Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BRASILEIRA 14064
Terceira edição
15.04.2021
Número de referência
ABNT NBR 14064:2021
141 páginas
© ABNT 2021
ABNT NBR 14064:2021
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
© ABNT 2021
Todos os direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicação pode ser
reproduzida ou utilizada por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e microfilme, sem permissão por
escrito da ABNT.
ABNT
Av.Treze de Maio, 13 - 28º andar
20031-901 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: + 55 21 3974-2300
Fax: + 55 21 3974-2346
abnt@abnt.org.br
www.abnt.org.br
Sumário Página
Prefácio................................................................................................................................................ix
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................2
4 Requisitos............................................................................................................................2
5 Atribuições e procedimentos.............................................................................................2
6 Padrão de resposta emergencial.......................................................................................2
7 Fase 1 – Primeiro no local..................................................................................................3
7.1 Procedimentos gerais.........................................................................................................3
7.2 Aproximação segura...........................................................................................................4
8 Fase 2 – Primeiro no local – Identificação do(s) produto(s)...........................................6
9 Fase 3 – Primeiro no local – Sinalização e isolamento...................................................8
9.1 Sinalização...........................................................................................................................8
9.2 Isolamento...........................................................................................................................9
10 Fase 4 – Primeiro no local – Avaliação preliminar e acionamento.................................9
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.8 Descontaminação..............................................................................................................50
12.9 Objetivos do processo de descontaminação.................................................................51
12.10 Formas de contaminação.................................................................................................51
12.11 Definição do responsável pelo processo de descontaminação...................................51
12.12 Instalação do corredor de redução de contaminação (CRC)........................................52
12.13 Planejamento da descontaminação................................................................................53
12.14 Prevenção no planejamento da descontaminação........................................................53
12.15 Proteção para as equipes de descontaminação............................................................53
12.16 Procedimentos para descontaminação..........................................................................54
12.17 Recursos empregados no CRC.......................................................................................55
12.18 Estabelecimento de uma sequência lógica de descontaminação................................56
12.19 Definindo os objetivos da resposta emergencial...........................................................61
12.19.1 Primeira entrada – Ação de reconhecimento.................................................................61
12.20 Autorização de entrada na zona quente.........................................................................63
12.21 Avaliação médica antes da primeira entrada.................................................................65
12.22 Planejamento estratégico e das ações táticas...............................................................65
13 Fase 7 – Implementação das ações de resposta...........................................................66
13.1 Métodos de mitigação.......................................................................................................66
13.1.1 Métodos físicos.................................................................................................................66
13.1.2 Métodos químicos.............................................................................................................67
13.1.3 Métodos físicos e químicos.............................................................................................67
13.2 Medidas de contenção e controle....................................................................................68
13.3 Técnicas de contenção e controle...................................................................................68
13.3.1 Absorção............................................................................................................................68
13.3.2 Técnica de dissolução......................................................................................................70
13.3.3 Técnica de dispersão........................................................................................................71
A.18 Procedimentos dos órgãos de defesa civil (federal, estadual, distrital ou municipal)..... 117
A.19 Procedimentos das reguladoras de sinistros.............................................................. 118
Anexo B (normativo) Seleção e uso de equipamentos de proteção individual (EPI)................120
B.1 Proteção cutânea – Roupas de proteção química – Características.........................120
B.1.1 Nível A de proteção.........................................................................................................120
B.1.1.1 Descrição.........................................................................................................................120
B.1.1.2 Quando usar....................................................................................................................120
B.1.1.3 Limitações........................................................................................................................120
B.1.1.4 Manutenção, armazenamento e limpeza.......................................................................121
B.1.1.5 Tempo de uso..................................................................................................................121
B.1.1.6 Reutilização da roupa.....................................................................................................122
B.1.1.7 Instruções de uso............................................................................................................122
B.1.1.8 Penetração, degradação e permeação:.........................................................................124
B.1.2 Nível B de proteção – Nível alto de proteção...............................................................125
B.1.2.1 Descrição.........................................................................................................................125
B.1.2.2 Quando usar....................................................................................................................126
B.1.2.3 Limitações........................................................................................................................126
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Figuras
Figura 1 – Padrão de resposta emergencial......................................................................................3
Figura 2 – Posicionamento de viaturas..............................................................................................6
Figura 3 – Quadro esquemático de procedimentos – Primeiro no local......................................13
Figura 4 – Sistema de comando em operações – Comando e funções delegadas.....................16
Figura 5 – Consequências de uma aproximação indevida e avaliação subjetiva nas áreas de
risco....................................................................................................................................18
Figura 6 – Desencadeamento de ações a partir do monitoramento ambiental............................20
Figura 7 – Vista lateral das zonas de trabalho (quente, morna, fria e de exclusão)....................22
Figura 8 – Vista superior das zonas de trabalho (quente, morna, fria e de exclusão)................23
Figura 9 – Simbologia do posto de comando (PC).........................................................................25
Figura 10 – Diagrama de seleção de níveis de proteção pessoal.................................................42
Figura 11 – Diagrama de seleção de EPR........................................................................................47
Figura 12 – Recursos mínimos do CRC...........................................................................................56
Figura 13 – Desenho esquemático dos procedimentos no CRC...................................................57
Figura 14 – Ações estratégicas x Ações táticas..............................................................................66
Figura 15 – Exemplos de métodos de mitigação............................................................................67
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Tabelas
Tabela 1 – Exemplos de líquidos criogênicos...................................................................................5
Tabela 2 – Exemplos de equipamentos portáteis de detecção......................................................36
Tabela 3 – Níveis de desempenho dos conjuntos de proteção química.......................................41
Tabela 4 – Neutralização de produtos químicos.............................................................................87
Tabela C.1 – Formulário de avaliação de desempenho da empresa de atendimento à
emergência (EAE) – Preenchido pelo acionante..........................................................138
Tabela C.2 – Formulário de avaliação de desempenho da empresa de atendimento à
emergência (EAE) – Preenchido pelo comando da operação, ouvidos o acionante e
demais instituições presentes.......................................................................................140
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.
A ABNT NBR 14064 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Transportes e Tráfego (ABNT/CB-016),
pela Comissão de Estudo de Transporte de Produtos Perigosos (CE-016:400.004). O Projeto
circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 04, de 24.04.2015 a 24.06.2015, com o número
de Projeto ABNT NBR 14064. O Projeto de Emenda 1 circulou em Consulta Nacional conforme Edital
nº 02, de 18.02.2021 a 22.03.2021.
A ABNT NBR 14064:2021 equivale ao conjunto ABNT NBR 14064:2015 Versão Corrigida:2015,
e Emenda 1, de 15.04.2021, que cancela e substitui a ABNT NBR 14064:2015 Versão Corrigida:2015.
Scope
This Standard establishes minimum requirements and operational procedures to be considered
in preparation of actions and quick response to accidents involving the Road Transport of Dangerous
Goods (RTDG). The response actions to emergencies in this Standard does not limit or exclude
the adoption of procedures and stricter guidelines.
The guidelines in this Standard applies to public and / or private that respond to emergencies involving
the RTDG.
The types of accidents addressed in this Standard include any unwanted event involving the RTDG,
representing or may represent some kind of danger, actual or potential health and safety of the
population and the environment, and also put under threat the public property and / or private.
This Standard focuses primarily on aspects of preparedness, response and mitigation of accidents.
The aspects related to prevention RTDG are not objects of this Standard.
This Standard can be applied to emergency response with products or substances which, although not
classified as hazardous for transport, when out of its original contention (leak / spill), have the potential
to pose risks to the environment.
This Standard does not apply to hazardous products of risk classes 1 (explosives) and 7 (radioactive).
NOTE Hazardous products of risk classes 1 and 7 are the responsibility of the Brazilian Army and the
National Nuclear Energy Commission (CNEN), respectively.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
1 Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos e procedimentos operacionais mínimos a serem considerados
nas ações de preparação e de resposta rápida aos acidentes envolvendo o Transporte Rodoviário
de Produtos Perigosos (TRPP). As ações de resposta às emergências contidas nesta Norma não
limitam ou excluem a adoção de procedimentos e diretrizes mais rigorosos.
As diretrizes contidas neste Norma se aplicam às instituições públicas e/ou privadas que respondem
às emergências envolvendo o TRPP.
Os tipos de acidentes tratados nesta Norma incluem qualquer evento indesejado envolvendo
o TRPP, que representem, ou possam representar algum tipo de perigo, efetivo ou potencial, à saúde
e à segurança da população e ao meio ambiente, e também que coloquem sob ameaça o patrimônio
público e/ou privado.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Esta Norma tem como foco principal os aspectos de preparação, resposta e mitigação dos acidentes.
Os aspectos de prevenção relacionados ao TRPP não são objeto desta Norma.
Esta Norma pode ser aplicada ao atendimento a emergências com produtos ou substâncias que,
embora não classificados como perigosos para o transporte, quando fora de sua contenção original
(vazamento/derramamento), tenham potencial de oferecer riscos ao meio ambiente.
Esta Norma não se aplica aos produtos perigosos das classes de risco 1 (explosivos) e 7 (radioativos).
NOTA Produtos perigosos das classes de risco 1 e 7 são de competência do Exército Brasileiro
e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), respectivamente.
2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
ABNT NBR 7500, Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento
de produtos
ABNT NBR 9735, Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos
perigosos
ABNT NBR 13716, Equipamento de proteção respiratória – Máscara autônoma de ar comprimido com
circuito aberto
ABNT NBR 14725-4, Produtos químicos – Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente –
Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ)
3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR 7501.
4 Requisitos
As atividades de resposta a emergências envolvendo o TRPP envolvem a aproximação segura,
a identificação dos perigos e riscos, a análise do acidente, o planejamento tático, a implementação
da resposta, a avaliação das ações colocadas em prática, o restabelecimento da segurança local
e o encerramento da fase emergencial.
5 Atribuições e procedimentos
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Sem prejuízo das responsabilidades legais atribuídas às instituições públicas e as empresas privadas,
envolvidas direta ou indiretamente nas situações de emergência no TRPP, as atividades e práticas
previstas nesta Norma visam o exercício satisfatório da pronta resposta às emergências. Assim
sendo, no Anexo A foram descritos os procedimentos no atendimento à emergência que envolvem
as principais instituições públicas e privadas.
6.2 O uso de um padrão de resposta emergencial não pode criar um desafio adicional para
as equipes de resposta a emergência. A finalidade do padrão de resposta é diminuir as dificuldades
normalmente encontradas no cenário acidental, em particular quando diferentes instituições, públicas
e privadas, atuam em conjunto.
6.3 As atividades necessárias ao padrão de resposta emergencial no TRPP podem ser divididas
em dez fases que interagem entre si, contudo não se limitam à relação proposta na Figura 1, podendo
ser adaptadas e adequadas às realidades e necessidades locais.
7.1.1 Para os efeitos desta Norma, o primeiro no local é aquele que foi designado para se dirigir
ao local do acidente, constatar os fatos e adotar as primeiras ações protetivas. Portanto, não
se confunde com aquele que não possui essa atribuição funcional e por acaso é o primeiro
a se deparar com o acidente. Este configura o informante do acidente e não o primeiro no local.
7.1.2 Primeiro no local é aquele que realiza a abordagem inicial no cenário acidental,
independentemente da instituição ou empresa que represente e cuja atribuição consiste em:
i) contribuir no sentido de facilitar o acesso das equipes de intervenção e apoio ao local da ocorrência.
7.1.4 Além dos perigos intrínsecos de cada produto, outros fatores contribuintes podem agravar
uma situação onde haja perda efetiva ou potencial de contenção do produto transportado, razão pela
qual a situação não pode ser tratada pelo primeiro no local como um acidente comum de trânsito.
Produtos perigosos requerem procedimentos, materiais e equipamentos específicos para cada uma
das diferentes classes de risco.
7.1.5 Nos casos em que, pelas consequências do acidente, se torne impossível obter as primeiras
informações do condutor do veículo sinistrado ou ter acesso à documentação de transporte,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
a atenção do primeiro no local deve ser redobrada, considerando as variáveis de riscos que
podem estar presentes no veículo acidentado, como, por exemplo: o transporte de produtos
de classes/subclasses de riscos diferentes, ausência de identificação do veículo e equipamento
de transporte, a não correspondência da simbologia com o produto transportado ou a ocorrência
de reações adversas por incompatibilidade química.
7.1.6 O primeiro no local deve possuir habilidades, experiência e conhecimento suficientes para
entender que muitos produtos classificados como perigosos para o transporte podem acarretar
danos severos ao homem, mesmo em baixas concentrações. O primeiro no local deve ainda possuir
o discernimento que as tentativas de socorro às vítimas do acidente envolvendo o TRPP, sem
o preparo e os recursos necessários que os produtos requerem, em regra, tendem a agravar a situação
e gerar mais vítimas a serem socorridas.
7.1.7 O primeiro no local deve possuir os conhecimentos básicos sobre os perigos intrínsecos dos
produtos perigosos, principalmente no que se refere às propriedades de alerta dos produtos, ou seja,
características que podem indicar ou mascarar sua presença no ambiente. Para as ações do primeiro
no local, deve estar implícita a concepção de que respostas rápidas nem sempre representam
a melhor resposta.
7.1.8 O primeiro no local deve obter, o mais breve possível, as informações sobre o produto envolvido
no acidente, seja pela sinalização do veículo, do equipamento de transporte ou das embalagens
ou pela documentação fornecida pelo condutor do veículo.
7.2.1 A aproximação ao cenário acidental deve ser realizada de forma cautelosa. A observação
inicial deve ser realizada à distância, de preferência com o auxílio de binóculo ou outro dispositivo que
permita aproximar as imagens do acidente e do entorno.
7.2.2 Os procedimentos de observação à distância devem ser rigorosamente seguidos, ainda que
outros veículos estejam envolvidos no acidente e aparentemente existam vítimas a serem socorridas.
7.2.3 A avaliação preliminar acerca da presença do produto no ambiente não pode ser totalmente
confiada aos órgãos dos sentidos, tendo em vista que muitos dos produtos classificados como
perigosos para o transporte não possuem cor ou odor que possam ser percebidos pelos sentidos,
como, por exemplo, o monóxido de carbono (ONU 1016), e outros produtos que, em determinadas
concentrações, inibem ou mesmo paralisam a capacidade olfativa, como, por exemplo, o gás sulfídrico
(ONU 1053), de forma que se torna impossível determinar sua presença somente pelo odor.
7.2.4 O primeiro no local, bem como as equipes de intervenção e apoio devem ter em mente que
o produto vazado ou derramado pode estar presente em concentrações perigosas em locais muito além
do que é possível enxergar, dada sua alta mobilidade no meio. Por isto, o primeiro no local não pode
basear as ações de sinalização e isolamento somente naquilo que é visível (névoas esbranquiçadas).
7.2.5 As névoas esbranquiçadas provenientes de vazamentos de gases, por exemplo, nem sempre
representam a extensão fiel do perigo, normalmente as névoas são visíveis em razão da condensação
da umidade atmosférica gerada pela diferença de pressão ou temperatura entre o produto e o ambiente.
Dessa forma, concentrações perigosas podem estar presentes além das nuvens esbranquiçadas,
normalmente observadas no entorno dos vazamentos, conforme ilustrado em 11.6.5.
7.2.6 Efeito semelhante pode ser observado nos vazamentos de líquidos criogênicos, os quais
encontram-se a temperaturas inferiores a - 160 ºC e, por tal razão, quando fora da sua contenção,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
provocam a condensação da umidade atmosférica. Além disso, devido à sua natureza fria, os líquidos
criogênicos apresentam três riscos principais:
a) alta taxa de expansão na evaporação: metano liquefeito, por exemplo, expande aproximadamente
630 vezes o seu volume inicial, ou seja, seu volume no estado líquido;
c) potencial de danos aos tecidos vivos: queimaduras podem ser provocadas quando ocorre
contato do produto com a pele, devido à natureza extremamente fria dos líquidos criogênicos.
Tais queimaduras são conhecidas por enregelamento.
7.2.7 O primeiro no local deve sempre procurar se posicionar em local mais elevado e com vento
pelas costas em relação ao acidente. Caso venha a sentir algum odor, irritação nos olhos ou nas vias
respiratórias, deve imediatamente se afastar.
7.2.8 O vento pode mudar repentinamente de direção, em razão de fatores atmosféricos, razão
pela qual a observação da direção do vento deve ser uma constante durante todo o atendimento
emergencial.
7.2.9 A fim de se posicionar com o vento pelas costas em relação ao local do acidente, é possível
buscar referências da direção do vento com o auxílio de indicativos presentes no ambiente, como:
movimentação de folhagens, de nuvens, de roupas no varal, de bandeiras, entre outras.
7.2.10 Outros indicativos visíveis podem sugerir a presença e o grau de severidade do produto vazado/
derramado, como insetos, aves e outros animais mortos ou moribundos, assim como o amarelecimento
e o murchecimento das folhagens próximo ao local do acidente.
7.2.11 Sinais audíveis, como estalos, explosões e ruído sibilar, característicos de perda de pressão,
podem ser percebidos à distância e merecem a devida atenção.
7.2.12 O local de parada e estacionamento do veículo do primeiro no local deve ser planejado,
considerando a necessidade de uma saída rápida em razão de diversos fatores, como deslocamento
da nuvem de produto, incêndio, explosão e odor intenso.
7.2.13 O primeiro no local deve procurar parar ou estacionar em local distante do cenário acidental,
tendo em vista que as partes aquecidas do veículo podem se constituir em fontes de ignição frente
ao perigo da exposição a atmosferas inflamáveis.
7.2.14 O primeiro no local deve estacionar o veículo em posição de fuga, ou seja, se o espaço permitir,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
estacionar o(s) veículo(s) em ângulo de 45° em relação à via (de frente para rota de fuga), de forma
que, na necessidade de uma saída rápida, não demande manobras. O primeiro no local deve estar
atento para que todas as viaturas de intervenção e apoio que posteriormente chegarem ao local da
ocorrência estacionem em posição de fuga, conforme ilustrado na Figura 2.
7.2.15 O primeiro no local deve evitar posicionar o veículo próximo aos locais que, por suas
características, possam contribuir para um confinamento e/ou dificultar a dispersão do produto vazado/
derramado, como túneis, passagens subterrâneas, edifícios e construções diversas, taludes, lugares
com cota inferior ao local do acidente e outras barreiras físicas.
8.2 O conhecimento das características do produto permite que as equipes de intervenção e de apoio
tenham um melhor planejamento e execução nas ações de resposta. Conhecer o produto envolvido
na emergência é, portanto, o primeiro passo para a solução do problema.
8.3 A identificação do produto deve, no primeiro momento, ser realizada a uma distância segura.
O primeiro no local não pode se expor na tentativa de identificar o produto envolvido na ocorrência.
8.4 No TRPP, a identificação dos produtos transportados segue um padrão, o qual tem por finalidade
advertir que seu conteúdo é composto por produtos classificados como perigosos, com potencial
de oferecer danos ao homem, ao meio ambiente e ao patrimônio. A classificação de um produto
considerado perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor orientado pelo
fabricante, tomando como base as características físico-químicas do produto, alocando-o em uma das
classes ou subclasses de risco.
8.5 A identificação do produto transportado pode ser realizada pela leitura e interpretação
da sinalização do veículo e equipamento de transporte, quando aplicável (há isenções previstas
na legislação), a qual é composta por rótulos de risco, painéis de segurança e ainda pela rotulagem
das embalagens (rótulos de risco, de segurança, especiais e símbolos de manuseio). A identificação
para o transporte rodoviário (veículos e equipamentos de transporte e embalagens) deve cumprir
os requisitos da ABNT NBR 7500.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
8.6 A identificação de risco é representada por rótulos de risco, painéis de segurança e/ou
símbolos esquemáticos normalizados. Ainda é possível identificar o produto envolvido em acidente
por meio dos documentos, denominados “documentos de transporte”, os quais incluem documentos
fiscais [declaração de carga, nota fiscal, Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica (DANFE),
conhecimento de transporte, manifesto de carga ou outro documento que acompanhe a expedição]
e fichas de emergência, se aplicável, onde constem, entre outras informações, o nome do produto,
o número ONU e a classe ou subclasse de risco do produto transportado.
a) identificação do produto pelo número ONU (quando aplicável) no painel de segurança:
no transporte terrestre de produtos perigosos, a identificação do produto é demonstrada por
meio do número ONU, o qual é constituído por quatro algarismos, na cor preta e localizados na
parte inferior do painel de segurança (placa retangular na cor alaranjada). O painel de segurança
é afixado nas laterais, na frente e na traseira dos veículos e equipamentos de transporte, seja
carga a granel ou fracionada;
b) identificação da natureza e da intensidade do risco pelo número de risco, quando aplicável,
no painel de segurança: ainda no painel de segurança, na parte superior, acima do número
ONU, são identificados os números de risco, os quais são compostos por no máximo três
e no mínimo dois algarismos e, em alguns casos precedidos da letra “X” (usada quando o produto
reagir perigosamente com água). Os números de risco identificam as propriedades de perigo dos
produtos, artigos e resíduos perigosos transportados, ou seja, indicam a natureza e a intensidade
do risco;
c) identificação dos riscos associados ao produto pelo rótulo de risco, quando aplicável: os rótulos
de risco são constituídos por um quadrado posicionado em ângulo de 45°, com cores de fundo
variadas, e apresentam símbolos (figuras) e/ou expressões emoldurados. O rótulo de risco
é dividido em duas metades. Na metade superior são exibidos os símbolos de identificação do
risco (com algumas exceções) e, na metade inferior, o número da classe ou subclasse de risco e,
quando aplicável, o texto indicativo da natureza do risco;
8.8 A identificação do produto e as ações de emergência podem ser obtidas no Manual para
Atendimento à Emergência com Produtos Perigosos[5] que, pelo caráter genérico das informações,
é recomendável para consulta e orientação das primeiras ações no cenário acidental até a chegada
de técnicos especializados. O uso correto do manual, nas primeiras ações, visa evitar procedimentos
equivocados e riscos desnecessários.
9.1.2 A sinalização mal planejada pode agravar a situação da cena acidental, pois pode transmitir
informações confusas ou contraditórias, expondo usuários da via e a população do entorno a riscos
desnecessários. Essa situação pode ser agravada pela implantação de sinalização em distâncias
incorretas ou mesmo pela escolha e implantação de dispositivos de canalização e controle inadequados
ou em número insuficiente em relação à extensão e à gravidade do acidente. Dessa forma, cuidados
especiais devem ser dados ao planejamento e aos recursos de sinalização, para que se obtenha
um controle seguro do fluxo de tráfego.
9.1.3 A sinalização para cenários acidentais envolvendo produtos perigosos deve advertir com
a necessária antecedência a existência de situações de emergência adiante, assim como deve
controlar as velocidades e outras condições para a circulação segura, bem como transmitir e orientar
os usuários quanto às mensagens sobre as condições de utilização adequada da via, compreendendo
as proibições, restrições e informações que lhes permitam adotar comportamento adequado à situação.
9.1.4 Nos casos de emergências com produtos perigosos, recomenda-se a utilização de dispositivos
portáteis, que possibilitem uma rápida implantação ou desativação da sinalização.
9.1.5 A sinalização de emergência deve ser perfeitamente visível no período noturno. Para tanto,
todos os dispositivos a serem utilizados devem ser retrorrefletivos e, quando necessário, também
iluminados. A iluminação não pode provocar ofuscamento aos usuários da via.
9.1.6 Havendo o risco de incêndio ou explosão em razão das características do produto vazado
ou derramado, deve ser dada especial atenção aos equipamentos eletroeletrônicos que não sejam
intrinsecamente seguros para a sinalização do cenário acidental, pois podem se constituir em fontes
de ignição. Não pode ser utilizado sistema de iluminação com chamas vivas como sinalizadores
ou latas contendo material inflamável.
9.1.7 O veículo do primeiro no local só deve ser utilizado como auxiliar da sinalização, com faróis e
luzes de emergência ligados, se estiver posicionado a uma distância segura da cena acidental, a fim
de evitar se constituir em uma fonte de ignição frente ao produto vazado ou derramado. Os mesmos
cuidados se aplicam quando da utilização de painéis com seta luminosa, montados em veículos e
painéis de mensagens variáveis (PMV).
9.1.8 Todos os envolvidos de forma direta ou indireta no cenário acidental que necessitem
se movimentar em locais próximos ao fluxo de veículo e no acostamento da via, por exemplo, devem
estar perfeitamente visíveis e identificáveis, tanto no período diurno quanto no noturno. Para tanto,
as equipes devem estar equipadas com uniformes, coletes ou faixas que sejam retrorrefletivos para
uso noturno como forma de garantir sua visibilidade e proteção.
9.2 Isolamento
9.2.1 A área de isolamento inicial a ser demarcada é aquela que se encontra nas proximidades
da ocorrência, na qual as pessoas podem estar expostas em razão de concentrações perigosas
do produto.
9.2.2 Antes de realizar o isolamento, o primeiro no local deve determinar os riscos principais com
potencialidade para causar direta e imediatamente danos às pessoas e impactos ao meio ambiente,
devendo, portanto, considerar direção, sentido e intensidade do vento. O isolamento pode ser feito
em um raio a partir do ponto de vazamento ou, de forma parcial, abrangendo uma ou mais direções.
NOTA Para realizar o isolamento inicial, pode-se utilizar como referência o Manual para Atendimento
à Emergências com Produtos Perigosos [5]. Esse manual dispõe de uma tabela de distâncias de isolamento
e proteção inicial aos produtos tóxicos por inalação (páginas de borda verde), bem como traz informações
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
sobre procedimentos de evacuação para pequenos e grandes derramamentos e situações em que haja a
ocorrência de fogo (páginas de borda alaranjada). Essas recomendações podem ser utilizadas como base
para a realização de um isolamento seguro para a comunidade até a chegada das equipes especializadas
para intervenção. As distâncias de isolamento inicial e de ação protetora do Manual para Atendimento
a Emergências com Produtos Perigosos foram originadas de dados históricos de incidentes no transporte
e do uso de modelos matemáticos.
