Você está na página 1de 8

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/258930431

ARTIGO DE ADENÓIDE PUBLICADO_DENTAL PRESS

Data · November 2013

CITATIONS READS

0 968

1 author:

Cristiane Celli
Universidade de Ribeirão Preto
8 PUBLICATIONS   9 CITATIONS   

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Cristiane Celli on 20 May 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Avaliação Radiográfica

Espaço nasofaringeano. Avaliação


pela telerradiografia
Cristiane Celli Matheus dos Santos-Pinto*, Paulo Roberto dos Santos-Pinto**,
Edvaldo Luiz Ramalli***, Ary dos Santos-Pinto****, Dirceu Barnabé Raveli****

Resumo e, após este período, sofre um processo


A amídala faringeana, comumente co- de atrofia, provavelmente devido à ação
nhecida como adenóide é uma estrutura dos hormônios sexuais. Dependendo do
de tecido linfóide, localizada na parede volume que adquire durante seu desen-
posterior da nasofaringe. A adenóide faz volvimento a adenóide provoca diferen-
parte do anel linfático de Waldeyer que tes graus de obstrução da via respiratória
circunda a região posterior da cavidade nasal superior podendo nos casos mais
bucal e nasal, representando a primeira graves interferir no processo normal de
linha de defesa do organismo durante os crescimento e desenvolvimento dentofa-
primeiros anos de vida até que outras es- cial da criança. O objetivo deste trabalho
truturas, como o baço, o timo e a medula é apresentar um método fácil e objetivo
óssea, ligadas à formação e manutenção para a avaliação do espaço respiratório
do sistema imunológico, se desenvol- nasofaringeano, por meio da telerradio-
vam. Em seu desenvolvimento normal, a grafia cefalométrica em norma lateral, de
amídala faringeana exibe um aumento acordo com os vários graus de hipertrofia
em massa do nascimento à puberdade da amídala faringeana ou adenóide.
Palavras-chave: Adenóide. Obstrução aérea. Obstrução nasofaringeana. Telerradiografia.

* Mestre em Ortodontia pela FOB-USP. Professora da Disciplina de Ortodontia da Universidade de Ribeirão Preto-UNAERP.
** Mestre em Ortodontia pela FOB-USP. Doutorando em Ortodontia na Faculdade de Odontologia de Araraquara–UNESP. Professor da Disciplina de Ortodontia da Fundação Educacional de Barretos e da Universidade Paulista.
*** Mestre em Reabilitação Oral pela USP- Ribeirão Preto. Doutor em Ortodontia pela UNICAMP-Piracicaba. Professor da Disciplina de Ortodontia da Universidade de Ribeirão Preto-UNAERP.
**** Professor Adjunto do Departamento de Clínica Infantil, Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

56 R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 6 - dez. 2005/jan. 2006


Cristiane Celli Matheus dos Santos-Pinto, Paulo Roberto dos Santos-Pinto, Edvaldo Luiz Ramalli, Ary dos Santos-Pinto, Dirceu Barnabé Raveli

