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20/11/2021 FT: Martin Wolf indica suas melhores leituras de meio de ano | Eu & | Valor Econômico

Eu &
FT: Martin Wolf indica suas melhores leituras de
meio de ano
Uma seleção de livros sobre economia

Por Martin Wolf, Financial Times


27/06/2021 08h00 · Atualizado há 4 meses

“The Power of Creative Destruction: Economic Upheaval and the Wealth of Nations”
(O poder da destruição criativa: convulsão econômica e a riqueza das nações), de
Philippe Aghion, Céline Antonin e Simon Bunel, traduzido do francês para o inglês
por Jodie Cohen-Tanugi; Belknap Press (edição impressa por R$ 193,82 e livro digital
por R$ 136,59). Neste livro importante, Aghion, do Collège de France e da London
School of Economics, e dois colaboradores elucidam pesquisas sobre a ideia seminal
de Joseph Schumpeter de “destruição criativa”. Que se apoia em três fundamentos:
primeiro, que “a inovação e a difusão do conhecimento estão no centro do processo
de crescimento”; segundo, que “os inovadores são motivados pela possibilidade de
monopólio lucrativo”; e, finalmente, que a inovação ameaça os grupos já
estabelecidos, que lutarão para barrá-la.

“Economics in One Virus: An Introduction to Economic Reasoning through Covid-19”


(A economia em um vírus: uma introdução ao raciocínio econômico por meio da
covid-19), de Ryan A. Bourne; Cato (livro digital por R$ 52,20). Neste livro excelente,
Bourne, do Cato Institute, think tank que defende o livre mercado, aplica conceitos
econômicos às questões levantadas pela pandemia. Entre outros tópicos, ele discute
externalidades, as relações entre comportamento privado e políticas públicas,
análise de custo-benefício, pensamento marginal, tomada de decisão em situações
de incerteza, trade-offs regulatórios, o valor do comércio, como a política determina

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quem é socorrido e por que nós estávamos despreparados para um perigo


reconhecido de forma tão ampla.

“Innovation in Real Places: Strategies for Prosperity in an Unforgiving World”


(Inovação em lugares reais: estratégias para a prosperidade em um mundo
implacável), de Dan Breznitz; Oxford University Press (edição impressa por R$ 150,62
e livro digital por R$ 101,75). Neste livro fascinante, Breznitz, professor da Munk
School da Universidade de Toronto, argumenta que a inovação é “a única maneira
de garantir o crescimento sustentável a longo prazo da economia e do bem-estar
social”. E, fundamentalmente, que “inovação não é invenção, assim como não são a
alta tecnologia e a criação de novas tecnologias e dispositivos”. É “o processo
completo de pegar novas ideias e desenvolver produtos e serviços novos ou
aperfeiçoados”. Esse ecleticismo traz insights fascinantes.

“Value(s): Building a Better World for All” (Valor(es): construindo um mundo melhor
para todos), de Mark Carney; William Collins (edição impressa por R$ 158,17 e livro
digital por R$ 50,04). Carney, ex-governador do Banco da Inglaterra, escreveu um
livro surpreendente. Ele começa por enfatizar a diferença entre uma economia de
mercado e uma sociedade de mercado. Em seguida, discute como três crises — a
crise financeira mundial, a crise da covid-19 e a crise das mudanças climáticas — nos
desafiam. Por fim, é um chamado ao reconhecimento do valor dos valores, entre os
quais estão “responsabilidade, equidade, integridade, dinamismo, solidariedade e
resiliência”. Leia resenha de Joaquim Levy.

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Recomendações de Martin Wolf — Foto: Divulgação

“The Wealth Hoarders: How Billionaires Pay Millions to Hide Trillions” (Os
acumuladores de riqueza: como bilionários pagam milhões para esconder trilhões),
Chuck Collins; Polity (edição impressa por R$ 97,70 e livro digital por R$ 92,81). Neste
livro fascinante, Collins, um homem que doou a fortuna que herdou, descreve com
detalhes a teia de proteções legais — paraísos fiscais, fundos, empresas de fachada
e até instituições de caridade — construídas por membros espertos e sem princípios
da área de defesa da riqueza para proteger vastas fortunas, elas mesmas com
frequência resultado de fraudes, corrupção e gangsterismo descarado. Leia e chore.

