação institucional em um dos níveis de aderência do


Programa de Certificação Institucional e Modernização da Gestão dos RPPS – Pró-
Gestão RPPS, instituído pela Portaria MPS nº 185, de 14 de maio de 2015.

§ 2º A partir da definição do porte e do perfil de risco atuarial de cada RPPS,


poderão ser aplicados, conforme previsto no § 2º do art. 2º, parâmetros distintos dos
estabelecidos nesta Portaria, conforme critérios definidos por instrução normativa
editada pela Secretaria de Previdência, e poderão ser apresentados modelos de
estruturação atuarial nos termos do art. 61.

45
§ 3º A Secretaria de Previdência publicará relação dos RPPS por grupo de risco
atuarial, a qual terá validade pelos 3 (três) exercícios subsequentes à sua publicação.

§ 4º Sem prejuízo do disposto no § 3º, os indicadores utilizados para


classificação do risco atuarial dos RPPS poderão ser atualizados anualmente, para:

I - acompanhamento das informações e verificação da necessidade de


alterações e aperfeiçoamentos da metodologia utilizada a serem promovidos na próxima
revisão da relação dos RPPS por grupo de risco; e

II - identificação de fato relevante para a situação financeira e atuarial do RPPS


que venha a colocar em risco de solvência e liquidez o plano de benefícios.

§ 5º Na situação de que trata o inciso II do § 4º, o RPPS poderá ter seu grupo
de risco atuarial alterado, excepcionalmente, em prazo inferior àquele previsto no 3º,
sendo comunicado, pela Secretaria de Previdência, dos efeitos dessa reclassificação e
dos prazos para adequação aos parâmetros do grupo para o qual foi realocado.

CAPÍTULO XXII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 78. Independentemente da forma de estruturação do RPPS, as eventuais


insuficiências financeiras para o pagamento dos benefícios previstos no Plano de
Benefícios são, nos termos das normas gerais de organização e funcionamento desses
regimes, de responsabilidade orçamentária do respectivo ente federativo.

Art. 79. A aplicação dos parâmetros previstos nesta Portaria é facultativa para a
avaliação atuarial relativa ao exercício de 2019, posicionada em 31 de dezembro de
2018, e obrigatória para as avaliações atuariais seguintes.

Art. 80. Instruções normativas da Secretaria de Previdência estabelecerão os


prazos para envio dos documentos e informações previstas nesta Portaria, observados,
no que couber, o porte e perfil de risco atuarial do RPPS na forma do art. 77.

Art. 81. Os entes federativos que implementaram planos de amortização


anteriores à vigência desta Portaria poderão repactuar o equacionamento dos deficit
atuariais nas novas condições estabelecidas, conforme instrução normativa da Secretaria
de Previdência.

Art. 82. Os entes federativos que efetuaram, até 31 de maio de 2018, a revisão
da segregação da massa sem aprovação da Secretaria de Previdência poderão apresentar,
para sua análise e parecer, plano de adequação com a constituição de submassas,
constituição de fundos ou outros arranjos atuariais, na forma do art. 61.

Art. 83. Em caso de necessidade de adequação das funcionalidades do


CADPREV ou de outros sistemas que venham a ser utilizados pela Secretaria de
Previdência e de estruturação das atividades de acompanhamento e supervisão, esta
Secretaria poderá suspender, provisoriamente, por meio de instrução normativa, a
obrigatoriedade de envio das informações e adoção dos procedimentos previstos nesta
Portaria.

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Art. 84. Para os fins desta Portaria e das instruções normativas dela
decorrentes, consideram-se os conceitos definidos no Anexo.

Art. 85. Os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Previdência do


Ministério da Fazenda.

Art. 86. Fica revogada a Portaria MPS n° 403, de 10 de dezembro de 2008.

Art. 87. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ANA PAULA VITALI JANES VESCOVI

ANEXO - DOS CONCEITOS

1. Alíquota de contribuição normal: percentual de contribuição, instituído em lei do ente


federativo, definido, a cada ano, para cobertura do custo normal e cujos valores são
destinados à constituição de reservas com a finalidade de prover o pagamento de
benefícios.

2. Alíquota de contribuição suplementar: percentual de contribuição extraordinária,


estabelecido em lei do ente federativo, para cobertura do custo suplementar e
equacionamento do deficit atuarial.

3. Análise de sensibilidade: método que busca mensurar o efeito de uma hipótese ou


premissa no resultado final de um estudo ou avaliação atuarial.

4. Aposentadoria: benefício concedido aos segurados ativos do RPPS em prestações


continuadas e nas condições previstas na Constituição Federal, nas normas gerais de
organização e funcionamento desses regimes e na legislação do ente federativo.

5. Aposentadoria por invalidez: benefício concedido aos segurados do RPPS que, por
doença ou acidente, forem considerados, por perícia médica do ente federativo ou da
unidade gestora do RPPS, incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de
serviço que lhes garanta o sustento, nas condições previstas na Constituição Federal, nas
normas gerais de organização e funcionamento desses regimes e na legislação do ente
federativo.

6. Ativos garantidores dos compromissos do plano de benefícios: somatório dos


recursos provenientes das contribuições, das disponibilidades decorrentes das receitas
correntes e de capital e demais ingressos financeiros auferidos pelo RPPS, e dos bens,
direitos, ativos financeiros e ativos de qualquer natureza vinculados, por lei, ao regime,
destacados como investimentos e avaliados pelo seu valor justo, conforme normas
contábeis aplicáveis ao setor público, excluídos os recursos relativos ao financiamento
do custo administrativo do regime e aqueles vinculados aos fundos para oscilação de
riscos e os valores das provisões para pagamento dos benefícios avaliados em regime de
repartição simples e de repartição de capitais de cobertura.

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7. Atuário: profissional técnico especializado, bacharel em Ciências Atuariais e
legalmente habilitado para o exercício da profissão nos termos do Decreto-lei nº 806, de
04 de setembro de 1969.

8. Auditoria atuarial: exame dos aspectos atuariais do plano de benefícios do RPPS


realizado por atuário ou empresa de consultoria atuarial certificada, na forma de
instrução normativa específica, com o objetivo de verificar e avaliar a coerência e a
consistência da base cadastral, das bases técnicas adotadas, da adequação do plano de
custeio, dos montantes estimados para as provisões (reservas) matemáticas e fundos de
natureza atuarial, bem como de demais aspectos que possam comprometer a liquidez e
solvência do plano de benefícios.

9. Avaliação atuarial: documento elaborado por atuário, em conformidade com as bases


técnicas estabelecidas para o plano de benefícios do RPPS, que caracteriza a população
segurada e a base cadastral utilizada, discrimina os encargos, estima os recursos
necessários e as alíquotas de contribuição normal e suplementar do plano de custeio de
equilíbrio para todos os benefícios do plano, que apresenta os montantes dos fundos de
natureza atuarial, das reservas técnicas e provisões matemáticas a contabilizar, o fluxo
atuarial e as projeções atuariais exigidas pela legislação pertinente e que contem parecer
atuarial conclusivo relativo à solvência e liquidez do plano de benefícios.

10. Bases técnicas: premissas, pressupostos, hipóteses e parâmetros biométricos,


demográficos, econômicos e financeiros utilizados e adotados no plano de benefícios
pelo atuário, com a concordância dos representantes do RPPS, adequados e aderentes às
características da massa de segurados e beneficiários do RPPS e ao seu regramento.
Como bases técnicas entendem-se, também, os regimes financeiros adotados para o
financiamento dos benefícios, as tábuas biométricas utilizadas, bem como fatores e
taxas utilizados para a estimação de receitas e encargos.

11. Beneficiário: a pessoa física amparada pela cobertura previdenciária do RPPS,


compreendendo o segurado e seus dependentes.

12. Conselho deliberativo: órgão colegiado instituído na estrutura do ente federativo ou


da unidade gestora do RPPS para o atendimento ao critério de organização e
funcionamento desse regime pelo qual deve ser garantida a participação de
representantes dos beneficiários do regime, nos colegiados ou instâncias de decisão em
que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação.

13. Conselho fiscal: órgão colegiado instituído na estrutura do ente federativo ou da


unidade gestora do RPPS que supervisiona a execução das políticas formuladas pelo
conselho deliberativo e as medidas e ações desenvolvidas pelo órgão de direção do
RPPS.

14. Custeio administrativo: é a contribuição considerada na avaliação atuarial, expressa


em alíquota e estabelecida em lei para o financiamento do custo administrativo do
RPPS.

15. Custo administrativo: o valor correspondente às necessidades de custeio das


despesas correntes e de capital necessárias à organização e ao funcionamento da
unidade gestora do RPPS, inclusive para a conservação de seu patrimônio, conforme
limites estabelecidos em parâmetros gerais.

48
16. Custo normal: o valor correspondente às necessidades de custeio do plano de
benefícios do RPPS, atuarialmente calculadas, conforme os regimes financeiros
adotados, referentes a períodos compreendidos entre a data da avaliação e a data de
início dos benefícios.

17. Custo suplementar: o valor correspondente às necessidades de custeio, atuarialmente


calculadas, destinado à cobertura do tempo de serviço passado, ao equacionamento de
deficit gerados pela ausência ou insuficiência de alíquotas de contribuição, inadequação
das bases técnicas ou outras causas que ocasionaram a insuficiência de ativos
necessários à cobertura das provisões matemáticas previdenciárias, de responsabilidade
de todos os poderes, órgãos e entidades do ente federativo.

18. Data focal da avaliação atuarial: data na qual foram posicionados, a valor presente,
os encargos, as contribuições e aportes relativos ao plano de benefícios, bem como o
ativo real líquido e na qual foi apurado o resultado e a situação atuarial do plano. Nas
avaliações atuariais anuais, a data focal é a data do último dia do ano civil, 31 de
dezembro.

19. Deficit atuarial: resultado negativo apurado por meio do confronto entre o somatório
dos ativos garantidores dos compromissos do plano de benefícios e os valores atuais do
fluxo de contribuições futuras, do fluxo dos valores líquidos da compensação financeira
a receber e do fluxo dos parcelamentos vigentes a receber, menos o somatório dos
valores atuais dos fluxos futuros de pagamento dos benefícios do plano de benefícios.

20. Deficit financeiro: valor da insuficiência financeira, período a período, apurada por
meio do confronto entre o fluxo das receitas e o fluxo das despesas do RPPS em cada
exercício financeiro.

21. Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA): documento elaborado


em conformidade com os atos normativos da Secretaria de Previdência do Ministério da
Fazenda, exclusivo de cada RPPS, que demonstra, de forma resumida, as características
gerais do plano de benefícios, da massa segurada pelo plano e os principais resultados
da avaliação atuarial.

22. Dependente previdenciário: a pessoa física que mantenha vinculação previdenciária


com o segurado, na forma da lei.

23. Dirigente da unidade gestora do RPPS: representante legal da unidade gestora do


RPPS que compõe o seu órgão de direção ou diretoria executiva.

24. Duração do passivo: a média ponderada dos prazos dos fluxos de pagamentos de
benefícios de cada plano, líquidos de contribuições incidentes sobre esses benefícios,
conforme instrução normativa da Secretaria de Previdência.

25. Ente federativo: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

26. Equacionamento de deficit atuarial: decisão do ente federativo quanto às formas,


prazos, valores e condições em que se dará o completo reequilíbrio do plano de
benefícios do RPPS, observadas as normas legais e regulamentares.

27. Equilíbrio atuarial: garantia de equivalência, a valor presente, entre o fluxo das
receitas estimadas e das obrigações projetadas, ambas estimadas e projetadas
atuarialmente, até a extinção da massa de segurados a que se refere; expressão utilizada

49
para denotar a igualdade entre o total dos recursos garantidores do plano de benefícios
do RPPS, acrescido das contribuições futuras e direitos, e o total de compromissos
atuais e futuros do regime.

28. Equilíbrio financeiro: garantia de equivalência entre as receitas auferidas e as


obrigações do RPPS em cada exercício financeiro.

29. Estrutura a Termo de Taxa de Juros Média: a média das Estruturas a Termo de Taxa
de Juros diárias embasadas nos títulos públicos federais indexados ao Índice de Preço ao
Consumidor Amplo - IPCA, conforme instrução normativa da Secretaria de
Previdência.

30. Evento gerador do benefício: evento que gera o direito e torna o segurado do RPPS
ou o seu dependente elegível ao benefício.

31. Fluxo atuarial: discriminação dos fluxos de recursos, direitos, receitas e encargos do
plano de benefícios do RPPS, benefício a benefício, período a período, que se trazidos a
valor presente pela taxa atuarial de juros adotada no plano, convergem para os
resultados do Valor Atual dos Benefícios Futuros e do Valor Atual das Contribuições
Futuras que deram origem aos montantes dos fundos de natureza atuarial, às provisões
matemáticas (reservas) a contabilizar e ao eventual deficit ou superavit apurados da
avaliação atuarial.

32. Fundo em capitalização: fundo especial, instituído nos termos da Lei nº 4.320, de 17
de março de 1964, com a finalidade de acumulação de recursos para pagamento dos
compromissos definidos no Plano de Benefícios do RPPS, no qual o benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição e idade foi estruturado sob o regime financeiro
de capitalização e os demais benefícios em conformidade com as regras dispostas nesta
Portaria.

33. Fundo em repartição: fundo especial, instituído nos termos da Lei nº 4.320, de 17 de
março de 1964, em caso de segregação da massa, em que as contribuições a serem
pagas pelo ente federativo, pelos segurados ativos, aposentados e pensionistas
vinculados ao RPPS são fixadas sem objetivo de acumulação de recursos, sendo as
insuficiências aportadas pelo ente federativo, admitida a constituição de fundo para
oscilação de riscos.

34. Fundo para oscilação de riscos: valor destinado à cobertura de riscos decorrentes de
desvios das hipóteses adotadas na avaliação atuarial ou com o objetivo de antisseleção
de riscos, cuja finalidade é manter nível de estabilidade do plano de custeio do RPPS e
garantir sua solvência.

35. Ganhos e perdas atuariais: demonstrativo sobre o ajuste entre a realidade e a


expectativa que se tinha quando da formulação do plano de custeio, acerca do
comportamento das hipóteses ou premissas atuariais.

36. Meta de rentabilidade: é a taxa real anual de retorno esperada dos ativos
garantidores dos compromissos do plano de benefícios, definida pela política de
investimentos do RPPS.

37. Método de financiamento atuarial: metodologia adotada pelo atuário para


estabelecer o nível de constituição das reservas necessárias à cobertura dos benefícios
estruturados no regime financeiro de capitalização, em face das características

50
biométricas, demográficas, econômicas e financeiras dos segurados e beneficiários do
RPPS.

38. Nota técnica atuarial (NTA): documento técnico elaborado por atuário e exclusivo
de cada RPPS, em conformidade com a instrução normativa emanada da Secretaria de
Previdência do Ministério da Fazenda, que contém todas as formulações e expressões de
cálculo das alíquotas de contribuição e dos encargos do plano de benefícios, das
provisões (reservas) matemáticas previdenciárias e fundos de natureza atuarial, em
conformidade com as bases técnicas aderentes à população do RPPS, bem como
descreve, de forma clara e precisa, as características gerais dos benefícios, as bases
técnicas adotadas e metodologias utilizadas nas formulações.

39. Órgãos de controle externo: Os tribunais de contas, responsáveis pela fiscalização


contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos entes federativos e
entidades da Administração Pública direta e indireta, nos termos dos arts. 70 a 75 da
Constituição Federal e respectivas constituições estaduais, e dos RPPS, na forma do
inciso IX do art. 1º da Lei nº 9.717, de 1998.

40. Parecer atuarial: documento emitido por atuário que apresenta de forma conclusiva a
situação financeira e atuarial do plano de benefícios, no que se refere à sua liquidez de
curto prazo e solvência, que certifica a adequação da base cadastral e das bases técnicas
utilizadas na avaliação atuarial, a regularidade ou não do repasse de contribuições ao
RPPS e a observância do plano de custeio vigente, a discrepância ou não entre o plano
de custeio vigente e o plano de custeio de equilíbrio estabelecido na última avaliação
atuarial e aponta medidas para a busca e manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial.

41. Passivo atuarial: é o valor presente, atuarialmente calculado, dos benefícios


referentes aos servidores, dado determinado método de financiamento do plano de
benefícios.

42. Pensionista: o dependente em gozo de pensão previdenciária em decorrência de


falecimento do segurado ao qual se encontrava vinculado.

43. Plano de benefícios: benefícios de natureza previdenciária oferecidos aos segurados


do RPPS, segundo as regras constitucionais e legais, limitados ao conjunto estabelecido
para o Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

44. Plano de custeio: conjunto de alíquotas normais e suplementares e de aportes,


discriminados por benefício, para financiamento do plano de benefícios e dos custos
com a administração desse plano, necessários para se garantir o equilíbrio financeiro e
atuarial do plano de benefícios.

45. Plano de custeio de equilíbrio: conjunto de alíquotas normais e suplementares e de


aportes, discriminadas por benefício, para financiamento do Plano de Benefícios e dos
custos com a administração desse plano, necessárias para se garantir o equilíbrio
financeiro e atuarial do plano de benefícios, proposto na avaliação atuarial.

46. Plano de custeio vigente: conjunto de alíquotas normais e suplementares e de


aportes para financiamento do plano de benefícios e dos custos com a administração
desse plano, estabelecido em lei pelo ente federativo e vigente na posição da avaliação
atuarial.

51
47. Projeções atuariais com as alíquotas de equilíbrio: compreendem as projeções de
todas as receitas e despesas do RPPS, considerando o fluxo atuarial dos benefícios
calculados pelo regime financeiro de capitalização, os benefícios calculados por capitais
de cobertura e os benefícios calculados por repartição simples e taxa de administração,
calculados com base nas novas alíquotas de equilíbrio, para atender as exigências da Lei
de Responsabilidade Fiscal.

48. Projeções atuariais com as alíquotas vigentes: compreendem as projeções de todas


as receitas e despesas do RPPS, considerando o fluxo atuarial dos benefícios calculados
pelo regime financeiro de capitalização, os benefícios calculados por repartição de
capitais de cobertura, os benefícios calculados por repartição simples e taxa de
administração, calculados com base nas alíquotas vigentes, para atender as exigências
da Lei de Responsabilidade Fiscal.

49. Provisão matemática de benefícios a conceder: corresponde ao valor presente dos


encargos (compromissos) com um determinado benefício não concedido, líquidos das
contribuições futuras e aportes futuros, ambos também a valor presente.

50. Provisão matemática de benefícios concedidos: corresponde ao valor presente dos


encargos (compromissos) com um determinado benefício já concedido, líquidos das
contribuições futuras e aportes futuros, ambos também a valor presente.

51. Regime financeiro de capitalização: regime onde há a formação de uma massa de


recursos, acumulada durante o período de contribuição, capaz de garantir a geração de
receitas equivalentes ao fluxo de fundos integralmente constituídos, para garantia dos
benefícios iniciados após o período de acumulação dos recursos.

52. Regime financeiro de repartição de capitais de cobertura: regime no qual o valor


atual do fluxo de contribuições normais futuras de um único exercício é igual ao valor
atual de todo o fluxo de pagamento de benefícios futuros, fluxo esse considerado até sua
extinção e apenas para benefícios cujo evento gerador do benefício venha ocorrer
naquele único exercício.

53. Regime financeiro de repartição simples: regime em que o valor atual do fluxo de
contribuições normais futuras de um único exercício é igual ao valor atual de todo o
fluxo de benefícios futuros cujo pagamento venha a ocorrer nesse mesmo exercício.

54. Regime Geral de Previdência Social - RGPS: regime de filiação obrigatória para os
trabalhadores não vinculados a regime próprio de previdência social.

55. Regime Próprio de Previdência Social - RPPS: o regime de previdência estabelecido


no âmbito do ente federativo e que assegure por lei, a todos os servidores titulares de
cargo efetivos, pelo menos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte previstos
no art. 40 da Constituição Federal.

56. Relatório da avaliação atuarial: documento elaborado por atuário legalmente


habilitado que apresenta os resultados do estudo técnico desenvolvido, baseado na Nota
Técnica Atuarial e demais bases técnicas, com o objetivo principal de estabelecer, de
forma suficiente e adequada, os recursos necessários para a garantia do equilíbrio
financeiro e atuarial do plano de previdência.

57. Relatório de análise das hipóteses: instrumento de responsabilidade da unidade


gestora do RPPS, elaborado por atuário legalmente responsável, pelo qual demonstra-se

52
a adequação e aderência das bases técnicas adotadas na avaliação atuarial do regime
próprio às características da massa de beneficiários do regime, às normas gerais de
organização e funcionamento dos RPPS e às normas editadas pelo ente federativo.

58. Reserva administrativa: constituída com os recursos destinados ao financiamento do


custo administrativo do RPPS, relativos ao exercício corrente ou de sobras de custeio de
exercícios anteriores e respectivos rendimentos, provenientes de alíquota de
contribuição integrante do plano de custeio normal, aportes preestabelecidos para essa
finalidade, repasses financeiros ou pagamentos diretos pelo ente federativo ou
destinados a fundo administrativo instituído nos termos da Lei nº 4.320, de 17 de março
de 1964.

59. Reserva de contingência: montante decorrente do resultado superavitário, para


garantia de benefícios.

60. Resultado atuarial: resultado apurado por meio do confronto entre o somatório dos
ativos garantidores dos compromissos do plano de benefícios com os valores atuais do
fluxo de contribuições futuras, do fluxo dos valores líquidos da compensação financeira
a receber, menos o somatório dos valores atuais dos fluxos futuros de pagamento dos
benefícios do plano de benefícios, sendo superavitário caso as receitas superem as
despesas, e, deficitário, em caso contrário.

61. Segregação da massa: a separação dos segurados do plano de benefícios do RPPS


em grupos distintos que integrarão o Fundo em Capitalização e o Fundo em Repartição.

62. Segurado: o servidor público civil titular de cargo efetivo, o magistrado e o membro
do Ministério Público e de tribunal de contas, ativo e aposentado; o militar estadual
ativo, da reserva remunerada ou reformado, com vinculação previdenciária ao RPPS,
abrangendo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, instituições, órgãos e
entidades autônomas.

63. Segurado aposentado: o segurado em gozo de aposentadoria.

64. Segurado ativo: o segurado que esteja em fase laborativa.

65. Serviço passado: parcela do passivo atuarial do servidor ativo correspondente ao


período anterior a seu ingresso no RPPS do ente, para a qual não exista compensação
previdenciária integral. No caso do aposentado ou pensionista, é a parcela do passivo
atuarial referente a esses beneficiários, relativa ao período anterior à assunção pelo
regime próprio e para o qual não houve contribuição para o correspondente custeio.

66. Sobrevida média dos aposentados e pensionistas: representa a sobrevida média da


tábua de mortalidade na data da avaliação atuarial e expresso em anos dos aposentados,
pensionistas vitalícios e da duração do tempo do benefício das pensões temporárias,
conforme instrução normativa da Secretaria de Previdência.

67. Superavit atuarial: resultado positivo apurado por meio do confronto entre o
somatório dos ativos garantidores dos compromissos do plano de benefícios com os
valores atuais do fluxo de contribuições futuras e do fluxo dos valores líquidos da
compensação financeira a receber, menos o somatório dos valores atuais dos fluxos
futuros de pagamento dos benefícios do plano de benefícios.

53
68. Tábuas biométricas: instrumentos demográficos estatísticos utilizados nas bases
técnicas da avaliação atuarial que estimam as probabilidades de ocorrência de eventos
relacionados de determinado grupo de pessoas, tais como: sobrevivência, mortalidade,
invalidez, morbidade, etc.

69. Taxa atuarial de juros: é a taxa anual de retorno esperada dos ativos garantidores dos
compromissos do plano de benefícios do RPPS, no horizonte de longo prazo, utilizada
no cálculo dos direitos e compromissos do plano de benefícios a valor presente, sem
utilização do índice oficial de inflação de referência do plano de benefícios.

70. Taxa de administração: compreende os limites a que o custo administrativo está


submetido, expressos em termos de alíquotas e calculados nos termos dos parâmetros e
diretrizes gerais para a organização e funcionamento dos RPPS.

71. Taxa de juros parâmetro: aquela cujo ponto da Estrutura a Termo de Taxa de Juros
Média, divulgada anualmente pela Secretaria de Previdência, seja o mais próximo à
duração do passivo do respectivo plano de benefícios.

72. Valor atual das contribuições futuras: valor presente atuarial do fluxo das futuras
contribuições de um plano de benefícios, considerando as bases técnicas indicadas na
Nota Técnica Atuarial e os preceitos da Ciência Atuarial.

73. Valor atual dos benefícios futuros: valor presente atuarial do fluxo de futuros
pagamentos de benefícios de um plano de benefícios, considerados as bases técnicas
indicadas na Nota Técnica Atuarial e os preceitos da Ciência Atuarial.

74. Viabilidade financeira: capacidade de o ente federativo dispor de recursos


financeiros suficientes para honrar os compromissos previstos no plano de benefícios do
RPPS.

75. Viabilidade fiscal: capacidade de cumprimento dos limites fiscais previstos na Lei
de Responsabilidade Fiscal.

76. Viabilidade orçamentária: capacidade de o ente federativo consignar receitas e fixar


despesas, em seu orçamento anual, suficientes para honrar os compromissos com o
RPPS.

77. Unidade gestora: a entidade ou órgão integrante da estrutura da administração


pública do ente federativo que tenha por finalidade a administração, o gerenciamento e a
operacionalização do RPPS, incluindo a arrecadação e a gestão de recursos, a
concessão, o pagamento e a manutenção dos benefícios.

78. Valor Justo: valor pelo qual um ativo pode ser negociado ou um passivo liquidado
entre as partes interessadas em condições ideais e com a ausência de fatores que
pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação de
comercialização.

54
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 1, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre a estrutura e elementos mínimos


da base cadastral dos beneficiários dos
regimes próprios de previdência social (RPPS)
utilizada nas avaliações atuariais desses
regimes e o seu encaminhamento à Secretaria
de Previdência do Ministério da Fazenda.

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no inciso I do art. 1º e no inciso II do art. 9º da Lei nº 9.717, de 27
de novembro de 1998, no inciso II do § 11 do art. 5º da Portaria MPS nº 204, de 10 de julho de 2008,
e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018, resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre a estrutura e os elementos mínimos das
bases de dados cadastrais, funcionais e remuneratórios dos beneficiários dos regimes próprios de
previdência social (RPPS) utilizadas nas avaliações atuariais desses regimes, a serem encaminhadas
à Secretaria de Previdência para acompanhamento da observância do equilíbrio financeiro e atuarial.

CAPÍTULO II
DA BASE CADASTRAL
Art. 2º A base cadastral utilizada na avaliação atuarial deverá:
I - contemplar todos os beneficiários do RPPS, de quaisquer dos poderes, órgãos e
entidades do ente federativo;
II - observar os parâmetros previstos nos arts. 38 e 39 da Portaria MF nº 464, de 2018;
III - conter, dentre outras, as seguintes informações previstas no leiaute disponibilizado
no endereço eletrônico da Secretaria de Previdência na internet:
a) o tipo de agente público, civil ou militar;
b) se o beneficiário compõe a massa do Fundo em Repartição, do Fundo em
Capitalização ou sob responsabilidade financeira direta do ente federativo (“Mantidos pelo
Tesouro”);
c) o Poder, órgão ou entidade ao qual o beneficiário está vinculado;

55
d) se o segurado ativo pertence a alguma categoria que possui regra de elegibilidade
específica para aposentadoria;
e) os dados para identificação do beneficiário, como sexo, data de nascimento,
matrícula, CPF, estado civil, condição, se válido ou inválido;
f) os dados relativos à situação funcional do segurado ativo ou aposentado, tais como,
tipo de vínculo, identificação do cargo e da carreira, data de ingresso no ente, no cargo e na carreira,
se está sujeito ou vinculado ao regime de previdência complementar, se percebe abono de
permanência;
g) os valores da remuneração bruta e da remuneração de contribuição dos segurados
ativos e dos proventos dos aposentados e pensionistas, da contribuição previdenciária e do teto
remuneratório;
h) o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e a outros
RPPS, com identificação do respectivo regime de origem;
i) as informações relativas aos dependentes dos segurados ativos e aposentados, tais
como número de dependentes, data de nascimento, condição do cônjuge, se válido ou inválido;
j) quanto aos aposentados, o tipo de aposentadoria, a data de início do benefício, se
possui paridade ou não, o valor da compensação previdenciária recebida por meio do Sistema de
Compensação Previdenciária (COMPREV), com identificação dos respectivos regimes de origem;
l) quanto aos pensionistas, a identificação do instituidor da pensão, a data do seu
falecimento, o valor percentual da quota, tipo de relação do pensionista com o instituidor, duração do
benefício, se vitalício ou temporário.
Parágrafo único. Adicionalmente, a base cadastral deverá contemplar informações:
I - relativas aos beneficiários que se desvincularam do RPPS em decorrência de
desligamento ou falecimento, permitindo-se o acompanhamento das hipóteses relativas às projeções
de rotatividade e longevidade;
II - que guardem pertinência com o processo de escolha e acompanhamento das demais
hipóteses e premissas utilizadas na avaliação atuarial, possibilitando a elaboração do Relatório de
Análise das Hipóteses de que trata o art. 17 da Portaria MF nº 464, de 2018.

CAPÍTULO III
DO ENCAMINHAMENTO DA BASE CADASTRAL
Art. 3º O ente federativo deverá encaminhar os arquivos da base cadastral utilizada na
avaliação atuarial do RPPS à Secretaria de Previdência, na forma de planilha eletrônica:
I - no prazo para o envio do Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial
(DRAA), por meio do Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social
(CADPREV-Web);
II - no prazo previsto em notificação eletrônica emitida pela Secretaria de Previdência,
conforme art. 71 da Portaria MF nº 464, de 2018;
III - como anexos de estudos técnicos submetidos à análise da Secretaria de Previdência.
§ 1º Em caso de instituição de RPPS, o arquivo da base cadastral deverá ser
encaminhado como anexo ao estudo técnico de que trata o art. 5º da Portaria MF nº 464, de 2018.
§ 2º Enquanto não encaminhado o arquivo da base cadastral nos prazos previstos neste
artigo ou enquanto o arquivo apresentado não estiver adequado ao leiaute aprovado por esta Instrução
Normativa, será considerado que o ente federativo não demonstrou a adoção de medidas objetivando
o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.

