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Sistemas Elétricos de Potência

3. Elementos de Sistemas Elétricos de


Potência

3.1.3 Indutância e Reatância Indutiva das Linhas


de Transmissão

Professor: Dr. Raphael Augusto de Souza Benedito


E-mail:raphaelbenedito@utfpr.edu.br
disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito

1
Conteúdo
- Introdução;
- Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D;
- Indutância de uma Linha a dois fios (bifilar);
- Indutância de uma Linha Trifásica;
- Indutância de uma Linha Trifásica com arranjo equilátero de
Condutores;
- Transposição de Condutores;
- Múltiplos Condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG);
- Reatância Indutiva

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Introdução

• A indutância, assim como a resistência ôhmica, é um dos


parâmetros que mais afetam a capacidade de transporte de
energia em linhas de transmissão.

• A corrente elétrica que flui através de um condutor de uma


linha produz um campo magnético e um fluxo magnético
associado a este campo.

• Por sua vez, a intensidade do fluxo magnético depende de


alguns fatores:
– do valor da corrente elétrica; Lei de Ampère
– da geometria e distribuição espacial do condutor; r r r r
– do meio no qual o condutor está inserido. ∫γ H ⋅ dl = ∫s j ⋅ ds
3
Introdução

• Por outro lado, a variação de fluxo magnético que concatena


(fluxo concatenado) o circuito (espira) induz uma tensão
elétrica. Pela lei de Faraday:
dφc
e= (V )
dt
onde ϕc é o fluxo concatenado em Webers-espiras (Wb-e).

• Considerando que o meio onde se estabelece o campo


magnético tenha permeabilidade constante, temos uma relação
linear entre ϕc e corrente elétrica, logo:
dφ c di
e= =L (V )
dt dt
sendo L a indutância, também chamada indutância própria
dφ c φ c
L= = (H ) 4
di i
Introdução

• Além da indutância própria, existirá a indutância mútua quando


existe mais que um circuito. A indutância mútua entre dois
circuitos, por exemplo, é definida como a relação entre o fluxo
concatenado com um circuito (devido à corrente no outro
circuito) pela corrente.

• Se uma corrente i2 produz num circuito 1 o fluxo concatenado


ϕ12, a indutância mútua será:
φC12
M 12 = L12 = (H )
i2

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Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

• Considere um condutor cilíndrico de raio “r”, conduzindo corrente i,


e que está a uma distância “D” de um condutor de raio ínfimo “P”
(com i=0).

Figura : Condutor de raio r e condutor de raio ínfimo sem carga

• Para calcularmos a indutância total causada pelo condutor até “P”,


devemos considerar duas parcelas:
- a indutância devido ao fluxo interno;
6
- a indutância devido ao fluxo externo ao condutor
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância interna (Lint):


• Considerando a corrente uniforme dentro do condutor, e aplicando a lei de
Ampère para uma distância “x”, sendo 0< x ≤ r, podemos calcular a
intensidade do campo magnético (Hx) devido à parcela Ix :

r r r r
∫ H x ⋅ ds = ∫A j ⋅ dA = I x
densidade de corrente no interior do condutor
i
H x ⋅ 2π ⋅ x = ⋅ πx 2
π ⋅r2
parcela da corrente devido ao raio “x” em relação ao raio “r”
x Ae
Hx = ⋅i 7
2π ⋅ r 2 m
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância interna (Lint):


A partir da intensidade de campo magnético (H), calcula-se a densidade de
campo
Bx = µ ⋅ H x
µ⋅x
Bx = 2
⋅ i Wb 2
2π ⋅ r m
onde µ é a permeabilidade magnética do meio (µ = µ r µ o).

Observe que Bx é a densidade de campo magnético calculada a uma


distância “x” do centro do condutor.