10.1.2 A avaliação preliminar deve ser realizada tendo em conta os efeitos produzidos pelo acidente
sobre a saúde e a segurança da população, sobre a qualidade do meio ambiente, bem como sobre os
eventuais danos ao patrimônio e outros danos possíveis de serem produzidos.
b) tipo, características físicas e químicas, estado físico e comportamento do(s) produto(s) no meio;
h) tipos e condições das embalagens e/ou dos veículos e equipamentos de transporte;
r) características do local do acidente, estado da via, tipo de pavimento, topografia, densidade de
tráfego, meios de acesso ao local do acidente;
t) população, edificações, obras de arte na via (ponte, túnel, viaduto, rede elétrica, dutos subterrâneos
etc.) e outros elementos físicos capazes de agravar ou atenuar a situação;
w) ocorrência de reatividade do(s) produto(s) vazado(s), com outros produtos químicos transportados,
ou reatividade com água, umidade, metais, matéria orgânica, entre outros;
Fontes de ignição devem ser eliminadas, sempre que possível, em ocorrências envolvendo a perda
ou possibilidade de perda de contenção de produtos inflamáveis. Entre as fontes possíveis de ignição,
em um cenário acidental, destacam-se:
g) lâmpadas;
h) reatores;
10.3.2 O acionamento pode ser considerado como o tempo decorrido entre a primeira informação,
ou seja, do conhecimento da ocorrência, até sua notificação às autoridades locais de intervenção
e apoio.
10.3.3 Uma vez efetuada a ligação com a central de atendimento às emergências, o poder de síntese
do informante, sua capacidade de observação e de orientação espacial e seu conhecimento sobre
as formas de identificação dos produtos perigosos envolvidos no acidente, são fundamentais para
a rapidez e a eficiência na recepção e no processamento da informação.
10.3.4 Quanto mais detalhadas as informações sobre o evento, mais adequados e mais rápidos serão
mobilizados os recursos humanos e materiais para o atendimento.
10.3.5 Na comunicação, o informante deve, sempre que possível, transmitir no mínimo as seguintes
informações:
g) principais características da região, como ocupação humana, corpos d’água, vias públicas etc.;
10.3.6 A Figura 3 apresenta um quadro esquemático com o resumo dos seguintes procedimentos
a serem adotados pelo primeiro no local:
a) aproximar-se com cautela do local do acidente, mantendo o vento pelas costas em relação
ao veículo ou equipamento sinistrado;
b) evitar se posicionar nos locais mais baixos em relação ao local do acidente;
c) manter uma distância segura do veículo ou equipamento sinistrado ou produto derramado
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
ou vazado;
g) acionar ou requerer o acionamento dos órgãos de intervenção e apoio, fornecendo informações
sobre a existência de vítimas no local, vazamento de produto, incêndio, explosão, bem como
fornecer informações sobre a localização exata da ocorrência (identificação da via, quilometragem,
sentido, pontos de referência etc.);
h) verificar a existência de vazamento de produto e avaliar a extensão do acidente, bem como
as áreas no entorno e ambientes atingidos ou que possam ser atingidos pelo produto;
i) orientar o local seguro para estacionamento, bem como o posicionamento das viaturas
de intervenção e apoio à emergência;
l) verificar se há no local possíveis fontes de ignição e informar de imediato tal situação de risco
às equipes de intervenção;
Legenda
1 Manter uma distância segura em relação ao local do acidente
2 Posicionar adequadamente a viatura (local mais elevado, posição de fuga)
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
11.1.3 Por se tratar de um sistema orientado em procedimentos, o SCO ou similar constitui uma
ferramenta importante de gestão na organização das atribuições e das táticas operacionais
em qualquer situação de emergência.
a) atender às necessidades específicas do acidente, tomando por base a magnitude (porte),
a complexidade (grau de dificuldade), a severidade (impacto ao homem/meio ambiente/
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
b) operar de forma rápida e eficiente, tanto para acidentes de pequeno porte envolvendo o TRPP,
como para acidentes de grande magnitude, cuja natureza, em regra, é crítica;
c) ser um sistema de fácil aplicação, de modo que possa ser expandido ou contraído, de acordo com
o momento e as necessidades da ocorrência;
d) ser colocado em prática independentemente da situação ser real ou simulada. A prática reiterada
do SCO ou similar, propicia a familiaridade com o modelo de gerenciamento de emergência,
sedimentando nas equipes de intervenção a real percepção dos riscos e perigos relacionados
ao TRPP.
11.1.5 O SCO deve estar integrado com sistemas semelhantes de outras organizações e de serviços
de emergência, como os planos de auxílio mútuo (PAM), planos de contingências, planos de ação
de emergência (PAE) e demais formas de organização emergenciais existentes.
11.1.6 O SCO não pode constituir um embaraço ao cumprimento das atribuições e competências
legais das diversas Instituições públicas que normalmente participam do atendimento às emergências
dessa natureza. O SCO deve, de forma rápida e objetiva, delegar funções e tarefas a indivíduos
qualificados para a missão. O improviso operacional deve ser evitado pelo comando, sob pena
de colocar em risco a segurança da operação.
11.2.3 O registro dos acontecimentos deve ser feito, principalmente quando o acidente resultar em
perda de vidas, lesões, ameaças à saúde e à segurança da população, danos ao meio ambiente, ao
patrimônio e interrupção de serviços considerados essenciais à população.
11.2.4 Um registro documentado pode, inclusive, contribuir para ações preventivas, de modo
a evitar que o ocorrido se repita. Pode ainda embasar futuras ações de ordem jurídica e administrativa
relacionadas aos danos, às responsabilidades e às consequências geradas pelo acidente.
Os documentos produzidos para registro da ocorrência, além dos citados no Anexo C, devem ser:
a) precisos: as informações devem ser recopiladas de forma objetiva, retratando restritamente
os fatos, sem juízos de valor sobre culpas, erros, falhas, responsabilidades ou outras abordagens
de caráter subjetivo ou controverso;
— cronologia do acidente;
— ações adotadas;
11.3.3 As qualificações exigidas para atuar como comandante de operações devem aumentar
de acordo com a magnitude e a complexidade da ocorrência.
11.3.4 O processo participativo de tomada de decisões deve ser sempre considerado pelo comandante
de operações, tendo em vista as dificuldades práticas em comandar e controlar as inúmeras frentes
de trabalhos em acidentes de alta complexidade e/ou quando este atinge grandes extensões
geográficas.
11.3.5 O comandante de operações deve estar presente no posto de comando e não na área
de operação das equipes de intervenção. Se houver a necessidade de deixar o posto, o comandante
deve designar um substituto para assumir temporariamente seu lugar, sob pena das equipes de
intervenção e apoio perderem a referência hierárquica da linha de comando.
11.4.1 Cabe ao comandante de operações estabelecer os níveis de supervisão que dão o apoio
necessário no gerenciamento e controle da operação.
11.4.3 As atribuições de cada uma das funções delegadas de supervisão são definidas pelo
comandante de operações.
11.4.4 Os níveis de supervisão devem ser definidos caso a caso pelo comando de operações, tendo
por parâmetro a magnitude do acidente, o grau de risco e a complexidade deste.
11.4.5 As funções de supervisão devem ser delegadas àqueles que possuem experiência
e conhecimentos técnicos necessários à execução das tarefas.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
11.4.6 Os supervisores de operação devem ter conhecimento ou ser devidamente orientados acerca
da doutrina do SCO implantada.
11.4.7 Salvo necessidades especiais, recomenda-se somente um supervisor para cada função
delegada.
11.4.8 O comando de operações deve possuir uma estrutura eficaz de comunicação e fiscalização
sobre cada uma das funções delegadas aos supervisores de operação.
11.4.9 Cabe ao comando definir um assistente direto (adjunto), o qual pode, de acordo com
as circunstâncias, assumir o comando das operações, se necessário.
11.4.10 O comandante de operações deve ter autonomia para modificar as funções e as atribuições
delegadas sempre que uma situação específica do acidente assim o requerer.
11.4.11 Os níveis de supervisão delegados pelo comando de operações podem ser aumentados
ou diminuídos em razão das particularidades de cada acidente. Minimamente, em ocorrências
de médio e grande portes, devem ser considerados os níveis de supervisão apresentados na Figura 4.
11.5.1 Independentemente do fato de uma avaliação preliminar do cenário acidental ter sido realizada
pelo primeiro no local, cabe ao comando de operações, antes de iniciada as ações efetivas de combate,
realizar de forma conjunta uma avaliação visual do cenário acidental, minimamente observando
o descrito em 10.1.3.
11.5.2 A etapa de avaliação pelo comando permite, além de um melhor conhecimento da área,
observar de uma distância segura, as evidências ou fatos que levem a suspeitar ou confirmar
a contaminação das áreas adjacentes ao acidente pelo vazamento ou derramamento do produto,
de modo a indicar a necessidade de priorização de ações emergenciais, visando a proteção
dos recursos hídricos, da saúde e da segurança da população, da integridade do meio ambiente local
e de outros bens a proteger.
presença no ambiente, como, por exemplo, ausência de cor e odor (poucos produtos têm cor), alta
mobilidade, entre outros fatores.
11.5.4 Merece igualmente atenção o fato de muitos produtos produzirem, quando fora da sua
contenção original, nuvens de gás ou vapor que podem facilmente ser confundidas com condições
climáticas e ambientais comumente observadas em determinados trechos rodoviários e ferroviários,
principalmente em trechos de serra, como névoas esbranquiçadas, neblinas e garoas.
11.5.5 A observação espacial do cenário acidental deve ser interpretada pelo comando com o intuito
de formular hipóteses sobre:
c) prováveis vias de transporte dos contaminantes (meios por onde podem se propagar);
e) prováveis receptores ou bens a proteger atingidos (população, fauna, flora, recursos hídricos,
solo).
11.5.6 Outro fator que merece atenção da equipe no diagnóstico inicial da área diz respeito à posição
do veículo e equipamento de transporte sinistrado em relação à topografia local. As características do
terreno, em regra, definem o grau de dificuldade das ações operacionais, como: acesso, transferência
de produto, transbordo da carga, destombamento, içamento do veículo e equipamento de transporte,
entre outras ações. A dificuldade operacional gerada pela topografia do terreno permite ainda a
avaliação qualitativa e quantitativa dos recursos humanos e materiais necessários à pronta resposta
emergencial.
11.6.1 As primeiras ações de resposta, como isolamento, sinalização de área e interdição da via,
normalmente são realizadas com base nas informações iniciais obtidas pelo primeiro no local,
o qual, em regra, opta por consultar a ficha de emergência (se aplicável) e os demais documentos
de transporte, bem como observa à distância das simbologias de transporte e faz consultas a manuais
para atendimento à emergência, os quais podem fornecer orientações iniciais sobre os perímetros
de isolamento e de segurança.
11.6.2 Ações posteriores de resposta à emergência, como estabelecimento das zonas de trabalho,
resgate de vítimas, interdição de imóveis, remoção de pessoas, interrupção de serviços essenciais,
seleção de EPI e EPR e autorizações de entrada na zona quente, devem ser balizadas nas caracte-
rísticas do produto sinistrado e em resultados e, preferencialmente, nas avaliações do monitoramento
ambiental da área sinistrada.
11.6.3 As tomadas de decisões baseadas unicamente em critérios subjetivos, como contar somente
com a experiência profissional dos envolvidos e definir perímetros de isolamento de área tomando
por base a presença de odor no ambiente ou a visualização de névoas, sem a certeza técnica
do monitoramento ambiental, ou seja, sem saber se há de fato a presença do produto no ambiente
e em qual concentração, tornam prejudicada a avaliação dos riscos químicos no cenário acidental.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
11.6.4 Definir zonas de trabalho como isentas de contaminação (zona fria e de exclusão – ver 11.10)
requer certeza nessa definição, a qual, dependendo das características do produto, somente pode
ser obtida por meio do uso de equipamentos portáteis de detecção, como por exemplo, o vazamento
de oxigênio (ONU 1072 e 1073). Para garantir que determinada área de trabalho está ou não com
concentrações excessivas do produto (acima de 23,5 % em volume), portanto, sob risco imediato
de explosão, para essa avaliação, é necessário uso de detectores de oxigênio.
11.6.5 Definir zonas de trabalho em situações que envolvam, por exemplo, vazamentos de gases
tóxicos ou inflamáveis, desconhecendo a concentração do produto no ambiente, pode ser uma decisão
arriscada. Decisões de caráter puramente subjetivo podem comprometer a segurança da operação
como um todo, constituindo um risco significativo à vida, à saúde, à segurança das pessoas e ao
meio ambiente. Caso as equipes não possuam equipamentos de monitoramento ambiental, as zonas
de trabalho devem ser estabelecidas a partir do conhecimento e experiência das equipes, assim como
por meio da consulta ao Manual para Atendimento à Emergência com Produtos Perigosos[5]. A Figura
5 ilustra a possibilidade de exposição ao se avaliarem subjetivamente as áreas de risco, baseado
somente naquilo que é visível.
11.6.6 Concentrações de produtos perigosos podem ser identificadas e quantificadas pelo uso
de equipamentos portáteis de detecção com leitura direta, que fornecem os resultados no mesmo
momento em que o monitoramento está sendo realizado.
11.6.7 Equipamentos portáteis de detecção com leitura direta são ferramentas essenciais de avaliação
de perigos, permitindo minimamente que as equipes de intervenção:
a) determinem se há ou não no ambiente sinistrado concentrações perigosas geradas pelos produtos
vazados/derramados;
11.6.8 Os equipamentos de monitoramento devem ser empregados sempre que houver a possibilidade
de risco à vida e à saúde da população, ao meio ambiente e ao património, provocados pela perda de
contenção de produtos perigosos.
11.6.9 Os equipamentos de monitoramento podem propiciar um meio eficaz de redução dos riscos
por meio da detecção da presença do contaminante no ambiente, indicados pela emissão de sinais
sonoros e/ou luminosos, informando no monitor os valores quantitativos da detecção.
11.6.10 As variáveis ambientais como temperatura, umidade, pressão atmosférica e chuva, não
podem ser desprezadas no monitoramento ambiental, sob pena de se obterem resultados errôneos,
com consequentes tomadas de decisões equivocadas que podem comprometer a segurança
da operação. De igual forma, devem ser consideradas no monitoramento as interações entre produtos
perigosos vazados ou derramados (reatividade). A Figura 6 ilustra o desencadeamento de ações
a partir do monitoramento ambiental.
11.7.1 Cabe ao comandante de operações, por ação própria ou delegada ao supervisor de segurança
de perímetro de isolamento, verificar se as ações de segurança na sinalização e isolamento de área
foram adotadas pelo primeiro no local ou se fatos novos demandam procedimentos diferenciados
nestas atividades, como a redução ou ampliação da área sinalizada e isolada em razão do aumento
ou diminuição dos riscos.
11.7.2 Muito embora seja desejável, em acidentes no TRPP, um grande perímetro de isolamento
a partir do local sinistrado, um procedimento equivocado que deve ser evitado pelo comando
de operações é definir uma área maior do que a capacidade operacional de controlá-la eficazmente.
11.8.1 Acidentes envolvendo o TRPP são acontecimentos não planejados que, em regra, prejudicam
ou mesmo impedem o fluxo normal do tráfego de uma via.
11.8.3 Convém que o comando de operações estabeleça um responsável pelo controle de tráfego,
sendo que o controle deve compreender linearmente, desde o primeiro dispositivo de aviso sobre
o acidente (tal como uma viatura com sinais luminosos ligados, cones, painéis eletrônicos
de mensagens variáveis e outros meios de sinalização), até o último dispositivo de controle de tráfego,
após o qual os veículos podem ser autorizados a retornar à pista de rolamento em segurança.
11.8.4 A capacidade do SCO em instalar rapidamente os controles de tráfego pode reduzir muito
os efeitos de um acidente, como acidentes secundários ou atrasos na capacidade de resposta
das equipes, por conta da lentidão no tráfego.
11.8.5 Uma parte essencial do atendimento diz respeito a segurança das equipes de resposta.
A exposição ao risco se acentua quando somente parte da via foi interditada, ou quando o atendimento
está restrito à faixa de acostamento da via, permitindo o fluxo normal de veículos nas faixas contiguas
de rolamento. Em razão disto, o risco de atropelamento passa a ser uma constante ao longo de todo o
atendimento, razão pela qual cabe às autoridades com circunscrição sobre a via zelar constantemente
pela segurança das equipes, propiciando um fluxo de tráfego razoavelmente seguro no entorno
do cenário acidental.
11.9.1 A presença e a permanência dos órgãos de segurança pública no cenário acidental é condição
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
11.9.2 Um dos principais itens da eficácia das ações de isolamento guarda relação com o sistema
de comunicação entre o comando dos órgãos de segurança pública da região e o comando
de operações. Essa ação exige uma estreita coordenação do SCO.
11.9.4 O conhecimento acerca dos riscos e dos perigos deve ser o suficiente para que policiais,
guardas civis e agentes de trânsito possam orientar as pessoas das comunidades afetadas pelo
acidente e assim evitar que o pânico e a confusão se instalem.
11.9.5 Sendo o caso, com a aprovação do comando de operações, a segurança privada pode
ser empregada, complementarmente, no auxílio da segurança e da manutenção do perímetro
de isolamento. Porém, as ações da segurança privada devem ser restritas e previamente definidas
pelo comando de operações. As ações da segurança privada não podem conflitar ou substituir
as ações de segurança pública que demandam competência para o exercício legal do poder de polícia.
11.10 Zonas de trabalho (zona quente, zona morna, zona fria e zona de exclusão)
11.10.1.2 Vários procedimentos de controle de acesso podem ser implementados pelo SCO.
O método comumente utilizado é o de delimitar ou dividir a área do cenário acidental em “zonas
de trabalho”. Esta Norma estabelece quatro diferentes zonas de trabalho (conforme ilustrado
nas Figuras 7 e 8):
b) zona morna [área intermediária, área de descontaminação e corredor de redução de contaminação
(CRC)];
d) zona de exclusão (área na qual devem permanecer as pessoas não envolvidas na resposta
emergencial).
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Figura 7 – Vista lateral das zonas de trabalho (quente, morna, fria e de exclusão)
Figura 8 – Vista superior das zonas de trabalho (quente, morna, fria e de exclusão)
11.10.1.3 O delineamento das zonas de trabalho deve, sempre que possível, ser estabelecido
com base no resultado e na avaliação de monitoramento ambiental, somado à experiência
e ao conhecimento técnico do SCO.
11.10.1.4 Sendo possível realizar o monitoramento ambiental, este deve guardar relação com as
características fisicas, químicas e toxicológicas dos produtos envolvidos no acidente, como forma de
se evitar um caráter meramente subjetivo na avaliação dos riscos nas diversas zonas de trabalho.
11.10.1.5 Em razão dos riscos envolvidos, tempo e esforços devem ser dedicados na preparação
do local destinado às zonas de trabalho. O delineamento das zonas de trabalho pode se configurar
em uma atividade tão perigosa quanto a própria intervenção na zona quente, em razão da possibilidade
de exposição ao produto. Por essa razão, nesta etapa das atividades, os procedimentos de segurança
devem ser rigorosamente seguidos.
11.10.1.6 As diferentes zonas de trabalho são definidas dentro do perímetro de isolamento com
base no grau de risco e de perigo envolvidos, conforme ilustrado nas Figuras 7 e 8. O procedimento
se inicia a partir da zona quente (maior risco pois é a área diretamente impactada pelo produto), seguida
da zona morna, área intermediária entre as zonas de maior e as de menor risco. A partir dos limites
externos da zona morna, inicia-se o perímetro das áreas isentas de exposição e/ou contaminação
(zona fria).
11.10.1.7 A zona fria é a área onde devem permanecer o posto de comando e todo o suporte
humano e material necessário para suprir as necessidades das equipes de intervenção, de backup
e de descontaminação.
11.10.1.8 Por fim, a partir dos limites externos da zona fria, inicia-se a zona de exclusão, que é a
área destinada às pessoas e instituições não diretamente envolvidas na resposta emergencial, como
a população e os órgãos de imprensa, por exemplo.
11.10.2.2 O fluxo de pessoas, veículos e equipamentos entre as zonas de trabalho deve ser
controlado por meio de pontos de controle de acesso. A criação de pontos de controle de acesso visa
garantir que somente as pessoas autorizadas podem entrar ou permanecer na zona quente e, quando
da saída destas, garantir que a descontaminação seja realizada no CRC.
11.10.2.3 Normalmente são utilizadas as laterais do CRC como corredor de entrada na zona
quente. Deve-se evitar a criação de muitos pontos de acesso, pois quanto mais pontos, maiores são
as dificuldades de controle. O controle de acesso visa prevenir a contaminação cruzada de áreas
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
11.10.3.1 A zona de maior risco é comumente denominada zona quente. É a área em que o produto
vazado ou derramado deve permanecer contido, como forma de evitar sua propagação para áreas
isentas de contaminação.
11.10.3.2 A delimitação da zona quente se inicia no entorno da área diretamente impactada pelo
produto, ou seja, na área na qual a aproximação, a entrada ou a permanência dependem de recursos
adequados e autorização prévia do SCO.
11.10.3.4 O limite exterior da zona quente deve ser claramente demarcado por barreiras físicas que
permitam identificá-la à distância, de forma que somente pessoas equipadas e autorizadas pelo SCO
possam adentrar ou permanecer nela.
11.10.3.5 Recursos diversos como fitas de segurança com símbolos de caveira ou dizeres
de inflamável/tóxico/perigo/afaste-se, devem ser empregados na sinalização da faixa periférica
da zona quente. Podem ainda ser utilizados para esse mesmo objetivo: fitas zebradas, cordas,
correntes, cartazes, ou até mesmo os marcos existentes no terreno, como uma árvore, poste ou rocha.
A zona morna é a zona de transição entre a área diretamente impactada pelo produto vazado ou
derramado (zona quente) e as zonas isentas de contaminação (zonas fria e de exclusão). Esta zona é
concebida para evitar que a movimentação de pessoas, veículos e equipamentos entre as diferentes
zonas estenda a contaminação para além dos limites da zona impactada. É na zona morna que deve
ser situado o corredor de redução de contaminação (CRC). Os procedimentos de descontaminação
estão detalhados em 12.8.
A zona fria deve ser situada imediatamente após a faixa periférica da zona morna, portanto é o local
onde não pode haver qualquer concentração do produto envolvido na emergência. Todo o apoio
da operação deve estar posicionado de forma segura na zona fria, como o posto de comando,
o comando da operação, as equipes de apoio, materiais, equipamentos, maquinários, viaturas e
pessoal de apoio não paramentado envolvido com o atendimento.
A zona de exclusão é a área além da faixa periférica da zona fria. É o local onde permanecem
as pessoas e instituições que não possuem envolvimento direto com a ocorrência, tais como órgãos
de imprensa e a comunidade, entre outros. A autorização para entrada na zona de exclusão para
a zona fria se dá mediante aprovação do supervisor de segurança do perímetro de isolamento ou pelo
comando de operações.
11.11.1 Uma vez definidas e delineadas as zonas de trabalho, cabe ao comandante de operações
estabelecer a base física do posto de comando, que pode ser um veículo, assim identificado, uma
barraca, uma bandeira, uma faixa, uma casa, ou qualquer outra estrutura ou dispositivo físico que
possa facilmente ser identificado como posto de comando, pela sua caracterização distinta.
b) posicionamento: é desejável que o PC permita uma boa visualização da situação crítica
e das operações mais importantes, sem no entanto comprometer sua segurança;
c) posicionamento em relação ao vento: o PC deve ser reposicionado toda vez que ocorrerem
mudanças na direção do vento;
d) identificação: é igualmente desejável que o PC seja instalado em local de fácil acesso e visualização
por parte dos integrantes da operação;
e) capacidade de ampliação: é importante que o PC possa expandir-se para abrigar mais pessoas,
agregrar novas funções e ocupar maiores espaços para as ações de planejamento e controle
das ações de resposta;
f) prolongamento das operações: nas operações que exigem vários dias de trabalho continuado,
é recomendável que o PC tenha acomodações ampliadas para a realização de reuniões, banheiro
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
químico e locais adequados para refeições, hidratação e descanso no intervalo entre as tarefas.
11.12.1 Bases de apoio são os locais onde se desenvolvem as atividades de logística que
incluem entre outros, abastecimento e manutenção de veículos e máquinas, reparos e substituição
de equipamentos, disposição de materiais e suprimentos de forma geral, bem como de recursos
de higiene e conforto das equipes, como banheiros químicos, chuveiros e refeitório.
11.12.2 As bases de apoio normalmente justificam sua instalação quando da ocorrência de eventos
de maior complexidade ou de longa duração, ou seja, eventos que, em regra, exigem um maior aporte
logístico.
11.12.3 Alguns aspectos devem ser considerados quando da instalação das bases de apoio quanto
à(ao):
a) posicionamento: deve ser disposta na zona de suporte (fria) em uma distância equilibrada em
relação as demais zonas de trabalho, ou seja, nem perto demais, nem longe demais, de modo
que não interfira nos trabalhos das zonas quente e morna e tampouco que não comprometa a
mobilidade dos recursos necessários à operação;
b) organização e disposição dos recursos: deve-se ter a precaução na organização e disposição
espacial dos recursos, de modo a não entulhar recursos desnecessários na zona fria. Os recursos
com previsão de uso posterior podem permanecer na zona de exclusão até que seu uso seja
requerido.
11.13.3 A evacuação de pessoas é uma ação de natureza preventiva, ou seja, a tomada de decisão
visa proteger as pessoas da ação do produto. Dessa forma, pode ocorrer que uma grande operação
seja colocada em prática e o pior resultado não venha a ocorrer, permitindo o retorno das pessoas
a suas ocupações, sem que nenhum dano à população, ao meio ambiente e ao patrimônio
se concretize.
11.13.4 Quando o resultado previsível não ocorre, porém a decisão pela evacuação é baseada
na razoabilidade e em probabilidades técnicas factíveis e também na experiência dos componentes
do SCO, tal ação deve ser considerada como exitosa, pois transcorreu como deve ser, uma vez que
o risco foi identificado e verificado e o processo de decisão pela retirada de pessoas de suas ocupações
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
11.13.5 A seguir são relacionadas, de forma não taxativa, algumas questões que merecem
consideração pelo comando de operações, quando da decisão pela remoção ou pela não remoção de
pessoas de determinada área de risco, independentemente do nível ou escala do acidente:
b) As análises de consequências pelas opções de remoção ou de não remoção foram consideradas?
f) O vazamento pode ser controlado antes da remoção de determinada área ser iniciada
ou concluída?
k) A topografia do terreno pode dificultar a operação (posição da área a ser evacuada em relação
ao local do acidente)?
m) Há informações sobre os tipos de ocupações da área a ser evacuada (residências, escolas,
hospitais, creches, indústrias, comércio)?
n) Os recursos humanos e materiais disponíveis na região são suficientes para iniciar a operação?
o) Há estimativa de tempo, disponibilidade e distância dos recursos humanos e materiais adicionais
necessários à operação?
