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EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

Prof. Me. Pedro Fernando


HISTÓRICO

A ESCRAVIZAÇÃO
≠ O IMPERIALISMO NECESSIDADE DA
ESCRAVIDÃO MÃO DE OBRA

AS CONDIÇÕES
O TRÁFICO
AS FUGAS DA
NEGREIRO
ESCRAVIZAÇÃO

O QUILOMBO E AS COMUNIDADES
O SILÊNCIA NO
SUAS CONDIÇÕES QUILOMBOLAS
TEMPO
DE EXISTÊNCIA

O NOVO CONCEITO A LUTA E SUAS RESIGNIFICAÇÕES

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O QUILOMBO HISTÓRICO - CONCEITOS
1. “Toda habitação de negros fugidos, que passem de
cinco, em partes despovoadas, ainda que não tenham
ranchos levantados, nem se achem pilões neles.”(Coroa
Portuguesa.1740)

2. “Unidade básica de resistência do escravo. Pequeno ou grande,


estável ou de vida precária, em qualquer região que exista
escravidão(lá se encontra ele como desgaste do regime
servil)”.(Clovis Moura.1981)

3. “Comunidades Negras Rurais habitadas por descendentes de


africanos, escravizados, com fortes laços de parentesco. A maioria dos
quilombos está baseado em cultura de subsistência, e se situa em terra
doada, comprada ou secularmente ocupada. São comunidades que
valorizam tradições culturais de antepassados (religiosos ou não) e as
recriam no presente.(Glória Moura.1997). Prof. Me. Pedro Fernando
O QUILOMBO CONCEITO SENSÍVEL
Espaço social de vivência estratégica, que possa garantir a
liberdade coletiva e individual de um sujeito marginalizado pelo
hegemônico
*Cultura; *Identidade social; *Direito;
LIBERDADE *Educação; *Reconhecimento; *Resistência
(estratégia)

COMUNIDADE QUILOMBOLA
Espaço social de vida, onde se valoriza a cultura, os saberes dos
mais velhos, a memória, as relações do trabalho coletivo, a luta
dos ancestrais e re-significa a educação.
*Festas; *Cotidiano; *Organização; *Família (núcleo
RE-SIGNIFICAÇÃO familiar de casa e da comunidade).; Resistência (estratégia);
Direitos; * Educação.
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A IDENTIDADE

O termo refere-se a pessoas que vivem em grupo, à imagem que as


pessoas fazem de si próprias e que os outros têm delas. Os
elementos que fundamentam a criação de uma identidade são a
língua que o povo fala, o lugar onde vive, o passado comum, os
valores, em que todos acreditam ou deveriam acreditar.(SOUZA,
2008).

".. A parte do auto-conceito de um indivíduo que deriva de seu


conhecimento, de sua condição de membro pertencente a um grupo social
(ou grupos) em conjunto com o valor e significado emocional ligado a
esse filiação "(RAMOS, 2010, p. 255).

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A IDENTIDADE MODERNA: UMA CRISE DE PARADIGMAS

De acordo com Hall (2003) a identidade moderna está fragmentada,


entrando em crise de forma a abalar a idéia sólida que tínhamos de nós
mesmos como sujeitos integrados, a identidade agora é definida
historicamente e não biologicamente, não é mais unificada, pois o sujeito
adota diferentes identidades em diferentes contextos. (CARDOSO, 2009,
p. 01)

A IDENTIDADE MODERNA: UMA CRISE DE PARADIGMAS

É a autocapacidade de si dizer quem é, de se autoafirmar e de afirmar


alguém pelo reconhecimento de “si” pelo “outro” (SANTOS, 2014, p.
12)

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QUAL O DESDOBRAMENTO SÓCIOPOLÍTICO DISSO?

Os cenários de trabalho e de convívio com as diferenças e posteriormente


com a diversidade sempre foi um balizador de uma batalha que apenas se
molda dentro da história. Em alguns pontos do mundo ocidental isso
começou alguns mais cedo outros mais tarde dentro desse tempo da
modernidade.

