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RESUMO
Com os avanços tecnológicos nas unidades de terapia intensiva neonatal, têm-se aumentado o
índice de sobrevida principalmente nos recém nascidos prematuros. O aumento da sobrevida
resulta, em um maior tempo da internação hospitalar e maior permanência sob uso de
assistência ventilatória, predispondo maiores riscos e complicações para os recém nascidos
(RN’s). Com isso, vem crescendo a atuação da fisioterapia nessas unidades, visando promover
melhora no desenvolvimento neuropsicomotor e melhora da performance respiratória. Este
trabalho enfoca técnicas respiratórias atuais, que atuam de forma não invasiva, podendo ser
utilizadas em RN’s inclusive em prematuros. Estudos recentes demonstram que as técnicas
respiratórias atuais (aumento do fluxo expiratório, drenagem autógena assistida, desobstrução
rinofaríngea retrógrada e glossopulsão retrógrada), sejam capaz de proporcionar uma
estabilidade da freqüência cardíaca, da pressão arterial, freqüência respiratória e saturação de
oxigênio, bem como preservar a temperatura corporal, promovendo a manutenção funcional
da circulação cerebral do recém-nascido, além de reduzir a necessidade de aspiração
endotraqueal e promover maior eficiência em menor tempo de terapia. No entanto os
resultados são divergentes quando comparados a estudos mais antigos, sendo necessários
novos estudos com maior amostra populacional e melhor delineamento, para assim entrarmos
em consenso sobre a conduta ideal.
1 INTRODUÇÃO
Com os avanços tecnológicos nas unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN), houve
uma diminuição da mortalidade, principalmente nos recém nascidos (RN’s) prematuros. No
entanto, o aumento da sobrevida resulta em um elevado tempo da internação hospitalar e
maior permanência sob uso de assistência ventilatória, estando mais susceptíveis a
complicações, necessitando assim de maiores cuidados da equipe multidisciplinar (NICOLAU
ab, 2008; RIOS, 2008).
O enfoque deste trabalho foi dado as técnicas atuais de fisioterapia respiratória cujo um
dos principais objetivos a serem alcançados é a remoção de secreções pulmonares; sua
eliminação otimiza as trocas gasosas e reduz o trabalho respiratório, prevenindo e
minimizando as complicações respiratórias e melhorando a função pulmonar desta população
cuja mecânica ventilatória é pouco eficiente (HADDAD, 2006; NICOLAU, 2008;
OLIVEIRA, 2005).
Com isso, tem-se o objetivo de conhecer os reais benefícios das técnicas atuais de
fisioterapia respiratória em RN’s, para que o fisioterapeuta possa atuar de forma segura e
criteriosa ao cuidado com o recém nascido, evitando o uso de técnicas invasivas e/ou que
provoquem dor aos RN’s, além de prevenir complicações pulmonares, reduzir o tempo de
internação e os custos hospitalares, favorecer o prognóstico e melhorar a qualidade de vida
dessas crianças (NICOLAU cae, 2007, 2008, 2010; SANTOS, 2009).
Foi realizada uma revisão de literatura, de caráter descritivo, através da leitura de artigos
científicos publicados no período de 2000-2010, tendo como base de dados: Bireme
(Biblioteca Virtual em Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e PubMED, os
artigos extraídos foram na língua pátria, americana ou espanhola. Foram excluídos os artigos
publicados antes de 2000 e aqueles que não sejam da língua supra citada.
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1 DENSENVOLVIMENTO
Essas características dos RN’s predispõem a uma respiração paradoxal e ainda podem
comprometer a depuração das vias aéreas, esgotando a capacidade dos mecanismos de mantê-
las limpas, causando a retenção de secreções, piora nas trocas gasosas, que quando associada
a outras patologias, torna a fisioterapia respiratória um valioso recurso para auxiliar na
resolução do quadro (CALIXTO, 2005; SELESTRIN, 2007).
Alguns autores citaram como contra indicação para a fisioterapia respiratória, possuir peso
menor que 500g, instabilidade hemodinâmica, discrasias sanguíneas, malformações
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Essa técnica pode ser subdividida em um aumento lento do fluxo expiratório (AFEL) ou
aumento rápido do fluxo expiratório (AFER); a primeira permite a mobilização de secreções
de pequenos brônquios até vias aéreas proximais, através de uma expiração lenta e
prolongada, já na segunda ocorre eliminação de secreções de traquéia e dos brônquios
proximais. Essa técnica pode ser utilizada com segurança em RNPT de muito baixo peso,
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estáveis e no período de pós extubação, sendo considerada pouco estressante ao RN. Após sua
aplicação pode ser observado otimização das trocas gasosas, aumento da saturação de
oxigênio e do volume corrente. (COPPO, 2007; DEMONT, 2006; HADDAD, 2006)
Haddad (2006) comparou em seu estudo dois recém nascidos com síndrome da aspiração
de mecônio, sendo um tratado com FRC e outro com as técnicas atuais, sendo demonstrado
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que as técnicas atuais são capazes de remover secreções brônquicas sem que haja a
necessidade de aspiração; ambos os casos tiveram evolução favorável.
Já é sabido que a aspiração, além de provocar dor, tem como efeitos adversos: bradicardia,
hipoxemia, trauma de via aéreas, atelectasias, arritmias cardíaca, tosse, broncoespasmo,
oscilações da pressão arterial, aumento da pressão intracraniana, bacteremia e infecções
respiratórias (ANTUNES, HADDAD, NICOLAU bc; 2006, 2006, 2008, 2007). Estudos
demonstram que a aspiração, diferente da fisioterapia respiratória, além de provocar dor
influencia de forma deletéria na função cardiopulmonar do RN, devendo ser empregada
quando estritamente necessário (COMARU, 2007; NICOLAU ab, 2008).