• Aproveitando o resultado acima, vamos calcular o fluxo magnético


considerando uma espessura dx, conhecido como fluxo incremental.
Assim o fluxo incremental dϕ (ou dB) será Bx vezes a área da seção
transversal do elemento, que neste caso é (L dx), sendo L o comprimento do
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condutor.
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância interna (Lint):


Logo, para 1 metro de comprimento do condutor temos a seguinte
expressão para fluxo incremental (dϕ):
dφ = B x ⋅ L ⋅ d x
µ ⋅ x ⋅i
dφ = ⋅ d x Wb
2π ⋅ r 2 m

• Já o fluxo incremental concatenado (dϕc), corresponderá a uma parcela de


dϕ, pois o fluxo incremental dϕ se concatena (enlaça) apenas com uma
fração da corrente i. Logo:
Ax π ⋅ x2
dφ c = ⋅ dφ = 2
⋅ dφ
Ar π ⋅r
x2 µx
dφ c = ⋅ ⋅ i ⋅ dx
r2 2π ⋅ r 2

µ ⋅ x3 Wbe 9
dφ c = ⋅ i ⋅ dx
2π ⋅ r 4 m
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância interna (Lint):


A partir da integral da equação anterior para um intervalo de (0, r), obtemos
o fluxo concatenado interno:
3
r µ⋅x
φ c = ∫0 4
⋅ i ⋅ dx
2π ⋅ r
r
4
µ ⋅i r 3 µ ⋅i x
4 ∫0
φc = x ⋅ dx = 4

2π ⋅ r 2π ⋅ r 4
0

µ ⋅ i ⋅ (r 4 ) µ ⋅ i Wbe
φc = 4
=
m
8π ⋅ r 8π
Como ϕc = L i ,temos que
µ H
Lint =
8π m
10
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância interna (Lint):


−7
Considerando µ = µ o = 4π ⋅ 10 , obtemos:

4π ⋅ 10 −7 1 H
Lint = = ⋅ 10 −7
8π 2 m

• Obs.: a expressão acima é a equação para cálculo da indutância por


unidade de comprimento devido ao fluxo magnético interno ao
condutor.

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Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância externa (Lext):


• Para o condutor de raio ínfimo “P”(i=0) afastado “D” metros do centro do
condutor de raio “r”, com D >> r, a intensidade e a densidade do campo
magnético externa ao condutor de raio “r” podem ser calculados por :

i Ae
H=
2π ⋅ x m
µ ⋅i Wb
B = µ⋅H =
2π ⋅ x m2 12
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância externa (Lext):


• Diferentemente da situação anterior, neste caso o fluxo incremental
concatenado (dϕc), externo ao condutor de raio “r”, será igual ao fluxo
incremental (dϕ). Isto porque o fluxo externo ao condutor concatena toda a
corrente do condutor uma vez. Logo:
µ ⋅i
dφ c = dφ = B ⋅ dx = dx Wbe
2π ⋅ x m

• Por conseqüência, o fluxo concatenado externo, entre o condutor de raio


“r” e “P”, pode ser calculado através da seguinte integral:
D µ⋅ µ ⋅i D 1
φcext = ∫r ⋅ i ⋅ dx = ∫r
⋅ dx
2π ⋅ x 2π ⋅ x x
µ ⋅i D µ ⋅i
φc = ln x r = [ln D − ln r ]
2π 2π
µ ⋅ i  D  Wbe
φc = ln 
2π  r  m
13
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Cálculo da indutância externa (Lext):


Como ϕc = L i ,temos que
µ D H
Lext = ln 
2π  r  m

−7
Considerando µ = µ o = 4π ⋅ 10 , podemos escrever:

D H
Lext = 2 ⋅ 10 −7 ln  
r  m

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Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio
ínfimo a uma distância D

Indutância Total
L = Lint + Lext
µ µ  D  µ 1  D 
L= + ln   =  + ln   
8π 2π  r  2π  4  r 
µ  1/ 4 D  µ  e1 / 4 ⋅ D 
L= ln e + ln r  = 2π ln r 
2π    
µ  D  µ  D H
L=  ln −1 / 4 
= ln r ' 
2π  r ⋅e  2π   m

