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Júlia De David Barrios – Módulo 125 – ATM 23 1

AULA 08 OTORRINOLARINGOLOGIA – ANATOMIA E FISIOLOGIA


NASOSSINUSAL- 22/07/2020

NARIZ

Segmento mais anterior do trato


respiratório superior (composto também
pela faringe e laringe). É dividido em: nariz
externo (na pirâmide nasal) e em cavidade
nasal.

 Nariz externo: esqueleto


osteofibrocartilaginoso (pirâmide
nasal), que tem como base os
processos frontais e alveolares das
maxilas e nos ossos nasais. É dividido em duas porções, a porção óssea
(mais superior e fixa, formada pelos ossos nasais) e a porção
cartilaginosa (mais inferior e móvel).

A imagem abaixo mostra a porção externa do nariz, com as estruturas ósseas


e cartilaginosas. Observa-se que a porção cartilaginosa é formada pelas
cartilagens alares maior e menor e por um número variado de cartilagens
acessórias, entre elas a cartilagem do septo nasal. A pele que reveste a porção
óssea é bem fina e a pele sobre a porção cartilaginosa é mais grossa e contém
muitas glândulas sebáceas.
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A raiz do nariz corresponde à porção óssea e o ápice do nariz, à porção


cartilaginosa. Na linha mediana, o dorso do nariz se estende da raiz até o
ápice. A asa do nariz é a saliência semilunar na face lateral do nariz formada
pelas cartilagens alares maior e menor. A cavidade nasal é dividida em dois
compartimentos, o direito e o esquerdo, e cada um deles é limitado
anteriormente pela narina.
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Representação dos diversos formatos da pirâmide nasal. O formato do nariz


não necessariamente determina a permeabilidade da fossa nasal, ou seja,
narizes grandes podem ser bastante obstruídos e narizes pequenos podem ter
uma excelente permeabilidade.

Cavidade nasal

A narina é coberta por vibrissas na região do vestíbulo nasal, a porção mais


anterior da cavidade nasal.

 Parede lateral:
1. Cartilagem lateral;
2. Corneto (concha) inferior;
3. Corneto médio;
4. Corneto superior;
5. Seio esfenoidal;
6. Septo nasal.
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A abertura posterior, e seu limite posterior, da cavidade nasal chama-se Coana,


e se abre na nasofaringe. A porção superior da cavidade nasal é revestida por
epitélio olfatório e no restante é
revestida por epitélio respiratório.

 Septo nasal: representa a parede


medial da cavidade nasal. É uma
estrutura osteocartilaginosa que
divide as duas fossas nasais,
estendendo-se dos orifícios
nasais até a parte posterior do
nariz.
1. Cartilagem septal ou
quadrangular;
2. Lâmina perpendicular do
etmoide;
3. Vômer;
4. Osso palatino;
5. Processo palatino do maxilar.

Normalmente o septo é retilíneo, mas pode ser desviado para um ou ambos os


lados, alterando a permeabilidade das fossas nasais (DESVIO DE SEPTO).
Mas nem todo desvio de septo é obstrutivo ou exige alguma intervenção
cirúrgica, a maioria das pessoas tem um desvio de pouca importância.

Vascularização

Proveniente tanto da A. Carótida Interna quanto da A. Carótida Externa.

Na região anterossuperior, a vascularização é proveniente da ACI → A.


Oftálmica → A. Etmoidal anterior e posterior.

Na região posteroinferior, a vascularização é proveniente da ACE → A. Maxilar


→ ramos da A. Esfenopalatina. A. Facial → A. Labial superior.
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Plexo de Kisselbach

Na região anterior do septo


nasal, há a área de Little, que
contém o plexo de Kisselbach
que é a anastomose das
principais artérias que suprem o
septo nasal. É o lugar de origem
de 90% das epistaxes, mas
geralmente não são graves, são
facilmente controláveis,
normalmente ocorrem em
crianças e adultos jovens por
alguma alteração da mucosa
nasal, processo inflamatório,
ressecamento. São facilmente
controláveis, diferentemente das
epistaxes que ocorrem na região superior ou posterior da cavidade nasal, que
já possuem uma gravidade maior.

Inervação

Na região anterossuperior: N. Oftálmico


→ n. etmoidais anteriores.

Na região posteroinferior: N. maxilar →


ramos do gânglio pterigopalatino; Nervo
olfatório (NC I).

CAVIDADES (SEIOS) PARANASAIS

São cavidades dos ossos da face, cheias de ar e revestidas por epitélio


cilíndrico ciliado e células caliciformes (epitélio respiratório). Apresentam-se em
um total de quatro (oito, contando bilateralmente) seios paranasais (frontal,
maxilar, etmoidal, esfenoidal).

São originadas da invaginação do epitélio respiratório nos ossos craniofaciais,


todos são bilaterais e recebem o nome do osso no qual se encontram e todos
se comunicam com a cavidade nasal através de óstios, por onde suas
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secreções serão
drenadas. Quando há a
obstrução desses seios
dá origem às sinusites.

Os seios começam a ser


formados no segundo
mês de vida
intrauterina, mas sua
pneumatização começa a
acontecer em torno do
terceiro mês pós natal.