Introdução apresenta-se aumentada em volume é comumente conhecida


O espaço nasofarigeano, fisiologicamente necessário à respira- como adenóide.
ção, constitui, segundo Moss15, um fator primordial ao crescimen- A relação entre o tamanho da adenóide e o espaço nasofarin-
to e desenvolvimento dentofacial, pois os ossos faciais crescem geano resultante é fundamental para a determinação do grau de
influenciados pelo desenvolvimento de suas matrizes funcionais. obstrução nasal e do padrão respiratório10.
Essas matrizes funcionais representadas pelos músculos e seios A adenóide provoca vários graus de obstrução da via respira-
da face se desenvolvem de acordo com as funções vitais que de- tória nasal superior dependendo do volume que adquire durante
sempenham como a respiração, a mastigação, a fonação e outras, a infância. Weimert29 denominou o istmo como o menor espa-
influenciando assim o crescimento facial. ço existente entre a superfície dorsal do palato mole e a parede
A amídala faringeana se localiza na parede posterior da naso- posterior da nasofaringe ou adenóide, quando presente (Fig. 1).
faringe e participa do anel linfático de Waldeyer, juntamente com Nos casos onde o istmo apresenta-se sensivelmente reduzido,
outras estruturas de tecido linfóide. Representam a primeira linha ocorre uma diminuição do fluxo respiratório nasal resultando em
de defesa do organismo nos primeiros anos de vida da criança até uma respiração bucal compensatória.
que outras estruturas de mesma função se desenvolvam tais como: Segundo O´Ryan et al.17, a avaliação específica das vias respi-
o baço, o timo e a medula óssea10. ratórias superiores utilizando telerradiografias, tomografias da na-
Subtelny26, Emslie, Massler e Zwemer4 salientaram que a amí- sofaringe ou nasofaringoscopia, possibilita um correto diagnóstico
dala faringeana exibe um aumento em massa, do nascimento à das obstruções nasofaringeanas.
puberdade e, após este período, sofre um processo de atrofia, Apesar da telerradiografia em norma lateral fornecer infor-
provavelmente sob a ação dos hormônios sexuais produzidos mações de modo bidimensional, esta possibilita a visualização
durante adolescência (Quadro 1). Quando a amídala faringeana das estruturas de tecido mole tão bem quanto as estruturas de

6M 2A 7A

9A 13,6 A

25 A
Quadro 1 - Traçados cefalométricos evidenciando as alterações da amídala Figura 1- Identificação do istmo (A) que corresponde ao menor espaço exis-
faringeana da infância à fase adulta. Fonte: Subtelny26. tente entre a superfície dorsal do palato mole e a parede posterior da nasofa-
ringe ou adenóide.

R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 6 - dez. 2005/jan. 2006 57


