Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Principios:
Comunicação
Cuidados Paliativos são a abordagem do paciente e sua família com doença ameaçadora a vida.
O manejo de dor e outros sintomas, e provisão de suporte psicológico, social e espiritual são
supremos, almejando alcançar a melhor qualidade de vida para pacientes e seus familiares.
Muitos aspectos dos cuidados paliativos são também aplicáveis mais precocemente no curso das
doenças, em conjuntura com demais tratamentos (WHO, 2002). As vantagens dos Cuidados
Paliativos têm sido demonstradas na qualidade do serviço e do cuidado. Outra vantagem
comprovada é o menor custo quando comparado ao tratamento convencional. Temel et al., 2010
demonstraram que os Cuidados Paliativos, quando oferecidos precocemente e corretamente aos
pacientes, melhoram a qualidade de vida, o humor e a sobrevida dos pacientes. Além disso,
Smith et al., 2014 demonstraram significativa redução de custos quando empregados os
Cuidados Paliativos.
• O Cuidado Paliativo não se baseia em protocolos, mas sim em princípios. Não se fala mais
em terminalidade, mas em doença que ameaça a vida. Indica-se o cuidado desde o
diagnóstico, expandindo nosso campo de atuação. Não falaremos também em
impossibilidade de cura, mas na possibilidade ou não de tratamento modificador da
doença, desta forma afastando a ideia de “não ter mais nada a fazer”. Pela primeira vez,
uma abordagem inclui a espiritualidade dentre as dimensões do ser humano. A família é
lembrada, portanto assistida também após a morte do paciente, no período de luto
DISTANASIA →
EUTANASIA:
• Atualmente, é entendida como uma prática para abreviar a vida, a fim de aliviar ou evitar
sofrimento para os pacientes.
o Eutanásia ativa — Ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente,
por fins humanitários (por exemplo, utilizando uma injeção letal);
o Eutanásia passiva — Quando a morte ocorre por omissão proposital em se iniciar
uma ação médica que garantiria a perpetuação da sobrevida (por exemplo, deixar
de se iniciar aminas vasoativas no caso de choque não responsivo à reposição
volêmica);
o Eutanásia de duplo efeito — Nos casos em que a morte é acelerada como
consequência de ações médicas não visando ao êxito letal, mas sim, ao alívio do
sofrimento de um paciente (por exemplo, emprego de morfina para controle da dor,
gerando, secundariamente, depressão respiratória e óbito).
ORTOTANASIA:
SUICÍDIO ASSISTIDO:
COMA:
Estado vegetativo ocorre quando o cérebro (a parte do cérebro que controla o pensamento e o
comportamento) não funciona mais, mas o hipotálamo e o tronco cerebral (as partes do cérebro
que controlam as funções vitais, tais como ciclos de sono, temperatura corporal, respiração,
pressão arterial, frequência cardíaca e consciência) continuam a funcionar. Assim, as pessoas
abrem os olhos e parecem acordadas, mas de outra forma não respondem a estímulos de forma
significativa.
• As pessoas em estado vegetativo conseguem abrir os olhos, mas não conseguem falar ou
fazer coisas que requeiram pensamento ou intenção consciente, e não têm consciência de
si próprias nem de seu ambiente
• O estado vegetativo é raro. Tradicionalmente, um estado vegetativo tem sido considerado
um transtorno de longa duração (crônico). Ou seja, se à primeira vista uma pessoa estiver,
aparentemente, em
estado vegetativo,
mas recuperar
alguma função
mental (cognitiva)
em algumas
semanas, essa
pessoa nunca
esteve em um
estado vegetativo.
• Um estado
vegetativo que
dura mais de um
mês é considerado
um estado
vegetativo
persistente. As
pessoas com um
estado vegetativo
persistente raramente recuperam qualquer função mental ou capacidade de interagir com o
ambiente de forma significativa.
• Em termos de desenvolvimento temporal, designa-se o estado vegetativo o quadro clínico
inicial, estado vegetativo continuado quando o quadro persiste pelo menos 4 semanas e
estado vegetativo persistente quando as alterações neurológicas persistem por mais de 3
meses após anoxia cerebral e 12 meses na sequência de traumatismo craniano.
MORTE ENCEFÁLICA:
→ Documento escrito no qual uma pessoa dispõe acerca da sua vontade quanto aos cuidados
médicos que pretende receber quando perca a capacidade de exprimir seus desejos, ou se
encontrar em estado de incapacidade que não possa decidir por si.
• Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre
sua pessoa ou seu bem estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.
• Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante
legal. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados
paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou
obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua
impossibilidade, a de seu representante legal.
Delas se extrai que há permissão legal para que os médicos acatem os desígnios dos pacientes –
no que aqui é mais pertinente – manifestados em seus testamentos vitais, à exceção explícita da
eutanásia, que não é uma das possíveis hipóteses a serem trazidas por um testamento vital.
CFM Resolução 1.995/2012: Trata-se do ato normativo vigente na legislação brasileira sobre
testamento vital, formulada a partir da competência atribuída aos Conselhos de Medicina pela Lei
nº 3.268/57.
