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Letícia Dall’Orto 2023.

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Imagenologia na saúde

Imagem dos seios da face


ANATOMIA DOS SEIOS DA FACE: os 3 meatos, por onde passa o ar
inspirado. Lembrando que o epitélio
Além de conhecer um pouco da
que reveste as fossas nasais e as
anatomia das cavidades paranasais, é
cavidades sinusais é o mesmo (epitélio
importante saber a relação da fossa
cilíndrico respiratório ciliado) dentro do
nasal com as cavidades sinusais e
epitélio respiratório.
paranasais.

Os seios possuem intima relação com


as fossas nasais, sendo esse o motivo
do seu estudo. Os orifícios de
drenagem dos seios se abrem para as
fossas nasais.

No corte sagital é possível ver o seio


paranasal de um lado, o seio esfenoidal,
fossas nasais, 3 meatos, 3 conchas (ou
corneto) – sendo divididos em corneto
nasal superior, médio e inferior. Os
espaços, chamados de meatos são
DESENVOLVIMENTO DOS SEIOS
delimitados pelos cornetos, sendo:
meato nasal inferior, meato nasal médio  Seios maxilares e células
e meato nasal superior. etmoidais: aeração começa
dentro na fase intrauterina (a
 Meato nasal superior: delimitado
criança, quando nasce, já possui
entre o corneto nasal superior
os seios maxilares aerados.,
e corneto nasal médio
assim como as células
 Meato nasal médio: delimitado
etmoidais)
pelos cornetos nasal médio e
 Seios esfenoidais: aerados
inferior
aproximadamente entre 2 e 3
 Meato nasal inferior: abaixo do
anos
corneto nasal inferior
 Seios frontais começam
É por aqui que passa para a fossa nasal, aeração próximo do 8º ano (até
passando pelo septo nasal. Do outro 12 anos é normal não ter o seio
lado, por ser um corte sagital, existe os frontal ainda aerado)
três cornetos que também delimitam
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Esse conhecimento é importante pois, O ar entra pelo nariz, e, sem essa
ao analisar uma radiografia dos seios da comunicação, não ocorreria a
face de uma criança (por exemplo um ventilação dos seios, e eles, por sua
lactente de 3 ou 4 meses) espera-se vez não desempenhariam sua função.
encontrar apenas os seios maxilares e
A drenagem normal dos seios é
as células etmoidais aeradas. Os seis
dependente da quantidade e
esfenoidais e os seios frontais ainda
composição de muco produzido, da
não estão aerados. Além da idade,
eficiência do batimento ciliar, da
deve-se considerar as variações
reabsorção da mucosa, da patente dos
consideráveis entre o desenvolvimento
óstios e das vias de drenagem.
dos seios, onde a variação mais
comum é a ausência dos seios frontais. Esses fatores contribuem para o
desenvolvimento de patologias
relacionadas com os seios paranasais.
Uma patologia que tem grande
prevalência é a sinusite, que pode ser
causada por uma bactéria., geralmente
com fisiopatologia relacionada com a
obstrução dos óstios de drenagem.

FISIOLOGIA E FUNCIONAMENTO

É importante saber da drenagem e


ventilação sinusal, que são dois fatores
importantes na manutenção da Obs.: óstio patente = óstio aberto
homeostase fisiológica dos seios Se não tiver o orifício aberto ele não
paranasais. consegue entrar e sair. Qualquer
Os seis paranasais se comunicam com processo que obstrua esse óstio pode
a fossa paranasal. Há constante entrada causas uma sinusite.
e saída do ar pelos seios paranasais.

Essa ventilação normal requer um óstio


patente comunicando os seis
paranasais com a cavidade nasal.
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ABERTURA DOS ORIFICIOS DE A maior parte dos estudos radiológicos
ENTRADA dos seios paranasais está relacionado
com a sinusite (mais comum) embora
Os seios esfenoidais e as células
nem sempre a sinusopatia inflamatória
etmoidais posteriores se abrem no
seja a doença dos seios paranasais,
meato nasal superior.
podendo também ocorrer outros tipos
Meato nasal médio é onde se abrem de patologias.
os orifícios de drenagem dos seis
É importante saber avaliar a diferença
maxilares e os seios frontais e das
entre essas outras doenças e a sinusite.
células etmoidais
Vale lembrar que hoje não se usa
Meato nasal inferior não tem nenhuma exame de imagem apenas para
abertura dos seios paranasais, mas sim sinusite, podendo também ocorrer
do ducto nasolacrimal. neoplasias que acometem os seios
paranasais e podem simular a
O ducto nasolacrimal fica dentro da
sinusopatia inflamatória.
fossa nasal e irriga o saco lacrimal e a
orbita até a órbita interna. Sua Em relação aos exames de imagem
obstrução não causa patologia pode-se usar radiografia convencional
relacionada com os seios da face. dos seios da face.