O termo r ' = r ⋅ e −1 / 4 = r ⋅ 0,7788 é chamado de raio reduzido de “r” (ou RMG),


e representa a parcela do fluxo concatenado pelo próprio condutor de raio “r”.
Assim, de modo geral:
µ D H
L= ln
2π r' m
ou
D H
L = 2 ⋅10 − 7 ln   15
 r'  m
Indutância de uma linha a dois fios (bifilar)

• Considere um condutor cilíndrico de raio “r1” e outro condutor de


raio “r2” (retorno), que estão distantes entre si em “D” metros, e que
i2 = - i1.

Figura: Condutores de raios distintos

• Como a corrente do condutor 2 (i2) tem o sentido oposto à corrente


i1, o fluxo concatenado por ela produzido envolve o circuito com o
mesmo sentido do fluxo produzido pela corrente i1.
• Logo, o fluxo resultante é a soma dos fluxos dos dois condutores e,
como conseqüência, a indutância total do circuito será:

L = L1 + L2 16
Indutância de uma linha a dois fios (bifilar)

Através de resultados anteriores, temos:


L = L1 + L2
µ  D µ  D
L == ln  + ln 
2π  r '1 2π  r '2 
µ D2 µ D2
L == ln = ln
2π ( r '1 ⋅r ' 2 ) π ( r '1 ⋅r ' 2 )
µ D H
L= ln
π r '1 ⋅r ' 2 m

Se r ' 2 = r '1 = r ' , teremos:


µ D H
L= ln
π r' m
−7
Considerando µ = µ o = 4π ⋅ 10 , podemos escrever:
D H
L = 4 ⋅ 10 −7 ln 17
r' m
Exercício

1) Em uma fazenda, um condutor cilíndrico de alumínio (unifilar) com


retorno pelo solo e tensão de 127 Volts eficazes, fornece energia
elétrica para iluminação de um galpão que está a 500 metros de
distância da sede da fazenda. Considerando que o raio deste condutor
é de 1,5 cm e que a distância entre o condutor e o solo seja de 3
metros de altura, calcule: a) a indutância para um metro deste
condutor até o solo; b) a indutância total causada por este condutor
até o solo, considerando a distância total entre a sede e o galpão.

µ = µ o = 4π ⋅ 10 −7
r ' = r ⋅ e −1 / 4 = r ⋅ 0,7788

18
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• Considere 3 condutores retilíneos, paralelos e de raios distintos, que
constituem uma linha trifásica onde I&1 + I& 2 + I& 3 = 0 . Considere
também um ponto P (ou condutor de raio ínfimo) afastado desses
condutores conforme a figura abaixo:

Figura: Condutores de uma Linha Trifásica distantes de um ponto P


19
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico

• Nosso objetivo é calcular a matriz de indutância trifásica:


φC1P   L11 L12 L13   I&1 
φ  = L  & 
 C 2 P   21 L22 L23  ⋅  I 2 
φC 2 P   L31 L32 L33   I&3 

• Inicialmente, calcularemos o fluxo concatenado total entre P e o


condutor 1. Entretanto, tal fluxo é composto de três parcelas:
φC1P = φC1PI 1 + φC1PI 2 + φC1PI 3
- A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I1 ;
- A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I2 ;
- A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I3 .

