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Manual 3659

Hidroterapia - equipamentos e materiais

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Conteúdo

Âmbito do manual........................................................................................................................3
1. Hidroterapia.........................................................................................................................4
1.1. Definição......................................................................................................................5
1.2. Benefícios Globais da Hidroterapia..............................................................................6
2. Técnicas utilizadas na hidroterapia....................................................................................13
3. Equipamentos....................................................................................................................16
3.1. Os tipos de exercícios que podem ser realizados na piscina......................................21
3.2. Adaptações da piscina e equipamentos para a hidroterapia......................................24
4. Desinfecção dos equipamentos em hidroterapia...............................................................27
4.1. Desinfecção e esterilização.........................................................................................30
4.2. Desinfecção................................................................................................................32
4.3. Esterilização................................................................................................................36
Práticas de esterilização.........................................................................................................38
Bibliografia.................................................................................................................................40

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Âmbito do manual

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação


de curta duração nº 3659 - Hidroterapia - equipamentos e materiais de acordo com o
Catálogo Nacional de Qualificações.

Conteúdos programáticos

 Especificidades
 Funcionamento
 Formas de utilização
 Identificação em função da utilização
 Desinfecção
 Higienização

Carga Horária

25 horas.

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1. Hidroterapia

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1.1. Definição

A palavra Hidroterapia deriva das palavras gregas hydor (água) etherapeia (cura). Esta
é tão antiga quanto a história da Humanidade e informações sobre as atividades
aquáticas têm sido documentadas, tanto para propósitos recreativos quanto
terapêuticos. A Hidroterapia é o ramo da fisioterapia que se ocupa da utilização da
água com fins terapêuticos e de reabilitação.

A fisioterapia aquática possui uma longa história e é tão importante atualmente


quanto foi no passado. Hoje, com o crescimento de sua popularidade, os
fisioterapeutas são encorajados a utilizarem a água aproveitando ao máximo suas
propriedades.

A Hidroterapia é um método terapêutico que utiliza os princípios físicos da água em


conjunto com a cinesioterapia. É uma técnica específica e individual para cada
paciente, para melhor conforto e segurança do mesmo.

Diligencia a parte aeróbica simultaneamente, trabalhando grandes grupos musculares


e múltiplas articulações concomitantemente.

Várias são as patologias que podem beneficiar com a terapia em meio aquático
(patologias neurológicas, ortopédicas, reumáticas, recuperações póscirúrgicas,
cardiorrespiratórias, entre outras) principalmente devido às propriedades físicas únicas
da água.

A Hidroterapia é definida em 1997 por Becker & Cole como o uso externo da água com
fins terapêuticos.

O seu reconhecimento científico é recente e deve-se a quatro factores:

 À física, pois a hidrostática, hidrodinâmica e termodinâmica, são as áreas da


física que fundamentam a hidroterapia e que conduziram ao seu
desenvolvimento;

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 À necessidade de estudar as modificações das funções cardiopulmonar e renal
durante alterações inesperadas, conduziu os pesquisadores a descobrirem que
a imersão seria o meio adequado para estes estudos;
 À necessidade de pesquisar para simular a ausência de gravidade durante a
preparação dos homens até ao espaço e, mais recentemente, para a avaliação
do treino físico sem gravidade;
 Aos bons resultados obtidos como tratamentos utilizando diferentes métodos
de hidroterapia, visando a reeducação funcional em muitas disfunções, e
executados por diferentes grupos de trabalho, estes são divulgados,
principalmente, em cursos e palestras.

Actualmente, a hidroterapia está bem fundamentada por pesquisas realizadas em

áreas básicas provavelmente até mais do que em outros recursos usados pela

fisioterapia, contudo, os estudos clínicos têm que “caminhar” até às publicações

científicas (Campion, 2000).

1.2. Benefícios Globais da Hidroterapia

“A conceptualização, ou construção dos conceitos, é uma construção abstrata que


tenta dar conta do real” (…) “do ponto de vista do investigador” e que “consiste (…) em
definir as dimensões que o constituem (…) e precisar os seus indicadores”. Sem “ela é
impossível imaginar um trabalho que não se torne vago, impreciso e arbitrário.” (Quivy
& Campenhoudt, 2003, pp-150)

A abrangência desta técnica, Hidroterapia, define o alcance e a grandeza da sua


aplicação e pondera os seus indicadores e benefícios, a várias dimensões: Cognitiva;
Psicossocial; Fisiológica entre outras.