11.13.6 A resistência de moradores em deixar uma zona de conforto (local de ocupação costumeira)
e se deslocar para um abrigo temporário, dividido com outros ocupantes, em regra, é a principal
dificuldade enfrentada pelas equipes de resgate e remoção de pessoas. Normalmente, a população
tende a subestimar os riscos, buscando argumentos para não abandonar suas ocupações. Em razão
disso, é recomendável que a notificação de abandono seja realizada por equipes guarnecidas com
EPI e EPR, como forma de fortalecer os argumentos acerca dos riscos e da urgência da evacuação.
11.14.1 Acidentes envolvendo o TRPP, pela própria natureza do risco, tem o potencial para obrigar
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
a desocupação imediata de pessoas de uma grande área. A necessidade urgente de evacuação pode
demandar desde um imóvel, uma rua, um quarteirão ou até mesmo um bairro todo, principalmente
em ocorrências envolvendo a liberação de gases tóxicos, inflamáveis, oxidantes e corrosivos.
11.14.2 Acidentes com liberação de produto no ambiente demandam tomadas de decisões rápidas,
pois em regra, quando a situação exige a remoção de pessoas, normalmente o tempo é escasso para
o planejamento e a preparação.
11.14.4 Dificuldades adicionais devem ser esperadas pelo SCO quando da remoção de pessoas,
como por exemplo: as limitações das pessoas que utilizam meios auxiliares de locomoção, como
cadeiras de rodas, andadores, bengalas ou muletas, ou pessoas com saúde debilitada, acamadas,
idosos, gestantes, bebês, pessoas que dependem de uso de oxigênio ou respiradores, pessoas com
deficiência visual, deficiência auditiva, deficiência cognitiva e aquelas com outros tipos de necessidades
especiais.
11.14.5 Outro aspecto importante a ser considerado no processo de remoção é que as pessoas
tendem a não abandonar seus animais de estimação, mesmo em situações de perigo. Em regra, onde
o morador for, os animais de estimação irão acompanhá-los.
11.15.1 São situações que requerem a remoção de um número pequeno de pessoas, sejam
de residências, comércio, indústria, serviços ou outras ocupações. Normalmente envolve as pessoas
que ocupam uma área muito próxima ao acidente.
11.15.3 Ainda nesta classificação, as pessoas são retiradas de suas ocupações por um período
de tempo curto, que compreende poucas horas, sendo que neste período as pessoas podem
permanecer nas proximidades (zona de exclusão), aguardando o restabelecimento das condições de
segurança para o retorno.
11.15.4 Em regra, salvo os casos de pessoas que requerem uma atenção especial, como idosos,
crianças, acamados e pessoas com necessidades especiais, esse tipo de remoção não demanda
providências adicionais, como abrigos temporários, acomodação e demais recursos. No entanto,
é necessário garantir a segurança e o conforto para pessoas removidas. Cabe ao SCO providenciar
a proteção contra as intempéries, alimentação, hidratação, segurança na proteção do patrimônio das
pessoas contra a ação de vândalos e saqueadores, entre outros. Ainda, compete ao SCO fornecer
às pessoas retiradas de suas ocupações informações seguras e transparentes relacionadas ao
desenvolvimento da resposta emergencial, ou seja:
b) informar sobre os riscos a que as pessoas poderiam estar expostas, caso permanecessem em
suas ocupações;
c) informar sobre as providências que estão sendo adotadas por parte do SCO para restabelecimento
das condições de segurança.
11.15.6 O nível primário acontece em função do número de pessoas removidas, ainda que
a contaminação se estenda por uma área extensa, como é o caso de áreas rurais, cuja densidade
populacional é bastante dispersa. A mesma classificação não é aplicada aos meios urbanos, onde,
por exemplo, o isolamento de um pequeno perímetro pode representar a evacuação de milhares
de pessoas, como é o caso de condomínios residenciais, comerciais e shopping centers. Nestes
casos, a classificação é de evacuação em grande escala.
11.16.1 O nível intermediário envolve um número maior de pessoas removidas de suas ocupações,
assim como abrange uma área maior de isolamento, em relação ao nível primário.
11.16.2 Este nível de remoção, em regra, afeta menos de uma centena de pessoas e o afastamento
dos imóveis e demais ocupações se perfaz por um período de tempo maior que 2 h, não chegando
a completar um dia ou uma noite.
11.16.3 O nível de remoção intermediário, por envolver um número maior de pessoas, demanda
obrigatoriamente a coleta e o registro de dados sobre as pessoas e seus imóveis. Cabe ao SCO,
com o apoio das instituições públicas locais, gerenciar essas informações.
11.16.4 O nível intermediário requer um refúgio seguro em abrigos temporários, como escolas,
ginásios, tendas ou outras áreas disponíveis. Neste nível de remoção, o comando de operações deve
manter uma estreita coordenação com os serviços policiais e de defesa civil, tendo em vista que a
situação demanda maiores recursos, tanto humanos quanto materiais.
11.16.5 O nível intermediário, seja pelo número de pessoas removidas, seja pela extensão da área,
pode demandar ações de controle de tráfego.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
11.16.6 Os cuidados com relação à remoção das pessoas devem seguir a mesma regra do nível
anterior, ou seja: observar as necessidades de segurança e o conforto das pessoas evacuadas
e providenciar cuidados específicos para pessoas com necessidades especiais. O SCO deve estar
ciente que remoções ou evacuações de pessoas podem impor impactos psicológicos e físicos
significativos sobre os envolvidos, portanto são ações de comando e controle que requerem, além
de experiência e autoridade, habilidade no trato com pessoas.
11.17.2 Uma remoção em grande escala, normalmente requer o auxílio imediato de recursos humanos
e materiais muito além do disponível na região afetada, tendo em vista as dificuldades operacionais
para:
11.17.3 Esses e outros motivos possíveis obrigam o SCO a requerer todo o apoio necessário aos
órgãos de governo em níveis estadual e federal. A urgência de ação em evacuações em grande
escala não permite que indefinições, inseguranças e questões de cunho político retardem as tomadas
de decisão por parte do SCO.
11.18.1.1 Dependendo das características do produto vazado ou derramado, este pode demandar
por parte do comando de operações a tomada de decisão, de caráter preventivo, relacionada
à interrupção dos serviços essenciais ao atendimento das necessidades da comunidade.
11.18.1.2 Tal qual a decisão de remover pessoas de suas ocupações, a interrupção no fornecimento
de serviços essenciais deve ocorrer de forma expedita, tendo em vista que a continuidade
de determinados serviços pode configurar um fator agravante ao risco instalado.
11.18.1.3 Para os efeitos desta Norma, são considerados serviços ou atividades essenciais:
c) telecomunicações;
e) transportes.
11.18.2.1 O abastecimento confiável de água para o consumo humano é fundamental para saúde
da população. Dessa forma, havendo a confirmação ou mesmo a suspeita de que um corpo d’água
foi contaminado pelo produto envolvido no acidente, imediatamente as empresas de tratamento
e distribuição de água devem ser informadas sobre o ocorrido, cabendo ao comando de operações
fornecer informações sobre o acidente, bem como informar aos responsáveis por esses serviços
os detalhes acerca das características físicas, químicas e toxicológicas do produto, para que estes
adotem imediatamente as ações de segurança e controle da qualidade da água.
deve ser monitorado, a fim de se conhecer toda a cadeia de abastecimento de água da região e sua
vulnerabilidade.
11.18.3.2 O monitoramento deve ser realizado sob a perspectiva dos riscos à saúde da população
e dos impactos ao meio ambiente, tendo em vista os usos diversos que são dados a um corpo d’água
ao longo do seu curso, como: irrigação, dessedentação de animais, produção industrial, produção
de energia, psicultura, lazer, entre outros.
11.18.3.4 A decisão quanto a liberação ou a retomada do uso da água para consumo humano
ou para qualquer outro uso, após ela ter sido interrompida em razão da contaminação ou do potencial
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.1.1 Quando da constituição dos objetivos para a resposta emergencial, a decisão de intervir
ou não em um cenário acidental envolvendo o TRPP está associada, entre outras fatores, aos
recursos disponíveis para tal ação, tanto recursos humanos quanto materiais. A decisão adotada,
independentemente de qual seja, compete ao comando de operações, ouvidos os órgãos de apoio,
caso estes estejam presentes no momento da tomada de decisão.
12.1.2 Respostas rápidas em acidentes envolvendo o TRPP nem sempre levam a resultados eficientes,
ou seja, as ações de intervenção direta e imediata no cenário acidental devem ser consideradas
com ponderação pelo comando de operações, tendo em vista os riscos de uma ação precipitada,
mal planejada e sem as habilidades e os meios adequados que a situação requer.
12.1.4 Ação defensiva é a decisão pela não intervenção no cenário acidental (zona quente). A ação
defensiva normalmente é considerada quando o comando de operações constata, entre outros motivos,
que a intervenção representa um alto risco para a segurança pessoal das equipes, ou mesmo quando
se constata a inadequação e/ou a insuficiência de recursos humanos e/ou materiais necessários
a uma ação eficaz de resposta.
12.1.5 Eventos cujo pior resultado é previsivelmente possível, no entanto seu momento de ocorrência
é incerto, como por exemplo, fogo em vasos ou tanques, com risco potencial de explosão e todas
as demais consequências advindas desta, devem ser considerados como fatores motivadores
de uma ação defensiva, como forma de não expor desnecessariamente a segurança e a incolumidade
das equipes de intervenção, ou seja, a conclusão deve considerar se os riscos superam os eventuais
benefícios de uma ação.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.1.6 Ainda que a decisão do comando de operações seja pela não intervenção, tal decisão não
exclui a obrigação de se estabelecerem no cenário acidental as chamadas zonas de trabalho (quente,
morna, fria e de exclusão), bem como de se estabelecer o posto de comando.
12.1.7 As ações de resfriamento de superfícies, realizadas dentro da zona quente, mesmo que sem
a presença permanente das equipes de combate, constituem ações de intervenção, pois mesmo que
a equipe permaneça à distância a maior parte do tempo, em dado momento há a necessidade
de adentrar a zona quente para a instalação dos equipamentos de combate a incêndios,
descaracterizando, assim, a ação como defensiva.
12.1.8 As ações ofensivas implicam em aproximação física ou mesmo contato direto com os produtos
vazados ou derramados. As ações ofensivas demandam obrigatoriamente o planejamento das ações,
bem como pessoal qualificado para as tarefas, proteção pessoal e demais recursos adequados aos
riscos e perigos do cenário. As ações defensivas são apartadas e detalhadas ao longo desta Norma.
12.2.3 O monitoramento contínuo não pode se limitar somente à zona quente. Este deve ser realizado
também nas demais zonas de trabalho, tendo em vista que as concentrações no ambiente não são
estáveis, podendo ser alteradas por diversos fatores, como, por exemplo, mudanças na direção
e na velocidade do vento, ocorrência de chuvas, aumento ou diminuição da pressão atmosférica
ou da temperatura ambiente, reatividade do produto com outras substâncias, aumento do volume
vazado/derramado, entre outros fatores contribuintes.
a) atmosferas inflamáveis ou explosivas [limite inferior de inflamabilidade (LII) ou limite superior
de inflamabilidade (LSI)];
c) concentrações de compostos orgânicos voláteis (COV) (partes do contaminante por milhão
de partes de ar – ppm);
d) detecção de gases tóxicos (partes do contaminante por milhão de partes de ar – ppm);
a) seleção;
c) calibração (os instrumentos devem ser calibrados com a utilização de sistemas de calibração
(kits) que, normalmente, são fornecidos pelos fabricantes dos equipamentos);
d) conhecimento técnico do sistema de operação, das interferências, da interpretação dos resultados
e das demais limitações dos equipamentos.
12.2.6 Somente a leitura dos resultados não garante uma tomada de decisão segura,
se os usuários desconhecerem os princípios básicos das características químicas, físicas e toxicológicas
dos produtos monitorados, uma vez que os resultados apresentados pelo equipamento são meramente
quantitativos.
12.2.9 Sempre que as operações demandarem o uso continuado dos equipamentos ou quando
operados em atmosferas com altas concentrações de produto, é necessária a saída da área para
um ambiente isento de contaminação, a fim de ser realizada uma operação de purga, como forma
de evitar a saturação dos sensores. A operação de purga requer, além de um ambiente isento
de contaminante, também um tempo de recuperação para que o monitor possa limpar-se da amostra.
12.2.13 O mercado atual dispõe de uma variedade de instrumentos combinados, conhecidos como
multigás, que possuem acoplados vários sensores como, por exemplo, sensores de PID (fotoionizador),
de oxigênio, de gases inflamáveis e geralmente mais dois sensores para gases tóxicos, como é o caso
do cianeto de hidrogênio (HCN) e gás sulfídrico (H2S).
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.2.14 Informações adicionais sobre o produto envolvido na ocorrência podem auxiliar na estratégia
de monitoramento ambiental e na escolha dos equipamentos portáteis de detecção (ver Tabela 2),
como, por exemplo:
d) Qual a densidade do vapor do produto? Mais leve ou mais pesado em relação ao ar ambiente?
4.2 – Substâncias
sujeitas à
Inflamabilidade – –
combustão
espontânea
4.3 – Substâncias
que, em contato Indicadores Limite inferior de
com a água/ Inflamabilidadea de gás inflamabilidade – LII
emitem gases combustível (% vol.)
inflamáveis
Tabela 2 (continuação)
Classe/ Equipamento
Parâmetro
Simbologia subclasse de Perigo Monitorado portátil de
monitorado
risco detecção
Reatividade com outras
substâncias, matéria Imagem térmica
5.1 – Substâncias infravermelha
orgânica e fatores Termovisores
oxidantes
ambientais com liberação Temperatura (°C)
de calor
Reatividade com outras
substâncias, matéria Imagem térmica
5.2 – Peróxidos infravermelha
orgânica e fatores Termovisores
orgânicos
ambientais com liberação Temperatura (°C)
de calor
Detector de
Concentração
gás portátil –
da substância no
Multigás/
6.1 –Substâncias ambiente (ppm)
Toxicidade único gás
tóxicas
Concentração
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Fotoionizador
da substância no
– PID
ambiente (ppm)
6.2 – Substâncias
Toxicidade – –
infectantes
pHmetro ou
Acidez ou
papel indicador alcalinidade – pH
8 – Substâncias de pH
Corrosividade
corrosivas Concentração
Monitor químico
da substância no
específicob
ambiente (ppm)
9 – Substâncias e
artigos perigosos – – –
diversos
NOTA As informações contidas em 12.2 são de caráter genérico. Informações específicas são obtidas
com o fabricante e/ou distribuidor dos equipamentos de detecção. Nenhum equipamento de detecção
é utilizado em ocorrência sem que os usuários tenham anteriormente recebido orientações sobre a seleção,
uso, interpretação dos resultados, limitações de uso, manutenção e guarda dos equipamentos. Não
há um dispositivo de monitoramento para cada incidente. Assim, para se obterem informações que permitam
uma avaliação segura, utilizar uma combinação de instrumentos, como, por exemplo, um indicador de gás
combustível em conjunto com um oxímetro e um fotoionizador. Os resultados das leituras dos equipamentos
de detecção são avaliados dentro dos procedimentos de gerenciamento da emergência exercidos pelo SCO,
integrando outras informações e questionamentos levantados pelas equipes, sempre em comparação com
a realidade da ocorrência. Questionamentos contínuos, mesmo em relação aos resultados monitorados,
fazem parte das rotinas operacionais de comando e controle das emergências.
12.3.1 Selecionar equipamentos de proteção individual (EPI) a serem utilizados nas zonas quente
e morna de um cenário acidental pode ser um processo complexo, tendo em vista que uma escolha
equivocada pode gerar uma falsa sensação de segurança e ter como consequência danos consideráveis
à segurança, à saúde e à vida das equipes de resposta à emergência.
12.3.2 Equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo ou produto que deve ser
utilizado individualmente pelo trabalhador, para garantir a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar
sua segurança e saúde no trabalho.
12.3.3 Diversos fatores devem ser considerados no processo de seleção de EPI. Primeiramente,
deve-se procurar identificar os perigos a serem enfrentados, ou seja, é a partir da identificação
dos produtos envolvidos na ocorrência que os critérios de seleção de EPI passam a ser considerados.
12.3.5 Uma vez conhecidos os produtos envolvidos no acidente, é possível definir os EPI com base
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
em alguns questionamentos:
a) O produto requer, pelas suas características, o nível máximo de proteção cutânea?
b) O produto requer, pelas suas características, o nível máximo de proteção respiratória?
d) A concentração do produto no ambiente esta acima do limite de tolerância (LT), estabelecido pela
legislação vigente [9]?
n) Que tipo de atividade deve ser realizada (isolamento, sinalização, reconhecimento, monitoramento,
avaliação, combate a incêndio, resgate de vítimas, descontaminação, contenção, neutralização,
remoção de produto, evacuação de pessoas, interdição, transbordo de carga, transferência
de produto, destombamento, içamento, aterramento, outras)?
v) O responsável pela segurança operacional dispõe de informações sobre a resistência química
dos EPI (permeação/degradação)?
x) Há restrições físicas entre os membros da equipe de resposta que possam dificultar o uso dos EPI
selecionados (formato do rosto, uso de barba, altura, peso, claustrofobia, hipertensão, problemas
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
respiratórios)?
12.3.6 A lista da subseção 12.3.5 é meramente exemplificativa, portanto, não esgota as possibilidades
e questionamentos sobre a decisão de escolha dos EPI frente aos riscos e perigos do cenário acidental.
12.3.7 A seleção, a avaliação, a resseleção e a quantificação dos EPI deve ser um processo contínuo,
o qual pode, de acordo com a dinâmica do acidente, permitir que o responsável pela segurança
da operação eleve ou mesmo baixe os níveis de proteção requeridos. As decisões quanto a elevar
ou baixar os níveis de proteção pessoal não podem se basear em critérios subjetivos de avaliação.
Os resultados do monitoramento ambiental devem subsidiar as tomadas de decisões quanto ao uso
de EPI.
12.4.1 Dados os perigos intrínsecos dos produtos classificados como perigosos para o transporte,
as operações de resposta às emergências implicam, obrigatoriamente, no uso de conjuntos
de proteção, com destaque para o uso das roupas de proteção química.
12.4.2 A utilização de roupas de proteção química se justifica como forma de evitar que o usuário
sofra qualquer tipo de exposição cutânea aos produtos presentes no cenário acidental. É de extrema
importância para a segurança das equipes de intervenção que todos tenham o discernimento
de que nenhum conjunto de EPI é capaz de oferecer proteção integral a qualquer produto, em qualquer
concentração e sob quaisquer outras circunstâncias.
12.4.3 Os EPI não têm a capacidade de anular os perigos intrínsecos dos produtos perigosos, como
a inflamabilidade, a toxicicidade, a corrosividade, a radioatividade, a explosividade, entre outros.
12.4.6 As limitações e restrições de uso, além de conhecidas, devem ser respeitadas. Negligenciar
as prescrições dos fabricantes das roupas de proteção química pode implicar em sérios riscos à vida,
à saúde e à segurança dos usuários.
12.4.7 Quando os critérios de seleção e de uso das roupas de proteção química são respeitados,
a manutenção, a guarda, o armazenamento e a descontaminação são realizados com os critérios
técnicos recomendados pelos fabricantes, estes conjuntos podem oferecer a proteção necessária
e adequada a uma gestão de risco eficiente nos locais sinistrados.
12.4.8 Os fatores climáticos, como o calor, associados aos fatores fisiológicos e psicológicos
dos usuários, devem ser considerados em conexão com o uso de roupas de proteção química.
12.4.11 Várias combinações de equipamentos de proteção individual que não sejam os descritos
nos níveis de desempenho A, B, C e D, podem ser utilizados para fornecer o nível adequado
de proteção ao usuário. Esta Norma adota quatro níveis de proteção pessoal (A, B, C e D), conforme
ilustrado na Tabela 3.
Detalhes acerca das características construtivas, materiais, métodos, seleção, uso, limitações,
armazenamento, higienização e outros assuntos relacionados aos equipamentos de proteção
individual (EPI) encontram-se detalhados no Anexo B.
12.5.2 Em razão da sua alta mobilidade, gases quando vazados para o ambiente são de difícil
contenção. Dependendo das características do produto vazado, das condições ambientais
e do porte do vazamento, a ação de combate e controle, muitas vezes se torna impraticável. Os perigos
intrínsecos desses produtos, em regra, permanecem inalterados nas áreas diretamente impactadas,
como é caso da toxicidade.
concentrações perigosas tendem a permanecer na zona de trabalho definida como zona quente,
o que demanda obrigatoriamente o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos
de proteção respiratória (EPR), uma vez que as contaminações, em regra, alteram a composição
do ar atmosférico, gerando por consequência alguma forma de risco para a pele e o trato respiratório.
Portanto para as equipes de resposta às emergências químicas que atuam nas zonas quente e morna
(CRC), a questão deve versar sobre o tipo mais apropriado de proteção individual a ser utilizado,
uma vez que não cabem neste tipo de cenário acidental argumentos ou justificativas relacionados
ao não uso de EPI e/ou EPR. A proteção cutânea e respiratória é, portanto, condição sem a qual não
se permite entrar ou permanecer nestas zonas de trabalho.
12.5.4 Equipamento de proteção respiratória (EPR) é todo equipamento que deve ser utilizado
individualmente pelo trabalhador, para garantir sua proteção contra a inalação de ar contaminado
ou de ar com deficiência de oxigênio. Portanto, respiradores são necessários sempre que os riscos
respiratórios (incluindo as condições de deficiência ou excesso de oxigênio) estiverem presentes
no ambiente.
12.5.5 A intoxicação pelo ar contaminado pode ser compreendida como a introdução de uma
substância tóxica no trato respiratório. De forma geral, as vias de penetração das substâncias tóxicas
no organismo humano são: respiratória, digestiva, epiderme e mucosas. Por via digestiva, entende-se
a ingestão do produto (casos mais raros em cenários acidentais). As vias da epiderme e mucosas
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
ocorrem por exposição da pele e dos olhos ao produto (ocasionado pela não proteção cutânea).
A via respiratória ocorre pela inalação dos contaminantes, sendo esta a via mais comum e mais rápida
de intoxicação, cujas causas, em muitos casos, estão relacionadas à exposição pelo desconhecimento
do risco, pela negligência, pela ausência ou pelo uso incorreto dos equipamentos de proteção
respiratória.
12.5.6 Alguns fatores são importantes acerca do processo de intoxicação por inalação em cenários
acidentais envolvendo produtos perigosos:
a) tempo de exposição: quanto maior o período de exposição aos produtos químicos, maiores são
as possibilidades de ocasionar danos à vida e à saúde das pessoas expostas;
c) nível de toxicidade: algumas substâncias são mais tóxicas que outras, se comparadas a uma
mesma concentração;
d) estado físico do produto (sólido, líquido, gasoso, vapor): essa condição guarda relação direta com
as formas de introdução e de velocidade de uma substância tóxica no organismo;
12.5.7 Em qualquer ambiente de trabalho cujas medidas de proteção coletiva não serem suficientes
para controlar os riscos existentes, como é caso dos cenários acidentais envolvendo produtos
perigosos, medidas urgentes referentes à proteção respiratória devem ser implantadas.
NOTA A Instrução Normativa no 01, de 11 de abril de 1994, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
e o documento Programa de Proteção Respiratória, da Fundação Jorge Duprat de Figueiredo, de Segurança
e Medicina do Trabalho (Fundacentro) estabelecem requisitos e recomendações para seleção e uso
de respiradores. De igual forma, é importante ser observado o disposto na Portaria n° 3214, de
08 de junho 1978, que aprova as Normas Regulamentadoras (NR) – do Capítulo V, Título II, da Consolidação
das Leis do Trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho, bem como as recomendações das Normas
Brasileiras pertinentes ao tema, expedidas no âmbito do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Conmetro).
12.5.8 Considerando que as condições reais de trabalho variam de um ambiente para outro
e as variáveis de risco de um cenário acidental nunca são semelhantes a outros, as informações
e recomendações relativas à seleção e ao uso de EPI e EPR desta Norma devem ser utilizadas apenas
como referência. A seleção e o uso do respirador mais adequado à situação de risco dependem de uma
série de fatores e devem ser feitos somente por pessoas com treinamento, experiência profissional
e conhecimento técnico acerca dos riscos do ambiente, bem como não pode haver dúvidas no que
se refere às capacidades e limitações de uso dos equipamentos de proteção respiratória.
12.5.9 A ocorrência de falhas na proteção da pele e olhos pode invalidar os limites de exposição
estabelecidos e o uso do respirador pode ser ineficiente na prevenção de efeitos adversos à saúde
das pessoas expostas. Portanto, somente proteção respiratória adequada não garante a segurança
do usuário no que se refere à intoxicação por exposição ao produto.
12.5.11 A ABNT NBR 12543 divide os equipamentos de proteção respiratória em dois grupos:
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
— respiradores purificadores de ar com filtro químico: estes respiradores podem ter como
cobertura das vias respiratórias uma peça um quarto facial, semifacial, facial inteira, semifacial
filtrante ou bocal. Os filtros químicos podem ser de baixa capacidade (FBC), pequenos (classe
1), médios (classe 2) ou grandes (classe 3), para remoção de um único vapor ou gás do ar
(por exemplo, cloro), uma classe de vapores ou gases (vapores orgânicos, por exemplo),
ou uma combinação de dois ou mais tipos de vapores ou gases (por exemplo, vapores
orgânicos e gases ácidos);
— respiradores purificadores de ar com filtro mecânico: estes respiradores podem ter como
cobertura das vias respiratórias uma peça um quarto facial, semifacial, facial inteira ou
peça semifacial filtrante. Os filtros mecânicos podem ser de classe P1, P2 ou P3. Os filtros
podem ser substituíveis ou podem constituir a própria cobertura das vias respiratórias, como
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.6.1 As equipes de resposta às emergências químicas, em regra, devem utilizar na área diretamente
afetada pelo produto vazado ou derramado, o equipamento autônomo de proteção respiratória (máscara
autônoma). Essa conduta, relacionada ao mais alto grau de proteção respiratória deve permanecer
inalterada até que o responsável pela segurança operacional, ou outro designado pelo comando, possa
garantir, por meio de critérios objetivos de avaliação, que as concentrações de produto no ambiente,
permitam a redução no nível de proteção respiratória, de equipamento autônomo para equipamentos
purificadores de ar. Além do monitoramento ambiental, são fatores a serem considerados na decisão
acerca do uso dos respiradores purificadores de ar:
b) tipo de risco respiratório (incluindo as propriedades físicas, químicas e toxicológicas do produto,
deficiência de oxigênio, efeitos fisiológicos sobre o organismo, concentração do material tóxico,
limites de exposição estabelecidos para os materiais tóxicos e a concentração IPVS estabelecida
para o material tóxico);
c) localização da área de risco em relação à área mais próxima que possui ar respirável;
12.6.2 O tempo durante o qual o respirador (máscara autônoma) proporciona proteção depende de
uma série de fatores:
c) tipo de atividade desenvolvida (as atividades que exigem esforços físicos maiores tendem a gerar
um consumo maior de ar respirável);
i) estado emocional (estresse) do usuário frente aos riscos e perigos presentes.