56
§ 3º A base cadastral de que trata este artigo se refere àquela que contempla os dados
encaminhados pelo ente federativo ou unidade gestora do RPPS ao atuário habilitado, sem os ajustes
e imputações eventualmente realizados para o seu processamento na avaliação atuarial, refletindo o
banco de dados cadastrais, funcionais e remuneratórios dos beneficiários do RPPS.
§ 4º Os arquivos da base cadastral efetivamente utilizados nas avaliações atuariais do
RPPS, com os eventuais ajustes promovidos pelo atuário, e aqueles a que se refere o § 3° deverão ser
mantidos, em arquivo, pelo ente federativo ou pela unidade gestora do regime, pelo prazo previsto no
art. 72 da Portaria MF nº 464, de 2018.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 4º Fica aprovado o leiaute da base cadastral disponibilizado no endereço eletrônico
da Secretaria de Previdência na Internet identificado com a data de publicação desta Instrução
Normativa.
1º O leiaute de que trata o caput será exigível a partir da avaliação atuarial do exercício
de 2021, com data focal em 31 de dezembro de 2020, até sua ulterior alteração por meio de instrução
normativa.
§ 2º O encaminhamento da base cadastral utilizada nas avaliações atuariais anuais com
datas focais anteriores àquela prevista no caput, quando requerido pela Secretaria de Previdência,
deverá observar o leiaute disponibilizado em 3 de maio de 2017, sendo facultada a utilização do novo
modelo aprovado por esta Instrução Normativa.
Art. 5º Enquanto não adequadas as funcionalidades do CADPREV-Web, a base
cadastral deverá ser encaminhada à Secretaria de Previdência quando solicitada na forma prevista no
inciso II do art. 3°.
Art. 6° Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 7º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

57
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 2, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre a forma de apuração da duração


do passivo e da taxa de juros parâmetro a
serem utilizados nas avaliações atuariais dos
Regimes Próprios de Previdência Social
(RPPS).

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso de suas


atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de 2017, e
considerando o disposto no caput e inciso I do art. 1º e no art. 9º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro
de 1998, e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018, resolve:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa estabelece os critérios e metodologias para o cálculo da
duração do passivo e definição da taxa de juros parâmetro a serem utilizados nas avaliações atuariais
dos regimes próprios de previdência social (RPPS).

CAPÍTULO II
DO CÁLCULO DA DURAÇÃO DO PASSIVO
Art. 2º A duração do passivo corresponde à média dos prazos dos fluxos de pagamentos de
benefícios do RPPS, líquidos das contribuições dos aposentados e pensionistas, ponderada pelos
valores presentes desses fluxos.
§ 1º Os fluxos de pagamentos de benefícios devem considerar os benefícios concedidos e a
conceder que tenham seu valor ou nível previamente estabelecido e cujo custeio seja determinado
atuarialmente.
§ 2º Para cálculo da duração do passivo serão utilizados os valores informados nos fluxos
atuariais de que trata o art. 10 da Portaria MF nº 464, de 2018, conforme a fórmula abaixo:

Onde:
Fi = somatório dos pagamentos de benefícios de cada plano, líquidos das contribuições dos
aposentados e pensionistas, relativos ao i-ésimo prazo;
i = prazo, em anos, resultante da diferença entre o ano de ocorrência dos fluxos (Fi) e o ano
de cálculo; e

58
TA = a taxa de juros real anual que foi utilizada como taxa de desconto para apuração do valor
presente dos fluxos de benefícios e contribuições do RPPS na avaliação atuarial relativa ao exercício
anterior.
§ 3º O cálculo da duração do passivo da avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro
de um exercício utilizará a taxa de juros da avaliação com data focal em 31 de dezembro do exercício
anterior para trazer, a valor presente, o fluxo líquido de pagamentos com benefícios a ser ponderado.
§ 4º A duração do passivo, a ser expressa em ano, será utilizada para:
I - a definição da taxa de juros parâmetro a ser considerada como limite para a hipótese de
taxa de juros da avaliação atuarial, nos termos do art. 26 da Portaria MF n° 464, de 2018
II - o cálculo do prazo máximo do plano de amortização e do valor do deficit atuarial a ser
equacionado, conforme instrução normativa específica da Secretaria de Previdência.
§ 5º O cálculo da duração do passivo deverá ser efetuado quando da elaboração dos fluxos
atuariais a que se refere o art. 10 da Portaria MF nº 464, de 2018, que incorporarão o Demonstrativo
de Duração do Passivo de que trata o art. 11 e o inciso VI do art. 68 dessa portaria.
§ 6º Contarão, do Relatório da Avaliação Atuarial, as informações sobre a duração do passivo,
devendo ser apresentada a análise de sua evolução no capítulo “Parecer Atuarial”.

CAPÍTULO III
DO CÁLCULO DA TAXA DE JUROS PARÂMETRO
Art. 3º A taxa de juros parâmetro corresponde àquela cujo ponto da Estrutura a Termo de
Taxa de Juros Média seja o mais próximo à duração do passivo do RPPS.
§ 1º A Estrutura a Termo de Taxa de Juros Média corresponde à média de 5 (cinco) anos das
Estruturas a Termo de Taxa de Juros diárias baseadas nos títulos públicos federais indexados ao Índice
de Preço ao Consumidor Amplo - IPCA.
§ 2º Os pontos das Estrutura a Termo de Taxa de Juros Média serão apurados pela Secretaria
de Previdência com data-base de primeiro de abril de cada exercício.
§ 3º Ato normativo da Secretaria de Previdência divulgará, anualmente, até 31 de maio de
cada exercício, tabela com a apuração da Estrutura a Termo de Taxa de Juros Média, para fins de
definição da taxa de juros parâmetro, que conterá:
I - os pontos da Estrutura a Termo de Taxa de Juros Média em anos;
II - a taxa de juros parâmetro em percentual anual correspondente a cada ponto.
§ 4º Para definição da taxa de juros parâmetro a ser utilizada como limite da taxa de juros na
avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro do exercício, utiliza-se o valor da duração do
passivo calculado na avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro do exercício anterior.
§ 5º Na hipótese de a tabela a que se refere o § 3º não apresentar o ponto de duração do
passivo calculado, expresso em ano com uma casa decimal, será utilizado o ponto da tabela
imediatamente anterior ao dessa duração para identificação da taxa de juros parâmetro.
§ 6º Com relação às massas de que tratam os incisos II e III do art. 27 da Portaria MF nº 464,
de 2018, poderá ser considerada a taxa de juros parâmetro apurada para o Fundo em Capitalização.
Art. 4º Caso a meta de rentabilidade definida pela política anual de investimentos do RPPS
seja superior à taxa de juros parâmetro, para sua utilização como hipótese de taxa de juros na avaliação
atuarial, deverá ser apresentado previamente à Secretaria de Previdência estudo técnico que
demonstre:
I - sua aprovação pelo conselho deliberativo do RPPS;
II - que as aplicações de recursos do RPPS de que tratam os arts. 7º, 8º e 9º-A da Resolução
CMN nº 3.992, de 25 de novembro de 2010:

59
a) são superiores às provisões matemática dos benefícios concedidos;
b) tenham atingido a meta de rentabilidade proposta na política anual de investimentos dos
últimos 3 (três) exercícios consecutivos; e
c) tenham sido realizadas de acordo com os limites, requisitos e vedações ali estabelecidos.
III - que a gestão dos recursos do RPPS atende aos parâmetros previstos na Portaria MPS nº
519, de 24 de agosto de 2011.
IV - a adequação e a aderência da meta de rentabilidade ao perfil da carteira de investimentos
do RPPS;
V - a convergência entre a meta de rentabilidade definida na política anual de investimentos,
os fluxos atuariais e a taxa de retorno real projetada para as aplicações dos recursos financeiros do
RPPS, ponderada em função dos seguintes fatores:
a) montante de ativos de investimento por segmento de aplicação, fluxo projetado de
investimentos e desinvestimentos, fluxo de receitas com rentabilidade das aplicações dos recursos;
b) fluxo projetado das contribuições previstas no plano de custeio ou outras receitas de
qualquer natureza;
c) fluxo projetado de pagamento de benefícios ou outras despesas de qualquer natureza; e
d) avaliação dos riscos associados a possível descasamento entre ativos e passivos,
considerando diferentes hipóteses e oscilação das diversas classes de ativos.
§ 1º O estudo técnico de que trata este artigo deverá ser encaminhado à Secretaria de
Previdência até 31 de agosto para que, em caso de sua aprovação, possa fundamentar a utilização da
hipótese de taxa de juros na avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro desse mesmo
exercício e do exercício subsequente.
§ 2º A aprovação do estudo técnico pela Secretaria de Previdência aplica-se exclusivamente
à adoção da taxa atuarial de juros do plano de benefícios, não eximindo a responsabilidade dos
gestores do RPPS e de outros profissionais que tenham contribuído para a realização do estudo, bem
como, da obrigatoriedade de observância, na aplicação dos recursos do RPPS, dos princípios de
segurança, rentabilidade, solvência, liquidez, motivação, adequação à natureza das obrigações do
regime e transparência previstos na Resolução CMN nº 3.922, de 2010.
§ 3º No caso de não aprovação pela Secretaria de Previdência do estudo técnico de que trata
este artigo deverá ser utilizada, na avaliação atuarial, a taxa equivalente ou inferior à taxa de juros
parâmetro.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 5º Enquanto não adequadas as funcionalidades do Sistema de Informações dos Regimes
Públicos de Previdência Social (CADPREV-Web) contemplando um novo modelo de fluxo atuarial
que possa ser importado pelo sistema, será disponibilizada, no endereço eletrônico da Secretaria de
Previdência na Internet, uma versão do modelo atual de fluxo para cálculo da duração do passivo.
§ 1º A versão do fluxo atuarial a ser disponibilizada poderá ser utilizada para:
I - com base nos valores dos fluxos gerados para a avaliação atuarial com data focal em 31 de
dezembro de 2017, possibilitar o cálculo da duração do passivo para, se for o caso, ser utilizado na
determinação da taxa de juros parâmetro para avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro
de 2018;
II - com base nos valores dos fluxos a serem gerados para a avaliação atuarial com data focal
em 31 de dezembro de 2018, ser efetuado o cálculo da duração do passivo para determinação da taxa
de juros parâmetro a ser utilizada na avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro de 2019

60
ou, se for o caso, para utilização nessa avaliação atuarial da modelagem de plano de amortização que
se baseie na duração do passivo para cálculo do prazo do plano de amortização e do valor do deficit
a ser equacionado.
§ 2º A versão do fluxo atuarial a ser disponibilizada, temporariamente, para cálculo da
duração do passivo não deverá ser encaminhada por meio do CADPREV-Web por ser incompatível
com o atual leiaute desse sistema.
Art. 6° Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no Anexo
da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 7º A Secretaria de Previdência divulgará a Estrutura a Termo de Taxa de Juros Média
apurada com data-base em 30 de setembro de 2018 para sua utilização, de forma facultativa, na
definição da taxa de juros parâmetro da avaliação atuarial com data focal em 31 de dezembro de 2018.
Art. 8º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

61
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 3, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre a estrutura e os elementos


mínimos dos fluxos atuariais elaborados nas
avaliações atuariais anuais dos regimes
próprios de previdência social (RPPS) e o seu
encaminhamento à Secretaria de Previdência
do Ministério da Fazenda.

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no inciso I do art. 1º e no inciso II do art. 9º da Lei nº 9.717, de 27
de novembro de 1998, no inciso II do § 11 do art. 5º da Portaria MPS nº 204, de 10 de julho de 2008,
e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018, resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre a estrutura e os elementos mínimos dos
fluxos atuariais dos regimes próprios de previdência social (RPPS) a serem encaminhados à Secretaria
da Previdência do Ministério da Fazenda como fundamento para verificação do equilíbrio financeiro
e atuarial do regime.

CAPÍTULO II
DOS FLUXOS ATUARIAIS
Art. 2º Os fluxos atuariais deverão ser elaborados conforme parâmetros previstos no
art. 10 da Portaria MF nº 464, de 2018, contemplando as projeções de todas as receitas e despesas do
RPPS apresentadas conforme duas modelagens distintas:
I - com base no plano de custeio normal previsto na lei do ente federativo vigente na
data focal da avaliação atuarial; e
II - com base no custeio normal de equilíbrio, apurado na data focal da avaliação
atuarial.
§ 1º Os fluxos atuariais formulados com base no plano de custeio normal vigente, de
que trata o inciso I do caput, relativos às avaliações com data focal em 31 de dezembro, deverão:
I - servir de base para apuração dos valores das provisões matemáticas previdenciárias
a serem registradas nas demonstrações contábeis levantadas nessa data, observadas as normas de
contabilidade aplicáveis ao Setor Público;

62
II - fundamentar a avaliação da situação financeira e atuarial do RPPS que constituirá
anexo do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, de que trata a Lei Complementar nº 101, de 2000,
a ser encaminhado no exercício seguinte;
II - embasar as projeções atuariais do RPPS a serem apresentadas no Relatório
Resumido de Execução Orçamentária de que trata a Lei Complementar nº 101, de 2000, referente ao
último bimestre do exercício seguinte.
§ 2º Os fluxos atuariais formulados com base no plano de custeio de equilíbrio, de que
trata o inciso II do caput, deverão ser base matemática para o cálculo do valor presente atuarial das
obrigações e direitos do plano de benefícios, devendo os respectivos montantes, trazidos a valor
presente, convergir com os valores dos compromissos apurados na avaliação atuarial.

CAPÍTULO III
DO ENCAMINHAMENTO DOS FLUXOS ATUARIAIS
Art. 3º Os fluxos atuariais deverão ser encaminhados à Secretaria de Previdência,
conforme modelo de planilha eletrônica disponibilizado em seu endereço eletrônico na internet:
I - no prazo de envio do Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA),
por meio do Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social (CADPREV-Web);
II - no prazo previsto em notificação eletrônica emitida pela Secretaria de Previdência,
conforme art. 71 da Portaria MF nº 464, de 2018;
III - como anexo a estudos técnicos submetidos à análise da Secretaria de Previdência
pelo ente federativo e unidade gestora do RPPS.
§ 1º O modelo da planilha eletrônica possui como opções a serem assinaladas:
I - para identificação da massa a que se refere:
a) agente público (civil ou militar);
b) Fundo em Capitalização ou RPPS sem segregação da massa, Fundo em Repartição,
benefícios sob responsabilidade financeira direta do ente federativo.
II - para identificação da modalidade de avaliação de que tratam os incisos I e II do art.
2º.
§ 2º Em caso de retificação do DRAA, devido à alteração das bases técnica e cadastral
utilizadas na avaliação atuarial, deverão ser reencaminhados os fluxos atuariais.

CAPÍTULO IV
DA FORMA DE PREENCHIMENTO DOS FLUXOS ATUARIAIS
Art. 4º As formulações relativas a cada grupo de informações da planilha dos fluxos
atuariais compõem a Nota Técnica Atuarial (NTA), devendo ser atualizadas sempre que houver
alterações na base técnica veiculada nesse último documento.
§ 1º Os conceitos relativos às variáveis utilizadas na planilha dos fluxos atuariais e os
procedimentos adotados para apuração dos correspondentes valores serão divulgados, pela Secretaria
de Previdência, nas instruções de preenchimento daquele documento.
§ 2º A planilha eletrônica dos fluxos atuariais integra conjunto de informações dispostas
em colunas numeradas, sendo os seguintes os conteúdos e valores a serem preenchidos:
I - nas colunas 1 a 4, deverão ser prestadas as informações preliminares relativas,
respectivamente, a:
a) instante: que se iniciará em 1, uma vez que os fluxos de pagamentos de benefícios e
de recebimentos de contribuições deverão ser postecipados;

63
b) ano: informar o exercício subsequente ao da data focal da avaliação atuarial anual,
sendo que, em caso de avaliação atuarial com data focal diferente de 31 de dezembro, deverá ser
indicado o exercício em curso;
c) taxa de juros: corresponde à hipótese de taxa atuarial de juros utilizada na avaliação
atuarial em conformidade com o art. 26 da Portaria MF nº 464, de 2018; e
d) fator de desconto: calculado pela planilha mediante uso das informações das colunas
1 e 3 e é expresso sob a forma de fator de desconto composto para cada ano.
II - nas colunas 5 a 53, deverão ser informados os valores das receitas de contribuições
normais futuras a cargo dos beneficiários e do ente federativo, das receitas de contribuições
suplementares incluídas em planos de amortização do deficit, das receitas de parcelamentos de
débitos previdenciários, das receitas de compensação previdenciária, das receitas de aportes para
cobertura de insuficiências financeiras dos Fundos em Repartição, dentre outras, sendo que os valores
anuais são totalizados e apresentados na coluna 54;
III - nas colunas 55 a 78, deverão ser informados os valores das despesas futuras com
benefícios e os da compensação previdenciária a pagar, que representam os encargos do RPPS, sendo
que os valores anuais são totalizados e apresentados na coluna 79;
IV - na coluna 80, são apuradas as insuficiências ou excedentes financeiros anuais e, na
coluna 81, é demonstrada a evolução dos recursos garantidores vinculados ao RRPS;
V - nas colunas 82 e 83, deverão ser informados os valores das receitas de contribuições
futuras esperadas no ano e, nas colunas 84 e 85, os valores anuais das despesas, em relação às
coberturas dos benefícios de invalidez e pensão na fase laborativa, não estruturados em regime de
capitalização;
VI - nas colunas 86 e 87, deverão ser informados, respectivamente, os valores das
receitas de contribuições esperadas e das despesas futuras projetadas no ano, em relação aos demais
benefícios e auxílios estruturados em regime de repartição simples e de repartição de capitais de
cobertura;
VII - nas colunas 88 e 89, deverão ser informados, respectivamente, os valores das
receitas de contribuições esperadas e das despesas administrativas futuras projetadas no ano;
VIII - nas colunas 90 a 92, será demonstrado o resumo geral das receitas, despesas e
resultados anuais, que engloba todas as despesas e receitas previdenciárias e administrativas;
IX - na coluna 93, deverá ser informada a remuneração de contribuição (base de cálculo
das contribuições);
X - nas colunas seguintes, deverão ser informadas, respectivamente, as projeções anuais
de novos entrantes, as de aposentadorias e as de pensões por morte.
§ 3º Todos os valores anuais constantes das colunas 5 a 94 deverão ser informados pelos
seus valores nominais originários, sem quaisquer efeitos da taxa de juros.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 5º Enquanto não encaminhados os fluxos atuariais à Secretaria de Previdência nos
prazos previstos no art. 3º ou enquanto os que tenham sido apresentados não estiverem adequados
aos parâmetros previstos nesta Instrução, será considerado que o ente federativo não demonstrou a
adoção de medidas objetivando o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.
Art. 6º Os novos modelos dos fluxos atuariais serão disponibilizados no endereço
eletrônico da Secretaria de Previdência na Internet e serão exigíveis a partir da avaliação atuarial do
exercício de 2021, com data focal em 31 de dezembro de 2020, até sua ulterior alteração pela
Secretaria de Previdência.

64
Art. 7º O encaminhamento, à Secretaria de Previdência, dos fluxos atuariais das
avaliações atuariais anuais com datas focais anteriores àquela prevista no art. 6º deverá observar os
modelos vigentes até a data anterior à publicação desta Instrução Normativa, disponibilizados no
endereço eletrônico da Secretaria de Previdência.
Art. 8º A estruturação dos fundos garantidores mencionados nos arts. 43 e 44 da Portaria
MF nº 464, de 2018, passará a ser obrigatória a partir da avaliação atuarial do exercício de 2022.
Art. 9° Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 9º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

65
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 4, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre os métodos de financiamento a


serem utilizados nas avaliações atuariais dos
regimes próprios de previdência social
(RPPS).

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no caput e inciso I do art. 1º e inciso II do art. 9º da Lei nº 9.717, de
27 de novembro de 1998, e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018,
resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa estabelece os parâmetros relativos aos métodos
atuariais de financiamento a serem utilizados nas avaliações atuariais dos regimes próprios de
previdência social (RPPS) para apuração dos compromissos e determinação dos custos do seu plano
de benefícios, como fundamento da observância do equilíbrio financeiro e atuarial, na forma do § 1º
do art. 13 da Portaria MF nº 464, de 2018.
§ 1º Para os efeitos desta Instrução Normativa, consideram-se:
I - regime financeiro de capitalização: regime no qual o valor atual de todo o fluxo de
contribuições normais e suplementares futuras acrescido ao patrimônio do plano é igual ao valor atual
de todo o fluxo de pagamento de benefícios futuros, fluxo este considerado até sua extinção e para
todos os benefícios cujo evento gerador venha a ocorrer no período futuro dos fluxos, requerendo o
regime, pelo menos, a constituição:
a) de provisão matemática de benefícios a conceder até a data prevista para início do
benefício, apurada de acordo com o método de financiamento estabelecido; e
b) de provisão matemática de benefícios concedidos para cada benefício do plano a
partir da data de sua concessão.
II - regime financeiro de repartição de capitais de cobertura: regime no qual o valor atual
de todo o fluxo de contribuições normais futuras de um único período é igual ao valor atual de todo
o fluxo de pagamento de benefícios futuros, considerado até sua extinção, para os benefícios cujo
evento gerador venha a ocorrer naquele único período, requerendo o regime, no mínimo, a
constituição de provisão matemática de benefícios concedidos para cada benefício a partir da data de
concessão do mesmo;

66
III - regime financeiro de repartição simples: regime no qual o valor atual de todo o
fluxo de contribuições normais futuras de um único período é igual ao valor atual de todo o fluxo de
pagamento de benefícios futuros deste único período; e
IV - método de financiamento atuarial: metodologia adotada pelo atuário para
estabelecer o nível de constituição das provisões necessárias à cobertura dos benefícios estruturados
no regime financeiro de capitalização, em face das características biométricas, demográficas,
econômicas e financeiras dos segurados e beneficiários do RPPS.
§ 2º Na utilização do regime financeiro de capitalização, o fluxo de contribuições
normais futuras deve ter como limite temporal máximo a data estimada de elegibilidade ao respectivo
benefício.
§ 3º Os fluxos de pagamentos de benefícios e de recebimentos das contribuições dos
RPPS deverão ser postecipados.
§ 4º Os benefícios estruturados sob o regime de capitalização decorrentes dos eventos
de morte e invalidez devem ter todo o fluxo de eventos geradores e de contribuição estimados apenas
a partir da data focal da avaliação atuarial.

CAPÍTULO II
DOS MÉTODOS DE FINANCIAMENTO
Art. 2º Para apuração do custo normal dos benefícios avaliados em regime financeiro
de capitalização, o financiamento gradual do custo dos benefícios futuros deverá ser estruturado
durante toda a vida laboral do segurado ativo, por meio de um dos seguintes métodos atuariais de
financiamento:
I - Crédito Unitário Projetado (CUP):
a) pela data de ingresso no ente federativo (CUP-e); ou
b) pela data de ingresso no plano de benefícios (CUP-p).
II - Idade Normal de Entrada (INE);
III - Prêmio Nivelado Individual (PNI):
a) pela data de ingresso no ente federativo (PNI-e); ou
b) pela data de ingresso no plano de benefícios (PNI-p).
IV - Agregado por Idade Atingida (AGR-a).
§ 1º Poderão ser utilizados outros métodos além daqueles previstos neste artigo, desde
que, em conformidade com o § 2º do art. 13 da Portaria MF nº 464, de 2018:
I - apresentem nível de formação de reservas superior ao crédito unitário projetado;
II - possam ser inteiramente caracterizados conforme critérios estabelecidos nesta
Instrução Normativa; e
III - sejam submetidos à aprovação prévia da Secretaria de Previdência, com a
apresentação de justificativa técnica acompanhada da substituição da Nota Técnica Atuarial (NTA),
cuja formulação observará as disposições de instrução normativa específica.
§ 2º Poderão ser solicitados, pela Secretaria de Previdência, outros elementos para
análise do novo método de financiamento proposto e, em caso de sua aprovação, suas características
constarão de anexos a serem incorporados a esta Instrução Normativa.
§ 3º A alteração do método de financiamento utilizado na avaliação atuarial do RPPS
deverá observar o previsto no art. 14 da Portaria MF nº 464, de 2018.

67
CAPÍTULO III
DAS CARACTERÍSTICAS DOS MÉTODOS DE FINANCIAMENTO SOB O REGIME
FINANCEIRO DE CAPITALIZAÇÃO
Art. 3º Para categorização e identificação de métodos de financiamento sob o regime
de capitalização, elencam-se as seguintes características e atributos de enquadramento do método
utilizado, nas avaliações atuariais dos RPPS, naqueles previstos no art. 2º:
I - em relação ao valor do benefício, em determinado momento antes da data de
elegibilidade, um método pode ser categorizado como:
a) de benefício projetado, quando o encargo referente ao benefício, em qualquer
momento do período de contribuição, é representado pela totalidade do encargo a valor atual, relativo
ao benefício ao qual o segurado terá direito na data de elegibilidade, calculado segundo as bases
técnicas do plano; ou
b) de benefício acumulado (accrued benefit), quando o encargo referente ao benefício,
em qualquer momento do período de contribuição, é representado por uma parcela equivalente a “n”
avos do encargo total, a valor atual, relativo ao benefício ao qual o segurado terá direito na data de
elegibilidade, calculado segundo as bases técnicas do plano.
II - em relação à forma de cálculo do custo normal, um método pode ser categorizado
como:
a) individual, quando o custo normal e a alíquota referente à contribuição normal são
calculados por meio da situação e das caraterísticas de cada segurado, possibilitando-se identificar o
custo e a alíquota individual de cada um, sendo que o estabelecimento e a consequente utilização de
um custo normal médio ou de uma alíquota normal média para o grupo de segurados decorrentes do
cálculo individual mantém o método na categoria de método individual, para fins de categorização
sob o aspecto do cálculo do custo normal; ou
b) agregado, quando não é possível identificar o custo e a alíquota individual de cada
segurado, segundo a situação e características de cada um, sendo que o custo normal e a alíquota
normal decorrem de um fator médio, tais como anuidade ou período, ponderado pela remuneração de
contribuição, idade, tempo de contribuição a decorrer ou outra característica objetiva relativa a cada
segurado que fará jus ao para o benefício.
III - em relação ao momento de reconhecimento de perdas e ganhos atuariais, um
método pode ser categorizado como:
a) de reconhecimento imediato ou explícito, quando, a partir da avaliação atuarial, é
possível identificar, reconhecer e registrar explicitamente um superavit ou deficit, cuja amortização
deve ser realizada por meio de aportes ou alíquotas suplementares ao ingresso normal de recursos,
em razão do custo normal e da alíquota normal contemplarem apenas os fluxos de contribuições
normais futuras, não incluindo insuficiências de fluxos normais passados; ou
b) de reconhecimento diferido ou implícito, quando a partir da avaliação atuarial não é
possível identificar, reconhecer e registrar explicitamente um superavit ou deficit, em razão de tais
situações serem implícita e automaticamente incorporadas à alíquota normal e ao custo normal futuro,
não existindo assim aporte ou alíquota suplementar ao ingresso normal de recursos em caso de déficit.
IV - em relação à existência de serviço passado, um método pode ser categorizado como:
a) com serviço passado, quando o método reconhece obrigações do plano para com o
segurado, relativas a uma data anterior à sua entrada no RPPS; ou
b) sem serviço passado, quando o método não reconhece obrigações do plano para com
o segurado, relativas a uma data anterior à sua entrada no RPPS.
Parágrafo único. A Secretaria de Previdência poderá solicitar esclarecimentos adicionais
e a discriminação de outras características do método de financiamento e da formulação utilizada na

68
NTA, de forma a possibilitar maior transparência e evidenciação do método utilizado na avaliação
atuarial e a verificação do atendimento ao equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.

CAPÍTULO IV
DOS MÉTODOS DE FINANCIAMENTO SOB REGIME FINANCEIRO DE CAPITALIZAÇÃO

Seção I
Dos Métodos de Crédito Unitário Projetado
Art. 4º O regime financeiro de capitalização estruturado pelo método do Crédito
Unitário Projetado pela data de ingresso do segurado no ente federativo, método CUP-e, deverá, para
fins do disposto nesta Instrução Normativa e utilização nas avaliações atuariais dos RPPS, possuir as
seguintes características:
I - o número de períodos anuais de contribuição deverá corresponder à diferença, em
anos, entre a data de elegibilidade ao benefício e a data de ingresso do segurado no ente federativo
como servidor titular de cargo efetivo;
II - o valor inicial do benefício futuro, na data estimada para sua elegibilidade, deverá
ser projetado considerando, no mínimo, a taxa de crescimento da remuneração e a probabilidade do
segurado ser elegível ao benefício na data do respectivo evento gerador;
III - o custo normal anual deverá corresponder ao quociente entre o valor atual de todo
o fluxo de benefícios futuros, posicionado na data focal da avaliação atuarial, e o número de períodos
anuais de contribuição, calculado na forma do inciso I;
IV - a parcela anual relativa à compensação financeira entre os regimes previdenciários,
caso estimada, deverá corresponder ao valor do quociente entre o valor atual de todo fluxo de
compensação estimada, posicionada na data focal da avaliação atuarial, e o número de períodos anuais
de contribuição, calculado na forma do inciso I;
V - a alíquota normal, relativa ao benefício, deverá corresponder ao quociente entre o
custo normal anual, calculado na forma do inciso III e líquido da parcela anual de compensação
previdenciária, e:
a) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras, calculado por meio
de anuidade aleatória temporária de um período, posicionado na data focal da avaliação e relativo ao
período anual imediatamente posterior à data focal da avaliação atuarial; ou
b) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras, calculado por meio
de anuidade certa temporária de um período, posicionado na data focal da avaliação e relativo ao
período anual imediatamente posterior à data focal da avaliação atuarial; ou
c) o produto entre o fator 13 (treze) e a remuneração mensal de contribuição,
posicionada na data focal da avaliação.
VI - a provisão matemática de benefícios a conceder de um segurado deverá
corresponder ao produto:
a) do valor atual de todo o fluxo de benefícios futuros, posicionado na data focal da
avaliação atuarial, pela razão do número de períodos anuais correspondentes à diferença, em anos,
entre a data focal da avaliação atuarial e a data de ingresso do segurado no ente federativo como
servidor titular de cargo efetivo, pelo número de períodos anuais de contribuição calculado na forma
do inciso I; ou

69
b) do custo normal anual, estabelecido no inciso III, pelo número de períodos anuais
correspondentes à diferença, em anos, entre a data focal da avaliação atuarial e a data de ingresso do
segurado no ente federativo como servidor titular de cargo efetivo.
Parágrafo único. Em caso de estimativa de valor a receber relativo à compensação
financeira, esse valor deverá ser considerado como redutor do passivo atuarial e corresponder ao
produto entre a parcela anual de compensação, estabelecida conforme inciso IV, e o número de
períodos anuais correspondentes à diferença, em anos, entre a data focal da avaliação atuarial e a data
de ingresso do segurado no ente como servidor titular de cargo efetivo.
Art. 5º O regime financeiro de capitalização estruturado pelo método do Crédito
Unitário Projetado pela data de ingresso do segurado no plano de benefícios, método CUP-p, deverá,
para fins do disposto nesta Instrução Normativa e utilização nas avaliações atuariais dos RPPS,
possuir as seguintes características:
I - o número de períodos anuais de contribuição deverá corresponder à diferença, em
anos, entre a data de elegibilidade ao benefício e a data de ingresso do segurado no plano de
benefícios;
II - o valor inicial do benefício futuro, na data estimada para sua elegibilidade, deverá
ser projetado considerando, no mínimo, a taxa de crescimento da remuneração e a probabilidade de
o segurado ser elegível ao benefício na data do respectivo evento gerador;
III - o custo normal anual do plano de custeio deverá corresponder ao quociente entre o
valor atual de todo o fluxo de benefícios futuros, posicionado na data focal da avaliação atuarial, e o
número de períodos anuais de contribuição, calculado na forma do inciso I;
IV - a parcela anual relativa à compensação financeira entre os regimes previdenciários,
caso estimada, deverá corresponder ao valor do quociente entre o valor atual de todo fluxo de
compensação estimada, posicionada na data focal da avaliação atuarial, e o número de períodos anuais
de contribuição, calculado na forma do inciso I;
V - a alíquota normal, relativa ao benefício, deverá corresponder ao quociente entre o
custo normal anual, calculado na forma do inciso III e líquido da parcela anual de compensação
previdenciária, e:
a) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras, calculado por meio
de anuidade aleatória temporária de um período, posicionado na data focal da avaliação e relativo ao
período anual imediatamente posterior à data focal da avaliação atuarial; ou
b) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras, calculado por meio
de anuidade certa temporária de um período, posicionado na data focal da avaliação e relativo ao
período anual imediatamente posterior à data focal da avaliação atuarial; ou
c) o produto entre o fator 13 (treze) e a remuneração mensal de contribuição,
posicionada na data focal da avaliação.
VI - a provisão matemática de benefícios a conceder de um segurado deverá
corresponder ao produto:
a) do valor atual de todo o fluxo de benefícios futuros, posicionado na data focal da
avaliação atuarial, pela razão do número de períodos anuais correspondentes à diferença, em anos,
entre a data focal da avaliação atuarial e a data de ingresso do segurado no plano de benefícios do
RPPS, pelo número de períodos anuais de contribuição calculado na forma do inciso I; ou
b) do custo normal anual, estabelecido no inciso III, pelo número de períodos anuais
correspondentes à diferença, em anos, entre a data focal da avaliação atuarial e data de ingresso do
segurado no plano de benefícios do RPPS.
Parágrafo único. Em caso de estimativa de valor a receber relativo à compensação
financeira, esse valor deverá ser considerado como redutor do passivo atuarial e corresponder ao

70
produto entre a parcela anual de compensação, estabelecida conforme inciso IV, e o número de
períodos anuais correspondentes à diferença, em anos, entre a data focal da avaliação atuarial e a data
de ingresso do segurado no plano de benefícios do RPPS.
Art. 6º Os métodos CUP-e e CUP-p, para fins da categorização prevista no art. 3º, são
considerados como métodos de benefício projetado, com custo normal individual, reconhecimento
imediato e explícito de perdas e ganhos atuariais e sem serviço passado, em que as alíquotas normais
individuais não contemplam a existência de obrigação anterior à data de referência do cálculo, apesar
de poder ser considerada a eventual existência de compensação financeira decorrente de tempo
anterior de contribuição do segurado a algum regime previdenciário.