A proposta encabeçada por grupos humanitários e defensores sociais dos


Direitos Humanos bem como os políticos dos Direitos Humanos e órgãos
públicos que se arrogavam de ideias socialistas, comunistas, populares foi a
criação de políticas bilaterais e teorias de convívio e tolerância.

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O PROPULSOR DAS POLÍTICAS E TEORIAS – Quatro operatórios...
PRIMEIRO “Há uma necessidade de identidades mais próximas do
sujeito local, em oposição à universalização da identidade”
(SANTOS, 2014,p.03). “Em certa medida, o que está sendo
discutido é a tensão entre o “global” e o “local” na
transformação das identidades”. (HALL, 1999, p.76 apud
SANTOS, 2014, p.02-3).

SEGUNDO
É notório que há uma demanda de um formato de educação crítica
que dialogue com estruturas paralelas e locais, que aceite
positivamente a diversidade, que admita a igualdade como direito a
diferença, que cultive o respeito além da tolerância, que congregue
capacidades e saberes de convivência, que acentue a visão de
incompletude, e que reconheça que o “outro” não é oposto nem
adversário do “eu”. (SANTOS, 2014,p.03)
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TERCEIRO
Ficou notório no discurso da modernidade uma intenção e/ou uma
(pré)tensão de uma harmonização universalizada entre o “local e o
global”, entre o “particular e o geral”, entre a “igualdade e a
diferença”, mas também ficou claro que essa tentativa trazia consigo
traço de hegemonia de outros discursos de poder e de outros
contextos massificantes. (SANTOS, 2014, p.03)

TERCEIRO
o fato da educação cidadã, nesses termos é licito que a própria
expressão já venha empobrecida, mas há uma urgência em se ter uma
noção de cidadania para além dos conceitos e do discurso polifônico
midiático. (SANTOS, 2014, p.03)

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PRÁTICAS, POLÍTICAS OU TEORIAS

MULTICULTURALIDADE
(...) o termo multiculturalismo estaria significando o mero fato de uma
sociedade ser composta de múltiplas culturas, sem necessariamente trazer
o dinamismo dos choques, relações e conflitos advindos de suas
interações. (CANEN, s/d, p.92)

(...)multiculturalismo busca „descolonizar‟ os discursos,


OBJETIVO
identificando expressões preconceituosas (...), bem como marcas e
construções da linguagem que estejam Impregnadas [por
hegemonias e supremacias]. (CANEN, s/d, p.92)

CRÍTICA Exalta a Pluralidade cultural, mas continua reproduzindo ou


deixando ser reproduzido os estereótipos.(CANEN, s/d)
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PLURICULTURALIDADE

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O multiculturalismo propõe interações benéficas no sentido da
OBJETIVO mistura “para conhecer” outras culturas, e promover o respeito
às culturas diversas.

Tanto o Pluriculturalismo quanto o Multiculturalismo permitem


ainda a segregação, a marginalização, a passividade e a
CRÍTICA competitividade. Sem mencionar que aculturações e abduções
aconteceram e acontecem indiscriminadamente sem a devida
consciência social.

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INTERCULTURALIDADE

Entendemos interculturalidad como la posibilidad de diálogo entre las


culturas. Es un proyecto político que trasciende lo educativo para pensar
en la construcción de sociedades diferentes […] en otro ordenamiento
social. (Consejo Regional Indígena de Cauca, 2004)

o trabalho intercultural pretende contribuir para superar tanto a


atitude de medo quanto a de indiferente tolerância ante o “outro”,
OBJETIVO
construindo uma disponibilidade para a leitura positiva da
pluralidade social e cultural. Trata-se, na realidade, de um novo
ponto de vista baseado no respeito à diferença, que se concretiza
no reconhecimento da paridade de direitos. (FLEURI, 2003, p.17)

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O QUE É EDUCAÇÃO?

