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Dedico este livro a todos os jovens

sonhadores que acreditam em si.


Copyright 2021 Eliezer de Lima Alves

Todos os direitos reservados.

São proibidos o armazenamento e


/ou a reprodução de qualquer parte
dessa obra, através de quaisquer
meios - tangível ou intangível - sem o
consentimento escrito do autor.

A violação dos direitos autorais é


crime estabelecido na lei número
9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.

Esse E-Book veio de uma série de 10


horas de vídeo aulas do Eliezer Tym-
niak.

Que foi transcrito, diagramado e ilus-


trado por Lucas Derkian.

Contato: www.derkian.com
derkian2020@gmail.com
18. 60.
MOCHILÃO
MOCHILÃO ROOTS NORMAL
O que é o mochilão Roots? O que é o mochilão normal?

68. PREPARAÇÃO
06. INTRODUÇÃO
78. VIAJAR SOZINHO X ACOMPANHADO
16. VIAJANTE X TURISTA 84. VOLUNTARIADO

100. VIDA NO HOSTEL


52. COMIDA
124. SEGURANÇA

130. CÂMBIO E DINHEIRO

144. IDIOMAS

159. OS MEUS PRIMEIROS R$ 1.000,00

184. VENDER BRIGADEIROS

165. ROTAS QUE EU FIZ

197. CONCLUSÃO

154.
COMO FAZER DINHEIRO
NA VIAGEM
INTRODUÇÃO
Eu percebi durante a pandemia que muitas pessoas abriram
os olhos para o quão curta é a vida e que ela tem que ser aproveita-
da, olhos que já abri 6 anos atrás e comecei a viajar o mundo para
experimentar de tudo e viver a cada segundo.

Desde então gravo vídeos para o Youtube mostrando como a vida


é legal. Mas dessa vez eu resolvi criar um E-Book para ensinar exa-
tamente TUDO o que sei sobre viagens!

Esse será um E-Book épico que terá conteúdos diferentes sobre


viagem de mochilão, que sou especialista!

Especialista
SOBRE ELIEZER TYMNIAK

Eu fiz da viagem o meu estilo de vida quando tinha apenas 18 anos


de idade. Comecei realmente do zero, fazia meu dinheiro vendendo briga-
deiros na rua e depois saía para viajar. Conseguia me virar no mês com 300
reais e fazer uma viagem muito bem sucedida, onde eu aproveitava o
máximo dos lugares, e o mais importante, das pessoas que conhecia.
Depois aprendi a trabalhar nos locais que passava, então minhas viagens
tiveram uma duração ainda maior. Trabalhei em vários países como Chile,
Portugal, Peru, Inglaterra e França. Às vezes trabalhava apenas em troca da
acomodação ou fazia um bom dinheiro onde passava, como em Londres
que consegui juntar 5 mil Libras em 5 meses (na cotação de hoje daria
quase 35.000 Reais!)

Sei muito bem o que é viajar de mochilão, assim como é viajar levando sua
casa! Montei minha própria van do zero com a ajuda de um grande amigo
(Jayme Savite) e viajei toda a América do Sul de van, passando em mais de
7 países e tendo as mais diversas experiências. Também montei uma
pequena casa em um carro e viajei por toda costa do Brasil, aproveitando
ao máximo do nosso país com a liberdade de um carro e o conforto de uma
casa ao mesmo tempo. Isso é genial!

Já viajo o mundo há 6 anos e acumulei muitos conhecimentos que certa-


mente irão te ajudar na sua caminhada como viajante. Já viajei a América
do Sul duas vezes, viajei e morei na Europa por dois anos, viajei o Brasil
diversas vezes e tenho muitas outras aventuras por vir.
O QUE É A VIDA DE UM VIAJANTE?

Viajante Ultra Galático

O que é a vida de um viajante? essa parada que eu falo o


tempo todo no canal e que tenho orgulho, que é muito legal e sua
vida fica muito mais épica, o que é essa parada?

O viajante é um cara mente aberta, é um cara que tá sempre bus-


cando conhecimento, um cara humilde, que não depende de
outras pessoas, que tá sempre fazendo amizades novas, em novos
lugares e pegando um pouquinho de conhecimento daqui, um
pouquinho dali, tá sempre em busca de conhecimento.

Você abre muito a sua mente quando começa a viajar, você conse-
gue explorar muito bem a liberdade com as coisas que tem hoje
em dia no mundo, por exemplo, você consegue viajar de avião, de
carro, de carona, pegar carona no mar, pegar carona de avião, você
consegue explorar todas essas paradas sendo viajante, não só a
liberdade dessas coisas físicas, mas a liberdade da sua mente, que
é uma coisa que eu vou ensinar também, a mentalidade do viajan-
te.
Selfie na lua

Então todas essas paradas fazem com que viajar seja muito
mais fácil do que era 20 anos atrás. E daqui a 50 anos, o viajante vai
poder até chegar na lua (fui na lua ali pra tirar uma selfie e voltei),
mas a melhor forma de colocar isso em palavras seria: "hoje em dia
você consegue aproveitar a sua hospedagem no mundo".

Porque nada é pra sempre, você nasce e a única certeza que tem é
que vai morrer, então porque não aproveitar a sua hospedagem no
mundo? não só mudar de cidade, mas conhecer pessoas, fazer o
máximo, aproveitar o máximo a sua vida.

Isso é uma parada que eu tinha muita vontade quando era adoles-
cente, eu via em filmes a galera aproveitando a vida ao máximo e
falava: “Caraca mano, eu também quero aproveitar a vida ao
máximo, quero saber o que que tem no mundo.”, porque a vida é
muito além da sua cidade, do seu bloco de amizades, do seu
bloco de conhecimentos, por exemplo, você nasceu aqui no Brasil,
em tal cultura, em tal linguagem, agora imagina uma pessoa que
nasceu lá na Ásia, em outra cultura e em outra linguagem, é muito
diferente, então cara, vai lá na Ásia ver como é, isso vai abrir muito
a sua mente.
Enfim, esse é o viajante. Ele tá sempre em busca de algo,
sempre em busca de conhecimento e de saber coisas novas sobre
a vida, e é muito legal, vida de viajante é muito legal mesmo,
porque você conhece a si mesmo.

Em meu primeiro ano de viagem eu conheci muito de mim mesmo,


porque às vezes você nem se conhece, você não faz as coisas
sozinho, como ir na esquina tomar uma cerveja, você vai sempre
acompanhado com alguém e você não para pra conhecer a si
mesmo. Mas quando você tá viajando, você se coloca em situações
que te fazem ver seus limites, reações em situações de tristeza ou
felicidade, como se fosse um gráfico, às vezes você vai tá muito
feliz e as vezes você vai tá na merda, esse é o viajante roots e mo-
chileiro e isso não acontece quando você viaja como turista.
O TEMPO
PASSA DIFERENTE
O TEMPO PASSA DIFERENTE

Um mês vira uma semana.

Vamos dizer que você pegue um voo e passe uma semana


no Chile. Nessa semana você vive tantas coisas que parece que
ao invés de ter passado uma semana, passou um mês inteiro.

Quando você viaja, você vive muitas coisas ao mesmo tempo. Um


dia que tem 24h parece pouco, mas quando você tá na sua cidade
parece que 24h é muito. Isso porque acontecem tantas coisas, que
às vezes você vive um mês e parece que você viveu 6 meses, por
isso você evolui muito na sua mente e nas suas experiências.
Eu lembro quando eu estava viajando, eu tinha lá meus
19-20 anos de idade e conversava com as pessoas nas caronas, nos
hostels, com as pessoas que eu conhecia durante a viagem, e
depois de um certo tempo de conversa a pessoa perguntava a
minha idade, então eu falava que tinha 19-20 anos e as pessoas
não acreditavam, aí eu perguntava se era por causa da minha
barba ou da cara de velho, daí as pessoas falavam que era por
causa da minha mentalidade.

Então é isso cara, se você buscar sempre algo, ser mente


aberta, buscar conhecimento, como eu falei antes,
você vai ver que as pessoas vão achar que você é mais
velho, pelas coisas que você fala.

E essas coisas nenhuma faculdade te ensina cara, são só


experiências que você consegue em viagens, por
isso, um mês vira uma semana.
E.T Bilu
VIAJANTE
x TURISTA
VIAJANTE
Aberto a mudanças
Viajar é seu estilo de vida
Não tem data para voltar
X TURISTA
Tudo mais planejado
Viaja pelos lugares turísticos
Tem data para voltar
Passa 1 Libra

Vamos colocar Paris como exemplo.

Um turista vai à Paris para conhecer os lugares famosos, vai


ficar em hotel, vai comer croissant, um chocolatezinho, vai para
torre Eiffel de manhã, depois vai pra outro lugar à noite, etc.

Agora um viajante. Eu por exemplo, quando fui à Paris estava


tocando ukulele no metrô pra conseguir dinheiro para continu-
ar a viagem, depois fazia amizade com a galera que também con-
seguia dinheiro na rua, dava rolê com eles.

Então é uma parada muito diferente, são rolês muito diferentes


cara, você conhece mais pessoas, você sai daquilo do turista de
ficar em hotel, restaurante, ponto turístico e aeroporto, para ir na
casa de local, ter várias aventuras, você dorme na rua à noite, fica
até 3h da manhã na rua porque conheceu uma galera, ou fica
tomando uma em baixo da torre Eiffel e etc

Mas a maior diferença é essa, conhecer pessoas, experiências, viver


coisas mais intensas. Por isso a vida de viajante é muito mais
intensa, isso vai mudar sua vida pra sempre, porque é muito mar-
cante.
Vamos começar do zero.

O que é um mochilão roots?


Aqui eu faço uma comparação com a bolsa de valores,
quando você investe na bolsa de valores, você tem três perfis de
investidor, tem o investidor conservador, que é aquele que inves-
te em coisas de baixo risco, tem o investidor agressivo, que tem
muito risco, tanto de perder quanto de ganhar dinheiro, e tem o
investidor moderado, que tá entre os dois. A mesma coisa aconte-
ce com o viajante.

Viajante Conservador
Viajante Moderado
Viajante Agressico
O viajante conservador seria o turista, ele é o cara que não
tem tanto risco na viagem, por ter o controle das coisas e por ser
tudo planejado. O que faz com que ele não tenha tantas aventu-
ras intensas.

O viajante agressivo seria o viajante roots, totalmente ao


contrário do conservador. Ele não tem o controle de quase nada
do que vai acontecer, ele vai sair de casa e não sabe como vai ser
o dia de amanhã e vai ter o risco de se dar muito bem, e também o
risco de passar perrengue, mas ele vai ter várias aventuras pra
contar e várias aventuras para viver.

O viajante moderado seria mais ou menos o que faz um


mochilão normal, que vai viver as aventuras, mas também vai ter
controle quando ele quiser ter controle.
O que é um
mochileiro roots?
O mochileiro roots é o cara que vai ter muito risco na
viagem, mas não é risco de morte ou dessas coisas assim, é risco de
perrengue. Eu já me coloquei em várias situações de perrengue
dormindo na minha barraca, mas você passa por várias aventuras
cara.

Mais riscos de vários perrengues,


mas você também tem várias
aventuras, aventuras insanas
cara.

Aventura
Insana
Por que desse
capítulo?
O porquê desse capítulo, é que mesmo sabendo que tem
como viver muitas aventuras, muita gente não quer tomar esse
risco de dormir na rua ou pegar carona, por exemplo.

Eu sou especialista nesse modo de viagem, e acho que mesmo


quando você tenha dinheiro, é muito interessante viajar assim
pelo menos uma vez, para você passar por várias situações na sua
vida e aprender a se virar caso aconteça de você ficar sem dinhei-
ro.
Você quer
mesmo isso?
E outra parada né cara, você quer mesmo isso?

Porque realmente é uma parada que não é pra todo


mundo. Eu falo minhas experiências com muita alegria, mas
muitas pessoas não vão gostar de dormir na rua ou de ter que
trabalhar durante a viagem, então não é pra todo mundo.

Mas eu acho que é muito válido você pelo menos tentar esse
estilo de viagem que é muito legal mesmo.
A
AVENTURA
RAIZ
Várias coisas não são ditas sobre o mochilão roots,
e você só aprende na prática.

Você sofre preconceito sim!


Mas nada muito pesado, é uma parada mais de leve, muita
gente vai te confundir com morador de rua.

Por exemplo, você tá pegando carona, tá dormindo na sua barraca


em um posto de gasolina, e aí muita gente pode te confundir com
um morador de rua, eu já fui confundido várias vezes, e isso é bom
falar aqui, porque às vezes as pessoas podem te tratar mal, já que
tem muita gente que trata mal morador de rua. Pode acontecer de
te expulsarem do local, não é comum acontecer isso, aconteceram
só algumas vezes, e não é nada de mais, mas é bom falar também.
O mochileiro raiz está sempre mais aberto.

Mais aberto para as coisas ao seu redor, porque você tem


muito menos controle das coisas. Diferente de um cara que tá lá no
hotel 5 estrelas, com seu café da manhã, wifi bom e etc.

Você que tá na barraca, no posto, pode ter barulho de gente fazen-


do festa, ou algo que te atrapalhe para dormir, e por um lado isso é
bom, porque você fica mais aberto, porque as coisas que aconte-
cem fazem você ficar mais aberto, e isso te faz passar por experi-
ências incríveis que talvez você não passasse se não estivesse lá
na barraca no posto.

Quando você tá fazendo um mochilão raiz, você geralmente vai


estar fazendo dinheiro na rua, vai tá na sua barraca, e você vai
achar outras pessoas que vão estar fazendo a mesma coisa,
então você vai atrair essas pessoas. Agora se você estiver em um
mochilão normal, dormindo em hostel, você vai fazer amizade com
essas pessoas que dormem em hostels, que é totalmente diferente
dessa galera que dorme na rua. São viajantes também, mas é
aquela parada que eu falei de viajante conservador, agressivo e tal.
Quando você tá em hostel é mais fácil de atrair os gringos,
já que ficar em hostel é muito barato para um gringo, então você
vai fazer mais amizade com eles. E se você estiver viajando raiz, já
não irá fazer tanta amizade com gringos por exemplo.

Então pra cada estilo de viagem, você vai atrair cada estilo de via-
jante.

E dessas paradas todas que eu falei aqui, a mais importante


é a sua mentalidade, por causa das situações que você vai passar,
e é muito importante pra você não desistir da sua viagem.

Quando você tá viajando roots, não é uma guerra, nem uma corre-
ria, é pra ser tranquilasso, a galera tá sempre tranquila, e é assim
que você tem que tratar as suas paradas, mas eu vou continuar
falando disso ao longo desse ebook.
O QUE LEVAR
NA MOCHILA
RAIZ?
Essa é uma parte legal de se falar,

Existem vários tamanhos de mochilas, e elas são sempre me-


didas em litros. Dentre elas existem as de 30 Litros (mochila de
escola), de 50 Litros (meio termo), e de 70 Litros (mochilão).

30L 50L 70L


As marcas:
(para você conhecer)
A melhor marca é a Deuter, ela é uma mochila mais cara,
mas é pra vida inteira. Depois tem a Quechua, muito usada na
europa. Tem a Nautika, que é uma marca brasileira, e também tem
a Trilhas e Rumos.

Mas lembrando, qualquer mochila serve! esses são só exemplos.


O que é importante ver na
hora de comprar sua mochila?

Fivelas
(Importante para
sua mochila ficar
firme).

Hastes de apoio
(Um ferrinho que tem
dentro do tecido da
mochila, que faz ela
ficar reta).

Tecido Barrigueira
(Importante que (É importante para colar
não rasgue fácil). a mochila no seu corpo e
aliviar o peso das costas
para as pernas).
O perigo do peso.
É importante deixar o que for mais pesado na parte de trás
da sua mochila, para que o peso não vá pra suas costas.