Seção II
Do método da Idade Normal de Entrada
Art. 7º O regime financeiro de capitalização estruturado pelo método da Idade Normal
de Entrada, método INE, deverá, para fins do disposto nesta Instrução Normativa e utilização nas
avaliações atuariais dos RPPS, possuir as seguintes características:
I - a data de referência de cálculo da alíquota normal individual deverá corresponder à
de ingresso do segurado em algum regime de previdência social, podendo ser o próprio RPPS, em
caso de não possuir tempo anterior de contribuição a outro regime previdenciário, ou ao primeiro
regime de previdência social ao qual tenha sido vinculado e cujo tempo de contribuição deverá ser
computado para fins de elegibilidade ao benefício;
II - o valor inicial do benefício futuro, na data estimada para sua elegibilidade, deverá
ser projetado considerando, no mínimo, a taxa de crescimento da remuneração e a probabilidade de
o segurado ser elegível ao benefício na data do respectivo evento gerador;
III - a alíquota normal individual a ser calculada por segurado deverá corresponder à
razão entre:
a) o valor atual do fluxo de benefícios futuros do segurado, posicionado na data de
referência de cálculo estabelecida no inciso I, líquido do valor atual do fluxo de compensação
financeira do segurado, caso exista compensação financeira a ser estimada para o segurado; e
b) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras do segurado, calculado
por meio de anuidade aleatória e temporária entre a data de elegibilidade ao benefício e data de
referência de cálculo estabelecida no inciso I e utilizando-se a remuneração de contribuição na data
focal da avaliação, projetada de forma retrospectiva para a data de referência de cálculo estabelecida
no inciso I;
IV - a alíquota normal média do grupo de segurados, relativa ao benefício, deverá
corresponder à média ponderada das alíquotas normais individuais estabelecidas no inciso III, tendo
como peso de ponderação:
a) a remuneração de contribuição do segurado, na data focal da avaliação atuarial; ou
b) a anuidade aleatória temporária do segurado, calculada entre a data focal da avaliação
e a data de elegibilidade ao benefício; ou
c) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras do segurado,
posicionado na data focal da avaliação atuarial e calculado pela anuidade aleatória temporária do
segurado, relativa a um período anual; ou
d) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras do segurado
posicionado na data focal da avaliação atuarial e calculado pela anuidade aleatória temporária do
segurado, entre a data de elegibilidade ao benefício e a data focal da avaliação.
V - o custo normal anual do grupo de segurados, relativo ao período imediatamente
posterior à data focal da avaliação atuarial, deverá corresponder ao produto da alíquota normal média

71
calculada na forma do inciso IV pelo valor atual dos fluxos de remunerações de contribuição futuras
dos segurados, posicionados na data focal da avaliação atuarial e calculados por anuidades aleatórias
temporárias de um período anual; e
VI - a provisão matemática de benefícios a conceder de um segurado, calculada pelo
método prospectivo, deverá corresponder à diferença entre o valor atual do fluxo de benefícios futuros
e o valor atual do fluxo de contribuições futuras estimado com a alíquota normal média estabelecida
no inciso IV, ambos os fluxos posicionados na data focal da avaliação.
§ 1º Em caso de estimativa de valor a receber relativo à compensação financeira, esse
deverá ser considerado como redutor do passivo atuarial e corresponder ao valor atual dos fluxos
futuros de compensação a receber, posicionados na data focal da avaliação e calculados por meio de
anuidades aleatórias, segurado a segurado.
§ 2º O método INE, para fins da categorização prevista no art. 3º, é considerado como
método de benefício projetado, com custo normal individual, reconhecimento imediato e explícito de
perdas e ganhos atuariais e com serviço passado.

Seção III
Dos métodos do Prêmio Nivelado Individual
Art. 8º O regime financeiro de capitalização estruturado pelo método do Prêmio
Nivelado Individual na data de ingresso do segurado no ente federativo, método PNI-e, também
denominado de “capitalização ortodoxa na data de ingresso no ente”, deverá, para fins do disposto
nesta Instrução Normativa e utilização nas avaliações atuariais dos RPPS, possuir as seguintes
características:
I - a data de referência de cálculo da alíquota normal individual deverá corresponder à
de ingresso do segurado no ente federativo como servidor titular de cargo efetivo;
II - o valor inicial do benefício futuro, na data estimada para sua elegibilidade, deverá
ser projetado considerando, no mínimo, a taxa de crescimento da remuneração e a probabilidade de
o segurado ser elegível ao benefício na data do respectivo evento gerador;
III - a alíquota normal individual a ser calculada por segurado deverá corresponder à
razão entre:
a) o valor atual do fluxo de benefícios futuros do segurado, posicionado na data de
referência de cálculo estabelecida no inciso I, líquido do valor atual de todo o fluxo de compensação
financeira caso exista compensação financeira a ser estimada para o segurado; e
b) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras, calculado por meio
de anuidade aleatória e temporária entre a data de elegibilidade ao benefício e a data de referência de
cálculo estabelecida no inciso I e utilizando-se a remuneração de contribuição da data focal da
avaliação, projetada de forma retrospectiva para a data de referência de cálculo estabelecida no inciso
I;
IV - a alíquota normal média do grupo de segurados, relativa ao benefício, deverá
corresponder à média ponderada das alíquotas normais individuais estabelecidas no inciso III, tendo
como peso de ponderação:
a) a remuneração de contribuição do segurado, na data focal da avaliação atuarial; ou
b) a anuidade aleatória temporária do segurado, calculada entre a data focal da avaliação
e a data de elegibilidade ao benefício; ou
c) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras do segurado,
posicionado na data focal da avaliação atuarial e calculado pela anuidade aleatória temporária do
segurado, relativa a um período anual; ou

72
d) o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras do segurado,
posicionado na data focal da avaliação atuarial e calculado pela anuidade aleatória temporária do
segurado, entre a data de elegibilidade ao benefício e a data focal da avaliação.
V - o custo normal anual do grupo de segurados, relativo ao período imediatamente
posterior à data focal da avaliação atuarial, deverá corresponder ao produto da alíquota normal média
calculada na forma do inciso IV pelo valor atual dos fluxos de remunerações de contribuição futuras
dos segurados, posicionados na data focal da avaliação atuarial e calculados por anuidades aleatórias
temporárias de um período anual;
VI - a provisão matemática de benefícios a conceder de um segurado, calculada pelo
método prospectivo, deverá corresponder à diferença entre o valor atual do fluxo de benefícios futuros
e o valor atual do fluxo de contribuições futuras estimado com a alíquota normal média estabelecida
no inciso IV, ambos os fluxos posicionados na data focal da avaliação.
Parágrafo único. Em caso de estimativa de valor a receber relativo à compensação
financeira, esse valor deverá ser considerado como redutor do passivo atuarial e corresponder ao valor
atual dos fluxos futuros de compensação a receber, calculados por meio de anuidades aleatórias,
segurado a segurado.
Art. 9º O regime financeiro de capitalização estruturado pelo método do Prêmio
Nivelado Individual na data de ingresso do segurado no plano de benefícios, método PNI-p, também
denominado de “capitalização ortodoxa na data de ingresso no plano”, deverá, para fins do disposto
nesta Instrução Normativa e utilização nas avaliações atuariais dos RPPS, possuir as seguintes
características:
I - a data de referência de cálculo da alíquota normal individual deverá corresponder à
de ingresso do segurado no plano de benefícios dos RPPS;
II - o valor inicial do benefício futuro, na data estimada para sua elegibilidade, deverá
ser projetado considerando, no mínimo, a taxa de crescimento da remuneração e a probabilidade de
o segurado ser elegível ao benefício na data do respectivo evento gerador;
III - a alíquota normal individual a ser calculada por segurado deverá corresponder à
razão entre:
a) o valor atual do fluxo de benefícios futuros do segurado, posicionado na data de
referência de cálculo estabelecida no inciso I, líquido do valor atual de todo o fluxo de compensação
financeira, caso exista compensação financeira a ser estimada para o segurado; e
b) o valor atual do fluxo relativo às remunerações de contribuição futuras, calculado por
meio de anuidade aleatória e temporária entre a data de elegibilidade ao benefício e a data de
referência de cálculo estabelecida no inciso I e utilizando-se a remuneração de contribuição na data
focal da avaliação, projetada de forma retrospectiva para a data de referência de cálculo estabelecida
no inciso I;
IV - a alíquota normal, relativa ao benefício, deverá corresponder à média ponderada
das alíquotas normais individuais estabelecidas no inciso III, tendo como peso de ponderação:
a) a remuneração de contribuição do segurado, na data focal da avaliação atuarial; ou
b) a anuidade aleatória temporária do segurado, calculada entre a data focal da avaliação
e a data de elegibilidade ao benefício; ou
c) o valor atual do fluxo relativo às remunerações de contribuição futuras do segurado,
posicionado na data focal da avaliação atuarial e calculado pela anuidade aleatória temporária do
segurado, relativa, apenas, ao período anual imediatamente posterior à data focal da avaliação; ou
d) o valor atual do fluxo relativo às remunerações de contribuição futuras do segurado,
posicionado na data focal da avaliação atuarial e calculado pela anuidade aleatória temporária
respectiva, entre a data de elegibilidade ao benefício e a data focal da avaliação.

73
V - o custo normal anual, relativo ao período imediatamente posterior à data focal da
avaliação atuarial, deverá corresponder ao produto da alíquota normal média calculada na forma do
inciso IV pelo valor atual do fluxo relativo às remunerações de contribuição futuras dos segurados,
posicionado na data focal da avaliação atuarial e calculado por anuidade aleatória temporária relativa
a apenas um período anual;
VI - a provisão matemática de benefícios a conceder de um segurado, calculada pelo
método prospectivo, deverá corresponder à diferença entre o valor atual do fluxo de benefícios futuros
e o valor atual do fluxo de contribuições futuras estimado com a alíquota normal média estabelecida
no inciso IV e anuidade aleatória, ambos os fluxos posicionados na data focal da avaliação.
Parágrafo único. Em caso de estimativa de valor a receber relativo à compensação
financeira, esse valor deverá ser considerado como redutor do passivo atuarial e corresponder ao valor
atual de todos os fluxos futuros de compensação a receber, calculados por meio de anuidades
aleatórias, segurado a segurado.
Art. 10. Os métodos PNI-e e PNI-p, para fins da categorização prevista no art. 3º, são
considerados como métodos de benefício projetado, com custo normal individual, reconhecimento
imediato e explícito de perdas e ganhos atuariais e sem serviço passado, em que as alíquotas normais
individuais não contemplam a existência de obrigação anterior à data de referência de cálculo, apesar
de poder ser considerada a eventual existência de compensação financeira decorrente de tempo
anterior de contribuição do segurado a algum regime previdenciário.

Seção IV
Do método Agregado
Art. 11. O regime financeiro de capitalização estruturado pelo método Agregado na
Idade Atingida, método AGR-a, deverá, para fins do disposto nesta Instrução Normativa e utilização
nas avaliações atuariais dos RPPS, possuir as seguintes características:
I - a data de referência de cálculo da alíquota normal e do custo normal deverá
corresponder a data focal da avaliação atuarial;
II - o valor inicial do benefício futuro, na data estimada para sua elegibilidade, deverá
ser projetado considerando, no mínimo, a taxa de crescimento da remuneração e a probabilidade de
o segurado ser elegível ao benefício na data do respectivo evento gerador;
III - o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras será o somatório dos
valores atuais dos fluxos de remuneração de contribuição futura de cada segurado, relativo a cada
benefício em regime de capitalização sob esse método, posicionados na data focal da avaliação
atuarial e calculados por anuidade aleatória temporária, entre a data da elegibilidade ao benefício e a
data focal da avaliação;
IV - a alíquota total anual, posicionada na data de referência de cálculo estabelecida no
inciso I deverá corresponder à razão entre:
a) o somatório dos valores atuais dos fluxos de benefícios futuros de cada segurado,
posicionados na data focal da avaliação atuarial, relativos a cada benefício em regime de capitalização
sob esse método, líquido do valor atual do fluxo de compensação financeira e do saldo de ativos
garantidores dos compromissos do plano de benefícios do RPPS, a que se refere o art. 46 da Portaria
MF nº 464, de 2018, após a cobertura das provisões matemáticas de benefícios concedidos; e
b) e o valor atual do fluxo de remunerações de contribuição futuras, calculado na forma
do inciso III.
V - o custo total anual, relativo ao período imediatamente posterior à data focal da
avaliação atuarial, deverá corresponder ao produto da alíquota total anual estabelecida na forma do
inciso IV pelo o somatório dos valores atuais dos fluxos de remuneração de contribuição futura de

74
cada segurado, relativo a cada benefício em regime de capitalização, posicionados na data focal da
avaliação atuarial e relativos, apenas, a um período anual;
VI - a provisão matemática de benefícios a conceder deverá corresponder à diferença
entre:
a) o somatório dos valores atuais dos fluxos de benefícios futuros de cada segurado,
posicionados na data focal da avaliação atuarial, relativos a cada benefício em regime de capitalização
sob esse método; e
b) o produto da alíquota normal, estabelecida na forma do§ 2°, pelo valor atual do fluxo
de remunerações de contribuição futuras, calculado na forma do inciso III.
VII - a anuidade aleatória média do grupo segurado é a razão entre o valor atual do fluxo
de remunerações de contribuição futuras, estabelecido no inciso III, e o montante mensal de
remunerações de contribuição na data focal da avaliação.
§ 1º Em caso de estimativa de valor a receber relativo à compensação financeira, esse
valor deverá ser considerado como redutor do passivo atuarial e corresponder ao valor atual dos fluxos
futuros de compensação a receber, calculados por meio de anuidades aleatórias, segurado a segurado.
§ 2º A alíquota anual a ser considerada como alíquota normal, para fins do plano de
custeio, será o menor valor entre a alíquota vigente, na data focal da avaliação atuarial, e a alíquota
total anual estabelecida no inciso IV.
§ 3º Caso a alíquota total anual, estabelecida no inciso IV, seja superior à alíquota
vigente na data focal da avaliação atuarial, a diferença será considerada como alíquota suplementar
mínima, com a finalidade de amortização de déficit decorrente de insuficiência de alíquota normal,
situação na qual deverá ser reconhecido um déficit atuarial cujo montante corresponderá, no mínimo,
ao produto da alíquota suplementar pelo valor atual do fluxo relativo às remunerações de contribuição
futuras calculado por meio da anuidade aleatória média do grupo segurado estabelecida no inciso VII.
§ 4º Caso a alíquota total anual, estabelecida no inciso IV, seja inferior à alíquota
vigente na data focal da avaliação atuarial, a diferença será considerada como alíquota adicional
máxima, situação na qual deverá ser reconhecido um superávit atuarial cujo montante corresponderá,
no máximo, ao produto da alíquota adicional pelo valor atual do fluxo relativo às remunerações de
contribuição futuras calculado por meio da anuidade aleatória média do grupo segurado estabelecida
no inciso VII.
§ 5º O método AGR-a, para fins da categorização prevista no art. 3º, é considerado
como método de benefício projetado, com custo normal agregado, reconhecimento diferido e
implícito de perdas e ganhos atuariais e sem serviço passado, em que as alíquotas normais individuais
não contemplam a existência de obrigação anterior à data de referência de cálculo, apesar de poder
ser considerada a eventual existência de compensação financeira decorrente de tempo anterior de
contribuição do segurado a algum regime previdenciário e de eventual descompasso entre a alíquota
vigente na data focal da avaliação e a alíquota total.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 12. As avaliações atuariais dos RPPS deverão ser adequadas ao previsto nesta
Instrução Normativa até a avaliação atuarial do exercício de 2020, com data focal em 31 de dezembro
de 2019.
Parágrafo único. Para atendimento ao previsto no caput, a NTA deverá ser substituída
na forma do art. 9º da Portaria MF nº 464, de 2018.

75
Art. 13. Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 14. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

76
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 5, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre a estrutura e os elementos


mínimos da Nota Técnica Atuarial dos regimes
próprios de previdência social e o seu
encaminhamento à Secretaria de Previdência
do Ministério da Fazenda.

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no inciso I do art. 1º e no inciso II do art. 9º da Lei nº 9.717, de 27
de novembro de 1998, na alínea “i”, do inciso XVI, inciso VI do § 6º e inciso I do § 11 do art. 5º da
Portaria MPS nº 204, de 10 de julho de 2008, e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de
novembro de 2018, resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre a estrutura e os elementos mínimos da
Nota Técnica Atuarial (NTA) dos regimes próprios de previdência social (RPPS) a ser encaminhada
à Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda como fundamento para verificação do equilíbrio
financeiro e atuarial do regime.

CAPÍTULO II
DO CONTEÚDO DA NTA
Art. 2º A NTA deverá conter todas as formulações e expressões de cálculo utilizadas
nas avaliações atuariais do RPPS para determinação das alíquotas de contribuição, dos encargos do
plano de benefícios, das provisões matemáticas previdenciárias e fundos de natureza atuarial,
descrevendo, de forma clara e precisa, as características gerais dos benefícios, as bases técnicas
adotadas e as metodologias utilizadas nessas formulações.
§ 1º O Anexo desta Instrução Normativa especifica o conteúdo mínimo da NTA, que
deverá contemplar, especialmente:
I - a descrição da metodologia utilizada, das características do plano de benefícios, dos
critérios utilizados para o cálculo das premissas atuariais, financeiras e demográficas, e dos regimes
financeiros e métodos de financiamento utilizados na elaboração das avaliações atuariais;

77
II - a demonstração das expressões matemáticas e suas respectivas simbologias
utilizadas para determinar o cálculo do custeio e obrigações do custo normal, das provisões
matemáticas, do custo suplementar e dos fluxos atuariais;
III - a descrição das condições de elegibilidade para a concessão dos benefícios
previdenciários, justificando os critérios e apresentando as formulações utilizadas para a
determinação das regras permanentes, das regras de transição e do comportamento de entrada em
aposentadoria programada;
IV - a demonstração da formulação do cálculo da dinâmica populacional de reposição,
das provisões matemáticas e dos custos correspondentes relativos à hipótese de alteração do perfil da
massa de segurados por reposição de segurados ativos em decorrência de falecimento, rotatividade,
invalidez e entrada em aposentadoria; e
V - a explicitação da forma de cálculo relativa à metodologia para determinação do valor
dos benefícios, com base na média das remunerações ou na última remuneração do servidor no cargo
efetivo.
§ 2º As informações da NTA deverão ser apresentadas atendendo-se à segregação
prevista no § 4º do art. 8º da Portaria MF nº 464, de 2018.
§ 3º A NTA deverá estar atualizada e ser elaborada em estrita observância à modelagem
do plano de benefícios, considerando suas características gerais.

CAPÍTULO III
DO ENCAMINHAMENTO DA NTA
Art. 3º A NTA deverá ser encaminhada à Secretaria de Previdência na forma prevista
no art. 8º da Portaria MF nº 464, de 2018, até o prazo de envio do Demonstrativo de Resultado da
Avaliação Atuarial (DRAA) relativo à avaliação atuarial nela fundamentada.
Parágrafo único. A NTA será obrigatoriamente substituída nas hipóteses a que se refere o § 1º do art.
9º da Portaria MF nº 464, de 2018, exigindo-se, no caso de utilização de método de financiamento
diverso daqueles previstos no art. 13 dessa Portaria, que, além de apresentar as demais informações
previstas nesta Instrução Normativa, a nova nota técnica:
a) contenha todas as formulações necessárias e pertinentes para identificação do novo
modelo;
b) discrimine a data de referência de cálculo do custo normal, compreendida como
sendo a data de posicionamento dos encargos e receitas para fins de cálculo da alíquota normal ou do
custo normal, conforme o caso;
c) apresente projeção do valor do benefício inicial futuro, na data de sua elegibilidade,
considerando, no mínimo, a taxa de crescimento da remuneração e a probabilidade do segurado ser
elegível ao benefício na data do respectivo evento gerador; e
d) permita a identificação de alíquotas normais e custos normais por evento gerador de
benefício.

CAPÍTULO IV
DA ESTRUTURA DO DOCUMENTO
Art. 4º A NTA deverá conter a seguinte estrutura mínima:
I - folha de rosto do documento:
a) título “Nota Técnica Atuaria (NTA)”;
b) identificação do ente federativo;

78
c) identificação da unidade gestora do RPPS;
d) tipo de agente público a que se refere (civil ou militar);
e) tipo de submassa de segurados a que se refere (Fundo em Capitalização ou RPPS sem
segregação da massa, Fundo em Repartição, benefícios sob responsabilidade financeira direta do
Tesouro);
f) número da NTA registrada no Sistema de Informações dos Regimes Públicos de
Previdência Social (CADPREV);
g) nome do atuário responsável;
h) número de registro do atuário; e
i) data da elaboração do documento.
II - composição do documento:
a) folha de rosto;
b) sumário;
c) objetivo;
d) condições de elegibilidade;
e) hipóteses atuariais e premissas;
f) custeio administrativo;
g) formulações matemáticas e metodologias de cálculo;
h) expressões de cálculo e metodologia para o equacionamento do deficit atuarial;
i) expressões de cálculo e metodologia para ganhos e perdas atuariais;
j) parâmetros de segregação de massas;
k) expressões de cálculo da construção da tábua de serviços; e
l) glossário e simbologias.

CAPÍTULO V
DAS HIPÓTESES ATUARIAIS E PREMISSAS
Art. 5º As formulações e metodologias relativas às hipóteses biométricas,
demográficas, econômicas e financeiras e premissas adotadas nas avaliações atuariais deverão ser
descritas na NTA, com a seguinte estrutura mínima:
I - tábua de mortalidade geral (válidos e inválidos);
II - tábua de entrada em invalidez;
III - tábua de morbidez;
IV - alterações futuras no perfil e composição das massas;
V - rotatividade;
VI - expectativa de reposição de segurados ativos;
VII - estimativas de remunerações e proventos;
VIII - taxa real de crescimento da remuneração;
IX - taxa real do crescimento dos proventos;
X - taxa de juros atuarial;
XI - entrada no mercado de trabalho e em aposentadoria programada;
XII - idade estimada de ingresso no mercado de trabalho;
XIII - idade estimada de entrada em aposentadoria programada;

79
XIV - composição do grupo familiar;
XV - fator de determinação do valor real ao longo do tempo das remunerações e
proventos;
XVI - premissa de cálculo do valor dos benefícios;
XVII - estimativa do crescimento real do teto de contribuição do RGPS; e
XVIII - demais premissas e hipóteses.

CAPÍTULO VI
DO CUSTEIO ADMINISTRATIVO
Art. 6º A base técnica relativa ao custeio administrativo do RPPS deverá ser descrita na
NTA, destacando-se:
I - critérios considerados para o custeio administrativo;
II - formulações de cálculo do custeio administrativo; e
III - metodologia para a constituição de fundo administrativo.

CAPÍTULO VII
DAS FORMULAÇÕES MATEMÁTICAS E METODOLOGIAS DE CÁLCULO
Art. 7º As formulações matemáticas e as metodologias de cálculo serão apresentadas
na NTA para cada espécie de benefício, a conceder ou concedido, de responsabilidade do RPPS:
I - aposentadoria de válidos, por idade, tempo de contribuição e compulsória;
II - reversão em pensão devida a dependente de servidor válido;
III - aposentadoria por invalidez;
IV - reversão em pensão devida a dependente de aposentado por invalidez;
V - pensão por morte de segurado ativo;
VI - auxílio-doença;
VII - salário-maternidade;
VIII - salário-família; e
IX - auxílio-reclusão.
Art. 8º Serão informadas, na NTA, as seguintes bases técnicas para cada tipo de
benefício a conceder pelo RPPS:
I - regime financeiro;
II - método de financiamento;
III - formulações para o cálculo do benefício inicial;
IV - formulações para o cálculo do custo normal em valores monetários e em percentual
sobre a remuneração de contribuição;
V - formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder, abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica,
para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados;
VI - formulações para o valor atual das contribuições futuras, relativas às provisões dos
benefícios a conceder, abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável
ao benefício e à sua estrutura técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de
segurados; e

80
VII - formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.
Art. 9º Serão informadas, na NTA, as seguintes bases técnicas para cada tipo de
benefício concedido pelo RPPS:
I - regime financeiro;
II - formulações para o valor atual dos benefícios futuros concedidos, abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica,
para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados;
III - formulações para o valor atual das contribuições futuras, relativas às provisões dos
benefícios concedidos, abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores
financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica, para os segurados atuais
e para a expectativa de reposição de segurados; e
IV - formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.
Art. 10. Serão apresentadas, na NTA, as expressões de cálculo para:
I - contribuição normal do ente;
II - contribuição normal do servidor;
III - contribuição normal do aposentado; e
IV - contribuição normal do pensionista.
Art. 11. Serão apresentadas, na NTA, as expressões de cálculo para o Valor Atual das
Remunerações Futuras (VARF).
Art. 12. Serão apresentadas, na NTA, a metodologia e as expressões de cálculo para a
compensação financeira segredadas por:
I - compensação financeira dos benefícios concedidos a receber;
II - compensação financeira dos benefícios concedidos a pagar;
III - compensação financeira dos benefícios a conceder a receber; e
IV - compensação financeira dos benefícios a conceder a pagar.
Art. 13. Serão apresentadas, na NTA, as expressões de cálculo para a projeção do
quantitativo de segurados atuais e para a expectativa de reposição.
Art. 14. Serão apresentadas, na NTA, as expressões de cálculo e metodologia para a
constituição do:
I - fundo garantidor de benefícios estruturados em regime de repartição simples;
II - fundo garantidor de benefícios estruturados em regime de repartição de capitais de
cobertura;
III - fundo para oscilação de riscos dos benefícios estruturados em regime financeiro de
repartição simples;
IV - fundo para oscilação de riscos dos benefícios estruturados em repartição de capitais
de cobertura; e
V - fundo para oscilação de riscos dos benefícios estruturados em regime de
capitalização.

CAPÍTULO VIII
DAS DEMAIS EXPRESSÕES DE CÁLCULO
Art. 15. Serão apresentados na NTA:

81
I - as expressões de cálculo da construção da tábua de serviços;
II - o glossário das nomenclaturas utilizadas e as simbologias;
III - as expressões de cálculo e a metodologia para demonstração dos ganhos e perdas
atuariais, no mínimo para:
a) valor das remunerações;
b) expectativa de mortalidade;
c) taxa de juros; e
d) quantidade e valores de aposentadorias.
IV - as expressões de cálculo e a metodologia para o equacionamento do deficit atuarial;
e
V - os parâmetros considerados para a segregação de massas.

CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 16. Até o prazo de envio do DRAA relativo à avaliação atuarial do exercício de
2020, com data focal em 31 de dezembro de 2019, as notas técnicas atuariais encaminhadas à
Secretaria de Previdência anteriormente à publicação desta Instrução Normativa deverão ser ajustadas
às disposições da Portaria MF nº 464, de 2018, na forma do art. 9º desse ato ministerial, para
adequação, dentre outros, de sua estrutura e conteúdo ao previsto nesta Instrução Normativa e ao
método de financiamento utilizado pelo RPPS aos parâmetros fixados em instrução normativa
específica.
Parágrafo único. A NTA deverá considerar também as informações necessárias para
posterior atendimento ao novo modelo de fluxo atuarial estabelecido em instrução normativa
específica e ao tratamento dos benefícios avaliados em regime de repartição simples e de capitais de
cobertura, conforme os arts. 43 e 44 da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 17. Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 18. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

82
ANEXO

(Modelo de Nota Técnica Atuarial)

(folha de rosto - capa)

NOTA TÉCNICA ATUARIAL - NTA

IDENTIFICAÇÃO DO ENTE FEDERATIVO


IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE GESTORA DO RPPS
TIPO DE AGENTE PÚBLICO A QUE SE REFERE (CIVIL OU MILITAR)
TIPO DE SUBMASSA (FUNDO EM CAPITALIZAÇÃO, FUNDO EM REPARTIÇÃO,
MANTIDOS PELO TESOURO)
NÚMERO DA NTA REGISTRADA NO CADPREV
NOME DO ATUÁRIO RESPONSÁVEL
NÚMERO DE REGISTRO DO ATUÁRIO
DATA DA ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO

SUMÁRIO

1. OBJETIVO
2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
3. HIPÓTESES ATUARIAIS E PREMISSAS
3.1. TÁBUAS BIOMÉTRICAS
3.2. ALTERAÇÕES FUTURAS NO PERFIL E COMPOSIÇÃO DAS MASSAS
3.3. ESTIMATIVA DE REMUNERAÇÃO E PROVENTOS
3.4. TAXA DE JUROS ATUARIAL
3.5. ENTRADA NO MERCADO DE TRABALHO E EM APOSENTADORIA
3.6. COMPOSIÇÃO DO GRUPO FAMILIAR
3.7. DEMAIS PREMISSAS E HIPÓTESES
4. CUSTEIO ADMINISTRATIVO
4.1. CRITÉRIOS DO CUSTEIO ADMINISTRATIVO
4.2. FORMULAÇÕES DE CÁLCULO DO CUSTEIO ADMINISTRATIVO

83
4.3. EXPRESSÃO DE CÁLCULO E METODOLOGIA PARA A CONSTITUIÇÃO DE
FUNDO ADMINISTRATIVO
5. FORMULAÇÕES MATEMÁTICAS E METODOLOGIAS DE CÁLCULO
5.1. EXPRESSÕES DE CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS A
CONCEDER
5.2. EXPRESSÕES DE CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
CONCEDIDOS
5.3. EXPRESSÕES DE CÁLCULO DAS ALÍQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO
5.4. EXPRESSÕES DE CÁLCULO DO VALOR ATUAL DAS REMUNERAÇÕES
FUTURAS
5.5. EXPRESSÃO DE CÁLCULO E METODOLOGIA DA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA
5.6. EXPRESSÕES DE CÁLCULO DA EVOLUÇÃO DAS PROVISÕES MATEMÁTICAS
PARA OS PRÓXIMOS DOZES MESES
5.7. EXPRESSÕES DE CÁLCULO PARA AS PROJEÇÕES DO QUANTITATIVO DE
SEGURADOS ATUAIS E FUTUROS
5.8. EXPRESSÕES DE CÁLCULO E METODOLOGIA PARA FUNDOS
6. EXPRESSÕES DE CÁLCULO E METODOLOGIA PARA O EQUACIONAMENTO DO
DEFICIT ATUARIAL
7. EXPRESSÕES DE CÁLCULO E METODOLOGIA DOS GANHOS E PERDAS
ATUARIAIS
7.1. VALOR DAS REMUNERAÇÕES
7.2. EXPECTATIVA DE MORTALIDADE
7.3. RENTABILIDADE DOS INVESTIMENTOS
7.4. QUANTIDADE E VALORES DE APOSENTADORIAS
8. PARÂMETROS DE SEGREGAÇÃO DE MASSAS
9. EXPRESSÕES DE CÁLCULO DA CONSTRUÇÃO DA TÁBUA DE SERVIÇOS
10. GLOSSÁRIO E SIMBOLOGIAS

1. OBJETIVO
A Nota Técnica Atuarial (NTA) tem por objetivo descrever a metodologia atuarial utilizada, as
características do plano de benefícios, as premissas atuariais, financeiras e demográficas, os regimes
financeiros utilizadas na execução das avaliações e reavaliações atuariais, bem como demonstrar as
expressões matemáticas e suas respectivas simbologias utilizadas para determinar o cálculo do custeio
e obrigações do custo normal, das provisões matemáticas, do custo suplementar, dos fluxos atuariais,
observando o equilíbrio financeiro e atuarial como disposto na Constituição Federal.

2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
Deverão ser demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para a determinação
das regras permanentes e de transição na elegibilidade dos benefícios previdenciários de
responsabilidade do RPPS.

84
3. HIPÓTESES ATUARIAIS E PREMISSAS

3.1.Tábuas biométricas:

I. Tábua de Mortalidade Geral (válidos e inválidos).


Compreende a tábua de mortalidade de válidos (fase laborativa), tábua de mortalidade
de válidos (fase pós-laborativa) e tábua de mortalidade de inválidos. As tábuas poderão
ser distintas, se necessário.
A tábua de mortalidade geral apresenta a probabilidade de morte e sobrevida de uma
população, em função da idade.
Será usada para o cálculo do risco de sobrevivência dos segurados ativos, inativos e
pensionistas válidos e inválidos.
O limite mínimo de taxa de sobrevivência deverá observar o resultado do teste de
aderência e as normas vigentes.
As tábuas deverão constar, explicitamente, nos anexos do relatório da avaliação atuarial.

II. Tábua de Entrada em Invalidez.


A tábua de entrada em invalidez apresenta, em função da idade, a probabilidade de perda
permanente da capacidade laboral e será usada para o cálculo do risco de aposentadoria
por invalidez permanente dos segurados ativos.
A tábua deverá constar como anexo do relatório da avaliação atuarial, exigindo-se que
o limite mínimo de taxa de entrada em invalidez observe o resultado do teste de
aderência e as normas vigentes.

III. Tábua de morbidez.


A tábua de morbidez apresenta os índices de incidência de um indivíduo ser atingido
por uma enfermidade e os índices de sua permanência nessa condição, sendo utilizada
para medir a probabilidade de um grupo de pessoas saudáveis contrair determinadas
doenças que levam ao afastamento temporário da atividade laborativa. Deverá constar
como anexo ao relatório da avaliação atuarial.

3.2.Alterações futuras no perfil e composição das massas:

I. Rotatividade.
Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
da rotatividade dos segurados ativos.
II. Expectativa de reposição de segurados.
Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
da reposição de segurados ativos.

3.3.Estimativa de remuneração e proventos:

I.Taxa real do crescimento da remuneração por mérito e produtividade.

85
Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
da taxa real do crescimento da remuneração dos segurados ativos por mérito e
produtividade.

II.Taxa real do crescimento dos proventos.


Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
da taxa real do crescimento dos proventos.

3.4.Taxa de juros atuarial.


Corresponde ao retorno esperado das aplicações financeiras de todos os ativos
garantidores do RPPS no horizonte de longo prazo que assegure o equilíbrio financeiro
e atuarial do Fundo Capitalizado, ou à taxa de juros parâmetros, conforme normas
aplicáveis às avaliações atuariais dos RPPS.

3.5. Entrada no mercado de trabalho e em aposentadoria:

I. Idade estimada de ingresso ao mercado de trabalho.


Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
da idade estimada de ingresso no mercado de trabalho.

II. Idade estimada de entrada em aposentadoria programada.


Serão demonstrados e justificados os critérios, estudos e formulações utilizados para o
cálculo da data provável de aposentadoria, com a indicação das condições para
utilização das regras permanentes, de transição e lapso temporal de espera para
enquadramento em uma regra mais vantajosa.

3.6 Composição do grupo familiar.


Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
da composição familiar.

3.7 Demais premissas e hipóteses:

I. Fator de determinação do valor real ao longo do tempo das remunerações e proventos.


Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
do fator de determinação do valor real ao longo do tempo das remunerações e proventos.

II. Benefícios a conceder com base na média das remunerações ou com base na última remuneração.

III. Estimativa do crescimento real do teto de contribuição do RGPS.

4. CUSTEIO ADMINISTRATIVO

4.1Critérios do custeio administrativo.

86
4.2 Formulações de cálculo do custeio administrativo.

4.3Expressão de cálculo e metodologia para a constituição de fundo administrativo.

5. FORMULAÇÕES MATEMÁTICAS E METODOLOGIAS DE CÁLCULO

5.1 Expressões de cálculo dos benefícios previdenciários a conceder:

I. Benefício a conceder de aposentadoria de válidos (por idade, tempo de contribuição e compulsória):

a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN$ e CN%.;
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

II. Benefício a conceder de pensão por morte devida a dependente de servidor válido (reversão):

a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados ativos;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados ativos; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros;

III. Benefício a conceder de aposentadoria por invalidez:

a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;

87
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados ativos;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados ativos; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

IV. Benefício a conceder de pensão devida a dependente de servidor aposentado por invalidez
(reversão):

a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

V. Benefício a conceder de pensão por morte de servidor em atividade:

a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados ativos;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais e para a expectativa de reposição de segurados ativos; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

VI. Benefício a conceder de auxílio-doença:

a) regime financeiro;

88
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

VII. Benefício a conceder de Salário Maternidade:

a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

VIII. Benefício a conceder de Salário Família:

a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais; e
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais.
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

IX. Benefício a conceder de Auxílio Reclusão:

89
a) regime financeiro;
b) método de financiamento;
c) formulações para o cálculo do benefício inicial;
d) formulações para o cálculo do custo normal: CN (R$) e CN (%);
e) formulações para o valor atual dos benefícios futuros a conceder (VABFaC) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica, para os segurados atuais;
f) formulações para o valor atual das contribuições futuras a conceder (VACFaC)
abertas ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua
estrutura técnica, para os segurados atuais; e
g) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertos no nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

5.2 Expressões de cálculo dos benefícios previdenciários concedidos:

I. Benefícios concedidos de Aposentadoria de válidos (por Idade, TC e Compulsória):

a) regime financeiro;
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

II. Benefícios concedidos de Pensão devida a dependente de servidor válido (reversão):

a) regime financeiro;
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

III. Benefícios concedidos de Aposentadoria por invalidez:

a) regime financeiro;
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;

90
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

IV. Benefícios concedidos de Pensão devida a dependente de servidor aposentado por invalidez:

a) regime financeiro.
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

V. Benefícios concedidos de Pensão por morte:

a) regime financeiro.
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d) Formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

VI. Benefícios concedidos de Auxílio Doença:

a) regime financeiro.
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;
c)formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d)formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

VII. Benefícios concedidos de Salário Maternidade:

a) regime financeiro;
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;

91
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

VIII. Benefícios concedidos de Salário Família:

a) regime financeiro;
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e
à sua estrutura técnica; e
d) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

IX. Benefícios concedidos de Auxílio Reclusão:

a) regime financeiro;
b) formulações para o valor atual dos benefícios concedidos (VABFc) abertas ao nível
de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura técnica;
c) formulações para o valor atual das contribuições futuras concedidos (VACFc) abertas
ao nível de anuidades, probabilidades e fatores financeiros, se aplicável ao benefício e à sua estrutura
técnica; e
d) formulações para a elaboração dos fluxos atuariais abertas ao nível de anuidades,
probabilidades e fatores financeiros.

5.3 Expressões de cálculo das alíquotas de contribuição:

I. Alíquota normal do ente.

II. Alíquota normal do servidor.

III. Alíquota normal do aposentado.

IV. Alíquota normal do pensionista.

5.4 Expressões de cálculo do valor atual das remunerações futuras:

Os valores atuais das remunerações futuras serão determinados por processo atuarial,
correspondendo ao somatório dos valores projetados das remunerações dos segurados
ativos durante o período laborativo.

92
5.5 Expressão de cálculo e metodologia da compensação financeira:
Serão demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para o cálculo
da compensação financeira entre o regime instituidor e o de origem, a receber e a pagar,
considerando os benefícios a conceder e benefícios concedidos.

I. Compensação financeira dos benefícios concedidos a receber.

II. Compensação financeira dos benefícios concedidos a pagar.

III. Compensação financeira dos benefícios a conceder a receber.

IV. Compensação financeira dos benefícios a conceder a pagar.

5.6 Expressões de cálculo da evolução das provisões matemáticas para os próximos doze meses:
Descrever a formulação utilizada para a evolução das provisões matemáticas por
benefícios apurados na data focal da avaliação obtidos por recorrência ou recálculo

5.7 Expressões de cálculo para as projeções do quantitativo de segurados atuais e futuros.

5.8 Expressões de cálculo e metodologia para fundos:

I. Fundo garantidor de benefícios estruturados em regime de repartição simples.

II. Fundo garantidor de benefícios estruturados em regime de repartição de capitais de cobertura.

III. Fundo para oscilação de riscos dos benefícios estruturados em regime financeiro de repartição
simples.

IV. Fundo para oscilação de riscos dos benefícios estruturados em repartição de capitais de cobertura.

V. Fundo para oscilação de riscos dos benefícios estruturados em regime de capitalização

6. EXPRESSÕES DE CÁLCULO E METODOLOGIA PARA O EQUACIONAMENTO DO


DEFICIT ATUARIAL
Custeio destinado à cobertura do tempo de serviço passado, ao equacionamento de
deficit gerados pela ausência ou insuficiência de alíquotas de contribuição, inadequação
da metodologia ou hipóteses atuariais ou outras causas.
Deverão ser demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizadas para a
amortização do deficit atuarial (alíquota ou aportes).

7. EXPRESSÕES DE CÁLCULO E METODOLOGIA DOS GANHOS E PERDAS


ATUARIAIS

93
Deverão ser demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para a
determinação dos ganhos e perdas atuariais.

7.1 Valor das Remunerações.

7.2 Expectativa de mortalidade.

7.3 Rentabilidade dos investimentos.

7.4Quantidade e valores de aposentadorias.

8. PARÂMETROS DE SEGREGAÇÃO DE MASSAS


Deverão ser demonstrados e justificados os critérios e formulações utilizados para a
segregação de massa.

9. EXPRESSÕES DE CÁLCULO DA CONSTRUÇÃO DA TÁBUA DE SERVIÇOS


Informar a formulação e critérios utilizados para calcular os valores das
funções biométricas qxaa e lxaa, resultantes da combinação dos eventos de
mortalidade, entrada em invalidez, rotatividade, etc.

10. GLOSSÁRIO E SIMBOLOGIAS

SIMBOLOGIA DESCRIÇÃO
a Idade de entrada do segurado no sistema previdenciário.
e Idade de entrada do segurado no ente federativo.
x Idade do segurado na data da avaliação atuarial.
Idade provável de aposentadoria do segurado projetada segundo as
r
normas aplicáveis.
SIMBOLOGIA DESCRIÇÃO
...

94
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 6, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre os critérios para definição do


porte e perfil de risco atuarial dos regimes
próprios de previdência social (RPPS) para
aplicação de regime diferenciado dos
parâmetros de atuária.

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do Anexo I do art. 72 do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no caput do art. 1º e no art. 9º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro
de 1998, e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018, resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre os critérios e metodologias a serem
utilizados pela Secretaria de Previdência para definição do porte e risco atuarial dos regimes próprios
de previdência social (RPPS), com a finalidade de estabelecer regime de aplicação modulada dos
parâmetros técnicos-atuariais previstos na Portaria MF nº 464, de 2018, conforme previsto no § 2º do
art. 2º e no art. 77 daquela Portaria.

CAPÍTULO II
DA MATRIZ DE RISCO
Art. 2º O perfil de risco atuarial será estabelecido por meio de matriz de risco elaborada
pela Secretaria de Previdência, que considerará o porte do RPPS e indicadores de risco atuarial
calculados com base nas informações do Sistema de Informações dos Regimes Públicos de
Previdência Social (CADPREV) e do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público
Brasileiro (SICONFI).
§ 1º A matriz de risco será baseada em subíndices do Indicador de Situação
Previdenciária dos RPPS (ISP-RPPS) de que trata o inciso V do art. 30 da Portaria MPS nº 402, de
10 de dezembro de 2008, e utilizará os grupos relacionados ao porte dos entes federativos definidos
para esse indicador.
§ 2º A matriz de risco de que trata o caput será apurada com as informações
encaminhadas por meio do CADPREV e SICONFI até 31 de dezembro do exercício anterior ao de
sua apuração, utilizadas no ISP divulgado no primeiro semestre do exercício seguinte.

95
Art. 3º A relação dos RPPS por grupo de risco atuarial será divulgada por meio de
portaria da Secretaria de Previdência e terá validade pelos 3 (três) exercícios subsequentes ao da sua
publicação.
§ 1º Sem prejuízo do prazo disposto no caput, os indicadores utilizados para definição
do risco atuarial dos RPPS serão atualizados com base no ISP do primeiro semestre de cada exercício,
com as seguintes finalidades:
I - acompanhamento das informações e verificação da necessidade de alterações e
aperfeiçoamentos da metodologia utilizada, a serem promovidos na próxima revisão da relação dos
RPPS por grupo de risco de que trata o caput;
II - identificação de fato relevante para a situação financeira e atuarial do RPPS, que
venha a colocar em risco de solvência e liquidez o plano de benefícios;
III - captar as informações relativas aos RPPS que não haviam encaminhado
informações por meio do CADPREV e SICONFI na data de apuração da última relação divulgada, e
que impossibilitaram o cálculo dos indicadores da matriz de risco naquela apuração; e
IV - definição do perfil atuarial dos RPPS que forem instituídos após a última relação
divulgada.
§ 2º Somente integrarão a relação dos RPPS por grupo de risco atuarial os entes
federativos que constavam no CADPREV como instituidores de regimes próprios na data a que se
refere o § 2º do art. 2º.
§ 3º O RPPS de que trata o inciso II do § 1º:
I - terá seu grupo de risco atuarial alterado em prazo inferior àquele previsto no caput;
II - será notificado pela Secretaria de Previdência, juntamente com o respectivo ente
federativo, da alteração do seu perfil de risco, ocasião em que também será comunicado dos efeitos
dessa reclassificação e dos prazos para adequação aos parâmetros do grupo para o qual foi
reposicionado; e
III - poderá interpor recurso da reclassificação no prazo de até 30 (trinta) dias contados
do recebimento da notificação.
§ 4º Caso o recurso de que trata o inciso III do § 3º não seja considerada satisfatório, a
alteração do perfil de risco do RPPS dar-se-á com a republicação da relação dos RPPS por grupo de
risco atuarial.
§ 5º Os regimes próprios de que trata o inciso III do § 1º:
I - constarão do grupo intitulado “RPPS inadimplentes com envio de informações”;
II - somente passarão a compor os grupos de perfil atuarial quando forem encaminhadas
as informações por meio do CADPREV e SICONFI e atualizada a matriz de risco na data a que se
refere o § 2º do art. 2º;
III - serão identificados quando um dos indicadores utilizados na matriz de risco
retornarem valor igual a “0” (zero) ou nulo; e
IV - terão o regime de aplicação dos parâmetros técnicos-atuariais equivalente ao dos
RPPS de Perfil Atuarial I.

CAPÍTULO III
DO PORTE
Art. 4º Para fins de definição do porte dos RPPS, deverão ser utilizadas as seguintes
diretrizes, baseadas na metodologia aplicada no ISP para segmentação dos RPPS em grupos:
I - os RPPS dos Estados e Distrito Federal comporão os de Porte 1;

96
II - as capitais das unidades federativas comporão os de Porte 2; e
III - os demais RPPS serão distribuídos entre os de Porte 3 a 7, cuja composição dar-se-
á a partir das informações da população de cada município e da quantidade de segurados ativos,
inativos e pensionistas vinculados ao regime.
Parágrafo único. As informações necessárias à definição dos portes de que trata o inciso
III deste artigo, serão obtidas da seguinte forma:
I - população dos municípios, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE); e
II - quantidade de segurados ativos, aposentados e pensionistas, conforme metodologia
aplicada ao ISP, com base nos dados do Demonstrativo de Informações Previdenciárias e Repasses
(DIPR) e do Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA) encaminhados à Secretaria
Previdência ou em dados imputados, no caso de não encaminhamento desses demonstrativos.

CAPÍTULO IV
DOS INDICADORES D E RISCO ATUARIAL DOS RPPS
Art. 5º Serão considerados, na apuração do risco atuarial dos RPPS para a divulgação
dos correspondentes perfis de risco, os seguintes indicadores, que compõem o grupo de informações
da dimensão central do ISP intitulada “Equilíbrio”:
I - Indicador de Solvência dos Benefícios Concedidos (ISBC), que mede a relação entre
o ativo líquido e a Provisão Matemática dos Benefícios Concedidos, dada pela seguinte fórmula:

SBC = Ativo Líquido / PMBC

Onde:
Ativo Líquido = Somatório das aplicações de recursos do RPPS classificadas nos
segmentos de alocação previstos nos art. 7º, 8º e 9º-A da Resolução CMN nº 3.922, de 25 de
novembro de 2010, mais as disponibilidades financeiras, conforme Demonstrativo das Aplicações e
Investimentos dos Recursos (DAIR).
PMBC = somatório do valor informado para todos os planos/fundos no respectivo
campo “Provisão Matemática dos Benefícios Concedidos” - “Geração Atual” da Aba
“Compromissos” do DRAA.
II - Indicador de Solvência Geral (ISG) do RPPS, que mede a relação entre o valor dos
Ativos Garantidores dos Compromissos do Plano de Benefícios e a Provisão Matemática Total, dada
pela seguinte fórmula:

ISG = Ativos Garantidores dos Compromissos do Plano de Benefícios / PMT

Onde:
Ativos Garantidores dos Compromissos do Plano de Benefícios = somatório do valor
informado para todos os planos/fundos no campo “Ativos Garantidores dos Compromissos do Plano
de Benefícios - Geração Atual” mais o “Valor Atual dos Parcelamentos de Débitos Previdenciários”,
ambos da Aba “Compromissos” do DRAA.
PMT = somatório do valor informado para todos os planos/fundos nos campos
“Provisão Matemática dos Benefícios Concedidos - Geração Atual” mais a “Provisão Matemática
dos Benefícios a Conceder - Geração Atual”, ambos da Aba “Compromissos” do DRAA.

97
III - Indicador de Solvência Financeira (ISF), que mede a relação entre o valor total
anual das contribuições repassadas ao RPPS, referentes ao custo normal e suplementar, inclusive
aportes para amortização de deficit atuarial, e o valor total anual relativo ao pagamento dos benefícios
previdenciários, dada pela seguinte fórmula:

ISF = Contribuições repassadas / benefícios pagos.

Onde:
Contribuições repassadas = corresponde ao somatório dos valores informados nos
campos 10.1 (contribuições - civis), 10.5 (contribuições - servidores cedidos ou licenciados - civis),
4.1 (aporte para amortização do déficit atuarial – Plano Previdenciário – Civis) do DIPR.
Benefícios pagos = corresponde ao somatório dos valores informados nos campos 11.1
(aposentadoria - civis); 11.2 (pensão por morte - civis), 11.3 (auxílio-doença - civis); 11.4 (salário-
maternidade - civis), 11.5 (salário-família - civis), 11.6 (auxílio-reclusão - civis) do DIPR.
IV - Indicador de Resultado Atuarial sobre o Resultado Financeiro (IRARF), que mede
a relação entre o resultado atuarial e resultado financeiro anual, dado pela seguinte fórmula:

IRARF = Resultado Atuarial / Resultado Financeiro

Onde:
Resultado Atuarial = Ativos Garantidores dos Compromissos do Plano de Benefícios
menos a PMT. Em caso de segregação da massa serão considerados os ativos garantidores somente
do Fundo em Capitalização/Plano Previdenciário.
Resultado Financeiro = diferença entre todas as receitas anuais do RPPS, excetuando-
se os valores relativos a transferências para insuficiências financeiras, e todas as despesas anuais.
Será considerado o menor valor entre o apurado com base nas informações das receitas e despesas
informadas no DIPR e aquele apurado com base nas receitas e despesas previdenciárias informadas
nos Demonstrativos de Receitas e Despesas Previdenciárias, Anexo IV do Relatório Resumido de
Execução Orçamentária (RREO). Em caso de segregação da massa, serão considerados somente os
valores das receitas e despesas referentes ao Fundo em Capitalização/Plano Previdenciário.
V - Indicador de Duração do Saldo Acumulado do RPPS (IDSA), que mede a relação
entre as projeções dos recursos garantidores do RPPS e as relativas ao pagamento de benefícios, dado
pela seguinte fórmula:

Onde:
RGn = Valor do campo “Evolução dos Recursos Garantidores” referente ao instante n
do fluxo atuarial do RPPS, relativo à geração atual, previsto no art. 10 da Portaria MF nº 464, de
2018. Em caso de segregação da massa, serão consideradas as informações somente do Fundo em
Capitalização/Plano Previdenciário.
Bn = Benefícios pagos no instante n, conforme fluxo atuarial do RPPS, relativo à
geração atual. Em caso de segregação da massa, serão consideradas as informações somente do
Fundo em Capitalização/Plano Previdenciário.
n = prazo, em anos, resultante da diferença entre o ano de ocorrência e o ano de cálculo.
i = taxa de juros utilizada na avaliação atuarial e informada no DRAA.

98
VI - Indicador de Comprometimento Atuarial da RCL (COMP), que mede a relação
entre a Receita Corrente Líquida e a Provisão Matemática dos Benefícios (Concedidos e a Conceder),
dado pela seguinte fórmula:

COMP = RCL/PMT

Onde:
RCL = Receita Corrente Líquida, divulgada no RREO.
PMT = Provisão Matemática Total, que é o somatório do valor da Provisão Matemática
de Benefícios Concedidos e da Provisão Matemática dos Benefícios a Conceder, apresentado na aba
"Valores dos Compromissos" do DRAA (somando, em caso de segregação da massa, o Fundo em
Repartição/Plano Financeiro e o Fundo em Capitalização/Plano Previdenciário, além de eventual
fluxo relativo à massa de beneficiários sob responsabilidade direta do Tesouro).
VII - Indicador de Endividamento Previdenciário (ENDIV), que mede a relação entre
os débitos do ente federativo com o RPPS (conforme relatório do DIPR e Termos de Acordo de
Parcelamento) e a Receita Corrente Líquida (RCL), dado pela seguinte fórmula:

ENDIV = DEB/RCL[A1]

Onde:
DEB = Somatório dos saldos devedores atualizados dos termos de parcelamento
(excluídos os quitados, cancelados e repactuados) mais os valores de contribuições declarados no
DIPR como devidos e não repassados ou parcelados. Os débitos, declarados no DIPR, constam do
“Relatório de Acompanhamento de Repasses” do CADPREV, no qual estão relacionadas as bases de
cálculo (declaradas no DIPR), que, multiplicadas pelas alíquotas vigentes (conforme legislação
encaminhada à Secretaria de Previdência e cadastrada no sistema), resultam nos valores devidos em
cada competência. Os valores devidos são confrontados com os repasses declarados no DIPR e, da
diferença, verifica-se o débito correspondente (relacionados no campo “Diferença de Contribuições”
do relatório citado). O somatório da diferença de contribuições de todos os DIPR que estejam
irregulares e não parcelados representam o montante do débito. Em caso de segregação da massa,
refere-se ao Fundo em Repartição/Plano Financeiro e ao Fundo em Capitalização/Plano
Previdenciário e à eventual massa de beneficiários sob responsabilidade direta do Tesouro.
RCL = Receita Corrente Líquida, divulgada no RREO.
§ 1º O intervalo relativo à nota a ser atribuída a cada indicador variará de 1 (um) a 20
(vinte) e corresponderá à faixa de distribuição correspondente a 5% (cinco por cento) dos resultados
individuais, de modo que o valor 1 (um) será atribuído aos 5% (cinco por cento) em pior situação e,
o valor 20 (vinte), atribuído aos 5% (cinco por cento) em melhor situação.
§ 2º Os indicadores de que trata este artigo serão calculados conforme nota
metodológica do ISP disponibilizada no endereço eletrônico da Secretaria de Previdência na Internet.
§ 3º A atualização do cálculo dos indicadores de que trata este artigo deverá ser efetuada
anualmente, sendo que a metodologia de apuração dos indicadores não será alterada em prazo inferior
a 3 (três) anos, contados de sua última revisão ou remodelagem.

CAPÍTULO V
DO PERFIL DE RISCO ATUARIAL DOS RPPS

99
Art. 6º O perfil de risco atuarial dos RPPS será determinado pela pontuação resultante
da média simples dos 7 (sete) indicadores de que trata o art. 5º, dividida por 2 (dois), o que resultará
na seguinte classificação:

Classificação Intervalo Risco Atuarial


AAA 9,5 < Pontuação ≤ 10 Muito Baixo
AA+ 9 < Pontuação ≤ 9,5
AA 8,5 < Pontuação ≤ 9 Baixo
AA- 8 < Pontuação ≤ 8,5
A+ 7,5 < Pontuação ≤ 8
A 7 < Pontuação ≤ 7,5
Médio
A- 6,5 < Pontuação ≤ 7
BB 6 < Pontuação ≤ 6,5
BB- 5,5 < Pontuação ≤ 6
B+ 5 < Pontuação ≤ 5,5
Alto
B 4,5 < Pontuação ≤ 5
B- 4 < Pontuação ≤ 4,5
C+ 3,5 < Pontuação ≤ 4
C 3 < Pontuação ≤ 3,5
C- 2,5 < Pontuação ≤ 3 Muito Alto
D 1,5 < Pontuação ≤ 2,5
D- 0 < Pontuação ≤ 1,5

Art. 7º Com a aplicação da matriz de risco, considerando a classificação de risco atuarial obtida na
forma do art. 6º e a distribuição dos RPPS pelos portes de que trata o art. 4º, a divisão desses regimes
em grupos de perfil atuarial apresentará a seguinte configuração:

Risco Atuarial
Porte (pelos indicadores do art. 5º e classificação do art. 6º)
(art.4º) 5. Muito
4. Alto 3. Médio 2. Baixo 1.Muito Baixo
Alto
Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil Atuarial
1 "RPPS inadimplentes com envio
Atuarial I Atuarial I Atuarial I Atuarial II II
Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil Atuarial das Informações" e "RPPS
2 instituídos no exercício"
Atuarial I Atuarial I Atuarial II Atuarial II III
Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil Atuarial
3
Atuarial I Atuarial II Atuarial II Atuarial III III
Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil Atuarial
4
Atuarial II Atuarial II Atuarial III Atuarial III IV
Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil Atuarial
5
Atuarial II Atuarial III Atuarial III Atuarial IV IV
Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil Atuarial
6
Atuarial III Atuarial III Atuarial III Atuarial IV IV
Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil Atuarial
7
Atuarial III Atuarial III Atuarial IV Atuarial IV IV

100
§ 1º Os RPPS terão os seus grupos de perfil de risco atuarial assim
configurados:

I - Perfil Atuarial I: RPPS de Porte 1 e risco atuarial “muito alto”, “alto” e “médio”; de
Porte 2 e risco atuarial “muito alto” e “alto”; de Porte 3 e risco atuarial “muito alto”;
II - Perfil Atuarial II: RPPS de Porte 1 e risco atuarial “baixo” e “muito baixo”; de Porte
2 e de risco “médio” e “baixo”; de Porte 3 e risco atuarial “alto” e “médio”; de Porte 4 e risco “muito
alto” e “alto” e de Porte 5 e risco atuarial “muito alto”;
III - Perfil Atuarial III: RPPS de Porte 2 e risco atuarial “muito baixo”; de Porte 3 e de
risco “baixo” e “muito baixo”; de Porte 4 e risco atuarial “médio” e “baixo”; de Porte 5 e risco “alto”
e “médio”; de Porte 6 e risco atuarial “muito alto”, “alto” e “médio” e de Porte 7 e risco atuarial
“muito alto” e “alto”;
IV - Perfil Atuarial IV: RPPS de Porte 4 e risco atuarial “muito baixo”; de Porte 5 e de
risco “baixo” e “muito baixo”; de Porte 6 e risco atuarial “baixo” e “muito baixo”; de Porte 7 e risco

“médio”, “baixo” e “muito baixo”;


V - “RPPS inadimplentes com envio de informações”: formado pelos RPPS de que trata
o § 5º do art. 3º;

§ 2º A distribuição dos RPPS por grupos de perfil de risco atuarial será efetuada da
seguinte forma:
Art. 8º A aplicação das regras atuariais modulada de acordo com os enquadramentos
previsto neste ato, observará o disposto nas instruções normativas que tratam dos respectivos
parâmetros técnico-atuariais.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 9º A primeira relação dos RPPS por perfil de risco atuarial será divulgada junto
com o ISP do 1º semestre de 2019, contemplando as informações encaminhadas por meio do
CADPREV e SICONFI até 31 de dezembro de 2018, que terá validade pelos 3 (três) exercícios
subsequentes aos da sua publicação.
§ 1º O perfil e risco atuarial divulgado por esta Instrução será aplicado para as
avaliações atuariais dos exercícios de 2020 a 2022, posicionadas, respectivamente em 31 de dezembro
de 2019, 31 de dezembro de 2020 e 31 de dezembro de 2021.
§ 2º A metodologia de cálculo dos indicadores e demais informações relativas à
segmentação por perfil de risco atuarial serão disponibilizadas na nota técnica do ISP no endereço
eletrônico da Secretaria de Previdência na Internet.
Art. 10. Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.