12.6.3 São fatores importantes na seleção de uma máscara autônoma: o peso, o volume do
equipamento, a autonomia, o treinamento requerido para sua manutenção e o uso seguro. A máscara
autônoma de circuito fechado, por exemplo, geralmente é indicada para serviços acima de 1 h, enquanto
as de circuito aberto, para trabalhos de até 1 h, ou menos. As máscaras autônomas de circuito aberto
e fechado são disponíveis nas modalidades de operação em pressão positiva ou negativa. As de
demanda sem pressão positiva não mantêm, durante a inalação, a pressão dentro da cobertura das
vias respiratórias acima da pressão ambiente, mas as de pressão positiva são projetadas para manter
a pressão dentro da peça facial acima da pressão ambiente, mesmo durante a inalação.
12.6.5 A máxima concentração na qual pode ser utilizado o respirador purificador de ar depende
da eficiência do filtro mecânico, da capacidade do filtro químico (de baixa capacidade, cartucho
pequeno, médio ou grande) e do tipo da peça facial, isto é, do fator de proteção atribuído.
12.6.6 O período de tempo durante o qual o usuário está protegido depende de:
12.6.8 Os respiradores com filtro mecânico proporcionam proteção somente contra aerossóis e não
oferecem proteção contra gases e vapores.
12.6.9 As vantagens e desvantagens dos respiradores com filtros combinados (químico e mecânico)
podem ser deduzidas dos itens anteriores.
12.6.10 A seleção dos respiradores deve ser feita conforme indicado no Programa de Proteção
Respiratória da Fundacentro.
12.6.11 A Figura 11 ilustra por meio de diagrama, uma simplificação do processo de seleção
de equipamentos de proteção respiratória.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.6.12 A escolha de qual EPR é o mais adequado aos riscos e perigos presentes em um cenário
acidental envolvendo o TRPP é baseada em diversos fatores, entre os quais destaca-se o fator de
proteção atribuído (FPA), que desempenha um papel importante no processo de tomada de decisão
quanto à seleção de respiradores.
12.6.13 O FPA pode ser entendido como o nível de proteção respiratória que pode ser alcançado
no local de trabalho por 95 % dos usuários adequadamente treinados e supervisionados, utilizando
um respirador (ou classe de respirador) selecionado, mantido corretamente em bom estado, colocado
e ajustado de modo correto. Em outras palavras, é a proteção que se pode esperar, quando o EPR
é usado dentro de um programa de proteção respiratória, levado a efeito em um cenário acidental.
a) comunicação interna: consiste na comunicação implantada dentro das linhas fronteiriças
das zonas de trabalho e se perfaz entre o comando de operações e as equipes de intervenção
e de apoio a resposta emergencial;
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
b) comunicação externa: ocorre entre o comando de operações ou outro por este designado
e o pessoal externo, não diretamente ligados às ações de resposta, que pode compreender
a população afetada pelo acidente, setores da imprensa, autoridades públicas, ministério público,
ONG e outros interessados em obter informações acerca do acidente e de seus desdobramentos.
12.7.1.1 A comunicação interna seja verbal, por sinais visuais ou de audio, como: rádio, megafone,
telefones ou outros dispositivos dedicados à informação, normalmente utilizados para alertar
os envolvidos na resposta sobre fatos novos no cenário acidental, também é utilizada para informar
mudanças no planejamento e/ou nas estratégias das ações de resposta, sendo uma forma eficiente
de manter o comando de operações atualizado sobre as ações realizadas nas diferentes zonas
de trabalho. É importante que os sinais colocados em prática no cenário acidental sejam conhecidos
com antecedência entre todos os envolvidos nas ações de resposta.
12.7.1.2 Cabe ao responsável pela comunicação interna estabelecer um conjunto de sinais a serem
empregados em casos de emergência (situações que fogem ao planejado). É importante que estes
sinais sejam bastante distintos dos demais sinais de comunicação, de forma a não serem confundidos
com outros sinais de comunicação operacional.
12.7.1.3 Uma comunicação interna eficaz exige também a identificação individual de todos
os envolvidos na ação de resposta. Cabe ao responsável pela comunicação interna manter os registros
individuais atualizados no SCO.
12.7.1.4 Nos cenários em que a visibilidade é prejudicada, seja por falta de iluminação, neblinas,
névoas, chuvas ou mesmo pela alta concentração de produto no ambiente, deve-se empregar
dispositivos de comunicação seguros que permitam observar e ser observado a uma distância segura,
de modo a evitar que, mesmo por alguns instantes, se perca alguém de vista dentro da zona quente.
Dispositivos de áudio, como buzinas de ar comprimido, ou dispositivos visuais, como bandeirolas
em cores vivas, são recursos que devem fazer parte do sistema de comunicação no cenário acidental.
12.7.2.3 Acidentes envolvendo o TRPP normalmente atraem órgãos de imprensa ao local. Durante
e após o atendimento à emergência, os repórteres tendem a gerar uma demanda significativa
ao comando de operações, com telefonemas, pedidos de informações, declarações públicas
e entrevistas. Deve-se ter cautela ao gerenciar o atendimento de demandas dessa natureza durante
as ações de intervenção, de forma a não comprometer as tarefas do comando e/ou das equipes
de resposta. Cabe ao comando, em operações, estabelecer critérios de priorização para o atendimento
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.7.2.4 O SCO, dentro do escopo do plano de comunicação de riscos, deve dar conhecimento
a todos os envolvidos nas ações de resposta que apenas pessoas designadas como porta-vozes têm
permissão para falar com a imprensa. Essa política deve ser de conhecimento de todos os envolvidos,
sejam instituições públicas e/ou privadas.
12.7.2.7 As declarações à imprensa devem ser realizadas de preferência em ambientes mais calmos,
sem interferência de terceiros. As respostas devem limitar-se ao que foi perguntado, de forma
clara e objetiva. Deve-se evitar o coloquialismo na fala, bem como os jargões, as gírias, os clichês,
as opiniões políticas, os juízos de valor e quaisquer outras abordagens que possam, de alguma forma,
polemizar as declarações e assim comprometer a imagem de pessoas e/ou de instituições (públicas
ou privadas).
12.7.2.8 Cabe ao porta-voz ou outro designado pelo comando acordar com os profissionais
de imprensa, com a antecedência devida, os assuntos objetos da entrevista. Deve o porta-voz
manifestar-se somente sobre os fatos relacionados ao acidente, evitando especulações sobre
as causas do acidente.
12.7.2.9 Os termos técnicos devem ser evitados. A declaração à imprensa deve considerar que os
receptores das informações, na sua maioria, são leigos no assunto. Cabe ao porta-voz comprometer-se
com a objetividade, simplicidade e clareza na fala, em termos que possam ser facilmente compreendidos
pela população.
12.7.3.1 Os rádios intrinsecamente seguros (IS) são desenvolvidos para garantir uma comunicação
eficiente e segura em locais classificados como atmosfera explosiva. Os rádios IS devem eliminar
qualquer possibilidade de descargas elétricas e faíscas.
12.7.3.2 Os ambientes onde ocorre presença de produtos inflamáveis são definidos como áreas
classificadas, levando em conta se o produto está na forma de gás, vapor ou poeira.
12.8 Descontaminação
12.8.1 A descontaminação é um processo que consiste na remoção física de contaminantes
ou na alteração de sua natureza química para substâncias mais inócuas. O termo é comumente
empregado para se referir à descontaminação de EPI, instrumentos, veículos, máquinas, equipamentos
ou vítimas expostas a determinadas substâncias.
12.8.3 Muito embora a descontaminação seja uma atividade realizada após a entrada na zona
quente, a lógica operacional da descontaminação como primeira ação parte do princípio de que
a equipe de entrada, estando sujeita a toda sorte de situações, pode ter que deixar a zona quente
a qualquer momento, independentemente do motivo, requerendo para tanto passar pelo processo
de descontaminação.
12.8.4 Os procedimentos de descontaminação não podem ser negligenciados, pois quem responde
a este tipo de emergência não pode converter-se em parte do problema. Ainda, os procedimentos
de descontaminação devem ser mantidos até que o responsável pelo corredor de redução
de contaminação (CRC), com a devida aprovação do comandante de operações, determine que
os procedimentos de descontaminação não são mais necessários.
12.9.1 O processo de descontaminação tem por objetivo principal a prevenção da contaminação das
equipes de resposta, ou seja, visa evitar que as equipes expostas a determinado produto na zona
quente venham a sofrer algum tipo de contaminação.
12.9.2 A descontaminação visa ainda garantir que os produtos vazados ou derramados permaneçam
dentro dos limites da zona quente. Com isso, busca-se evitar que as movimentações operacionais
de pessoas, veículos, máquinas ou equipamentos nas diversas zonas de trabalho sejam realizadas
de forma descontrolada e que possam, de alguma forma, transportar os contaminantes da zona quente
para as áreas isentas de contaminação, ampliando dessa forma a área impactada pelo acidente.
12.10.1 Desde que os recursos e os procedimentos de segurança sejam adequados aos perigos
do cenário acidental, a intervenção das equipes na zona quente não pode ser sinônimo de contaminação.
Estando as equipes devidamente paramentadas e treinadas, estas podem ficar expostas a determinada
concentração de produto, por determinado período, sem, no entanto, sofrer os efeitos adversos
de uma contaminação.
12.10.2 Mesmo com a adoção de boas práticas de trabalho, a exposição das equipes pode ocorrer
por:
e) instruir e fazer cumprir os procedimentos de descontaminação de forma segura, tanto para
as equipes de intervenção, quanto para a equipe de descontaminação;
f) zelar pela segurança e conforto da equipe de descontaminação ao longo de toda a operação;
12.12.1 O corredor de redução de contaminação (CRC) é a área de transição entre a zona contaminada
(zona quente) e as áreas isentas de contaminação (zona fria e zona de exclusão). A área de transição
onde o CRC deve ser instalado é denominada zona morna.
12.12.2 A escolha do local para instalação do CRC deve seguir parâmetros semelhantes
aos adotados para a definição das áreas de apoio, ou seja, não é recomendada a instalação
do CRC em locais mais baixos em relação ao local do acidente, a direção do vento deve ser da zona
morna para a zona quente (vento pelas costas). O monitoramento ambiental deve auxiliar a tomada
de decisão quanto aos limites da zona quente e início da zona morna.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.12.3 O CRC deve ser a rota obrigatória para a entrada e a saída da zona quente. Ninguém deve ser
autorizado a deixar a zona quente sem obrigatoriamente passar pelo processo de descontaminação,
instalado na zona morna.
e) número de estações necessárias para a completa descontaminação das roupas de proteção
e dos equipamentos utilizados;
g) número de pessoas que podem compor a equipe de descontaminação e os recursos materiais
disponíveis.
12.12.5 A importância de se conhecer o nível de proteção adotado pelas equipes se justifica pela
forma como os trajes são colocados e retirados do corpo, assim, ao serem utilizadas as roupas
Nível A de proteção, a sequência da descontaminação exige inicialmente a lavagem e remoção
da roupa e posteriormente a remoção da máscara autônoma. Já no caso de utilização de roupas
Nível B de proteção, inicialmente é realizada, além da lavagem, a remoção da máscara autônoma
e, posteriormente, a remoção da roupa de proteção. Isso deve refletir nos procedimentos adotados
no CRC.
12.12.6 Alguns aspectos básicos que devem ser considerados para o estabelecimento de um
CRC são: a necessidade de se realizar um planejamento inicial de todas as atividades que devem ser
desenvolvidas, o estabelecimento de procedimentos, a presença de recursos materiais e humanos
suficientes para se proceder a uma descontaminação a contento e a necessidade de se atentar
à própria segurança da equipe que realizar a descontaminação etc.
12.13.3 O planejamento deve considerar que a cada etapa avançada ao longo do CRC o equipamento
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
de proteção individual deve estar menos contaminado. Dessa maneira, o planejamento deve considerar
que a descontaminação deve ser iniciada pelos EPI potencialmente mais contaminados, geralmente
as luvas e as botas.
12.14.1 Desde que não comprometa a segurança da equipe de intervenção, algumas medidas
preventivas podem ser adotadas como forma de evitar uma contaminação aos itens de proteção
individual que normalmente são os mais expostos aos produtos vazados ou derramados, como luvas
e botas, as quais podem ser envolvidos por material plástico descartável. De igual forma, se for
compatível com os perigos do(s) produto(s) e com a atividade a ser realizada, roupas descartáveis
podem ser utilizadas, se o nível máximo de proteção cutânea não for requerido. É importante frisar que
essas ações visam poupar parte do processo de descontaminação, com o uso de material descartável,
que deve ser removido e depositado em recipiente próprio (ensacados) antes da entrada nas piscinas
de descontaminação.
12.14.2 A utilização de material descartável sobre luvas e botas, bem como a utilização de trajes
considerados descartáveis, só devem ser colocadas em prática se não oferecerem riscos adicionais
às equipes de intervenção e se contarem com a devida aprovação do comando de operações
e do responsável pelo CRC.
12.15.1 Em razão da atividade a ser realizada e das características do(s) produto(s) vazado(s)
ou derramado(s), a possibilidade da equipe de descontaminação sofrer algum tipo de exposição
no CRC é bastante concreta. Por essa razão, a equipe deve estar preparada não só para as atividades
de descontaminação, como também deve estar familiarizada com o uso de equipamentos de proteção
pessoal, como as roupas de proteção química, os equipamentos de proteção respiratória, as luvas
e as botas de proteção química.
12.15.3 A equipe de descontaminação deve utilizar o mesmo nível de proteção ou um nível abaixo
daquele utilizado pela equipe de intervenção. Assim, se a equipe de intervenção utilizar Nível A
de proteção, a equipe de descontaminação pode utilizar o Nível A ou B de proteção, dependendo
das características do produto envolvido.
12.15.4 O CRC, por estar localizado na zona morna, em regra, não recomenda-se apresentar níveis
de contaminação sequer próximos do existente na zona quente. Contudo, em razão do trânsito
constante de pessoas, máquinas e equipamentos vindos da zona quente, algum contaminante pode
permanecer no CRC. Dessa forma, é necessário o monitoramento ambiental no CRC ao longo
da operação.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.15.5 As concentrações de contaminantes na fronteira entre a zona quente e a zona morna devem
estar próximas dos índices do limite de tolerância (LT), para o produto. Esses valores representam
uma referência e nunca podem ser encarados como uma linha divisória entre o que é seguro e o que
é inseguro, tendo em vista as diferenças fisiológicas, metabólicas e bioquímicas entre indivíduos,
sendo que alguns indivíduos podem desenvolver efeitos adversos mesmo em concentrações abaixo
do LT, enquanto outros podem não ser afetados mesmo em concentrações acima do LT. Em razão
disso e mesmo havendo baixas concentrações dos contaminantes no CRC, não se pode permitir que
a equipe de descontaminação dispense o uso dos equipamentos de proteção pessoal, principalmente
os equipamentos de proteção respiratória.
12.15.6 Caso as concentrações dos contaminantes na linha divisória entre a zona quente e o
início da zona morna estejam próximos ou acima do valor-teto do LT, o reposicionamento imediato
do CRC deve ser considerado.
12.16.2 Nos casos que envolvem produtos de média e alta toxicidade (DL50 inferior a 5 g/kg e inferior
a 50 mg/kg, respectivamente), a descontaminação deve ser iniciada ainda no local da ocorrência,
podendo ou não ser dada a sua continuidade quando do retorno dos trabalhos de campo.
12.16.3 Quando não é possível se proceder a uma descontaminação efetiva em campo, o procedimento
mais adequado implica na remoção grosseira do contaminante (para que este não contamine
as equipes durante o procedimento de retirada das roupas de proteção) e a colocação das roupas
descontaminadas em sacos ou recipientes plásticos, para posterior descontaminação em local
apropriado.
12.16.5 Há casos em que o processo de descontaminação não necessita ser realizado integralmente
ou não necessita ser realizado de forma alguma. Por exemplo, fotógrafos, coletores de amostras
e operadores de equipamentos, bem como outras pessoas que estejam presentes na zona quente
executando tarefas que não as coloquem em contato com os produtos químicos contaminantes,
podem não necessitar de lavagem e limpeza das suas roupas, sendo suficiente uma lavagem de botas
e segregação de equipamentos.
12.16.6 Já um técnico que saiu da zona quente para receber ou entregar equipamentos portáteis
de detecção, ferramentas ou outros instrumentos e, de imediato, retornou àquele local, pode não
necessitar de descontaminação. Nas situações em que um técnico precise sair da zona quente para
substituir o cilindro de ar ou para trocar uma máscara, ou um filtro de proteção, ele necessita de algum
grau de descontaminação.
12.16.7 É importante salientar que durante todo o procedimento de descontaminação não é permitido
fumar, comer, beber e tocar o rosto, antes de haver completado todas as atividades previstas.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.17.1 Alguns recursos bastante úteis para o processo de descontaminação são pulverizadores
portáteis, bombas costais, mangueiras, chuveiros, recipientes para coleta de efluentes líquidos e sólidos
(piscina), escovas de cerdas macias com cabo longo e vassouras. Estes devem ser selecionados
de acordo com a sua disponibilidade.
12.17.2 Outras considerações, como a facilidade de manuseio dos equipamentos, também devem
ser observadas. Por exemplo: escovas de cabo longo e de cerdas macias podem ser utilizadas
na remoção dos contaminantes; baldes, regadores e borrifadores com água limpa podem ser
utilizados para lavar e enxaguar os equipamentos; piscinas infantis podem ser utilizadas para receber
(conter) as águas de lavagem; sacos plásticos e sacos de lixo podem receber roupas e equipamentos
contaminados.
12.17.3 As pessoas que necessitam ser descontaminadas devem receber instruções precisas
de como proceder em cada estação de descontaminação. Assim, é recomendável que placas e
avisos sejam colocados em cada estação, informando as atividades que ali devem ser realizadas.
A Figura 12 ilustra os recursos mínimos do CRC.
Legenda
12.18.1 O CRC deve ser constituído por diferentes estações de descontaminação, as quais podem
variar de de acordo com o grau de toxicidade do produto envolvido, por exemplo, um hidrocarboneto
de petróleo, em regra, requer menos estações do que um pesticida de alta toxicidade.
12.18.2 As diferentes estações estão distribuídas em forma longitudinal e em cada uma delas
é realizada uma atividade específica, sendo que à medida que o técnico avança nas estações, diminui
a contaminação.
12.18.3 O responsável pela segurança das operações na zona quente, bem como o responsável
pelo CRC, devem estar atentos quanto a reserva de ar dos cilindros dos técnicos que deixam a zona
quente e iniciam os procedimentos de descontaminação. O controle de tempo é necessário para que
a reserva de ar contida nos cilindros permita ao técnico percorrer com segurança as diversas estações
de descontaminação. Normalmente os alarmes sonoros dos equipamentos autônomos de proteção
respiratória disparam quando a reserva de ar está em torno de 5 min de autonomia.
12.19.1.1 Uma vez definido pelo SCO que a situação requer e permite uma intervenção direta
na zona quente, cabe ao comando de operações estabelecer os objetivos primários da operação.
12.19.1.3 A primeira entrada permite que as equipes obtenham informações que, normalmente,
à distância seriam difíceis de serem obtidas pelo comando de operações, como por exemplo, quantificar
por meio de equipamentos portáteis de detecção a concentração de produto na zona de maior risco,
definindo dessa forma a extensão do perigo.
12.19.1.5 A aproximação ao local de maior risco somente deve ser realizada se houver meios
seguros para tal, não sendo recomendável nas situações em que houver grande liberação de produto,
ou na presença de fogo ou risco de explosão. As ações de primeira entrada incluem, porém não
se limitam as seguintes tarefas:
b) resgatar vítimas;
e) identificar os meios atingidos pelo produto (água, ar, solo, fauna, flora);
12.19.1.6 As operações relacionadas ao resgate de vítimas devem ter prioridade sobre as demais
ações, contudo, só devem ser realizadas se houver meios seguros para tal, sob riscos de gerar um
número maior de vítimas a serem socorridas.
12.19.1.8 As equipes de intervenção e de espera (backup) devem ser constituídas por pessoal
com experiência na atividade. Em razão dos perigos e riscos envolvidos nas operações, pessoas
inexperientes não podem compor tais equipes. As pessoas menos experientes devem limitar-se às
operações de apoio nas zonas de trabalho de menor risco e que não impliquem em exposição direta
aos produtos.
NOTA Cenários acidentais envolvendo o TRPP não permitem que pessoas inexperientes aprendam
fazendo, uma vez que os riscos podem superar os eventuais benefícios.
12.19.1.9 Para as ocorrências de maior risco, as equipes de intervenção, no que se refere à primeira
entrada (reconhecimento), devem no mínimo ser constituídas por três integrantes por equipe.
A composição das equipes, para as tarefas posteriores ao reconhecimento, está diretamente
relacionada aos objetivos da operação, ou seja, o que define o número de técnicos nas áreas de maior
risco é a natureza da atividade a ser realizada, portanto trata-se de um critério vinculado as tarefas.
m) avaliação preliminar de impacto ambiental – meios atingidos (ar, água, solo, fauna, flora);
12.20.2 Os temas da preleção relacionados em 12.20.1 devem ser realizados em conjunto com
o apoio técnico presente no cenário acidental (corpo de bombeiros, defesa civil, órgãos de meio ambiente,
prefeituras, fabricante do produto, transportador, expedidor, polícia rodoviária, administradoras
de rodovias, empresas especializadas em atendimento à emergência química e demais participações
que se fizerem necessárias). As equipes de intervenção e de espera (backup) devem estar
paramentadas com o mesmo nível de proteção cutânea e respiratória.
12.20.3 As ações da primeira entrada na zona quente devem ter como objetivo obter informações
sobre a situação, as quais devem subsidiar aqueles que planejam as atividades de intervenção
e controle emergencial.
12.20.4 A equipe de primeira entrada, mesmo para uma operação de reconhecimento, deve ter um
plano A (principal) e um plano B (secundário). É importante que a equipe tenha uma clara compreensão
do que pretende realizar. Se um plano não puder ser implementado em razão de circunstâncias
imprevistas, a equipe deve recuar e reagrupar-se. O improviso pode agravar os riscos presentes.
e) Como sair da área de maior risco para uma área segura?
i) Quem ou o que está sob ameaça (pessoas, meio ambiente, patrimônio)?
j) Há recursos locais suficientes (material e humano) para iniciar uma ação de resposta?
12.20.7 Cabe ao responsável pela segurança operacional fazer com que as equipes de intervenção
se mantenham alertas sobre os perigos e riscos do cenário acidental.
12.20.8 No calor do momento, as equipes de resposta, por vezes, desenvolvem a visão de túnel,
ou seja, o foco das ações de resposta tendem a se fixar em demasia em um único objetivo, o que pode
dificultar a percepção dos riscos gerais da operação, como, por exemplo, o foco centrado nos riscos
químicos podem negligenciar os riscos mecânicos, muito comuns em acidentes envolvendo o TRPP.
12.20.9 Nestes casos, deve-se dar um passo atrás e reexaminar cuidadosamente toda a cena,
de forma a notar pequenas mudanças no cenário acidental. Importante frisar que dependendo das
características dos produtos envolvidos e das condições do cenário acidental, pequenas mudanças
podem produzir graves consequências.
12.20.10 Este processo de avaliação deve sempre referir-se ao caso concreto. Não pode ser
empregado como modelo, de forma genérica.
Havendo apoio médico no cenário acidental, uma avaliação médica preliminar à autorização
de entrada na zona quente deve ser realizada.
a) estratégia (planejamento): o que deve ser feito, estabelecendo as manobras ou estratagemas
usados para alcançar um objetivo ou resultado específico, considerando as etapas anteriores
de identificação e avaliação dos perigos e riscos presentes no cenário acidental;
b) tática (modo de execução): implementar e executar aquilo que foi considerado na estratégia
de ação para o efetivo controle da situação emergencial, considerando o conjunto de meios
ou recursos empregados para alcançar um resultado favorável.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
12.22.2 Em razão da dinâmica de um acidente envolvendo o TRPP e também pelo fato de que
as ações levadas a efeito podem não resultar no fim desejado, tanto a estratégia quanto a tática
devem ser constantemente avaliadas e modificadas, se necessário.
12.22.3 A Figura 14 ilustra uma situação hipotética, distinguindo estratégia e tática, bem como
destaca a necessidade de avaliação constante das ações colocadas em prática. No exemplo, ocorre
um vazamento de produto pela tubulação de um caminhão-tanque transportando produto perigoso.
A estratégia (inicial) consiste em estancar o vazamento (1). A tática empregada para estancar
o vazamento consiste em instalar uma bandagem pneumática sobre o ponto de vazamento na
tubulação (2). O resultado que se espera é que a bandagem emborrachada, devidamente ajustada
pelos tirantes e, associada à pressão aplicada no equipamento pneumático seja suficiente para conter
o vazamento - o que não ocorre. Em razão disso, nova estratégia deve ser concebida, uma vez que a
estratégia 1 (estancar), se mostrou ineficaz. Dessa vez, opta-se pela contenção (3) como estratégia de
ação. Para tanto, utiliza-se como tática, um dispositivo de contenção (4). A estratégia se mostra eficaz
na contenção, contudo a capacidade de armazenamento do dispositivo de contenção (piscina plástica)
demanda que nova estratégia seja elaborada como forma de evitar o extravasamento do produto.