“An Economist’s Lessons on Happiness: Farewell Dismal Science!” (Lições de um


economista sobre felicidade: adeus ciência sombria!), de Richard A. Easterlin;
Springer (livro digital por R$ 50,85). O dinheiro compra a felicidade? Easterlin, o avô
da “economia da felicidade”, há muito argumenta que não. Ele também insiste em
que é possível mensurar a felicidade e, uma vez que isso seja feito, cabe ao governo
promovê-la, em vez da renda nacional. Esta é uma opinião compartilhada de forma
cada vez mais ampla. Mas é importante notar que, de acordo com o Relatório da
Felicidade Mundial, os países mais felizes são todos democracias ocidentais
prósperas.

“Religion and the Rise of Capitalism” (Religião e a ascensão do capitalismo), de


Benjamin M. Friedman; Knopf (edição impressa por R$ 175,59 e livro digital por R$
125,14). Friedman, de Harvard, trata da relação entre religião e a ascensão do
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capitalismo, tema sobre o qual o sociólogo alemão Max Weber escreveu no início do
século XX. Friedman levanta dois pontos especialmente importantes: o primeiro,
que a crença religiosa do século XVIII de que era possível progredir na Terra
impregnou a economia em seus inícios; e, segundo, que a ideia de que o socialismo
(ou, pior, o comunismo) era simultaneamente hostil ao cristianismo e ao capitalismo
criou a potente aliança ideológica que se observa no conservadorismo americano
contemporâneo.

“Rescue: From Global Crisis to a Better World” (Resgate: da crise global para um
mundo melhor), de Ian Goldin; Cetro (livro digital por R$ 46,78). Goldin, da
Universidade de Oxford, argumenta que, antes da pandemia, o mundo caminhava
rapidamente para o abismo: desigualdade enorme, populismo crescente e desastre
ambiental. Mas a catástrofe compartilhada da pandemia pode nos salvar. Ele diz
que “a tarefa agora é transformar as respostas reativas às emergências econômica e
de saúde pública em um conjunto proativo de políticas e ações para criar um
mundo inclusivo e sustentável de prosperidade compartilhada”. É uma visão
otimista. Vai virar realidade?

“#We Are Rent: Capitalism, Cannibalism and Why We Must Outlaw Free Riding”
(#Somos renda: capitalismo, canibalismo e por que devemos tornar o parasitismo
ilegal), de Fred Harrison; Land Research Trust (edição impressa por R$ 128,37 e livro
digital por R$ 61,08). Como um dos principais seguidores contemporâneos de Henry
George, Harrison é, ao contrário de outros que se consideram assim, um pensador
genuinamente heterodoxo. George, um escritor influente do século XIX, enfatizou os
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terríveis resultados da privatização da terra, que criou uma classe de parasitas que
vivem de renda. Harrison tem a mesma ideia básica, mas a amplia. O rentismo, na
sua avaliação, é o grande destruidor de civilizações. Ele não está errado.

“Noise: A Flaw in Human Judgment” (Ruído: uma falha no julgamento humano), de


Daniel Kahneman, Olivier Sibony e Cass R. Sunstein; William Collins/Little, Brown
Spark (edição impressa por R$ 172,44 e livro digital por R$ 58,20). O ganhador do
Prêmio Nobel Kahneman escreveu em parceria com Sibony, da HEC Paris, e
Sunstein, de Harvard, um livro fascinante sobre “ruído”, definido como “a
variabilidade indesejada de julgamentos, que existe em demasia”. O ruído é o que
resta quando a opinião foi eliminada. É “a variabilidade nos julgamentos que
deveriam ser idênticos”. O ruído provoca erros, às vezes de enorme magnitude. Ele é
difícil de eliminar. Mas podemos tentar. Só que em primeiro lugar devemos
reconhecer sua importância.