A aspiração das vias aéreas tornou-se de tal maneira rotineira em UTI, que existe uma
tendência a esquecer suas complicações e riscos. Mesmo quando realizada apropriadamente, a
aspiração é um procedimento que envolve cuidados e obediências e certos rigores técnicos.
Sua indicação baseia-se na evidência de sinais diretos ou indiretos de acúmulo de secreção
nas vias aéreas ou tubo endotraqueal e não deve fazer parte da rotina do atendimento
fisioterapêutico, por ser uma conduta invasiva e que gera uma situação de stress para os RN’s
(OLIVEIRA, 2004).
Um artigo comparou a FRC e a AFE, em RNPT nas primeiras 48 horas pós extubação,
onde se pode observar um aumento significativo da freqüência cardíaca após a FRC,
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sugerindo que a AFE é menos estressante para o RN e parece ser seguro e benéfico a curto
prazo. Este mesmo estudo demonstrou que a fisioterapia pode ser um procedimento
terapêutico adequado aos RN’s com doença pulmonar da membrana hialina pós-reposição de
surfactante exógeno, pois promoveu o declínio da frequência cardíaca e maior tempo de fase
diastólica do ciclo cardíaco (ABREU, 2006; ANTUNES, 2006).
Nicolau (2010), em seu mais novo estudo constatou que o procedimento de fisioterapia
respiratória seguido da aspiração endotraqueal não influencia de forma significativa a função
cardiopulmonar, sugerindo que, quando bem indicados e realizados, não prejudicam a
estabilidade clinica dos RNPT. Em uma revisão baseada em evidências, Nicolau concluiu que
a fisioterapia respiratória tem indicação e eficácia comprovadas em pacientes com quadro de
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Em contra partida, alguns autores contra indicam a fisioterapia nas primeiras 72 horas de
vida, já que os RNPT apresentam falhas na auto regulação, exibem alterações na freqüência
cardíaca e na pressão sanguínea, que quando manipulados em excesso, podem gerar
hipoxemia, e como resposta uma vasoconstricção pulmonar, alterando a distribuição de
sangue por todo o corpo, predispondo também ao desenvolvimento da hemorragia
intracraniana (HIC). O posicionamento da cabeça na linha média, é um fator importante para
a prevenção da HIC, já que auxilia no retorno venoso e evita a compressão dos vasos do
pescoço (NICOLAU be, 2007; 2008; 2010; MARTINS, 2010).
Um estudo analisou 42 RNPT com peso inferior a 1500 gramas e concluiu que os
procedimentos fisioterapêuticos (posicionamento, vibração manual e exercícios de mecânica
respiratória de apoio diafragmático) e de aspiração, mantém os níveis de pressão arterial
dentre os limites fisiológicos, sem acarretar oscilações do fluxo sanguíneo cerebral. No
mesmo estudo relatou que um programa de fisioterapia bem elaborado, pode prevenir alguns
fatores que contribuem para a HIC, uma vez que reduz os episódios de hipoxemia causadas
pelo acúmulo de secreção e suas complicações, além de reduzir o tempo de VM (NICOLAU
be, 2008; 2010).
Para tanto, é indispensável que o fisioterapeuta tenha embasamento teórico e prático para
avaliar e traçar de maneira correta as condutas terapêuticas (NICOLAU, 2007). A escolha das
técnicas utilizadas irá variar de acordo com a doença de base de cada RN e suas
complicações, as condutas devem ser traçadas de forma criteriosa e individualizada, sempre
baseada no exame físico e na análise de exames complementares (NICOLAU, 2010).
2 CONCLUSÃO
No presente trabalho, foi possível verificar a importância das técnicas atuais de fisioterapia
respiratória para contribuição na melhora do quadro clínico dos RN’s, através da aplicação de
manobras manuais que de maneira não invasiva, favorecem a mecânica respiratória sem
ocasionar repercussões deletérias em relação às variáveis fisio-metabólicas, sugerindo que
quando bem indicadas e realizadas, não comprometem a estabilidade clínica dos RN’s.
(NICOLAU, 2010; SELESTRIM, 2007).
Sendo assim, faz-se necessário novos estudos prospectivos e randomizados, com amostras
representativas e baseados em evidências, para que seja comprovada e reconhecida os
verdadeiros benefícios da fisioterapia respiratória em RN’s internado em uma UTI Neonatal,
de modo que o fisioterapeuta possa atuar com embasamento científico, sem colocar em risco a
vida do RN (COMARU, 2007; MARTINS, 2010).
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ABSTRACT
With technological advances in intensive care units neonatal intensive care, have increased
the rate of survival especially in preterm infants. The increased survival results in a longer
time hospital stay and greater use of under ventilatory support, greater risks and
predisposing complications for the newborn (NB's). With this comes
increasing the role of physiotherapy in these units, to promote improvement in the
development delay and improved respiratory performance. This current work focuses on
breathing techniques that act in a non-invasive, and can be used in infants including
prematures. Recent studies show that the current breathing techniques (increased flow
expiratory assisted autogenic drainage, retrograde rhinopharyngeal disobstruction and
retrograde glossopulsion), be capable of providing a frequency stability heart rate, blood
pressure, respiratory rate and oxygen saturation, as well as maintain the temperature
body, promoting the maintenance of functional movement brain of the newborn, and reduce
the need endotracheal suction and promote greater efficiency in shorter duration of
therapy. However the results are divergent when compared to older studies, which warrants
further studies with larger sample population and better design, so as to enter
to consensus on the ideal behavior.
REFERÊNCIAS
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ventilated newborns: a pilot study. Physiotherapy. v. 93, issue. 1, march, p. 12-16, 2007.
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