Leve

Pesado
Leve

Médio

Saco de
dormir
ITENS:
Sobrevivência:

- Barraca (À prova d'agua, que seja para as 4 estações)


- Saco de dormir (Observar a temperatura de conforto e extrema)
- Isolante Térmico (Muito importante!)

Coisas normais:

-Roupas
-Camisetas
-Calças
-Shorts
-Blusa de frio
-Chinelo
-Botas
-Meias
-Touca
-Boné
-Mochilinha
[aconselho levar roupas para uma semana]
Higiene:

- Shampoo
- Sabonete
- Desodorante
- Talco
- Álcool
- Pasta de dente
- Escova de dente
- Produtos para lavar roupa
- Papel Higiênico

Coisas de mochileiro roots:

- Camisa do Brasil (muito importante pra pegar carona e fazer


amizades, brasileiro é muito bem recebido nos lugares)
- Bandeira do Brasil
- Canetão (pra escrever o nome nas placas das caronas)
- Faca (pra abrir pão e passar manteiga)
- Presentes pequenos (para presentear amigos)
- Cadeado (pra usar no hostel)
Coisas Pessoais:

- Livro
- Adesivos
- Caixa de som
- Eletrônicos
- Documento
- Camisinha (muito importante)

Coisas para fazer comida [apenas se for para as montanhas]:

- Fogareiro
- Panela
- Prato
- Talheres
- Isqueiro
- Álcool
- Esponja
- Detergente

[Lembrando que não existe uma regra, isso é só uma indicação]


Quanto você vai gastar?
Use as coisas que você tiver em casa.

Barraca R$ 250 R$ 120

Saco de dormir R$ 200 R$ 50

Isolante Térmico R$ 250 R$ 20

Blusa de frio R$ 300 R$ 50

Mochilinha R$ 30 R$ 30

Fogareiro R$ 170 R$ 20

Panela R$ 150 R$ 30

Mochila R$ 1.000 R$ 150

Top de linha Fazem o trabalho


INTRODUÇÃO
À CARONA
Introdução
à Carona.
Você pode ir até onde for de carona, não tem exceções. Você
pode viajar o mundo de carona, porém vão ter alguns países
mais chatos de pegar carona, tipo Itália.

Tenho mais de 20.000km


rodados de carona.

Cheguei em
Ushuaia
Carona no Mar.
Você pode pegar carona no mar, sim, isso mesmo! Carona no
mar cara.

Não é uma parada tão simples assim como na estrada, não tem
como ficar no mar esperando um barco, nem em um porto. É
muito difícil, por isso tem vários sites onde você pode pegar carona
com a galera, por exemplo:

Não é uma carona simples, às vezes você tem que ajudar a


fazer as coisas no barco, porque tem carona que dura dias, ou até
semanas, algumas até são pagas, mas é bom você pesquisar sobre.
Carona Aérea.
Também tem a carona aérea, que só é possível no Brasil,
você consegue com a Força Aérea Brasileira. Não é tão fácil
também, e você só consegue ir de uma capital para outra.

Como fazer?

1. Se inscreva no Correio
Aéreo Nacional (CAN)

2. Eles vão te enviar um formu-


lário para você preencher.

3. Coloque seus dados e o local


desejado. [Os melhores lugares
pra ir é entre Rio de Janeiro e
Manaus]

4. Aguarde até 10 dias para ser chamado ou fazer uma nova soli-
citação caso não te chamem.
Carona Terrestre.
Como pedir carona?

1. Sempre pedir na saída da cidade. [dependendo de para onde


você tá indo]

2. Por exemplo, se for para o norte, vá para a saída norte, coloque


suas plaquinha e pronto, não tem muito mistério, é só esperar.

3. Sempre olhe no
mapa.

4. Ande até o local.


Melhores lugares para
pegar carona:
Lugares onde o carro passe lento (para o motorista conse-
guir te ver), e que tenha onde parar, tipo acostamento e etc.

Posto de Gasolina Lombada

Pedágio Polícia Rodoviária Federal


Detalhes Importantes:
Como se comportar na hora de pedir sua carona?

ERRADO CORRETO
1. Esteja apresentável 2. Sorriso na cara 3. Plaquinha
(Ninguém quer colocar (Aparentar ser um (Um pedaço de papelão
um sujo/molhado para cara feliz). onde você escreve seu
dentro do seu carro). destino).
Como se comportar
na carona?

Tem que sempre conversar com a pessoa, ter interação,


trocar uma ideia, não ficar calado a viagem toda como se fosse um
uber, isso é desrespeitoso.

Nunca durma em
uma carona! (A menos
que ela seja muito
longa)
Carona sozinho x
acompanhado
Quando você tá sozinho é bem fácil, mas é menos seguro,
porém quando você tá acompanhado com outro homem as pes-
soas não param, com medo, mas quando é um casal é mais fácil
porque as pessoas tem mais afinidade.

Veja alguns exemplos de


facilidade x segurança na
hora de pedir sua carona.

Coluna 01
Facilidade ao pedir
carona

Mais fácil
Menos fácil

Coluna 02
Segurança ao pedir
carona

Menos seguro
Mais seguro

01 02
O que pode acontecer
na carona?

A maioria das minhas experiências são boas, de pessoas


que me ajudaram.

Já me pagaram um chip com internet, passagem de ônibus, lanche,


McDonalds, já tomei banho na casa de uma pessoa que me deu
carona, já ganhei dinheiro, mas também uma vez um cara passou
a mão na minha perna.

Então não aconselho muito mulher sozinha pegar carona, porque


pode acontecer essas paradas. Aqui no Brasil nunca aconteceu isso,
só na Europa, e na maioria das caronas só aconteceram coisas boas,
mas é bom falar isso aqui.
Países para pegar carona
América do Sul

Equador

Peru
Brasil

Bolívia

Paraguai

Uruguai
Argentina
Chile

Bom de dar carona

Ruim de dar carona


Europa

Holanda
Alemanha
Bom de dar carona
Bélgica
Ruim de dar carona

França

Itália
Portugal
Espanha
Sudeste Asiático

Lembrando que isso é de acordo com a minha experiência e


experiências de amigos, mas só na prática para você ver isso,
então não leve isso ao pé da letra e tente sempre que der!

Bom de dar carona

Ruim de dar carona


Tailândia
Vietnã
Camboja

Malásia

Indonésia
Regras da carona
Horários da carona

O melhor horário é de manhã cedo, 5h-6h da manhã, quando os


caminhoneiros estão saindo.

À tarde não é um horário bom, e à noite é o pior horário. [Não


pegue carona à noite]

Identificando carona perigosa

Com o tempo você fica sensível e começa a ver a energia da pessoa,


e reconhece se ela tá com boas ou más intenções só da forma
que ela te olha ou conversa com você. Na hora que a pessoa para e
pergunta pra onde você vai, você vai conversar com ela, e se sentir
firmeza você entra, se não, não entre!
Pulando o dedão esticado
Aqui estão algumas opções para você que não quer ficar
parado com o dedão esticado para pegar uma carona:

Blablacar
Aplicativo pago pra pegar carona, você
combina, paga e vai.

ID Jovem
Com o ID Jovem você pode pegar carona
de graça em ônibus que vão de um
estado para outro.

Ônibus
Ônibus barato em aplicativo como o
Buser.

Facebook
Tem vários grupos de caronas no Face-
book, e que você até consegue caronas
grátis.
COMIDA
Comida que peguei no lixo

Comendo barato
Você pode fazer sua própria comida, comprando em merca-
do e cozinhando. Em hostel tem cozinha, então você pode juntar a
galera e cozinhar todo mundo, cada um ajuda com um pouco de
dinheiro.

Freeganismo:

Pegar resto de comida que as pessoas deixam, geralmente


em shoppings. Tem que pegar a comida depois que a pessoa vai
embora e antes do carinha da limpeza chegar pra recolher. [cuida-
do com o corona vírus]

Dumpsterdiving:

[Pegar comida do lixo]


Na Europa tem muito disso, eles jogam as comidas no lixo
geralmente faltando um dia pra vencer, e com um dia pra vencer, a
comida não faz mal a ninguém.
Indo comer no rolê

Trabalho em troca
de comida
Funciona muito! você vai em algum restaurante depois do
almoço e se oferece pra trabalhar em troca da comida, você pode
lavar o chão, ou lavar prato, mas muitas vezes eles simplesmente
dão a comida de graça.

E também tem o famoso: Peça comida na cara de pau!

Comida no Rolê

Sempre no rolê vai ter comida, pizza, hambúrguer, a comida sim-


plesmente vem..

Não precisa ter medo de ficar com fome, porque você sempre vai
conseguir comida de uma forma ou de outra. No início eu
sempre ficava muito aflito, mas eu comia mais nas minhas viagens
do que em casa.
ACOMODAÇÃO
Dormindo na barraca
Em posto de gasolina, ou na cidade, sempre montar a bar-
raca no final da noite, umas 23h, e acordar cedo, umas 7h da
manhã pra desmontar a barraca.

Lugar 24h [sem barraca]

Aeroporto [muita gente dorme em aeroporto]

Ônibus [Se for pegar um ônibus pega algum que vá virar a noite, pra
dormir no ônibus]
Outras Alternativas
Couchsurfing

É um aplicativo que você consegue hospedagem de graça


na casa de alguém do local. Você entra no aplicativo, fala onde
você quer ficar e por quanto tempo, fala com a pessoa que apare-
cer lá e vê se ela vai te aceitar, e com isso você fica de graça cara, em
troca de cultura, amizade e tal.
E ele serve também pra conhecer amigos novos caso você
queira sair à noite e etc, no hangouts. [vou falar melhor disso
depois]

Squatting

Seria uma casa/prédio/terreno abandonado, onde a galera


que não tem onde morar vai dormir, não é morador de rua, dro-
gado, ou essas coisas, é a galera viajante e músicos de rua. Eu já fui
em um em Londres de 5 andares no centro, parecia uma mansão.
[Tem que chegar na galera roots e perguntar onde tem]
CONCLUSÃO
O espírito do viajante
ultra roots
Não encare as paradas como perrengue, encare elas como
um aprendizado!

Até quando você consegue viajar assim?

Ninguém sabe, apesar de ser muito legal, um dia cansa, e


tem uma hora que você quer fazer um upgrade para um mochilão
normal.
MOCHILÃO
INTRODUÇÃO
O que é um mochilão?
Diferente do mochilão Roots, apesar da mentalidade ser
quase a mesma coisa, no mochilão "normal" você vai ter mais con-
trole das coisas.

O mochilão normal ainda é diferente de um turista, apesar de ter


controle das coisas, você vai viajar pela aventura, pelas pessoas,
por experiências que vão acrescentar na sua vida, que vão te fazer
voltar do mochilão sem ser o mesmo, sempre mudando na viagem,
e cara, isso é muito legal.

Todos aqueles conceitos que falei no Mochilão Roots também se


encaixam aqui no Mochilão "normal", só que nesse você vai ter
mais controle, e até liberdade, pelo fato de você fazer seu pró-
prio dinheiro na rua. Você pode ir para outros lugares sem preci-
sar de carona por exemplo, já que a carona vai te limitar aos carros
que param pra te ajudar, mas quando você tá pegando ônibus ou
avião, você fica com mais liberdade.
São só alguns detalhes a mais, mas o que mais vai marcar é o
controle, o conforto e a segurança. Resumindo é a falta de perren-
gues que acontecem no Mochilão Roots.

Ao invés de dormir na barraca, você vai dormir em um hostel


barato, só que economizando ao máximo, porque o mochileiro é
um cara que sabe viajar economizando e não viaja com abun-
dância, ele sabe o valor do dinheiro que ele mesmo fez, e dando
valor a esse dinheiro, você economiza um bocado. Só que mesmo
economizando não quer dizer que você não vá aproveitar a
viagem.

Você vai aprender muita coisa, viver muita coisa, e muitas dessas
coisas não são nem pagas. Só pelo fato de você estar lá naquela
situação as paradas acontecem com você.
A vida livre do mochileiro
Assim como eu já falei, pelo fato de você ter mais controle
das paradas, você vai ser um pouco mais livre que o mochileiro
roots.

O mochileiro roots é muito livre em muitas coisas, só que pelo fato


de você ter mais controle e mais dinheiro, às vezes você é um
pouquinho mais livre, então tem algumas diferenças.

Quando você é mochileiro roots, você vai acabar ficando cansa-


do dessa parada, foi o que aconteceu comigo, eu cansei de ser
mochileiro roots, de viajar rootzeira assim, e isso foi me levando a
uma transição do mochilão roots para o mochilão "normal", então
eu fui aprendendo a viajar dessa maneira, fazendo dinheiro onde
eu estivesse.
Mochileiro NÃO roots

Os perrengues que ainda


podem acontecer
Os perrengues ainda podem acontecer, e isso é muito legal,
por isso eu falei da importância do Mochilão Roots, porque
mesmo que muita gente não vá querer viajar daquele jeito, é bom
você saber se virar. Hoje mesmo eu não quero mais viajar daque-
le jeito, porque é muito perrengue, são coisas que você não quer
se submeter, como dormir na rua, pegar carona, estar debaixo do
sol e tal.
Mas mesmo no mochilão normal, podem acontecer vários
perrengues, por exemplo, se seu cartão for bloqueado, ou você
perder, isso acontece, já aconteceu comigo.

Eu estava viajando com um cara e um policial corrupto roubou o


dinheiro dele falando que ele tinha que pagar uns impostos e tal,
então ele ficou sem dinheiro durante o final de semana, e aí eu o
ajudei a comer de graça com umas técnicas roots, então eu tive
que usar ali as minhas técnicas roots pra ensinar o meu amigo

Então por isso que esses perrengues ainda podem acontecer e é


bom você ter esses conhecimentos roots, e mais ainda, é bom
você ter a mentalidade roots pra lidar com esses perrengues e ficar
tranquilo,

sem entrar em pânico!


É aqui que tá rolando
altas sacanagem?

As facilidades da
atualidade
Hoje em dia, mochilar é muito mais fácil que antigamen-
te, há uns 10-20 anos atrás, onde pegar avião era coisa de rico, hoje
em dia lá na Europa tem promoção de voo de 5-10 Euros, umas
paradas incríveis.

Já te mostrei que você pode usar o ID jovem, Blablacar e Grupos


no Facebook pra conseguir carona de graça sem precisar passar
pelos perrengues todos da carona.

Então tem muita facilidade hoje em dia com os aplicativos que eu


vou mostrar para vocês, e tem como você conseguir viajar econo-
mizando também na hospedagem, comida e transporte, e
você não gasta quase nada cara, tem os voluntários que eu vou
falar mais pra frente aqui também, mas é mais ou menos isso.
PREPARAÇÃO
Mochila pesada da pouha

O que você tem que levar


na sua mochila?
Separei em dois tipos de mochila, eu por exemplo uso só
uma mochila de 30 litros desde que eu deixei a van no México há
quase um ano, mas tudo que tenho eu levo nela, coisas para traba-
lho, meu drone, roupa, cueca, tudo eu levo nessa mochila de 30
litros cara, então eu aconselho você ser minimalista que fica
muito menos cansativo e muito mais fácil.

Mochila de
30 litros
Mochila leve

Mochila de 20 ou 30 litros

4 Camisas

2 Shorts

4 Cuecas

1 Chinelo

1 Blusa de frio

1 Boné

Cadeado

Adaptador de tomada

1 Mochilinha

1 Pochete

Coisas de higiene [Nada mais

que 100ml, que é o que é

permitido levar em um avião

na bagagem de mão]

Coisas para trabalhar

Essa é a mochila que eu tenho cara, sem tirar nada, 4 cami-


sas, só 1 short na verdade, nem tenho sapato. A vida é muito mais
simples de chinelo, e gasta muito menos espaço, sem falar que eu
amo ficar de chinelo. Vou falar mais sobre alguns desses itens mais
na frente.
Mochila Pesada
Mochila de 50 ou 60 litros
Roupas para uma semana
7 Camisas
7 Shorts/Calça
1 Bota
1 Chinelo
1 Blusa de frio boa
1 Luva
1 Touca
1 Boné
1 Toalha
Saco de roupa suja/
Saco de roupa limpa
[Sacolinha para separar a roupa
suja da roupa limpa, esses sacos
ajudam na organização]
Cadeado
Adaptador de tomada
Garrafa de água
Baralho [Para fazer amizades]
1 Mochilinha
Saco de dormir
Coisas para higiene
Remédio [Para coisas simples
como dor de cabeça, dor de
estômago, febre e etc, mas
não leve muita coisa]
Papel higiênico
Pochete
Barraca
Isolante térmico
Pochete é daora!