101
Art. 11. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

[A1] Tem como traduzir em fórmula (para seguir modelo até aqui adotado).

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

102
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 7, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre os planos de amortização do


deficit atuarial dos regimes próprios de
previdência social (RPPS).

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no caput e inciso I do art. 1º e inciso II do art. 9º da Lei nº 9.717, de
27 de novembro de 1998, e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018,
resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre as formas de operacionalização dos
parâmetros previstos na Portaria MF nº 464, de 2018 referentes aos planos de amortização do deficit
atuarial dos regimes próprios de previdência Social (RPPS), especialmente aqueles relativos ao
cálculo das seguintes variáveis:
I - percentuais mínimos do deficit atuarial a ser equacionado;
II - prazos máximos do plano de amortização;
III - percentuais mínimos do deficit atuarial que, em caso de aumento, torna obrigatória
a revisão do plano de amortização.
§ 1º A aplicação dos parâmetros de que trata esta Instrução:
I - será diferenciada por porte e risco atuarial do RPPS conforme previsto no § 2º do art.
2º e art. 77 da Portaria MF nº 464, de 2018;
II - deverá garantir a solvência e liquidez do plano de benefícios, mantendo-se o nível
de arrecadação de contribuições e acumulação de provisões compatível com as obrigações futuras do
RPPS em regime de capitalização, conforme demonstrado por meio dos fluxos atuariais de que trata
o art. 10 da Portaria MF nº 464, de 2018.
§ 2º O Relatório da Avaliação Atuarial deverá descrever os cenários com as
possibilidades para equacionamento do deficit atuarial apurado, devendo constar do Demonstrativo
de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA) o plano de amortização indicado na avaliação atuarial a
ser implementado em lei pelo ente federativo.

103
CAPÍTULO II
DO CÁLCULO DO VALOR DO DEFICIT ATUARIAL A SER EQUACIONADO
Art. 2º Poderá ser deduzido, do valor do deficit atuarial apurado na avaliação atuarial,
o Limite de Deficit Atuarial (LDA) calculado em função de um dos seguintes fatores:
I - duração do passivo do fluxo de pagamento dos benefícios do RPPS; ou
II - sobrevida média dos aposentados e pensionistas.
§ 1º O plano de amortização deve equacionar, no mínimo, o resultado atuarial
deficitário apontado na avaliação atuarial menos o valor relativo ao LDA.
§ 2º O LDA não se aplica nas seguintes situações, devendo o deficit atuarial ser
integralmente equacionado por meio de plano de amortização:
I - na avaliação atuarial inicial do RPPS;
II - em caso de alteração de legislação do ente federativo que resulte em transferência
de beneficiários para a responsabilidade do RPPS;
III - caso o ente federativo não tenha encaminhado à Secretaria de Previdência os
documentos e as informações atuariais de que trata o art. 68 da Portaria MF nº 464, de 2018;
IV - caso tenham sido identificadas pela Secretaria de Previdência, na forma do art. 71
da Portaria MF nº 464, de 2018, inconsistências nos documentos e informações atuariais
encaminhados pelo ente federativo que impactem no cálculo da duração do passivo ou da sobrevida
média dos aposentados e pensionistas, enquanto não for procedida a sua adequação.
§ 3º Deverá ser registrada, no Relatório da Avaliação Atuarial, a análise dos efeitos da
aplicação do LDA, considerando o previsto no inciso II do § 1º do art. 1º.
§ 4º Na hipótese prevista no inciso II do § 2º, o ente federativo deverá efetuar o aporte
integral da provisão matemática referente aos beneficiários transferidos ao RPPS.
Art. 3º Para aplicação do LDA, deverão ser apurados separadamente, na forma prevista
no § 2º deste artigo, o valor do deficit atuarial relativo à insuficiência de cobertura patrimonial da
Provisão Matemática dos Benefícios a Conceder (PMBaC) e aquele relativo à insuficiência de
cobertura patrimonial da Provisão Matemática dos Benefícios Concedidos (PMBC).
§ 1º Os ativos garantidores dos compromissos do plano de benefícios deverão ser
apropriados, prioritariamente, ao resultado atuarial relativo à PMBC e os valores dos ativos que
excederem a essa provisão, ao resultado atuarial da PMBaC.
§ 2º Será apurado deficit atuarial caso os valores dos ativos garantidores não sejam
suficientes para cobertura das provisões matemáticas, conforme especificado a seguir:
I - deverá ser apurada a diferença entre o valor dos ativos garantidores e da PMBC;
II - caso o valor apurado na forma do inciso I seja negativo:
a) o deficit atuarial relativo à PMBC será igual ao resultado do inciso I, ou seja,
corresponderá ao valor dos ativos garantidores menos o valor da PMBC;
b) o deficit atuarial relativo à PMBaC será igual ao valor da PMBaC;
III - caso o valor apurado na forma do inciso I seja igual a zero ou positivo:
a) o deficit atuarial relativo à PMBC será igual a zero;
b) o deficit atuarial relativo à PMBaC será igual ao valor da PMBaC subtraído do
resultado obtido no inciso I, ou seja, corresponderá à seguinte fórmula:

[PMBaC - (ativos garantidores - PMBC)].

§ 3º O deficit atuarial relativo à PMBC deverá ser integralmente equacionado por meio
de plano de amortização.

104
Art. 4º O deficit atuarial relativo à PMBaC poderá ser deduzido do LDA calculado de
acordo com uma das seguintes opções:
I - caso seja utilizada a duração do passivo deverá ser aplicada a seguinte fórmula do
LDA:

LDA = (DP x a)/100 x deficit relativo à PMBaC

onde:
LDA = Limite do Deficit Atuarial de que trata o art. 2º, representando a parcela relativa
ao deficit atuarial que poderá não compor o plano de amortização.
DP = duração do passivo da projeção de pagamento dos benefícios líquidos do RPPS,
expressa em anos, sem utilização da hipótese de reposição dos segurados ativos, calculada de acordo
com o fluxo atuarial da respectiva avaliação atuarial, conforme metodologia e modelo aprovados por
instrução normativa específica da Secretaria de Previdência.
a = constante definida no art. 8º em função do porte e risco atuarial do RPPS.
II - caso seja utilizada a sobrevida média dos aposentados e pensionistas deverá ser
aplicada a seguinte fórmula do LDA:

LDA = (SVM - b)/100 x deficit relativo à PMBaC

onde:
SVM = sobrevida média dos aposentados e pensionistas, expressa em anos, relativa a
todos os aposentados e pensionistas constantes da base cadastral utilizada na avaliação atuarial e
calculada pela seguinte fórmula: SVM = (∑ Ex + 0,5) / (número de aposentados e pensionistas).
b = constante definida no art. 8º em função do porte e risco atuarial do RPPS.
Ex = expectativa de vida individual à idade X para todos os aposentados e pensionistas,
expressa em anos, calculada a partir da base cadastral e tábuas de mortalidade utilizadas na respectiva
avaliação atuarial, considerando, com base na idade do aposentado e pensionista na data focal da
avaliação atuarial, a idade exata mais próxima na respectiva tábua de mortalidade.
Número de aposentados e pensionistas = somatório de aposentados e pensionistas do
RPPS apurado conforme base cadastral utilizada na avaliação atuarial.
Art. 5º O valor do deficit atuarial a ser equacionado pelo plano de amortização, em caso
de aplicação do LDA, deverá corresponder ao somatório do deficit atuarial relativo à PMBC e do
deficit atuarial relativo à PMBaC, sendo que, para esse último, é subtraído o valor do LDA.
§ 1º O deficit atuarial relativo à PMBC e à PMBaC corresponderão aos valores apurados
na forma dos art. 3º e 4º.
§ 2º A composição do plano de amortização, na forma de alíquotas ou aportes, será
determinada pelo prazo calculado conforme esta Instrução e pelo sistema de amortização escolhidos
conjuntamente pelo atuário, pelo dirigente da unidade gestora do RPPS e pelos gestores e
representantes do ente federativo, desde que observado o previsto no inciso II do § 1º do art. 1º e os
parâmetros previstos na Portaria MF nº 464, de 2018.
§ 3º Em caso de RPPS com segregação da massa, o cálculo do LDA refere-se ao do
Plano Previdenciário/Fundo em Capitalização.
§ 4º Em caso de não aplicação do LDA, o deficit atuarial a ser equacionado
corresponderá ao valor integral apurado na avaliação atuarial.

105
CAPÍTULO III
DO CÁLCULO DOS PRAZOS MÁXIMOS DO PLANO DE AMORTIZAÇÃO
Art. 6º O plano de amortização deverá obedecer a um dos seguintes prazos máximos:
I - 35 (trinta e cinco) anos, contados a partir do primeiro plano de amortização
implementado pelo ente federativo após a publicação desta Instrução Normativa;
II - caso seja utilizada a duração do passivo como parâmetro para o cálculo do LDA:
a) o prazo do plano de amortização deverá ser calculado pela seguinte fórmula:

Prazo= DP x c

onde:
DP = duração do passivo, conforme definido no inciso I do art. 4º.
c = constante definida no art. 8º em função do porte e risco atuarial do RPPS.
III - caso seja utilizada a sobrevida média dos aposentados e pensionistas como
parâmetro para o cálculo do LDA, deverão ser observados os seguintes parâmetros:
a) o prazo do plano de amortização do deficit atuarial relativo à PMBC deverá
corresponder à sobrevida média dos aposentados e pensionistas, calculada conforme o inciso II do
art. 4º.
b) o prazo do plano de amortização do deficit atuarial relativo à PMBaC deverá ser
calculado pela seguinte fórmula:

Prazo = RAP x d

onde:
RAP = prazo médio remanescente para aposentadoria de cada segurado ativo, calculado
a partir da base cadastral, premissas e hipóteses utilizadas na respectiva avaliação atuarial,
considerando no mínimo a idade, sexo e tempo de contribuição;
d = constante definida no art. 8º em função do porte e risco atuarial do RPPS.

CAPÍTULO IV
DA OBRIGATORIEDADE DE REVISÃO DO PLANO DE AMORTIZAÇÃO
Art. 7º O plano de amortização implementado em lei deverá ser obrigatoriamente
revisto, elevando-se as contribuições, na forma de alíquotas ou aportes, quando, nas avaliações
atuariais dos exercícios subsequentes:
I - for apurado deficit atuarial superior àquele anteriormente equacionado, excluído
dessa apuração o valor atual do plano de equacionamento do deficit implementado em lei; e
II - o valor do novo deficit atuarial apurado, excluído dessa apuração o valor atual do
plano de equacionamento do deficit implementado em lei, for superior a determinado percentual das
provisões matemáticas previdenciárias definido conforme artigo 8º em função do porte e risco atuarial
do RPPS.
§ 1º A revisão do plano de amortização implica a implementação, em lei, de novo plano
em substituição ao anterior, contemplando a alteração das contribuições, na forma de alíquotas ou
aportes, do prazo e do valor do deficit atuarial a ser equacionado pelo novo plano.
§ 2º O prazo relativo ao novo plano de amortização do deficit atuarial deverá observar
os seguintes critérios:

106
I - em caso de plano de amortização cujo prazo foi calculado de acordo com a duração
do passivo, sobrevida média dos aposentados e pensionistas ou tempo médio remanescente para
aposentadoria, deverá ser utilizado o novo prazo calculado com base nesses parâmetros;
II - em caso de plano de amortização com prazo fixo de 35 anos, deverá ser observado
o prazo remanescente, contado a partir do ano de publicação da legislação do ente federativo que
implementou o primeiro plano de equacionamento do deficit atuarial após a publicação da Portaria
MF n° 464, de 2018.
§ 1º Para apuração do valor do deficit atuarial a ser equacionado pelo novo plano de
amortização, poderá ser utilizado o LDA calculado conforme arts. 2º a 5º.
§ 2º Eventual modificação da modelagem adotada no plano de amortização anterior
resultante da utilização de parâmetro diverso para cálculo do prazo e do LDA, a deverá ser objeto de
justificativa técnica no Relatório da Avaliação Atuarial, onde se demonstrarão, ainda, os impactos da
medida para o nível de solvência do RPPS.
§ 3º Caso o ente federativo tenha optado, inicialmente, pelo prazo de 35 (trinta e cinco)
anos de que trata o inciso I do art. 6º, poderá, na revisão do plano de custeio, modificar a forma de
cálculo do prazo do novo plano de amortização, aplicando a modelagem prevista nos incisos II e III
do art. 6º, observado o disposto no § 2º deste artigo.
§ 4º A alteração do plano de amortização não poderá retroagir para reduzir os valores
das obrigações vencidas.
§ 5º Os planos de equacionamento de deficit atuarial em execução com base nas regras
dispostas na Portaria MPS nº 403, de 10 de dezembro de 2008, poderão ser mantidos, devendo ser
adequados aos novos parâmetros em caso de obrigatoriedade de sua revisão.
§ 6º O prazo para implementação da revisão do plano de amortização deverá observar
o disposto no art. 49 da Portaria MF nº 464, de 2018.

CAPÍTULO V
DA APLICAÇÃO DOS PARÂMETROS POR PORTE E RISCO ATUARIAL
Art. 8º Considerando o porte e o risco atuarial do RPPS definidos conforme instrução
normativa da Secretaria de Previdência, as constantes utilizadas nos cálculos do LDA, dos prazos
máximos do plano de amortização e dos percentuais mínimos para revisão do plano de
equacionamento do deficit atuarial poderão obedecer ao seguinte regime diferenciado:
I - RPPS identificados como Perfil Atuarial I ou em caso de não aplicação de perfil de
risco:
a) constante “a” de que trata o inciso I do art. 4º será igual a 1,50;
b) constante “b” de que trata o inciso II do art. 4º será igual a 2,00;
c) constante “c” de que trata o inciso II do art. 6º será igual a 2,00;
d) constante “d” de que trata o inciso III do art. 6º será igual a 1,50;
e) o percentual de que trata o inciso II do art. 7º será de 1,00%;
II - RPPS identificados como Perfil Atuarial II:
a) constante “a” de que trata o inciso I do art. 4º será igual a 1,75;
b) constante “b” de que trata o inciso II do art. 4º será igual a 2,00;
c) constante “c” de que trata o inciso II do art. 6º será igual a 2,00;
d) constante “d” de que trata o inciso III do art. 6º será igual a 1,50;
e) o percentual de que trata o inciso II do art. 7º será de 1,00%;
III - RPPS identificados como Perfil Atuarial III:

107
a) constante “a” de que trata o inciso I do art. 4º será igual a 1,75;
b) constante “b” de que trata o inciso II do art. 4º será igual a 2,00;
c) constante “c” de que trata o inciso II do art. 6º será igual a 2,00;
d) constante “d” de que trata o inciso III do art. 6º será igual a 1,50;
e) o percentual de que trata o inciso II do art. 7º será de 2,00%;
IV - RPPS identificados como Perfil Atuarial IV:
a) constante “a” de que trata o inciso I do art. 4º será igual a 2,00;
b) constante “b” de que trata o inciso II do art. 4º será igual a 2,00;
c) constante “c” de que trata o inciso II do art. 6º será igual a 2,00;
d) constante “d” de que trata o inciso III do art. 6º será igual a 1,50;
e) o percentual de que trata o inciso II do art. 7º será de 5,00%;
§ 1º Caso o RPPS tenha sido classificado como Perfil Atuarial I, poderá aplicar o
previsto no art. 61 da Portaria MF nº 464, de 2018, conforme instrução normativa específica da
Secretaria de Previdência.
§ 2º Nos termos do § 5º do art. 77 da Portaria MF nº 464, de 2018, o RPPS poderá ter
seu grupo de risco atuarial alterado em caso de identificação de fato relevante para a situação
financeira e atuarial do regime que venha a colocar em risco de solvência e liquidez seu plano de
benefícios.
§ 3º Aos entes federativos que não encaminharam as informações necessárias para a
definição do porte e risco atuarial do RPPS e que forem, na forma da instrução normativa específica
da Secretaria de Previdência, identificados como “RPPS inadimplentes com envio de informações”
aplica-se o disposto no inciso I do caput.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso I do caput a todos os RPPS enquanto não divulgada
pela Secretaria de Previdência, juntamente com o Indicador de Situação Previdenciária (ISP), a
relação de porte e perfil de risco atuarial por RPPS.

CAPÍTULO VI
DA APLICAÇÃO DOS DEMAIS PARÂMETROS DO PLANO DE AMORTIZAÇÃO
Art. 9º A aplicação do critério previsto no inciso II do art. 54 da Portaria MF nº 464, de
2018, deverá ser demonstrada no DRAA, por meio das informações da composição do pagamento
relativas ao plano de amortização.
Parágrafo único. A adequação do plano de amortização ao disposto no inciso II do art.
54 da Portaria MF nº 464, de 2018, poderá ser promovida gradualmente, com a elevação das
contribuições suplementares, a partir do exercício de 2021, na forma de alíquotas ou aportes, à razão
de um terço do necessário a cada ano, até atingir o valor que atenda a esse critério em 2023.
Art. 10. O critério previsto no inciso IV do art. 48 da Portaria MF nº 464, de 2018,
deverá ser adotado a partir da implementação do plano de custeio proposto na avaliação atuarial
relativa ao exercício de 2020, com data focal em 31 de dezembro de 2019, observado o disposto no
art. 49 daquele ato ministerial.
Art. 11. Em caso de diferenciação das contribuições suplementares por massa de
segurados sujeita a critérios legais de elegibilidade específicos, ou para fins de apuração de custos
para subsidiar a gestão atuarial do regime, deverá ser aplicado, como critério de rateio dos ativos
garantidores dos compromissos, o tempo de vinculação ao RPPS pela massa considerada, ponderado
pela remuneração mensal vigente na data focal da avaliação.

108
Parágrafo único. A diferenciação de que trata o caput deverá atender às normas e
políticas aplicáveis à matéria e garantir a observância do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.
Art. 12. A compatibilidade do plano de amortização com a capacidade orçamentária,
financeira e fiscal do ente federativo deverá ser objeto de comprovação por meio do Demonstrativo
de Viabilidade do Plano de Custeio, de que trata o § 2° do art. 64 da Portaria MF nº 464, de 2018, na
forma da instrução normativa específica da Secretaria de Previdência.

CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 13. Enquanto não adequadas as funcionalidades do Sistema de Informações dos
Regimes Públicos de Previdência Social (CADPREV-Web), a demonstração da aplicação do previsto
nesta Instrução Normativa será efetuada da seguinte forma:
I - o valor do LDA deverá ser informado no campo “Valor Atual dos Bens, Direitos e
Demais Ativos a serem incorporados no Exercício Atual” da aba “Custo Suplementar” do DRAA;
II - a forma de cálculo do LDA deverá ser demonstrada no campo “Observações” da aba
“Custo Suplementar” do DRAA;
III - a análise dos efeitos da aplicação do LDA deverá ser informada no item “Plano de
Custeio a ser implementado e medidas para manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial” da aba
“Parecer Atuarial” do DRAA;
IV - o Relatório da Avaliação Atuarial deverá apresentar, no capítulo “Equacionamento
do Deficit Atuarial”, os cenários com os planos de amortização, detalhando o cálculo do LDA, dos
prazos e do percentual obrigatório para revisão do plano vigente, sendo que, no capítulo “Parecer
Atuarial”, deve ser apresentada a conclusão sobre o deficit atuarial a ser equacionado;
V - em caso de aplicação do LDA em função da duração do passivo, será
disponibilizado, no endereço eletrônico da Secretaria de Previdência na Internet, modelo auxiliar de
fluxo atuarial para permitir o seu cálculo com base no fluxo da avaliação atuarial do exercício anterior,
até que o cálculo da duração do passivo seja incorporado, para envio pelo CADPREV-Web, aos novos
modelos dos fluxos atuariais a serem aprovados por instrução normativa específica da SPREV;
VI - em caso de aplicação do LDA em função da sobrevida média dos aposentados e
pensionistas, se o deficit atuarial a ser equacionado for relativo à PMBC e à PMBaC, deverá ser
informado na aba “Custo Suplementar” do DRAA, no campo “Plano de Amortização”, o plano
resultante com a soma das alíquotas ou aportes, devendo constar do capítulo “Equacionamento do
Deficit Atuarial” do Relatório da Avaliação Atuarial a discriminação dos dois planos de amortização,
com os respectivos prazos e as alíquotas ou aportes de cada plano.
Art. 14. Os planos de amortização em execução poderão ser revistos para a aplicação
das modelagens previstas nesta Instrução Normativa e recontagem do prazo previsto no inciso I do
art. 6º, observando-se, se for o caso, o disposto no parágrafo único do art. 9º.
Art. 15. Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 16. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

109
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 8, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre a estrutura e os elementos


mínimos do Relatório da Avaliação Atuarial
dos regimes próprios de previdência social e o
seu encaminhamento à Secretaria de
Previdência do Ministério da Fazenda.

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no caput e no inciso I do art. 1º e no art. 9º da Lei nº 9.717, de 27 de
novembro de 1998, no inciso II do § 11 do art. 5º da Portaria MPS nº 204, de 10 de julho de 2008, e
no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018, resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre a estrutura e os elementos mínimos do
Relatório da Avaliação Atuarial dos regimes próprios de previdência social (RPPS) a ser
encaminhado à Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda como fundamento para
verificação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime.

CAPÍTULO II
DO CONTEÚDO E ENCAMINHAMENTO DO DOCUMENTO
Art. 2º O Relatório da Avaliação Atuarial será integrado por todas as informações
necessárias à identificação e compreensão da situação financeira e atuarial do RPPS, na forma
disposta no Anexo desta Instrução Normativa, contemplando, dentre outros, os seguintes aspectos:
I - os impactos, para o RPPS e para os resultados apontados na avaliação atuarial,
decorrentes dos efeitos esperados de legislação publicada até a data de sua realização e ainda não
vigente;
II - a duração do passivo do RPPS e o histórico de sua evolução;
III - a motivação e os impactos da alteração do método de financiamento utilizado;
IV - as hipóteses atuariais adotadas e os fundamentos da sua utilização, e, se for o caso,
com a análise de sensibilidade do resultado à alteração das principais hipóteses utilizadas na avaliação
atuarial;

110
V - as premissas e hipóteses que foram alteradas ou mantidas em decorrência do estudo
de aderência, constante do Relatório de Análise das Hipóteses, ou como resultado de modificação das
situações fáticas que fundamentaram esse documento;
VI - os critérios adotados relativos às perspectivas de alteração no perfil e na composição
da massa de segurados ativos;
VII - a separação entre os compromissos, custos e demais informações relativas aos
integrantes da massa estudada, sem reposição e com reposição de segurados ativos;
VIII - os critérios adotados para a hipótese de taxa real de crescimento da remuneração
ao longo da carreira;
IX - a premissa adotada para o tempo de contribuição anterior ao ingresso no ente
federativo e os seus impactos nos resultados para efeito de estimativa de compensação previdenciária;
X - a estimativa da data provável de entrada em aposentadoria;
XI - os critérios adotados de estimativa de composição do grupo familiar;
XII - a tábua de morbidez utilizada em caso de adoção de premissa de entrada em
doença;
XIII - os critérios adotados para estimativa dos efeitos da compensação financeira entre
os regimes previdenciários;
XIV - a base de dados utilizada, com a certificação do nível de sua adequação, inclusive
as providências adotadas, pelo ente federativo e pela unidade gestora do RPPS, para a adequação da
base de dados da avaliação atuarial do exercício anterior;
XV - o histórico dos valores dispendidos pelo RPPS com os benefícios de auxílio-
doença, auxílio-reclusão, salário-família e salário-maternidade e sua aderência aos custos estimados
na avaliação atuarial;
XVI - os critérios de constituição e reversão dos fundos para oscilação de riscos;
XVII - a forma de financiamento das despesas administrativas do RPPS e os custos
estimados na avaliação atuarial;
XVIII - as projeções atuariais e a avaliação da situação financeira e atuarial do RPPS de
que trata a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000;
XIX - os valores das provisões matemáticas previdenciárias a serem registradas nas
demonstrações contábeis, observadas as normas de contabilidade aplicáveis ao Setor Público;
XX - a situação atuarial do plano de benefícios dos RPPS, dispondo, quando for o caso,
sobre as principais causas do superavit ou do deficit apontado;
XXI - o plano de custeio de equilíbrio do RPPS e, em decorrência, os valores dos custos
normal e suplementar e dos compromissos do plano de benefícios, indicando, se for o caso, a
necessidade de revisão do plano vigente;
XXII - a redução, se for o caso, do plano de custeio do RPPS e a comprovação do
cumprimento dos parâmetros que a fundamentam;
XXIII - as medidas, dentre aquelas previstas na legislação aplicável, indicadas para o
equacionamento de deficit e para a promoção e manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial,
demonstrando os cenários e os seus impactos;
XXIV - as demais ações que poderão ser implementadas pelo ente federativo
objetivando a busca da sustentabilidade de longo prazo do RPPS;
XXV - a necessidade de alteração do plano de amortização do deficit atuarial, com a
demonstração dos seus impactos para o nível de solvência do RPPS;

111
XXVI - em caso de segregação da massa, a evolução dos custos e compromissos de cada
fundo, das receitas e despesas e dos ativos garantidores, indicando se há necessidade de revisão do
modelo implementado;
XXVII - os custos e compromissos do plano de benefícios do RPPS por massa de
segurados sujeita a critérios legais de elegibilidade específicos, caso a legislação do ente preveja
contribuições a seu cargo diferenciadas para essa massa;
XXVIII - a comparação entre os resultados das três últimas avaliações atuariais,
indicando as alterações relevantes, no que se refere ao equilíbrio financeiro e atuarial do sistema, e
os prováveis motivos que as determinaram;
XXIX - informações repassadas pela unidade gestora do RPPS relativas a:
a) execução do plano de custeio vigente, no decorrer do exercício da data focal da
avaliação, no que se refere à regularidade do repasse das contribuições normais e suplementares; e
b) implementação, por lei, dos planos de custeio e de amortização do deficit
estabelecidos na avaliação atuarial do exercício anterior e as razões alegadas para a não efetivação da
medida, quando for o caso.
§ 1º O Relatório da Avaliação Atuarial deverá ser encaminhado à Secretaria de
Previdência de forma digitalizada, por meio do Sistema de Informações dos Regimes Públicos de
Previdência Social (CADPREV-Web), no prazo previsto para o envio do respectivo Demonstrativo
de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA).
§ 2º O Relatório de Avaliação Atuarial deverá estar fundamentado na base técnica
constante da Nota Técnica Atuarial (NTA) encaminhada à Secretaria de Previdência.

CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA DO DOCUMENTO
Art. 3º O Relatório da Avaliação Atuarial deverá conter a seguinte estrutura mínima:
I - folha de rosto do documento:
a) título “Relatório da Avaliação Atuarial”;
b) identificação do ente federativo;
c) identificação da unidade gestora do RPPS;
d) identificação do perfil atuarial do RPPS;
e) data focal da avaliação atuarial;
f) número da Nota Técnica Atuarial – NTA, registrada no CADPREV, utilizada para a
realização da avaliação atuarial;
g) nome do atuário responsável;
h) número de registro do atuário;
i) número da versão do documento, a partir da “Versão 01”, gerando-se nova versão
sempre que o documento for retificado.
II - capítulos do documento:
a) sumário executivo;
b) sumário;
c) introdução;
d) base normativa;
e) plano de benefícios e condições de elegibilidade;
f) regimes financeiros e métodos de financiamento;

112
g) hipóteses atuariais e premissas;
h) análise da base de dados cadastrais;
i) resultado atuarial;
j) custos e plano de custeio;
k) equacionamento do deficit atuarial;
l) custeio administrativo;
m) comparativo das últimas avaliações atuariais;
n) avaliação e impactos do perfil atuarial do RPPS;
o) parecer atuarial;
p) Anexo 1 - Conceitos e definições;
q) Anexo 2 - Estatísticas;
r) Anexo 3 - Provisões Matemáticas a Contabilizar;
s) Anexo 4 - Projeção da Evolução das Provisões Matemáticas para os Próximos Doze
Meses;
t) Anexo 5 - Resumo dos Fluxos Atuariais e da População Coberta;
u) Anexo 6 - Projeções Atuariais para o Relatório Resumido da Execução Orçamentária
(RREO);
v) Anexo 7 - Resultado da Duração do Passivo e Análise Evolutiva;
w) Anexo 8 - Ganhos e Perdas Atuariais;
x) Anexo 9 - Resultado da Demonstração de Viabilidade do Plano de Custeio; e
y) Anexo 10 - Tábuas em Geral.
§ 1º O sumário executivo é um resumo inicial das principais informações e resultados
que serão apresentados ao longo do Relatório da Avaliação Atuarial, com no máximo duas páginas,
no qual deverá ser explicitada a situação financeira e atuarial do RPPS, inclusive em valores
monetários, e os dados das receitas e despesas projetadas para o exercício a que se refere a avaliação
e para os dois exercícios seguintes.
§ 2º O sumário descreverá todos os capítulos e anexos do Relatório da Avaliação
Atuarial e as suas respectivas páginas.
§ 3º A introdução disporá sobre apresentação do relatório, seus objetivos e informações
gerais úteis ao seu entendimento.
§ 4º A legislação utilizada na elaboração da avaliação atuarial deverá ser descrita na
base normativa do Relatório da Avaliação Atuarial, contemplando as normas gerais
aplicáveis aos RPPS e a legislação editada pelo ente federativo.

