PRÁTICA Nº: 3
NOME: Amanda Almerino Rangel.
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO
PARTE A - Purificação da amostra e determinação do percentual de recuperação:
A técnica geral envolve a dissolução do material a ser cristalizado em um solvente (ou
mistura de solventes) quente seguido pelo resfriamento lento da solução. O material
dissolvido tem a solubilidade diminuída a temperaturas mais baixas e vai se separar da
solução à medida que esta for resfriada (ENGEL, 2012), ou seja, é uma técnica indicada para
purificação final de compostos cristalinos, a qual se baseia nas diferenças de solubilidade
entre o produto e as impurezas em um solvente específico ou em uma mistura de solventes.
Sendo assim, a seguinte prática tem por finalidade purificar uma amostra de Anidro
Ftálico, através da técnica de recristalização e em seguida, determinar o percentual de
recuperação da amostra. O Anidro Ftálico, cuja a fórmula molecular é (C8H4O3), apresenta um
baixo valor de solubilidade em água (0,68g/100g) e possui o ponto de fusão aproximado de
131°C.
Inicialmente, pesou-se 1,064g de Anidro Ftálico com impurezas, com o auxílio de um
funil de vidro transferiu-se para um tubo de ensaio e adicionou-se uma pequena quantidade
água. Colocou-se um béquer contendo água destilada na chapa aquecedora em banho-maria,
imergiu-se o tubo e fez-se o aquecimento da solução até solubilizar o máximo da amostra,
pois de acordo Engel (2012) uma cristalização bem sucedida depende de uma grande
diferença entre solubilidade de um material em um solvente quente e sua solubilidade no
mesmo solvente quando este está frio. Se as impurezas em uma substância são igualmente
solúveis no solvente quente e no solvente frio, não é possível atingir uma purificação efetiva
por meio da cristalização. Um material pode ser purificado por cristalização quando a
substância desejada e a impureza têm solubilidade similares, mas somente quando a impureza
representa uma pequena fração do sólido total. A substância desejada vai se cristalizar
mediante resfriamento, mas as impurezas não resfriarão.
No entanto, segundo Engel (2012) o primeiro problema ao se realizar uma
cristalização é selecionar um solvente no qual o material a ser cristalizado apresenta o
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comportamento de solubilidade desejado. No qual, o material será moderadamente solúvel à
temperatura ambiente, mas será bastante solúvel no ponto de ebulição do solvente
selecionado. A curva de solubilidade deverá ser bastante inclinada, como se pode ver na linha
A da Figura 1. Uma curva com coeficiente angular pequeno (linha B) não levará a
cristalização significativa quando a temperatura da solução for reduzida. Um solvente no qual
o material é muito solúvel em todas as temperaturas (linha C) também não será um solvente
de cristalização adequado. O problema básico em efetuar uma cristalização é selecionar um
solvente que ofereça uma acentuada curva de solubilidade versus temperatura bastante
inclinada para o material a ser cristalizado.
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Figura 2. Estrutura molecular do Anidro Ftálico.
X= 8,92% de pureza.
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Percebe-se que o percentual de recuperação foi baixo, logo não houve um bom
resultado final, que pode ser explicado por determinadas questões, como a quantidades de
impureza, que segundo Engel (2012) a cristalização somente obtém sucesso se houver uma
pequena quantidade de impurezas. À medida que a quantidade de impurezas aumenta, a perda
de material necessariamente aumenta também. Duas substâncias com solubilidades
praticamente iguais, presentes em quantidades iguais, não podem ser separadas. Além do que,
é importante destacar que vários fatores podem ter interferido no experimento e que alguns
erros técnicos podem levar a perda da amostra, influenciando no resultado final.
1 Metanol
2 Hexano
3 Água
4 Etanol
5 Éter Etílico
6 Acetona
Fonte: autoral.
Em seguida, observou-se que ao adicionar os seguintes solventes metanol, etanol, éter
etílico e acetona nos tubos com o ácido acetilsalicílico, o mesmo solubilizou por completo.
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Nos tubos com o ácido benzóico ao adicionar os seguintes solventes no sólido observou-se
que houve a solubilização completa, são eles: metanol, etanol, éter etílico e acetona. A Tabela
2 apresenta o comportamento do ácido acetilsalicílico e do ácido benzóico ao adicionar o
solvente em cada tubo de ensaio.
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dissolução de um sólido em um líquido, é necessário que ocorra a separação das moléculas do
solvente umas das outras, ou seja, vencer as forças existentes entre as próprias moléculas do
solvente. Portanto, as forças de atração entre as moléculas do soluto e do solvente devem ser
fortes o suficiente para potencializar o rompimento das forças de atração entre as moléculas
do soluto e entre as moléculas do solvente.
O ácido acetilsalicílico apresentou-se insolúvel em água, por possuir uma cadeia
carbônica com mais de cinco carbonos, o que aumenta o seu caráter apolar. Além disso, o
ácido acetilsalicílico não solubilizou em hexano, isso se deve ao fato do hexano possuir um
caráter apolar, realizando interações do tipo dipolo instantâneo, sendo o contrário do seu
soluto, que por conta da presença do grupo polar na molécula, faz interação do tipo
dipolo-dipolo. Sendo assim, de acordo com Constantino (2011) às forças intermoleculares que
mantém as moléculas unidas umas às outras são muito mais fortes em substâncias que têm
moléculas polares do que em substâncias que têm moléculas apolares. Porém, mediante os
seguintes solventes metanol, etanol, éter etílico e acetona, apresentou-se solúvel, ou seja,
foram bons solventes.
Semelhantemente ao composto analisado anteriormente, o ácido benzóico não
solubilizou em água e em hexano, em contrapartida, apresentou-se solúvel nos outros
solventes, que possuem menor polaridade. Constantino (2011) afirma que a polaridade é uma
grandeza de variação contínua, sendo algumas moléculas mais polares ou apolares que outras.
Em seguida, foi necessário selecionar um primeiro solvente no qual o soluto seja
solúvel, caracterizados como bons solventes, que foram os seguintes: metanol, etanol, éter
etílico e acetona, e um segundo solvente, miscível com o primeiro, no qual o soluto seja
relativamente insolúvel, que seja um mau solvente, no qual foi a água. Após a adição a
solução tornou-se saturada, formando cristais. Algumas misturas comuns de solventes já são
testadas e funcionam como um par solvente, como mostra a Figura 5.
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tubo que tinha acetona-água não houve a formação de muitos cristais, o que indica que não foi
o melhor par de solventes para o soluto em análise.
Já no ácido benzóico, os tubos de ensaio contendo as misturas de etanol-água e
metanol-água mostram-se com a maior formação de cristais, observou-se que a solução
tornou-se saturada, entretanto, na mistura de acetona-água houve a formação de uma pequena
quantidade de cristais.
Portanto, concluiu-se que através desse procedimento de recristalização é possível
purificar uma amostra, o que condiz com a literatura consultada, sendo assim, a técnica
apresentou-se importante nas análises de compostos orgânicos.
2. REFERÊNCIAS
1. CONSTANTINO, Maurício Gomes; SILVA, Gil Valdo José da; DONATE, Paulo
Marcos. Fundamentos de química experimental. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 2011.
2. ENGEL, Randall G. et al. Química orgânica experimental: técnicas de escala
pequena. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
3. BRUICE, Paula Yurkanis. Química orgânica: volume 1. 4. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2006. xxx, 590 p. ISBN 9788576050049 (broch.).