Seja minimalista
Caso você não seja minimalista, eu aconselho a levar
roupas pra uma semana, aí é só lavar elas toda semana, assim
você não vai sentir tanta falta das suas roupas, e com o tempo vai
querer ficar se desfazendo das coisas.

Sem falar que quanto mais minimalista melhor, você vai levar
mochilas menores e não vai precisar gastar dinheiro para despa-
char, o que acaba ficando muito caro na hora de viajar nesses voos
baratos, porque eles cobram um absurdo para despachar a baga-
gem, então aconselho a você se for viajar para a Europa, ir o
mais minimalista possível.
A Vantagem das 2 mochilas
Essa técnica de ter duas mochilas é muito boa cara, a maio-
ria dos mochileiros usam, eu costumava usar, só que agora estou
mudando para uma mochila e uma pochete.

Mochila Grande: Coisas sem muito valor


[Nível de segurança 1]

Ela vai servir para levar coisas que


são grandes e não são caras, que são as
roupas, saco de dormir, barraca e etc. Fazen-
do com que, se abrirem tua mochila não
queiram roubar, já que só tem coisas assim,
e mesmo se você for roubado não são coisas
que vão fazer tanta falta.

Mochila Pequena: Coisas com valor


[Nível de segurança 2]

NÃO SE DESGRUDE DELA! Ela é uma


mochila pra você levar seu notebook, carre-
gador de celular, eletrônicos, câmera se
você tiver, drone, as paradas mais caras
que você não pode perder de jeito
nenhum, pois caso você precise, terá que
comprar de novo. Eu sempre levo ela na
minha frente.

Pochete: Coisas de mais valor ainda


[Nível de segurança 3]

Aquelas que você coloca por dentro da calça, pra colocar


celular, cartão, documentos, dinheiro e etc.
Gastos
Dinheiro Inicial Necessário
Mochila pesada: R$1.500,00 - R$2.500,00
Mochila leve: R$0,00 - R$500,00

Como eu falei antes, a mochila pesada pode ir de 1500 a


2500 reais, mas você não precisa de uma mochila dessa, você
pode usar qualquer uma que você tiver em casa, ao menos que
queira subir o monte Everest, então use a que você tiver caso não
tenha dinheiro para comprar uma nova ou uma cara, a sua já faz o
trabalho.

Média de gastos mensais

T + A + C + E + I / 30 Dias

Transporte: Relativo [Se ficar muitos dias no hostel não gasta muito
por exemplo]
Acomodação: R$30,00 (América do sul) R$80,00 (Europa) [Caso
for fazer voluntário ou acampar esse valor diminui muito]
Comida: R$10,00 (Cozinhando em casa) R$60,00 (Comendo fora)
Entretenimento: Relativo
Imprevistos: Relativo
Estilos de viagem que você
vai gastar muito pouco:
Voluntariado + Comida grátis do voluntariado
Voluntariado + Fazendo sua própria comida
no hostel

Hostel + Fazendo sua própria comida


Hostel + Comendo fora

Mais barato
Mais caro

Trabalha
ndo
Como contar para seus
familiares?
Nunca esconda nada
Não deixe para última hora

Antes de eu começar a viajar eu escondi tudo dos meus fami-


liares, eu não falei para ninguém que eu ia viajar cara, não sei
porque, mas eu escondi, não falei pra ninguém. Fiz passaporte,
comprei passagem, comprei mochila, que ficava escondida, juntei
dinheiro, e faltando só 3 meses eu falei pra eles que eu ia, e foi
meio ruim.

Então o melhor conselho que eu posso te dar é pra não esconder


nada. Eu lembro que era a maior aflição cara, eu ficava querendo
falar, mas depois eu desistia, e nisso eu fui enrolando, enrolando e
enrolando, aí faltando 3 meses, quando não dava mais pra segurar
eu contei, fui no quarto dos meus pais e falei que ia pra europa, foi
a maior surpresa e acabei com o sono deles, se eu tivesse falado
antes era mais de boa, mas eu falei com tudo comprado já, com
data de ir embora.
Normalmente nossos pais não são acostumados com a facili-
dade de viajar de hoje, porque eles são de uma época que não
tinham tantos recursos simples de viagem, por exemplo, você tá
aqui no Brasil e consegue reservar o hostel lá na europa, fazer cou-
chsurfing, ficar de graça na casa de alguém que você nunca viu na
vida, nossos pais não conhecem essas paradas.

E isso não entra na cabeça deles, então a melhor técnica pra contar
é dizer que você vai ficar menos tempo do que você tá planejando
ficar. Se você for passar 6 meses ou 1 ano viajando e falar isso pra
eles, vai ser muito ruim, pois vão ficar trises de ficar muito tempo
longe de você, mas se você chegar e falar que vai ficar umas
duas semanas e depois volta, vai ser muito mais tranquilo. Aí
quando der as duas semanas, você liga pra eles e fala que vai
passar mais umas semanas, que tá gostando e tal, e vai fazendo
isso, então pouco a pouco eles vão entendendo que você está bem
nessa parada, e vai entrando na cabeça deles, porque se você
falar que vai passar 6 meses, aí eles vão te fazer um monte de per-
guntas, vão achar que precisa de dinheiro, que precisa de hotel e
tal, então essa é uma técnica muito boa pra contar para seus
familiares.

E nunca deixe pra última hora como eu fiz, você vai falando aos
poucos, falando como funciona esse negócio, e assim é bom até
pra você mesmo, porque quando eu fui viajar, eu achei que ia até
Florianópolis, daí eu cheguei lá e pensei em sair do Brasil e ir pra a
Argentina, então eu fui pra Buenos Aires e pensei em ir até
Ushuiaia, e eu fui indo.

Eu não planejei chegar em ushuaia, imaginava só chegar em Floria-


nópolis, fui indo aos poucos, então isso também é bom pra ama-
ciar sua mente pra não ser tão pesado ficar longe de casa.
VIAJAR
SOZINHO x
ACOMPANHADO
SOZINHO
Não dar satisfação a ninguém
Estar sempre fazendo amizades novas
Você vê que todos estão acompanhados
X

ACOMPANHADO X
Compartilha tudo
Mais segurança
Importante respeitar espaços
Conhecer mais da pessoa

Eu já viajei das duas maneiras, sozinho e acompanhado,


então tenho algumas paradas para falar para vocês, boas e ruins,
de cada um, vamos lá.
Sozinho
Não dar satisfação a ninguém, essa é uma parte muito boa,
você não dá satisfação para ninguém na sua vida, já pensou em
viver assim?

Se você quiser passar o final de semana inteiro pelado em uma ilha,


você vai passar o final de semana inteiro pelado em uma ilha dan-
çando com uma árvore e ninguém vai te julgar, você não precisa
dar satisfação a ninguém desse seu rolê aleatório de ficar pelado na
ilha, e isso é muito bom.

Estar sempre fazendo novas amizades, isso é bom também, porque


a gente é um ser sociável né cara, a gente tá sempre socializando
com as pessoas, então quando você tá sozinho, às vezes fica
mais fácil de você fazer amizades do que quando você tá acom-
panhado, porque quando acompanhado você fica pensando que
não precisa de companhia, você já tem sua companhia, então sozi-
nho é legal por essa parte de sempre estar buscando fazer ami-
zades novas.
Mas também tem uma parte ruim, porque você vai ver que
todos estão acompanhados menos você.

Eu já passei em vários lugares, tipo pontos turísticos, no meio da


rua, restaurante que eu ia comer sozinho durante as minhas
viagens, então eu via que todo mundo estava acompanhado, seja
com família, casal, amigos e etc.

Você vê que poucas pessoas estão viajando sozinhas, então às


vezes vem aquele momento de: "putz ta todo mundo acompa-
nhado", esse é um momentozinho ruim, que bate uma badzinha.

Mas cara, é muito legal você viajar sozinho, você estará se trans-
portando sozinho e tal, mas quando você chegar no lugar você vai
fazer amizades, e vai ter valido a pena.

Mas também é ruim por outro lado, porque as pessoas sempre


vão embora, então você fica sozinho de novo.
Acompanhado
Eu cheguei em um ponto de não querer mais viajar sozi-
nho, não tô dizendo que isso vai acontecer com você, mas eu viajei
por tanto tempo sozinho que não quis mais ficar assim, vi que é
muito mais legal você viajar acompanhado, muito mais legal você
compartilhar com as pessoas, igual no filme "Na Natureza Selva-
gem", ele chegou nesse pensamento também: "Felicidade só é
real quando compartilhada", e isso é real cara, eu cheguei nesse
pensamento também, é muito mais legal você compartilhar as
paradas.

Eu lembro quando eu vi a neve lá na Hungria, eu acordei e estava


nevando, os carros todos cobertos de neve, aí eu saí do hotel e
fiquei assim olhando pra neve, olhei assim, coloquei a mão na neve
e tal, mas se eu tivesse com um amigo meu ali, a gente ia brincar
na neve, colocar a bunda na neve, colocar o saco na neve, mas eu
estava sozinho, eu não ia fazer isso sozinho, é meio estranho fazer
essas paradas sozinho, então é muito mais legal quando você tá
acompanhado cara, é muito legal mesmo.
Também é mais seguro, se você tiver passando por um per-
rengue por exemplo, você vai ter alguém ali pra te ajudar. Serão
duas mentes pensando juntas para solucionar o problema.

Mas é muito muito importante respeitar o espaço, por exemplo


essa minha viagem de carro que eu fiz com a Eda, a gente estava
em um carro, e era um espaço muito pequeno para dormir. A gente
passava muitas horas no carro, dirigindo, dormindo, e era muito
importante respeitar nossos espaços, então a gente chegou em
um acordo de que tipo, se eu quiser comer sozinho, eu vou comer
sozinho, e se você quiser ir comer sozinha ou andar sozinha na
praia, vá comer sozinha ou andar sozinha na praia, porque é impor-
tante cara, por mais que as pessoas se gostem, se amem, quando
as pessoas estão viajando acompanhadas, uma com a outra, é
muito importante cada um ter seu espaço, porque ninguém
nasceu grudado.

Então é importante respeitar os espaços pra você não ficar meio


louco, ou enlouquecer com a pessoa, nem a pessoa enlouquecer
contigo, porque é normal, a vida é assim cara, então pelo fato de
você estar muito tempo com a pessoa, passando altos e baixos,
muitas horas do dia, dormindo, acordando, fazendo coisas durante
o dia, é muito importante vocês terem esse acordo, de se um
quiser passar um tempo sozinho, a pessoa poder ir, sem o outro
ficar chateado.

É muito mais legal viajar acompanhado, essa parada de comparti-


lhar as coisas, a melhor viagem que eu fiz na minha vida foi uma
com o meu primo, foi hilário, viajar com alguém que você conhece
é muito bom.
VOLUNTARIADO
A realidade sobre o
voluntariado

Trabalho em troca de acomodação

O trabalho em si não é tão pesado

Não são tantas horas por dia

Sobra tempo para explorar a cidade, fazer um dinheiro

Fazer networking

Às vezes a experiência não é boa

Voluntários trazem alegria pro local

Voluntáriado não é escravidão


Cara, voluntariado pra quem não sabe, é um trabalho que
você usa umas horas do seu dia, pra um local ou pessoa em forma
de trabalho, e em troca ganha acomodação e comida, geralmen-
te é acomodação e café da manhã, raramente rola almoço ou janta,
mas se for resumir em palavras é basicamente isso, trocar horas do
dia trabalhando por acomodação e comida grátis.

Só que vai muito além disso, se eu falar assim você vai pensar
que é um trabalho escravo, tipo, a pessoa não recebe nenhum
dinheiro e trabalha só pra dormir e comer, dá até pra comparar
com um trabalho escravo mesmo, mas não é isso, é muito diferen-
te, a forma que você é tratado é diferente, por exemplo você vai
trabalhar para o cara, mas o cara não é o seu patrão, ele não manda
em você, ele não paga suas contas, então ele não tem autoridade
de gritar contigo igual a patrão, você não vai ter aquele negócio de
tipo: "Ou, o cara ali é meu patrão, não faz isso aí que o patrão tá
vendo", é um trabalho mais leve. O trabalho de voluntário é um
trabalho leve, e é um trabalho sem muita responsabilidade, eles
não vão te dar umas responsabilidades sinistras você sendo um
voluntário, o voluntariado é mais pra cobrir outras tarefas que as
pessoas que são remuneradas não vão fazer.
Eu já fiquei dois meses em um voluntariado lá no Peru, em
um mês eu tive uma tarefa e no outro mês eu tive outra tarefa. No
primeiro mês eu trabalhei na recepção, umas 5-6h por dia mais ou
menos, com dois dias de folga mais ou menos, e meu trabalho era
bem de boa, era basicamente quando um hóspede chegava, os
caras que eram remunerados faziam o check-in dele e eu basica-
mente só levava o cara para o quarto e anotava qual era a cama
dele, era isso que eu fazia. Fazia um tour no hostel, ia mostrando
tudo e terminava no quarto do cara, perguntava a cama que ele
queria usar, anotava no papel e dava pra os caras da recepção só
isso, o resto os caras faziam, às vezes eu ficava fazendo nada,
tinha que esperar alguém chegar pra fazer isso.

E no segundo mês o meu trabalho era mais de boa ainda, eu traba-


lhava na festa do hostel, e tudo o que eu tinha que fazer era
chamar as pessoas para a festa, porque nesse hostel tinha um
bar, e lá no Peru tem muito hostel de festa, por isso hostel acaba
sendo muito barato, para as pessoas gastarem muito nas festas.

Tinham torneios de Beer Pong, o vencedor ganhava uma cerveja


de graça, e eu que tinha que organizar esses torneios, anotava
quem ganhava e quem perdia. Eu também participava dos
torneios, então estava sempre me divertindo e chamando as pes-
soas para as festas, também tinha karaokê, daí eu chamava a
galera, cantava, mas é basicamente isso cara, é um trabalho nada
pesado.
Outro exemplo foi um trabalho voluntário que eu tive lá em
Portugal, eram 4 vezes por semana e 8h por dia, era um trabalho
de madrugada, das 00h-08h da manhã, e eu dormia, não tinha
nada pra fazer. O meu dever ali era abrir a porta se um hóspede
chegasse depois da meia noite, ou se alguém quisesse fazer um
check-in, aí eu fazia o check-in da pessoa, e na maioria das vezes
eu dormia, ou ficava editando vídeo e ficava mexendo no compu-
tador, era um trabalho muito de boa.

Então um trabalho de hostel tem que ser um trabalho muito de


boa, você não pode ser tratado como um funcionário que tá sendo
pago para aquilo. Muitas pessoas que querem voluntários para
seus lugares, como hostel, fazenda e etc, buscam essas pessoas pra
você trazer uma alegria para o local, pelo fato de você ser um
estrangeiro, um viajante e tal, eles gostam disso, gostam de ter um
estrangeiro, viajante trabalhando pra eles, por trazer essa alegria
para o local.

Tipo os hostels do Brasil, não só tem brasileiros trabalhando, tem


argentinos, chilenos, europeus e eles trazem uma alegria, uma cul-
tura pra o local. É isso que as pessoas buscam quando elas estão
trazendo um voluntário para seu local, pro seu hostel e etc, você
tem que ser um cara com alegria, um cara com o espírito de um
viajante, seria mais ou menos isso.
E depois sobra tempo pra explorar a cidade, fazer um trabalho,
porque a carga horária não é grande.