CAPÍTULO IV
DO PLANO DE BENEFÍCIOS E CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
Art. 4º Deverão ser descritas, no Relatório da Avaliação Atuarial, as características de
todos os benefícios previdenciários, de responsabilidade do RPPS, considerados na elaboração da
avaliação atuarial.
§ 1º Caso algum dos benefícios previdenciários não esteja previsto na legislação do
ente federativo como de responsabilidade do RPPS, essa informação deverá ser registrada no
Relatório da Avaliação Atuarial.

113
§ 2º Deverão ser descritas as condições de elegibilidade aos benefícios, considerando,
no que se refere às aposentadorias, as regras permanentes, regras de transição, recebimento do abono
de permanência e utilização de lapso temporal para esperar por uma regra mais vantajosa.

CAPÍTULO V
DOS REGIMES FINANCEIROS E MÉTODOS DE FINANCIAMENTO
Art. 5º Os regimes financeiros e métodos de financiamento utilizados na avaliação
atuarial deverão ser descritos por tipo de benefício previdenciário, contendo no mínimo:
I - descrição dos regimes financeiros utilizados:
a) regime financeiro de capitalização;
b) regime financeiro de repartição de capitais de cobertura; e
c) regime financeiro de repartição simples.
II - descrição dos métodos de financiamento utilizados;
III - apresentação das informações resumidas por regimes financeiros e métodos de
financiamento, em formato de tabela, com a relação aos benefícios relacionados a seguir:
a) aposentadorias por tempo de contribuição, idade e compulsória;
b) aposentadoria por invalidez;
c) pensão por morte de servidor ativo;
d) pensão por morte de aposentado válido;
e) pensão por morte de aposentado inválido;
f) auxílio-doença;
g) salário-maternidade;
h) auxílio-reclusão; e
i) salário-família.
§ 1º Em caso de modificação do método de financiamento, o fundamento da alteração
e os seus impactos deverão ser demonstrados no Relatório da Avaliação Atuarial.
§ 2º Caso algum dos benefícios de que tratam as alíneas “f” a “i” do inciso III não
estejam previstos na legislação como de responsabilidade do RPPS, não deverão constar da tabela ali
mencionada.

CAPÍTULO VI
DAS HIPÓTESES ATUARIAIS E PREMISSAS
Art. 6º O Relatório da Avaliação Atuarial deverá descrever e atestar quais foram as
hipóteses biométricas, demográficas, econômicas e financeiras utilizadas no cálculo, indicando
aquelas de maior impacto para o resultado atuarial do RPPS.
§ 1º Para cada uma das hipóteses atuariais e premissas, deverá ser apresentado o
fundamento de sua escolha e o critério utilizado na avaliação atuarial, além das informações
disponíveis relativas à análise do seu comportamento e aderência, contemplando-se:
I - tábuas biométricas, que serão identificadas por sua respectiva denominação e
anexadas ao final do relatório:
a) tábua de mortalidade de válidos - fase laborativa;
b) tábua de mortalidade de válidos - fase pós-laborativa;
c) tábua de mortalidade de inválidos;
d) tábua de entrada em invalidez; e

114
e) tábua de morbidez, se aplicável.
II - alterações futuras no perfil e composição das massas, abrangendo:
a) rotatividade; e
b) expectativa de reposição de segurados ativos.
III - estimativas de remunerações e proventos, englobando:
a) taxa real de crescimento da remuneração por mérito e produtividade; e
b) taxa real do crescimento dos proventos.
IV - taxa de juros atuarial;
V - entrada em algum regime previdenciário e em aposentadoria, incluindo:
a) idade estimada de ingresso em algum regime previdenciário;
b) idade estimada de entrada em aposentadoria programada;
VI - composição do grupo familiar;
VII - compensação financeira entre os regimes; e
VIII - demais premissas e hipóteses, compreendendo:
a) fator de determinação do valor real ao longo do tempo das remunerações e proventos;
b) benefícios a conceder com base na média das remunerações ou com base na última
remuneração; e
c) estimativa do crescimento real do teto de contribuição do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS).
§ 2º Deverão ser registradas, no Relatório da Avaliação Atuarial, as premissas e
hipóteses que foram alteradas ou mantidas em relação à avaliação atuarial do exercício anterior e o
respectivo embasamento.
§ 3º Deverão ser demonstradas as estimativas da compensação financeira entre os
regimes previdenciários, os critérios e a metodologia utilizados, adotando-se perspectiva
conservadora para referida estimativa de receitas ou despesas futuras do RPPS.
§ 4º Com relação às premissas relativas às alterações futuras no perfil e composição das
massas, deverão constar, do Relatório da Avaliação Atuarial, a explicitação dos critérios definidos
pela NTA e a separação entre os compromissos, custos e demais informações relativas aos integrantes
da população estudada, sem reposição e com reposição de segurados ativos.
§ 5º Com relação à estimativa da data provável de entrada em aposentadoria, deverão
constar, do Relatório da Avaliação Atuarial, as informações de que trata o art. 29 da Portaria MF nº
464, de 2018.
§ 6º No caso de não serem apresentadas, pelo ente federativo, as informações acerca
das hipóteses relacionadas à gestão de pessoal, caberá à unidade gestora do RPPS encaminhar ao
atuário aquelas de que dispõe, devendo constar, do Relatório da Avaliação Atuarial, as informações
obtidas para a definição dessas hipóteses.

CAPÍTULO VII
DA ANÁLISE DA BASE CADASTRAL
Art. 7º A análise da base cadastral dos beneficiários do RPPS deverá ser descrita no
Relatório da Avaliação Atuarial, contendo, no mínimo:
I - informações gerais sobre os dados cadastrais fornecidos, descrevendo a forma de sua
obtenção para a realização da avaliação atuarial, as estatísticas relativas aos beneficiários e demais
dados necessários;

115
II - informações se a base cadastral contempla os servidores afastados ou cedidos a
outros entes federativos;
III - análise da qualidade da base cadastral, destacando sua atualização, amplitude e
consistência da seguinte forma:
a) atualização: descrever a data da última atualização da base cadastral e os atos
normativos que tratam da matéria, com base em informações encaminhadas pelo ente federativo, ou,
se o procedimento de atualização não for realizado, registrar tal informação;
b) amplitude: informar as tabelas de amplitude da base cadastral com a quantidade de
informações existentes para cada campo descrito no DRAA, o percentual de consistência e o
percentual de completude; e
c) consistência: descrever a consistência das informações com base em testes realizados
na base de dados cadastral utilizada para a realização da avaliação atuarial.
IV - descrição das premissas adotadas para ajuste técnico da base cadastral;
V - recomendações para a melhoria da base cadastral: descrever as recomendações e
providências necessárias, a serem adotadas até a próxima avaliação atuarial, com base nas
inconsistências identificadas.
§ 1º Poderão ser utilizados critérios de ajuste da base de dados cadastrais para o seu
posicionamento na data focal da avaliação, com a devida adequação do passivo atuarial, desde que o
critério adotado seja demonstrado no Relatório da Avaliação Atuarial.
§ 2º Na falta ou inconsistência de dados cadastrais dos dependentes, o Relatório da
Avaliação Atuarial deverá descrever os critérios adotados para supri-las, se por meio de percentual
estimado de segurados ativos ou inativos que poderão, em caso de falecimento, deixar pensão
previdenciária, ou por meio de família padrão.

CAPÍTULO VIII
DO RESULTADO ATUARIAL
Art. 8º O resultado da avaliação atuarial do plano de benefícios do RPPS deverá ser
descrito no Relatório da Avaliação Atuarial, contendo no mínimo:
I - balanço atuarial: as informações do resultado da avaliação atuarial devem ser
apresentadas conforme tabelas do modelo do Relatório da Avaliação Atuarial com os valores
calculados com base nas alíquotas vigentes na data focal da avaliação e com as alíquotas de equilíbrio;
II - ativos garantidores e créditos a receber;
III - provisões matemáticas ou passivo atuarial;
IV - provisão matemática de benefícios concedidos;
V - provisão matemática de benefícios a conceder;
VI - compensação financeira, a pagar e a receber, dos benefícios concedidos;
VII - compensação financeira, a pagar e a receber, dos benefícios a conceder;
VIII - resultado atuarial; e
IX - valor atual das remunerações futuras.
Parágrafo único. O Relatório da Avaliação Atuarial, com base no estudo específico da
situação econômico-financeira e atuarial do RPPS, deverá identificar as principais causas do deficit
atuarial, apresentar cenários com as possibilidades para seu equacionamento e os seus impactos e
propor plano de equacionamento a ser implementado em lei pelo ente federativo.

116
CAPÍTULO IX
DOS CUSTOS E PLANO DE CUSTEIO NORMAL POR BENEFÍCIO
Art. 9º Os valores dos custos e o plano de custeio normal do RPPS deverão ser descritos
no Relatório da Avaliação Atuarial, considerando o plano de custeio vigente, aprovado em lei, e o
plano de custeio de equilíbrio, contendo no mínimo:
I - valores das remunerações e proventos atuais: os montantes serão apresentados em
valores mensais, com base nas estatísticas da população coberta, e valores anuais, especificando-se:
a) total das remunerações de contribuição dos segurados ativos;
b) total das parcelas dos proventos de aposentadoria que superem o limite máximo do
RGPS; e
c) total das parcelas das pensões por morte que superem o limite máximo do RGPS.
II - custos e alíquotas de custeio normal vigentes em lei: serão apresentados o valor
anual da base de cálculo, considerando-se a base estatística da população coberta, as alíquotas
vigentes em percentuais e o valor da contribuição esperada com as alíquotas vigentes, conforme tabela
constante do modelo, em relação a:
a) ente federativo;
b) taxa de administração;
c) aporte anual para custeio das despesas administrativas;
d) ente federativo - total;
e) segurados ativos;
f) aposentados; e
g) pensionistas.
III - custos e alíquotas de custeio normal, calculadas por benefício, e custeio
administrativo:
a) aposentadoria por tempo de contribuição, idade e compulsória;
b) aposentadoria por invalidez;
c) pensão por morte de segurado ativo;
d) pensão por morte de aposentado válido;
e) pensão por morte de aposentado inválido;
f) auxílio-doença;
g) salário-maternidade;
h) auxílio-reclusão;
i) salário-família;
j) custeio administrativo; e
k) alíquota total.
IV - alíquotas de custeio normal, calculadas por regime financeiro, e custeio
administrativo:
a) alíquota do regime financeiro de capitalização;
b) alíquota do regime financeiro de repartição de capitais de cobertura;
c) alíquota do regime financeiro de repartição simples;
d) alíquota do custeio administrativo; e
e) alíquota total.

117
V - valores dos custos e alíquotas de custeio normal a constarem em lei: será apresentado
o valor anual da base de cálculo, considerando a base estatística da população coberta, as alíquotas
definidas na avaliação atuarial a constar em lei e o valor da contribuição esperada, em relação a:
a) ente federativo;
b) taxa de administração;
c) aporte anual para custeio das despesas administrativas;
d) ente federativo - total;
e) segurados ativos;
f) aposentados; e
g) pensionistas.

CAPÍTULO X
DO EQUACIONAMENTO DO DEFICIT ATUARIAL
Art. 10. Em caso de ser apurado deficit atuarial, deverão ser descritos, no Relatório da Avaliação
Atuarial:
I - as principais causas do deficit técnico; e
II - os cenários com as possibilidades de seu equacionamento.
Parágrafo único. Com relação ao plano de amortização de déficit proposto na avaliação atuarial,
deverão ser apresentados, no Relatório da Avaliação Atuarial, os resultados da demonstração da
viabilidade do plano de custeio do RPPS.

CAPÍTULO XI
DO CUSTEIO ADMINISTRATIVO
Art. 11. O custeio administrativo deverá ser descrito no Relatório da Avaliação
Atuarial, contendo no mínimo:
I - o levantamento das despesas administrativas dos últimos três anos;
II - a estimativa de despesas administrativas para o próximo exercício; e
III - recomendações de manutenção ou alteração da fonte de custeio das despesas
administrativas do RPPS.
Parágrafo único. Caso o ente federativo seja diretamente responsável pelas despesas
administrativas do RPPS e quiser incluir fonte de financiamento para essas despesas por meio de taxa
de administração nas alíquotas do plano de custeio normal, deverão ser encaminhadas, ao atuário,
estimativas das despesas para análise do custeio a ser indicado na avaliação atuarial.

CAPÍTULO XII
DO COMPARATIVO DAS ÚLTIMAS AVALIAÇÕES ATUARIAIS
Art. 12. A análise comparativa entre os resultados das três últimas avaliações atuariais
deverá constar do Relatório da Avaliação Atuarial, apresentando, no mínimo, as informações a serem
prestadas no DRAA.

CAPÍTULO XIII
DO PARECER ATUARIAL
Art. 13. O Parecer Atuarial, parte integrante do Relatório da Avaliação Atuarial, deverá:

118
I - apresentar, de forma conclusiva, a situação financeira e atuarial do plano de
benefícios, no que se refere à sua liquidez de curto prazo e solvência;
II - certificar a adequação da base cadastral e das bases técnicas utilizadas na avaliação
atuarial;
III - apontar se for o caso, discrepância entre o plano de custeio vigente e o plano de
custeio de equilíbrio estabelecido na avaliação atuarial; e
IV - apontar medidas para a promoção e manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial,
indicando o plano de custeio normal e suplementar mais adequado ao plano de benefícios.

CAPÍTULO XIV
DOS ANEXOS
Art. 14. Os anexos são partes integrantes do Relatório da Avaliação Atuarial e deverão
apresentar, no mínimo, as seguintes informações:
I - Anexo 1 - Conceitos e Definições: deverão ser apresentados os conceitos e as
definições necessários para a correta compreensão dos termos técnicos utilizados e dos resultados
apresentados na avaliação atuarial;
II - Anexo 2 - Estatísticas: as informações e dados estatísticos resultantes da avaliação
atuarial do RPPS;
III - Anexo 3 - Provisões Matemáticas a Contabilizar: deverão ser apuradas na avaliação
atuarial posicionada em 31 de dezembro do exercício e apresentadas pelo atuário, com base no Plano
de Contas Aplicável ao Setor Público (PCASP), para posterior registro pelo contador responsável;
IV - Anexo 4 - Projeções da Evolução das Provisões Matemáticas para os próximos
doze meses;
V - Anexo 5 - Resumo dos fluxos atuariais e Projeção da População Coberta: deverão
ser apresentadas as colunas de resumo dos fluxos atuariais de receitas e despesas do RPPS e dos
quantitativos esperados de concessão de benefícios de aposentadoria e pensão por morte;
VI - Anexo 6 - Projeções Atuariais para o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária (RREO): deverá ser elaborada tabela com as informações dos fluxos atuariais de
receitas e despesas do RPPS, a ser apresentada como anexo no RREO do 6º bimestre do exercício
seguinte ao da posição da avaliação atuarial em 31 de dezembro, para atendimento do inciso II do §
1º do art. 53 da Lei Complementar nº 101, de 2000;
VII - Anexo 7 - Resultado da Duração do Passivo e Análise Evolutiva: deverá ser
apresentado o resultado da duração do passivo e a sua análise evolutiva;
VIII - Anexo 8 - Ganhos e Perdas Atuariais: deverá ser apresentado o resultado do
estudo de ganhos e perdas atuariais;
IX - Anexo 9 - Resultado da Demonstração de Viabilidade do Plano de Custeio: deverá
ser apresentado o resultado da demonstração da sustentabilidade do plano de custeio do RPPS; e
X - Anexo 10 - Tábuas em Geral: deverão ser apresentadas as tábuas biométricas
utilizadas na avaliação atuarial.
§ 1º Considerando o porte e risco atuarial do RPPS definido conforme instrução
específica da Secretaria de Previdência, o Relatório da Avaliação Atuarial dos RPPS identificados
como Perfil Atuarial III e IV poderão não contemplar o Anexo 8 previsto no inciso VIII e a
apresentação do Anexo 9 a que se refere o inciso IX deverá observar a periodicidade e os prazos
previstos na instrução normativa do Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio.
§ 2º O Anexo 3, mencionado no inciso III, deverá observar Instrução de Procedimento
Contábil (IPC) específica para contabilização dos RPPS.

119
CAPÍTULO XV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 15. Enquanto não encaminhado o Relatório da Avaliação Atuarial à Secretaria de
Previdência no prazo previsto nesta Instrução ou enquanto aquele apresentado não for adequado à
estrutura e conteúdo estabelecidos, será considerado que o ente federativo não demonstrou a adoção
de medidas objetivando o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.
Art. 16. Os Relatórios das Avaliações Atuariais deverão permanecer arquivados pelo
ente federativo e unidade gestora do RPPS pelo prazo previsto no art. 72 da Portaria MF nº 464, de
2018.
Art. 17. A estrutura e os elementos mínimos previstos nesta Instrução Normativa
deverão ser obrigatoriamente utilizados a partir da avaliação atuarial posicionada em 31 de dezembro
de 2020, relativa ao exercício de 2021.
Art. 18. O anexo relativo ao estudo de ganhos e perdas atuariais somente será
obrigatório após edição de instrução normativa específica da Secretaria da Previdência contendo sua
estrutura e elementos mínimos.
Art. 19. Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 20. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

120
ANEXO
(Modelo de Relatório da Avaliação Atuarial)

(folha de rosto - capa)

RELATÓRIO DA AVALIAÇÃO ATUARIAL

Identificação do ente federativo


Identificação da unidade gestora do RPPS
Perfil atuarial do RPPS
Data focal da avaliação atuarial
Número da Nota Técnica Atuarial (NTA) utilizada
Nome do Atuário responsável
Número de registro do atuário
Número da versão do documento
Data da elaboração do documento

SUMÁRIO EXECUTIVO
(espaço destinado para o texto do sumário executivo)

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. BASE NORMATIVA
2.1. NORMAS GERAIS
2.2. NORMAS DO ENTE FEDERATIVO
3. PLANO DE BENEFÍCIOS E CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
3.1. DESCRIÇÃO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS DO RPPS
3.2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
4. REGIMES FINANCEIROS E MÉTODOS DE FINANCIAMENTO
4.1. DESCRIÇÃO DOS REGIMES FINANCEIROS UTILIZADOS
4.2. DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS DE FINANCIAMENTO UTILIZADOS
4.3. RESUMO DOS REGIMES FINANCEIROS E MÉTODOS POR BENEFÍCIO
5. HIPÓTESES ATUARIAIS E PREMISSAS

121
5.1. TÁBUAS BIOMÉTRICAS
5.2. ALTERAÇÕES FUTURAS NO PERFIL E COMPOSIÇÃO DAS MASSAS
5.3. ESTIMATIVAS DE REMUNERAÇÕES E PROVENTOS
5.4. TAXA DE JUROS ATUARIAL
5.5. ENTRADA EM ALGUM REGIME PREVIDENCIÁRIO E EM APOSENTADORIA
5.6. COMPOSIÇÃO DO GRUPO FAMILIAR
5.7. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA
5.8. DEMAIS PREMISSAS E HIPÓTESES
6. ANÁLISE DA BASE CADASTRAL
6.1. DADOS FORNECIDOS E SUA DESCRIÇÃO
6.2. SERVIDORES AFASTADOS OU CEDIDOS
6.3. ANÁLISE DA QUALIDADE DA BASE CADASTRAL
6.4. PREMISSAS ADOTADAS PARA AJUSTE TÉCNICO DA BASE CADASTRAL
6.5. RECOMENDAÇÕES PARA A BASE CADASTRAL
7. RESULTADO ATUARIAL
7.1. BALANÇO ATUARIAL
7.2. ATIVOS GARANTIDORES E CRÉDITOS A RECEBER
7.3. PROVISÕES MATEMÁTICAS OU PASSIVO ATUARIAL
7.4. PROVISÃO DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS
7.5. PROVISÃO DE BENEFÍCIOS A CONCEDER
7.6. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS (A RECEBER E A
PAGAR)
7.7. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA DOS BENEFÍCIOS A CONCEDER (A RECEBER E A
PAGAR)
7.8. RESULTADO ATUARIAL DA AVALIAÇÃO DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO
7.9. VALOR ATUAL DAS REMUNERAÇÕES FUTURAS
8. CUSTOS E PLANO DE CUSTEIO
8.1. VALORES DAS REMUNERAÇÕES E PROVENTOS ATUAIS
8.2. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL VIGENTES EM LEI
8.3. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL CALCULADAS POR BENEFÍCIO
8.4. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL CALCULADAS POR REGIME
FINANCEIRO
8.5. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL A CONSTAREM EM LEI
9. EQUACIONAMENTO DO DEFICIT ATUARIAL
9.1. PRINCIPAIS CAUSAS DO DEFICIT ATUARIAL
9.2. CENÁRIOS COM AS POSSIBILIDADES DE EQUACIONAMENTO DO DEFICIT
10. CUSTEIO ADMINISTRATIVO
10.1. LEVANTAMENTO DAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS DOS ÚLTIMOS TRÊS
ANOS
10.2. ESTIMATIVA DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS PARA O PRÓXIMO EXERCÍCIO
10.3. RECOMENDAÇÕES DE MANUTENÇÃO OU ALTERAÇÃO
11. ANÁLISE DO COMPARATIVO DAS ÚLTIMAS AVALIAÇÕES ATUARIAIS

122
12. AVALIAÇÃO E IMPACTOS DO PERFIL ATUARIAL DO RPPS
13. PARECER ATUARIAL
14. ANEXOS
ANEXO 1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES
ANEXO 2 - ESTATÍSTICAS
ANEXO 3 - PROVISÕES MATEMÁTICAS A CONTABILIZAR
ANEXO 4 - PROJEÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS PROVISÕES MATEMÁTICAS PARA OS
PRÓXIMOS DOZE MESES
ANEXO 5 - RESUMO DOS FLUXOS ATUARIAIS E DA POPULAÇÃO COBERTA
ANEXO 6 - PROJEÇÕES ATUARIAIS PARA O RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO
ORÇAMENTÁRIA - RREO
ANEXO 7 - RESULTADO DA DURAÇÃO DO PASSIVO E ANÁLISE EVOLUTIVA
ANEXO 8 - GANHOS E PERDAS ATUARIAIS
ANEXO 9 - RESULTADO DA DEMONSTRAÇÃO DE VIABILIDADE DO PLANO DE
CUSTEIO
ANEXO 10 - TÁBUAS EM GERAL

1. INTRODUÇÃO

2. BASE NORMATIVA
2.2. NORMAS GERAIS

2.3.NORMAS DO ENTE FEDERATIVO

3. PLANO DE BENEFÍCIOS E CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

3.1.DESCRIÇÃO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS DO RPPS:


Aposentadoria por Tempo de Contribuição, Idade e Compulsória.
Aposentadoria por Invalidez.
Pensão por Morte.
Auxílio-Doença.
Salário-Maternidade.
Auxílio-Reclusão.
Salário-Família.

3.2.CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

4. REGIMES FINANCEIROS E MÉTODOS DE FINANCIAMENTO

4.1.DESCRIÇÃO DOS REGIMES FINANCEIROS UTILIZADOS:

123
a) Regime Financeiro de Capitalização.
b) Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura.
c) Regime Financeiro de Repartição Simples.

4.2.DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS DE FINANCIAMENTO UTILIZADOS


4.3.RESUMO DOS REGIMES FINANCEIROS E MÉTODOS POR BENEFÍCIO

Responsabilidade do Regime Financeiro /


Benefícios
RPPS (Sim/Não) Método Utilizados
Aposentadoria por Tempo de Contribuição,
Idade e Compulsória
Aposentadoria por Invalidez
Pensão por Morte de Ativo
Pensão por Morte de Aposentado Válido
Pensão por Morte de Aposentado Inválido
Auxílio-Doença
Salário-Maternidade
Auxílio-Reclusão
Salário-Família

5. HIPÓTESES ATUARIAIS E PREMISSAS

5.1.TÁBUAS BIOMÉTRICAS:
a)Tábua de Mortalidade de Válidos - Fase Laborativa.
b)Tábua de Mortalidade de Válido - Fase pós Laborativa.
c)Tábua de Mortalidade de Inválido.
d)Tábua de Entrada em Invalidez.
e)Tábua de Morbidez.

5.2.ALTERAÇÕES FUTURAS NO PERFIL E COMPOSIÇÃO DAS MASSAS:


a)Rotatividade.
b)Expectativa de reposição de segurados ativos.

5.3.ESTIMATIVAS DE REMUNERAÇÕES E PROVENTOS:


a)Taxa real de crescimento da remuneração por mérito e produtividade.
b)Taxa real do crescimento dos proventos.

5.4. TAXA DE JUROS ATUARIAL


5.5. ENTRADA EM ALGUM REGIME PREVIDENCIÁRIO E EM
APOSENTADORIA:
a)Idade estimada de ingresso em algum regime previdenciário.
b)Idade estimada de entrada em aposentadoria programada.

124
5.6.COMPOSIÇÃO DO GRUPO FAMILIAR
5.7.COMPENSAÇÃO FINANCEIRA
5.8.DEMAIS PREMISSAS E HIPÓTESES:
a)Fator de determinação do valor real ao longo do tempo das remunerações e proventos.
b)Benefícios a conceder com base na média das remunerações ou com base na última
remuneração.
c)Estimativa do crescimento real do teto de contribuição do RGPS.

6. ANÁLISE DA BASE CADASTRAL

6.1.DADOS FORNECIDOS E SUA DESCRIÇÃO


6.2.SERVIDORES AFASTADOS OU CEDIDOS
6.3.ANÁLISE DA QUALIDADE DA BASE CADASTRAL:
a)Atualização da base cadastral.
b)Amplitude da base cadastral.
c)Consistência da base cadastral.

6.4. PREMISSAS ADOTADAS PARA AJUSTE TÉCNICO DA BASE CADASTRAL


6.5. RECOMENDAÇÕES PARA A BASE CADASTRAL

7. RESULTADO ATUARIAL

7.1.BALANÇO ATUARIAL
Alíquota normal Alíquota normal de
DESCRIÇÃO
vigente em lei equilíbrio
Alíquota Normal (patronal + servidor) (A)
Desconto das alíquotas dos benefícios calculados por
RS, RCC e taxa de adm. (B)
Alíquota Normal por regime de capitalização para
apuração dos resultados atuariais

(C = A - B)

Valores com Valores com alíquotas


DESCRIÇÃO
alíquotas vigentes de equilíbrio
ATIVOS GARANTIDORES DOS COMPROMISSOS
DO PLANO DE BENEFÍCIOS
Aplicações em Segmento de Renda Fixa - RPPS
Aplicações em Segmento de Renda Variável e
Investimentos Estruturados - RPPS
Aplicações em Segmento de Investimentos no Exterior -
RPPS
Aplicações em Enquadramento - RPPS
Títulos e Valores não Sujeitos ao Enquadramento - RPPS

125
Demais Bens, direitos e ativos

PROVISÃO MATEMATICA - TOTAL

Provisão Matemática de Benefícios Concedidos -


PMBC
Valor Atual dos Benefícios Futuros - Concedidos
( - ) Valor Atual das Contribuições Futuras – Concedidos

(Ente)
( - ) Valor Atual das Contribuições Futuras – Concedidos

(Servidores)

Provisão Matemática de Benefícios a Conceder -


PMBaC
Valor Atual dos Benefícios Futuros - a Conceder
( - ) Valor Atual das Contribuições Futuras - a
Conceder (Ente)
( - ) Valor Atual das Contribuições Futuras - a Conceder
(Servidores)

AJUSTE DA PROVISÃO MATEMÁTICA DE


BENEFÍCIOS CONCEDIDOS E

A CONCEDER REFERENTE À COMPENSAÇÃO


PREVIDENCIÁRIA
Valor Atual da Compensação Previdenciária a Pagar -
Benefícios Concedidos
(-) Valor Atual da Compensação Previdenciária a
Receber - Benefícios Concedidos
Valor Atual da Compensação Previdenciária a Pagar -
Benefícios a Conceder
(-) Valor Atual da Compensação Previdenciária a Receber
- Benefícios a Conceder

RESULTADO ATUARIAL
Superavit
Reserva de Contingência
Reserva para Ajuste do Plano
Deficit
Deficit Equacionado:
Valor Atual do Plano de Amortização do Deficit Atuarial
estabelecido em lei
Valor Atual da Cobertura da Insuficiência Financeira

Deficit Atuarial a Equacionar

126
7.2. ATIVOS GARANTIDORES E CRÉDITOS A RECEBER
7.3. PROVISÕES MATEMÁTICAS OU PASSIVO ATUARIAL
7.4. PROVISÃO DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS
7.5. PROVISÃO DE BENEFÍCIOS A CONCEDER
7.6. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS (A
RECEBER E A PAGAR)
7.7. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA DOS BENEFÍCIOS A CONCEDER (A
RECEBER E A PAGAR)
7.8. RESULTADO ATUARIAL DA AVALIAÇÃO DE ENCERRAMENTO DO
EXERCÍCIO
7.9. VALOR ATUAL DAS REMUNERAÇÕES FUTURAS

8. CUSTOS E PLANO DE CUSTEIO

8.1. VALORES DAS REMUNERAÇÕES E PROVENTOS ATUAIS

Valor Mensal - Estatísticas


Categorias Valores Anuais
da População Coberta
Total das Remunerações de Contribuição dos
Servidores Ativos
Total das Parcelas dos Proventos de
Aposentadoria que Superam o Limite Máximo do
RGPS
Total das Parcelas das Pensões Por Morte que
Superam o Limite Máximo do RGPS
TOTAL

8.2. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL VIGENTES EM LEI

Valor da contribuição
Valor Anual da Base de Alíquota Vigente
Categorias esperada com alíquotas
Cálculo (R$) (%)
vigentes
Ente Federativo
Taxa de Administração
Aporte Anual para Custeio
das Despesas
Administrativas
Ente Federativo - Total
Segurados Ativos
Aposentados
Pensionistas

127
Valor da contribuição
Valor Anual da Base de Alíquota Vigente
Categorias esperada com alíquotas
Cálculo (R$) (%)
vigentes
TOTAL

8.3. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL, CALCULADAS POR BENEFÍCIO, E


CUSTEIO ADMINISTRATIVO

Custo Anual
Previsto (R$)
Alíquota Normal
Benefícios Regime Financeiro
Calculada
(Alíquota x Base
de Contribuição)
Aposentadoria por Tempo de
Contribuição, Idade e Compulsória
Aposentadoria por Invalidez
Pensão por Morte de Segurado Ativo
Pensão por Morte de Aposentado
Válido
Pensão por Morte de Aposentado
Inválido
Auxílio-Doença
Salário-Maternidade
Auxílio-Reclusão
Salário-Família
Custeio-Administrativo
Alíquota Total

8.4. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL, CALCULADAS POR REGIME


FINANCEIRO, E CUSTEIO ADMINISTRATIVO

Custo Anual Previsto (R$)


Alíquota Normal
Regime Financeiro
(Alíquota x Base de Calculada
Contribuição)
Capitalização
Repartição de Capitais de Cobertura
Repartição Simples
Custeio Administrativo
Alíquota Total

128
8.5. CUSTOS E ALÍQUOTAS DE CUSTEIO NORMAL A CONSTAREM EM LEI

Valor da
Valor Anual da Base de Alíquota Definida na
Regime Financeiro contribuição
Cálculo (R$) Avaliação Atuarial (%)
Esperada
Ente Federativo
Taxa de Administração
Aporte Anual para Custeio
das Despesas
Administrativas
Ente Federativo - Total
Segurados Ativos
Aposentados
Pensionistas
Alíquota Total

9. EQUACIONAMENTO DO DEFICIT ATUARIAL


9.1. PRINCIPAIS CAUSAS DO DEFICIT ATUARIAL
9.2. CENÁRIOS COM AS POSSIBILIDADES DE EQUACIONAMENTO DO
DEFICIT

10. CUSTEIO ADMINISTRATIVO

10.1. LEVANTAMENTO DAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS DOS ÚLTIMOS


TRÊS ANOS
10.2. ESTIMATIVA DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS PARA O PRÓXIMO
EXERCÍCIO
10.3. RECOMENDAÇÕES DE MANUTENÇÃO OU ALTERAÇÃO

11. ANÁLISE DO COMPARATIVO DAS ÚLTIMAS AVALIAÇÕES ATUARIAIS

12. AVALIAÇÃO E IMPACTOS DO PERFIL ATUARIAL DO RPPS

13. PARECER ATUARIAL

14. ANEXOS

ANEXO 1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES


ANEXO 2 - ESTATÍSTICAS
ANEXO 3 - PROVISÕES MATEMÁTICAS A CONTABILIZAR

129
ANEXO 4 - PROJEÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS PROVISÕES MATEMÁTICAS
PARA OS PRÓXIMOS DOZE MESES
ANEXO 5 - RESUMO DOS FLUXOS ATUARIAIS E DA POPULAÇÃO COBERTA
ANEXO 6 - PROJEÇÕES ATUARIAIS PARA O RELATÓRIO RESUMIDO DA
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA - RREO
ANEXO 7 - RESULTADO DA DURAÇÃO DO PASSIVO E ANÁLISE EVOLUTIVA
ANEXO 8 - GANHOS E PERDAS ATUARIAIS
ANEXO 9 - RESULTADO DA DEMONSTRAÇÃO DE VIABILIDADE DO PLANO
DE CUSTEIO
ANEXO 10 - TÁBUAS EM GERAL

130
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 9, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre parâmetros a serem observados


quanto a hipóteses utilizadas nas avaliações
atuariais dos regimes próprios de previdência
social, a elaboração do Relatório de Análise
das Hipóteses e o seu encaminhamento à
Secretaria de Previdência do Ministério da
Fazenda.