20
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• O fluxo concatenado em P com o condutor 1, devido à corrente I1, pode ser
calculado como:
µ D
φC1PI 1 = ln 1P ⋅ I&1 Wbe
2π r '1 m

• Já o fluxo concatenado em P com o condutor 1, devido à corrente I2, pode


ser expresso por:
µ D
φC1PI 2 = ln 2 P ⋅ I&2 Wbe
2π D12 m

• De modo análogo, temos o fluxo concatenado em P com o condutor 1,


devido à corrente I3:
µ D
φC1PI 3 = ln 3 P ⋅ I&3 Wbe
2π D13 m

21
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• A partir das três equações anteriores, o fluxo concatenado total em P com o
condutor 1 é:
φ C1P = φ C1PI 1 + φ C1PI 2 + φC1PI 3

µ  D1P & D2 P & D3 P &  Wbe


φ C 1P =  ln ⋅ I 1 + ln ⋅ I 2 + ln ⋅ I3 
m
2π  r '1 D12 D13 

A expressão acima ainda pode ser escrita da seguinte forma:


µ  1 & 1 & 1 & & + ln D ⋅ I& + ln D ⋅ I&  Wbe
φ C 1P =  ln ⋅ I 1 + ln ⋅ I 2 + ln ⋅ I 3 + ln D1P ⋅ I 1 2P 2 3P 3 m
2π  r '1 D12 D13 
X
como a soma fasorial das três correntes é igual a zero, temos I&1 = − I&2 − I&3 e
a parcela X pode ser reescrita como a seguir:
( )
X = ln D1P ⋅ − I&2 − I&3 + ln D2 P ⋅ I&2 + ln D3 P ⋅ I&3
X = − ln D ⋅ I& − ln D ⋅ I& + ln D ⋅ I& + ln D
1P 2 1P 3 2P 2 3P ⋅ I&3
D2 P & D 22
X = ln ⋅ I 2 + ln 3 P ⋅ I&3
D1P D1P
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
D D
Fazendo P → ∞ , as parcelas 2P
D1P e
3P
D1P tenderão para 1, e os
logaritmos respectivos se anulam. Assim, a parcela X será nula e o fluxo
concatenado no condutor 1 torna-se:

µ  1 & 1 & 1 &  Wbe


φ C 1P = ln ⋅ I 1 + ln ⋅ I 2 + ln ⋅ I3 
m
2π  r '1 D12 D13 
• Utilizando o mesmo raciocínio, podemos calcular os fluxos concatenados
com os condutores 2 e 3, respectivamente por:
µ  1 & 1 & 1 &  Wbe
φC 2 P =  ln ⋅ I 1 + ln ⋅ I 2 + ln ⋅ I3 
m
2π  D12 r ' 2 D 23 

µ  1 & 1 & 1 &  Wbe


φC 3P =  ln ⋅ I 1 + ln ⋅ I 2 + ln ⋅ I3 
m
2π  D13 D 23 r ' 3 

23
Indutância de uma linha trifásica com
espaçamento assimétrico
• Matriz de indutância trifásica da linha de transmissão
(desprezando efeito do solo):
 1 1 1 
 ln ln ln 
 φ C1   r '1 D12 D13   I& 
1
φ  = µ ln 1 1 1  & 
ln ln ⋅ I2
 C 2  2π  D r '2 D23   & 
φC 2   12

ln 1 1 1  I3 
ln ln
 D13 D23 r '3 

• Outra forma de representar a equação matricial acima pode ser


obtida utilizando-se a hipótese inicial de que I&1 + I&2 + I&3 = 0 . Assim,
eliminando I3 da primeira e da segunda equação, e eliminando I1
da terceira equação, temos:
 D13 D13 
 ln ln 0 
 φ C1   r '1 D12   I&1 
φ  = µ ln D23  
0  ⋅  I&2 
D
 C 2  2π  D ln 23
r '2
φC 2   12
  I&3 
 0 D D  
ln 13 ln 13  24
 D23 r '3 
Indutância de uma linha trifásica com
arranjo equilátero de condutores
• Considere um arranjo equilátero entre os condutores, assim como ilustrado
através da figura a seguir:

Figura: Linha trifásica com arranjo equilátero


Inspecionando-se a última equação apresentada anteriormente e
substituindo D12 = D13 = D23 = D , obtemos a seguinte simplificação:
 D 
 ln 0 0 
φ C1  r' & 
   I1 
φ  = µ