Você faz networking, e isso é muito legal, porque você


conhece muita gente no hostel, você nunca vai ser o único volun-
tário, e isso é muito importante. Em hostel por exemplo tem umas
dez pessoas voluntariando geralmente, você vai encontrar muitas
pessoas voluntariando, e você vai conhecer muitas pessoas,
fazer amizades de vários países diferentes e quem sabe encon-
trar com eles nos países deles depois.

Isso acontece muito e é muito legal, então você faz muito


networking trabalhando como voluntário, sem falar que você
também vai conhecer os hóspedes, o que aumenta muito mais
seu networking.

Mas nem sempre o voluntariado é uma experiência boa, eu já fiz


um voluntariado em Portugal que a mulher queria um escravo, e
como eu falei, voluntariado não é escravidão.
Eu cheguei na casa dela, era um voluntariado de construção em
uma casa gigante, de 3 andares, tipo uma mansão, que ela estava
construindo pra vender depois. Ela ia me dar só acomodação e
nada mais, era uma casa afastada, pra eu chegar na cidade eu
tinha que pegar um ônibus de meia hora, era meio chato, então
não valia muito a pena, mas eu fui pelo fato de ser acomodação de
graça.

Cheguei lá e só tinha um voluntário do Chile, tinha uns pedreiros


que estavam ganhando pra trabalhar, e ela me deu uma acomoda-
ção que era um quarto todo empoeirado, com um colchão no
chão, não tinha nem luz no quarto, e eu tinha que trabalhar 8 horas
por dia, só um dia de folga, e era um trabalho pesado no sol
quente. Então ela queria um escravo, me deu um lugar muito ruim
pra ficar, sem eletricidade nem nada. Aí eu fiquei dois dias e vi que
não valia a pena e fui embora.

Então tem experiência assim que é ruim, que você vai chegar e o
voluntariado não vai ser uma experiência muito boa, e aí você vai
embora e já era, não precisa ficar lá, você não tem nenhum contra-
to nem nada.
Onde você pode se
voluntariar?

Hostel Fazenda

Casa Construção

Comunidade Barco

No que você pode se voluntariar? Tem hostel, fazenda, casa,


eco vila, ONG... Cara, tem muita coisa, tá crescendo pra caramba
esse negócio de voluntariado, porque cara, é realmente muito
legal se voluntariar nos lugares.
COMO CONSEGUIR
VOLUNTARIADO?
Com os aplicativos
Tem várias plataformas para procurar um voluntariado, nelas
que você vai achar várias paradas, só que é o seguinte, essas plata-
formas são pagas, e eu estou falando aqui das mais comuns, que
são:

Wokaway
Local mais usado: Europa
Valor: $44/ano

Worldpackers
Local mais usado: América do Sul
Valor: $49/ano

Helpx WWOOF
Local mais usado: Europa Local mais usado: Fazendas
Valor: $11/ano Valor: $27/ano
Sem os aplicativos
Caso você esteja mais livre pra fazer as coisas, eu aconselho
você a fazer sem os aplicativos, era como eu fazia e dava muito
certo.

Por exemplo: No hostel que eu fiquei em Portugal, eu peguei o


google maps, digitei "Hostel", e fui pessoalmente de um por um
perguntando se precisavam de voluntário e consegui de boassa.

Funciona muito bem, e caso não tenha vaga, você pergunta para as
pessoas em qual outro hostel pode ser que tenha, porque eles se
comunicam entre si, todo mundo se conhece, os donos e tal, eles
tem até grupos no Whatsapp, então se você perguntar, o cara
pode te indicar pra um hostel de um amigo dele que tá preci-
sando, mais ou menos isso.

E nem é tão difícil assim, vai na cara de pau e só pergunta de boa se


estão precisando, mas você também pode ir no e-mail deles e per-
guntar se você não tiver na cidade ainda, pesquisa pela internet,
essas são outras maneiras de conseguir lugares sem os aplicati-
vos:

Pessoalmente

E-mail

Telefone

Indicação

Quanto menos pagar melhor!


O voluntariado é realmente uma forma de você viajar sem
pagar acomodação nenhuma, você pode viajar um ano só fazen-
do voluntariado, acrescentando altas paradas para sua vida sem
pagar nada. Imagina o tanto de coisa que você vai fazer, imagina
dar uma volta ao mundo fazendo voluntariado, e cada país que
você passa você faz um voluntariado diferente, não dá nem pra
imaginar essa informação de tanta coisa que você vai aprender
cara.

Eu já aprendi a ser várias coisas nos voluntariados, tipo, eu já apren-


di a ser:

Barman Recepcionista

Limpador Construtor

Organizador de festa e etc


Vida Útil do Voluntário
Ninguém fala sobre isso cara, ninguém fala sobre a vida
útil de um voluntariado, mas é uma parada que realmente existe!
Você vai sentir na prática, por exemplo, você pode chegar em um
voluntariado e passar de duas semanas a três meses, sei lá, você
pode ficar muito tempo se você quiser, mas no mínimo que a
maioria dos lugares pedem pra você ficar é duas semanas,
porque é o tempo deles te ensinarem a fazer as paradas e também
de você fazer as amizades, fazer os trabalhos, então no mínimo é
duas semanas.

Agora o quanto de tempo é bom você ficar antes do voluntariado


ficar chato? Porque fica chato, vê só se não faz sentido. Você tá
trabalhando naquele lugar de graça em troca de acomodação, mas
você não tá ganhando dinheiro nenhum e é pra ser um trabalho de
boa, então nas primeiras duas semanas, três semanas é muito
legal ser voluntário, mas depois desse ponto de quatro semanas,
você vai começando a reparar nas paradas que são "sujas" naquele
lugar, porque todo lugar tem suas paradas "sujas", coisas que não
são certas, coisas que são injustas, então você vai começando a
reparar que você não ganha nada pra trabalhar ali.
Você que era o cara pra trazer alegria, começa a se acostu-
mar, começa a chegar um pouco mais tarde no trabalho, porque
você já tá morando lá mesmo, aí você dorme até um pouco mais
tarde, e fica parecendo que é tua casa. Você fica acostumado com
o local, repara as coisas que não são certas naquele local, nenhum
lugar é perfeito e tem suas coisas erradas, então você começa a
reparar isso. Também todas as pessoas que estão fazendo o volun-
tariado vão embora, continuam suas viagens, aí entram voluntários
novos, mas você gostava muito daquele seu amigo que foi embora,
aí você começa a querer ir embora também.

Então depois de mais ou menos um mês eu não recomendo


mais ficar naquele voluntariado, procura outro, porque você vai
ter novas experiências. A menos que você consiga ganhar dinheiro,
porque isso acontece, depois de um tempo que você tá como
voluntário, o chefe do local vê que você trabalha bem e te pega
para você fazer a mesma coisa que tá fazendo, só que com um pou-
quinho mais de carga horária e responsabilidade, só que agora
você tá ganhando dinheiro! e isso é fenomenal, porque você tá
ganhando acomodação e dinheiro cara, e gastando pouquíssimo
só com comida. Tem muitos lugares que você vai ver gente traba-
lhando e ganhando dinheiro, pessoas que antes trabalhavam
como voluntários, isso é muito legal, e inclusive é uma das formas
de você ganhar dinheiro durante a viagem.
Voluntário > Trabalho
remunerado

Quando voluntariado se torna


trabalho remunerado

Como eu falei, hoje em dia se você chega em um lugar que-


rendo trabalhar, se você tem vontade de trabalhar, as pessoas vão
sentir isso, e você vai se dar bem no local com um bom trabalho,
sendo honesto, sendo humilde, com energia boa, você vai se dar
bem em qualquer lugar que você for, entendeu?

São regras não ditas da vida, isso é pra qualquer coisa, inclu-
sive nesse esquema de voluntariado, então você consegue traba-
lho remunerado sim, não é uma regra, mas consegue.
Viajar apenas como
voluntário

CAMPING

CACHORRO
CONSTRUÇÃO

ECOVILA
HOSTEL

ESCOLA
FAZENDA

Imagina fazer uma viagem de volta ao mundo assim? é


super possível! mas nesse caso eu aconselho você a pagar uma
plataforma.

Esse mundo do voluntariado é muito legal, é uma parada muito


boa, viajar assim é extremamente legal.
VIDA NO
HOSTEL
A gente falou muito em hostels no voluntariado, mas por
quê? porque os hostels são os locais onde mais tem trabalhos
voluntários. Também tem em outros lugares como a construção,
agricultura, escolas, fazendas e etc. mas porque os hostels são mais
comuns?

Porque os hostels são os "centros" dos mochileiros cara, onde os


mochileiros se encontram no final do dia, é basicamente isso, mas
agora vou introduzir vocês sobre os hostels, e vocês vão ver que é
uma parada legal e que vale muito a pena.
O que é
um hostel?
Hostel é tipo o "centrão" dos mochileiros, dos viajantes, onde
a galera se reúne, onde a galera se vê, mas se for pesquisar em um
dicionário, o hostel é como se fosse um hotel, só que mais informal,
mais voltado para os jovens, viajantes, e onde tem acomoda-
ção mais barata.

No hostel você encontra acomodação muito mais barata que


hotel, pelo fato das acomodações serem de quartos compartilha-
dos.

Teve hostel que eu já fiquei em quarto compartilhado de 20


camas por exemplo, e era super tranquilo, já fiquei também em
quarto de 4 e 8 camas.
Tem hostel que tem quarto só para mulheres, por exemplo
um quarto de 8 camas, mas só com mulheres. Tem muito hostel
assim, com quartos que dividem homens de mulheres, até pra
evitar qualquer parada, já que você tá compartilhando o hostel
com alguém e tal.

Tem os quartos privados, a maioria dos hostels tem quartos


privados. Então são vários tipos de acomodações, como quarto
privado, quarto compartilhado e em muitos casos o banheiro
também é compartilhado.

No hostel tem jogos, tem bar, cozinha, lavanderia, então além


de você economizar na acomodação, pelo fato de você estar
pagando menos por ser um quarto compartilhado, você vai usar a
cozinha do hostel e fazer sua comida mais barata. Tem até como
você comer de graça no hostel, tem umas técnicas assim
também.
Tipos de Hostel:
Hostel Família
Hostel família é aquele mais tranquilo, onde não tem muita
bagunça, como o nome diz, você pode levar sua família, namorada,
namorado, irmãos, primos, pai, mãe, filhos, fazer os passeios que
tem lá, ficar mais tranquilo, não vai ter muita música o tempo
todo, não vai ter festa no bar, nem vai ter muita gente também,
vai ser uma parada mais pra família mesmo cara.
Hostel Zen
São aqueles hostels na natureza, que é mais zen, só tem
uma musiquinha, uma festazinha na sexta à noite, a galera fica
jogando baralho, o pessoal fica mais tranquilo mesmo, bem calmo.
Tem hostels assim também, já fiquei em um assim lá em Ilhabela,
que tinha umas acomodações bem diferentes.

Tinha um quarto lá que a acomodação era dentro de uma kombi,


então você entrava e dormia dentro da kombi, tinha um quarto na
árvore, que era uma casa na árvore, então o hostel zen é uma
parada bem criativa. É mais ou menos isso que você vai encontrar
no hostel, é bem legal cara, aconselho muito ficar em um hostel se
você nunca ficou.
Hostel de Festa
Imagina aí, são várias pessoas jovens, dormindo em um
mesmo local, com quartos compartilhados, de vários lugares
do mundo, com várias culturas, imagina todo mundo junto na
cozinha conversando, ouvindo música. Aí chega a noite, tem jogui-
nhos, a galera começa a jogar, vai pra o bar, começa a beber, todo
mundo fica louco, tem gente que tira a roupa e pula na piscina,
estilo American Pie mesmo, entendeu? doidera!

E aí depois você encontra a galera, vão pra uma trilha, pra uma
praia, conhece a galera na festa e já marca pra ir no outro dia pra
esses lugares, fica conversando sobre a vida, sobre viagem, isso é
um hostel cara, é isso, é tipo uma parada sobrenatural, é muito
legal mesmo, tipo aquelas festas americanas.
Porque é melhor que hotel?

Festas, Rolês, Jogos

Primeiro por causa do preço, porque vai ser mais barato


pelo fato de serem quartos compartilhados, vai ser muito barato
mesmo!

Aqui no Brasil você acha hostel que cobra R$20,00 a diária, lá no


Peru eu paguei R$30,00 pra ficar no LOKI, que é uma rede de hos-
tels muito sinistra que tem umas festas muito doidas, com uma
puta estrutura, piscina, bar, festa à noite, sinuca, um monte de
coisa, gente de todo o lugar do mundo, é muito barato cara. Se
você for ficar em um hotel com piscina, a diária passa dos R$100,00,
e outra, esse hostel que eu fiquei é na beira da praia, você sai da
piscina e vai pra praia se quiser.
Nos hostels tem outras vantagens como as atividades com
os hóspedes, coisa que eu nunca vi em um hotel, reunir a galera
pra fazer umas atividades durante a noite. Tem hostel com aula de
yoga, aula de dança, stand-up, aula de surf, tem as festas, que são
muito legais, festa comemorativa de halloween, ano novo, essas
paradas todas, jogos, tipo jogo de tabuleiro, jogo de baralho
que eles disponibilizam.

Esse é o ambiente que eles querem, essa mistureba de pessoas


de vários lugares juntas, por isso que hostel é melhor que hotel,
porque você vai encontrar pessoas como você, se você quiser
encontrar com viajantes da sua idade eu aconselho você ficar no
hostel.
Perigos de quarto
compartilhado
Apesar de eu falar que o hostel é muito legal, de você com-
partilhar quarto com a galera, dos jogos, festas e tal, tem os seus
perigos né, o mundo não são flores, estou mostrando as partes
boas e as partes ruins.

Eu tenho um amigo dono de hostel que me contou que uma vez


tinha um cara se hospedando em um quarto compartilhado lá no
hostel dele, e esse cara é um doido.

Ele chegou uma vez de madrugada bêbado, e na cama de baixo da


dele tinha uma menina, então ele chegou, entrou no quarto, abai-
xou as calças e começou a bater com o pênis na testa da menina,
mas esse cara era um louco, aí chamaram a polícia e prenderam
o cara.
Mas essa é a realidade, porque você tá dividindo o quarto
com pessoas que você não sabe quem são, às vezes você tá dor-
mindo, e chega uma pessoa de noite pra fazer check-in no hostel,
entra no seu quarto e você não sabe nem quem é. É bem raro acon-
tecer algo ruim, mas existem posibilidades.

Tem várias histórias que eu já ouvi, eu por exemplo uma vez tava
dormindo em um beliche, na cama de cima, tava passando um
pouco mal, e vomitei no chão, e aí pegou vômito na mochila da
galera, foi bem nojento, mas já aconteceu isso.

Eu já acordei com a galera fazendo sexo no quarto, sempre tem


alguém transando nesses hostels, mas com a cortina na sua cama.
Tem gente que ronca, tem gente que tem chulé, tem gente feden-
do, mas são coisas que acontecem quando você tá dormindo
em um quarto compartilhado, tem coisas boas e coisas ruins, o
bom é que você conhece muita gente, mas o ruim são essas coisi-
nhas.
Mas mesmo sendo quartos compartilhados, eu nunca estive
em uma situações de roubo.

É claro que você tem que cuidar das suas coisas, mas eu nunca
escutei história de roubo e nem aconteceu comigo, acho que não é
muito comum, porque o hostel vai atrair mais mochileiros e a
galera que trabalha no hostel vai evitar esse tipo de gente suspeita.
Isso é porque a galera do hostel já sabe o público que eles querem,
então eles mesmos já fazem esse filtro pra evitar problema.