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do art. 72 do Anexo I do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no caput e inciso I do art. 1º e no inciso II do art. 9º da Lei nº 9.717,
de 27 de novembro de 1998, e no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018,
resolve:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre parâmetros relativos a hipóteses a serem
utilizadas nas avaliações atuariais dos regimes próprios de previdência social (RPPS) e a elaboração
do Relatório de Análise das Hipóteses para comprovação da adequação das hipóteses à situação do
plano de benefícios e da sua aderência às características da massa de beneficiários do regime,
conforme previsto nos arts. 15 a 19 da Portaria MF nº 464, de 2018.
Parágrafo único. A periodicidade e os prazos de envio do Relatório de Análise das
Hipóteses à Secretaria de Previdência e o conteúdo desse documento serão diferenciados por porte e
risco atuarial do RPPS, em conformidade com as disposições do § 2º do art. 2º e do art. 77 da Portaria
MF nº 464, de 2018.

CAPÍTULO II
DO RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS HIPÓTESES
Art. 2º O Relatório de Análise das Hipóteses deverá ser elaborado por profissional
habilitado, conter a descrição da metodologia utilizada, por meio de testes estatísticos e/ou atuariais,
e ser conclusivo quanto à manutenção ou necessidade de alteração, no mínimo, das seguintes
hipóteses utilizadas nas avaliações atuariais, observado o previsto no art. 8º:
I - taxa de sobrevivência de válidos e inválidos e de entrada em invalidez;
II - taxa real de crescimento das remunerações; e
III - taxa atuarial de juros.

131
§ 1º Constatada a impossibilidade de demonstração da aderência e adequação de
hipóteses quando da aplicação de metodologias para esse fim, deverão constar do Relatório de Análise
das Hipóteses as justificativas e resultados que tenham levado a essa conclusão, bem como os critérios
a serem adotados para escolha das referidas hipóteses.
§ 2º A responsabilidade do profissional pela elaboração dos cálculos e estudos técnicos
apresentados no Relatório de Análise das Hipóteses não exime a dos dirigentes e gestores do RPPS e
do ente federativo pela fidedignidade dos dados e das informações que lhe foram repassados para sua
elaboração.
§ 3º A unidade gestora do RPPS deverá elaborar sumário executivo com os resultados
e recomendações do Relatório de Análise das Hipóteses para cientificação dos conselhos deliberativo
e fiscal e disponibilização do referido relatório aos beneficiários do regime e aos órgãos de controle
interno e externo.
§ 4º Deverá ser implementada, pela unidade gestora do RPPS, sistemática de
acompanhamento da aderência das premissas, hipóteses e metodologias utilizadas nas avaliações
atuariais do regime.
§ 5º Não se aplica o previsto neste artigo aos RPPS em extinção ou para a avaliação dos
benefícios sob responsabilidade financeira direta do ente federativo.

Seção I
Das probabilidades de ocorrência de morte e invalidez
Art. 3º Deverão ser observados os parâmetros de que trata o art. 21 da Portaria MF nº
464, de 2018, aplicáveis às projeções da longevidade e da entrada em invalidez da massa de
beneficiários do RPPS para utilização de tábuas biométricas nas avaliações atuariais.
§ 1º O Relatório de Análise das Hipóteses deverá contemplar o estudo técnico de
aderência, decorrente da confrontação entre as probabilidades de ocorrência de morte ou invalidez
constantes das tábuas utilizadas e aquelas constatadas para a massa analisada, contendo, no mínimo:
I - a análise da convergência entre o número de eventos indicados a partir da aplicação
das probabilidades de ocorrência de morte ou invalidez das tábuas biométricas utilizadas na avaliação
atuarial do RPPS e os decréscimos constatados na massa de beneficiários do regime, pelo menos, nos
5 (cinco) exercícios anteriores ao da realização do estudo;
II - a comparação dos eventos constatados com as tábuas biométricas disponíveis; e
III - a indicação das tábuas biométricas mais aderentes às características da massa dos
beneficiários do RPPS.
§ 2º Para demonstração do previsto no § 1º do art. 2º, deverá ser atestado no Relatório
de Análise das Hipóteses que as informações históricas relativas às ocorrências de morte ou invalidez
dos beneficiários do RPPS não são suficientes para a realização do estudo ou que a massa não é
estatisticamente suficiente para aferição de aderência das tábuas biométricas.

Seção II
Da taxa real de crescimento da remuneração
Art. 4º Deverão ser observados os parâmetros de que trata o art. 25 da Portaria MF nº
464, de 2018, aplicáveis à hipótese de taxa real de crescimento da remuneração, que terá por
fundamento a análise da estrutura funcional e remuneratória dos segurados ativos do RPPS prevista
na legislação do ente federativo, bem como de sua evolução, considerando as informações relativas
às medidas e políticas de gestão de pessoal por ele implementadas.

132
§ 1º O Relatório de Análise das Hipóteses deverá contemplar o estudo técnico de
aderência da hipótese de crescimento da remuneração, contendo, no mínimo:
I - a legislação do ente federativo que trata dos cargos, carreiras e estrutura
remuneratória dos segurados ativos do RPPS ou a relação dessa legislação acompanhada da indicação
do endereço eletrônico na rede mundial de computadores - Internet em que pode ser obtida de forma
estruturada;
II - a descrição da estrutura geral remuneratória prevista na legislação do ente federativo
e a aplicabilidade do método utilizado a essa estrutura;
III - as estatísticas de distribuição dos segurados ativos do RPPS nos cargos, carreiras e
respectivas remunerações;
IV - a descrição e análise do histórico do crescimento salarial, por estrutura funcional e
remuneratória dos segurados ativos do RPPS, ao menos dos 5 (cinco) exercícios anteriores ao da
realização do estudo;
V - cópia das manifestações fundamentadas encaminhadas pelo ente federativo, na
forma do art. 16 da Portaria MF nº 464, de 2018, relacionadas ao estabelecimento de políticas ou à
execução de programas de gestão de pessoal; e
VI - a indicação da taxa real de crescimento futuro da remuneração mais aderente à
massa dos segurados ativos do RPPS.
§ 2º A análise deverá contemplar, também, os segurados cuja remuneração é abrangida
por legislações de âmbito nacional.

Seção III
Da taxa atuarial de juros
Art. 5º A definição da taxa de juros real anual a ser utilizada nas avaliações atuariais
como taxa de desconto para apuração do valor presente dos fluxos de benefícios e contribuições do
RPPS deverá observar os critérios estabelecidos no art. 26 da Portaria MF nº 468, de 2018, e em
instrução normativa específica da Secretaria de Previdência.
§ 1º O Relatório de Análise das Hipóteses deverá contemplar o estudo técnico da
convergência entre a hipótese de taxa de juros e as rentabilidades obtidas pelos recursos garantidores
do plano de benefícios do RPPS, bem como em relação à taxa de rentabilidade projetada, no longo
prazo, para a aplicação desses recursos, contendo, no mínimo:
I - a descrição da metodologia utilizada para aferição do histórico de rentabilidade da
carteira de investimentos do RPPS, indicando as fontes de dados;
II - o histórico da rentabilidade da carteira de investimentos do RPPS dos 3 (três)
exercícios anteriores ao da realização do estudo;
III - as informações relativas às metas e estratégias de investimento estabelecidas na
política anual de aplicação dos recursos do RPPS dos 3 (três) exercícios anteriores ao da realização
do estudo;
IV - a análise do comportamento das rentabilidades obtidas em relação às metas
estabelecidas;
V - as rentabilidades projetadas a partir da carteira de investimentos que compõe os
recursos garantidores do plano de benefícios do RPPS, conforme a sua atual política anual de
investimentos, considerando cada segmento de aplicação; e
VI - indicação da aderência ou não da hipótese da taxa real de juros utilizada nas últimas
3 (três) avaliações atuariais e de eventual necessidade de alteração da que está sendo atualmente
utilizada.

133
§ 2º As rentabilidades projetadas de que trata o inciso V do § 1º deverão considerar
eventuais descasamentos de fluxos de ativos e passivos que acarretem risco de reinvestimento dos
recursos a taxas de retorno inferiores às da carteira corrente.
§ 3º Para fins do previsto no § 2º, deverão ser utilizados os fluxos atuariais de que trata
o art. 10 da Portaria MF nº 464, de 2018, relativos às avaliações atuariais de cada exercício e serem
projetados até a data estimada de pagamento do último benefício do regime.
§ 4º É vedada a utilização de modelos probabilísticos para verificação da aderência da
hipótese de que trata este artigo, à exceção do cálculo da projeção de retorno de longo prazo,
decorrente de reinvestimentos.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica às situações previstas no art. 27 da Portaria
MF nº 464, de 2018.

Seção IV
Das demais hipóteses
Art. 6º Caso o estudo técnico contenha a análise do comportamento e aderência de
outras hipóteses biométricas, demográficas, econômicas e financeiras utilizadas na avaliação atuarial,
deverão ser considerados, no mínimo, os dados relativos aos 3 (três) exercícios anteriores ao da
realização do estudo.
Parágrafo único. O período de abrangência dos dados de que trata o caput é aplicável
àquelas hipóteses cuja análise necessite de levantamento de dados históricos do ente federativo ou do
RPPS e da sua massa de beneficiários.

Seção V
Do encaminhamento do Relatório de Análise das Hipóteses
Art. 7º O Relatório de Análise das Hipóteses deverá ser elaborado, no mínimo, a cada
4 (quatro) anos e ser encaminhado à Secretaria de Previdência por meio do Sistema de Informações
dos Regimes Públicos de Previdência Social (CADPREV-Web) na forma de documento digitalizado,
até 31 de julho do exercício posterior ao da data focal da avaliação atuarial cujas hipóteses sejam o
seu objeto de verificação de aderência, observado o previsto no art. 8º.
§ 1º O Relatório de Análise das Hipóteses deverá conter as assinaturas do profissional
responsável pelo estudo e do dirigente da unidade gestora do RPPS.
§ 2º A necessidade de elaboração do Relatório de Análise das Hipóteses em prazo
inferior ao previsto no caput deste artigo deverá ser avaliada pelos dirigentes e membros dos
conselhos deliberativo e fiscal do RPPS, bem como pelo atuário habilitado responsável pelas
avaliações atuariais do regime.
§ 3º A Secretaria de Previdência poderá solicitar a elaboração do Relatório de Análise
das Hipóteses em prazo inferior ao previsto no caput para fundamentar processos de análise de
pedidos de alteração de estruturas atuariais do RPPS ou para a readequação do relatório apresentado,
caso tenha sido considerado inconsistente ou insuficiente.
Art. 8º Considerando o porte e risco atuarial do RPPS definido conforme instrução
específica da Secretaria de Previdência, o conteúdo do Relatório de Análise das Hipóteses e a
periodicidade do seu envio à Secretaria de Previdência poderá obedecer ao seguinte regime
diferenciado:
I - RPPS identificados como Perfil Atuarial I: a cada 4 (quatro) anos, iniciando-se o
envio até 31 de julho de 2020, relativo à avaliação atuarial posicionada em 31 de dezembro de 2019,
devendo o Relatório de Análise das Hipóteses contemplar as hipóteses de que tratam os incisos I a III
do art. 2º;

134
II - RPPS identificados como Perfil Atuarial II: a cada 4 (quatro) anos, iniciando-se o
envio até 31 de julho de 2021, relativo à avaliação atuarial posicionada em 31 de dezembro de 2020,
devendo o Relatório de Análise das Hipóteses contemplar as hipóteses de que tratam os incisos I a III
do art. 2º;
III - RPPS identificados como Perfil Atuarial III: a cada 4 (quatro) anos, iniciando-se o
envio até 31 de julho de 2022, relativo à avaliação atuarial posicionada em 31 de dezembro de 2021,
devendo o Relatório de Análise das Hipóteses contemplar as hipóteses de que tratam os incisos I a II
do art. 2º; e
IV - RPPS identificados como Perfil Atuarial IV: envio do Relatório de Análise das
Hipóteses com validade por 4 (quatro) anos, a ser apresentado quando solicitado pela Secretaria de
Previdência, na forma do art. 71 da Portaria MF nº 464, de 2018, e a partir do prazo mencionado no
inciso III, devendo o documento contemplar as hipóteses de que tratam os incisos I a II do art. 2º.
§ 1º Nos termos do § 5º do art. 77 da Portaria MF nº 464, de 2018, o RPPS poderá ter
seu grupo de risco atuarial alterado em caso de identificação de fato relevante para a situação
financeira e atuarial do regime que venha a colocar o plano de benefícios em risco de solvência e de
iliquidez.
§ 2º Aos entes federativos que não encaminharam as informações necessárias para a
definição do porte e risco atuarial do RPPS e que forem, na forma da instrução normativa específica
da Secretaria de Previdência, identificados como “RPPS inadimplentes com envio de informações”
aplica-se o disposto no inciso I do caput.
§ 3º Em caso de instituição de RPPS, o primeiro Relatório de Análise das Hipóteses
deverá ser encaminhado até o 4º (quarto) ano subsequente ao do envio da avaliação atuarial inicial,
respeitada, a partir de então, a periodicidade segundo o porte e o perfil de risco atuarial do regime.
§ 4º Enquanto não encaminhado o Relatório de Análise das Hipóteses nos prazos
previstos neste artigo ou enquanto o que tenha sido apresentado não for adequado aos parâmetros
previstos nesta Instrução Normativa, será considerado que o ente federativo não demonstrou a adoção
de medidas objetivando o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.

CAPÍTULO III
DOS PARÂMETROS RELATIVOS ÀS HIPÓTESES
Art. 9º A estimativa dos efeitos da compensação financeira entre os regimes
previdenciários relativos aos benefícios concedidos deverá observar o previsto no art. 36 da Portaria
MF nº 464, de 2018, atendendo-se, ainda, aos seguintes parâmetros:
I - em caso de benefícios que já estejam sendo objeto de compensação, será utilizado o
valor pró-rata individual do respectivo benefício constante do Sistema de Compensação
Previdenciária - COMPREV;
II - em caso de benefícios elegíveis à compensação financeira, mas que ainda não
tenham seus requerimentos deferidos no COMPREV, deverá ser aplicada a relação percentual
agregada obtida a partir dos valores de que trata o inciso I deste artigo; e
III - em caso de não se dispor de informações de compensação financeira dos benefícios
concedidos pelo RPPS no COMPREV, deverá ser utilizado, para o cálculo do valor individual, o
resultante da aplicação de percentual de proporção de tempos de contribuição, para efeito de
compensação estimado na avaliação atuarial, sobre o valor médio per capita dos benefícios pagos
pelo RGPS.
Parágrafo único. A estimativa dos efeitos da compensação financeira compreende os
valores a receber ou a pagar pelo RPPS e também é aplicável àquela a ser estabelecida entre os RPPS.

135
Art. 10. A estimativa dos efeitos da compensação financeira entre os regimes
previdenciários relativos aos benefícios a conceder deverá observar o previsto no art. 37 da Portaria
MF nº 464, de 2018, atendendo-se, ainda, aos seguintes parâmetros:
I - deverá ter por base os dados cadastrais relativos ao tempo de contribuição anterior a
outros regimes previdenciários, inclusive as comprovações de vínculo apresentadas quando da
concessão dos benefícios de aposentadoria, ou os valores de compensação efetivamente verificados
para o RPPS; e
II - caso a base cadastral não contenha todas as informações suficientes para aplicação
do inciso I, poderá ser utilizado o valor percentual de 10% (dez por cento) aplicado sobre o Valor
Atual dos Benefícios Futuros (VABF) relativo aos benefícios passiveis de compensação.
§ 1º O percentual de que trata o inciso II do caput se aplica para a avaliação atuarial
com data focal em 31 de dezembro de 2019, sendo que nas avaliações seguintes, esse será reduzido
à razão de 1% ao ano até o limite de 5%.
§ 2º A estimativa dos efeitos da compensação financeira compreende os valores a
receber ou a pagar pelo RPPS e também será aplicável àquela a ser estabelecida entre os RPPS.
Art. 11. A utilização da hipótese de reposição de segurados ativos deverá observar o
previsto no art. 24 da Portaria MF nº 464, de 2018, e não impactará os valores dos compromissos e o
resultado atuarial para fins de definição do plano de custeio de equilíbrio do RPPS enquanto não
definidos critérios em instrução normativa da Secretaria de Previdência.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 12. Deverão permanecer arquivados, pelo ente federativo e unidade gestora do
RPPS, pelo prazo previsto no art. 72 da Portaria MF nº 464, de 2018, os relatórios, planilhas,
declarações e documentos que embasaram a elaboração dos estudos técnicos de aderência das
hipóteses.
Art. 13. Enquanto não adequadas as funcionalidades do Sistema de Informações dos
Regimes Públicos de Previdência Social (CADPREV), o Relatório de Análise das Hipóteses, quando
exigível, deverá ser encaminhado à Secretaria de Previdência como anexo ao respectivo Relatório da
Avaliação Atuarial, devendo compor o mesmo arquivo digitalizado.
Art. 14. Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 15. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

136
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Secretaria de Previdência

INSTRUÇÃO NORMATIVA SPREV Nº 10, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2018.


(Publicada no D.O.U em 28 de dezembro de 2018)

Dispõe sobre a demonstração da adequação do


plano de custeio do regime próprio de
previdência social (RPPS) à capacidade
orçamentária, financeira e fiscal do ente
federativo.

O SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, no uso


de suas atribuições legais, na forma do Anexo I do art. 72 do Decreto nº 9.003, de 13 de março de
2017, e considerando o disposto no art. 1º e no art. 9º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, e
no § 3º do art. 1º da Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018, resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe, conforme art. 64 da Portaria MF nº 464, de
2018, sobre a comprovação da adequação do plano de custeio proposto na avaliação atuarial do
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) à capacidade orçamentária e financeira do ente
federativo e aos limites de despesas com pessoal previstos na Lei Complementar nº 101, de 04 de
maio de 2000.
Parágrafo único. A comprovação de que trata o caput aplica-se na instituição e revisão
de planos de custeio e de equacionamento de deficit atuarial, inclusive alteração da estrutura atuarial
dos RPPS que implique modificação do plano de custeio.

CAPÍTULO II
DA METODOLOGIA DA ANÁLISE DA VIABILIDADE
Art. 2º A avaliação da capacidade de execução, pelos entes federativos, do plano de
custeio proposto na avaliação atuarial do RPPS será efetuada com base no Demonstrativo de
Viabilidade do Plano de Custeio, que contemplará:
I - informações estruturadas relativas ao histórico de receitas e despesas do ente
federativo, às projeções de receitas e despesas do RPPS e ao plano de equacionamento do deficit
atuarial do regime; e
II - o cálculo de indicadores que visem avaliar o impacto do plano de custeio para a
situação financeira e fiscal do ente federativo, considerando-se o equilíbrio financeiro e atuarial do
RPPS.
§ 1º O modelo do Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio será
disponibilizado no endereço eletrônico da Secretaria de Previdência na Rede Mundial de

137
Computadores - Internet, incorporado aos fluxos atuariais a que se refere o art. 10 da Portaria MF nº
464, de 2018.
§ 2º A periodicidade e os prazos de envio do Demonstrativo de Viabilidade do Plano
de Custeio à Secretaria de Previdência serão diferenciados por porte e risco atuarial do RPPS de que
tratam o § 2º do art. 2º e o art. 77 da Portaria MF nº 464, de 2018.

Seção I
Das informações do Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio
Art. 3º O Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio apresentará as seguintes
informações:
I - informações a serem preenchidas diretamente no Demonstrativo:
a) Receita Corrente Líquida (RCL): conforme dados do Demonstrativo da Receita
Corrente Líquida, anexo ao Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do último
bimestre de cada exercício, considerando o período de, no mínimo, 5 (cinco) exercícios anteriores
àquele a que se refere a avaliação atuarial;
b) Despesa Líquida com Pessoal (DLP): conforme dados do Demonstrativo da Despesa
com Pessoal (DPP), anexo ao Relatório de Gestão Fiscal (RGF) de que trata o Manual de
Demonstrativos Fiscais (MDF) disponibilizado no endereço eletrônico da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) na Internet, considerando o mesmo período informado para a RCL;
c) Contribuição Total do Ente (CTE): total das contribuições a cargo do ente federativo
relativas ao exercício anterior àquele a que se refere a avaliação atuarial, contemplando as
contribuições normal e suplementar, na forma de alíquotas ou aportes, devidas pelo ente federativo
nas competências de janeiro a dezembro daquele exercício e os montantes das parcelas, devidas nesse
período, relativas a termos de parcelamento firmados entre a unidade gestora do RPPS e o ente
federativo, excluindo os valores dos aportes para cobertura de insuficiência financeira do RPPS;
d) Despesas do RPPS (DESP): total das despesas do RPPS com o pagamento de
benefícios e despesas administrativas, relativas ao exercício anterior àquele a que se refere a avaliação
atuarial;
e) Dívida Consolidada Líquida (DCL): conforme dados do Demonstrativo da Dívida
Consolidada Líquida, anexo ao RGF;
f) Resultado Atuarial (RES): resultado apurado na avaliação atuarial conforme § 1º do
art. 45 da Portaria MF nº 464, de 2018, sem considerar o valor atual do plano de equacionamento do
deficit atuarial estabelecido em lei, devendo ser informado com sinal positivo no caso de superavit
atuarial ou, negativo, em caso de deficit atuarial.
II - dados extraídos dos fluxos atuariais de que trata o art. 10 da Portaria MPS nº 464,
de 2018, elaborados conforme modelo disponibilizado pela Secretaria de Previdência e aprovado por
instrução normativa específica:
a) Pessoal Ativo Efetivo: a partir da coluna “Salário de Contribuição – Pessoal Ativo –
código 109001”, considerando as gerações atual e futura;
b) Aposentadorias e Pensões: a partir das colunas “Aposentadorias e Pensões” – códigos
210000 e 220000, considerando a geração atual;
c) Contribuição Patronal: a partir da coluna “Benefícios a Conceder – Contribuições do
Ente - código 121000”, considerando a geração atual;
d) Contribuição Suplementar: a partir da coluna “Plano de Amortização do Deficit
Atuarial Estabelecido em Lei - código 130101”, considerando a geração atual, não devendo
contemplar, em caso de segregação da massa, o valor da insuficiência financeira;

138
e) Parcelamentos: a partir da coluna “Parcelamento de Débitos Previdenciários - código
130201”, considerando a geração atual;
f) Insuficiência ou Excedente Financeiro: a partir da coluna “Insuficiência ou Excedente
Financeiro” - código 250001” da planilha de modelo dos fluxos atuariais, considerando a geração
atual;
g) Valor Atual da Cobertura da Insuficiência Financeira: a partir da coluna “Saldo
Acumulado do Exercício a Valor Atual - código 139901”, considerando a geração atual;
h) Evolução dos Recursos Garantidores: a partir da coluna “Evolução dos Recursos
Garantidores - código 290001”, considerando a geração atual.
III - informações calculadas pelo Demonstrativo:
a) Variação Real da RCL: o valor da RCL informado em cada exercício é atualizado
pela inflação acumulada conforme Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e dividido pelo
valor obtido do exercício anterior para identificar a variação (crescimento ou diminuição) real da
RCL, obtendo-se, em seguida, a média para o período informado;
b) Variação Real da Despesa com Pessoal: o valor da DLP informado em cada exercício
é atualizado pela inflação acumulada conforme Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e
dividido pelo valor obtido do exercício anterior para identificar a variação (crescimento ou
diminuição) real da DLP, obtendo-se, em seguida, a média para o período informado;
c) Despesa com Pessoal (exceto com servidores vinculados ao RPPS): o valor da DLP
do último exercício informado conforme alínea “b” do inciso I é subtraído daquele referente à CTE
de que trata a alínea “c“ do inciso I, e, se positiva a diferença entre o valor da DESP de que trata a
alínea “d” do inciso I e a CTE, é subtraído dessa diferença.
IV - valores projetados pelo Demonstrativo:
a) Receita Corrente Líquida (RCL): correspondente ao valor da RCL relativo ao último
exercício informado conforme alínea “a” do inciso I projetado para os exercícios posteriores a partir
do percentual obtido na forma da alínea “a” do inciso III;
b) Despesa com Pessoal (exceto com servidores vinculados ao RPPS): correspondente
ao valor da DLP calculado conforme alínea “c” do inciso III projetado para os exercícios futuros a
partir do percentual obtido na forma da alínea “b” do inciso III;
c) Contribuição Total do Ente Projetada para o Exercício: corresponde ao somatório dos
valores extraídos dos fluxos atuariais de que tratam as alíneas “c”, “d”, “e” e “f” do inciso II, acrescido
do valor de que trata a alínea “g” daquele inciso, multiplicado por valor unitário negativo caso o valor
da alínea “h” do inciso II seja negativo;
d) Despesa Total com Pessoal: somatório dos valores obtidos conforme alíneas “b” e
“c” deste inciso;
e) Quociente do Limite de Endividamento após a inclusão do deficit atuarial: valor da
DCL de que trata a alínea “d” do inciso I acrescido do valor do resultado atuarial deficitário de que
trata a alínea “f” do inciso I e dividido pela RCL;
f) Resultado Financeiro: crescimento percentual do saldo financeiro acumulado de um
exercício para o seguinte, com base nas informações da alínea “h” do inciso II deste artigo.
§ 1º As projeções para análise da viabilidade do plano de custeio do RPPS deverão ser
realizadas para todos os anos do período do plano de amortização e, em caso de segregação da massa,
pelo período de duas vezes a duração do passivo do Fundo em Capitalização, para ambos os fundos.
§ 2º Para a variação real da RCL, deverá ser utilizado percentual de crescimento inferior
àquele calculado conforme alínea “a” do inciso III caso o valor projetado a partir do histórico dos
dados informados não se demonstre sustentável a longo prazo.

139
§ 3º A responsabilidade pelas informações a serem prestadas no Demonstrativo de
Viabilidade do Plano de Custeio relativas às projeções atuariais do RPPS é do atuário e, pelos dados
contábeis, financeiros, orçamentários e fiscais, do representante legal do ente federativo e do dirigente
da unidade gestora do RPPS.

Seção II
Dos indicadores de viabilidade do plano de custeio
Art. 4º A análise do impacto do plano de custeio do RPPS para a situação financeira e
fiscal do ente federativo, observando-se o equilíbrio financeiro e atuarial do regime, deverá basear-
se, no mínimo, nos seguintes indicadores:
I - Impacto da Despesa Total de Pessoal na RCL: resultado da divisão do valor da
despesa com pessoal projetado para o exercício na forma da alínea “d” pelo valor da RCL projetado
na forma da alínea “a”, ambas do inciso IV do art. 3º;
II - Percentual Acima do Limite Prudencial: resultado da divisão do valor apurado no
inciso I deste artigo pelos percentuais de despesas com pessoal estabelecidos na Lei Complementar
nº 101, de 2000;
III - Impacto do Deficit Atuarial após a Inclusão no Quociente do Limite de
Endividamento: quociente do limite de endividamento após inclusão do deficit atuarial de que trata a
alínea “f” do inciso I do art. 3º.
IV - Resultado Financeiro do Fluxo Atuarial, conforme alínea “f” do inciso IV do art.
3º.
§ 1º Os indicadores de que tratam os incisos I, II e IV serão calculados para o período
definido no § 1º do art. 3º.
§ 2º Os conceitos e os limites relativos a gastos com despesas de pessoal referem-se
àqueles previstos na Lei Complementar nº 101, de 2000.
§ 3º A análise do limite de endividamento de que trata o inciso III do caput deverá
considerar, conforme inciso III do art. 32 da Lei Complementar nº 101, de 2000, o previsto nas
resoluções do Senado Federal que dispõe sobre os limites globais para o montante da dívida pública
consolidada dos estados, Distrito Federal e municípios.