Espaço nasofaringeano. Avaliação pela telerradiografia

tecido duro. Quando a análise radiográfica sugere a presença de MÉTODO DE AVALIAÇÃO DO ESPAÇO NASOFARINGEANO
uma adenóide obstrutiva, capaz de reduzir significantemente o Neste trabalho serão apresentadas imagens de telerradiografias
istmo ou obstruí-lo totalmente, Poole, Egel e Chaconas18 recomen- em norma lateral com a identificação do espaço nasofaringeano e
dam que exames rinométricos complementares sejam realizados da Linha de McNamara, nos diferentes graus de adenóide, desde
para um correto diagnóstico. sua ausência à sua presença obstrutiva.
Holmberg e Linder-Aronson6 destacaram que durante o diag- Algumas regiões do trato respiratório podem ser observadas na
nóstico e planejamento do tratamento ortodôntico a avaliação da figura 2 como o espaço respiratório nasal representado pela letra A,
obstrução respiratória representa um fator relevante, sendo impor- o espaço nasofaringeano representado pela letra B e o espaço bu-
tante a utilização de um método simples para a análise do espaço cofaringeano identificado pela letra C. O contorno da parede pos-
nasofaringeano. Destacaram que a telerradiografia, em norma la- terior da nasofaringe está demonstrado pela letra D, evidenciando
teral, possibilita a medição e a avaliação do tamanho da adenóide, uma suave hipertrofia da amídala faringeana. A letra E representa
demonstrando valores semelhantes aos obtidos com exames com- o dorso do palato mole e Mc, a Linha de McNamara que quantifica
plementares como a rinoscopia. Ianni7 destacou que houve concor- o istmo resultante, em milímetros.
dância diagnóstica entre a telerradiografia cefalométrica lateral e a Na figura 3 o espaço nasofaringeano, apresentado na imagem
videoendoscopia nasofaringeana para o diagnóstico da hipertrofia radiográfica, é amplo com um istmo equivalente a 11mm, eviden-
adenoideana. ciando ausência de adenóide.
Jean, Fernando e Maw8 salientaram que a mensuração do istmo, O espaço nasofaringeano, apresentado na imagem radiográfi-
por meio da telerradiografia em norma lateral, constitui um método ca da figura 4, apresenta-se suavemente reduzido com um istmo
simples e eficaz para a avaliação da obstrução nasofaringeana. equivalente a 6mm. Nesses casos observa-se a presença da adenói-
Com o objetivo de estabelecer uma linha de referência para de, todavia, com espaço nasofaringeano satisfatório.
aferição do espaço nasofaringeano na telerradiografia em norma Na figura 5 observa-se uma redução do espaço nasofaringeano
lateral, McNamara13 definiu como “Linha de McNamara” a me- com o istmo correspondente a 4mm, evidenciando uma maior obs-
nor distância entre a superfície convexa da adenóide (ou parede trução do espaço nasofaringeano.
posterior da nasofaringe) e a superfície dorsal do palato mole, re-
presentada na figura 2 por “Mc”. Em seu estudo observou que os
pacientes que apresentavam valores iguais ou menores a 5mm de-
monstraram resultados positivos nos testes rinométricos, eviden-
ciando uma deficiência respiratória nasal, enquanto os pacientes
com valores superiores a 5mm apresentaram resultados negativos
nos testes rinométricos. Destacou portanto, haver uma correlação
positiva entre os resultados obtidos entre as duas avaliações.
Santos-Pinto22 realizou um estudo analisando as várias situa-
ções radiográficas da amídala faringeana, desde sua ausência até
sua presença obstrutiva, com o intuito de verificar a ocorrência
de alterações dentofaciais resultantes da redução do espaço na-
sofaringeano. Demonstrou que um espaço nasofaringeano menor
ou igual a 4mm resultava em alterações dentoesqueléticas impor-
tantes que comprometiam o desenvolvimento morfofuncional da
criança.
O reconhecimento precoce da adenóide como fator etiológi-
co das más oclusões, bem como as indicações e contra-indicações
para intervenções cirúrgicas, deveriam ser de grande interesse tanto
para o ortodontista quanto para o otorrinolaringologista. Quando
o fator etiológico da má oclusão não é identificado corretamente
e, conseqüentemente eliminado, a estabilidade do tratamento or-
todôntico fica comprometida. Portanto, fatores etiológicos devem
Figura 2 - Telerradiografia em norma lateral: A) espaço respiratório nasal;
ser diagnosticados e tratados precocemente, para que possa haver
B) espaço nasofaringeano; C) espaço bucofaringeano; D) contorno da parede
maior estabilidade dos casos tratados ortodonticamente16. posterior da nasofaringe; E) dorso do palato mole, Mc) Linha de McNamara.

58 R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 6 - dez. 2005/jan. 2006


Cristiane Celli Matheus dos Santos-Pinto, Paulo Roberto dos Santos-Pinto, Edvaldo Luiz Ramalli, Ary dos Santos-Pinto, Dirceu Barnabé Raveli

Figura 3 - A) Espaço nasofaringeano favorável com um istmo de 11mm. Figura 4 - A) Espaço nasofaringeano suavemente reduzido com um istmo de
B) Destaque da região nasofaringeana. 6mm. B) Destaque da região nasofaringeana.

Figura 5 - A) Espaço nasofaringeano reduzido com um istmo de 4mm. Figura 6 - A) Espaço nasofaringeano inadequado ou deficiente com um
B) Destaque da região nasofaringeana. istmo de 2mm. B) Destaque da região nasofaringeana.

Figura 7 - A) Espaço nasofaringeano deficiente com um istmo de 1mm.


B) Destaque da região nasofaringeana.