(...) que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como


amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela
alegria, gosto pela vida, abertura ao novo, disponibilidade à mudança,
persistência na luta, recusa aos fatalismos(...) abertura à justiça, não é
possível a prática pedagógico-progressista, que não se faz apenas com
ciência e técnica (FREIRE,1997,p. 136).

INTERCULTURALIDADE EDUCACIONAL

(...) é o legado de uma forma laica de empoderamento dos sujeitos para


abrangentes enfrentamentos políticos. (SANTOS, 2014, p.06)

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Uma educação para a negociação cultural, que enfrenta os conflitos
provocados pela assimetria de poder (...) capaz de favorecer a construção
de um projeto comum, pelo qual as diferenças sejam dialeticamente
integradas. A perspectiva intercultural está orientada à construção de uma
sociedade democrática, plural, humana, que articule políticas de igualdade
com políticas de identidade. (CANDAU, 2008, p. 52).

A educação passa a ser entendida como o processo construído pela


relação tensa e intensa(...), criando contextos interativos que (...)
diferentes sujeitos desenvolvem suas respectivas identidades, torna-se um
ambiente criativo e propriamente formativo, ou seja, estruturante de
movimentos de identificação subjetivos e socioculturais. (FLEURI, 2003,
p. 31-2).

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A INTERCULTURALIDADE COMO APORTE DOS POVOS

(...) para as políticas de educação, assim como, as de direitos humanos


esses seguimentos sociais alocaram a intercultura como foco de fuga para
além da tolerância preconizada em outros países e em outros contextos.
(SANTOS, 2014, p.06).

CONSTATAÇÃO ARREBATADA...

(...) é preciso garantir dentro da universalidade humana e social, a


diversidade cultural e política para se fazer valer os princípios
democráticos e o direito subjetivo

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EDUCAÇÃO QUILOMBOLA...

O QUE É SER ESPECÍFICA


POR QUE?

O QUE JUSTIFICA ESSA INICIATIVA?

QUAIS SEUS PRINCIPIOS?

JÁ EXISTE UMA EDUCAÇÃO!!!

ESSA EDUCAÇÃO FORMARÁ O QUE? QUEM?

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REFERÊNCIAS

CANDAU, Maria Vera. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre


igualdade e diferença. Rio de Janeiro: v.13 - n.7 - jan./abr. Revista Brasileira de Educação,
2008.
___________.Cidadania e direitos humanos. IEA/USP. (texto de uma conferencia) (Texto
disponível em: http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/textos#Direitos Humanos /
Cidadania. Acesso em 16/10/2013).
FLEURI, R.M. Intercultura e Educação. Revista Brasileira de Educação – ANPEd. Campinas
– SP: Editores Associados, n.23, 2003.
HALL, Stuart. A identidade cultural da pós-modernidade. 10ª edição. Rio de Janeiro:
DP&A editora, 1999.
SANTOS, Pedro. Fernando dos. e MEDEIROS, Arilene Maria Soares de. Interculturalidade
e Educação – Caminhos de cidadania. Programa de Pós-graduação em Educação –
POSEDUC. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró: 2014.
MOURA, Clóvis Steiger de Assis. Os Quilombos e a Rebelião Negra ,1981
MOURA, M. da Gloria da Veiga. Ritmos e Ancestralidade na Força dos Tambores
Negros: Currículo Invisível da Festa. Dissertação de Doutorado da USP, 1997.
SOUZA, Marina de Mello e.África e Brasil africano. S. Paulo: Ática, 2008.

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MOURA, Clóvis Steiger de Assis. Os Quilombos e a Rebelião Negra ,1981
MOURA, M. da Gloria da Veiga. Ritmos e Ancestralidade na Força dos Tambores
Negros: Currículo Invisível da Festa. Dissertação de Doutorado da USP, 1997.
SOUZA, Marina de Mello e.África e Brasil africano. S. Paulo: Ática, 2008.
RAMOS, M. Trabalho, educação e correntes pedagógicas no Brasil: um estudo a partir da
formação dos trabalhadores técnicos da saúde. Rio de Janeiro: EDUFRJ e EPSJV/Fiocruz,
2010.

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