Nos cortes axiais da radiografia é A tomografia computadorizada é mais


possível ver a divisao das células usada corriqueiramente que a
etmoidais em anteriores e posteriores ressonância magnética, que pode ser
(não é uma divisao anatômica exata). usada, embora tenha algumas
contraindicações.
As células etmoidais posteriores têm
drenagem junto com os seios
esfenoidais, para o meato nasal
Em relação a radiografia convencional,
superior, enquanto que no meato nasal
quando se quer avaliar os seios da face,
inferior se abrem os óstios de
pede-se as incidências:
drenagem dos seios maxilares, frontais
e células etmoidais anteriores.  Fronto-naso
 Mento-naso
ESTUDO DOS SEIOS PARANASAIS
 Perfil
Seu estudo ocorre através da  Hirtz
radiologia convencional, tomografia
computadorizada e através da
ressonância magnética.
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Por que existem 4 incidências para o INCIDÊNCIA MENTO-NASO
estudo radiográfico dos seios da face?
Na
Como os seios da face são 4 e, anatomia
anatomicamente, não estão na mesma da face na
posição, essas incidências são utilizadas incidencia
pois cada incidência avalia melhor cada mento-
seio paranasal.. naso a
primeira estrutura que se pode
A incidência fronto-naso (onde o nariz indentificar são os seios maxilares. Os
fica encontrado no filme) avalia os seios seios normais normais são cavidades
frontais e as células etmoidais. repletas de ar e não tem nada o
A incidência mento-naso avalia adulterando, ficando, dessa forma, mais
principalmente os seios maxilares, escuro que o osso normal.
embora possa ser visto os outros seios.

Os seios esfenoidais não podem ser


avaliados por essas incidências, de
forma que é pedido as incidências em
perfil ou hirtz.

Normalmente se faz todas as 4


incidências, embora alguns profissionais
Na inicidencia mento naso se vê:
corriqueiramente só requisitem fronto-
naso, mento-naso e perfil. Ao pedir a) Maxila
apenas fronto-naso e mento-naso está b) Processos dentários
deixando de avaliar os seios esfenoidais. c) Seio maxilar (esquerdo e
direito)
d) Septo nasal
e) Piramide nasal
f) Seios frontais (lembrando que
essa incidencia tem objetivo
principal de avaliar os seios
maxilares)

O exame realizado de maneira correta


afasta a porcao petrosa do osso
temporal do campo de visualizacao do
exame..
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A fronte (nariz) fica encostado no filme
para realização do exame.

 Avalia principalmente o seio


frontal
 Serve como
complementariedade do exame
 Deve ser solicitada em conjunto
com as demais incidências
Radiografia dos seios da incidência
mentonaso com a boca aberta,
demonstrando sinusite no seio maxilar
direito.

As células etmoidais estão do lado do


septo nasal e abaixo dos seios frontais
e acima dos meatos nasais da cavidade
nasal.

Na radiografia é possivel identificar os


cornetos nasais inferiores,
bilateralmente e os cornetos nasais
medios, enquanto que os cornetos
superiores tem tamanho muito
pequeno para ser identificado na
radiografia.

As incidências são complementares


para o diagnóstico. INCIDÊNCIA EM PERFIL

INCIDÊNCIA FRONTO-NASO Avalia o seio esfenoidal. É possível


visualizar, além dos seios esfenoidais a
célula túrcica, e a hipófise fica em seu
interior, por isso, que, em alguns casos,
a via de acesso à hipófise é chamada
de trans-esfenoidal, pois os cirurgiões
entram pelo teto do nariz (o paciente
está com a cabeça esticada) e ele abre
o assoalho do seio esfenoidal, o teto e
aborda a hipófise para realização da
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cirurgia. Isso só é possível pela intima hipertrofia das adenoides, obstruindo a
relação entre a célula túrcica e o seio coluna aérea do cavo. Esse quadro
esfenoidal. caracteriza o respirador bucal.