Então coisas ruins acontecem, pra você que é mulher, tem os hos-
tels com quartos só de mulheres, porque querendo ou não, é um
perigo maior, por exemplo esse cara que passou o pênis na cabeça
da mulher.
Quarto compartilhado

Beliches

Bagunça

Cortinas
[forma um mini
quarto, mais
sofisticado]

Gavetas
[sempre colocar
um cadeado nas
gavetas]
Coisas de Hostel
O que você precisa ter:

Cadeado
[para guardar suas coisas]

Tapa Olhos
[para evitar acordar
com alguém
acendendo a luz]
Chinelo
[usar na hora de tomar
banho]

Tupperware
[para guardar
sua comida]

Sua própria cortina


[se você quiser uma
privacidade e o quarto
não tem cortina]
Pode ser um pano, uma toalha, uma canga,
uma camisa, um lençol, qualquer coisa que
dê pra cobrir e que deixe você com mais
privacidade.
Coisas de Hostel
Coisas Ruins:

Pessoas sem noção Pessoas roncando


[que fala alto, que [fazendo muito barulho]
acende a luz e tal]

Bêbados da madrugada
Má Higiene [geralmente em hostel
[pessoas fedidas] de festa]
Coisas de Hostel
Quando o hostel fica cansativo

Mesmos assuntos
[As pessoas sempre perguntam Mesmas pessoas
as mesmas coisas tipo: "de onde
você é?, "quais lugares você
passou?", "há quanto tempo
Pessoas vão embora
você viaja?", geralmente não
desenvolvem uma conversa profunda,
no início é legal, isso só fica
cansativo com o tempo]
Free food
No hostel tem uma regra: se você tem sua comida e não
quer que ninguém a coma, você deve colocar o seu nome. Caso
contrário a comida é de todo mundo, e dessa forma você consegue
comida de graça. É uma regra e geralmente tem anotado na gela-
deira ou armário. Então se você tiver no hostel, sempre dê uma
checada nos armários e na geladeira e se tiver comida sem
nome, você pode comer! Eu mesmo fazia muito isso em Cusco, é
a regra cara, muitas vezes tinha hambúrguer, essas coisas que não
tinham nome e eu ia lá e comia.

Também tem a seção Free Food, geralmente quem faz sua


comida no hostel compra um pote de comida, ou um pacote de
macarrão por exemplo e não come tudo, e quando vai embora
deixa lá na seção Free Food pra quem quiser usar. Esse tipo de
coisa acontece muitoem hostel.

Então eu comia muito Free Food, muita comida que a galera deixa-
va sem nome na geladeira, dos caras que não prestavam aten-
ção na vida, e tava tranquilasso, tinha umas comidas muito boas
mano.
Aplicativos

Happy Cow [Restaurantes veganos]

Google Maps

Couchsurfing

Hostelworld [Hostels]

XE exchange [Cotação] Google Tradutor


O lado obscuro do
Couchsurfing
Para você que quer viajar e não pagar acomodação é
ótimo! Você tem dois tipos de pessoas no Couchsurfing, aqueles
que estão viajando, e aqueles que estão hospedando, que são os
locais.

Por exemplo, se você estiver indo à Paris, você procura por pessoas
locais no Couchsurfing, aí vai aparecer uma lista de pessoas que
te hospedariam de graça em Paris, pessoas que querem receber
viajantes de graça na casa delas.

Então você manda uma mensagem pra essas pessoas, fala que vai
ficar de tal dia até tal dia, fala que você é legal, e essa pessoa pode
te aceitar na casa dela de graça, sem nem te conhecer, sem nunca
ter visto a tua cara, sem nem saber quem é você.
Então isso é muito legal, porque você estará se hospedando
na casa de um local, aí essa pessoa vai te levar para os rolês, vai
falar a língua dela, e é muito legal por causa disso. Tem várias
outras coisas legais também, por exemplo, eu quando estava
aprendendo inglês, buscava no Couchsurfing por eventos de pes-
soas poliglotas, e lá em Brasília tinha um encontro poliglota, onde
as pessoas se reuniam em um barzinho para conversar em outras
línguas. Eu chegava nesse evento sem conhecer ninguém e de
graça, eu nem comprava nada, às vezes comprava uma água só pra
dizer que consumi algo, ficava lá conversando com o pessoal,
praticando meu inglês e conversando sobre a vida em outras
línguas.

Se você quiser encontrar com pessoas viajantes, pessoas que falam


outras línguas, você pode olhar no Couchsurfing, ver se está tendo
alguma coisa, ver se está rolando algum evento na cidade que você
está, alguma coisa assim, tem vários encontros no Couchsurfing,
com várias pessoas e elas são muito legais.
ENTRETANTO,
tem o lado ruim do Couchsurfing, vamos lá...

Pelo fato do Couchsurfing ter essa ideia de hospedar pessoas de


graça, alguns homens veem isso com segundas intenções.
Então muitas vezes eles hospedam apenas mulheres, achando que
é um Tinder da vida, e é mais ou menos isso.

E isso para as mulheres é ruim, porque elas não querem fazer


nada com o cara, e só precisam de um lugar para ficar, comparti-
lhar a cultura e tal, e o cara só quer pegar a mulher.

Isso também é ruim para os homens viajantes, porque esses caras


não hospedam outros homens, e eu já cansei de mandar mensa-
gem para os caras e eles nem responderem, ou dizer que não
podem. Isso porque só aceitam mulheres. Então muitos homens só
vão aceitar mulheres porque acham que é um aplicativo de relacio-
namento.
Mas como evitar isso?

Olhe as referências Leia SEMPRE a descrição


[Se só tiver referência de [Evite mandar mensagens
mulher, quer dizer que ele só copiadas, porque as pessoas
aceita mulheres. colocam palavras chaves nas
suas descrições para saber se a
Então não adianta mandar mensagem que você mandou é
mensagem para essa pessoa. copiada e colada igual para
Agora se ele tiver referências de todos.]
homens e mulheres, aí vale a
pena você mandar mensagem
para essa pessoa.]

É uma aplicativo muito bom, muito legal, mas tem essas


partes obscuras, mas nada é 100% né cara, nada é totalmente
bom, e nada é totalmente ruim. Essa é a parte ruim, mas é muito
pequena comparada a toda essa plataforma que é extremamente
boa, é uma plataforma revolucionária pra você viajar de graça e
ficar na casa das pessoas, tem muita gente que usa o Couchsurfing
de uma maneira muito massa, já conheci muita gente e é muito
legal.
AMIZADES
NA ESTRADA
Amizades na estrada

UNO Música Festa Esportes


[Uno é um jogo [Tocar violão, fazer [Um lugar muito [Jogando vôlei,
que todo mundo uma rodinha com bom para fazer football, até mesmo
joga] a galera cantando] amizades] sinuca e tal]

Tem várias formas de fazer amizades, mas o UNO é na minha


opinião a melhor delas, porque é fácil, pequeno e dá pra jogar
com muita gente, apesar que alguns vão sair chateados porque
vão perder, mas é muito bom mesmo.

Tem várias formas de fazer amizades na estrada, várias técnicas,


vou falar disso mais pra frente, mas jogos são muito bons para
você fazer amizade com as outras pessoas, e UNO por ser univer-
sal, todo mundo joga.
SEGURANÇA
Como reconhecer um lugar
perigoso
Quem me conhece sabe que eu sou paranóico com seguran-
ça, então tenho altas dicas de segurança para você não ser rouba-
do, apesar de já ter sido roubado várias vezes, mas vamos lá!

Se você é brasileiro, você já é treinado a saber essas paradas de


segurança, e de fato, se você é brasileiro você já tem mestrado de
como não ser roubado, de saber se um lugar é perigoso ou não.

Se você chega em uma cidade, onde as casas não tem muros, ou


tem os portões baixinhos, as pessoas ficam com o celular na rua,
você já sabe que aquele lugar é tranquilo. Porque se alguém foi
roubado no bairro por deixar a porta de casa aberta, as pessoas
não vão mais deixar suas casas abertas para não serem roubadas
também.
E se você chegar em uma cidade onde os muros são altos,
com cerca elétrica, câmeras, cachorros, ninguém anda com o celu-
lar na rua, ninguém anda à noite, é porque essa cidade é perigo-
sa, e por ser brasileiro a gente já sabe dessas coisas, mas é uma
forma de reconhecer.

No Brasil a gente tem essa sensação de roubo quando tá andan-


do de noite assim, é muito ruim cara, mas a gente já sabe como é,
agora tu vai andar de noite em algum outro país, tu não sente essa
sensação de perigo igual você sente no Brasil.

Mas como brasileiro a gente já sabe muito bem como é isso, como
identificar um lugar perigoso, porque nosso país é realmente peri-
goso com roubos na rua. Em nenhum outro país eu senti essa
parada que eu sinto no Brasil.
O mochileiro inroubável
A forma mais fácil de ser roubado na estrada seria por sua
falta de atenção, com falta de atenção você vai ser um alvo
muito fácil de ser roubado.

Roubo à mão armada, roubo com tiro é muito mais raro fora do
Brasil, agora furto é muito mais comum.

Uma vez eu estava em um ônibus com uma amiga no Equador, e


estávamos conversando, nisso eu coloquei minha mochila embai-
xo do banco, e tinha umas pessoas atrás, eu nem vi quem era e nem
me liguei muito, mas essas pessoas abriram minha bolsa, rouba-
ram meu notebook, deixaram a case do notebook na bolsa e
fecharam. O roubo foi tão bom, que quando peguei a mochila ela
estava fechada e eu nem vi o peso nem nada, só depois que eu che-
guei no hostel que fui abrir a mochila eu vi que tinha sido rouba-
do.
Essa falta de atenção que vai te fazer ser roubado na
estrada, você tá andando na rua e não vê que tem um motoqueiro
que pode pegar teu celular e sair correndo, você tá no uber com a
janela aberta e você não vê que alguém pode pegar o seu celular
da janela, ser roubado na calçada, na estrada, à noite e etc.

A falta de atenção é primordial para você ser roubado cara, lembre


sempre que suas coisas vão te fazer muita falta, porque você tá
na estrada, então tenha todo cuidado do mundo, não tenha falta
de atenção, que você vai se dar bem.

Lá na Europa o que mais tem são essas placas [Beware Pickpo-


cket], que são essas pessoas que pegam as paradas do seu bolso
sem você perceber, e lá tem muito isso, em Lisboa, Paris, Roma,
então não é porque é Europa que vai ser completamente de
boa né cara.
Se preparando para
um roubo
Se você for roubado e for na polícia, eles vão te tratar como
mais um turista que foi roubado. Nesse exemplo que eu dei no
Equador, eu fui na polícia, eles me deram um papelzinho e não deu
em nada! Você é só mais um turista desatento que foi roubado,
porque isso é muito comum, é o que mais tem, é turista desatento
sendo roubado.

Sempre use uma pochete, com a pochete é quase impossível de


ser roubado, porque ela vai dentro da sua calça, então é quase
impossível alguém te roubar sem você ver. Eu uso sempre a poche-
te, nem uso bolso mais, porque é muito mais seguro assim.

Outra coisa muito boa também é a mochilinha, uma mochilinha


que você coloca todas suas coisas importantes e sempre ande
com ela na sua frente, coloque ela pra frente e sempre fique de
olho nela, assim você evita ser roubado também, porque ninguém
vai abrir sua mochila e pegar uma coisa sua.
CÂMBIO E
DINHEIRO
Faça câmbio no Brasil
Quando você for fazer uma viagem, você precisa lembrar
que cada país tem sua moeda, no Brasil tem o Real, na Argentina
tem o Peso Argentino, no Chile tem o Peso Chileno, no Peru tem o
Novo Sol Peruano, no Equador é Dólar, enfim, cada lugar tem sua
moeda, e como você vai fazer pra trocar e fazer o câmbio?

Meu conselho para você é, antes de sair do Brasil, compre dólar, e


quando você estiver em outro país, você troca esse dólar pela
moeda local, porque pelo fato do real ser menos valorizado que o
dólar, as pessoas vão preferir o dólar, além disso o real é mais instá-
vel que o dólar. Quando você for trocar o real nesses lugares, eles
vão colocar uma taxa de câmbio muito alta entendeu? e como
eles querem o dólar, eles acabam colocando uma taxa de câmbio
muito menor, porque dólar é a moeda universal, todo mundo
aceita dólar, então troca antes por dólar e troca nesses países
pelas moedas locais.
SPREAD + IOF
Na hora que você for trocar o seu dinheiro, você tem duas
taxas para ver, o SPREAD e o IOF. IOF é uma taxa já fixa, indepen-
dente da casa de câmbio, mais ou menos de 1,1% do dinheiro
que você tá trocando, e o SPREAD é a taxa que o banco vai cobrar
pra ele fazer o lucro daquele câmbio.

Então quando você for trocar seu dinheiro, principalmente em


aeroporto que é muito caro, você tem que ver o SPREAD que
aquele banco ou casa de câmbio tá cobrando.

Por exemplo:

USD 1 = R$ 5
SPREAD 3% - R$ 5,15
IOF 1,1% - R$ 5,20

USD 1 = R$ 5,20

USD 1 = R$ 5
SPREAD 6% - R$ 5,30
IOF 1,1% - R$ 5,35

USD 1 = R$ 5,35

Se for USD 1.000 você gasta R$150 só pelo SPREAD maior,


então você tem que prestar atenção nisso, 3% é aceitável, mas 6%
é um absurdo.
Transferwise
Esse é o banco que eu uso, e ele é muito bom! Muito bom
mesmo! Esse é o cartão que eu uso quando estou fora, antes o
Transferwise era só para transferir dinheiro para fora, e aí eles foram
crescendo, agora eles tem um cartão.

Mas por que ele é tão bom?

Porque a taxa dele é muito pequena, o SPREAD deles é muito


pequeno, e você consegue abrir uma conta em um banco de outro
país e usar várias moedas de vários países diferentes, e cada conta
de banco que você faz, você faz rapidão, em apenas alguns cliques.
Então se eu abro uma conta em um banco da Europa que aceita
Euro, quando eu transferir o meu dinheiro para esse banco e
usar o cartão, eu estou gastando meu dinheiro em Euro, então
eu não pago nada de taxa, não preciso ficar fazendo transferên-
cia, e isso é muito bom cara.

A Transferwise é incrível, eles tem cartão de débito, mas só não


enviam para o Brasil, eu fiz o meu quando estava na Europa, mas
você pode ver outros países que eles mandam para você poder
pedir o seu. Caso você vá para alguma viagem em algum país que
eles enviam o cartão, é só colocar o endereço do hostel ou lugar
que você vai ficar que eles enviam rapidão. Eu só uso esse cartão
para tudo, para tudo mesmo, só uso ele.
INTERNET
Pouha de 4G que não pega

Internet fora do Brasil


Eu não aconselho nenhuma operadora do Brasil, porque é
muito caro, muito caro mesmo, tem operadoras que cobram
absurdos por mês, imagina se tu for passar 6 meses, aí vai ser muito
caro mesmo, então eu prefiro comprar um chip em cada lugar
que eu vou.

Eu compro o chip pré-pago, coloco os créditos na hora. Normal-


mente eles dão muitos pacotes de internet, Facebook, Instagram e
Whatsapp livres, e a internet é muito boa mesmo.

Então eu sempre faço isso, chego em um país, procuro a loja de


uma operadora, compro um chip pré-pago, coloco internet e
pronto já era, é a melhor forma!
E outra coisa, o seu whatsapp continua o mesmo, você não
vai mudar o número do whatsapp, você não vai perder. Quando
você mudar o chip e entrar no whatsapp vai aparecer uma mensa-
gem dizendo que eles viram que mudou o número e vão perguntar
se você quer mudar para o novo ou manter o antigo, aí você vai
escolher o antigo e pronto.