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A hidroterapia é indicada para a prevenção, o tratamento e a reabilitação de
problemas fisioterápicos de ordem traumato-ortopédica, neurológica, reumática,
cardiológica, pneumológica, desportiva e estética.

As principais indicações são:

 Nível de dor alto;


 Edema de extremidades;
 Contraturas articulares;
 Mobilidade diminuída;
 Fraqueza muscular generalizada;
 Desvios de marcha;
 Disfunções posturais;
 Diminuição da flexibilidade;
 Limitação de amplitude de movimento.

Os principais benefícios da hidroterapia estão relacionados à resistência natural


proporcionada pela água, que favorece a realização dos exercícios de fisioterapia.

Os pacientes com maior restrição de movimento conseguem executar as atividades


com mais precisão e menos dor, e não é necessário se preocupar com o excesso de
pressão sobre áreas afetadas.

Os outros benefícios da hidroterapia incluem:

 A flutuação proporciona assistência e suporte das articulações enfraquecidas;


 A pressão hidrostática da água auxilia na estabilização das articulações, reduz o
edema, melhora a circulação e aumenta a circulação periférica;
 A água aquecida ajuda a diminuir o espasmo muscular e proporciona o
relaxamento dos tecidos moles;
 A diminuição da pressão e o relaxamento proporcionam a redução da
sensibilidade à dor;

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 Os exercícios feitos imersos melhoram a musculatura respiratória;
 O relaxamento proporcionado pela água melhora a qualidade do sono, o
estresse e a ansiedade;
 O potencial de oferecer uma recuperação mais rápida aumenta a autoconfiança
do paciente;
 Os exercícios proporcionam maior equilíbrio e melhoram a consciência
corporal;
 A redução das forças gravitacionais combinadas com o efeito da hidrodinâmica
facilitam o movimento após alguma lesão ou imobilização;
 Pacientes com incapacidade de realizar movimentos com sustentação de peso
podem iniciar a reabilitação mais cedo, dentro da piscina.

 Benefícios Cognitivos

Os aspetos motivacionais e propriedades terapêuticas da água estimulam o


desenvolvimento da aprendizagem cognitiva e o poder de concentração, pois o
principiante busca compreender o movimento do seu próprio corpo explorando as
várias formas de se movimentar, adaptando as suas limitações às propriedades da
água.

 Benefícios Psicossociais

As atividades aquáticas propiciam o desenvolvimento de atividades em grupo,


estimulando assim as experiências corporais, a integração e o convívio social. O aspeto
psicológico, a melhoria do humor e a motivação em pessoas portadoras de deficiência
é altamente significativo através das atividades aquáticas, além da possibilidade de
descarregar tensões psíquicas através do poder de relaxamento da água e satisfazer as
necessidades de movimento.

 Benefícios Fisiológicos

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Tratando-se de pessoas portadoras de deficiência, simultaneamente com grande
dificuldade de equilíbrio e desenvolvimento da marcha, as características peculiares da
água como alta viscosidade, espessura, eliminação da gravidade vêm contribuir para a
realização de exercícios de educação e reeducação motora, proporcionando-lhes maior
segurança na execução dos movimentos.

Como funciona a técnica?

O funcionamento da hidroterapia depende, inicialmente, da avaliação do


paciente por um fisioterapeuta.

O profissional reconhecerá as questões mais importantes e poderá definir qual é a


melhor conduta, em termos de exercícios, repetições, grupos musculares trabalhados
etc. Após a análise inicial, os exercícios são executados em uma piscina que,
normalmente, apresenta água levemente aquecida.

O fisioterapeuta realiza todos os procedimentos junto ao paciente, indicando a postura


correta e garantindo que os movimentos sejam completos. Também é comum utilizar
equipamentos e acessórios complementares, como boias, barras de apoio e mesmo
pesos especiais.

A hidroterapia para idosos funciona com foco nas necessidades da terceira idade. Além
disso, a abordagem é individual e personalizada, em busca da reabilitação das funções.

Os exercícios de hidroterapia podem ser realizados em piscinas de água quente ou fria,


de acordo com as condições que serão tratadas pela técnica. Normalmente, são
utilizadas as duas temperaturas de forma alternada, para a estimulação de diferentes
áreas.

A água quente leva à dilatação dos vasos sanguíneos mais superficiais, de forma a
facilitar a circulação sanguínea em algumas áreas do corpo, o que acelera a
recuperação. Em oposição, a água fria causa a constrição dos vasos periféricos e facilita
a circulação sanguínea nos órgãos.
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São utilizados também jatos de água com altas pressões, que proporcionam
massagens relaxantes e a melhora do retorno venoso.

