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Bottle Shock

Bottle Shock é um filme estadunidense de 2008, do gênero drama, dirigido por Randall
Miller.

As locações aconteceram na Califórnia, na região das principais vinícolas dos Estados


Unidos da América, como Sonoma e Napa. A estréia aconteceu no Festival de
Sundance, em 2008.

Sinopse
Baseado em fatos reais, o filme retrata os primeiros tempos da indústria do vinho em
Napa Valley nos anos 70, e que culminou com a vitória das vinícola californiana
Chateau Montelena na competição internacional de melhor vinho em 1976, em Paris, o
que acabou colocando a região no mapa dos melhores produtores da bebida.

Elenco
• Chris Pine.... Bo Barrett
• Alan Rickman.... Steven Spurrier
• Bill Pullman.... Jim Barrett
• Rachael Taylor.... Sam
• Freddy Rodríguez.... Gustavo
• Eliza Dushku.... Joe
• Miguel Sandoval.... sr. Garcia
• Bradley Whitford.... professor Saunders
• Joe Regalbuto.... Bill
• Hal B. Klein.... Shenky
• Philippe Bergeron.... Pierre Tari

Ligações externas
• Informações sobre o filme no Cinema em Cena (em português)
• Bottle Shock (em inglês) no Internet Movie Database

A vinicultura é uma complexa actividade agrícola/comercial que desde sempre


conseguiu movimentar inúmeros interesses sociais e económicos. Durante séculos
várias castas europeias travaram várias batalhas comerciais pelo domínio mundial do
mercado vinícola. Os produtores franceses acabaram por suplantar a concorrência
europeia e durante vários anos foram tidos como a nobreza da vinicultura mundial. O
inicio da exploração vinícola na Califórnia em 1976, originou uma nova disputa
comercial que foi decidida pelo "Julgamento de Paris", uma degustação de vinhos às
cegas que atribuiu a vitória aos néctares do Novo Mundo. Esta pequena prova colocou
um ponto final à supremacia dos vinhos franceses e colocou a Califórnia num lugar de
destaque no mapa dos bons vinhos mundiais. Pela primeira vez na história da
vinicultura, o principal centro comercial e qualitativo da poderosa industria vinícola não
estava localizado na Europa.
O argumento de “Bottle Shock” aposta numa versão livre e inexacta desse importante
ponto de viragem na poderosa e rentável indústria vinícola. É certo que as principais
figuras desse duelo estão categoricamente representadas mas os acontecimentos
retratados pela narrativa não correspondem à realidade. Estas inexactidões históricas
serão relevantes para os verdadeiros conhecedores desta indústria que têm reprovado
sumariamente os diversos erros do filme. No entanto, “Bottle Shock” acaba por oferecer
ao público geral uma história simples e irónica que aposta num clima de competição
global incessante que faz correr muito dinheiro e influências. O filme oferece-nos um
olhar bastante interessante sobre a competição comercial e sobre a verdadeira extensão e
importância da indústria vinícola que actualmente rivaliza com as grandes indústrias
alimentares do ocidente.
A fotografia assume-se claramente como um dos grandes atractivos de “Bottle Shock”.
As belas paisagens de Napa são absolutamente esplendorosas e atribuem ao filme vários
cenários de luxo e qualidade. O elenco é composto por alguns célebres actores de
Hollywood como Chris Pine ou Alan Rickman. Ambos assumem uma prestação de
qualidade que rentabiliza esta simples produção que obteve uma estreia bastante
modesta no Festival de Sundance em 2008. Este projecto cinematográfico de Randall
Miller recebeu várias críticas negativas mas na minha opinião, “Bottle Shock” é uma
simples mistura de géneros (comédia e drama) que resultou numa inovadora e
refrescante obra de alguma qualidade que poderá interessar e agradar a vários
espectadores.

