Gestão da Inovação Tema 08 – Gestão do portfólio de projetos de inovação na empresa Bloco 1
Prof. Fernando Soares de Moura
Tópicos da aula
Conceito de gestão do portfólio de projetos
inovação. Ordenar os objetivos propostos pela gestão de portfólio. Gestão de portfólio
Organizações atuam nas inovações mediante
projetos de P&D (que fazem parte de um portfólio). Processo de inovação: dinâmico, complexo e difícil de medir. Natural que a gestão do portfólio de projetos inovação não seja igualmente complexa. Quais objetivos da gestão?
Cooper, Edgett & Kleinschmidt (2001),
definiram quatro objetivos numa gestão do portfólio de inovação: i) Maximizar o valor do portfólio. ii) Buscar o equilíbrio no portfólio. iii) Alinhar o portfólio com a estratégia da companhia. iv) Escolher o número apropriado de projetos. (i) Maximizar o valor do portfólio
Existe uma dificuldade latente na busca de
maximização do valor dos portfólios: como ordenar o valor? Um critério ou método para ordenar projetos significa valorar projetos de diversa natureza segundo os mesmos padrões, ou seja, às vezes a escolha é mais adequada para um projeto do que para outro. (i) Maximizar o valor do portfólio
Como encontrar a alocação eficiente dos
recursos? Alocação de um valor econômico igual para cada projeto pode levar a um portfólio desequilibrado e/ou desalinhado com a estratégia da empresa. (ii) Buscar equilíbrio no portfólio
No estudo de Cooper; Edgett; Kleinschmidt
(2001), autores descobriram que a maioria dos portfólios das empresas estudadas não eram equilibrados. Portfólios tinham muitos projetos pequenos e de curto prazo e poucos projetos visionários. (ii) Buscar equilíbrio no portfólio
Projetos visionários que mantêm o
crescimento e a importância da empresa. Por fim, o equilíbrio nos portfólios está associado aos riscos do projeto, tempo de duração, categorias dos produtos e os mercados alvo, entre outros aspectos. (iii) Alinhar o portfólio com a estratégia da companhia Decisões sobre o equilíbrio do portfólio é uma da tarefa da gerência, entendendo que suas decisões são baseadas na estratégia da empresa. Alocação de recursos e estratégia são indissociáveis, pois é na alocação de recursos onde se materializa a estratégia (COOPER; EDGETT; KLEINSCHMIDT, 2001). Para tanto, é importante que as áreas gerenciais trabalhem de forma conjunta com as áreas técnicas. (iii) Alinhar o portfólio com a estratégia da companhia Desta maneira, importante realizar revisões periódicas do portfólio, avaliando sempre se projetos desse portfólio estão alinhados com os objetivos estratégicos da empresa. Além disso, é necessário que a gestão do portfólio seja feita de forma racional, fazendo uso de métodos formais de apoio à tomada de decisão para evitar que a cultura da organização influencie na tomada de decisão. (iv) Escolher o número apropriado de projetos Cooper; Edgett; Kleinschmidt (2001) encontraram no estudo muitos projetos com recursos limitados/escassos, fazendo com que o excesso de projetos causasse “gargalos” na fila de projetos que impediam a realização/culminação de alguns desses projetos, ficando muitas vezes inacabados ou levando mais tempo para chegar ao mercado. (iv) Escolher o número apropriado de projetos Entretanto, Klingebiel & Rammer (2014) propõem que a alocação de recursos para um conjunto amplo de projetos pode levar a um melhor desempenho do portfólio, pois aumenta a probabilidade de que algum dos projetos tenha sucesso, incluindo projetos com inovações radicais ou visionários, que levam benefícios para a organização no longo prazo. Gestão da Inovação Tema 08 – Gestão do portfólio de projetos de inovação na empresa Bloco 2
Prof. Fernando Soares de Moura
Tópicos da aula
Métodos e Ferramentas da Gestão de
Portfólios. Relembrando os objetivos
Cooper, Edgett & Kleinschmidt (2001),
definiram quatro objetivos: i) Maximizar o valor do portfólio. ii) Buscar o equilíbrio no portfólio. iii) Alinhar o portfólio com a estratégia da companhia. iv) Escolher o número apropriado de projetos. Métodos e ferramentas
Recomendável o uso de métodos formais que
suportem a gestão do portfólio visando na sistematização do processo: • Valor Presente Líquido (VPL). • Retorno sobre Investimento (ROI). Podem ser ferramentas que auxiliem na maximização do portfólio. Métodos e ferramentas
Todavia, métodos de avaliação financeira
requerem que as informações usadas sejam de elevada qualidade, mas geralmente a informação disponível nas empresas dificilmente atinge níveis de confiabilidade desejados. Métodos e ferramentas
Também, desempenho financeiro dos projetos
mais inovadores ou visionários é difícil de quantificar, o que gera que em algumas ocasiões sejam descartados facilmente (COOPER; EDGETT; KLEINSCHMIDT, 2001). Pontuação e classificação (scoring models) Modelos permitem analisar o alinhamento dos projetos com a estratégia da empresa (JUGEND; DA SILVA, 2013). Bem como maximizar seu valor com respeito a uma série de critérios que, idealmente, devem estar alinhados com os objetivos estratégicos da empresa (COOPER; EDGETT; KLEINSCHMIDT, 2001). Métodos de equilíbrio do portfólio
Métodos gráficos, tais como mapas ou
diagramas de bolhas, são os mais usados nas organizações. Problemas: sobrecarga de informações que podem ter os mapas ou à dependência que eles têm muitas vezes nas informações financeiras. Métodos de equilíbrio do portfólio
JUGEND; DA SILVA (2013) sugerem o uso de
Roadmaps tecnológicos para atingir um portfólio equilibrado. O uso de ferramentas do tipo “ajuda” o planejamento do longo prazo das empresas fazendo com que, por exemplo, o portfólio vise inovações radicais mais do que focar exclusivamente em inovações incrementais. Desafios para a gestão do portfólio
Cultura da organização pode exercer uma
grande influência na gestão do portfólio, logo, a sistematização do processo é necessária para diminuir o peso da cultura. Desafios para a gestão do portfólio
Mesmo com os métodos aplicados e
sistematizados, a gestão do portfólio não deixa de ser um processo de negociação e reconfiguração estrutural: as decisões são negociadas e debatidas segundo interesses particulares dos stakeholders e as interações entre os projetos configuram o entorno, no qual ocorre a tomada de decisão (MIIA MARTINSUO, 2012).