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João Vitor Santana Cunha - feito em 2019.

Caso Clínico Otorrino


Paciente do sexo feminino, aposentada, de 63 anos, procurou o ambulatório de
otorrinolaringologia do HUGG referenciada pela clínica da família do seu bairro
devido a um histórico de “sinusites” de repetição e obstrução nasal constante.
Estava em uso de ​furoato de fluticasona ​spray nasal e no momento não
apresentava queixas. Mostrou uma ​tomografia computadorizada ​da face com
espessamento do ​revestimento mucoso do seio maxilar​, massa com densidade
de partes moles junto à parede medial e ao seu antro, com pequenas calcificações
de permeio e alargamento do complexo óstio-meatal, todas as alterações à
esquerda. Demais cavidades paranasais exibindo aeração e desenvolvimento
usuais.

Ao exame físico:
Hipocorada +/4+ (levemente empalecedida a mucosa). Hidratada, anictérica ,
eupneica e apirético (sem febre).
Ritmo cardíaco regular em 2 tempos, sem sopros e/ou extrassístoles, PA = 115 x 75
mmHg, FC = 72 bpm.
Aparelho respiratório com murmúrio vesicular universalmente audível. FR = 15 irpm.
Abdome, membros inferiores e exame neurológico sem alterações.
Otoscopia com mucosa jugal (​mucosa da bocheca​), gengival e palato mole
apresentando placas brancas com base eritematosa facilmente destacáveis à
manipulação direta
Endoscopia nasossinusal confirmando o alargamento do óstio maxilar no meato
médio.

1- Qual o sistema responsável para que esse desfecho tenha ocorrido?


Sistema respiratório. As cavidades paranasais são as próximas ao nariz, fazem parte
também do sistema respiratório fazendo da via respiratória alta.

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3- Quais as estruturas anatômicas dos órgãos acometidos e a natureza de seus


respectivos epitélios?
As cavidades paranasais, o epitélio que as reveste é o epitélio respiratório ( que contém
células pavimentosas ou cilíndricas produtoras de muco (goblet cells).
2 – De acordo com a imagem e o relato descrito, é identificável algum erro?
O relato diz ser no lado esquerdo, mas a tomografia mostra o problema no lado direito.

4- Quais as classes farmacológicas dos medicamentos utilizados para o tratamento


de ambas as doenças? ( Rinite e rinossinusite)
Não falamos de sinusite, mas de rinossinusite. ​Furoato de flut ​é um corticosteróide
fluorado de alta penetração. O que se usa para tratar sinusite bacteriana são os
antibióticos. No caso usamos penicilina ou derivados para tratamento inicial.
Dependendo, podemos usar outras famílias de antibióticos.

Funções do nariz e das Cavidades Paranasais


A função do nariz na sua essência é filtrar, aquecer e umidificar o ar que entra pelas
fossas nasais.
As cavidades paranasais, possuem células produtoras de muco. Acredita-se que
sejam que seja como uma caixa de ressonância para a nossa fala além de que por serem
cavidades preenchidas por ar, dão leveza à estrutura craniana.

OBS:​ Seios da face é um termo antiquado, o atual é seios paranasais já que não estão só
na face,vide que o etmóide e o esfenóide, por exemplo não estão na face.
Cavidades paranasais​:
- Seios​ F​rontais
- Seio ​E​tmoidal
- Seios ​M​axilares
- Seio ​E​sfenoidal.

São ​4 ​cavidades paranasais.


- A cavidade frontal é única, pode pender mais para um lado, mais para outro ou até
não existir.
- O seio esfenoidal é único.
- O ​seio etmoidal ​é composto por diversas ​células etmoidais​.
- Podemos afirmar são certamente duplos os seios maxilares.

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Todas as cavidades paranasais são revestidas de ​mucosa respiratória​. A mucosa


também pode produzir catarro. O catarro muco contendo células de defesa (?) para
combater tentativas de infecções por bactérias, fungos e vírus. Essas cavidades são
revestidas por mucosa e produzem sim muco. Elas possuem ​atividade mucociliar​. Existe
um ​biofilme ​em todas as cavidades que está o tempo todo submetido à ação mucociliar
que faz com que as partículas virais,etc sejam ​varridas ​o tempo todo e expelido.
Quando estamos resfriados ou submetidos ao contato com alguma reação que nos
cause reação imunológica há algo que fazemos que promove a remoção acelerada desse
muco e dessa substância que possa estar incomodando dentro dessa cavidade paranasal
que é o ​ato de espirrar​. Ao espirrarmos expelimos o ar com força pela cavidade nasal.

Na estuturação óssea da fossa nasal


temos o ​espaço para cartilagem
triangular do septo​ que ocupa esse
espaço.
Separando as fossas nasais​ temos a
placa perpendicular do ​etmóide​ e o
vômer​.

Nessa região também, para aquecer o ar


ela faz isso graças ao sistema de
irrigação sanguínea que tem na
cavidade paranasal. Esses ​vasos sanguíneos ​vão
trocar ​calor ​com a fossa nasal. Estrutura
importantes:
- Artéria etmoidal posterior.
- Artéria esfenopalatina.
- Artéria etmoidal anterior.

