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Pediatria II
• Rinofaringite Viral
• Otite
• Sinusite
• Amigdalite
• Síndromes de Crupes: Laringites, Epiglotite
As IVAS representam grande parte das consultas ambulatoriais nas emergências e muitas vezes são
complicadas com infecções de via área baixa, meningite e mastoidite. 85% das infecções respiratórias na
criança é de causa viral, mas boa parte das crianças saem com receita de antibiótico.
TAQUIPNEIA
• Menor que 2 meses: 60 • Entre 2 meses e 1 ano: • De um ano até 4 anos:
ou mais 50 ou mais 40 ou mais
LACTENTE
• Obstrução a nível da glote, ocorre na inspiração. “Tosse de cachorro”. Estridor de repouso é grave e
portanto deve-se internar a criança
SIBILO
• Ruído expiratório
TIRAGEM
Mastoidite:
• febre • abaulamento retro auricular
• otalgia • eritema de pavilhão
Hospitalizar - antibiótico EV até melhora clínica, após VO mais 2 a 3 semanas.
• Exame diagnóstico: TC de região das mastoides bilateral para confirmação
Entre 1e 5% dos pacientes não tratados atingem este estágio. O progressivo espessamento do muco
periósteo leva a uma obstrução da drenagem da secreção e o pus sob pressão e inicia a osteólise adjacente,
levando à coalescência das células aéreas da mastoide e formação de cavidades. Geralmente 7 a 10 dias
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do início de uma OMA. Forma um edema retro auricular com hiperemia e rechaçamento da orelha para
frente.
Sinusite Aguda
• É frequente na criança
• Doença multifatorial
• Complicação de IVAS (6-13%) – pode não ser doença primária, sendo necessário tratar a doença
primária.
• Dificuldades diagnóstico etiológico: Vírus? Bactéria? Alergia?
A maior prevalência de sinusite nas crianças é nos seios etmoidais e maxilar. Ao
nascimento apenas alguns seios estão aerados. Até 1 ano e 6 meses ela só tem
os etmoidais (nasce com eles). O frontal só aera aos 5 anos de idade, e abaixo
de 2 anos os maxilares estão parcialmente aerados, só ficarão 100% aerados aos
5 anos. POR ISSO OS EXAMES DE IMAGEM PODEM ATRAPALHAR POIS O
VELAMENTO PODE SER NORMAL, DA IDADE.
Etiologia:
• Vírus da rinofaringite
• Strepto pneumoniae: 40%
• Haemophilus: 20%
• Moxarella catarhalis: 20%
• Outros: S.aureos, S.pyogenes, anaeróbios, gram-negativos e fungos (imunodeprimidos)
Quadro Clínico:
Paciente com quadro gripal persistente (+10 dias), rinorreia amarelada espessa e fétida (pelas bactérias
presentes – corpo estranho também pode dar odor fétido), obstrução nasal, tosse produtiva mais noturna e
quando a criança se deita, pois goteja dos seios da face para a orofaringe. Essa secreção tem sabor ruim,
podendo gerar reflexo de vômito. Gotejamento - Ao usar o abaixador de língua você vê a secreção
descendo na orofaringe, fechando o diagnóstico de sinusite. Febre, conjuntivite purulenta – pode obstruir e
sai pelo conduto lacrimal (não é conjuntivite, não tem hiperemia, só secreção). Irritabilidade, anorexia
(perde o olfato), cefaleia.
Exame Físico:
Gotejamento purulento pós-nasal – vê com o abaixador de língua. Celulite orbitária: etmoidite. Geralmente
celulite periorbitária tem com agente etiológico Staphylo, tratando com oxacilina. Porém, quando tem sinusite
prévia, pode ser uma complicação pelo strepto pneumoniae, não respondendo a oxacilina.
Complicações:
• Sinusite crônica • Celulite periorbitária
• Osteomielite maxilar • Meningite
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Diagnóstico:
Quadro clínico: febre, coriza purulenta, tosse e secreção pós-nasal, cefaleia, dor localizada no local do seio
comprometido (espontânea ou à compressão), quadro arrastado. Em crianças abaixo de 1 ano a etmoidite
aguda pode evoluir para celulite periorbitária. Preocupa quando os sinais e sintomas se arrastam por mais
de 10 dias
Exames de Imagem:
• Maxilar e etmoidal - Presente desde nascimento e tamanho reduzidos nos primeiros 2 anos.
Comunica-se com fossas nasais (óstios) – por isso obstrui quando tem hipertrofia de cornetos e etc,
gerando sinusite.
• Frontal e esfenoidal - Desenvolvem-se após os 4 anos de idade e completa a aeração com 6 anos.
Diagnóstico por imagem é desnecessário, diagnostico é clínico, mas caso faça imagem, o padrão ouro é
TC.