Isso é muito bom mesmo, então não aconselho você comprar no


Brasil e usar fora, mesmo que seja um plano internacional, o que
eu uso são realmente esses aí, e eu não gosto de pagar mensalida-
de, então é basicamente isso.

Compre o chip quando você


chegar no país.
AS PAIXÕES
DA ESTRADA
Quando você se apaixona?
Isso também faz parte né, tem que falar disso, eu já me apai-
xonei várias vezes na estrada, eu já namorei uma menina da
Itália, foi só por uma semana porque ela me traiu, mas foi minha
namorada, depois namorei aquela portuguesa que apareceu no
meu canal, namorei ela por uns 2 meses mais ou menos, e a gente
acabou se separando depois, e agora a Eda, eu e a Eda estamos
namorando, olha só que legal, e ela é da Inglaterra.

Eu já tive várias paixõezinhas na estrada cara, várias mesmo, e isso


acontece mais quando você tá viajando sozinho, você vai
conhecendo pessoas e se apaixonando na estrada.

É difícil mas é legal ao mesmo tempo. É legal porque você estará


ficando com uma pessoa de outro país, é um intercâmbio de cul-
tura muito massa, parece coisa de outro mundo, quando você tá
ali, dormindo com a pessoa, comendo com a pessoa, indo nos
restaurantes, saindo e tal, é muito legal mesmo você namorar com
uma pessoa de outro país.

Você aprende a língua do outro, a cultura do outro, é muito


massa, muito massa mesmo.
Tinder na estrada
Tinder na estrada é muito legal, eu já falei pra vocês que
além do Tinder ser para pegação, você também pode usar para
conhecer pessoas, dar um rolê, nada com segundas intenções,
também é muito legal por causa disso. E eu também já tentei usar
o Tinder para achar um lugar para dormir, e é muito possível
isso.

O mais legal do Tinder na estrada é porque, pelo fato de você ser


brasileiro e ser viajante, é mais fácil conseguir alguém do Tinder,
porque primeiro você é brasileiro e as pessoas gostam dos brasilei-
ros, e segundo porque você é viajante, e as pessoas querem conhe-
cer alguém das viagens.

Então cara, o Tinder funciona muito bem fora do Brasil, é um


aplicativo que eu recomendo muito você ter, não só com segundas
intenções, mas para também conhecer outras pessoas. Mas se for
para segundas intenções tudo bem também, porque afinal você
é viajante, quer viver, conhecer o mundo, eu mesmo já usei muito
o Tinder na estrada, e funcionou muito bem para mim, e vai funcio-
nar muito bem para você também. Mas tome banho.
Ser brasileiro ajuda?
Ser brasileiro ajuda para caramba, porque as pessoas veem
o brasileiro como sinônimo de alegria, pessoa de festa, que
passa o dia inteiro na praia jogando bola, cores, carnaval, felicidade
e tal. Isso ajuda pra caramba, então você vai se dar muito bem
com as pessoas na estrada.

Na estrada é muito mais fácil sair com outras pessoas, até pelo
fato de você estar mais aberto, estar sempre com pessoas novas,
sempre conhecendo gente nova, sempre nos rolês, nas festas, nas
bebedeiras. Se você for uma pessoa que bebe uma cervejinha, se
você sai para os lugares, tá no hostel, aí fica tudo mais fácil
porque hostel ajuda pra caramba, porque lá as pessoas estão
com as mesmas intenções e tá todo mundo dormindo no mesmo
lugar, então o hostel ajuda muito.

Não duvide disso quando você tiver na estrada, é muito fácil


mesmo de você sair, conhecer e namorar pessoas, mesmo que
você não consiga ninguém na sua cidade, eu mesmo na minha
cidade era muito ruim pra conhecer alguém, mas nas minhas
viagens era muito fácil mesmo.

Acontecem muitas coisas que você não espera, tipo você tá de


boa, e de repente você tá em um rolê aleatório na casa de
alguém, você conhece alguém e acaba rolando pegação, e isso é
muito legal, e pelo fato de ser brasileiro é melhor ainda.
Eu sou muito gado
Presta atenção nessa história, uma vez eu estava em Cusco e
conheci uma menina da Áustria fazendo trabalho voluntário, me
apaixonei por ela, eu me apaixono muito fácil. A gente foi para
Machu Picchu, eu tentei dar um beijo nela, mas ela meio que não
gostou muito porque para ela era só amizade, mas aí depois ela me
chamou pra ir em uma festa e acabamos nos pegando na festa, aí
depois cada um seguiu seu caminho.

E mantivemos o contato, mas ela não era muito de internet, a


gente só conversava por e-mail. Depois de dois anos eu fui para
Europa, aí a gente conversou e eu fui para na casa dela na Áustria.

Parecia coisa de filme, a casa dela no meio dos campos, a mãe


dela saía pra cortar a árvore de natal e decorar, ela tinha um primo
igualzinho o Ed Sheeran, quase que eu tirava uma foto com ele.

A mãe dela fazia cookies de natal, imagina cookies de natal no


frio da Áustria, e lá estava eu e a menina, a gente estava meio que
namoradinho e tal.
Olha que legal, eu só estava lá porque eu a conheci dois anos
atrás em Cusco, e agora eu estava na casa dela, com a família toda
dela. As pessoas falavam em alemão e eu não entendia nada,
era um alemão bem da roça, as pessoas ficavam na mesa conver-
sando olhando um para o outro e eu sem entender nada, tava meio
que voando, mas foi legal pra caramba e depois voltei para o
Brasil.

Então ela foi para o Peru de novo e queria ir em Brasília me ver, mas
como eu estava construindo o Bromobile, eu parei a construção
da van e fui para o Equador me encontrar com ela, porque a
gente marcou em um lugar intermediário, então fui para o Equador
e lá que roubaram meu notebook no ônibus. Depois disso ela
queria namorar, mas eu não queria namorar, aí ela ficou com raiva
de mim, com razão, porque eu meio que estava enrolando ela,
porque eu não falei que não queria namorar, só estava deixando
as coisas rolarem, e aí eu voltei para o Brasil.

Mas um ano depois, por coincidência, eu já estava viajando com a


van, com a Eda e a Stéfany, e saí em Cusco para dar um rolê à noite
sozinho, e acredita que encontrei ela lá mano? Em Cusco, ela olhou
para minha cara e depois virou e foi embora, ela virou a cara pra
mim mano.
Perdi meu notebook pra isso?

Mas olha só que incrível, que historia incrível! Eu a conheci


em Cusco, e a última vez que eu a vi foi em Cusco e ela virou a
cara pra mim. Eu fui na casa dela na Áustria, ouvi a família dela falar
alemão, comi cookies de natal, viajei com ela no Equador, perdi
meu notebook, enfim, muito incrível isso.

São as paixões da estrada, tem muito lugar que você vai por causa
de paixão, eu fui pra Inglaterra por causa da Eda, o amor da
minha vida, olha só que incrível, então tem muito lugar que o cara
vai por causa de paixão, e o mochileiro é assim, o cara é livre pra
viver aquelas paixões que ele tem na estrada, eu mesmo vivi
minhas paixões, menos a primeira que me traiu com uma semana
de namoro.

E tem que viver isso mesmo, isso é viver, deixe o amor acontecer,
deixe o amor te levar, se abra, você tem que viver, tem que viver
a vida, e isso que é viver, essa é a vida. Seja gado.
IDIOMAS
Quais línguas aprender
para se virar?
Idiomas são muito importantes, eu vou falar aqui como eu
aprendi inglês sozinho, e você pode aprender inglês sozinho em
um ou dois meses, dependendo do seu tempo livre, assim você vai
conseguir se virar independente de onde for, porque eu passei por
isso e aprendi assim, então você consegue aprender também.

Mas quais línguas aprender para se virar? obviamente o Inglês, o


inglês é muito importante, mas na américa do sul é o espanhol,
porém você não precisa saber espanhol bem, só com o portunhol
você vai se dar bem, porque as pessoas lá fora já estão acostu-
madas a falar portunhol com os brasileiros, então você falando
portunhol vai se dar bem também.
Inglês é realmente essencial, não só para as viagens mas
para a sua vida, mesmo se você não for viajar, ele te ajuda até con-
seguir trabalhos melhores. O inglês abre as portas para tudo, você
não imagina o quanto o inglês abre as portas para muitas coisas na
sua vida, muita coisa mesmo.

Por exemplo, amplia a possibilidade de adquirir conhecimentos


na internet, te ajuda a se comunicar com a galera, conseguir em-
pregos, mochilão, voluntariado. O inglês é bom pra caramba, se
você tem um tempinho no seu dia, não vai ser uma perda de
tempo aprender inglês, você estará subindo a escada da vida.
Como aprender rápido,
sozinho e de graça?
Eu sabia pouquíssimo de inglês, sabia poucas palavras,
bem o básico mesmo, só sabia me apresentar e falar oi, tchau, obri-
gado. Ninguém me ensinou essa técnica, fui eu mesmo que fui
vendo como funcionava, o que fazia sentido e o que não fazia, foi
assim que eu aprendi.

Eu assistia os filmes em inglês, no início assisti o Homem de Ferro


com o áudio e a legenda em inglês, não entendi nada do filme, mas
cada palavra que tinha que eu não entendia eu anotava em um
bloco de notas, demorei uns dois dias só anotando as palavras, e aí
eu ia em cada palavra e colocava no google imagens, não colo-
cava no tradutor, eu ia no google imagens e colocava o que ela
signicava, por exemplo:

Grow literalmente seria crescer, mas quando eu coloco no


google imagens eu esqueço que é crescer, e vejo Grow como
essa imagem das plantas, então eu deixo a tradução de lado e
trago a imagem na minha cabeça.
É difícil no início, mas você não pode traduzir, porque o
inglês é um idioma totalmente diferente, muito mais fácil e sim-
ples inclusive que o português, e cada palavra tem o seu concei-
to, sua história de como foi formada, então por isso que você não
pode traduzir. A curto prazo é bom que você lembra, mas a longo
prazo é muito ruim, mas tá aí uma boa forma de você aprender
que é através das imagens e não da tradução, é isso que faz sen-
tido para mim.

Mas eu fui fazendo isso com camadas, aos poucos, como eu mostro
nos meus exemplos aqui em baixo:

Quando eu ia traduzir eu não colocava só uma tradução,


eu colocava várias, pra não decorar apenas uma palavra, mas sim
o contexto daquela palavra sacou? Tipo Journey, não é só Jorna-
da, também é viagem, aventura, são todas as palavras que vão ser
relacionadas com Jornada. Então com as minhas primeiras pala-
vras, apesar de ser errado traduzir, eu ia fazendo assim, porque eu
não sabia nada e é melhor começar assim do que não começar.
Depois eu fui para a segunda fase, assistindo os filmes e
aprendendo mais palavras, então eu parei de traduzir para o por-
tuguês e comecei a traduzir direto para o inglês, eu relacionava
a palavra a alguma outra que tivesse o mesmo contexto mas que
eu já sabia o signicado.

Então eu colocava um contexto nas palavras e cada palavra no


seu grupo de palavras, e assim foi crescendo o número de pala-
vras, e sempre vendo o Google imagens, mas aí eu já parei de
traduzir para o português.

Por último, eu já não traduzia mais, cada palavra que eu ano-


tava eu colocava uma frase que usasse aquela palavra, então além
de saber a palavra eu sabia contextualizá-la, já estava começan-
do a desenvolver uma fala.

E assim eu fui desenvolvendo meu inglês sozinho, só comigo


mesmo. Depois fui praticando com as pessoas, tipo nesses
encontros do Couchsurfing, totalmente de graça, aprendi inglês
e espanhol de graça, mas foi basicamente isso.

Essa técnica é incrível, eu aprendi inglês em uma velocidade ina-


creditável. Se você aprender de 500 a 1000 palavras, você já
consegue se virar, se comunicar nos lugares, e de 1000 a 3000
palavras já tá de boa mano, porque se você prestar atenção, a
gente sabe muita palavra em português, mas no dia a dia mesmo
não usamos todas elas, usamos apenas umas 1000 a 5000 palavras
no nosso cotidiano, e como inglês é mais fácil que o português,
eles usam bem menos palavras no dia a dia.
A prática é que leva à perfeição, então pratique muito e
tente não falar português quando você for lá para fora, mesmo
que você encontre com brasileiros, fale na língua do país que você
está, porque se você for praticando, você vai aprender muito
rápido, então se force a falar a outra língua.

Eu aprendendo inglês
CONCLUSÃO
Dicas importantes para
um viajante iniciante

Não use mochila


grande demais
Sempre seja humilde

Sempre saiba a hora


de entrar e sair
[Você não é obrigado
Sempre respeite o
a ficar em nenhum lugar,
próximo
se está ruim vá embora,
se está bom fique!]

Não seja inocente! Esteja preparado Não se planeje demais


[Muito importante para mudanças [Esteja sempre aberto e
para a sua segurança] [Aceite as mudanças não crie expectativas]
da vida]
O espírito do mochileiro
Cada parada que você vive te deixa melhor, se você sai de
um lugar e não está melhor é porque você não progrediu, aprovei-
te o máximo da vida.
COMO
FAZER
DINHEIRO
NA VIAGEM
INTRODUÇÃO
Como eu fiz dinheiro?
Como todo mundo já sabe, eu comecei a fazer dinheiro
vendendo brigadeiro, sem experiência nenhuma.

Eu sempre comecei a fazer meus trabalhos assim, sem experiência


nenhuma, sem saber de nada, sem ter feito algo parecido antes,
e com o brigadeiro foi  a mesma coisa.

Quando eu comecei eu era um cara muito tímido, sem experiência,


não fazia brigadeiro muito bem, só que é muito importante você
fazer o seu produto muito bem, e eu fazia isso na minha cidade.

Eu morava em uma cidade chamada: Riacho Fundo 1, em Brasília,


que é um bairro mais afastado do centro de Brasília, que é a parte
com o formato de avião, é uma cidade bem pequenininha.
Eu andava a cidade inteira, saía com uma bandeja com uns
80 a 100 brigadeiros, e quando acabava os brigadeiros eu voltava
para casa eu pegava mais brigadeiro e saía pra vender de novo.
Saía mais ou menos umas 19h30 e voltava umas 00h00, mas volta-
va cheio de grana mano, na época eu vendia o brigadeiro a 1 real,
e depois passei a vender por 2 reais, e meus brigadeiros ficaram
muito bons com o tempo.

Posso falar que minha primeira viagem, que foi muito roots e
cheguei em Ushuaia, foi só com o dinheiro dos brigadeiros. A
viagem que eu passei só uma semana na Europa, quando eu não
tinha uma mente muito boa pra viajar, foi com o dinheiro dos
brigadeiros também. A viagem que eu fiz trabalhos voluntários no
Peru, Chile e Bolívia, também foi com o dinheiro dos brigadeiros. E
a viagem da Europa, que eu fiquei dois anos e fui com 350 euros, eu
juntei esses 350 euros, comprei minha passagem tudo com o
dinheiros dos brigadeiros.

Então a maioria das minhas viagens eu financiei com o dinheiro


dos brigadeiros. Depois da viagem da Europa que eu comecei a
trabalhar ganhando muito dinheiro lá na Europa mesmo, porque lá
você ganha muito dinheiro, aí já não precisava mais fazer dinheiro
com os brigadeiros, porque o tempo que eu trabalhava lá em
Londres era muito menor que o tempo que eu trabalhava ven-
dendo brigadeiro e ganhava muito mais.
Todos meus trabalhos

Brigadeiros R$150/Dia
Tour no Atacama R$250/Semana
Restaurante na Bolívia - Comissão chamando gente
Restaurante Cusco - Comissão chamando gente
Ukulele em Paris ~ 30 Euros/Dia (3h) Eu era muito ruim
Pizza em Londres 2.000 Libras/Mês 10-12h/Dia
Limpar prato em Londres 5 Libras/30min
Restaurante Portugal 50 Euros/3 dias
Lava Jato Portugal 300 Euros/Part time + Gorjeta
Hambúrguer Londres 8 Libras/h + Gorjeta
Cleaner Londres 25 Libras/2h

Estão aí todas as formas que eu já ganhei dinheiro na vida,


olha o tanto de formas variadas de como eu ganhei dinheiro,
são formas muito diversificadas, e tudo isso eu fui aprendendo na
hora!