A estratégia decidida é pela transferência do produto, ou seja, do dispositivo de contenção (piscina)
para outro recipiente (5). A tática de ação consiste em utilizar uma bomba manual de transferência
de líquidos (6). Dessa forma, seguir a dinâmica cíclica das ações de resposta: planejar, implementar
e avaliar.
12.22.4 A fim de determinar a melhor estratégia de ação, as equips devem estar preparadas para
interpreter o que já ocorreu no cenário acidental, o que está ocorrendo, bem como o que pode ocorrer.
Quanto maior a complexidade da operação de mitigação, maior deve ser a participação do SCO
nas tomadas de decisões.
Os métodos básicos de mitigação de riscos em acidentes envolvendo o TRPP podem ser divididos
em dois grandes grupos: métodos físicos e métodos químicos.
13.1.1.1 Os métodos físicos de controle emergencial consideram, desde que compatíveis com
os perigos e riscos do cenário acidental, o emprego de qualquer processo ou procedimento que
permita estancar e conter derramamentos ou vazamentos ou qualquer outro mecanismo de liberação
de produto para o meio ambiente.
13.1.1.3 Independentemente das técnicas adotadas e dos recursos empregados (EPI, EPR, materiais,
produtos, ferramentas, máquinas e equipamentos), estes devem sempre considerar, na seleção
da melhor técnica e no uso de recursos, os perigos intrínsecos dos produtos envolvidos.
13.1.3.1 Alguns métodos tanto físicos quanto químicos, se mal empregados, podem gerar uma
reação química indesejada (calor, fogo ou explosão) ou mesmo ampliar a geração de resíduos
e/ou a área diretamente impactada pelo vazamento ou derramamento do produto, como no caso
da diluição, por exemplo. Os órgãos de fiscalização e controle ambiental da região devem ser
informados e consultados acerca das ações planejadas para a resposta emergencial.
13.1.3.2 Muitos dos métodos químicos e físicos destinados a mitigar um acidente no TRPP podem
requerer um elevado grau de especialização e experiência das equipes de resposta, bem como
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.2.2 Algumas ações de contenção envolvem um risco acentuado para as equipes de resposta,
uma vez que são obrigadas a ficar expostas ao contato direto com o produto durante a tentativa
de contenção.
13.2.3 Das operações de resposta à emergência no TRPP, por certo, as ações de contenção são
as que têm maior potencial de causar acidentes com lesões. Um diagnóstico prévio deve ser feito pelo
responsável pela segurança operacional e no mínimo deve contemplar as seguintes abordagens:
13.2.4 Dados os riscos envolvidos nas ações de contenção dos produtos vazados ou derramados,
estas só devem ser levadas a efeito quando a avaliação preliminar da situação indicar a possibilidade
de sucesso na operação.
13.3.1 Absorção
13.3.1.4 Os materiais e produtos absorventes requerem critérios técnicos na sua seleção e utilização,
ou seja, diferentes tipos de absorventes são concebidos para diferentes tipos de produtos.
13.3.1.6 Como a maioria dos materiais absorventes é comercializada em sacos, baldes, em forma
de barreiras, almofadas, mantas e outras embalagens, é importante que estas embalagens possuam
formas de identificação, bem como orientações sobre a aplicação segura para determinada família
de produtos químicos. Ainda, as informações do fabricante devem trazer as restrições e precauções
de uso, além da composição do produto.
13.3.1.7 Os materiais absorventes podem ser classificados em quatro categorias, a Figura 16 ilustra
apresentação de produtos e matérias absorventes:
b) orgânicos naturais manufaturados: são produtos de origem orgânica que, após tratamento físico,
adquirem propriedades oleofílicas, aumentando significativamente a sua capacidade de absorção
e adsorção, ou, ainda, materiais que a eles tenham sido agregados outros produtos, a fim
de conferir características adicionais. Exemplos desses absorventes são turfa, celulose, semente
de algodão, entre outros;
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
c) orgânicos sintéticos: são eficientes na absorção de líquidos, óleos e alguns produtos químicos
em geral. São produtos orgânicos obtidos industrialmente por meio de processamento físico
e químico (isomerização, polimerização, oxidação, entre outros). Exemplos desses absorventes
são espuma de poliuretano, fibras de polietileno e polipropileno, copolímeros especiais, fibra
de náilon, entre outros. Absorventes orgânicos sintéticos em geral possuem capacidade
de absorção, em média até 70 vezes o seu peso em óleo, enquanto que os absorventes
orgânicos naturais ou manufaturados absorvem no máximo 15 vezes o seu peso em óleo.
Materiais absorventes orgânicos, assim como os manufaturados, podem ser incompatíveis com
muitas substâncias químicas, como ácidos, bases e oxidantes. O contato de absorventes dessa
natureza com determinadas classes de produtos pode provocar a ignição do absorvente. Existem
no mercado diversos tipos e formatos de absorventes sintéticos, e sua escolha deve ser compatível
com o produto envolvido, a atividade a ser realizada e o cenário acidental, para uma resposta
eficaz. Exemplos de formatos de materiais absorventes: mantas, travesseiros, cordões, rolos,
barreiras, barreiras flocadas, barreiras de tiras entre outros;
d) minerais: são produtos de origem inorgânica extraídos diretamente da natureza ou após
tratamento químico ou físico. Normalmente os tratamentos a esses materiais visam aumentar a
sua capacidade de absorção/adsorção. Exemplos desses materiais são sílica, terra diatomácea,
argila, perlita, vermiculita, entre outros.
13.3.2.1 Dissolução é a técnica aplicada nos casos em que há perda de contenção de gases
ou vapores solúveis em água. Nestes casos, jatos d’água, sob a forma de neblina intensa são
lançados por sobre a nuvem dos gases ou vapores vazados, de forma a ajudar no processo de diluição
do produto solúvel.
13.3.2.2 A dissolução, na maioria dos casos, para ser efetiva, requer grandes volumes de água.
A água residual da operação deve ser contida, sob risco de contaminar os corpos d’água da região.
13.3.2.3 A técnica de dissolução não se apresenta efetiva quando o acidente envolve a perda
de grandes volumes de produto para a atmosfera.
13.3.2.5 Nas ações emergenciais, a técnica de dissolução se compara com a diluição em água,
a qual se constitui um dos métodos mais utilizados e eficientes para a redução dos riscos oferecidos
pelos agentes oxidantes e peróxidos orgânicos. A diluição, nesses casos, tem por objetivo reduzir
a concentração e consequentemente o poder oxidante e a reatividade química desses materiais.
Em caso de acidentes destes produtos, mesmo com o risco subsidiário de corrosivo, deve ser tratada
a emergência com a utilização de água em quantidade abundante. Porém, devido à solubilidade
de alguns desses produtos, a água de diluição deve ser armazenada de modo a evitar poluição.
A Figura 17 ilustra a técnica de dissolução (gás/vapor solúvel em água).
13.3.3.1 A dispersão consiste na técnica de lançar grandes volumes de água sobre a nuvem do produto
vazado. A água lançada deve ser aplicada na forma de neblina. Tal qual a técnica de dissolução,
a dispersão requer grandes volumes de água para ser efetiva. Neste caso, a neblina intensa de água
promove a dispersão do produto na atmosfera por meio da intensa movimentação física gerada pela
neblina, o que contribui para a diminuição da concentração do contaminante no ambiente.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.3.3.2 A diferença entre dissolução e dispersão é que, neste último, o contaminante sujeito à neblina
não é solúvel em água, portanto as características do produto tendem a permanecer inalteradas, o que
deve requerer maior cuidado quanto à contenção e recolhimento das águas residuais da operação.
13.3.3.3 De igual forma, a técnica de dispersão não se mostra eficaz quando a ocorrência envolve
a perda de contenção de grandes volumes de gases ou vapores de produtos insolúveis em água.
A Figura 18 ilustra a técnica de dispersão (gás/vapor insolúvel).
NOTA É importante que, tanto na dissolução como na dispersão, o uso da neblina d’água ocorra somente
sobre a nuvem de vapor de um gás na atmosfera. Caso a neblina d’água seja aplicada sobre as eventuais
poças formadas, por exemplo por um gás liquefeito, ocorre a intensa evaporação do produto, gerando um
aumento na geração de gases ou vapores na atmosfera, agravando significativamente o controle da situação
emergencial.
13.3.4.1 As técnicas de desvio envolvem sempre uma mudança de direção do fluxo do contaminante.
Basicamente, consistem no deslocamento controlado de um líquido, gás ou vapor, de uma área para
outra, na qual os efeitos ao homem e ao ambiente possam ser substancialmente reduzidos.
13.3.4.2 Embora mais complexo, é possível também realizar manobras de desvio em vazamentos
de gases ou vapores, cuja densidade seja igual ou maior que a densidade do ar. Nestes casos, uma
barreira física pode ser instalada com essa finalidade, ou seja, impedir que o fluxo de gás/vapor
vazado, alcance uma determinada área a ser protegida.
13.3.4.3 A barreira física pode se dar com o emprego de uma intensa neblina d’água sobre a nuvem,
formando uma parede de bloqueio da movimentação do gás. Também é possível instalar uma barreira
sólida visando conter a movimentação do gás ou vapor. Para tanto pode-se lançar mão do uso de
lonas plásticas, sendo estas escoradas verticalmente com estacas, formando assim uma parede.
13.3.4.4 É importante que a base desse desvio seja lastreada com areia ou terra, de forma a evitar
que o gás ou vapor a transpasse. Nestes casos, a efetividade da manobra só é alcançada se as
quantidades vazadas forem de pequena monta e o gás ou vapor for mais denso (pesado) que o ar,
e também se a topografia do terreno contribuir de forma favorável, por exemplo, podem-se usar as
depressões do terreno a favor da operação de desvio. A Figura 19 ilustra uma operação de contenção
de gás com densidade > 1, utilizando estacas, cordas e lona plástica.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.3.4.6 Quando o derrame envolve produto líquido, o desvio pode ser feito utilizando qualquer
recurso material, desde que seja compatível com os perigos do produto, de forma a criar uma barreira
física de mudança de direção do fluxo do produto.
13.3.4.7 A fim de evitar possíveis extensões da contaminação, como a percolação de produto no solo,
os canais escavados devem ser forrados com lona plástica ao longo de seu percurso.
13.3.4.8 Quando um contaminante sólido ou líquido, com densidade maior que a água, atinge um
corpo d’água de pouca largura e/ou vazão (um córrego, por exemplo), é possível improvisar um desvio
(bypass) do curso normal desse corpo d’água, desde que a contaminação não seja extensa.
13.3.4.9 Essa técnica permite ter acesso ao produto depositado no leito do córrego, uma vez que
a interrupção do curso d’água pelo desvio (bypass) irá facilitar a drenagem do trecho interrompido.
Normalmente a remoção do produto depositado no leito do corpo d’água acontece por sucção, uma
vez que a remoção manual com ferramentas tende a gerar pisoteio e assim empurar o produto para
o fundo da lama formada no leito.
13.3.4.10 Outra vantagem dessa técnica é que, caso a contaminação não seja extensa, o curso
do corpo d’agua, após poucos metros, volta ao seu normal. Depois de realizada a remoção do produto,
o desvio deve ser desativado, dando ao curso d’água seu fluxo normal.
13.3.4.11 Operações dessa natureza devem sempre ter a aprovação dos órgãos públicos
de fiscalização e controle ambiental e de recursos hídricos da região. A Figura 22 ilustra uma situação
cuja aplicação da técnica de desvio em corpo d’água se mostra adequada. Neste caso, foi criado
um curso alternativo para o fluxo d’água, evitando com isso o arraste da contaminação por longas
extensões.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.3.5.2 Em regra, o desvio precede o dique, ou seja, o desvio leva o produto até um determinado
local, onde este pode ser contido com segurança e controle, por meio da construção de diques.
13.3.5.3 Diques de contenção podem ser construídos de forma improvisada, com o material que
se disponha no local da ocorrência, como, por exemplo, areia, terra, pedras, detritos, pranchas
de madeira, ou mesmo aproveitando depressões do terreno para essa finalidade.
13.3.5.4 É importante que o material empregado nos diques não seja incompatível com o produto
vazado, sob risco de reação vigorosa (reação térmica, incêndio, explosão) e consequente perda
do controle da situação.
13.3.5.6 Outro fator a ser observado quando do emprego de terra como material para a construção
de diques diz respeito à capacidade de absorção do produto, ou seja, se o dique não for revestido com
material plástico, o volume de terra empregado é contaminado, convertendo-se em resíduo perigoso,
portanto obrigado à adequada disposição final, atendendo às exigências dos órgãos de fiscalização
e controle ambiental.
13.3.5.7 Em uma situação de alto potencial de risco, quaisquer materiais ensacados, como serragem,
areia e carvão, também podem ser utilizados; no entanto, com o passar do tempo, pode ocorrer
a penetração e o acúmulo do produto nos sacos. Tal fato pode ser minimizado, mediante a colocação
de mantas plásticas sobre o dique.
13.3.5.8 Sempre que possível, a construção de um dique deve começar com materiais mais pesados,
para o reforço da base, seguido de uma camada externa de materiais mais leves, como detritos
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
diversos. Se houver tempo para tal, lonas plásticas também podem ser colocadas entre as camadas
internas e externas do dique.
13.3.5.10 A construção de um dique pode ser realizada de forma manual ou com o emprego
de máquinas pesadas, como pá-carregadeira, retroescavadeira, entre outros.
13.3.5.11 Sempre que equipamentos pesados forem empregados, é recomendável observar os locais
onde a máquina irá operar, sob pena de provocar novo acidente, envolvendo cabos elétricos, dutos
e tubulações de água enterrados na região do acidente.
13.3.5.12 Para uma boa estabilidade, além de bem compactado, recomenda-se que a base do dique
tenha o dobro da sua altura.
13.3.5.13 O tipo de dique a ser construído depende da taxa de vazamento do produto, da sua
velocidade de deslocamento e da quantidade de produto envolvido. Por exemplo, líquidos densos, ou
com baixa velocidade de deslocamento, podem ser contidos em um dique circular.
13.3.5.14 Se o produto envolvido for inflamável, algumas medidas preventivas devem ser adotadas,
a fim de evitar sua ignição provocada por componentes elétricos como, por exemplo, uma máquina
ou ferramentas utilizadas para a construção do dique. Outra medida preventiva importante a ser
adotada é a aplicação de espuma (cobrimento da poça), de modo a minimizar a emanação de vapores
inflamáveis.
13.3.5.15 Durante o atendimento à emergência, o dique pode sofrer alterações, por conta da pressão
exercida pelo produto contido e também pela ação de chuvas, necessitando, assim, de reparos
recorrentes, o que poderá causar o aumento da quantidade dos materiais empregados em sua
construção. As Figuras 23 e 24 ilustram técnicas de construção de diques e desvio de contenção.
13.3.6.1 Barragens são construções temporárias realizadas de uma margem a outra de um corpo
d’água. O objetivo da barragem é conter e, posteriormente, recolher os produtos líquidos sobrenadantes
(densidade < 1) lançados na água. Dependendo do volume, da largura e da declividade do curso
d’água, a técnica de construção de barragens pode se mostrar eficiente como manobra de contenção.
13.3.6.2 Algumas características do produto são imprescindíveis para o sucesso dessa técnica,
como por exemplo, que não seja miscível e que sua densidade seja menor que a da água (< 1).
Nessas condições várias estratégias de combate se mostram apropriadas, sendo possível improvisar
e construir diversos tipos de barragens.
13.3.6.3 Os produtos químicos, quando na água, podem apresentar comportamentos muito distintos,
o que pode influenciar diretamente na estratégia de resposta à emergência. No caso de produto
imiscível e menos denso que a água, a intervenção é ativa, pois há a possibilidade de conter e recolher
o produto no barramento, minimizando assim os impactos ao meio ambiente. É o caso de derrames
de óleo e outros derivados de petróleo.
13.3.6.4 Uma das vantagens da barragem como manobra de contenção e posterior recolhimento
do produto vazado é a possibilidade de instalar tubos no corpo da barragem, a fim de permitir o controle
de vazão, evitando dessa forma a interrupção do curso d’água, o alargamento da área represada
e o consequente aumento da área impactada (solo, vegetação).
13.3.6.5 A instalação de tubos de controle de vazão, em regra, acontece com a utilização de tubos
em PVC. Nestes casos, sendo o produto sobrenadante, a tubulação é instalada abaixo do nível
d’água. Assim, o contaminante fica contido pela barragem, para as ações posteriores de recolhimento,
e o curso d’água segue seu fluxo normal sem interrupções. O diâmetro e a quantidade de tubos
instalados em um barramento devem ser proporcionais ao volume do corpo d’água. A Figura 25 ilustra
um dos modelos de barragem com controle de fluxo.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.3.6.6 As barragens construídas em areia, terra e outros materiais, se mostram efetivas para
os cursos d’água com baixo volume, correnteza e de margens estreitas. Para os corpos d’água com
características opostas, são comercializadas barreiras móveis de contenção, normalmente fabricadas
em tecido laminado de PVC e flutuadores em polietileno.
13.3.7.1 Utilizadas para o combate e contenção dos derramamentos de óleos e produtos químicos
imiscíveis na superfície da água, as barreiras são dimensionadas para várias aplicações, conforme
o meio em que são empregadas, como praias, mangues, margens de rios, áreas oceânicas, águas
protegidas ou abertas, áreas abrigadas (portos, canais, estaleiros, terminais petroleiros e lagoas
de contenção) de uso permanente e em áreas alagáveis. As barreiras móveis de contenção, em regra,
são comercializadas em lances de 15 m cada, com conectores em suas extremidades, o que permite
unir diversos lances até atingir o comprimento e a configuração desejados.
13.3.7.2 As barreiras móveis podem ser associadas às barreiras absorventes, aumentando assim
a eficiência nas ações de contenção e de recolhimento do produto represado. A fixação, o
posicionamento, a instalação, a conexão e o recolhimento das barreiras móveis demandam critérios
técnicos para uma maior eficiência na contenção. Instruções e capacitação quanto ao melhor uso das
barreiras móveis devem ser requeridas aos fabricantes e/ou distribuidores do produto. As Figuras 26
e 27 ilustram uma barreira móvel de contenção e tipos de barreira.
13.3.8.1 Para os produtos sobrenadante lançados em cursos d’água estreitos, tubulações ou outros
sistemas de drenagem, é possível lançar mão de improvisações, como uma prancha de madeira,
como forma de realizar uma barragem de contenção de curto prazo. A prancha de madeira constitui
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
recurso de fácil obtenção e de baixo custo. Pelo caráter de improviso, esse método de contenção
merece atenção constante na manutenção da barragem, até que outro dispositivo mais eficiente
possa ser empregado. As Figuras 28 e 29, ilustram a aplicação de prancha de madeira como meio
de contenção improvisado.
13.3.9.1 Nas situações nas quais não existam condições para a construção de um desvio ou de diques,
pode-se tentar reter o produto vazado em uma vala, em uma bacia ou em um tanque de contenção.
Por exemplo, em uma ocorrência envolvendo o vazamento de óleo diesel gerado pelo tombamento
de um caminhão, observa-se que, se não for contido, o produto atinge uma caixa de drenagem
de águas pluviais. Em razão do fluxo do produto e do limitado número de pessoas em campo, não
é viável a construção de um desvio ou de um dique. Nessa situação, a retenção do produto na própria
caixa de drenagem de águas pluviais é uma boa alternativa. A retenção em uma caixa de drenagem
pode ser realizada com os seguintes critérios:
a) revestimento da caixa com uma lona, a qual deve ser escorada por objetos pesados;
b) aplicação também de areia e pedras sobre a lona, se houver tempo disponível;
c) aplicação de água no fundo da caixa, até aproximadamente 30 cm abaixo do nível do solo;
13.3.9.2 Com esse processo, pouca quantidade de produto deve atingir o dreno, sendo que a maior
parte deve permanecer sobre a superfície da água. Essa técnica é eficiente apenas para os produtos
líquidos, insolúveis e menos densos que a água. Deve-se lembrar sempre que o produto contido
na caixa pode evaporar, criando, assim, um risco adicional.
13.3.9.3 Para os casos em que pequenas quantidades tenham sido derramadas, pode-se cobrir
o produto com lonas. Já para o caso de grandes quantidades derramadas, pode-se aplicar espuma
sobre o produto contido, para prevenir a sua evaporação. Em alguns casos, o produto pode ser contido
em um tanque ou em uma vala de retenção escavada no solo e revestida com lona plástica, conforme
mostrado na Figura 30.
13.3.9.4 Tal como nos casos anteriores, a construção de uma vala de contenção depende dos recursos
humanos e materiais disponíveis, da quantidade de produto derramado e do tempo disponível.
Em uma situação de emergência, caixas d’água e pequenas piscinas também são boas alternativas
para a contenção do produto.
13.3.9.5 Geralmente, qualquer estrutura de retenção que seja implantada acima do solo oferece uma
resposta mais rápida que as estruturas implantadas abaixo do nível do solo, uma vez que, para essa
última, é necessário o emprego de máquinas e equipamentos pesados de escavação, o que nem
sempre está prontamente disponível.
no solo, é muito importante que, ao final dos trabalhos de remoção ou de neutralização, seja realizada
a recuperação dos locais impactados, podendo ser necessário realizar estudo de caracterização
hidrogeológica da área do acidente. Assim, por meio desses estudos, é possível mapear toda a área
contaminada pelo produto, bem como determinar as técnicas de recuperação mais apropriadas.
13.3.10 Estanqueidade
13.3.10.1 Enquanto a fonte do vazamento não for cessada, ocorre a liberação do produto ao meio
e, consequentemente, incremento da área ocupada pelo produto líquido ou formação e dispersão
de nuvem na atmosfera, dificultando as ações de controle da emergência.
13.3.10.6 Para a utilização adequada dos equipamentos e dos materiais destinados às operações
de estanqueidade de vazamentos, é necessário um período de treinamento, de modo a familiarizar
os técnicos quanto ao manuseio deles, nas condições adversas normalmente encontradas. Via
de regra, quando esses equipamentos e materiais são preparados e utilizados em campo, os técnicos
devem estar utilizando luvas de proteção e equipamentos de proteção respiratória, fato esse que,
certamente, dificulta o tato e a visibilidade nos trabalhos.
13.3.10.7 Acidentes envolvendo tambores são comuns, principalmente por conta das falhas
nas operações de estiva. As empilhadeiras são causadoras de um elevado número de avarias
em tambores; no entanto, qualquer vazamento resultante de uma perfuração pode ser estancado,
por meio de algum método que ofereça resistência ao escoamento do líquido.
13.3.10.8 O primeiro método para esse controle é conseguir que o nível do produto permaneça
abaixo da perfuração, o que pode ser feito rapidamente, deitando-se o tambor com o furo para cima,
ou mesmo colocando o tambor (ou outro recipiente) de cabeça para baixo. Quando da ocorrência
de pequenos vazamentos pela tampa existente na parte superior do tambor, na maioria dos casos,
apenas o aperto das roscas existentes na tampa é suficiente para cessar o vazamento. Em outras
situações, é necessário um aperto melhor na cinta que envolve a tampa do tambor, utilizando-se
alicates e chaves de fenda compatíveis com os perigos do produto. A Figura 31 ilustra manobras
de reposicionamento de tambores.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.3.10.10 O batoque a ser utilizado deve ser confeccionado com material compatível com o produto
envolvido. Os materiais mais frequentemente utilizados para a confecção de batoques são madeira,
PVC, teflon, latão e alumínio. Os batoques são fabricados em diversas configurações, conforme
mostrado na Figura 32, podendo, dessa forma, ser utilizados nas mais diversas situações.
13.3.10.11 Outro sistema de vedação muito utilizado refere-se aos batoques denominados batoques
chumbadores e batoques com grampo, os quais são formados por uma junta de borracha ou
de neoprene, uma lâmina de metal posicionada atrás da junta e um grampo posicionado na frente
da junta, conforme ilustrado na Figura 33.
13.3.10.12 Ao utilizar esses batoques, o grampo é inserido no furo, enquanto que a junta de borracha
ou de neoprene e o metal são pressionados no ponto de vazamento. Ao se apertar a rosca, o grampo
é pressionado contra o furo, internamente, enquanto que a borracha ou o neoprene faz a mesma
pressão, porém externamente, resultando na estanqueidade do vazamento. A única restrição ao uso
desses tipos de batoques é que o diâmetro dos furos nos tambores deve ser maior que o do grampo.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Assim, é importante que uma grande variedade de diâmetros de grampos esteja disponível.
13.3.10.13 Para vazamentos em tubulações pressurizadas, as ações de contenção não tendem a ser
tão eficientes, uma vez que, nesse tipo de cenário, pode estar ocorrendo o bombeamento de produto
com alta pressão. De acordo com a pressão de bombeio e o tipo de avaria na tubulação, os batoques
podem ser utilizados com a finalidade de reduzir a taxa de vazamento. Nessa situação, batoques
com dreno são os mais apropriados, uma vez que, pelo dreno, o produto pode ser direcionado
a um reservatório apropriado, como, por exemplo, um tambor. Da mesma forma, tiras de borracha,
de vários tamanhos podem ser utilizadas para a estanqueidade, porém, em ambos os casos,
é absolutamente necessário que sejam utilizados equipamentos de proteção individual e de proteção
respiratória, uma vez que é muito provável ocorrer contato direto com o produto.
13.3.10.15 Se o furo na tubulação estiver localizado entre uma ou duas válvulas de controle de fluxo,
estas devem ser fechadas, de modo a se isolar o trecho envolvido. Após a queda da pressão e da taxa
de vazamento, o orifício pode ser vedado com batoques, tiras de borracha e/ou fitas adesivas.