“Freedom from the Market: America’s Fight to Liberate Itself from the Grip of the
Invisible Hand” (Liberdade com relação ao mercado: a luta dos Estados Unidos para
se libertarem do controle da mão invisível), de Mike Konczal; The New Press (edição
impressa por R$ 111,09 e livro digital por R$ 94,90). Os EUA e, em grau muito menor,
outras democracias de alta renda estão no meio de uma dessas batalhas históricas
sobre o papel e os limites dos mercados, como estiveram nos anos 1930 e de novo
nos anos 1980. Konczal, do Roosevelt Institute, é um dos guerreiros nessa luta, e
defende veementemente a necessidade de estabelecer limites muito mais estreitos
sobre o que cabe aos mercados do que tem sido o caso nas últimas décadas. Uma
polêmica poderosa.

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“The Next Money Crash – And a Reconstruction Blueprint” (A próxima crise do


dinheiro – e um projeto de reconstrução), de Uli Kortsch (ed.); IUniverse (livro digital
por R$ 42,90). Esta coletânea de ensaios parte de um ponto simples e
inquestionavelmente correto: nosso sistema monetário, construído como é sobre
dívidas criadas por empresas privadas que buscam o lucro, é fundamentalmente
frágil. Para remediar essa fragilidade, ele precisou de suporte e regulamentação
cada vez maiores por parte de governos e bancos centrais. Isso cria um enorme
risco moral e por isso incentiva a criação de cada vez mais dívida. Nós precisamos de
um sistema melhor. Este livro explica por que e como isso pode finalmente
acontecer.

Recomendações de Martin Wolf — Foto: Divulgação

“Mission Economy: A Moonshot Guide to Changing Capitalism” (Missão economia:


um guia ambicioso e radical para mudar o capitalismo), de Mariana Mazzucato; Allen
Lane (edição impressa por R$ 164,74 e livro digital por R$ 87,90). Este livro é de uma
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pensadora influente sobre um tópico importante em um momento em que a


confiança na direção dos governos cresceu muito em relação à confiança na
competição descentralizada dentro dos mercados. Mazzucato recomenda a
inovação orientada para objetivos como o caminho para o mundo avançar.
Pessoalmente, sou extremamente cético. Mas os outros precisam chegar às
próprias conclusões sobre esses argumentos importantes.

“Bettering Humanomics: A New, And Old, Approach To Economic Science” (Melhorar


a humanomia: uma abordagem nova, e antiga, da ciência econômica), de Deirdre
Nansen McCloskey; University of Chicago Press (livro digital por R$ 151,34).
McCloskey é uma figura única na economia. Neste pequeno livro, ela resume seu
credo: que é, simplesmente, o de que seres humanos não são máquinas. Uma
ciência social, a economia, deve envolver as ciências humanas, que estudam o que
os seres humanos pensam sobre si mesmos. São as nossas ideias, não as
instituições ou a tecnologia, que criaram o mundo moderno. Em suma, “precisamos
de uma economia melhor, uma humanomia aprimorada, uma economia com os
seres humanos dentro dela”.

“What We Owe Each Other: A New Social Contract” (O que devemos uns aos outros:
um novo contrato social), de Minouche Shafik; The Bodley Head (livro digital por R$
74,33). Shafik é uma insider que se tornou radical. Ela é diretora da London School of
Economics e antes ocupou cargos importantes no Banco Mundial, no Departamento
para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, no Fundo Monetário
Internacional (FMI) e no Banco da Inglaterra. Neste livro inteligente e lúcido, ela
defende um novo contrato social baseado em três princípios: segurança para todos;
investimento em competências; e compartilhamento eficiente e justo dos riscos.

“How China Escaped Shock Therapy: The Market Reform Debate” (Como a China
escapou da terapia de choque: o debate sobre a reforma do mercado), de Isabella

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M. Weber; Routledge (livro digital por R$ 194,89). O avanço da China tem sido a
história econômica transformadora das últimas quatro décadas. Mas por que a
China adotou sua estratégia incremental de “reforma e abertura”? A alemã Weber,
agora no Amherst College, oferece uma resposta bem fundamentada: o Estado
chinês “usa o mercado como uma ferramenta na prossecução de seus objetivos
mais amplos de desenvolvimento”. Acima de tudo, ao evitar a “terapia de choque”,
ele buscou proteger “os setores estrategicamente críticos da economia” de
mudanças desestabilizadoras.

Obs.: Os preços são da Amazon brasileira, com versões digitais sendo para Kindle.

(Tradução de Lilian Carmona)

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