Então é muito importante essa dica que eu vou dar pra você,
quando você for trabalhar em algum lugar, o mais importante é a
vontade de trabalhar e saber aprender na hora, ser rápido na
hora de trabalhar e ter energia, assim você vai se dar bem.

A vontade de trabalhar sempre vai te dar trabalho e vai te


trazer dinheiro, eu sempre começava fazendo alguma coisa sim-
ples, e o pessoal via que eu fazia as coisas rápido e tinha vontade
de trabalhar, e aí eu começava a ficar mais tempo no trabalho e a
ganhar mais dinheiro.
OS SEUS PRIMEIROS
R$1.000,00
Como fazer os seus
primeiros 100 reais?
Essa foto é no Chile, sou eu, meu irmão e um amigo nosso do
Hostel, a gente estava sem fazer nada, então decidimos tocar na
rua em troca de hambúrguer e fazer um vídeo, a gente mal sabia
tocar as músicas, mas com um tempinho tocando, o pessoal foi
colocando dinheiro no chapéu que estava no chão e a gente con-
seguiu o dinheiro para comprar os hambúrgueres em uma
hora no máximo.

Então o que eu falo pra você é que você tem que ser muito cara
de pau, você tem que saber que pra fazer dinheiro na rua você
nem precisa saber muitas coisas, você não precisa ser um profis-
sional, a galera quer entretenimento, se tu fizer o cara que tá
andando na rua rir, você estará quebrando as barreiras das pessoas.
Tinha um cara lá em Londres que era todo roqueiro, e ficava
"tocando" uma guitarra, que na verdade era só o playback, ele
nem tocava de verdade, mas falava com as pessoas na rua, fazia
umas poses de roqueiro, ele estava todo fantasiado e as pessoas
paravam pra tirar foto com ele, e ele fazia muita grana mesmo.

Então é só fazer o entretenimento, o cara estava fazendo o entre-


tenimento de quem passava na rua e isso é o que vale muitas
vezes.

Então tem muitas formas de fazer dinheiro na rua, eu tenho


aquela série lá no canal de 10 até 1.000 reais, comecei com 10
reais emprestado e no final devolvi o dinheiro, comprei umas juju-
bas e fui vender na rua pra fazer dinheiro. Você até pode se vestir de
alguma coisa, de Batman, Homem aranha, ou até usar uma másca-
ra se tiver vergonha, mas cria uma desculpa para a pessoa com-
prar as coisas que você tá vendendo ali.
Os seus primeiros
R$1.000,00

Eu comecei com R$10,00 e consegui


R$1.000,00
Mas como?

1º Dia Jujuba > R$54,00


2º Dia Brigadeiros > R$290,00
3º e 4º Dia Brownie > R$510,00
5º e 6º Dia Brigadeiros em festa > R$830,00
7º Brigadeiro de terno e gravata > R$1.010,00
Eu comecei o dia com jujubas, fui no mercado e comprei
uma caixa de jujuba com 30 jujubas por 9 reais. Em mais ou
menos 2h eu vendi todas a jujubas, voltei no supermercado e com-
prei mais duas caixas de jujubas, vendi as duas caixas, depois com-
prei mais uma caixa e vendi também.

Fiquei o dia inteiro trabalhando, comecei bem cedo e terminei bem


tarde, mas consegui fazer 54 reais naquele dia.

Não estou falando que é fácil, se você pegar o dinheiro com


alguém, ainda vai ter que devolver os 10 reais, então tu vai ficar
com 44 reais. É um trabalho pesado cara, trabalho na rua é muito
pesado, porque você tem que falar com muitas pessoas, tem
que ter muita energia, é muito sol, mas você faz dinheiro, é um
trabalho que vai te dar o dinheiro de volta.

Esse foi o primeiro dia vendendo as jujubas, comecei a trabalhar


8h da manhã e terminei umas 11h da noite, então foi literalmen-
te o dia inteiro vendendo jujuba.

Depois eu fui vender os brigadeiros, e como já sou especialista eu


fiz mais dinheiro por já saber como é.
Com os 54 reais que eu tive de lucro eu comprei todas as
coisas pra fazer os brigadeiros, vendi cada um a 2 reais no metrô de
Brasília, nesse dia eu fiz 290 reais de lucro, devo ter feito uns 150
brigadeiros com esses 54 reais, foi uma puta de uma grana, mas
lembrando que eu já sei vender brigadeiro, você que tá começan-
do, talvez não vá conseguir fazer essa grana, eu fiz porque eu já
sei, comecei umas 2h da tarde e terminei lá pra meia noite.

Depois os Brownies, nunca tinha vendido Brownie, meu


cunhado que fez a receita pra mim, e vendia cada um a 5 reais, foi
uma parada mais difícil de vender, mas em dois dias eu consegui
vender todos os Brownies, vendi no centro de Brasília e depois na
minha cidade, e fiz 510 reais com esses brownies.

Depois, brigadeiros em festa. Nesse dia eu fui pra uma festa


lá em Goiás, e só tinha eu vendendo brigadeiro na festa inteira,
então uma parada legal é além de você vender na sua cidade, é
você aproveitar as festas que rolam nas ruas em datas come-
morativas, porque você vende muito. Nesse dia eu vendi brigadei-
ro igual água, teve uma hora lá que eu vendia só no "opa", chegava
perto da pessoa e falava "opa" e a pessoa comprava o brigadeiro.
Brigadeiro todo mundo conhece e todo mundo gosta, nesse dia
eu fiz R$830 reais vendendo os brigadeiros.
Depois eu fiz um teste vendendo brigadeiro de terno e gra-
vata, aí foi legal pra caramba também, é aquela parada de
chamar a atenção das pessoas que eu falei pra vocês, porque
normalmente a galera que usa terno é advogado, trabalha em
banco, então eu chamava a atenção das pessoas por estar venden-
do brigadeiro com terno e gravata, que na verdade nem gravata
tinha, era só um blazer por cima mesmo.

Vendi em um bairro de gente de classe alta, em Brasília, em um


sinal de trânsito, sempre com minha plaquinha e fiz R$1.010,00
reais.

Mas é o seguinte, você pode achar que é fácil, porque me viu


fazendo R$1.010,00 reais na rua, mas não é fácil, não tem nenhu-
ma forma de fazer dinheiro fácil, dinheiro fácil não existe! Você
vai acabar caindo em uma furada se tentar fazer dinheiro fácil,
nesse série aí que eu comentei, parecia ser fácil, já que os vídeos
tinham uns 9 minutos, pela edição também, mas não cara, eram
horas no sol, era muito rolê, muitos imprevistos, muita chuva,
muito sol, eu passei mal, fiquei frustrado, sem motivação,
enfim, não é fácil, mas dá pra fazer, foi mais ou menos uma semana
pra fazer essa grana.
Eu diria até que até que as vezes é melhor você trabalhar
para outra pessoa do que fazer dinheiro na rua, porque primei-
ro que você é seu próprio chefe, então não tem ninguém pra pegar
no teu pé, e às vezes é mais fácil você fazer as coisas quando tem
alguém pegando no teu pé, eu mesmo sou assim.

Tem os imprevistos também como chuvas, lá em Brasília


às vezes dá umas chuvas kabulosas que eu mesmo não consigo sair
pra vender, então tem todas essas paradas que dificultam na
hora de vender coisas na rua, sem falar que agora tem a pande-
mia que tá difícil pra todo mundo, enfim, não é fácil mas dá pra
fazer dinheiro.
VENDAS
Se destacar
Nessa foto aí a gente estava no Equador, e as meninas que-
riam fazer dinheiro. Eda sabia fazer panquecas e elas decidiram
fazer para vender por 1 Dólar.

Mas seguinte cara, o que que tá chamando a atenção nessa foto?

Primeiro: A van.

Eu usei ela a meu favor, deixei todas as portas abertas, está-


vamos em uma praia lotada de gente, deixei ela na rua parada
pra chamar atenção, mas sei que não é todo mundo que tem uma
van e você não vai comprar uma só pra vender panquecas né.

Segundo: A camisa do Brasil.

Eu falei da camisa do Brasil lá no mochilão Roots e no mochi-


lão normal também. Ela é muito importante pra tudo mano, você
falar que é brasileiro sem falar que é brasileiro, então eu estou
me destacando aí, muita gente olhava pra mim e já entendia a
figura de brasileiro viajando e vendendo panquecas para
viajar, então sentia vontade de ajudar.
A gente vendeu algumas panquecas e depois fomos expul-
sos do local porque não podia vender ali e fomos vender na praia,
mas enfim.

Terceiro: A sinalização

A sinalização ali na plaquinha, "Pancakes 1$", então eu


estou falando muita coisa sem falar, as pessoas vão bater o olho e
já saber que eu estou vendendo panquecas por 1 dólar, que eu
sou brasileiro e estou viajando de van.

Então as pessoas vão bater o olho e já reconhecer a figura, se


fosse só eu, com uma camisa normal, na praia, sem a van e sem
uma sinalização, eu teria que falar com as pessoas, então isso já é
um gasto maior de energia que eu poderia usar de outras
formas.

Enfim, você tem que se destacar na hora de vender suas coisas,


você não pode ser um vendedor normal, porque já tem muita
gente vendendo coisa na rua, muita gente vendendo coisa na
praia, então você tem que se destacar, porque as pessoas vão ter
mais olhos pra você, coloca uma fantasia ou alguma coisa que
destaque, venda o entretenimento primeiro pra depois vender, é
mais ou menos isso.
Vender seu sonho
Vender seu sonho é muito importante, e essa é a parte mais
importante na hora que você tá vendendo alguma coisa na rua.
Quando eu vendia brigadeiro eu vendia minha história, eu falava
que vendia brigadeiro pra viajar o mundo e ir lá pra Europa, eu che-
gava e falava "Tô vendendo brigadeiro pra ir pra Europa e tal", e
tinha uma galera que só comprava por causa disso, porque eu
não estou só vendendo brigadeiro, eu estou vendendo brigadeiro
porque vou pra Europa.

Muita gente tem o sonho de viajar, de fazer a mesma coisa que


você quer fazer, a galera tem muito esse sonho, só que já tem filho,
é casado, tem trabalho, e não pode sair dessa vida, então muita
gente compra sua parada só pra te ajudar, e falando isso aí era
muito mais fácil, contando a história e tal.

Eu vendia meu brigadeiro e falava que queria ir pra Europa, e isso


te destaca demais, porque você não vai ser só um vendedor,
lembre-se disso.

Quando você tá lá no restaurante ou em algum lugar e vem uma


pessoa te vender alguma coisa, você pensa que é só mais um
vendedor, já tá no teu subconsciente, já tem uma resposta auto-
mática pra essas coisas, que geralmente é um não, que não quer,
que não tem dinheiro e tal, mas quando você fala do sonho, desen-
volve um assunto é muito mais fácil mesmo.
Buscar o sim
Quando eu estava na Europa tentava fazer mágica na rua pra
fazer uma grana, mas eu era muito ruim, algumas vezes acertava,
algumas vezes eu errava, mas o importante é que eu já esperava o
"não" das pessoas, já chegava nelas esperando que elas disses-
sem "não" pra eu terminar logo a mágica e ir embora, eu tinha
medo da rejeição das pessoas, eu não estava buscando o sim,
estava buscando o não, e isso não faz sentido.

Por isso que eu fiz pouquíssima grana com mágica, por isso eu nem
coloquei na lista das coisas que eu fiz, porque eu ganhei menos de
10 euros com mágica, mas cara, buscar o sim é muito importante.

Tem muitos vendedores que tentam te vender algo, mas você fala
não e essa pessoa vai embora, mas tem muitos que tentam te
vender algo e mesmo que você fale não, ele fica ali tentando reba-
ter o seu não, e muita gente muda de ideia e compra. Então você
não tem que ficar com medo de rebater o não do cara e convencer
ele a comprar sua parada, porque ao buscar o sim você vai ter uma
grande vantagem.
Rebater o não com seu sonho é muito bom também, por
exemplo, o cara disse não, aí você vai lá e fala que tá querendo
seguir seu sonho, que quando chegar lá na Europa vai mandar
uma foto pra ele agradecendo, faz umas pegadinhas, uns negócios
assim.

Por exemplo, uma vez um cara veio me vender brigadeiro falando


que queria pagar a prestação da Ferrari dele, daí no instante você
abre um sorriso, se você tirar um sorriso da pessoa fica muito
mais fácil de vender. Fazendo essas estratégias de buscar o sim,
aumenta sua porcentagem de vendas, nos primeiros 10 segun-
dos que você falar, tente fazer ela rir, que você vai vender muito
mais.

Se você chegar só falando que o brigadeiro é 2 reais por exemplo,


de cada 100 pessoas que você parar, umas duas vão comprar, mas
se você fizer ela sorrir, falar o seu sonho, rebater o não, buscando o
sim, cara, é insano como a porcentagem das vendas aumentam.
Então você tem que usar todas essas paradas aí, se tu colocar
tudo isso, fizer uma plaquinha, se destacar, usar uma roupa dife-
rente, vender o seu sonho, ser bom de persuasão, se a pessoa tiver
sentada e você se abaixar pra falar com ela, não ter medo, rebater o
não, a forma de chegar e tal. Com essas coisas a sua porcentagem
vai melhorar muito, a cada 100 pessoas você pode acabar ven-
dendo pra umas 30 ou até 50.
O cansaço de repetir sua
história
Tudo isso que eu falei anteriormente vai te deixar cansado,
cansado de falar, cansado de conversar, cansado de repetir sua
história, tudo isso vai te dar um cansaço, e isso é muito verdade.

Isso pode ser muito ruim, porque vai te atrapalhar pra caramba,
porque veja só, falar sua história pra uma pessoa é tranquilasso,
mas imagina falar a mesma coisa, a mesma história, pra mais
de 100 pessoas.

Nas últimas pessoas você vai contar a sua história feito um robozi-
nho de tanto repetir.
Porque na primeira pessoa você vai chegar todo empolgado
falando sua história, dizer que quer viajar, que vai viajar pra
Europa, que quando chegar lá vai mandar um brigadeiro pelos
correios pra ele, começa a inventar essas paradas e tal, se a pessoa
disser "não", você vai contestar, falar que 1 real todo mundo tem e
beleza. Mas nas últimas pessoas, você vai chegar e falar só que
quer viajar pra Europa, se a pessoa disser "não", você vai
embora e pronto, vai ser uma parada mais ou menos assim,
porque você já estará cansado de tanto repetir e falar a mesma
coisa todo dia.

Então é muito importante você não virar um robô mesmo com


cansaço na hora de falar, tem que ser com vida, buscar o sim,
sempre buscar o sim, mesmo se a pessoa falar "não", conteste,
repita a história para outra pessoa e não vire um robozinho,
porque se eu não tivesse esse problema de virar um robozinho eu
ia vender muito mais.
Melhora a Timidez
Quando comecei a vender na rua eu era muito tímido,
muito tímido mesmo, eu lembro que nas primeiras semanas eu
tinha muito medo, ficava meio que nas sombras, vendia nos canti-
nhos pra uma pessoa e pra outra, chegava em um lugar e ficava
vendo as pessoas olhando pra mim, e pensava se elas queriam
que eu estivesse ali, eu tinha esses negócios. Se eu fosse num bar
com umas 200 pessoas, eu falava só com algumas e ia embora,
nisso eu perdia muito tempo andando e procurando lugares novos
enquanto eu poderia estar vendendo lá no primeiro bar para
aquelas 200 pessoas.

