Você está na página 1de 3

Caso Clínico/Extensão/Revisão de Literatura

Diagnóstico diferencial entre fibroma ossificante e displasia


fibrosa

Yasmin Lima NASCIMENTO1, Kelly de Moura FERREIRA1, Hérickson de


Oliveira NASCIMENTO1, Suellen Fernandes SANTANA¹, José de Amorim
LISBOA NETO 2

1
Discente da Univerisade Federal de Alagoas, 2Docente da Universidade Federal de
Alagoas

yasminlima98@hotmail.com

Resumo
A displasia fibrosa e o fibroma ossificante são tumores fibro-ósseos benignos
que apresentam características muito semelhantes, desse modo, os achados clínicos,
radiográficos e histopatológicos isolados não representam aspectos patognomônicos,
tornando o diagnóstico diferencial difícil. É de suma importância a identificação correta
do tumor, visto que os protocolos de tratamento são diferentes, pois enquanto o fibroma
ossificante tem comportamento agressivo e alta taxa de recorrência, sendo necessário
remoção cirúrgica, a displasia fibrosa é autolimitada e não requer tratamento a menos
que exista comprometimento estético ou funcional, não sendo indicada uma cirurgia
radical. Dada a dificuldade de distinção entre os tumores, o presente estudo objetivou
realizar uma revisão de literatura acerca das características que auxiliam no
discernimento entre as neoplasias. Para isso, utilizou-se artigos da base de dados
PubMed, Scielo e LILACS entre os anos de 2002 e 2016, disponíveis em língua inglesa
e portuguesa. A literatura apresentou a necessidade de um exame anatomopatológico
preciso para realização de um efetivo diagnóstico. Ressalta-se o reconhecimento da
característica bem circunscrita do fibroma ossificante à imagem radiográfica, com
margens bem definidas, geralmente não exibindo infiltração da cortical óssea, o que não
acontece na displasia fibrosa, em que as margens unem-se ao osso adjacente,
Caso Clínico/Extensão/Revisão de Literatura

impossibilitando diferenciação. Além disso, o estroma bastante celularizado, com


trabéculas osteóides maduras contendo osteobloastos na borda e uma cápsula de tecido
conjuntivo fibroso observados ao histopatológico são indicativos de fibroma ossificante,
o que não ocorre na displasia fibrosa, que contém trabéculas osteóides imaturas, com
ausência de estrutura lamelar, é menos celularizada e não possui cápsula. A distinção
entre fibroma ossificante e displasia fibrosa é um desafio diagnóstico, o profissional
precisa reconhecer as peculiaridades de cada neoplasia, unindo os aspectos clínicos,
radiográficos e histopatológicos a fim de estabelecer o tratamento correto para cada
tumor.

Referências

ALVES, L. A. et al. Displasia fibrosa: relato de três casos. Revista Brasileira de


Otorrinolaringologia, v. 68, n. 2, p. 288-292, 2002.

DA SILVEIRA, D. T. et al. Ossifying Fibroma: Report on a clinical case, with the


imaging and histopathological diagnosis made and treatment admnistered. Revista
Brasileira de Ortopedia, v. 51, n. 1, p. 100-104, 2015.

FUSCONI, N. et al. Fibrous Dysplasia of the Maxilla: Diagnostic Reliability of the


study image. Literature Review. Journal of Neurological Surgery, v. 74, n. 3, p. 364-
368, 2013.

PARK, B. et al. Fibro-osseus Lesion of the cranium in adolescente patient. Surgical


Neurology International, v. 6, 2015.

PUNYANI, S. R. et al. Craniofacial fibrous dysplasia Report of a case with diverse


radiological spectrum. Clinical Cases in Mineral and Bone Metabolism, v. 13, n. 3, p.
249-252, 2016

SANTOS, T. S. et al. Lesões fibro-ósseas benignas dos maxilares: estudo


epidemiológico de 112 casos. Revista Brasileira de Cirurgia de Cabeça e pescoço, v.
36, n. 4, p. 209-211, 2007.

MARQUES, F. F. et al. Cirurgia radical versus cirurgia conservadora no tratamento da


displasia fibrosa craniofacial: estratificação na abordagem cirúrgica. Revista Brasileira
de Cirurgia Plástica, v. 28, n. 3, p. 444-450, 2013.
Caso Clínico/Extensão/Revisão de Literatura

NAIR, S. N. et al. Fibrous Dysplasia versus Juvenile Ossifying Fibroma: A Dilemma.


Case Reports in dentistry, 2016. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5214568/pdf/CRID2016-
6439026.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2017

NOGUEIRA, R. L. M. et al. Fibroma Ossificante Juvenil localizado em mandíbula:


relato de caso e breve revisão da literatura. Revista de Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-facial, v. 9, n. 1, p. 25-32, 2009.

VURA, N. G. et al. Surgical Management of Ossifying Fibroma in Maxilla: Report of


two cases. Journal of International oral Health, v. 7, n. 6, p. 115-118, 2015.

Você também pode gostar