13.3.10.16 Outros equipamentos, que também são utilizados para estancar vazamentos, são aqueles
que operam pelo princípio pneumático. São os sistemas infláveis diversos (bolsas, bandagens,
batoques) que devem ser introduzidos ou posicionados sobre o local do vazamento, e ao se injetar
ar no sistema, ocorre a insuflação do equipamento e, consequentemente, propicia a estanqueidade
do vazamento. Esses sistemas apresentam grande eficiência e podem ser utilizados, em uma grande
variedade de situações, como na vedação de furos em tanques e tambores, na vedação de avarias em
tubulações, na vedação em sistemas de drenagem e em redes de esgotos, entre outros. A Figura 34
ilustra um modelo de equipamento pneumático operado com ar comprimido insuflado de um cilindro
ou por uma bomba do tipo pedal. Esse tipo de equipamento normalmente é utilizado na vedação
de furos e fissuras encostado a tanques e tambores. A Figura 35 apresenta um sistema de vedação
com o mesmo princípio, ou seja, ar insuflado. Neste caso, trata-se de uma haste que traz na sua
13.3.10.18 Diversos materiais, de uso comum no dia a dia, como panos, tiras de borracha, pedaços
de madeira etc., podem ser utilizados para essa finalidade, desde que sejam compatíveis com
os produtos químicos envolvidos nos acidentes, podendo, dessa forma, minimizar ou mesmo eliminar
um vazamento.
13.3.12.2 Muitos dos produtos perigosos, quando no ambiente, podem ser colocados em contenção
por meio de aspiração, utilizando para tanto caminhões do tipo vácuo, ou seja, o produto é retirado
do meio pelo processo de aspiração, sendo contido no tanque do caminhão do tipo vácuo. Esse
método de recolhimento possui vantagens sobre outros, pois em regra não provoca um aumento
no volume recolhido. Essa particularidade é observada no recolhimento de produto bruto, sem mistura
com água, por exemplo, ou mesmo no recolhimento de material sólido.
13.3.12.3 Essa vantagem pode ser comprometida quando do recolhimento de produto derramado
em corpo d’água, sendo o produto imiscível e sobrenadante, como, por exemplo, os derivados
de petróleo. Nestes casos, as operações com vácuo tendem a gerar uma quantidade significativa
de resíduos oleosos, pois muita água é aspirada com o produto.
13.3.12.4 Existe no mercado uma série de produtos destinados a corrigir essa falha de operação
de recolhimento a vácuo em produtos sobrenadantes. São equipamentos flutuadores com dispositivos
de vertedouro que, devidamente ajustados, recolhem somente o produto sobrenadante, gerando
o mínimo de resíduo extra (água/óleo).
o interior do cárter do aparelho. O dispositivo, em regra, possui uma lâmina que deve ser ajustada
de acordo com a situação apresentada, por exemplo: espessura da lâmina de produto e a agitação
da água. Depois de ajustada, a lâmina opera de forma automática, na função de verter o produto para
o cárter do equipamento, de onde é succionado para o tanque do caminhão. A Figura 37 ilustra uma
operação de recolhimento, utilizando um caminhão do tipo vácuo, recolhendo produto derramado
no solo. A Figura 38 ilustra uma operação de recolhimento de produto sobrenadante derramado
em um corpo d’água, com o auxílio de um flutuador do tipo vertedouro.
13.3.12.6 As operações de recolhimento de produto por caminhão do tipo vácuo merecem a mesma
atenção, dadas as operações de transferência de produto, ou seja, uma vez que o produto aspirado
mantém suas características perigosas, cuidados especiais devem ser adotados para asseguar uma
operação eficaz.
13.3.12.8 Atenção especial deve ser dada às operações de recolhimento por vácuo envolvendo
produtos inflamáveis. Antes de iniciar as operações de transferência, o caminhão do tipo vácuo deve
ser diretamente aterrado ou conectado a outro objeto que esteja inerentemente aterrado. Esse sistema
de aterramento deve prover uma resistência de contato elétrico de menos de 10 Ω entre o caminhão
e a estrutura aterrada.
afastado da área de emanação de vapores, sob risco das partes aquecidas do veículo se tornarem
fontes de ignição.
13.3.12.10 Os operadores do caminhão do tipo vácuo devem ser orientados sobre os perigos
do produto envolvido, bem como devem ter o acompanhamento do responsável pela segurança
operacional no cenário acidental. Os EPI dos operadores do vácuo devem ser condizentes
com os perigos intrínsecos dos produtos recolhidos. Os perigos devem ser verificados por meio
de monitoramento ambiental.
13.3.13 Neutralização
13.3.13.1 Nos atendimentos emergenciais envolvendo produtos corrosivos, uma das técnicas
que pode ser utilizada para a redução dos riscos é a neutralização do produto derramado. Essa
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
técnica consiste na adição de um produto químico com pH oposto ao do produto vazado, de modo
a levar o pH do meio para próximo ao natural.
13.3.13.5 Se ocorrer um descontrole durante a neutralização, pode haver uma inversão brusca
no pH, o que ocasiona efeitos muito mais danosos aos ecossistemas que resistiram à primeira variação
do pH.
13.3.13.7 Antes que a neutralização seja efetuada deve ser recolhida a maior quantidade
possível do produto derramado, de modo a se evitar o excessivo consumo de produto neutralizante
e, consequentemente, a geração de grande quantidade de resíduos. O recolhimento pode ser
realizado com mantas absorventes, bombas de sucção ou outros meios. Os resíduos provenientes
da neutralização devem ser totalmente removidos e dispostos em locais adequados e com aprovação
do órgão ambiental.
13.3.13.9 De modo geral, nos corpos d’água onde há a presença de vida, não é aconselhável
realizar a neutralização sem o acompanhamento de especialistas, dada a possibilidade de danos
à vida aquática.
13.3.13.10 Outro aspecto a ser ponderado é a característica do corpo d’água, o que, às vezes,
direciona os trabalhos de campo para o monitoramento do corpo d’água, de forma a se aguardar uma
diluição natural do produto. Esses casos normalmente ocorrem em águas correntes, onde o controle
da situação é mais difícil por causa da mobilidade do produto no meio.
13.3.13.11 O monitoramento ambiental durante as operações envolvendo esses materiais pode ser
realizado por meio de diversos parâmetros, de acordo com o produto envolvido, entre os quais vale
destacar as medições de pH e condutividade.
13.3.13.12 Outra técnica utilizada em campo é a diluição com água do produto corrosivo vazado,
porém há restrições à sua utilização.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.3.13.13 A escala de pH foi concebida em uma escala logarítmica, o que significa que, para se diluir
um produto do pH 1 para o pH 2, deve-se aplicar um volume de água 10 vezes superior à quantidade
de produto que se deseja diluir.
13.3.13.14 Supondo que a equipe de resposta decidiu realizar a diluição de uma poça contendo 10 L
de ácido sulfúrico a 98 % de concentração, cujo pH é igual a 1, deve-se, para se atingir pH igual
a 2, diluir 10 vezes o volume existente, portanto, deve-se aplicar 100 L de água, o que resulta em
uma solução contendo 110 L de ácido sulfúrico. Para se obter pH igual a 3, deve-se diluir a solução
na mesma proporção, portanto, deve-se aplicar mais 1 110 L de água, resultando numa solução
de 1 220 L de ácido sulfúrico, cujo pH agora é igual a 3. Com essa projeção, percebe-se que
é necessário um enorme volume de água para a diluição de apenas 10 L de ácido sulfúrico a 98 %,
praticamente inviabilizando tal técnica.
13.3.13.15 A técnica de diluição somente deve ser utilizada nos casos em que não houver
possibilidade de contenção do produto derramado, seu volume for bastante reduzido e, ainda,
se a solução resultante não for descartada em algum recurso hídrico. Isso se deve ao fato de que
para se obterem concentrações seguras utilizando esse método, o volume de água necessário será
sempre muito grande, ou seja, na ordem de 1 000 a 10 000 vezes o volume do produto vazado.
13.3.13.17 Vale ressaltar que, se o volume de água adicionado ao produto não for suficiente para
diluí-lo a níveis seguros, ocorre o agravamento da situação, em razão do aumento do volume
da mistura, aumento da área contaminada e o consequente incremento na geração de resíduos.
13.3.13.19 A seleção do método mais adequado a ser utilizado deve sempre levar em consideração
os aspectos de segurança e proteção ambiental.
13.3.15.1 A ventilação é o processo utilizado para o controle da pressão interna de tanques, vasos
ou outros recipientes expostos a acidentes no TRPP. A manobra é realizada sempre que a ruptura
mecânica ou explosão do recipiente for considerada provável, caso o produto permaneça contido
em seu recipiente. Nestes casos, o produto armazenado é liberado de forma gradual e controlada
para a atmosfera, até se obter uma pressão segura de contenção, ou a situação pode requerer que
todo o inventário do recipiente seja liberado para a atmosfera. As técnicas de ventilação e de queima
controlada constituem medidas extremas de intervenção em acidentes no TRPP e são, em regra,
o último recurso a ser utilizado, ou seja, só se aplicam quando os demais métodos de mitigação
e controle não são aplicáveis ao caso concreto.
13.3.15.2 A técnica de ventilação requer um alto grau de capacitação técnica das equipes
de resposta, considerando os riscos envolvidos na operação. A técnica de ventilação pode ser direta
no caso de gases não tóxicos e não inflamáveis, ou, no caso de produtos tóxicos, indireta, por meio
de um tratamento apropriado (lavador) ou um sistema de recuperação de vapores. Tipicamente,
a ventilação se configura como técnica apropriada para acidentes envolvendo gases não inflamáveis.
operacional de ventilação deve ser realizada por equipe de resposta experiente, tendo as devidas
orientações do fabricante e transportador do produto, bem como as autorizações do comandante
da operação e dos órgãos de fiscalização e controle ambiental da região. A Figura 41 ilustra técnica
de ventilação – liberação de produto para a atmosfera.
13.3.16.1 A técnica de queima controlada muito se assemelha à técnica de ventilação, no que diz
respeito à necessidade de seu emprego, ou seja, na impossibilidade de transferência do produto,
quando a contenção e/ou estanqueidade não surtiram o resultado desejado, bem como quando
o recipiente está sob risco de ruptura ou de explosão.
13.3.16.3 A Figura 42 ilustra um cenário acidental envolvendo o vazamento de gás inflamável, onde
a estanqueidade e/ou a transferência do produto não podem ser realizadas. No caso hipotético
procede-se à queima controlada do produto, como medida única no controle dos riscos.
13.3.16.4 Critérios de segurança para minimizar os riscos da operação devem ser adotados,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
como:
a) manter uma distância segura entre o caminhão sinistrado e o local da queima;
d) utilizar como barreira algum aparato físico entre o caminhão sinistrado e o local de queima;
e) posicionar a operação de queima com o vento pelas costas, tomando como referencia o local do
vaso sinistrado;
f) contar com o apoio técnico do fabricante e do transportador e com a intervenção de equipe de
resposta experiente em operações semelhantes.
13.3.17.1 Os acidentes envolvendo o TRPP estão sujeitos a produzir toda sorte de resultados
indesejados, seja para o homem, para o meio ambiente ou para o patrimônio. Os incêndios envolvendo
essa modalidade de transporte tendem a agregar uma série de perigos e riscos adicionais ao cenário
acidental.
13.3.17.2 Incêndios envolvendo o TRPP são marcados pela imprevisibilidade dos resultados,
pela incerteza quanto ao tempo da ocorrência do pior cenário e sua magnitude, sendo consequências
possíveis a explosão, a ruptura catastrófica do recipiente e explosão do vapor expandido pelo líquido
em ebulição (boiling liquid expanding vapor explosion – BLEVE), este com geração de bolas de
fogo que podem alcançar 300 m a 400 m de diâmetro e ainda apresentar duração de até 60 seg.
Tais eventos pressupõem a perda de controle da situação, dada a sua severidade e magnitude.
13.3.17.4 Cabe ao SCO, após consulta aos órgãos de intervenção e apoio, ponderar sobre a real
necessidade de se efetuar o combate direto a um incêndio de grandes proporções envolvendo
o TRPP. Dependendo da situação, a melhor estratégia pode consistir no acompanhamento seguro
do processo de queima, até o seu final, sem intervenção direta. Nestes casos, as ações das equipes
de resposta e apoio estariam limitadas à proteção das pessoas, do meio ambiente e do patrimônio
de terceiros que podem ser afetados pelo incêndio.
13.3.17.5 Sob o ponto de vista estratégico ambiental, também é necessário se ponderar se o combate
ao incêndio é a melhor alternativa. A contenção das águas residuárias do combate, em regra, são
de difícil execução, tendo em vista os grandes volumes de água utilizados nessas operações. Não
sendo possível conter a água residual do combate ao incêndio, esta pode vir a contaminar longas
extensões de cursos d’água, bem como contaminar o solo e as águas subterrâneas pela percolação.
Muitos dos produtos classificados como inflamáveis ou combustíveis para o transporte trazem perigos
associados, como a toxicidade e a corrosividade, por exemplo.
13.3.17.6 O processo de combustão (queima acompanhada) também não está livre de consequências
indesejadas para a saúde do homem e a qualidade do ar. No processo de combustão, diversas
substâncias poluentes e perigosas podem ser geradas.
queima do produto pelo incêndio, ou seja, sem intervenção e combate, as tomadas de decisões
devem ser ponderadas e consensadas pelo SCO. A Figura 43 ilustra uma operação de queima
acompanhada, na qual o combate ao incêndio e outras medidas mitigadoras se mostraram ineficazes,
restando, portanto, às equipes de intervenção o acompanhamento a uma distância segura do processo
de queima do produto.
b) utilizar os EPI e EPR adequados aos perigos do produto e aos riscos da situação;
e) verificar a compatibilidade dos equipamentos frente ao produto transbordado (bombas, conexões,
mangotes, recipientes receptores);
h) monitorar continuamente a área de risco para inflamabilidade, toxicidade e deficiência de oxigênio;
k) realizar o aterramento nas operações envolvendo produtos inflamáveis ou combustíveis (gases,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
13.4.7.4 O extintor de incêndio não pode ser utilizado na inertização de atmosferas inflamáveis
e explosivas, pois gera eletricidade estática.
13.4.7.8 Considerar o tipo de tarefa operacional a ser realizada, associando ao uso de EPI e EPR,
execução de trabalho a céu aberto, exposição a altas ou baixas temperaturas, topografia do terreno,
periculosidade dos produtos envolvidos, posições de trabalho e outros fatores adversos. A fadiga
da equipe tende a se instalar de forma rápida se não forem executadas medidas mitigadoras destinadas
a atenuar o esforço físico das equipes, como o uso de ferramentas e equipamentos de apoio dos
tipos: cabos, cordas, roldanas, guinchos, alavanca para tambores, uso de caminhões do tipo munck,
caminhão do tipo vácuo, sobreembalagens de emergência, entre outros recursos.
13.4.7.10 Condições e atos inseguros típicos de operações com carga fracionadas devem ser
previstos e evitados, como acidentes com cabos tencionados, acidentes com fios energizados, queda
de embalagem sobre o corpo, queda de pessoas em superfícies escorregadias, quedas por trabalhos
em desníveis, exposição ao produto perigoso pelo mau uso ou mesmo pelo não uso de EPI e EPR,
efeitos da desidratação, picadas de animais peçonhentos, acidentes mecânicos por esmagamento,
cortes, perfurações, contusões, entre outros.
13.4.7.12 A utilização do caminhão do tipo munck é limitada pela sua capacidade de carga
e também pelo tipo de carga a ser movimentada. A área no entorno do caminhão, coberta pelo raio
de movimentação da lança e também da carga, deve ser isolada, sinalizada com cones e interditada
para circulação de pessoas e outros veículos durante a operação.
13.4.7.14 Cabe aos responsáveis pela segurança operacional coibir o uso de recursos
improvisados em substituições a cabos, cintas ou outros dispositivos específicos para içamento
da carga. Não se pode utilizar cordas para o içamento de cargas; estas devem ser empregadas
apenas lateralmente, no posicionamento e/ou direcionamento da carga.
13.4.7.15 Cabe aos responsáveis pela segurança operacional fiscalizar as ações de içamento, de
forma a evitar o arraste de carga com o munck, uma vez que este não é projetado para tracionar, e sim
para efetuar levantamento vertical. Nunca movimentar o veículo com recipientes contendo produtos
perigosos, pois a estabilidade dele pode ser reduzida, gerando risco de queda da carga. Deve-se
inspecionar o estado dos cabos, cintas ou quaisquer outros dispositivos que são usados antes do
início do içamento da carga. A Figura 44 ilustra uma operação de transbordo em carga fracionada.
13.4.8 O aterramento é condição prévia obrigatória, sem a qual o transbordo de produtos inflamáveis
não deve ser iniciado. A operação de aterramentro de carga transportando produto inflamável requer
recursos adequados e pessoal treinado na avaliação dos riscos.
13.4.8.1 O atrito gerado pela movimentação do caminhão-tanque com o ar, e até mesmo o movimento
do combustível dentro do compartimento, geram cargas elétricas que são acumuladas e podem atingir
elevados níveis de cargas estáticas. Este aumento de cargas elétricas faz com que o potencial em
relação à terra seja demasiadamente elevado, até valores em que pode ocorrer uma descarga súbita,
provocando uma centelha com energia suficiente para provocar ignição na fase vapor no interior
do tanque.
13.4.8.3 Antes de iniciar o transbordo, deve ser realizada uma operação de aterramento. Essa
operação é necessária para evitar que a diferença de cargas elétricas (eletricidade estática acumulada
por conta do atrito do ar com o veículo durante o deslocamento) sirva como fonte de ignição quando
do transbordo de produtos.
13.4.8.4 O aterramento deve ser feito com uma barra de material condutor (mais comumente cobre),
de preferência com 3 m de comprimento e 1,5 cm de diâmetro. Esta deve ser inserida no solo,
preferencialmente, em uma parte mais alta do terreno, contra o vento, antes do equipamento a ser
protegido e a uma profundidade de cerca de 1,5 m a 2 m.
13.4.8.5 O aterramento pode ser realizado conforme esquema mostrado na Figura 45. A Figura
45 apresenta um esquema meramente ilustrativo, para a segurança da operação de aterramento,
consultar a ABNT NBR 17505-5. No caso da ilustração, um cabo de conexão, de material condutor,
deve ser fixado primeiramente ao tanque do veículo sinistrado em uma parte de metal, sem pintura
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
(a maior parte dos veículos já possui locais específicos para se proceder ao aterramento),
e em seguida à barra fixada na terra (1). É importante que a fixação ocorra primeiramente no tanque
e somente então na barra, para que, caso haja um fagulhamento nessa primeira descarga, ela ocorra
em local menos provável de conter uma atmosfera inflamável.
13.4.8.6 Tanto o veículo avariado quanto o que recebe a transferência (2) devem ser aterrados
e, após, deve-se estabelecer outro cabo de conexão, dessa vez entre os dois veículos (3), com
o objetivo de igualar as cargas. O tempo de relaxamento de cargas pode ser de alguns minutos
a até algumas horas, dependendo do tipo de produto transportado, do tipo de terra utilizada para
o aterramento, da umidade relativa, do tempo de deslocamento que o veículo sofreu, do tamanho
do tanque etc.
13.4.8.7 A bomba utilizada para o transbordo deve ser intrinsecamente segura e, quando conectada
aos veículos, deve estar devidamente aterrada. Caso sejam utilizados recipientes para recolhimento
de vazamentos diretamente do tanque, estes devem ser preferencialmente de metal e estar também
aterrados. Igualmente, ferramentas manuais de metal devem ser encostadas em objetos de metal
aterrados antes de entrarem na zona quente, de modo a evitar que sua eletricidade estática inicie uma
ignição.
13.4.8.8 Solos argilosos e com certa umidade oferecem menor resistência e são, portanto, mais
adequados ao aterramento; solos arenosos, secos ou encharcados demais oferecem mais resistência
e por isso proporcionam um aterramento menos eficiente. Há formas de melhorar as condições
de aterramento, como, por exemplo, adicionando água salgada ao solo no qual a barra é inserida.
Sal grosso, neste caso, é bastante recomendado.
13.4.8.10 Uma vez atingida a resistência ôhmica adequada (consultar a ABNT NBR 17505-5) pode-
se iniciar a operação de transbordo. Essa operação deve ser realizada seguindo determinados
cuidados. Por exemplo, não há necessidade de pessoas que não estejam diretamente operando
a bomba ou os mangotes permanecerem próximas ao local, portanto, essas pessoas devem se afastar
até que sua presença seja novamente necessária na cena.
13.5.1 O destombamento ou içamento de cargas e veículos (ver Figuras 46 e 47) consiste no emprego
de guinchos e guindastes, com o objetivo de colocar em posição de rodagem veículos que tenham
tombado por ocasião de acidentes. Trata-se de operações delicadas, que envolvem riscos como
o rompimento dos vasos, a queda ou o solavanco do recipiente, ou o rompimento dos cabos, que
podem chicotear.
13.5.4 Caso a opção seja pelo destombamento ou içamento com o tanque contendo o produto,
é necessário utilizar guinchos ou guindastes apropriados. Operações de resgate de carretas contendo
vasos pressurizados devem, preferencialmente, ser realizadas por meio de içamento com guindastes,
uma vez que, por meio dos guinchos tradicionais, certamente ocorrem arraste e atrito com o solo,
podem comprometer a sua estrutura e causar a sua ruptura.
13.5.5 Para equipamentos de transporte de carga contendo líquidos, guinchos potentes podem ser
utilizados, porém deve-se evitar ao máximo a ocorrência de arraste e atrito, inclusive dos cabos com
o tanque.
13.5.6 Na operação de destombamento, a opção pelo uso de cintas ou cabos deve guardar relação
com as características construtivas do equipamento de transporte de carga e também devem ser
considerados os pontos ideais de fixação ou passagem dos cabos e/ou cintas, a fim de evitar danos
ao equipamento de transporte de carga e riscos de ruptura do vaso ou tanque com consequente
vazamento.
13.5.7 O tranco ocasionado pela operação de destombamento deve, da melhor forma possível, ser
minimizado, pois mesmo tanques transbordados de material inflamável e aparentemente vazios
contêm vapores inflamáveis. Para aumentar a segurança no trabalho com recipientes vazios que
antes continham material inflamável, deve-se aplicar espuma para abater os vapores inflamáveis.
13.5.9 Em todas essas situações, convém que, durante essas operações, mesmo as pessoas
diretamente envolvidas com o atendimento emergencial mantenham uma distância segura do local.
13.6.1 Durante as emergências químicas são gerados diferentes tipos de resíduos perigosos
em decorrência das ações de contenção e de recolhimento do produto liberado ao meio, como
materiais absorventes, vegetação e solo contaminados, bem como os equipamentos de proteção
individual descartáveis.
13.6.2 Adicionalmente, outros tipos de resíduos são produzidos, como por exemplo, as embalagens
plásticas que envolvem os materiais e equipamentos utilizados, as embalagens dos lanches e das
refeições consumidas em campo etc.
13.6.3 Nessas ocasiões, é comum observar procedimentos de disposição inadequados, nos quais
são misturados os resíduos contaminados com os não contaminados, os recicláveis com os não
recicláveis, sem que haja o devido cuidado com seu acondicionamento, com seu transporte, com
uma possível contaminação do solo ou de um corpo d’água, com a exposição a vetores de doenças
e com a sua destinação. Além disso, às vezes são removidos volumes excessivos de solo ou sedimento
contaminado, o que pode contribuir para agravar os danos ambientais e aumentar a quantidade total
de resíduo a ser disposto.
final dos resíduos oriundos dessas operações devem ser realizadas conforme previsto na legislação
vigente.
14.2 A regra a ser observada pelos responsáveis pela segurança operacional é que nenhuma
tomada de decisão deve ser definitiva ou imutável. O planejamento, por melhor que seja, está sujeito
a provocações para mudanças repentinas, razão pela qual um plano B deve sempre estar disponível,
seja no planejamento ou na execução das tarefas.
14.3 A avaliação da resposta emergencial é um processo dinâmico e deve considerar não só o que
está sendo realizado operacionalmente. Deve também envolver os meios e recursos necessários ao
desenvolvimento da operação. Dessa forma, as avaliações iniciais e periódicas devem considerar
todas as condições suspeitas ou possíveis de causar embaraços ao desenvolvimento dos trabalhos,
ou mesmo danos à equipe de resposta, ao meio ambiente e ao patrimônio.
14.4 Como forma de organizar a avaliação das ações da resposta, estas podem ser categorizadas
por temas:
j) consequências pela interrupção dos serviços essenciais à população (água, energia elétrica, gás
telefone, transportes);
l) critérios para seleção e uso de equipamentos de detecção, EPI, EPR e roupas de proteção;
aa) avalição das condutas e procedimentos das equipes de resposta e de apoio operacional;
ae) conhecimento dos perigos e percepção de riscos por parte dos envolvidos;
15.2 A perda de contenção de um produto perigoso na forma líquida, por exemplo, pode atingir um
corpo d’água que serve como meio de transporte para estender a contaminação por longas distâncias.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Ainda com relação aos produtos líquidos, estes podem gerar contaminação em solo, atingindo
as águas subterrâneas, contaminar a fauna e a flora, interditar rodovias, gerar atmosferas inflamáveis
e/ou explosivas, causar incêndios e/ou intoxicação pelo contato físico ou inalação de seus vapores.
15.3 Restabelecer a segurança significa retomar a maior parte das rotinas existentes antes
do acidente. Na maioria dos casos as faixas de rolamento da via ou toda ela, acaba por ser interditada
como medida inicial de segurança. Restabelecer a segurança nestes casos é poder afirmar (SCO) que
a via foi liberada para o tráfego. Se não na sua totalidade, pelo menos na maior parte, de forma que
algum efeito remanescente do acidente não coloque o usuário na via em perigo, como por exemplo,
a liberação da via com exceção da faixa de acostamento, que permanece interditada.
15.4 O acidente, ou mesmo as ações de resposta, podem ter gerado danos a estruturas (guard-rails,
calçadas), edificações, redes públicas de águas pluviais ou esgoto, remoção de solos etc. Por tal
razão, cada órgão responsável pelo recurso, equipamento ou um bem público danificado deve exigir
do causador do dano providências no reparo ou na reposição dos danos. Em se tratando de recursos
ambientais, cabe aos órgãos ambientais exigirem dos responsáveis diretos ou indiretos pelos danos
ambientais a apresentação de um plano de recuperação do ambiente degradado.
15.5 Nos casos de contaminação de algum corpo d’água pelo produto envolvido na ocorrência,
restabelecer a segurança significa poder autorizar a retomada do uso da água. Tomadas de decisões
como esta, somente devem ser adotadas pelo SCO, após a comprovação de resultados analíticos
atestando a qualidade da água para o consumo, seja ele qual for (humano, irrigação, dessedentação
de animais, uso industrial, comercial, de lazer).
15.6 Restabelecer a segurança local pode também significar o retorno de serviços esseciais
à população, interrompidos temporariamente por medida de segurança operacional, como por
exemplo: energia elétrica, gás, transporte público, telefonia.