Chegava na lanchonete e tinham poucas pessoas, aí eu pensava


que se eu falasse todo mundo ia ficar me olhando, e isso é total-
mente o contrário do que você tem que fazer.

Mas depois com a experiência, eu fui vendo que não tem nada a
ver, porque você é mais um vendedor na rua que as pessoas vão
esquecer, e outra, você é um vendedor cara, você não tem que
ficar com timidez de tá ganhando dinheiro, porque se você tá
ganhando seu dinheiro honestamente, faça com todo o prazer, vai
sem timidez mesmo. Com o tempo eu fui perdendo a timidez,
deixei de falar baixo, comecei a falar alto, olhava pra todo mundo,
conversava mais e tal, mas vender na rua é muito bom por causa
disso, por exemplo, você melhora sua vida de vendedor, porque
com o tempo você vai melhorando.
Benefícios?
Você quando tá vendendo, você é um local, e eu tinha
vários benefícios quando eu vendia lá em Brasília, por exemplo,
eu as vezes trocava uns 5 brigadeiros por um cachorro-quente,
porque saia mais em conta pra mim.

Como eu vendia os brigadeiros por 1 ou 2 reais, eu era cheio dos


trocos, cheio de moeda, ai eu ia nos lugares que precisava de
troco e trocava com os caras e ganhava as vezes um hambúr-
guer, um cachorro-quente, por eu ter escolhido ele pra trocar o
troco, tipo uma fidelização por  trocar o troco.

Conheço muita gente também que tem vários benefícios, por


exemplo a Stefany, que viajou comigo na van, ela trabalha tirando
foto Polaroid na praia, e por ela trabalhar na praia ela acaba
pagando almoço mais barato, sentando nas cadeiras da praia
de graça por já conhecer o pessoal, são benefícios que você tem
por você trabalhar na rua, no local e tal, e isso é muito legal.

Você conhece muitas pessoas, porque você tem uma desculpa


pra chegar nas pessoas, se você achou alguém legal e quer con-
versar mais com essa pessoa, você já tem a desculpa de chegar lá
pra vender, falar que a pessoa é legal, dá um brigadeiro pra ela,
ficar lá conversando, isso acontece muito mesmo.
Você será esquecido em 30
segundos
Essa era uma técnica que eu usava, que é muito bom pra
você que é tímido e quer começar a vender coisa na rua, foi uma
coisa que me ajudou pra caramba na hora de perder a timidez.

Normalmente quando você tá na rua e alguém vem te vender


alguma coisa e você fala "não", quando essa pessoa vai embora e
passa 30 segundos, você nem lembra mais da cara da pessoa,
você estava fazendo suas paradas ali e as vezes você nem olha pra
cara da pessoa, a gente é assim cara, a gente já tá programado pra
falar "não".

Então em pensava muito nisso, que as pessoas iriam me esquecer


depois de 30 segundos, então não tem porque ter vergonha de
falar com a pessoa, então é mais ou menos isso, dependendo da
ocasião a pessoa nem vai olhar na tua cara, então é uma técnica
que me ajudou muito mesmo pra sair da timidez.
Dinheiro antes ou durante a
viagem
Você pode fazer dinheiro antes ou durante a viagem, mas eu
te aconselho a se for uma viagem curta, fazer dinheiro antes da
viagem, tipo uma viagem de 1 ou 2 meses, é melhor fazer dinheiro
antes porque você não vai precisar ficar parando pra fazer dinheiro,
porque quando você para pra fazer dinheiro, você tem que ficar
uns dois ou três meses ali parado pra valer a pena o trabalho
que você conseguiu.

Mas se sua viagem for longa, já aconselho, sair com dinheiro e


ir fazendo dinheiro na viagem, se você for ficar um ano viajando,
sai com o dinheiro de 3 meses, já tá bom, porque em um mês ou
dois você já consegue um lugar pra trabalhar, principalmente em
praia ou lugar turístico, então não precisa juntar o dinheiro da
viagem toda, sai com o dinheiro de uns meses, ou até mesmo só
do primeiro mês e sai já procurando um lugar pra trabalhar.

Então viagem curta eu não aconselho, mas viagem longa sim,


porque na viagem curta ia ser muita correria, você fazer dinhei-
ro na viagem e voltar, mas na viagem longa você ver o resultado
do seu trabalho, você trabalha ali uns 3 meses e passa mais uns 6
meses viajando, é tipo isso cara, é legal, ai depois dois 6 meses
você vai lá e arruma outro trabalho pra continuar fazendo
dinheiro, por isso que se for viagem longa aí sim vale a pena, deixa
pra fazer o dinheiro durante a viagem.
Como eu vendi brigadeiro
por 2 dias e viajei por
2 semanas?
Eu e meu primo Kevin estavamos querendo viajar pelo Brasil
por umas duas semanas maios ou menos, e fomos fazer uma
grana para viajar, e lá em Brasília estava tendo um festival chama-
do Piquenique, é um festival que tem pelo menos uma vez por mês
lá no parque da cidade, onde o pessoal vai lá pra fazer um piqueni-
que.

Lá as pessoas vendem os brigadeiros a 10 reais, e nós fomos vender


o nosso a 2 reais, fizemos uns 300 brigadeiros pra vender em
dois dias com o objetivo de fazer uns 700 reais.

Fizemos vários estilos de brigadeiros, com coco, com confetti, uns


bem bonitinhos e tinha até Brownies, mas quebramos a cara
porque não podia entrar com os brigadeiros para vender
dentro do evento, então ficamos bem tristes e tal, mas depois de
passar um tempo pensando decidimos montar a mesa na entrada
pra tentar pelo menos vender alguma coisa.
Mas estavamos como todo mundo, atrás da mesa, senta-
do, sem fazer nada e as pessoas nem olhava pra nossa cara, e
depois de meia hora sem vender absolutamente nada, começamos
a gritar que estávamos vendendo brigadeiro para viajar o mundo,
mas também não deu muito certo, e depois de umas meia hora
fomos para o ultimato e tentamos abordar as pessoas que
entravam no evento.

Então cara, saímos da mesa e começamos a abordar as pessoas,


íamos seguindo elas mesmo, a pessoa estava andando e andá-
vamos juntos dela e ia conversando desenrolando o assunto e
mostrando a mesa com os brigadeiros, e cara, essa foi a melhor
técnica que tivemos, e vendemos muitos brigadeiros assim, e
no final fizemos de 450 a 500 reais com esses brigadeiros e viaja-
mos por duas semanas, passamos pela chapada dos veadeiros,
pela chapada diamantina, fomos até salvador, de salvador desce-
mos até búzios e depois de búzios voltamos por minas gerais e foi
uma viagem bem roots.

Ou seja, trabalhamos dois dias e viajamos duas semanas, gas-


tando mais ou menos uns 18 reais por dia por pessoa, nem
pagávamos acomodação, foi bem rootzeira mesmo, mas olha a
estratégia que a gente usou, primeiros tínhamos a sinalização,
depois vendíamos o nosso sonho, estavamos no local mais ou
menos certo e abordamos as pessoas buscando o sim cara,
saindo com uns 500 reais.
Onde vender?

Esses lugares tem uma coisa em comum, todos eles as pes-


soas estão sentadas ou consumindo, então é muito mais fácil da
pessoa comprar alguma coisa sua, então esses lugares são os mais
fáceis de vender, mas sem exceções cara, vai ter que vender na
rua também! se você tá em uma cidade que tem um restaurante e
a 200 metros dele tem outro restaurante, você no caminho de um
para o outro vai vender também.
Rotatividade da cidade
Você não precisa de uma cidade grande como São Paulo
para vender suas coisas, a minha cidade era pequena, e só tinha
duas ruas principais, mas como eu fazia?

Existe uma parada chamada rotatividade, que nada mais é do que


o tempo que a pessoa leva para chegar em um lugar, consumir
e ir embora, vamos dizer que ela demore cerca de 2 horas em um
bar. Se eu for no bar e vender minhas coisas, eu tenho 2 horas para
ir em outros lugares da cidade até voltar naquele mesmo bar para
vender de novo, e isso se chama rotatividade, porque você vende
no bar, depois vai no restaurante, depois vai no comercio e volta
naquele mesmo bar, depois naqueles mesmo restaurante e naque-
le mesmo comercio, porque vai ter dado tempo da pessoa que
estava lá ter comido/bebido/etc, e ter ido embora. Assim você
consegue vender para várias pessoas no mesmo local, porque um
comércio troca de pessoas a cada duas horas.

E até mesmo você pode voltar para esses lugares e vender para a
mesma pessoa, porque as vezes ela pode até mudar de opi-
nião, se ela não comprou com você da primeira vez, ela pode ter
pensado e querer comprar da próxima, ou até mesmo na primeira
vez ela nem ter olhado na sua cara e na segunda olhar e comprar,
mas a rotatividade é isso cara, é o tempo que a pessoa passa para
consumir, ir embora, e chegar outras pessoas. E você tem que
fazer isso caso sua cidade seja pequena como a minha, e isso vai te
ajudar muito a se planejar na hora de vender suas paradas.
VENDER
BRIGADEIROS
Por que é tão popular?
Cultura brasileira
Fácil
Todos querem
Barato

Eu falo muito de brigadeiro aqui porque é uma parada que


eu sou especialista, mas tudo isso que eu falei anteriormente se
aplica para qualquer coisa que você queira vender, seja hambúr-
guer, sorvete, picolé e etc.

Tudo isso que eu pontuei ali em cima é verdade cara, todo mundo
quer brigadeiro, todo mundo gosta de brigadeiro, tá na nossa
cultura, é fácil de fazer, e é barato, mas já vi gente vender briga-
deiro a 5 reais, tipo naquele evento que eu falei lá em cima, eu
ficava de cara, porque as pessoas compravam por 5 reais, mas é
aquele negócio, se ele for mais caro as pessoas acham que tem
alguma coisa a mais.
A Receita poderosa

1 lata de Leite 4 colheres de 1 colher de Granulado e


condensado Chocolate meio Manteiga coco ralado
piracanjuba 295g amargo Nestlé
Faça dinheiro com o seu
talento

Música

Malabares
Faça dinheiro com a sua
criatividade

Fotos Polaroid

Vender Arte
TRABALHAR PARA
TERCEIROS
Chegar na cara de pau.
O que eu sempre falo para as pessoas é sempre chegar na
cara de pau.

Toda vez que eu procuro um trabalho fora do país eu busco


sempre os lugares informais, nunca vou procurar um restaurante,
tipo McDonalds, um shopping, qualquer lugar formal, porque eu já
sei que vou levar um "não". Nesses lugares você precisa de docu-
mentos que você não vai ter porque você não é local, em Lon-
dres mesmo eu sempre trabalhei sem nenhum papel, contrato e
etc, eu recebia o dinheiro em mãos, sem conta no banco, seguro
desemprego ou essas paradas.

Ai você pode achar que eu estou falando pra você trabalhar sem
documento e ilegal nos outros países, mas cara, todo mundo faz a
mesma coisa, até os próprios europeus fazem isso, os caras que
contratam preferem assim para não pagar os impostos, são vários
benefícios para quem tá contratando.
Então tem altas pessoas trabalhando sem documento no
mundo. Eu não me sentia mal em trabalhar sem documento, então
vai de você querer ou não trabalhar dessa forma.

Você vai ter que chegar na cara de pau, porque pra trabalhar
você tem que fazer contatos, vai ter que chegar e perguntar para as
pessoas, ir em vários lugares, ser cara de pau e perguntar mesmo,
então você vai ter que perder a timidez na hora de procurar tra-
balho.

Porque como eu falei, você vai tá trabalhando, então não tenha


vergonha de trabalhar, porque você vai tá procurando traba-
lho e é muito bom trabalhar. Eu lá em Londres chegava em todos
os lugares, restaurantes, cafeterias, bares, e eu nem tinha experiên-
cia para trabalhar em nenhum deles, mas eu chegava porque eu
estava procurando um trabalho, e o que os caras reparava em mim
era porque eu deixava claro que ia trabalhar com a maior felici-
dade e empenho, que eu queria um trabalho, sempre deixava isso
na cabeça das pessoas.

Agora se você for médico, advogado e etc, você não vai conseguir
trabalho na sua área sem documentos, isso é quase impossível.
Não precisa de CV
Eu cheguei a imprimir alguns currículos, mas para mim não
adiantou tanto lá em Londres, o que adiantou mesmo foi eu falar
que podia começar agora, agora, agora mesmo, tipo, me dá um
uniforme aí que eu já vou lavar a tua louça agora. E isso pra mim foi
o que adiantou pra caramba na verdade, e foi assim que eu conse-
gui.

Antes de trabalhar na Pizzaria eu tinha conseguido várias entrevis-


tas de trabalho, mas eu não fui muito bem, daí saia de uma entre-
vista já correndo para a outra. Ou seja, em 3-4 dias que eu estava
lá em Londres eu já estava cheio de entrevistas de trabalho, teve
alguns que eu nem fui porque estava em outra.

Então é isso cara, tem que falar com todo mundo, eu falava até com
os mendigos, bêbados e etc, deixava o mundo saber que eu
queria um trabalho, é a lei da atração que eu falei lá no início
do ebook, assim o trabalho vem bem mais fácil, só faltava uma pla-
quinha na minha festa dizendo que eu queria um trabalho.

Só não adianta chegar nesses lugares mais formais, que precisando


de documentos e currículos, tem que ser nas comidas de ruas,
nas barracas de ruas, restaurante mais de boa, construção, esses
lugares que precisam de mão de obra, até mesmo um trabalho de
um dia só.
Quando?

Na alta temporada.
Cara no Inverno eles te demitem e no verão eles te contra-
tam, é sempre assim, porque no inverno como tem menos pessoas
eles não querem ficar gastando, então eles já ficam dando uns
avisos dizendo que em dois meses você precisa ir embora e tal,
mandando você procurar outro trabalho até.

Sempre na alta temporada você vai se dar bem, com tudo isso que
eu falei, energia, disposição, querendo trabalhar, sendo cara de
pau, criativo e ainda mais na alta temporada, você vai conseguir
trabalho em qualquer lugar, não tem jeito, é muito difícil você
não conseguir, teve um bocado de trabalho que eu consegui até
sem querer, só por tentar mesmo, chegava no lugar e falava que ia
tentar e acabava conseguindo os trabalhos.
Então sempre uso a mesma técnica, ando pelo centro e vou
em todos os lugares perguntando e consegui vários trabalhos
assim, teve trabalho que eu não demorei nem um dia pra conse-
guir, porque Europa é o lugar das oportunidades cara, não tem
jeito de não conseguir, a não ser que você não fale inglês.

Sempre faça os contatos mano, trabalhe bem, trabalhe pra


caramba, que você vai conseguir vários trabalhos, e sempre vai
ter um trabalho melhor do que o que você está, então nunca se
acomode em um trabalho só e vá sempre fazendo vários conta-
tos ao redor do lugar onde você trabalha, porque você pode
acabar voltando para aquele lugar para fazer mais dinheiro, foi o
que aconteceu comigo em Londres.
Rotas que eu fiz até agora

América do Sul
América do Sul
Rotas que eu fiz até agora

Europa
Europa
CONCLUSÃO
Bom, no mundo essas foram as rotas que eu passei em minhas
viagens até agora, seja viagem de mochilão normal, de mochilão
roots ou viagem de van.

E eu estou só no início, porque o mundo é extremamente grande e


tem muitas coisas para explorar, e também tenho muitas coisas
para viver, muitos lugares para ir, muitas experiências e quem sabe
até um segundo Guia do Viajante Ultra Galáctico.

Eu espero ter te ajudado com todas essas dicas, isso é tudo o que
eu sei até agora com essas viagens de como viajar barato, e agora
só depende de você pegar sua mochila e sair pelo mundo.

E pela última vez: O que importa é o amor, a ciência e a aventura.


Muito obrigado por ter adquirido esse livro e até mais.

Te vejo nas estradas.


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