R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 6 - dez. 2005/jan. 2006 59


Espaço nasofaringeano. Avaliação pela telerradiografia

As figuras 6 e 7 apresentam imagens de adenóides obstruti- Associada à contração do arco dentário superior, referida por
vas com istmos equivalentes a 2mm e 1mm, respectivamente. esses autores, Hannuksela e Vaananen5 observaram a ocorrência
Esses graus acentuados de hipertrofia da adenóide resultam em altamente significante de mordida cruzada posterior em pacientes
importante obstrução do espaço nasofaringeano. respiradores bucais quando comparados aos pacientes respirado-
Torna-se importante ressaltar que quando o istmo apresenta-se res nasais.
reduzido, com valores iguais ou menores que 4mm, o paciente deve Corroborando com esses resultados, Santos-Pinto21,22 salien-
ser encaminhado ao otorrinolaringologista para uma avaliação en- tou que a redução acentuada do espaço nasofaringeano influi, de
doscópica complementar de modo a determinar, precisamente, modo significante, na forma e nas dimensões transversais do arco
o grau de obstrução respiratória nasal. dentário superior, podendo ocasionar a mordida cruzada posterior.
Um fator importante durante o diagnóstico do espaço naso- Wertz30 afirmou que, nos casos onde disjunções palatinas eram
faringeano, por meio da telerradiografia é o posicionamento do realizadas, sinais evidentes de melhora da capacidade respiratória
palato mole. Na figura 8, encontramos aparentemente um istmo nasal eram observados apenas nos pacientes que apresentavam o
reduzido, todavia, observa-se uma elevação do palato mole evi- fator etiológico da obstrução respiratória localizado na porção ân-
denciando que o paciente deglutiu no momento da tomada radio- tero-inferior da cavidade nasal. Enfatizou que nos casos onde o fa-
gráfica e não há uma obstrução nasorespiratória real. Portanto é tor responsável pela obstrução se localizasse mais posteriormente,
imprescindível que durante a execução da telerradiografia em nor- como nos casos de adenóides hipertróficas, a disjunção da sutura
ma lateral que o paciente encontre-se em posição de repouso, com palatina mediana não traria benefício significativo no sentido do
os dentes ocluidos e com os côndilos em relação cêntrica. Caso o aumento da capacidade respiratória nasal.
mesmo degluta durante o procedimento, a imagem do espaço na- Quanto ao padrão de crescimento facial, alguns autores10,21,22,23
sofaringeano ficará comprometida pela elevação do palato mole. destacaram que a altura facial ântero-inferior está diretamente
relacionada à direção de crescimento mandibular e conseqüen-
DISCUSSÃO temente aos fatores neuromusculares que influenciam a postura
Para um correto diagnóstico das más oclusões e elaboração de
um adequado plano de tratamento, é de suma importância que os
fatores etiológicos sejam identificados e sempre que possível elimi-
nados, para que as deformidades dentofaciais possam ser corrigi-
das e uma oclusão estável e satisfatória se estabeleça. Os achados
científicos dos autores descritos neste trabalho possibilitam o co-
nhecimento das alterações dentofaciais relacionadas às obstruções
nasofaringeanas.
Linder-Aronson9 afirmou que pacientes respiradores bucais
apresentavam face estreita, nariz com base alar pequena e pou-
co desenvolvida e, principalmente, expressão facial vaga e inerte,
características que conferem à criança um tipo facial específico ao
qual denominou de “Face Adenoideana”.
Crianças com adenóides volumosas geralmente apresen-
tam o arco superior atrésico e em forma de ‘V’. O estreitamento
do arco superior resulta de um desequilíbrio muscular decorrente
de uma posição mais inferior e anterior da língua, pois esses pa-
cientes permanecem por longo período com a boca entreaberta
e com a língua posicionada ântero-inferiormente para possibili-
tar a respiração bucal14,28. Este desequilíbrio entre a musculatura
peribucal e a musculatura intrabucal ocasiona uma maior com-
pressão da musculatura externa sobre a porção lateral da maxi-
la, levando a uma atresia do arco dentário superior. Esses dados
encontram apoio em muitos trabalhos que destacam a ocorrência
da atresia do arco dentário superior em indivíduos com espaço
Figura 8 - Observa-se a elevação do palato mole evidenciando que o pacien-
nasofaringeano reduzido1,2,3,24,25. te deglutiu durante a tomada radiográfica.