O fisioterapeuta responsável ainda usa objetos, como pesos, bolas e arcos, para a
realização dos exercícios dentro da água.

Para quem é indicada?


Um dos motivos para a realização da hidroterapia é o fato de a água diminuir a
atuação da gravidade. Junto à redução dos impactos no corpo, ela alivia bastante o
esforço. Portanto, costuma ser recomendada para pacientes com algum tipo de
problema osteomioarticular, dificuldade de locomoção ou em recuperação de lesões,
por exemplo. Também pode ser adotada por pessoas com doenças degenerativas
como Alzheimer e Parkinson. Além disso, é útil para quem sofre com algum distúrbio
de movimento. Por fim, a fisioterapia aquática para idosos é indicada para a maior
parte das pessoas nessa fase da vida, devido aos efeitos positivos.

Como qualquer prática, a hidroterapia tem contraindicações: pacientes com


problemas de pele, com sintomas de trombose venosa profunda, com incontinência
urinária e fecal, com pressão arterial descontrolada, devem evitar a técnica.

Contra-indicações relativas Contra-indicações absolutas

 Febre  Insuficiência cardíaca severa ou não


 Infecções agudas controlada
 Doença vascular periférica  Problemas gastrointestinais
 Feridas abertas/infectadas  Doenças infecto-contagiosas
 AVC recente  Embolia pulmonar recente

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 Infecções cutâneas  Tímpanos perfurados
 Insuficiência cardíaca (instável)  Gesso nos membros inferiores
 Doença renal grave  Doentes com capacidade vital
 Epilepsia não controlada inferior a 1L
 Incontinência fecal  Problemas fúngicos graves
 Incontinência urinária
 Diminuição da capacidade respiratória e da
força dos músculos respiratórios
 Pressão arterial instável
 Diabetes não controlados
 Alergias aos químicos (cloro, bromo, etc.)
 Cancro
 Resistência gravemente limitada
 Doentes cegos/surdos

 Doentes com tendências suicidas

Precauções
Segundo Ruoti em 2000, a recolha de dados de cada indivíduo é de extrema
importância, pois o fisioterapeuta tem que realizar uma triagem eficaz de modo a
despistar situações que possam surgir.

Precauções
 Doente confuso ou  Grandes limitações de  Tipo de
desorientado  mobilidade, força ou medicamentação
 Medo da água ROM  Hemofilia
 Alterações da pressão  Esclerose múltipla  Herpes
arterial  Pé de atleta
 Lentes de contacto,  Doenças sexualmente
erites  transmissíveis

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Desvantagens

A hidroterapia como qualquer outra intervenção possui aspectos menos


positivos, de seguida apresentamos as principais desvantagens.

A água é um meio de fácil contágio, ou seja, trata-se de um meio propício à


propagação de doenças, assim temos que ser “rigorosos” na recolha de dados de cada
indivíduo, tendo em conta as contra-indicações da hidroterapia.

Outra desvantagem encontrada, refere-se ao tempo de permanência do fisioterapeuta


na água, que é limitado, pois o “homem” não vive na água.

Na constituição de uma classe de hidroterapia, os grupos têm que ser pequenos, pois
para um só fisioterapeuta é difícil de controlar um grande número de indivíduos.

E finalmente, os materiais utilizados no meio aquático possuem uma duração menor,


logo torna-se dispendioso a conservação deste material.

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2. Técnicas utilizadas na hidroterapia

Método Halliwick

O método Halliwick foi desenvolvido em 1949, na Halliwick School for Girls, em


Southgate, Londres. McMillian, o criador da técnica, desenvolveu inicialmente uma
atividade recreativa que visava dar independência individual na água, para pacientes
com incapacidade e treiná-los a nadar.

Com o passar dos anos, ele foi aperfeiçoando seu método original e adotou técnicas
adicionais que foram estabelecidas a partir dos seguintes princípios:

 Adaptação ambiental: envolve o reconhecimento de duas forças, gravidade e


empuxo que, combinados, levam ao movimento rotacional;
 Restauração do equilíbrio: enfatiza a utilização de grandes padrões de movimento,
principalmente com os braços, para mover o corpo em diferentes posturas e ao
mesmo tempo manter o equilíbrio;
 Inibição: é a capacidade de criar e manter uma posição ou postura desejada,
através da inibição de padrões posturais patológicos;
 Facilitação: é a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente e
controlá-lo fisicamente, por outros meios, sem utilizar a flutuação. Tal aprendizado
é graduado através de um “programa de dez pontos”, que utiliza a seqüência do
desenvolvimento do movimento físico pelo córtex cerebral.