“Significa dizer que a Lei Maior do Brasil reconhece o direito à vida desde que esta seja digna e
mais, reconhece a autonomia da pessoa. Assim, obrigar uma pessoa a se submeter a um
tratamento que ele não deseja quando este não terá função de lhe devolver uma vida plena é
degradante”
ORTOTANÁSIA
No item XXII de seu Capítulo I, que trata dos Princípios Fundamentais da Medicina, o Código de
Ética Médica de 2009 dispõe, expressamente, que “nas situações clínicas irreversíveis e
terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos
desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os Cuidados Paliativos
apropriados”. E, depois de proscrever a eutanásia em seu artigo 41, o novo Código de Ética
Médica afirma, também de forma expressa, no parágrafo único desse mesmo dispositivo
normativo, que “nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os
Cuidados Paliativos disponíveis, sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou
obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua
impossibilidade, a de seu representante legal”. Como se vê, atualmente, no âmbito ético da
prática da medicina, está consolidado, às completas, o entendimento de repúdio à “distanásia” e
de total aprovação da “ortotanásia”, cuja prática há de ser estimulada
Para que uma omissão possa ser considerada penalmente relevante, para que um crime
comissivo possa ser praticado por omissão, e, assim, para que um homicídio (comissivo) possa
ser praticado por omissão, é imprescindível que os requisitos do mencionado dispositivo penal
estejam caracterizados: a) possibilidade de agir para evitar o resultado; e b) dever de impedir o
resultado14. Portanto, para praticar um homicídio por omissão, o médico precisa ter a
possibilidade de evitar a morte do paciente e, também, o dever jurídico de agir para evitar essa
morte. Exige-se, pois, possibilidade e dever de evitar o resultado morte.
SUICÍDIO ASSISTIDO
• Instigação e o auxílio ao suicídio, elencado no artigo 122 do Código Penal e o homicídio
em sua modalidade dolosa, previsto no artigo 121 do Código Penal. Deste modo, aquele
que atendendo ao pedido de um doente incurável, provocar-lhe a morte, responderá pelo
crime de homicídio doloso, art. 121, Capítulo I - Dos Crimes Contra a Vida, que estabelece:
o Art. 121. Com efeito, do mesmo modo e pelas mesmas razões já expostas, isto é,
por ser a vida considerada um bem jurídico inviolável, aquele que prestar
assistência ao suicídio será responsabilizado pelo crime de induzimento, instigação
ou auxilio ao suicídio, elencado art. 122, do Código Penal, que determina:
▪ Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para
que o faça:
✓ Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou
reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão
corporal de natureza grave
✓ Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico ou II -
se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.
• Como se vê, no “auxílio ao suicídio”, quem causa a ocisão é a própria pessoa, que se mata
com o auxílio indireto de terceiros. Assim, se o médico fornece uma substância letal ao
doente, que a ingere ou a injeta no próprio corpo, morrendo em decorrência dessa prática
(suicídio), a conduta do médico, comissiva, será enquadrada no tipo do artigo 122 do
Código Penal (auxílio ao suicídio).
EUTANÁSIA
• CFM - Resolução n. 1.931/2009, que entrou em vigor em 13 de abril de 2010, por meio da
qual se proíbe a eutanásia, conforme art. 41, e se autoriza a ortotanásia, de acordo com o
parágrafo único do mesmo dispositivo, a saber:
o É vedado ao médico: Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste
ou de seu representante legal.
Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os
cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou
obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua
impossibilidade, a de seu representante legal.
• O primeiro Código Criminal brasileiro, de 1830, nada dizia sobre eutanásia, e tipificava o
auxílio ao suicídio:
o Art. 198 - Ajudar alguém a suicidar-se ou fornecer-lhe meios para esse fim, com
conhecimento de causa: pena de prisão por dois anos ou seis meses".
o Art. 121 do Código Penal: Matar alguém. Pena - Reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte)
anos.
▪ Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral (...) o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
▪ Não constituiu crime deixar de manter a vida de alguém por meio artificial, se
previamente atestada por dois médicos, a morte como iminente e inevitável, e
desde que já haja consentimento do paciente, ou na sua impossibilidade, de
ascendente, descendente, cônjuge, companheiro ou irmão.
• Nos casos de “eutanásia”, a conduta do agente subsume-se com exação ao tipo
“comissivo” do homicídio. É que, no procedimento eutanásico, o agente pratica uma
conduta de “ação”, pois a morte é causada mediante uma ação, como, por exemplo, no
caso da aplicação de uma injeção letal
• Induvidosamente, portanto, quem pratica a eutanásia “mata alguém”, ou seja, realiza uma
conduta de ação, que se tipifica no artigo 121 do Código Penal. O fato é típico. Trata-se de
homicídio. E, de acordo com o caput do artigo 41 do Código de Ética Médica, a
“eutanásia”, exatamente por ser um homicídio sob o aspecto jurídico-penal, também é
condenável no âmbito ético da medicina
• Trata-se de um “homicídio privilegiado”. Como dispõe o parágrafo único do artigo 121 do
Código Penal, a pena do homicídio pode ser diminuída de um sexto a um terço, se o
agente comete o crime “impelido por relevante valor social ou moral”. Assim, nos casos de
“eutanásia”, no Brasil, pode ocorrer uma diminuição de censura ou de reprovação, mas
haverá crime.
DISTANÁSIA
É verdade que o artigo 57 do Código de Ética Médica, de 2009, dispõe que o médico não pode
deixar de utilizar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento a seu alcance em favor
dos pacientes. Mas, obviamente, tal dever médico não justifica a mantença de procedimentos
inúteis, fúteis e causadores de sofrimento e dor, antes indica a sua ilicitude e a falta de
compromisso ético quando afirma que os procedimentos devem ser empregados “em favor do
paciente”. Na realidade, no que diz respeito ao doente terminal acometido de doença incurável,
diante da impossibilidade terapêutica da cura, não há dever de curar, nem de salvar, mas, sim,
apenas e tão somente, “dever de cuidar”, ou seja, de garantir ao paciente todos os “tratamentos e
Cuidados Paliativos” cabíveis e disponíveis para aliviar a sua dor, proporcionando-lhe condições
para que prossiga, naturalmente, nos lindes do possível, sem sofrimento e sem dor.