60 R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 6 - dez. 2005/jan. 2006


Cristiane Celli Matheus dos Santos-Pinto, Paulo Roberto dos Santos-Pinto, Edvaldo Luiz Ramalli, Ary dos Santos-Pinto, Dirceu Barnabé Raveli

da mandíbula. A rotação do plano mandibular representa uma das lateral, por ortodontistas e odontopediatras, de modo a favorecer
conseqüências mais preocupantes da obstrução respiratória nasal. a identificação precoce das obstruções respiratórias nasais que
Crianças com uma redução evidente do espaço nasofaringeano, possam comprometer o equilíbrio das funções bio-psico-sociais da
apresentaram uma rotação mandibular em sentido horário durante criança.
o período de crescimento, evidenciando um padrão de crescimento Embora o diagnóstico e o tratamento das obstruções respirató-
vertical. rias, devam ser realizados por otorrinolaringologistas, que detém o
Quanto ao posicionamento ântero-posterior da maxila em re- conhecimento aprofundado da anatomia, fisiologia e patologia da
lação à base do crânio, Trask, G. Shapiro e P. Shapiro27 não encon- região nasofaringeana11, o ortodontista deve se preocupar com es-
traram diferenças estatisticamente significantes, quando compa- tas questões, pois é responsável pelo tratamento das deformidades
raram pacientes respiradores bucais com pacientes respiradores dentofaciais resultantes das obstruções respiratórias nasais. Por ser
nasais. Corroborando com estes autores, Santos-Pinto21 não obser- o profissional melhor qualificado para o monitoramento do cresci-
vou alterações significantes que demonstrassem modificações no mento da face, deve atuar juntamente com os otorrinolaringologis-
posicionamento da maxila, no sentido ântero-posterior, nos vários tas e pediatras para o controle das alterações respiratórias nasais20.
graus de redução do espaço nasofaringeano.
Massler e Zwemer12 salientaram, porém, que devido ao pala- Conclusões
to atrésico, profundo e ogival, a porção anterior do arco dentário A telerradiografia cefalométrica em norma lateral possibilita a
superior tende a se deslocar para frente. Essa alteração pode, se- avaliação dos vários graus de hipertrofia da amídala faringeana,
gundo os autores, favorecer a ocorrência de má oclusão de Classe desde a sua ausência à sua presença obstrutiva por meio da medi-
II, divisão 1, caso haja uma predisposição genética. Mocellin14 des- ção do espaço nasofaringeano resultante. Quando o istmo se apre-
tacou que a obstrução respiratória nasal representa um fator que sentar igual ou inferior a 4mm, indicará que existe uma obstrução
pode acentuar e agravar, mas não ocasionar as más oclusões de nasofaringeana importante e, nesses casos, o paciente deve ser
Classe II, divisão 1. encaminhado para o otorrinolaringologista, para um diagnóstico
Além das alterações dentofaciais, a respiração bucal pode pre- preciso do grau de obstrução respiratória nasal.
dispor a criança às infecções respiratórias, às gengivites hiperplási- O diagnóstico da obstrução respiratória nasofaringeana é de
cas e a uma maior predisponência às cáries12. suma importância para o ortodontista, pois a presença da adenóide
Santos-Pinto22 salientou que o espaço nasofaringeano deveria obstrutiva pode interferir tanto nos resultados do tratamento orto-
ser avaliado por meio da telerradiografia cefalométrica em norma dôntico como na estabilidade da oclusão pós-tratamento.

Nasopharyngeal airway. Roentgencephalometric evaluation


Abstract
The pharyngeal amygdale, commonly known as adenoid, period, it goes through an atrophy process, probably
is a lymphatic tissue structure located in the posterior due to the action of the sexual hormones. Depending
nasopharyngeal wall. The adenoid is part of the Waldeyer on the volume that it gets during its development,
lymphatic ring that surrounds the posterior area of the adenoid brings different degrees of upper nasal airway
mouth and nasal cavity, representing a line of organic obstruction, causing in the most serious cases interference
defense during the first years of life until the other with the normal process of child dentofacial growth and
structures, linked to the formation and maintenance of development. The objective of this work is to present an
the immune system as the spleen, the thymus, and the easy and objective method to evaluate the respiratory
bone marrow, have attained enough development. In its site, through the lateral cephalometric radiograph norm,
normal development, the pharyngeal amygdale presents considering the degrees of hypertrophy of the amygdale
an increase in mass from birth to puberty, and after this pharyngeal or adenoid.