Seção III
Da avaliação da viabilidade
Art. 5º A unidade gestora do RPPS e o ente federativo deverão apresentar justificativa
técnica para a manutenção dos planos de custeio do RPPS quando, isoladamente ou de forma
cumulativa, forem constatadas, na forma estabelecida no § 2º deste artigo, as seguintes situações:
I - o percentual de despesas com pessoal apurado conforme inciso II do art. 4º for
superior aos limites estabelecidos na Lei Complementar nº 101, de 2000, em qualquer exercício das
projeções atuariais efetuadas;
II - o limite de endividamento, após a inclusão do deficit atuarial, na forma do inciso III
do art. 4º, for superior ao previsto no art. 3º da Resolução do Senado Federal nº 40, de 2001;
III - for identificada, na forma do inciso IV do art. 4º, insuficiência financeira em, pelo
menos, um dos 10 (dez) exercícios subsequentes ao exercício da data focal da avaliação atuarial.
§ 1º Adotada a providência a que se refere o caput, caso não seja demonstrada a
viabilidade orçamentária, financeira e fiscal para o ente federativo do plano de custeio do RPPS,
deverá ser proposta sua revisão, a ser implementada até o término do exercício subsequente a partir

140
de estudos técnicos que observem os parâmetros previstos na Portaria MF nº 464, de 2018, e garantam
o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.
§ 2º Os conselhos deliberativo e fiscal do RPPS deverão acompanhar as informações
do Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio, que serão encaminhadas aos órgãos de controle
interno e externo para subsidiar a análise da capacidade orçamentária, financeira e fiscal do ente
federativo para cumprimento do plano de custeio do RPPS.
§ 3º Poderão ser solicitadas informações complementares àquelas previstas no
Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio caso identificadas situações de riscos à liquidez e
solvência do plano de benefícios.

CAPÍTULO III
DO ENVIO DO DEMONSTRATIVO DE VIABILIDADE DO PLANO DE CUSTEIO
Art. 6º O Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio deverá ser encaminhado à
Secretaria de Previdência na forma de planilha eletrônica:
I - no prazo de envio do Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA),
incorporado aos fluxos atuariais recepcionados pelo Sistema de Informações dos Regimes Públicos
de Previdência Social (CADPREV-Web);
II - no prazo previsto em notificação eletrônica emitida pela Secretaria de Previdência,
conforme art. 71 da Portaria MF nº 464, de 2018;
III - como anexo a estudos técnicos submetidos à análise da Secretaria de Previdência
pelo ente federativo e unidade gestora do RPPS.
§ 1º Considerando o porte e risco atuarial do RPPS definido conforme instrução
específica da Secretaria de Previdência, o encaminhamento do Demonstrativo de Viabilidade do
Plano de Custeio na forma prevista no inciso I do caput obedecerá ao seguinte regime diferenciado:
I - RPPS identificados como Perfil Atuarial I ou em caso de não aplicação de perfil de
risco: periodicidade anual, iniciando-se o envio junto com o DRAA de 2020, relativo à avaliação
atuarial com data focal em 31 de dezembro de 2019;
II - RPPS identificados como Perfil Atuarial II: a cada 2 (dois) anos, ou em caso de
alteração do plano de custeio, iniciando-se o envio junto com o DRAA de 2021, relativo à avaliação
atuarial com data focal em 31 de dezembro de 2020;
III - RPPS identificados como Perfil Atuarial III: a cada 3 (três anos), ou em caso de
alteração do plano de custeio, iniciando-se o envio junto com o DRAA de 2021, relativo à avaliação
atuarial com data focal em 31 de dezembro de 2020;
IV - RPPS identificados como Perfil Atuarial IV: a cada 4 (quatro) anos, ou em caso de
alteração do plano de custeio, iniciando-se o envio junto com o DRAA de 2022, relativo à avaliação
atuarial com data focal em 31 de dezembro de 2021.
§ 2º O RPPS poderá ter seu grupo de risco atuarial alterado em caso de identificação de
fato relevante para a situação financeira e atuarial do regime que venha a colocar o plano de benefícios
em risco de solvência e de iliquidez, conforme previsto no § 5º do art. 77 da Portaria MF nº 464, de
2018.
§ 3º Aos entes federativos que não encaminharam as informações necessárias para a
definição do porte e risco atuarial do RPPS e que forem, na forma da instrução normativa específica
da Secretaria de Previdência, identificados como “RPPS inadimplentes com envio de informações”
aplica-se o disposto no inciso I do § 1º.
§ 4º Em caso de instituição de RPPS, o Demonstrativo de Viabilidade do Plano de
Custeio deverá ser encaminhado como anexo ao estudo técnico de que trata o art. 5º da Portaria MF
nº 464, de 2018.

141
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 7º Enquanto não encaminhado o Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio
de à Secretaria de Previdência nos prazos previstos no art. 6º ou enquanto o que tenha sido
apresentado não estiver adequado aos parâmetros previstos nesta Instrução, será considerado que o
ente federativo não demonstrou a adoção de medidas objetivando o equilíbrio financeiro e atuarial do
RPPS.
Art. 8º Deverão permanecer arquivados pelo ente federativo e unidade gestora do RPPS
os relatórios, planilhas, declarações e documentos que embasaram a elaboração do Demonstrativo de
Viabilidade do Plano de Custeio pelo prazo previsto no art. 72 da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 9º Enquanto não adequadas as funcionalidades do CADPREV, o Demonstrativo
de Viabilidade do Plano de Custeio deverá ser encaminhado à Secretaria de Previdência nas formas
previstas nos incisos II e III do caput do art. 6º.
Art. 10. Para fins desta Instrução Normativa, consideram-se os conceitos definidos no
Anexo da Portaria MF nº 464, de 2018.
Art. 11. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

MARCELO ABI-RAMIA CAETANO

142
SEI/ME - 2079275 - Nota https://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimi...

MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho
Secretaria de Previdência
Subsecretaria dos Regimes Próprios de Previdência Social
Coordenação-Geral de Atuária, Contabilidade e Investimentos
Coordenação de Acompanhamento Atuarial

Nota SEI nº 2/2019/COAAT/CGACI/SRPPS/SPREV/SEPRT-ME

Da faculdade da aplicabilidade da Portaria MF nº


464/2018 para as avaliações atuariais relativas ao
exercício de 2019, posicionadas em 31 de dezembro de
2018, prevista no artigo 79, e das modalidades de
equacionamento do deficit atuarial previstas nos art. 55
desta Portaria e esclarecidas na Instrução Normativa nº
07, de 21 de dezembro de 2018.

Processo SEI nº 10133.100360/2019-77

I - INTRODUÇÃO.

1. A Portaria MF nº 464, de 19 de novembro de 2018, dispõe sobre as normas aplicáveis às avaliações


atuariais dos regimes próprios de previdência social (RPPS) e estabelece parâmetros para a definição do plano de
custeio e o equacionamento do deficit atuarial.
2. Em seu art. 79, essa norma prevê que, no que se refere à avaliação atuarial relativa ao exercício de
2019, com data base em 31 de dezembro de 2018, os RPPS ainda podem aplicar a Portaria MPS nº 403, de 10 de
dezembro de 2008.
3. Ocorre que em seu art. 86, a Portaria MF nº 464, de 2018, expressamente revogou a Portaria MPS nº
403, de 2008, situação que promoveu aparente conflito entre as disposições desse artigo e as do art. 79, que
facultava a aplicação, nas condições ali previstas, desse último ato ministerial.
4. Tal situação trouxe dúvida quanto à efetiva aplicabilidade da Portaria MPS nº 403, de 2008, vez que,
tendo sido expressamente revogada pelo art. 86 da Portaria MF nº 464, de 2018, aquela norma não mais integraria o
arcabouço jurídico, sendo, assim, insuscetível de produzir quaisquer efeitos no plano das relações concretas,
conclusão que, consequentemente, tornaria, por sua vez, inócua a regra prevista no art. 79.
5. Tendo em vista a natureza da controvérsia, de caráter eminentemente jurídico, a matéria foi levada
à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para conhecimento e manifestação com vistas à sua elucidação,
que foi procedida no Parecer nº 24//2019/CAP/PGACTP/PGFN-ME, de 27 de fevereiro de 2019, cujo sentido será
apresentado mais adiante.
6. Ultrapassada, portanto, essa questão preliminar, passa esta Secretaria, com fundamento no art. 85 da
Portaria MF nº 464, de 2018, às orientações relativas aos parâmetros a serem observados na avaliação atuarial na
hipótese de exercício da faculdade prevista no art. 79 da Portaria MF nº 464, de 2018.

II - DA REGULAÇÃO NORMATIVA DECORRENTE DA FACULDADE PREVISTA NO ART. 79 DA PORTARIA


MF Nº 464, DE 2018.

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7. A Lei nº 9.717, de novembro de 1998, fixou as regras gerais a que se deve submeter o sistema
previdenciário dos servidores públicos de todas as unidades federativas, estabelecendo seu art. 1º que os regimes
próprios serão organizados a partir de normas gerais de contabilidade e atuária, de forma a assegurar-lhes o
equilíbrio financeiro e atuarial. No art. 9º desse diploma, foi expressamente atribuída competência à União, por
intermédio do Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS (depois Ministério da Previdência Social -
MPS e, atualmente, Secretaria de Previdência), para orientar, supervisionar e acompanhar os RPPS e estabelecer
parâmetros e diretrizes gerais.
8. No exercício da competência normativa que foi atribuída a este órgão, foi publicada a Portaria MF nº
464, de 2018, que trata das avaliações atuarias dos RPPS e estabelece parâmetros para a definição do plano de
custeio e o equacionamento do deficit atuarial.
9. Dentre outros aspectos, em seu art. 79, essa norma prevê que a aplicação dos parâmetros previstos
naquela Portaria é facultativa para a avaliação atuarial relativa ao exercício de 2019, posicionada em 31 de
dezembro de 2018, e obrigatória para as avaliações atuariais seguintes.
10. Ocorre que, em seu art. 86, a Portaria MF nº 464, de 2018, expressamente revogou a Portaria MPS nº
403, de 10 de dezembro de 2008, norma que regulava anteriormente a matéria relativa à gestão atuarial dos RPPS,
situação que, veiculando aparente conflito entre essas disposições, poderia sugerir a inexistência de norma a ser
aplicada, no que se refere à avaliação atuarial de 2019, caso exercida a faculdade prevista no art. 79.
11. Tal situação trouxe dúvida quanto à efetiva aplicabilidade da Portaria MPS nº 403, de 2008, vez que,
tendo sido expressamente revogada pelo art. 86 da Portaria MF nº 464, de 2018, aquela norma não mais integraria o
arcabouço jurídico, sendo, assim, insuscetível de produzir quaisquer efeitos no plano das relações concretas,
conclusão que, consequentemente, tornaria, por sua vez, inócua a regra prevista no art. 79.
12. Tendo em vista a natureza da controvérsia, de caráter eminentemente jurídico, a matéria foi levada
à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para conhecimento e manifestação com vistas à sua elucidação,
que foi procedida no Parecer nº 24//2019/CAP/PGACTP/PGFN-ME, de 27 de fevereiro de 2019, aprovado por
Despacho de 11 de março de 2019, do Procurador-Geral da Fazenda Nacional.
13. Nesse documento, disponível no sítio da Previdência Social - http://www.previdencia.gov.br/,
a PGFN, reformando posição inicialmente assumida, manifestou-se no sentido de que inexiste qualquer
incompatibilidade entre o art. 79 e o art. 86 da Portaria MF nº 464, de 2018, vez que a utilização dos parâmetros
da Portaria MPS nº 403, de 2008, é consequência lógica da opção prevista no corpo do novo diploma normativo
ministerial.
14. A reafirmação da compatibilidade normativa entre esses dispositivos afastou, assim, qualquer
interpretação que venha a possibilitar o entendimento de que, facultada, pelo art. 79, a aplicação da Portaria MPS nº
403, de 2008, mas tendo sido este ato revogado pelo art. 86 da Portaria MF nº 464, de 2018, poderia restar sem
regramento a avaliação atuarial de 2019, com data focal em 31 de dezembro de 2018. Nesse sentido, veja-se o
seguinte trecho extraído do Parecer nº 24/2019/CAP/PGACTP/PGFN-ME:
13. Convém aclarar que a facultatividade prevista no art. 79 da novel Portaria, somente pode ser
compreendida na oportunidade de opção entre os parâmetros da Portaria nº 403, de 2008, e das
novas regras, não havendo espaço para interpretação no sentido de que, revogada a Portaria de
2008, não restaria a obrigação de realizar as avaliações atuariais e apresentar os respectivos
documentos, pois ela decorre da Lei nº 9.717, de 1998.
14. De outra sorte, as avaliações atuariais seguintes, inexoravelmente, devem seguir os parâmetros
instituídos pela nova norma, posto que a hipótese opcional da primeira parte do seu art. 79 perde
vigência e não mais tem aplicabilidade e vinculação (vigor) por não se referir à avaliação atuarial
relativa ao exercício de 2019, posicionada em 31 de dezembro de 2018.

15. Sendo assim, conclui-se, quanto ao dever de atendimento a essas normas, que a não aplicação
da Portaria nº 464, de 2018, escudada na faculdade prevista no art. 79, implicará a necessária observância dos
preceitos da Portaria nº 403, de 2008, em sua integralidade, de forma a atenderem-se, em cada caso, a completude
dos correspondentes parâmetros estabelecidos em cada uma dessas normas, tendo-se, como exceções a essa diretriz,
somente as situações elencadas nesta Nota, cujas especificidades requerem tratamento diverso.

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16. Ainda sobre este tópico, oportuno lembrar-se que a regra prevista no art. 79 da Portaria MF nº 464, de
2018, aplica-se, tão somente, à avaliação atuarial de 2019, com data base em 31 de dezembro de 2018, sendo a
observância da Portaria MF nº 464, de 2018, não valendo para as avaliações atuariais posteriores a 2019, nem para
aquelas relativas a exercícios anteriores a esse ano, que, embora possam ser elaboradas e entregues após a vigência
da Portaria MF nº 464, de 2018, deverão atender às disposições previstas na norma vigente na data de sua
exigibilidade, ou seja, na Portaria MPS nº 403, de 2008.
17. Em resumo, no que refere à norma que deve ser aplicada nas avaliações atuariais dos regimes
próprios, a observância da Portaria MF nº 464, de 2018, será:
a) não permitida para avaliações atuariais de exercícios anteriores a 2019;
b) facultativa para avaliação atuarial do exercício de 2019, posicionada em 31 de dezembro de
2018; e
c) obrigatória para as avaliações atuariais de exercícios posteriores a 2019.

III - DOS PARÂMETROS APLICÁVEIS AO EQUACIONAMENTO DO DÉFICIT ATUARIAL NA AVALIAÇÃO


ATUARIAL DE 2019.

18. A Portaria nº 464, de 2018, trouxe, em seus arts. 49, 53, 54 e 55, novas regras quanto à formulação do
plano de custeio suplementar, matéria detalhada na Instrução Normativa SPREV (IN) nº 7, de 21 de dezembro de
2018, inclusive no que tange à flexibilidade do prazo de equacionamento, adotada em função de condições
específicas.
19. Diferentemente da Portaria MPS nº 403, de 2008, que permitia, nos arts. 20 a 22, o equacionamento
do deficit atuarial por meio de plano de amortização com prazo fixo (art. 18) ou através do instituto da segregação
de massas, a nova portaria, apresenta, além destas hipóteses, uma nova modalidade de plano de amortização do
deficit atuarial com prazo de equacionamento flutuante, baseado na duração do passivo ou na sobrevida média dos
aposentados (art. 55 da Portaria MF nº 464, de 2018).
20. No que se refere à adoção de prazo fixo para amortização (mantido, no novo texto, o prazo máximo
de 35 anos definido na norma anterior), a novidade trazida pela Portaria MF nº 464, de 2018, diz respeito à
possibilidade de reinício de contagem deste prazo a partir “do primeiro plano de amortização implementado pelo
ente federativo após a publicação desta Instrução Normativa”, conforme previsto no inciso I do art. 6º da IN
SPREV nº 7, de 2018.
21. Quanto a esse aspecto, entretanto, cabe lembrar que, caso o RPPS opte pela faculdade prevista no
art. 79 da Portaria MF nº 464, de 2018, ou seja, caso opte pela aplicação dos parâmetros previstos na Portaria MPS
nº 403, de 2008, relativamente à avaliação atuarial de 2019 e quanto à forma de amortização do deficit, sendo
mantida a opção pelo equacionamento por prazo fixo, deverá observar o prazo limite e remanescente definido no art.
18 dessa última norma, não lhe sendo possível reiniciar a recontagem do prazo na avaliação atuarial
daquele exercício.
22. Caso contrário, optando o RPPS pela aplicabilidade da Portaria MF nº 464/2018, já para avaliação
atuarial de 2019 (não obrigatório), poderá implementar plano de amortização com o prazo fixo inicial de 35 anos ou
optar pelas formas de equacionamento do deficit com prazo flutuante.
23. É importante lembrar que, na hipótese de opção pelo plano de amortização com prazo fixo de 35
anos, deverá ser, doravante, observado o prazo remanescente, que será contado a partir do ano de publicação da
legislação do ente federativo que implementou o primeiro plano de equacionamento do deficit atuarial após a
publicação da Portaria MF n° 464, de 2018.
24. Outra questão importante diz respeito a aplicabilidade ou não do Limite de Deficit Atuarial (LDA)
em relação ao plano de amortização por prazo fixo (35 anos), previso no inciso I do art. 6º da IN SPREV nº 07, de
2018.
25. Sobre o tema, esclareça-se, de logo, que, em quaisquer dispositivos da Portaria MF n° 464, de
2018, ou da IN SPREV nº 07, de 2018, é mencionada a aplicabilidade do LDA no caso da opção pela amortização

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por prazo fixo, regra que, contrariamente, se observa no que se refere às demais modalidade de
equacionamento onde aquele prazo é flutuante.
26. É que, embora não conste expressamente no rol dos casos de não aplicabilidade do LDA, previstos no
§ 2º do art. 2º da Instrução Normativa, a impossibilidade de utilização desse mecanismo, no caso de amortização por
prazo fixo decorre do fato de esta modalidade não integrar o rol das formas de equacionamento em que a utilização
daquele limite é possível.
27. Com efeito, conforme disposto nos incisos I e II do art. 2º da IN SPREV nº 07, de 2018, poderá ser
deduzido do deficit o LDA calculado em função da duração do passivo ou da sobrevida média dos aposentados e
pensionistas, ambos os casos, destaque-se, integrantes da forma de equacionamento por prazo flutuante.
28. Também no Capítulo da Instrução Normativa que trata do cálculo dos prazos máximos do plano de
amortização, encontram-se importantes sinalizadores de que o LDA não se aplica no caso de amortização por prazo
fixo. É o que se depreende das disposições do art. 6º da norma, que, ao tratar do prazo máximo em cada modalidade
de amortização ali prevista, menciona, como parâmetro para cálculo do LDA, apenas apenas a duração do passivo
(inciso II) e a sobrevida média dos aposentados e pensionistas (inciso III) , em nenhum momento relacionando
aquele limite ao prazo de 35 anos previsto no inciso I.
29. Esse sentido interpretativo fica ainda mais claro e evidente na leitura do art. 7º, que trata da revisão
do plano de amortização, dispositivo em que as modalidades relativas à duração do passivo e à sobrevida média dos
aposentados e pensionista são aglutinadas no inciso I do § 2º, enquanto que o prazo fixo de amortização é tratado,
separadamente, no inciso II desse dispositivo, estrutura que ressalta os contornos de seu tratamento normativo,
diverso, saliente-se, do que é conferido às demais modalidades de equacionamento, em que se relacionam a duração
do passivo e a sobrevida média dos aposentados e pensionistas à utilização do LDA.
30. Diante do exposto, a análise aqui procedida permite concluir que, no caso de opção do RPPS por
plano de amortização com prazo fixo de 35 anos, não é aplicada a redução prevista na norma relativa ao LDA,
devendo, neste caso, o plano de amortização contemplar o valor integral do déficit apurado na avaliação atuarial.
31. Outra questão importante diz respeito à regra prevista no inciso II do art. 54 da Portaria MF n° 464,
de 2018, a seguir transcrito:
Art. 54. Para assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS, o plano de amortização
estabelecido em lei do ente federativo deverá observar os seguintes critérios, além daqueles previstos
no art. 48:
....................................................................................................................................................................
II – que o montante de contribuição no exercício, na forma de alíquota ou aportes, seja superior
ao montante anual de juros do saldo do deficit atuarial do exercício. (Grifa-se)
....................................................................................................................................................................

32. De acordo com esse dispositivo, na definição das alíquotas ou aportes do plano de amortização, deve
ser observado o pagamento, a cada exercício, de valor superior ao montante anual dos juros equivalente ao
respectivo período. Desta forma, se, por exemplo, o deficit atuarial apurado no exercício foi de R$ 10 milhões e a
taxa de juros utilizada na avaliação atuarial seja de 6% a.a., o valor resultante da aplicação da alíquota ou do aporte
no primeiro exercício deverá ser superior a R$ 600 mil (6% do saldo apurado no exercício). No exercício seguinte,
deverá ser superior ao valor obtido pela aplicação da taxa atuarial sobre o saldo apurado no final do exercício
anterior, e assim sucessivamente.
33. O parágrafo único do art. 9º da Instrução Normativa SPREV nº 07, de 2018, porém, estabelece que o
comando do inciso II, art. 54 poderá ser promovido gradualmente com elevação das contribuições suplementares, a
partir do exercício de 2021.
34. Desta forma, no caso de opção pela aplicação imediata da Portaria MF n° 464, de 2018, para os
exercícios de 2019 a 2022, não será exigido que os montantes das contribuições sejam superiores ao valor resultante
da aplicação da taxa de juros atuarial sobre os valores dos saldos finais dos exercícios anteriores. No entanto, na
definição do plano de amortização, deverá ser observado o escalonamento do valor de contribuição previsto no art.
9º da IN SPREV nº 07, de 2018, ou seja, superior a 1/3 do valor da contribuição calculada na forma do inciso II, art.
54 da Portaria MF nº 464, de 2018, em 2021, superior a 2/3 deste valor em 2022, até que em 2023 seja superior ao
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montante anual de juros do saldo do deficit atuarial do exercício.


35. Os planos de amortização vigentes, desde que equacionem o deficit atuarial apurado na avaliação
atuarial do exercício, não precisarão ser alterados. Todavia, novos planos de amortização e revisões decorrentes de
aumento do déficit atuarial, relativos ao exercício de 2019, deverão obedecer ao disposto na norma elegida pelo
RPPS, para os exercícios seguintes deverão adotar o disposto na Portaria MF nº 464, de 2018, e IN 07, de 2018.
36. Conforme estabelecido no art. 1º da IN nº 07, de 2018, essa norma vem elucidar a operacionalização
dos parâmetros previstos na Portaria MF nº 464, de 2018. Assim, seguindo parâmetros constantes daquele
normativo, a estrutura de critérios para definição de prazo são apresentadas nos tópicos seguintes.

IV - DO PRAZO A SER ADOTADO NO PLANO DE AMORTIZAÇÃO.

a) Pela Portaria MPS nº 403, de 2008:

i - Para o exercício 2019 e anteriores:


1 - prazo máximo de 35 anos a contar do primeiro plano de amortização que tenha sido estabelecido
em Lei após início de vigência dessa Portaria (§ 1º do art. 18);
2 - A revisão do plano de custeio suplementar deve adotar o prazo remanescente a contar do primeiro
plano instituído em lei após a vigência dessa Portaria (§ 2º do art. 18).

b) Pela Portaria MF nº 464/2018:


i - Para o exercício 2019 e posteriores:
1 - prazo máximo de 35 a contar do primeiro plano de amortização estabelecido em Lei após o início
de vigência da IN SPREV 07/2018 (inciso I do art. 6º da IN); ou
2 - prazo com base na duração do passivo considerando o Limite do Deficit Atuarial (inciso II do art.
6º da IN);
3 - prazo com base na sobrevida média dos aposentados e pensionistas como parâmetro para o Limite
do Deficit Atuarial atentando para a distinção da amortização do déficit relativo à Provisão
Matemática dos Benefícios Concedidos (PMBC) e a Provisão Matemática dos Benefícios a Conceder
(PMBaC) (inciso III do art. 6º da IN).

37. Observe-se que o LDA não poderá ser utilizado quando houver enquadramento nos seguintes
critérios:
a) se referir à avaliação atuarial inicial do RPPS;
b) quando houver transferência de segurados para a responsabilidade do RPPS (nesse caso, deverá
haver o aporte integral da provisão matemática da massa transferida); e
c) quando restar pendência de envio de demonstrativos e de notificações.
38. Veja-se, também que o ativo deverá ser aplicado à redução preeminente do déficit relativo à provisão
matemática dos benefícios concedidos e seu excedente à redução do déficit relativo à provisão dos benefícios a
conceder (caso haja).
39. Atente-se, por fim, que não há aplicação do LDA do déficit apurado relativo às provisões
matemáticas dos benefícios concedidos (caso haja).

V - DO PRAZO A SER ADOTADO EM FUNÇÃO DA REVISÃO DO PLANO DE AMORTIZAÇÃO.

a) Pela Portaria MPS nº 403, de 2008:

i - Para o exercício 2019 e anteriores:

1 - cumpre-se o que determina o § 2º do art. 18: respeitando o prazo remanescente, contado a partir
do primeiro plano de amortização estabelecido em Lei pós vigência desta Portaria; e

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2 - os planos de amortização que adotam as regras da Portaria MPS nº403, de 2008, caso necessitem
de revisão na vigência da Portaria MF nº 464, de 2018, deverão adotar os critérios dessa última
norma.

b) Pela Portaria MF nº 464, de 2018:

i - Para o exercício 2019 e posteriores:

1 - Cumpre-se o art. 7º desta Portaria: o plano de amortização deverá ser revisto quando:

a - o déficit atuarial, descontado o valor atual do plano de amortização vigente em Lei, for superior
ao percentual definido no art. 8º das provisões matemáticas previdenciárias; ou
b - o deficit atuarial apurado for superior ao equacionado na avaliação atuarial anterior.

2 - Na revisão do plano de amortização, na definição do prazo a ser adotado deverão ser


observados os seguintes critérios:

a - Poderá ser estabelecido novo prazo fazendo uso da duração do passivo ou da sobrevidas média
dos aposentados e pensionistas (caso os planos vigentes tenham utilizados esses critérios para
definição do prazo) ou, ainda, utilizar o tempo médio remanescente para aposentadoria.
b - Os planos que adotaram o critério por prazo fixo de 35 anos deverão observar o prazo
remanescente, a contar da data de publicação do plano de amortização em lei que tenha sido
implementado após a publicação da portaria MF nº 464, de 2018 e IN nº 07, de 2018.
c - O critério de prazo fixo de 35 anos poderá ser alterado para os critérios de duração do passivo ou
a sobrevidas média dos aposentados e pensionistas, desde que seja apresentada justificativa técnica
no Relatório da Avaliação Atuarial, onde se demonstre os impactos dessa alteração para o nível de
solvência do RPPS.

VI - DAS CONCLUSÕES

40. Pode-se concluir, em resumo que:


a) considerando a faculdade da aplicabilidade dos parâmetros da Portaria nº 464, de 2018, para a
avaliação atuarial relativa ao exercício de 2019, conforme Parecer n° 24/2019/CAP/PGACTP/PGFN-
ME, a aplicação da Portaria MPS nº 403, de 2018 “é consequência lógica da opção prevista no corpo
normativo do art. 79 da Portaria MF nº 464, de 2018”.
b) os planos de amortização poderão reiniciar o prazo fixo de 35 anos, estabelecidos com base na
Portaria MF n° 464, de 2018, observando o escalonamento previsto no art. 9º da Instrução Normativa
SPREV nº 07, de 2018, nos exercícios de 2019 a 2022, respeitando o disposto no inciso II, art. 54,
Portaria MF n° 464, de 2018, para os exercícios posteriores a 2023.
c) não é aplicada a redução do montante do limite do deficit atuarial a ser equacionado (LDA),
prevista na Instrução Normativa SPREV nº 07/2018, caso o RPPS opte pelo equacionamento do
deficit com prazo fixo, conforme previsto na alínea "c", inciso I, do art. 55 da Portaria MF nº 464, de
2018.
d) na revisão dos planos que adotaram o critério por prazo fixo de 35 anos, deverá ser observado o
prazo remanescente, a contar da data de publicação do plano de amortização em lei que tenha sido
implementado após a publicação da portaria MF nº 464, de 2018 e IN nº 07, de 2018.
e) os planos de amortização formulados nas regras da Portaria MPS nº403, de 2008, necessitando de
revisão/alteração na vigência da Portaria MF nº 464, de 2018, deverão adotar os critérios dessa última
norma.
41. São nossos esclarecimentos.

À consideração superior.

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Encaminhe-se ao Coordenador-Geral de Atuaria, Contabilidade e Investimentos

JOSÉ WILSON SILVA NETO

Coordenador de Acompanhamento Atuarial

De acordo,

Encaminhe-se à Subsecretaria dos Regimes Próprios da Previdência Social.

Documento assinado eletronicamente

DAVID PINHEIRO MONTENEGRO

Coordenador-Geral de Auditoria Atuária,

Contabilidade e Investimento - Substituto

De acordo,

Publique-se no sítio eletrônico da Previdência Social para orientação e conhecimento geral.

Brasília, 8 de abril de 2019.

Documento assinado eletronicamente

ALLEX ALBERT RODRIGUES

Subsecretario dos Regimes Próprios de Previdência Social

Documento assinado eletronicamente por José Wilson Silva Neto, Coordenador(a) de Acompanhamento
Atuarial, em 08/04/2019, às 16:26, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por David Pinheiro Montenegro, Coordenador(a)-Geral de


Atuária,Contabilidade e Inves mentos Subs tuto(a), em 08/04/2019, às 16:29, conforme horário oficial de
Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Allex Albert Rodrigues, Subsecretário(a) dos Regimes Próprios de
Previdência Social, em 08/04/2019, às 16:46, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art.
6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A auten cidade deste documento pode ser conferida no site h p://sei.fazenda.gov.br


/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código
verificador 2079275 e o código CRC 32810D27.

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Processo nº 10133.100360/2019-77. SEI nº 2079275

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