• Nível hidroaéreo • Espessamento parede lateral do seio
• Opacificação completa da cavidade – se maxilar maior que 4mm
parcial pode ser por conta da idade.
Rino-fibroscopia – condutor vai ver hipertrofia, hiperemia e secreção no óstio.
Aspiração do seio: casos graves, falha terapêutica, complicações supurativas e imunodeprimidos. Pode ser
sinusite por cândida, e aí a aspiração ajuda no diagnóstico.
Diagnóstico:
• Exame radiológico dos seios da face: (mento-naso e fronto-naso). Indicam sinusite a presença de
nível hidroaéreo, opacificação completa do seio ou espessamento da mucosa ≥ 4mm. Não pedir
abaixo dos 3 anos; evitar pedir abaixo dos 6 anos)
• Tomografia computadorizada de face: padrão ouro.
• Acima de 6 anos todos os seios estão aerados, então se achar que precisa, pode fazer o raio x (caso
tenha sinusite de repetição pode ter alguma obstrução a mais).
• A duração dos sintomas é a chave para o diagnóstico da sinusite bacteriana. Uma rinorreia de 3/4
dias ainda não é considerada sinusite.
Tratamento:
Criança respira de boca aberta, com lábio superior curto, incisivos proeminentes, palato em ogiva, dorme de
boca aberta, baba no travesseiro e rola na cama a noite toda
(tentativa de não aprofundar o sono para a língua não obstruir
e evitar apneia). A criança tem dificuldade de se concentrar
ao longo do dia, podendo ser diagnosticada erroneamente
com TDAH, porém ela apenas fica agitada para se manter
acordada. A criança desenvolve baixa estatura também.
Manifestações clínicas:
• Respiração bucal
• Rinite crônica
• Diminuição do olfato
• Dificuldade de engolir
• Roncos
• Aumenta risco OM e sinusite de repetição
• Apneia do sono
Diagnóstico e Tratamento:
• Diagnóstico Clínico
• Rx Cavum – raio x de seios da face de perfil. Vê o
aumento da adenoide
• Fibroscopia nasal (padrão ouro)
• Adenectomia – tratamento cirúrgico
Epiglotite e Laringotraqueobronquite
A causa mais comum de infecção e obstrução da via aérea superior é o crupe viral, ou
laringotraqueobronquite viral aguda. A epiglotite não é mais vista comumente, por conta da vacinação para
H. influenzae. Esse vírus tem tropismo pelas cordas vocais (Parainfluenza).
Crupe – síndrome clínica caracterizada por tosse ladrante, rouquidão, estridor inspiratório e disfunção
respiratória em vários graus de severidade. Epiglotite é aguda, grave, e tem que ser entubada para que a
criança não morra.
Etiologia:
Crupe viral
A LTVA geralmente é precedida de um quadro de infecção de vias aéreas superiores caracterizado por
coriza, febre baixa e tosse leve. Em 12 a 72 horas (pós pródromo) o paciente desenvolve tosse ladrante,
rouquidão, estridor inspiratório e disfunção respiratória em vários graus de severidade. Na ausculta o pulmão
tem roncos.
Quando ocorre obstrução grave, observa-se taquipneia, retrações supra-esternais e supraclaviculares, com
agitação intensa (hipóxia). Pode ocorrer sibilância associada, quando houver um acometimento mais
significativo, de maneira concomitante, da árvore brônquica.
Epiglotite Bacteriana:
A laringotranqueobronquite viral é infra-glótica. Já a epiglotite ocorre na epiglote, sendo assim, é muito mais
grave. É necessário entubar com calibre menor que para a idade por conta do edema de glote.
Não fazer exame da orofaringe com abaixador de língua se a criança tiver estridor e tosse rouca pelo risco
de fazer espasmo e ter que fazer traqueostomia de urgência.
Etiologia – Epiglotite:
• Haemophilus influenza tipo b (Hib) era responsável pela grande maioria dos casos antes da vacina
conjugada contra Hib.
• Outros agentes envolvidos - Streptococcus dos grupos A,B,C; Streptococcus pneumoniae; Klebsiella
pneumoniae; Haemophilus influenza não tipado; Candida albicans; Staphylococcus aureus;
Neisseria meningitidis; varicella zoster; herpes simples tipo I; vírus parainfluenza e influenza tipo b.
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Fisiopatologia – Epiglotite:
Ocorre uma celulite de estruturas supraglóticas, com localização preferencial na epiglote. Ocorrem edema
e eritema que evoluem, levando a uma obstrução gradativamente rápida da via aérea superior,
caracterizando uma emergência clínica. Se não entubar pode ser necessária a traqueostomia de
emergência.
Ocorre em crianças previamente saudáveis que, repentinamente, apresentam dor de garganta e febre alta.