KEY WORDS: Adenoid. Nasopharyngeal obstruction. Cephalometric evaluation.

R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 6 - dez. 2005/jan. 2006 61


Espaço nasofaringeano. Avaliação pela telerradiografia

Referências

1. ADAMIDS, I. P.; SPYROPOULUS, M. N. The effects of lymphoadenoid hypertrophy on 16. NEIVERT, H. The lymphoid tissue problem in the upper respiratory. Am J Orthod,
the position of the tongue, the mandible and the hyoid bone. Eur J Orthod, London, St. Louis, v. 25, no. 6, p. 544-54, 1939.
v. 5, p. 287-297, 1983. 17. O’RYAN, F. S. et. al. Nasorespiratory function in individuals with vertical maxillary
2. BEHLFELT, K. Enlarged tonsils and the effect of tonsillectomy: characteristics of the excess. J Clin Orthod, Boulder, v. 18, no. 5, p. 342-353, May 1984.
dentition and facial skeleton: posture of the head, hyoids bone and tongue. Mode of 18. POOLE, M. N.; ENGEL, G. A.; CHACONAS, S. J. Nasopharyngeal cephalometrics. J Oral
breathing. Swed Dent J, Jönköping, v. 72, p.1-35, 1990. Supplement. Surg, Chicago, v. 49, no. 3, p. 266-271, Mar. 1980.
3. BUSHEY, R.S. Adenoid Obstruction of the Nasopharynx. In: McNAMARA JR., J. A. 19. PRUZANSKY, S. Roentgencephalometric studies of tonsil and adenoids in normal and
(Ed.). Naso-respiratory function and craniofacial growth. Ann Arbor: University of pathologic states. Ann Otol Rhinol Laryngol, St. Louis, v. 84, no. 2, p. 55-62,
Michigan, Center for Human Growth an Development, 1979. p. 199-232. Mar./Apr. 1975. Supplement 19.
4. EMSLIE, R. D.; MASSLER, M.; ZWEMER, J. D. Mouth breathing: etiology and effects (a 20. RUBIN, R. M. The orthodontist’s responsability in preventing facial deformity. In:
review). J Am Dent Ass, Chicago, v. 44, p. 506-521, May 1952. McNAMARA JR., J. A. Naso-respiratory function and craniofacial growth. Ann
5. HANNUKSELA, A. The effects moderate and severs atopy in the facial skeleton. Eur J Arbor: University of Michigan, Center for Human Growth and Development, 1979.
Orthod, Oxford, v. 3, p. 187-193, 1981. (Monograph Craniofacial Growth Series, 9).
6. HOLMBERG, H.; LINDER-ARONSON, S. Cephalometric radiographs as a means of 21. SANTOS-PINTO, A. Alterações nasofaringeanas e craniofaciais em pacientes com
evaluating the capacity of the nasal and nasopharyngeal airway. Am J Orthod, adenóide hipertrófica: estudo cefalométrico. 1984. 72 f. Dissertação (Mestrado)-
St. Louis, v. 76, no. 5, p. 479-490, Nov. 1979. Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1984.
7. IANI, D. Estudo comparativo entre videoendoscopia nasofaringeana e 22. SANTOS-PINTO, C. C. .M. Estudo radiográfico e de modelos, para a avaliação de
telerradiografia cefalométrica lateral no diagnóstico das obstruções da alterações dentofaciais em função da redução do espaço nasofaringeano, em
nasofaringe. 1997. 111f. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Odontologia de jovens brasileiros leucodermas de 8 a 14 anos de idade. 1992. 151 f. Dissertação
Araraquara, UNESP, Araraquara, 1997. (Mestrado)–Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo,