O seio esfenoidal não tem visualização RAIO X CAVUM ≠ RAIO X PERFIL


nas incidências fronto-naso em mento-
Obs.: solicitar o cavum ao invés do perfil
naso, por estar localizado atrás das
o paciente pagará 2 exames ao invés
células etmoidais. Ela só é possível de
de 1 sem necessidade.
ser vista na incidência em perfil, que,
basicamente serve para avalia-lo. INCIENCIA HIRTZ

O objetivo é avaliar o seio esfenoidal,


com o septo dividindo-o. É o exame de
pior visualização e de técnica mais
apurada não sendo um exame
cotidiano

O palato duro é formado pela pelatina


e maxila. O vômer forma o septo nasal.
Ambos podem ser vistos na incidência
hirtz.

Há uma diferença entre a radiografia


em perfil e a radiografia em cavum,
embora muitas vezes a segunda seja
solicitada erroneamente. Cavum é um
exame específico
(Cavum=nasofaringe) e é indicado para
crianças que tenham hipertrofia de
adenoide na região da nasofaringe,
podendo ter uma redução da coluna
aérea do cavum. A faringe é dividida Os outros seios paranasais não podem
em hipo-faringe, orofaringe e naso- ser vistos nessa indecência, sendo,
faringe. Acima do palato está a naso- dessa forma usados exclusivamente
faringe. Se quiser avaliar o cavum para avaliar o seio esfenoidal.
(principalmente em crianças), com Vale lembrar que a sinusite tem
aumento das partes moles pela diagnóstico basicamente clínico, não
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dependendo sempre da radiografia, a) Cortes axiais (de baixo para
podendo esta, se apresentar normal e cima):
o paciente estar com sinusite e seus
sintomas clássicos (congestão nasal,
secreção, dor a compressão dos seis
da face).

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

O diagnóstico de sinusite independe da


tomografia computadorizada. A
tomografia é mais utilizada em
pacientes que tem sinusite crônica. Se Os primeiros seios que aparecem no
tem uma sinusite que não melhora plano axial são os seios maxilares
com terapia antimicrobiana deve-se bilateralmente, além da visualização do
levantar a hipótese de presença de corneto nasal inferior e septo nasal.
abcesso, anomalia anatômica que está
perpetuando o processo inflamatório.

Os pacientes que não melhoram que


são os indicados para TC relacionada
com sinusopatia inflamatória.

Ao falar em tumor ou massa a


tomografia e a ressonância tem função
importante.

Os tomógrafos atuais nos permitem Agora já é possível a visualização do


estudar a anatomia e as doenças dos nariz do paciente, com septo nasal,
seios da face nos 3 planos: corneto nasal médio e continua-se
vendo os seios maxilares
 Axial
bilateralmente.
 Coronal
 Sagital

Os planos que mais ajudam no exame


são o axial e o coronal, enquanto o
sagital ajuda pouco.
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Nesse corte é possível visualizar a base


do osso esfenoidal, porção superior do Nesse corte continua-se vendo os
seio maxilar, corneto nasal superior, seios etmoidais e as células etmoidais.
septo nasal, e começa a aparecer os Importante lembrar que o limite entre
seios esfenoidais, com septo irregular as células etmoidais e a órbita é uma
que o divide em direito e esquerdo. fina lâmina óssea chamada de lamina
papirácea, e, às vezes, existem
processos inflamatórios nos seios da
face que invadem a órbita porque o
limite ósseo é muito fino.

Os seios esfenoidais, nesse corte, já


terminaram e se começa a ver
estruturas da órbita. Há visualização do
corneto nasal superior, septo nasal e as Os seios esfenoidais já estão acabando,
células etmoidais (várias células aéreas assim como as células etmoidais.
irregulares sem morfologia definida, Começa a visualização dos seios
sendo divididas em anteriores e frontais, direito e esquerdo, separados
posteriores por uma linha imaginária, por septos irregulares.
não tendo um parâmetro anatômico
para essa divisao).
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Ponto superior da cabeça.


Nesse corte é possível visualizar as
CORTES CORONAIS
fossas nasais, seios maxilares
bilateralmente, do lado das fossas
nasais; células etmoidais, septo nasal e
os cornetos nasais médio e inferior,
delimitando o meato nasal inferior,
médio e o superior.

Corte realizado no meio da cabeça


para visualização dos seios esfenoidais
dentro do osso esfenoidal.