D
0  ⋅  I&2 
 C 2  2π  0 ln
r'  & 
φ C 2   0 I3
ln   
D
 0
r' 
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Indutância de uma linha trifásica com
arranjo equilátero de condutores
• Considere um arranjo equilátero entre os condutores, assim como ilustrado
através da figura a seguir:

Figura: Linha trifásica com arranjo equilátero

Concluímos que a disposição equilátera dos condutores


elimina (ou minimiza) a indutância mútua causada pelos
condutores quando I&1 + I&2 + I&3 = 0

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Transposição de Condutores

• A transposição dos condutores pode ser aplicada a qualquer tipo de


arranjo e serve como uma transformação da linha original em
uma linha equilátera equivalente (minimizando ou eliminando as
indutâncias mútuas).
• A transposição é realizada conforme mostrado na figura a seguir:

27
Transposição de Condutores

Considerando os raios iguais para os três condutores (r), obtemos a


seguinte expressão matricial simplificada:
 Deq 
ln 0 0 
φ C1   r'   I&1 
φ  = µ  Deq  
  2π  0 ln 0  ⋅  I&2 
C 2
r' 
φ C 2   Deq   I&3 
 0 0 ln 
 r ' 

sendo que Deq é a Distância Média Geométrica entre os condutores


(de fases distintas), e calculada neste caso (3 condutores) como:
Deq = 3 D12 ⋅ D 23 ⋅ D13

Observe que Deq é o espaçamento equilátero equivalente das três


distâncias, causado pela transposição dos três condutores.

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Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)

Raio Médio Geométrico de um Cabo


• Usualmente, cada condutor elétrico utilizado em transmissão de
energia elétrica é composto por um conjunto de subcondutores,
formando assim um cabo encordoado ou um feixe.

No caso de cabos ou feixes, o raio equivalente considerando o conjunto de


subcondutores é expresso pela Distância Média Geométrica Própria (DS),
também chamada de Raio Médio Geométrico (RMG). Podendo ser
calculada através de:
D s = req = n (r '1 ⋅D12 ⋅ ... ⋅ D1n ) ⋅ (D21 ⋅ r ' 2 ⋅... ⋅ D2 n ) ⋅ (Dn1 ⋅ Dn 2 ⋅ ... ⋅ D1n −1 ⋅ r ' n29
)
2
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)

Raio Médio Geométrico de Cabos Múltiplos


• Em sistemas elétricos cujas tensões são maiores que 230kV (EAT) é
usual a utilização de cabos (ou condutores) múltiplos por fase. Isto é
feito, principalmente, para diminuir o gradiente de potencial
elétrico nos condutores, e assim, evitar ou minimizar a ocorrência
do Efeito Corona.
• Além disso, a utilização de cabos múltiplos reduz a indutância por
fase e total da linha, já que o raio reduzido formado pelo grupo de
condutores múltiplos (chamado de Raio Médio Geométrico de
cabos múltiplos - DsCM) aumenta.

Em situações práticas, os cabos múltiplos apresentam sempre


condutores iguais, espaçados uniformemente, circunscritos em um
círculo (o que facilita os cálculos do raio equivalente, que é feito
conforme a última equação mostrada no slide anterior). Veja a
seguir: 30
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)
Raio Médio Geométrico de Cabos Múltiplos

Fig.: Casos mais comuns de cabos múltiplos por fase

Considerando Ds como raio médio geométrico de um cabo (ou raio


reduzido de um cabo), e DsCM como o raio médio geométrico de cabos
múltiplos (ou raio reduzido de cabos múltiplos), temos:
2
- p/ dois cabos por fase: => DSCM = 2 (DS ⋅ d )2 = 2 DS ⋅ d
2
- p/ três cabos por fase: => DSCM = 3 (DS ⋅ d ⋅ d )3 = 3 DS ⋅ d 2

- p/ quatro cabos por fase: => 2


(
DSCM = 4 DS ⋅ d ⋅ d ⋅ 2 ⋅ d )
4
= 1,09 ⋅ 4 DS ⋅ d 3 31
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico
(RMG)

Raio Médio Geométrico de Cabos Múltiplos

Observação importante:
• A partir do valor de DsCM , devemos substituir este valor no lugar
de r’ (raio reduzido) nas equações anteriores de fluxo concatenado e
indutância, onde considerávamos a existência de apenas um condutor
por fase.
• Já para o cálculo das distâncias entre fases, devemos adotar as
distâncias entre os centros dos cabos múltiplos.