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Alguns detalhes do Julgamento de Paris


Veja a classificação final dos vinte vinhos americanos e franceses
que participaram desse histórico confronto
Chateau Montelena 1973: o Chardonnay californiano que bateu por boa margem os
Borgonhas brancos
(Foto: Divulgação Chateau Montelena)

Um pouco de história. Quem se interessa por vinho certamente já ouviu falar ou leu
algo sobre o Julgamento de Paris, aquela degustação às cegas organizada em 24 de maio
de 1976 na capital francesa pelo crítico inglês (e então comerciante de vinhos) Steven
Spurrier que deu fama e reconhecimento internacional aos tintos e brancos da
Califórnia. O resultado genérico da prova é bem conhecido: os tintos e brancos
americanos, elaborados respectivamente com as castas Cabernet Sauvignon e
Chardonnay, bateram os melhores Bordeaux tintos (em geral um blend de Cabernet
Sauvignon e Merlot e, às vezes, algum Cabernet Franc) e os melhores Borgonhas
brancos (feitos apenas de Chardonnay). O evento entrou para a história como a
primeira grande evidência de que países do Novo Mundo podiam fazer vinhos tão bons
ou melhores do que os franceses, os reis do Velho Mundo vínico.

Esse é o quadro geral que emergiu da degustação. Mas muitos detalhes importantes da
competição são pouco conhecidos ou acabaram ofuscados pelo espantosa vitória dos
vinhos americanos. Você sabia, por exemplo, que, tanto na categoria dos tintos como na
dos brancos, eram seis vinhos da Califórnia contra quatro da França? Sabia que os
juízes da degustação eram nove, todos franceses, e que eles adotaram a (horrível) a
escala de notas até 20 pontos? Sabia que a vitória americana na ala dos tintos foi bem
menos expressiva do que na dos brancos?

Confira a classificação final do Julgamento de Paris, segundo informações do livro O


Julgamento de Paris, de George M. Taber, que,em 1976, era corresponde em Paris do
semanário americano Time e único jornalista a presenciar o evento (neste link os
curiosos podem ler a pequena reportagem que Taber fez para o periódico que circulou
pouco mais de uma semana após a degustação):

Vinho – Pontuação final (soma das notas dos 9 juízes)

Brancos
Chateau Montelena 1973 (EUA) - 132

Meursault Charmes Roulot 1973 (FR) - 126,5

Chalone Vineyard 1974 (EUA) - 121

Spring Mountain 1973 (EUA) - 104

Beaune Clos des Mouches Joseph Drouhin 1973 (FR) - 101

Freemark Abbey Winery 1972 (EUA) - 100

Bâtard-Montrachet
Ramonet-Prudhon 1973 94 FR
Puligny-Montrachet Les Pucelles
Domaine LeFlaive 1972 89 FR
Veedercrest Vineyards 1972 88 EUA
David Bruce Winery 1973 42 EUA
TINTOS
Stag’s Leap Wine Cellars 1973 127.5 EUA
Château Mouton Rothschild 1970 126 FR
Château Haut-Brion 1970 125.5 FR
Château Montrose 1970 122 FR
Ridge Vineyards Monte Bello 1971 103.5 EUA
Château Léoville-Las-Cases 1971 97 FR
Mayacamas Vineyards 1971 89.5 EUA
Clos Du Val Winery 1972 87.5 EUA
Heitz Cellars Martha’s Vineyards 1970 84.5 EUA
Freemark Abbey Winery 1969 78 EUA

Bâtard-Montrachet Ramonet-Prudhon 1973 (FR) - 94

Puligny-Montrachet Les Pucelles Domaine Leflaive 1972 (FR) - 89

Veedercrest Vineyards 1972 (EUA) - 88

David Bruce Winery 1973 (EUA) - 42

Tintos

Stag’s Leap Wine Cellars 1973 (EUA) - 127.5

Château Mouton Rothschild 1970 (FR) - 126

Château Haut-Brion 1970 (FR) - 125.5

Château Montrose 1970 (FR) - 122

Ridge Vineyards Monte Bello 1971 (EUA) - 103.5


Château Léoville-Las-Cases 1971 (FR) - 97

Mayacamas Vineyards 1971 (EUA) - 89.5

Clos Du Val Winery 1972 (EUA) - 87.5

Heitz Cellars Martha’s Vineyards 1970 (EUA) - 84.5

Freemark Abbey Winery 1969 (EUA) - 78

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