Início do aparecimento dos seios


frontais. O local de passagem/ transição
entre os seios etmoidais e os seios
Mais para frente, além do seio
frontais é chamado de recesso fronto
esfenoidal direito e esquerdo tem a
etmoidal.
eminencia de formação do septo nasal,
com as coanas, que fazem parte da
região posterior das fossas nasais, com
comunicação com a laringofaringe.
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 Seio maxilar, frontal, células É possível ver: seio frontal, células


etmoidais etmoidais, seio esfenoidal, célula túrcica
(com a hipófise no interior).

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Grande valia em pacientes


selecionados para exame das
cavidades paranasais. A ressonância é
muito boa quando se tem como
interesse analisar lesões expansivas, ou
velamento total dos seios.

Esse exame é importante pois pode


ocorrer quadros de sinusopatia
inflamatória em procedimentos
odontológicos, principalmente após
implantação dentária, sendo
importante calcular a espessura do
osso maxilar para que não se
desenvolva sinusite.
Ela tem as duas sequencias T1 e T2,
CORTE SAGITAL
com melhor definição tecidual,
É para ilustração do exame, pois, na podendo diferenciar, por exemplo, o
prática é pouco usado. liquido da secreção retida, até mesmo
do que é muco.
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Além disso tem o contraste que pode completo do seio. É usada em
ser usado na ressonância. Na exceções, não em quadros de
tomografia também pode ser usado sinusopatia inflamatória.
um contraste, mas na ressonância a
CONDIÇÕES INFLAMATÓRIAS E
definição é melhor.
INFECCIOSAS
Esse exame de imagem não é usado
 SINUSIETE
como rotina.
 Sinusite aguda
Obs.: o liquido em T2 tem aspecto  Sinusite crônica
brilhante.  Sinusite fúngica

É importante saber que na ressonância  GRANULOMATOSE DE


há maior poder de diferenciação WEGENER
tecidual e as vezes tem que ser
utilizado em alguns casos selecionados MASSAS E NEOPLASIAS
nos exames de imagem dos seios da
 Polipose nasossinusal
face.
 Angiofibroma juvenil
TC X RM  Papiloma invertido
 Pólipo antrocoanal
A ressonância magnética perde um  Tumores
pouco na variação da estrutura óssea  Carcinoma
dos seios da face, sendo a tomografia  Melanoma
superior a ela para exame de ossos.  Linfoma
Na maior parte das vezes elas se OUTRAS CAUSAS
somam para que se tenha uma
conclusão.  Mucocele
 Síndrome do seio silencioso
A tomografia é mais acessível do que
a ressonância, exame mais rápido. A
tomografia resolve a maior parte dos
casos de doença inflamatória e é
melhor em lesão ou redução óssea.

A ressonância é superior na melhor


definição tecidual, principalmente
quando se injeta contraste. Deve ser
utilizada sempre na avaliação de
neoplasias e em casos de velamento  Radiografia dos seios da face
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 Incidência mento-naso porque  Indecência mento naso


há franca visualização do seio
maxilar
 Lesão do lado esquerdo –
velamento parcial do seio
maxilar esquerdo com
formação de nível hidroaéreo
anterior  sinal de sinusite
aguda

 Exame de tomografia;
 Mesmo nível hidroaéreo visto
na tomografia
 O liquido desce e o ar sobe pela
posição de decúbito

 Incidência mento-naso
 Lesão do lado direito –
velamento total do seio maxilar
direito.

 Corte frontal com visualização


dos seios frontais, células
etmoidais, cornetos nasais,
meatos nasais, septo nasal
 Sitio de retenção –
 Nível hidroaéreo no lado direito espessamento da mucosa
indicando sinusopatia chamado de sítio de retenção.
inflamatória
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 O que capta contraste adquire


colocação branca
 O contraste tomográfico é de
iodo
 O que continua escuro é liquido
pois ele não tem a capacidade
de captar o contraste
 O tecido inflamatório capta
contraste e fica branco

 Velamento total do seio maxilar


e das células etmoidais
 Obstrução de drenagem
levando a retenção de tecido
inflamatório e secreção retida
 Na tomografia é difícil
diferenciação do que é tecido e
do que é secreção retida,
entrando a ressonância para  RM em T2
essa diferenciação como  O que é liquido brilha em T2
vantagem  Seio maxilar completamente
velado com secreção retida

 Polipose naso-sinusal
 Tomografia computadorizada
com contraste

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