8. JEANS, W. D.; FERNANDO, D. C. J.; MAW, A. R. How should adenoidal enlargement São Paulo, 1992.
be measured. A radiological study based on interobserver agreement. Clin Radiol, 23. SANTOS-PINTO, A.; PAULIN, R. F.; MELO, A. C. .M. A influência da redução do espaço
Oxford, v. 32, p. l337-1440, 1981. nasofaringeano na morfologia facial de pré-adolescentes. R Dental Press Orthodon
9. LINDER-ARONSON, S. Adenoids: their effect on mode of breathing and nasal airflow Orthop Facial, Maringá, v. 9, n. 3, p. 19-26, maio/jun. 2004.
and their relationship to characteristics of the facial skeleton and dentition. Acta 24. SCHULHOF, R. J. Consideration of airway in orthodontics. J Clin Orthod, Boulder,
Otolaring, Oslo, v. 265, p. 1-132, 1970. Supplement. v. 12, no. 6, p. 440-444, June 1978.
10. LINDER-ARONSON, S.; WOODSIDE, D.G. The growth in the sagital depth of the bony 25. SMITH, R. M.; GONSALEZ, C. The relationship between nasal obstruction and
nasophaynx in relation to some other facial variables. In: MAcNAMARA JR., J. A. (Ed.). craniofacial growth. Pediatr Clin North Am, Philadelphia, v. 36, no. 6, p. 1423-434,
Naso-Respiratory function and craniofacial growth. Ann Arbor: University of Dec. 1989.
Michigan, Center for Human Growth an Development, 1979. p. 27-40. 26. SUBTELNY, J. D. The significance of adenoid tissue in orthodontia. Angle Orthod,
11. LUNDI, V. J. Office evaluation of nasal obstruction. Otolaryngol Clin North Am, v. 4, no. 2, p. 59-69, Apr. 1954.
Philadelphia, v. 25, p. 803-816, 1992. 27. TRASK, G. M.; SHAPIRO, G. G.; SHAPIRO, P. A. The effects of perennial allergic rhinitis
12. MASSLER, M.; ZWEMER, J. D. Mouth breathing. II: diagnosis and treatment. J Am on dental and skeletal development: A comparison of sibling pairs. Am J Orthod
Dent Ass, Chicago, v. 46, no. 6, p. 658-671, June 1953. Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 92, no. 4, p. 286-293, Oct. 1987.
13. McNAMARA JR., J. A. A method of cephalometric evaluation. Am J Orthod, St. Louis, 28. TOMES, C. S. On the developmental origin of the v-shaped contracted maxilla.
v. 86, p. 449-469, 1984. Month Rev Dent Surg., [S. l.], v. 1, p. 2, 1882.
14. MOCELLIN, Leão. Alteração oclusal em respiradores bucais. Jornal Brasileiro de 29. WEIMERT, T. On airway obstruction in orthodontic practice. J Clin Orthod, Boulder,
Ortodontia e Ortopedia Maxilar, Curitiba, v. 2, n. 7, p. 46, jan./fev. 1997. v. 20, no. 1, p. 96-104, Feb. 1986.
15. MOSS, M. L. Vertical growth of the human face. Am J Orthod, St. Louis, v. 50, 30. WERTZ, R. A. Changes in nasal airflow incident to rapid maxillary expansion.
p. 359-376, 1964. Angle Orthod, Appleton, v. 38, no. 1, p. 1-11, Jan. 1968.

Endereço para correspondência

Cristiane C. M. dos Santos-Pinto


Rua Américo Brasiliense no 1702, sala 5 - Vila Seixas
CEP: 14.015-050 - Ribeirão Preto/SP
E-mail: cristianecelli@hotmail.com

62 R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 6 - dez. 2005/jan. 2006

View publication stats

Você também pode gostar