15.7 Enquanto as pessoas não puderem retornar aos seus lugares de ocupações rotineiras, como
casas, apartamentos, escolas, comércio, hospitais, indústria e outros, não há o restabelecimento
da segurança. Em regra, essa somente ocorre quando as autoridades públicas, por meio do SCO,
puderem garantir as pessoas o retorno seguro às suas ocupações, anteriormente desocupadas.
15.8 Com relação às zonas de trabalho, a segurança somente pode ser considerada restabelecida
se não houver mais perda de contenção de produto, tampouco produto espalhado na zona quente
sem o devido recolhimento.
15.10 Pode-se citar como exemplo, a máxima que impera entre os bombeiros estadunidenses acerca
do restabelecimento das condições de segurança em um cenário acidental envolvendo produtos
perigosos. Os americanos dizem: “Você permitiria que sua mãe adentrasse e permanecesse na zona
quente neste momento?”. Se a resposta for sim, isso significa que as ações de resposta foram efetivas,
que a segurança local foi restabelecida, que os riscos foram mitigados, que os recursos de resposta
emergencial não são mais necessários e, portanto, a emergência pode ser dada por encerrada.
Exageros a parte, essa parábola americana diz muito sobre a responsabilidade do Comandante
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
16.2 A etapa de encerramento da resposta emergencial, tal qual o padrão de resposta emergencial
ilustrado na Figura 1, deve representar a fase de transição entre a rescisão da etapa emergencial
e o início das ações pós-emergenciais, as quais incluem, se for o caso, as etapas de investigação
de passivos ambientais gerados pelo acidente, por exemplo, contaminação de solo, de água subterrânea
e também de recomposição dos bens ambientais lesados, como a vegetação, o repovoamento de rios
e lagos e de outras espécies afetadas pelo acidente, bem como a recuperação e ou/reparação integral
da área degradada, inclusive no que se refere aos aspectos estéticos do local, alterados pelo acidente.
a) averiguação das condições de segurança no cenário acidental (processo de avaliação de perigos
e riscos);
c) reunião em campo, de encerramento (debriefing) com todos os envolvidos, abordando as ações
de resposta colocadas em prática;
d) comunicação formal do encerramento da fase emergencial por parte do comando de operações
às instituições públicas e privadas, órgãos de imprensa e representantes da população local;
16.4 O encerramento da fase emergencial não é feito com a estanqueidade e/ou contenção do produto
vazado ou derramado; estas constituem etapas da fase emergencial. As operações de transbordo/
transferência de carga, seja a granel ou fracionada, envolvem riscos significativos à operação, assim
como às operações de içamento, destombamento, inertização, recolhimento de produto ou resíduo,
ou qualquer outra ação que possa colocar em risco a integridade física das equipes de resposta
e da população, a qualidade ambiental e o patrimônio de terceiros.
a) órgãos responsáveis pelo trânsito local (polícia rodoviária, órgãos municipais de trânsito,
concessionárias de rodovias);
c) prefeituras;
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
k) outras.
16.6 As ações de fiscalização e controle em acidentes no TRPP, tanto na fase emergencial, quanto
na fase pós-emergencial, demandam poder de polícia e competência para tal e não podem ser
delegadas a particulares.
16.8 A reunião (debriefing) deve ter início assim que a fase emergencial for considerada concluida.
O ideal é que seja realizada antes que qualquer membro das equipes de resposta deixem a cena.
O debriefing deve servir como uma reunião de encerramento do atendimento emergencial. O debriefing
deve permitir que os responsáveis pelas ações pós-emergenciais ouçam o relato e a avaliação
das partes envolvidas, de modo a entender, de forma clara, qual é a situação do cenário acidental
após o encerramento das ações de resposta à emergência.
16.9 A reunião (debriefing) deve ser objetiva e não se prolongar em debates desnecessários, tendo
como tempo razoável 15 min a 20 min. Os atendimentos mais complexos e de longa duração podem
demandar mais tempo no debriefing.
16.10 Não se pode perder o foco de que o objetivo do debriefing é rever brevemente os acontecimentos
e não debater cada procedimento da operação. Essa avaliação detalhada (análise crítica pós-incidente)
é recomendável, porém deve ser realizada em outro momento, com dia, local e hora programados
entre os participantes. O debriefing não é uma crítica ao incidente.
a) fornecer informações sobre os perigos dos produtos à saúde das equipes de resposta
e de pessoas possivelmente expostas a estes. Os envolvidos devem ser orientados a observar
sinais e sintomas adversos que podem guardar relação com uma possível exposição e, se for
o caso, que ações devem ser adotadas. Algumas substâncias podem manifestar sintomas,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
b) avaliar em que condições se encontram os recursos materiais empregados na ação de resposta;
c) avaliar a necessidade de reposição imediata de materiais para que um novo atendimento possa
ser realizado, caso necessário;
d) avaliar as condições físicas das equipes de resposta e se estas estão em condições de responder
a novo acionamento;
e) certificar-se de que os responsáveis pela execução, pela fiscalização e pelo controle das ações
pós-emergenciais estejam cientes das condições locais de segurança e que cuidados estes devem
observar na realização dos trabalhos de limpeza, recuperação, recomposição e remediação das
áreas impactadas pelo acidente;
NOTA Recomenda-se que o responsável pelo debriefing, ao final dos relatos e observações, destaque
o empenho de todos nas ações de resposta. As eventuais falhas podem ser utilizadas como oportunidade
de melhoria, ou seja, são oportunidades de se fazer melhor, em uma próxima oportunidade. As ações
de resposta emergencial no TRPP envolvem empenho e riscos significativos para a vida e à saúde das equipes
de intervenção. Não se recomenda terminar um debriefing com uma declaração de caráter negativista.
Anexo A
(normativo)
a) usar equipamento de proteção individual (EPI, conforme ABNT NBR 9735);
d) verificar se há no local possíveis fontes de ignição, eliminar ou manter afastadas as possíveis
fontes de ignição e informar de imediato tal situação de risco às equipes de intervenção;
e) entregar a(s) ficha(s) de emergência (se aplicável) e a documentação de transporte às equipes
de socorro, assim que chegarem;
b) aproximar-se com cautela do local do acidente, mantendo o vento pelas costas em relação
ao veículo/equipamento sinistrado;
c) evitar se posicionar nos locais mais baixos em relação ao local do acidente;
d) manter uma distância segura do veículo ou equipamento sinistrado ou produto derramado
ou vazado;
h) acionar ou requerer à sua base ou centro de operações o acionamento dos órgãos de intervenção
e apoio, fornecendo informações se há vítimas no local, vazamento de produto, incêndio, explosão
e informações completas sobre a localização da ocorrência (identificação da via, quilometragem,
sentido, pontos de referência etc.);
i) orientar o local seguro para estacionamento, bem como o posicionamento das viaturas
de intervenção e apoio à emergência;
k) verificar a existência de vazamento de produto e avaliar a extensão do acidente, bem como
as áreas no entorno e ambientes atingidos ou que possam ser atingidos pelo produto;
a) verificar a sinalização de risco do veículo e equipamento de transporte sinistrado e, sendo possível,
verificar as informações contidas na documentação de transporte;
b) manter, ampliar ou reduzir as áreas inicialmente interditadas ou sinalizadas pelo primeiro no local;
d) acionar (caso o primeiro no local não tenha acionado) ou reforçar o acionamento dos órgãos
de intervenção e apoio, que participam de forma direta ou indireta do atendimento à emergência;
e) garantir a segurança nas operações de desvio de tráfego, acessos alternativos e controle
de acessos;
f) orientar as equipes de intervenção e apoio quanto ao local seguro para estacionamento e ainda,
orientar as equipes quanto ao adequado posicionamento das viaturas;
h) orientar as equipes de intervenção e apoio quanto aos riscos específicos da via e do tráfego;
i) orientar quanto aos aspectos de segurança nas operações de movimentação de veículos pesados
necessários ao atendimento à emergência.
b) prestar o atendimento pré-hospitalar aos acidentados, com eventual remoção das vítimas aos
hospitais de retaguarda. O socorro aos acidentados expostos ao produto perigoso somente deve
ser realizado se a vítima estiver descontaminada e/ou a equipe de atendimento pré-hospitalar
(resgate médico) estiver treinada e dispuser dos recursos (EPI) adequados ao risco do produto
envolvido no acidente;
d) serviço de guincho, especializado de acordo com o risco da atividade a ser realizada, com
desobstrução da pista e eventual remoção do veículo para pátios preestabelecidos;
g) apoio operacional referente às informações sobre as características físicas da via, como por
exemplo, obras de arte diversas, características do entorno da via, sistema de drenagem de
águas pluviais, redes públicas subterrâneas e túneis;
h) apoio nos serviços de informação e orientação aos usuários da via, por meio de painéis de
mensagem ou outros meios de comunicação adequados à magnitude e severidade da emergência;
b) avaliar a situação e delimitar as áreas de trabalho (zonas quente, morna, fria e de exclusão) para
a segurança coletiva na emergência;
c) atuar na área quente, devidamente equipado, e prestar socorro às vítimas, além de auxiliar
nas ações de contenção e recolhimento do produto vazado ou derramado;
d) estabelecer posto de comando com base na doutrina do sistema de comando em operações
(SCO), ou sistema de comando próprio, estadual, se houver;
e) isolar o local de acordo com as características do produto, do porte da ocorrência, do entorno
do local, da topografia, das condições atmosféricas e das demais informações contribuintes
à segurança da operação;
f) solicitar o monitoramento do local sinistrado bem como informações específicas acerca dos
produtos envolvidos na emergência para o melhor planejamento das ações, seja pela empresa
proprietária do produto ou qualquer outro órgão público e/ou privado, capaz de auxiliar o corpo
de bombeiros na avaliação de riscos;
g) avaliar a necessidade de apoio da defesa civil para a abandono ou remoção do local quando
houver riscos à população;
h) solicitar o apoio técnico especializado de outros órgãos públicos e/ou privados para o atendimento
da emergência;
i) apoiar os órgãos envolvidos na emergência com ações de prevenção e combate a incêndios,
contenção do produto vazado ou derramado, descontaminação de vítimas atingidas pelo produto,
além de outras ações possíveis e compatíveis com os recursos disponíveis na corporação;
c) estabelecer a base física do posto de comando de operações, que pode ser um veículo, assim
identificado, uma barraca, uma bandeira, uma faixa, uma casa, ou qualquer outra estrutura
ou dispositivo físico que possa facilmente ser reconhecido como posto de comando pela sua
identificação distinta, e que se constitua em um local adequado para as ações de comando, de
preferência, livre de distrações e interrupções desnecessárias;
d) iniciar a rotina operacional de resposta à emergência tomando por base a doutrina do sistema de
comando em operações (SCO), ou sistema de comando próprio, se houver;
h) estabelecer as zonas de trabalho (zona quente, zona morna, zona fria e zona de exclusão);
i) zelar pela segurança das equipes de intervenção e apoio, bem como pela segurança pública da
população e pela proteção do meio ambiente;
k) estar atento a toda comunicação de rádio entre as equipes, ou designar alguém para essa função;
n) ter conhecimento sobre o inventário dos recursos humanos, materiais e de comunicação
disponíveis;
o) requerer os recursos complementares que forem demandados pelas equipes de intervenção
e apoio;
— ação ofensiva: intervenção direta no cenário acidental, contato das equipes de intervenção
com o(s) produto(s) derramados ou vazados;
— ação defensiva (não intervenção): ações limitadas a sinalização, isolamento da área, remoção
de pessoas, construção de diques de contenção, eliminação de fontes de ignição - ações
realizadas sem a necessidade de contato com o(s) produto(s) derramado(s) ou vazado(s);
q) planejar as ações de resposta em conjunto com as equipes de intervenção e apoio, considerando
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
s) determinar que as supervisões das equipes de apoio orientem de forma permanente as equipes
de intervenção acerca das tarefas a serem realizadas, em cada uma das zonas de trabalho;
t) gerenciar o tempo gasto no planejamento das ações, a fim de garantir que este não se estenda
em demasia, de modo a não comprometer a agilidade necessária nas ações de resposta;
x) exigir dos responsáveis pelo acidente os recursos humanos, materiais e de comunicação
adequados à urgência, ao porte, à complexidade e à severidade da ocorrência;
y) requerer, caso necessário, recursos não locais (material, humano e de comunicação) nos âmbitos
municipal, estadual e federal;
ab) avaliar o progresso das ações de resposta, a fim de garantir o resultado desejado e, sendo o
caso, adequar e/ou alterar as ações buscando a eficácia da operação;
ae) divulgar e/ou autorizar o repasse de informações para os órgãos de imprensa e para a população
afetada pela emergência, acerca do ocorrido, das consequências e das ações adotadas pelo
comando de operações;
Uma vez definido pelo comando de operações a quem cabe a supervisão de segurança operacional,
este deve ser conhecido e identificado à distância pelo comando e por todos os membros das equipes
de intervenção e apoio. Cabe ao supervisor de segurança operacional:
a) estabelecer procedimentos rígidos de segurança operacional, tomando por base os perigos
intrínsecos e os riscos do(s) produto(s) envolvido(s) na emergência;
b) definir a seleção e o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), de protecão respiratória
(EPR) e dos equipamentos de proteção coletiva (EPC), bem como das roupas de proteção química
e de proteção térmica a serem empregados e utilizados por todos que de alguma forma possam
estar expostos aos produtos envolvidos na emergência;
c) certificar-se de que os equipamentos de proteção entregues aos usuários estejam em condições
adequadas de uso;
d) certificar-se de que todos os que receberem equipamentos de proteção (EPI, EPR, roupas
de proteção química e térmica) estejam familiarizados com seu uso;
e) certificar-se de que todos os que receberem equipamentos de proteção (EPI, EPR, roupas
de proteção química e térmica) tenham recebido a devida orientação acerca das limitações
dos equipamentos frente aos perigos intrínsecos dos produtos, bem como das limitações
em razão da atividade realizada e ainda das limitações pela restrição ao tempo de uso destes;
f) certificar-se de que todos os que receberem equipamentos de proteção (EPI, EPR, roupas
de proteção química e térmica) tenham recebido a devida orientação acerca dos procedimentos
a serem adotados em qualquer situação que fuja ao que foi operacionalmente planejado, como
mal súbito, rompimento das embalagens ou dos veículos e equipamentos de transporte, falha
dos equipamentos de monitoramento ambiental, dos equipamentos de proteção, de contenção,
de recolhimento, de combate a incêndios, ocorrências de explosões, liberações repentinas de
substâncias tóxicas, invasão da zona quente por pessoas não autorizadas, mudanças repentinas
nas condições meteorológicas, entre outras;
h) orientar os serviços médicos quanto aos perigos intrínsecos dos produtos envolvidos na ocorrência;
l) monitorar os aspectos ligados ao conforto e saúde das equipes de intervenção e de apoio como
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
n) controlar a entrada e saída nos pontos de controle de acesso das zonas de trabalho;
t) verificar as condições de segurança nas operações de recolhimento de líquidos e/ou sólidos com
caminhões do tipo vácuo, caminhões do tipo munck entre outros;
u) verificar as condições de segurança nas operações de transbordo e/ou tranferência de carga;
x) planejar a necessidade de mudanças nas ações resposta em casos de resgates de alta prioridade;
y) verificar as condições de segurança nas operações de resgate de vítimas, trabalho em desnível,
espaço confinado, amosferas inflamáveis ou tóxicas;
ab) manter o comandante de operações atualizado acerca dos aspectos de segurança da operação;
ad) exercer a autoridade de emergência para coibir atos e/ou condições inseguras no cenário
acidental;
af) subsidiar o comandante de operações com informações acerca do agravamento dos riscos
no cenário acidental;
c) restringir os acessos e/ou impedir a permanência de pessoas não autorizadas nas zonas de
trabalho sujeitas a riscos de exposição aos produtos vazados ou derramados;
d) garantir que sejam transmitidas à população as condições, proibições, obrigações ou restrições
em determinadas áreas de risco;
a) somente ingressar na zona quente se autorizado e devidamente equipado frente aos perigos
e riscos do cenário acidental;
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
b) avaliar as condições físicas das equipes de intervenção de forma prévia à autorização de entrada
na zona quente, sempre que possível;
d) orientar as equipes de resposta quanto aos efeitos deletérios de exposições aos produtos
envolvidos na ocorrência;
e) certificar-se de que as vitimas resgatadas pela equipe de resposta estejam descontaminadas
antes do atendimento pré-hospitalar;
g) proteger a viatura e demais recursos materiais da contaminação dos produtos envolvidos na
ocorrência;
h) comunicar e orientar previamente a chegada nas unidades de saúde (hospital, pronto-socorro)
sobre a forma de contaminação das vítimas, características dos produtos envolvidos e demais
informações que possam auxiliar no socorro médico.
a) responder ao comando sobre todos os assuntos relacionados à comunicação interna e externa
no cenário acidental;
c) providenciar, por quaisquer meios, a identificação pessoal de todos os envolvidos na ação
de resposta emergencial, orientando para que os que deixarem o cenário acidental devolvam
a identificação pessoal e informem o motivo da saída, objetivando o controle de movimentação
de pessoal;
— população;
— autoridades públicas;
— órgãos de imprensa;
— ministério público;
e) organizar, priorizar e atender na medida do possível as demandas por informações relacionadas
ao acidente;
c) apoiar os órgãos intervenientes na avaliação da ocorrência, quanto aos riscos e suas consequências
para o meio ambiente, a saúde e a segurança pública;
d) exigir dos responsáveis as ações de combate adequadas, sob o ponto de vista da segurança
ambiental;
e) avaliar de forma preliminar a contaminação do ar, da água e do solo, decorrentes de emergências;
f) determinar e exigir dos responsáveis pelo acidente as ações para a recuperação das áreas
atingidas.
b) avaliar os impactos das emergências ambientais em mananciais superficiais ou subterrâneos que
possam ocasionar interferências na potabilidade da água utilizada para fins de abastecimento
público ou como soluções alternativas de água, adotando medidas de gerenciamento de risco
no âmbito do programa estadual de vigilância da qualidade da água para consumo humano
(PROÁGUA);
c) avaliar e gerenciar contextos de exposição associados a passivos ambientais, provocados por
situações de emergências, em outros compartimentos ambientais, como solo, ar e biota em geral
(especialmente quando utilizadas para alimentação humana e/ou animal);
d) prestar assistência clínica toxicológica por meio dos centros de assistência toxicológica (CEATOX),
órgãos de referência e divulgação de informações toxicológicas, principalmente nos casos
de intoxicação aguda por agentes tóxicos, envolvendo, entre outros, agrotóxicos e produtos
de uso industrial;
e) oferecer retaguarda técnica aos serviços de saúde, por meio dos centros regionais de referência
em saúde do trabalhador (CEREST), para o diagnóstico, notificação, tratamento e reabilitação
dos trabalhadores.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
a) informar imediatamente as autoridades públicas e aos envolvidos, bem como fornecer os meios
de contato com estes ao tomar ciência do acidente;
b) providenciar os recursos humanos e materiais (próprios e/ou contratados) compatíveis com
o porte do acidente do ponto de vista de atendimento a vítimas, segurança, meio ambiente
e comunidades atingidas;
c) deslocar-se para o local do cenário acidental ou se fazer representar por meio de preposto,
independentemente do fato dos recursos humanos e materiais serem próprios e/ou de terceiros
contratados para essa finalidade, a fim de acompanhar in loco o desenvolvimento das ações
de resposta;
e) fornecer e disponibilizar as informações necessárias aos órgãos envolvidos, quanto às caracte-
rísticas, riscos e precauções com relação ao(s) produto(s) e aos equipamentos, visando propiciar
condições seguras e adequadas ao manuseio, estivagem e transferência da carga;
f) coordenar ou realizar os trabalhos, atendendo aos requisitos legais aplicáveis para neutralização,
remoção ou disposição dos eventuais produtos sinistrados ou resíduos envolvidos na ocorrência,
utilizando-se empresas devidamente qualificadas ou recursos próprios, de acordo com a orienta-
ção e supervisão do órgão competente e fabricante do produto;
i) colaborar quando solicitado pelos órgãos competentes, fornecendo as informações necessárias
para análise do acidente.
a) avaliar o atendimento à emergência realizado pela transportadora ou por terceiros contratados
para essa finalidade, verificando sua eficácia;
d) colaborar quando solicitado pelos órgãos competentes, fornecendo as informações necessárias
para análise do acidente.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
b) avaliar o atendimento à emergência realizado pela transportadora ou por terceiros contratados
para essa finalidade, verificando sua eficácia;
d) colaborar quando solicitado pelos órgãos competentes, fornecendo as informações necessárias
para análise do acidente.
a) ter uma central 24 h para recepcionar e registrar os possíveis acionamentos, com sistema
de gravação e backup de telefonia e energia elétrica;
c) alertar o acionante durante todo atendimento quanto à necessidade de contratação de recursos
complementares para continuidade das atividades;
d) manter suas equipes equipadas e treinadas de acordo com o risco da atividade e conforme
normas vigentes;
e) repassar as informações operacionais e de segurança para equipe mobilizada para o atendimento;
f) realizar interface com o expedidor ou fabricante do produto para alinhar a melhor forma
de operacionalização das ações de resposta;
i) atuar mediante a autorização de órgãos oficiais na realização de tarefas técnicas de isolamento,
monitoramento, confinamento, contenção e transferência dos produtos perigosos ou poluentes
envolvidos no acidente, descontaminações de equipamentos, neutralização de produto
e das áreas impactadas, segregação, remoção de solo e acondicionamento dos resíduos
provenientes do atendimento;
j) utilizar recursos específicos para contenção, absorção e adsorção compatíveis com o produto
e que reduzam o volume dos resíduos gerados. Os recursos utilizados para essas finalidades
devem estar em conformidade com as normas ambientais vigentes;
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
k) manter o responsável pelo posto de comando informado por meio de documentos evidenciando
as atividades técnicas realizadas;
l) realizar monitoramento ambiental durante o atendimento, com intuito de prevenir acidentes
durante a realização de suas tarefas;
n) instalar e testar pontos de aterramento por meio de monitoramento de equipamento específico
e calibrado e interconectar todo o sistema de transferência, prevenindo fontes de ignição por
eletricidade estática, em caso de transferência de produto, independentemente da classe de risco;
p) recolher, acondicionar adequadamente e disponibilizar todo o resíduo proveniente dos serviços
de limpeza e descontaminação de área impactada, gerada durante o atendimento, para posterior
coleta, transporte e destinação final pelo gerador;
q) disponibilizar ao responsável pelo acionamento um relatório técnico com o resumo das atividades
realizadas no atendimento;
i) capacitar recursos humanos para ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta
e recuperação de áreas afetadas pelo acidente;
l) prestar apoio nas ações de reabilitação e recuperação das áreas direta e indiretamente afetadas
pelo acidente;
m) promover a articulação e a integração entre os órgãos e instituições que compõem o sistema
de defesa civil, no âmbito municipal, estadual, distrital ou federal;
b) informar de imediato às autoridades públicas e aos envolvidos, bem como fornecer os meios
de contato com estes ao tomar ciência do acidente, apoiando as ações do segurado;
c) identificar todos os afetados pelo acidente, população, recursos naturais, patrimônio público
e privado, entre outros;
g) providenciar os recursos humanos e materiais em menor prazo possível e compatíveis com
os riscos e perigos do produto e com o porte da ocorrência, atendendo às demandas dos órgãos
públicos;
j) relacionar o número de viaturas, técnicos de emergência, EPI, equipamentos e insumos utilizados
pela empresa de atendimento à emergência (EAE);
k) apontar as horas trabalhadas pelos técnicos da empresa de atendimento à emergência (EAE);
n) contratar mão de obra especializada de acordo com o risco da atividade a ser realizada;
o) sendo emitido algum documento público pelos órgãos de fiscalização e controle, solicitar uma
cópia;
p) somente deixar o local do evento após o órgão público competente, em consenso com o comando
de operações, determinar que o atendimento ao sinistro esteja finalizado.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Anexo B
(normativo)
B.1.1.1 Descrição
Traje de encapsulamento completo, composto de luvas interna e externa e botas resistentes a produtos
químicos, sendo que tanto o material empregado quanto as demais características de fabricação
do conjunto devem oferecer proteção contra o ingresso de gases ou vapores e líquidos em seu interior.
O vestuário de proteção deve cobrir completamente o usuário, bem como o equipamento de proteção
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
a) em ambientes cuja identificação e/ou concentração dos contaminantes sejam desconhecidas
e exista a suspeita de que se trate de produto com alto potencial de danos à pele, aos olhos
e as vias respiratórias;
b) em ambientes onde haja a presença de produtos considerados corrosivos e/ou tóxicos,
por absorção da pele e por inalação, os quais requerem a máxima proteção cutânea e respiratória;
c) em espaços considerados confinados, com baixa concentração de oxigênio < 19,5 % em volume
e suspeita da presença de contaminantes;
B.1.1.3 Limitações
b) não oferece resistência térmica a temperaturas elevadas, ou seja, não resiste ao fogo direto
ou superfícies muito aquecidas;
c) possui limitações quando usada em baixas temperaturas, ou seja, não protege o usuário
da exposição a gases e líquidos criogênicos;
f) limita a mobilidade e os movimentos das mãos, das pernas, dos braços e da cabeça;
Todo o conjunto Nível A de proteção deve ser armazenado de acordo com as recomendações
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
do fabricante, a fim de evitar a exposição do material à abrasão, fricção, dobras, vincos ou outros
perigos físicos gerados pelo armazenamento inadequado.
O zíper e o fecho da roupa devem ser lubrificados e mantidos fechados durante o armazenamento.
As roupas devem ser descontaminadas, limpas e secas por dentro e por fora, antes do armazenamento.
Antes e depois de cada uso a roupa deve ser minuciosamente examinada, a fim de se verificar a
ocorrência de furos, cortes, rasgos, fissuras, descoloração e inchaço do material.
Após o uso, a estanqueidade da roupa deve ser verificada por meio de teste específico de pressão.
Soluções oxidantes, reativas ou corrosivas não podem ser empregadas no processo de descontaminação
e limpeza das roupas; somente água e sabão neutro são recomendados.
Escovas de cerdas macias podem ser utilizadas no processo de descontaminação e limpeza da roupa.
Não é recomendável a lavagem a seco.