Em poucas horas, o paciente adquire aspecto toxêmico, com disfagia, salivação abundante (não consegue
deglutir por conta do edema), ausência de tosse e disfunção respiratória progressiva associada a estridor
laríngeo importante, predominantemente inspiratório. Posição sentada com hiperextensão cervical e
protusão do mento, para tentar manter a via aérea permeável. À medida que aumenta o grau de hipoxemia,
ocorrem alterações à avaliação do nível de consciência. Estridor em repouso é grave – internação
Diagnóstico:
Inspeção direta da cavidade oral no departamento de emergência (evitar sempre que a hipótese de
epiglotite é considerada – NÃO OLHAR).
Tratamento – Epiglotite:
• Cefuroxime (150mg/kg/dia)
• Ceftriaxone (100mg/kg/dia), 10 dias.
• É sempre uma emergência médica, requerendo intubação quando o diagnóstico é estabelecido
(IMEDIATO).
• A extubação usualmente é possível em 30 a 60 horas após o início do antibiótico e deve ser realizada
após visualização direta da epiglote, com diminuição do edema.
Diagnóstico Radiológico:
• Afilamento abaixo das cordas vocais causado pelo edema da mucosa, conhecido como o “sinal da
ponta de lápis”- Laringite
• Imagem correspondente a um aumento da epiglote definido por “sinal do polegar” – EPIGLOTITE.
Diagnóstico Endoscópico:
Casos Clínicos
Menor de 24 meses é admitido na emergência acompanhado de sua mãe que refere quadro de tosse, coriza
e febre baixa há 12 dias. Evoluiu nos últimos cinco dias com recusa parcial dos alimentos e irritabilidade,
mantendo tosse produtiva que piora à noite, febre alta e rinorreia amarelada. Exame físico: regular estado
geral; ativo; hidratado; FR: 36 rpm; FC: 108 bpm; sem tiragem; roncos esparsos; hiperemia de orofaringe;
otoscopia com membrana timpânica hiperemiada, translúcida e com movimentos, adenopatia submandibular
dolorosa bilateralmente.
Caso 1: Sinusite. Não faz exame de imagem. Se for primo infecção, faz amoxicilina 50 mg/kg/dia VO 8/8h
14-21 dias ou mais 7 dias de ATB após a melhora dos sintomas.
Lactente de 11 meses, eutrófico, com vacinação completa para sua idade, é atendido no setor de
emergência com quadro sugestivo de obstrução das vias aéreas superiores. Segundo relato da mãe, a
criança apresentou resfriado por alguns dias, que evoluiu com febre baixa, tosse metálica e estridor
respiratório, com piora clínica nas últimas 12 horas para tosse intensa, estridor bem audível em repouso e
contínuo, além de retrações subcostal, Supraesternal e intercostais. O plantonista prescreveu epinefrina via
inalatória, com melhora do quadro. A hipótese diagnóstica e seu agente etiológico são:
Caso 2: CRUPE VIRAL – laringotraqueobronquite viral, Parainfluenza – trata com nebulização com
adrenalina, corticoide e umidificação
Criança de 4 anos de idade dá entrada serviço de emergência pediátrica com quadro de tosse rouca abrupta,
dispneia intensa e estridor. A mãe informa que o filho tem asma que acha estar em crise, negou febre e
coriza: FR: 52irpm, estridor acentuado com a tosse e choro, tiragem subcostal, intercostal e Supraesternal.
Após a nebulização com adrenalina e corticoide o quadro teve melhora. A hipótese diagnóstica mais provável
é:
Menor de 18 meses é atendido com quadro de infecção respiratória aguda (tosse e febre). Segundo relato
da mãe, o quadro teve início há dois dias, com tosse, coriza e febre baixa. Evoluiu com recusa parcial dos
alimentos e irritabilidade, mantendo tosse produtiva, febre e coriza hialina. Exame físico: bom estado geral;
ativo; hidratado; FR: 36 irpm; FC: 108 bpm; sem tiragem; roncos esparsos; hiperemia e hipertrofia de
orofaringe; otoscopia com membrana timpânica hiperemiada, translúcida e com movimentos. Poliadenopatia
cervical posterior A conduta indicada é:
Criança de 4 anos e 2 meses é trazido ao ambulatório e sua mãe relata que ele apresenta subitamente febre
alta, evoluindo com dor abdominal e prostração. Exame físico: exsudato em amígdalas, linfadenomegalia
cervical anterior unilateral. Os esquemas terapêuticos indicados são?
Caso 5: Amigdalite estreptocócica, trata com penicilina benzatina 1.200.000 UI ou amoxicilina 50mg/Kg/dia
8/8h por 10d. Azitromicina 10mg/kg/dia 24/24h por 5 dias.