Desenvolvimento dos seios paranasais

 Seio maxilar: divertículo no


recém-nascido,
crescimento máximo por
volta dos 18 anos, é o
primeiro a ser formado.
Seu crescimento está
subordinado ao
crescimento do osso
maxilar.
 Células etmoidais:
compõem o labirinto
etmoidal, composto pelas células etmoidais anteriores, médias e
posteriores. Já estão presentes ao nascimento, mas começam a se
desenvolver a partir do 2º ano de vida e terminam sua maturação por
volta dos 12 a 13 anos. Medialmente às células está a cavidade nasal e
lateralmente a cavidade orbitária.
 Seio esfenoide: inicia sua formação no 4º mês de vida. No primeiro ano
de vida é apenas um osso esponjoso e, por volta dos oito anos já se
encontra aerado e continua crescendo até o final da puberdade.
 Seio frontal: nada mais é do que uma célula etmoidal que migrou para o
osso frontal. Inicia seu desenvolvimento por volta do quarto ano de vida
e cresce até os 2º anos. Até os sete anos mais ou menos ele ainda é
bem rudimentar, por isso que nas sinusites em crianças a cefaleia na
região frontal não é tão comum, porque a criança ainda não tem um seio
frontal bem desenvolvido.
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Fisiologia nasossinusal

Funções do nariz

 Filtrar
 Aquecer o ar inspirado
 Umidificar
 Olfação
 Proteção
 Respiração

A respiração nasal é de grande importância, porque ela influencia na


oxigenação celular em todas as partes do corpo. Respirar pela boca não é o
ideal, visto que predispõe infecções.

Filtragem

Filtrar as partículas do ar inspirado, para proteger, faz com que essas


partículas não atinjam as vias aéreas inferiores.

Isso é realizado através de:

 Vibrissas presentes no vestíbulo nasal;


 Reflexo esternutatório (reflexo que provoca o espirro);
 Ação de adesão e bactericida do muco;
 Cílios do epitélio de revestimento.

Todos esses mecanismos permitem a retenção de partículas de até 10 µm. As


partículas maiores ficam retidas nas vibrissas e, as menores, são
impulsionadas contra as paredes do nariz e para a rinofaringe. No momento em
que qualquer partícula seja aderida ao muco ela sofre ação biológica dele,
como o caso de bactérias, vírus alérgenos, etc., e sofrem neutralização. Se
isso não ocorre essas partículas serão transportadas para as vias aéreas
inferiores, ou até mesmo serem deglutidas, onde no estômago passarão por
outra barreira biológica que poderá neutralizá-los.

Aquecimento

Ocorre por meio da mucosa nasal e pelos seios paranasais durante o


movimento respiratório que se enchem de ar e o aquecem.

O ar é aquecido em cerca de 20ºC na entrada do nariz, a 33-34ºC na


rinofaringe e 37ºC na laringe. Isso faz com que a coluna de ar chegue às vias
aéreas inferiores com a mesma temperatura corporal (+-36,5ºC).

Umidificação

Por meio das secreções nasais, transdução serosa vascular e secreção


lacrimal. Quando o ar é expirado, ele sai quente proveniente das vias aéreas
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inferiores, e como o ar que é inspirado está mais frio, isso causa uma
condensação e gera vapor de água, responsável por 1/3 da quantidade de
água necessária para umidificar o ar na inspiração seguinte.

Epitélio cilíndrico ciliado

Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes.

Célula ciliada

Cada batimento ciliar seria um golpe efetivo de trás pra frente dessa molécula
de muco, contribuindo para sua remoção da cavidade nasal e dos seios. Esse
batimento ciliar sofre influência da temperatura, da umidade, do pH do meio.
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Paralisia dos cílios pode ocorrer por fumaça, vírus ou alteração de umidade.
Isso leva a uma estase das secreções e proporciona a proliferação de bactérias
gerando diversas enfermidades, como sinusites, otites e laringites.

Transporte mucociliar

Seio paranasal → óstio de drenagem.

Cavidade nasal → rinofaringe.

Em geral, na cavidade nasal o sentido da drenagem


é anteroposterior, com exceção da região do
vestíbulo e anterior aos cornetos em que o sentido é
anterior, para fora da cavidade nasal, evitando que
muitas partículas nessas áreas progridam para o
interior da cavidade nasal.

A fisiologia das cavidades nasais depende de dois fatores fundamentais que


estão diretamente relacionados ao bom funcionamento do epitélio respiratório.
Esses fatores são a ventilação e a drenagem.

Para haver ventilação normal dos seios paranasais precisa-se de óstio e vias
de drenagem livres. Já para que a drenagem ocorra de forma normal, é
necessário que o epitélio produza o muco e que os cílios funcionem de forma
adequada. Então, depende do batimento ciliar e da condição em que estes
óstios estão.
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Os seios drenam para regiões diferentes:

 Seio maxilar;
 Células etmoidais anteriores; MEATO NASAL MÉDIO.
 Seio frontal.

 Células etmoidais posteriores;


 Seio esfenoidal. MEATO NASAL SUPERIOR.

A obstrução do óstio causa má ventilação do seio paranasal → SINUSITE.

O bloqueio à ventilação paranasal pode ocorrer por lesões como pólipos


otoconais ou desvio de septo, que podem prejudicar a ventilação e predispor a
um quadro de sinusite.

Epitélio olfatório

Neuroepitélio olfatório: epitélio pseudoestratificado situado no teto da cavidade


nasal, nos segmentos do septo superior e cornetos médio e superior. O
restante da cavidade é constituída
por epitélio respiratório.
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Mucosa olfatória

Células basais: renovam o epitélio.

Glândulas serosas de Bowman: produzem o muco, situadas logo abaixo do


epitélio.

Célula olfatória receptora: ou neurónios olfatórios, que na extremidade do


dendrito voltada para a cavidade nasal possui a vesícula olfatória e cílios, onde
estão localizados os receptores para as moléculas de odor.
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