A junção das artérias:


- Artéria labial superior.
- Grande artéria palatina.
- Artéria etmoidal anterior.
Forma o ​plexo de Kiesselbach’s​, que é onde predominam os sangramentos nasais.

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Os sangramentos nasais mais comuns, os ​epistaxes​, ocorrem principalmente na


região do plexo de Kiesselbach. Existem situações em que há o sangramento ​mais intenso
da ​região posterior ​que ocorre nos pacientes com ​hipertensão​.

Na imagem vemos:
- Corneto superior
- Corneto médio
- Corneto inferior
Entre cada um dos cornetos
temos os meatos:
- Meato superior.
- Meato médio ​-> onde
se abre o ​óstio do seio
maxilar​.
- Meato inferior

OBS: O óstio do seio maxilar ​se abre no ​meato médio ​e é por esse óstio maxilar por onde
sair o muco pelo ​movimento mucociliar ​que leva o tapete mucoso para esse meato médio
e vai sair aquele muco de limpeza pela fossa nasal. De tempos em tempos esse muco se
resseca ​e forma ​crostas ​no nariz a ‘meleca dura’.

Coana nasal ​é a ​abertura posterior ​da fossa nasal que dá para a região do meato.
As adenóides são tecidos que ficam na região posterior da fossa nasal. Logo abaixo do que
está representado como coana vemos uma aberturazinha.
A ​abertura da trompa de eustáquio​, perto da cabeça posterior do corneto inferior.
Epônimo: ​Fosseta de rosenmuller​. Isso costuma ser sítio de tumores também. Nessa
região ficam as ​adenóides ou amigdalas faríngeas​.

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OBS: Na cirurgia de adenóide se entra pela boca e se raspa a adenóide.


Existe uma comunicação do meato médio das cavidades paranasais maxilares com
o nariz via óstio do seio maxilar.
Dança dos cornetos e o ciclo nasal:
O nosso nariz funciona de tal maneira que em um determinado momento os
cornetos do lado direito (médio, superior e inferior) aumentam de volume, são uma erétil
semelhante ao corpo cavernoso. Hora se enche mais de sangue do lado direito, o que faz
com que haja estreitamento da fossa nasal direita. Hora se retraem e há o aumento das
estruturas da fossa nasal esquerda. Fazendo uma diminuição da permeabilidade da fossa
nasal esquerda e um aumento da permeabilidade da fossa nasal direita. Essa ​dança dos
cornetos faz com que hora respiremos melhor com uma narina , hora respiremos
melhor com outra.

O nosso ciclo respiratório nasal faz com que durante a inspiração o ar que está nas
cavidades paranasais saia das cavidades paranasais e desça junto com o ar inalado. Esse
ar das cavidades paranasais está pré-aquecido e se mistura com o ar que entrou pela fossa
nasal.
Inspirou -> ar sai da cavidade paranasal.
Expirou -> ar entra na cavidade paranasal.

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Aí que vem a história do espirro: quando sofremos um ataque de um vírus ou


bactéria isso faz com que lancemos mão de um dos mecanismos mais eficientes para a
limpeza das cavidades paranasais.
Ao ​espirrar ​jogamos ar sobre ​pressão na cavidade paranasal ​para fazer com que
aquele ​muco catarral ​que tá alí dentro ​saia pela cavidade nasal​.

Observamos aqui: Cornetos médio, superior e inferior. Meato médio, superior e


inferior.
Lâmina cribriforme do etmóide ​: por onde passam filetes do ​nervo olfatório (I)​.
Quando falamos de olfato falamos também de paladar. No paladar 50-70% do
paladar se deve ao olfato. Vemos também a abertura da tuba auditiva. O palato mole. O
Palato duro. O vestíbulo nasal, os cornetos e o seio frontal.

Observamos o que seria a foto de uma peça e as estruturas correspondentes. Foram


retirados os cornetos, só vemos cartilagem septal. Vemos bulbo olfatório e os filetes
passando pela lâmina crivosa do etmóide.

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O ​canal nasolacrimal ​comunica o canto do olho com a fossa nasal. A lágrima que
vai ser produzida desce pelo caminha dela e vai ser ​drenada pelo canal lacrimal ​e ajuda
umedecer o nariz​.
Na foto acima vemos que quando se está ​resfriado ​se ​obstrui ​e ​não ​se consegue
drenar bem a lágrima​, a ​conjuntiva fica irritada​. Vemos o óstio do seio maxilar de um
lado fechado e do outro ainda aberto. A secreção toda drena pro meto médio.
Tudo se resume ao nariz​, só se faz sinusite, otite média se o nariz não funciona
bem

Vemos as células mulcíparas, as bactérias e vírus nadando no muco. Os cílios


vibram para sair pelo óstio do seio maxilar.

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João Vitor Santana Cunha - feito em 2019.1

Perguntas Kahoot:
O principal fator de risco para desenvolvimento de rinosinusite: ​obstrução nasal
prolongada.
Em um paciente diabético imunosuprimido é importante se pensar em: ​sinusite
fúngica.
Sobre a sinusite frontal em crianças: ​não corre antes dos 5 anos de idade em média.

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