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No texto “A dominação masculina” de Pierre Bourdieu, ele analisa como ocorre a

construção social dos corpos, objetificação diferente tratamento entre sexos para
compreender e analisar a sociedade e suas estruturas. O autor indica que a maioria
dos sistemas são diferentes entre si, tendo divisões pré-existentes, em que a sociedade
precisa legitimar as ações sendo incorporado através dos corpos e do habitus, tendo
efeitos simbólicos de legitimação.
Explica então que a ordem social é uma espécie de máquina simbólica, e esse
simbolismo acaba sendo atribuído aos corpos tendo uma visão social diferente e
atribuindo aspectos do gênero as palavras e dividindo-os em uma conotação simbólica.
Esse simbolismo, pode ser visto por exemplo em palavras femininas e masculinas, a
mulher seria sensível e o homem seria forte, pois a visão social masculina é de que o
homem tem posse, dominação e a mulher seria apenas dominada. Ainda vale ressaltar
que uma relação de homossexualidade seria a perda de dominação de um dos sujeitos,
representando um pensamento retrógado, assim como na dominação que os homens
tem sob as mulheres.
Essa hierarquia sexual que existe na ordem social acontece desde os primórdios, como
mostra o autor em um exemplo sobre a sociedade cabília. A diferenciação dos corpos
leva a divisão social, assim a natureza biológica se faz por uma transformação social. A
sociedade então dita como cada um deve mostrar seus corpos e os rituais que deve
prosseguir, como o homem com sua virilidade. Consegue ainda, distinguir o
comportamento através da linguagem corporal, o homem deve se fazer grande e forte
e a mulher pequena e fraca, mostrando novamente a hierarquia retrograda que
infelizmente ainda tem espaço na sociedade.
O autor impõe que essa percepção estaria incorporada nos indivíduos por fazer parte
do habitus, o que molda o indivíduo, sendo as matrizes de concepção que se deve ter
no mundo social, para ser integrado nesta ordem simbólica. Dentro desse assunto, a
violência simbólica pode se desdobrar, não sendo menos que a violência física, ela
afeta os indivíduos de forma árdua e de submissão, o que acontece com as mulheres,
dando uma falsa sensação de dominação.
Na violência simbólica, mostra como a dominação da mulher é compactuada, o autor
explica que ao se fazer submissa e dominada ela teria uma melhor posição social, isso
indica o quão forte é a violência simbólica e a ordem social, como realmente incorpora
os indivíduos para terem comportamentos extremamente machistas e opressores.
Essa violência só pode ser quebrada através da consciência da dominação e
consciência da ordem social, de como e porque ela acontece. Mesmo nesse sentido, a
tomada de consciência ainda é muito difícil por estar enraizada na sociedade, isso faz
com que se tenha uma percepção mais nebulosa do que realmente acontece.
A violência simbólica pode comunicar com diversas esferas dentro das estruturas
sociais, uma delas é a economia. Em sociedades como na índia, as mulheres são
tratadas apenas como mercadorias, tendo somente valor de troca, o que a transforma
em uma economia de troca simbólica. A mulher assim, é apenas mais uma
propriedade, mas a diferença é que ela não necessitaria de cuidados, organizando o
espaço social através dessa divisão, excluídas de qualquer chance de igualdade.
o conveniente a sociedade seria então a mulher perder sua identidade e se tornar
apenas uma mercadoria? Por que esse simbolismo é tão destruidor a ponto de
desumanizar uma mulher? Estaria assim tão inserido na sociedade a ponto de não ter
sentimentos empáticos, em que apenas a hierarquia entre gêneros se aplicaria para
um bom funcionamento da sociedade, apenas por fazer parte dela.

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