32
Expressão Geral de Indutância por Fase (resumo)

• A expressão geral para cálculo da indutância por fase em circuitos


trifásicos com transposição de condutores é:
µ Deq
L= ⋅ ln (H )
2π Ds m

sendo: Deq = 3 Dab ⋅ Dbc ⋅ Dca


a distância média geométrica entre as três fases;
Ds = RMG raio médio geométrico de um cabo ou raio reduzido de um
condutor, considerando também o efeito pelicular (geralmente é fornecido
pelo fabricante do condutor);

• Para cabos múltiplos por fase, temos:


µ Deq
L= ⋅ ln CM (H )
2π DS m

sendo DsCM o raio médio geométrico de cabos múltiplos e calculado como


mostrado anteriormente.
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Reatância Indutiva

• A reatância indutiva (XL) por fase da linha de transmissão


corresponde à parte imaginária da impedância complexa em série (Z)
da linha, e depende do valor da freqüência (f) e da indutância (L),
sendo calculada por:
X L = ω ⋅ L = 2π ⋅ f ⋅ L (Ω )
m
• O resultado da reatância acima pode ser utilizado em sua forma
matricial, desde que L seja a matriz de indutância trifásica.
• Observe que a parcela real da impedância complexa em série da
linha é dada pela resistência por fase associada ao condutor (ou aos
cabos múltiplos), assim podemos escrever a impedância de uma fase
da linha como:

Z = R + j ⋅ X L (Ω )
m
34
Referências Bibliográficas

[1] MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a Sistemas de


Energia Elétrica. Editora UNICAMP, 1ª. Edição, Campinas, 2003.

[2] STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de


Potência. 2ª ed. Editora MacGraw-Hill do Brasil. São Paulo.1986.

[3] FUCHS, RUBENS DARIO. Transmissão de Energia Elétrica:


linhas aéreas; teoria das linhas em regime permanente. 2ª. Edição;
Editora Livros Técnicos e Científicos, Rio de janeiro, 1979.

[4] ZANETTA Jr., LUIZ CERA. Fundamentos de Sistemas Elétricos


de Potência. 1ª. Edição; Editora Livraria da Física, São Paulo, 2005.

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Transposição de Linhas

Colaborador: Alain Toyama


Figura 2 – transposição modificado
Fonte: wikimedia (2013).

Figura 1 – transposição
Fonte: wikimedia (2013).
Figura 4 – transposição de média tensão
Fonte: BUTLER (2013).

Figura 3 – transposição de média tensão


Fonte: Myinsulators (2013).
Figura 5 – transposição na federação russa - Рондоль
Fonte: Panoramio (2010).
Referências:
• Panoramio. Disponível em:
<http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=photo&position=218
&with_photo_id=34990768&order=date_desc&user=4043981>. Acesso
em: 16 fev.2013.

• Wikimedia. Disponível em:


<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/Facility4508_Pylo
n206.JPG>. Acesso em: 16 fev.2013.

• BUTLER, Lloyd. The transmission section of the postmaster generals


department in adelaide. Mar. 2011. Disponível em:
<http://users.tpg.com.au/users/ldbutler/TranSectPMG.htm>. Acesso
em: 17 fev.2013.

• Interference Between Power and Telecom Lines. Disponível em:


<http://www.myinsulators.com/acw/bookref/interference/index.html>.
Acesso em: 17 fev.2013.

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