Os trajes contaminados que não puderem ser totalmente descontaminados devem ser descartados,
não podendo ser reutilizados em treinamentos ou qualquer outra atividade.
Todos os usos e ocorrências envolvendo o conjunto de proteção Nível A devem ser registrados em
documento próprio.
de uso da roupa controlado e limitado em não mais que 25 min. Essa limitação leva em conta o tempo
máximo de ar do cilindro em 30 min. Deve-se considerar nesse cômputo a reserva de ar necessária
para o processo de descontaminação de todo o conjunto de proteção, o que em regra, demanda pelo
menos 5 min de reserva de ar respirável.
O vestimento do conjunto Nível A de proteção requer o auxílio de uma segunda pessoa. Um técnico
experiente no uso da roupa pode até conseguir vestir o conjunto sozinho, mesmo que isso demande
um grande esforço físico. Contudo, este não pode vedar a roupa fechando o zíper e a dobra com
velcro, se estiver sozinho. Portanto, vestir a roupa de encapsulamento total, demanda obrigatoriamente
o auxílio de um assistente (uma segunda pessoa). Os passos para a vestimenta do conjunto Nível A
de proteção são detalhados em ordem lógica de colocação, contudo não esgotam o tema:
a) antes de iniciar a vestimenta do traje, depositar em um saco plástico todos os objetos de uso
pessoal, como caneta, telefone celular, chaveiros, crachás, distintivos ou quaisquer outros objetos
que possam danificar o traje durante o uso;
c) verificar as condições de uso e o tamanho das botas de proteção química e colocá-las próximo
ao local de vestimenta;
d) abrir completamente o zíper do traje até o final do trilho, localizado próximo à linha da cintura;
f) realizar uma inspeção visual antes de iniciar os procedimentos de vestimenta do traje;
g) o traje não pode apresentar descoloração ou qualquer outro dano físico;
h) verificar se as válvulas de exaustão da roupa estão livres de tampas e plugues, por dentro e por
fora;
i) aplicar um líquido ou spray antiembaçante no visor da roupa e no visor da máscara facial
do equipamento de proteção respiratória;
j) remover os sapatos, dobrar a calça na altura da barra e colocá-la por dentro da meia. O traje
dispõe de meias que são seladas às pernas da roupa e estas devem ser usadas por dentro das
botas de proteção química. As meias seladas ao traje são do mesmo material do restante da
roupa, portanto não possuem resistência mecânica para serem utilizadas sobre os calçados,
como se fossem uma cobertura externa, tampouco devem ser usadas sem as botas de proteção
química;
l) sentado, inserir os pés nas pernas do traje, calçando as meias seladas em forma de botas, que
são parte integrante da roupa. Movimentar os pés para bem acomodar as meias seladas. Esticar
as pernas ao máximo enquanto segurar o traje, mais ou menos na altura da cintura;
m) logo acima das meias seladas, mais ou menos na altura dos joelhos, o traje possui abas de
proteção das pernas contra respingos. Puxar as abas com força para cimae, em seguida calçar as
botas de proteção química, sempre movimentando os pés e os dedos para um ajuste adequado.
Por fim, abaixar as abas de proteção sobre o cano das botas. Puxar ao máximo as abas para
baixo, cobrindo com estas o cano das botas;
o) ainda em pé, com o traje aberto, vestir e ajustar as correias do conjunto autônomo de proteção
respiratória com o cilindro de ar devidamente conectado a este. O conjunto deve estar
confortavelmente justo na cintura e nas costas. Para tanto, curvar-se para frente para testar o
ajuste e, se necessário, puxar as correias de ajustes dos ombros, da cintura e do peito;
p) vestir a máscara facial e ajustá-la ao rosto, como forma de otimizar o suprimento de ar. É
recomendável passar a utilizar o ar do cilindro pouco antes do fechamento da roupa, portanto o
ajuste da máscara facial deve ser feito usando o ar fresco do ambiente, sem que a traqueia do
equipamento esteja conectada ao cilindro de ar;
q) colocar e ajustar o capacete, caso o cenário exija proteção para a cabeça;
t) colocar um dos braços na manga do traje e, com a outra mão, puxá-lo na altura do punho ao seu
encontro até a altura do ombro. Enquanto isso, movimentar a mão e os dedos, a fim de calçá-los
adequadamente, ou seja, calçar a luva interna na luva externa. É importante que todos os dedos
da luva interna estejam perfeitamente calçados na luva externa. Repetir o processo com a outra
mão;
u) com a ajuda do assistente, suspender o traje, cobrindo o equipamento de proteção respiratória;
v) cumpridas essas etapas, resta somente o fechamento do traje por meio do zíper e da aba com
velcro, que deve cobrir toda a extensão do zíper;
w) normalmente, o zíper das roupas de encapsulamento Nível A é fechado de baixo para cima.
Em razão disso, é aconselhável que o fechamento da roupa se inicie com o técnico na posição
sentado. Recomenda-se colocar um extensor no cursor do zíper, utilizando para isso uma fita
adesiva ou um lacre plástico, para servir de apoio. Essa ação pode facilitar o fechamento e
posteriormente a abertura do zíper, principalmente nas situações urgentes;
x) após checar se o zíper foi totalmente fechado, o assistente deve dobrar sobre os trilhos a aba
com velcro, fechando completamente o traje, permitindo dessa forma que o usuário adentre e
permaneça com segurança em ambientes hostis, contaminados por gases, vapores ou líquidos
considerados perigosos.
Para se conhecer a resistência dos tecidos do EPI aos diferentes produtos químicos, deve-se levar em
conta que, durante o contato, as três forças seguintes incidem sobre o tecido:
2 5
4 7
Legenda
B.1.2.1 Descrição
O Nível B de proteção requer o mesmo nível de proteção respiratória que o Nível A (conjunto autônomo),
porém um nível menor para proteção cutânea. O Nível B é uma proteção contra respingos de produtos
químicos conhecidos que não representam riscos à pele, contudo podem ser perigosos se inalados
ou em contato com os olhos, o que requer o nível máximo de proteção respiratória. Neste caso, os
olhos ficam protegidos pelo uso da máscara facial que cobre todo o rosto. A pressão positiva do
conjunto autônomo impede que contaminantes externos adentrem no interior da máscara facial, uma
vez que a pressão interna é ligeiramente superior à pressão do ambiente.
— não encapsuladas: traje do tipo macacão com capuz, ou calça e jaqueta com capuz.
Normalmente, esse tipo de traje não dispõe de luvas internas e botas seladas, o que
demanda o uso de fitas adesivas para auxiliar na selagem de luvas e botas. O traje nesta
concepção não possui visor. Neste caso, o rosto do usuário fica protegido pela máscara
facial do conjunto autônomo, contudo, o restante da cabeça e parte do pescoço pode
ficar exposto à contaminação se houver gases e/ou vapores em suspensão no ambiente.
O capuz do traje deve ser colocado sobre os tirantes da máscara facial e assim cobrir a cabeça
do usuário. Ainda que se utilizem fitas adesivas para auxiliar na selagem do capuz nas laterais
da máscara facial, isso não torna o traje adequado para uso em ambientes com presença
de produtos desconhecidos ou produtos que ofereçam riscos à pele. Nas roupas Nível B
não encapsuladas, o conjunto autônomo de proteção respiratório é colocado sobre a roupa,
— encapsulada: traje com o mesmo desenho da roupa de encapsulamento total, ou seja, tipo
macacão de corpo inteiro, o qual cobre completamente o usuário, bem como o conjunto
autônomo de proteção respiratória. Esse modelo possui zíper com abas e velcro, além
do visor. Apesar da semelhança do design, a roupa encapsulada Nível B não oferece proteção
contra o ingresso de gases ou vapores no seu interior, pois não possui a mesma padronização
dos componentes de um traje Nível A. Portanto, ainda que encapsulado, o traje Nível B não
se destina às operações envolvendo produtos desconhecidos, corrosivos ou considerados
tóxicos por absorção da pele.
a) ambientes onde haja a presença de produtos conhecidos que possam colocar em risco a vida
de pessoas por via da inalação, mas que não representem o mesmo risco quanto ao contato
dérmico, ou seja, não são produtos considerados corrosivos e/ou tóxicos por absorção da pele,
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
b) ambientes onde não se conhece o produto envolvido, porém o monitoramento indica concentrações
de gases e vapores entre 5 e 500 ppm;
B.1.2.3 Limitações
a) não é indicada para uso em ambientes onde haja a suspeita ou a presença de produtos
considerados corrosivos e/ou tóxicos por absorção da pele;
b) requer complementação da selagem com fita adesiva, nos punhos, na barra do traje e na interface
entre o capuz e a máscara facial;
B.1.2.5 Armazenamento
Todo o conjunto Nível B de proteção deve ser armazenado de acordo com as recomendações
do fabricante.
Os passos para a vestimenta do conjunto Nível B de proteção são detalhados em ordem lógica
de colocação, contudo não esgotam o tema:
a) antes de iniciar a vestimenta do traje Nível B, depositar em um saco plástico todos os objetos
de uso pessoal, como caneta, telefone celular, chaveiros, crachás, distintivos ou quaisquer outros
objetos que possam gerar ferimentos ao usuário e/ou danificar (furar e/ou cortar) o traje durante
o uso;
c) realizar uma inspeção visual antes de iniciar os procedimentos de vestimenta do traje;
d) o traje não pode apresentar descoloração ou qualquer outro dano físico visível;
f) aplicar um líquido ou spray antiembaçante no visor da máscara facial do equipamento de proteção
respiratória e colocá-lo próximo ao local de vestimenta;
g) verificar as condições de uso das luvas internas e externas e o tamanho das botas de proteção
química, e colocá-las próximo ao local de vestimenta;
h) o traje Nível B de proteção deve ser vestido tal qual se veste um macacão comum de trabalho,
sem demandar o auxílio de um assistente para tal tarefa;
i) o traje Nível B, não encapsulado, possui um zíper frontal com trilho que vai da linha de cintura até
a parte inferior do pescoço; não possui visor, tampouco luva interna selada ao traje e bota selada;
j) o usuário, após vestir o traje e fechar totalmente o zíper, deve calçar as botas de proteção química,
auxiliando a selagem com fita adesiva, selando com a fita a barra da perna do traje ao cano
da bota. A aba da perna do traje deve cobrir o cano da bota;
k) o usuário deve calçar as luvas internas e externas, ajustando-as bem em todos os dedos.
Na sequência, pode ser auxiliado a selar com fita adesiva a manga do traje, na altura do punho
ao cano da luva externa. A manga do traje deve cobrir o cano da luva externa;
l) uma vez vestido o traje Nível B e calçadas as luvas e as botas de proteção química, com
o auxílio de um assistente, o usuário deve vestir e ajustar as correias do conjunto autônomo
de proteção respiratória com o cilindro de ar devidamente conectado a este. O conjunto deve
estar confortavelmente justo na cintura e nas costas. Para tanto, o usuário deve curvar-se para
frente para testar o ajuste e, se necessário, puxar as correias de ajustes dos ombros, da cintura
e do peito;
m) com o auxílio de um assistente, o usuário deve colocar sobre o rosto a máscara facial, ajustando
a selagem desta com as correias laterais da máscara. Como forma de otimizar o suprimento
de ar, é recomendável passar a utilizar o ar do cilindro pouco antes da autorização de entrada
de toda a equipe de resposta, portanto o ajuste da máscara facial deve ser feito usando
o ar fresco do ambiente, sem que a traqueia do equipamento esteja conectada ao cilindro de ar;
n) uma vez ajustada a máscara facial ao rosto do usuário, o capuz da roupa deve ser puxado
por sobre os tirantes da máscara, cobrindo a cabeça e ficando somente o visor à mostra;
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
o) caso o cenário exija proteção para a cabeça (EPI opcional) o capacete deve ser colocado
e ajustado com a ajuda do assistente;
p) ajustar e testar o sistema de comunicação que deve ser utilizado, normalmente radiocomunicador,
testando o volume, a frequência e a forma de comunicação (botões/diafragmas), caso seja
autorizado o uso de equipamentos de comunicação eletrônicos na zona quente;
q) com o auxílio de um assistente, conectar a traqueia da máscara facial ao cilindro e verificar
se o suprimento de ar está adequado à sua demanda e se está funcionando adequadamente;
r) o usuário deve movimentar braços e pernas, a fim de verificar se está tudo conforme com o uso
do conjunto Nível B de proteção. Estando conforme, e com a devida autorização do responsável
pela segurança da operação, as ações de intervenção na zona quente podem ter início;
s) o traje Nível B de encapsulamento segue as mesmas instruções de uso do traje Nível A
de ecapsulamento total.
9 9
4
3
9
8
9
1
9
5
9
6
9
2
9
7
Legenda
B.1.3.1 Descrição
O Nível C de proteção é constituído pelo mesmo traje classificado como Nível B, ou seja, do tipo
macacão com capuz, ou calça e jaqueta com capuz. Esse nível de proteção não dispõe de luvas
internas e botas seladas, tampouco há no Nível C, versões do modelo encapsulado, uma vez que
este utiliza como proteção respiratória os respiradores purificadores de ar, cujo conjunto é composto
por máscara facial inteira, com proteção dos olhos e da face (visor), filtro químico, mecânico ou filtro
combinado (químico e mecânico).
A máscara do tipo meio facial pode ser utilizada no Nível C, desde que acompanhada de óculos
de proteção química, uma vez que esse modelo protege o nariz e a boca somente.
a) ambientes onde haja a presença de produtos conhecidos e cuja concentração no ambiente esteja
abaixo do imediatamente perigoso à vida e à saúde (IPVS);
b) ambientes onde a concentração de O2 seja conhecida por monitoramento ambiental constante
e esteja acima de 19,5 % em volume, uma vez que os respiradores purificadores de ar dependem
do ar ambiente;
c) ambientes onde o produto seja conhecido e os critérios para utilização de respiradores purificadores
de ar sejam adequados aos fatores de proteção requeridos pela concentração do produto
no cenário acidental.
B.1.3.3 Limitações
a) não é indicada para uso em ambientes onde haja a suspeita ou a presença de produtos
considerados corrosivos e/ou tóxicos por absorção da pele;
b) requer complementação da selagem com fita adesiva nos punhos, na barra do traje e na interface
entre o capuz e a máscara facial;
c) os filtros químicos, mecânicos ou combinados não fornecem ao usuário sinais prévios
de sua saturação; normalmente o usuário percebe o início da saturação dos filtros pelos órgãos
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
dos sentidos (resistência à inalação e exalação, percepção de odor, sabor, irritação das vias
respiratórias);
O tempo de uso do conjunto está diretamente relacionado ao tipo de proteção respiratória característico
do Nível C. Os respiradores purificadores de ar com filtro químico, mecânico ou filtro combinado,
por serem de pressão negativa, demandam esforço respiratório do usuário, o que gera a fadiga
em menor tempo de uso, se comparado à máscara autônoma, que, por ser de pressão positiva,
não demanda esforço físico respiratório. Fatores ambientais como temperaturas extremas, alta
ou baixa, alta umidade e chuva, são condições limitantes ao tempo de uso dos filtros. Deve-se
considerar ainda a concentração do produto no ambiente. Muito embora os purificadores de ar
com filtro sejam recomendados somente para concentrações abaixo do IPVS, nestas condições,
ou seja, concentrações logo abaixo do IPVS, podem saturar rapidamente os filtros. Outro fator a ser
considerado no tempo de uso do Nível C de proteção é o tipo de atividade exercida pelo usuário
no cenário acidental, ou seja, quanto maior o esforço físico, maior a demanda respiratória, maior
o arraste de material em suspensão e, consequentemente, mais rápida a saturação dos filtros.
B.1.3.5 Armazenamento
Todo o conjunto Nível C de proteção deve ser armazenado de acordo com as recomendações
do fabricante, lembrando que os filtros tem prazo de validade e devem ser descartados quando
vencidos, tenham ou não sido utilizados. O ambiente de armazenamento dos filtros, assim como
o do traje, devem ser secos e arejados, isentos de umidade, produtos químicos e odores.
9 4
3
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
8
1
5
6
2
7
Legenda
6
7
5
4 1
3
2
Legenda
Para equipes de intervenção, nem sempre é possível evitar tal contato, uma vez que a tarefa requerida
pode obrigar a esse grau de exposição. Normalmente, se os técnicos serem capacitados e tiverem
uma boa percepção dos riscos, os itens de proteção pessoal (EPI) mais contaminados tendem
a serem as luvas e as botas.
Durante um atendimento emergencial no TRPP, as mãos estão sujeitas a toda sorte de lesões, não
só pelo contato com produtos químicos, como também por uma série de riscos mecânicos inerentes
a operação, como queimaduras, abrasão, corte perfuração, fraturas, esmagamentos, entre outros.
Quanto às luvas de proteção química, especificamente, estas estão sujeitas a critérios rígidos
de seleção, bem como possuem limitações de uso, assim como qualquer outro equipamento
de proteção individual destinado à proteção de perigos químicos.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Informações e recomendações técnicas acerca da luva mais segura frente aos perigos intrínsecos
do produto sinistrado devem fazer parte da ficha de informação de segurança do produto químico.
Caso essa informação não conste nos documentos de transporte, o fornecedor ou o fabricante
do produto podem ser consultados. De igual forma, os fabricantes de luvas de proteção química
podem auxiliar nesse sentido.
Sempre que os EPI destinados à proteção cutânea forem adquiridos, como roupas, botas ou luvas
de proteção química, o fornecedor ou fabricante do EPI deve, obrigatoriamente, disponibilizar aos
clientes, informações acerca da resistência química dos materiais (ensaios de permeação). O ensaio
de permeação indica quanto tempo o material ensaiado resiste ao agente químico sem oferecer risco
ao usuário. Esses documentos são comumente denominados de cartas ou tabelas de resistência
química.
As informações das cartas ou tabelas de resistência química, em regra, são apresentadas em tabelas
e gráficos com variações de cores e convenções específicas, o que permite que o usuário execute
uma consulta rápida sobre a luva adequada aos perigos e riscos da atividade.
As cartas ou tabelas de resistência química de luvas, normalmente trazem o nome comercial da luva,
o modelo, os materiais empregados na sua fabricação e o comportamento dos materiais frente a famílias
de produtos químicos ou produtos químicos específicos, nas suas mais variadas concentrações.
Os resultados dos ensaios a que foram submetidos os materiais das luvas de proteção química são
apresentados pelo parâmetro de tempo de passagem do produto, ou seja, o tempo, em minutos, que
o produto levou para transpassar a parede do material, até atingir o lado oposto. O resultado
dos ensaios é descrito em letras ou números de forma subjetiva, do tipo: excelente, boa, fraca,
não recomendada.
Muito embora os ensaios de resistência química sigam critérios técnicos na sua execução, é preciso
cautela na interpretação de informações genéricas, uma vez que as propriedades, espessuras
e garantia de qualidade do material das luvas podem variar entre os fabricantes. Por essas razões,
se torna conveniente consultar as cartas ou tabelas produzidas por cada fabricante, caso se utilizem
luvas de fabricantes diferentes.
f) neoprene;
i) viton®1.
A seleção do modelo e do material utilizado para a confecção da luva é importante para a realização
dos trabalhos com segurança. A espessura da luva também é um fator a ser considerado no processo
de seleção, pois se luvas mais espessas conferem maior proteção química, por outro lado, contribuem
para uma menor destreza do trabalhador, seja pela diminuição do tato ou pela pouca mobilidade dos
dedos.
A análise do desempenho de luvas deve levar em conta sua flexibilidade, resistência à permeação, aos
danos mecânicos e à temperatura. Também devem ser consideradas a penetração e a degradação
do material. Assim, antes de definir sobre qual o modelo de luva é adequado ao trabalho, o responsável
pela segurança ocupacional da operação deve coletar e analisar informações sobre uma série
de fatores, como:
a) As recomendações do fabricante das luvas, quanto aos critérios de seleção, limitações, uso,
descontaminação, reutilização, armazenamento e descarte, foram observadas?
b) A carta ou tabela de resistência química das luvas está disponível no cenário acidental?
d) Que tipo de trabalho será realizado nas diferentes zonas de trabalho?
e) Os trabalhos serão realizados por quem? De que forma? Por quanto tempo?
1 Viton é o nome comercial do produto. Esta informação é dada para facilitar aos usuários desta Norma e não
constitui um endosso por parte da ABNT ao produto citado. Podem ser utilizados produtos equivalentes desde
que conduzam aos mesmos resultados
f) Os perigos que podem exigir a proteção das mãos foram todos identificados (químico, físico,
biológico, toxicológico, radiológico)?
g) Que perigos físicos podem comprometer a eficiência da luva (corte perfuração, abrasão, rasgos,
outros)?
h) As atividades a serem realizadas nas diferentes zonas de trabalho demandam flexibilidade por
parte do usuário? Isso pode influenciar na espessura das luvas?
i) Os ambientes exigem que as luvas tenham superfícies texturizadas ou antiderrapantes para
melhorar a aderência e evitar lesões?
j) Os perigos intrínsecos dos produtos envolvidos no acidente demandam redundância na proteção
das mãos? A redundância pode prejudicar a destreza dos técnicos?
l) A que tipo de contato com o produto vazado ou derramado o usuário está exposto (contato
ocasional, respingos, imersão contínua das mãos)?
m) Quais os efeitos potenciais de exposição da pele, caso a luva seja danificada?
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
n) O tamanho das luvas é compatível com o tamanho das mãos dos usuários?
p) Os procedimentos de descontaminação e retirada das luvas estão claros para as equipes de
intervenção e descontaminação?
q) Em razão das características dos produtos envolvidos no acidente, as luvas são descontaminadas
e reutilizadas ou são descontaminadas e descartadas?
Atenção especial deve ser dada ao tamanho das botas, tendo em vista que, nas roupas de
encapsulamento Nível A ou Nível B de proteção química, as meias, confeccionadas com o mesmo
material da roupa, são seladas ao traje, o que requer um tamanho de botas maior do que o numero
convencional usado com meias comuns.
Botas de proteção térmica não são adequadas ao uso envolvendo produtos químicos, tampouco botas
em couro ou outro material não especificado para a proteção química. Embora as botas de proteção
química possuam parede e solado com espessura reforçada, não estão isentas de danos físicos
e processos de permeação. Em razão do pisoteio na zona quente, normalmente os solados das botas
é o item mais contaminado do conjunto de proteção química, por essa razão, especial atenção deve
ser dada ao processo de descontaminação.
As botas de proteção química devem ser inspecionadas com cautela antes e após o uso.
As roupas de proteção térmica são projetadas para permitirem a aproximação das equipes
de atendimento à emergência em áreas sinistradas por incêndios ou com potencial de risco
de inflamabilidade. As roupas de proteção térmica que formam um conjunto são basicamente
compostas por:
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
a) jaqueta;
b) calça;
c) botas;
e) luvas.
A essas peças podem ser combinados outros EPI, como luvas de raspa, equipamentos de proteção
respiratória etc.
A jaqueta deve possuir um fechamento frontal duplo com zíper e velcro reforçados, mangas tipo raglã,
gola alta forrada e fecho em velcro para a proteção do pescoço, punho com fole interno em malha
de aramida com tira para fixação do polegar, bolsos externos com tampas, fechamento em velcro
e abertura inferior para drenagem e faixas refletivas antichamas.
A calça deve possuir forro fixo, ser sem braguilha e possuir elástico e suspensórios, além de faixas
refletivas antichamas.
As botas devem ser constituídas de borracha vulcanizada, com agente retardante a chamas, forradas
internamente com tecido, possuir biqueira e palmilha de aço, podendo conter internamente um forro
laminado.
Alguns desses equipamentos são fabricados em material resistente a produtos químicos. Outros,
embora não tenham essa especificidade, são recomendados para uso no atendimento às emergências
químicas por conta da proteção que conferem contra riscos adicionais, como choques mecânicos
e proteção contra radiação térmica.
O capacete de proteção térmica deve possuir um desenho específico para situações de combate
a incêndios e atividades de resgate. Deve possuir casco especial de alta resistência a impactos, com
forração interna confeccionada em resina epóxi expandida ou material similar, de alta capacidade
de absorção de impactos. O capacete não pode absorver água.
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Capacetes de segurança, por exemplo, são projetados para proteger o crânio do impacto mecânico
de objetos, no entanto, há capacetes projetados especificamente para oferecer proteção contra
choques elétricos e outros que oferecem proteção contra riscos provenientes de fontes geradoras
de calor nos trabalhos de combate a incêndio. No atendimento às emergências químicas, os capacetes
são usados, geralmente, internos à roupa resistente a produtos químicos (roupa de encapsulamento
total – Nível A). Dessa maneira, capacetes não são especialmente fabricados para resistir a produtos
químicos (embora na prática possam resistir), mas ainda assim sua utilização no atendimento
às emergências é útil, visto a proteção física que conferem.
Para a proteção da região do crânio e pescoço contra respingos de produtos químicos, há capuzes
especialmente fabricados em material semelhante ao utilizado nas roupas de proteção química. Para
a proteção dos olhos e face, há óculos de segurança e protetores faciais fabricados com o propósito
de oferecerem proteção contra respingos de produtos químicos.
Anexo C
(normativo)
Horas Minutos
(4) Chegada ao local da equipe de resposta da EAE?
(5) Os recursos adicionais conforme informado pelo acionante (caminhão EAE Acionante
para transbordo/guincho/guindaste/munck/pipa/caçamba/retroescavadeira/
braçais/embalagens/outros) foram contratados pela EAE ou pelo acionante?
(6) As exigências para a contratação de recursos adicionais foram atendidas Sim Não
pelo acionante e pela EAE?
(7) A EAE informou sobre os tipos e quantidades de recursos humanos e Sim Não
materiais mobilizados para o atendimento?
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
Bibliografia
[1] Portaria MTE nº 3214, Aprova as Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V, Título II,
da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho – Ministério
de Estado do Trabalho
[2] Portaria Inmetro nº 179:2010, Aprova a revisão dos Requisitos de Avaliação da Conformidade
de Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas, nas Condições de Gases e Vapores
Inflamáveis e Poeiras Combustíveis – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO)
[5] Manual para Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos – Associação Brasileira
da Indústria Química (ABIQUIM)
Exemplar para uso exclusivo - Código identificador #721279@466017# (Pedido 790839 Impresso: 22/04/2021)
[6] Vocabulário Básico de Recursos Naturais e Meio Ambiente – Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE)
[7] Dicionário de Termos Militares a Associados – Departamento de Defesa dos Estados Unidos