Essas técnicas têm sido utilizadas para tratar terapeuticamente pacientes pediátricos
ou adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções neurológicas,
na Europa e nos Estados Unidos da América do Norte.

Bad Ragaz

Bad Ragaz é uma cidade Suíça construída em torno de um spa de água morna
natural, com três modernas piscinas cobertas. Em 1930 teve início a utilização deste

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spa para exercícios aquáticos. Tal técnica de exercícios originou-se na Alemanha pelo
dr. Knupfer Ipsen, cujo objetivo era promover a estabilização do tronco e das
extremidades através de padrões de movimentos básicos e, se resistidos, realizados
segundo os planos anatômicos.

O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com auxílio de flutuadores ou “anéis” no


pescoço, pelve e tornozelos, por isso que a técnica também é designada de “método
dos anéis”.

Em 1967, Bridgt Davis incorporou o método de facilitação neuromuscular


proprioceptiva ao “método dos anéis”. Beatice Egger desenvolveu ainda mais esta
técnica, publicando-a em alemão. Atualmente, o método Bad Raggaz é constituído de
técnicas de movimentos com padrões em planos anatômicos e diagonais, com
resistência e estabilização fornecidos pelo terapeuta.

O posicionamento do paciente em decúbito dorsal é mantido através de flutuadores


nos seguimentos anatômicos já mencionados anteriormente.

A técnica pode ser utilizada passiva ou ativamente em pacientes ortopédicos,


reumáticos ou neurológicos.

Os objetivos terapêuticos incluem redução de tônus muscular, pré-treinamento de


marcha, estabilização de tronco, fortaecimento muscular e melhora da amplitude
articular.

Método Watsu

O Watsu, também conhecido como “Water Shiatsu”, aquashiatsu ou


hidroshiatsu, foi criado por Harold Dull em 1980.

Tal técnica aplica os alongamentos e movimentos do shiatsu zen na água, incluindo


alongamentos passivos, mobilização de articulações e “hara-trabalho”, bem como
pressão sobre “tsubos” (acupontos) para equilibrar fluxos de energia através dos
meridianos (caminhos de energia). Há dois tipos de posições no watsu: as posições

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simples e as complexas. As simples incluem os movimentos básicos e de livre
flutuação. As posições complexas são chamadas berços.

O fluxo de transição do watsu consiste em: uma abertura, os movimentos básicos e


três sessões:

1ª) berço de cabeça;

2ª) embaixo da perna distante, ombro e quadril;

3ª) berço da perna próxima e uma conclusão.

Através da organização Worldwide Aquatic Boby Work Association (Associação


Mundial de Trabalho Corporal Aquático), na Escola de Shiatsu e Massagem localizado
em Harbin Hot Springs, Middletown California-EUA, o autor da técnica, Harold Dull,
ministra e orienta cursos de watsu e outras técnicas de trabalho corporal.

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3. Equipamentos

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Os equipamentos utilizados na hidroterapia incluem aparelhos de apoio instalados
dentro da piscina e objetos utilizados para a realização dos exercícios aquáticos. São
eles:

 Corrimões fixos
São instalados nas paredes internas da piscina, feitos de aço inoxidável e com diâmetro
de 4 cm. Devem estar presentes em ambos os lados dos degraus de entrada e em pelo
menos 3 lados da piscina. São utilizados como apoio para a imersão do paciente na
piscina e para apoio durante a realização dos exercícios submersos.

 Jatos de água
Os jatos devem ser instalados abaixo do nível da água, e proporcionam pressão e
massagens relaxantes durante as sessões de hidroterapia. Além disso, servem de
obstáculo na realização de alguns exercícios, de forma a intensificá-los e ajudar no
fortalecimento e na resistência. O fluxo deve ser lento e suave, de forma a não
comprometer o equilíbrio dos pacientes dentro da piscina.

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 Macarrão de polietileno
Esse equipamento é feito de espuma impermeável, e oferece flutuação e resistência
mecânica na sua utilização dentro da água. Utilizado para flutuação e como auxiliar nos
exercícios de fortalecimento.

 Arcos com peso para exercícios aquáticos


Equipamento utilizado para exercícios de fundo de piscina, que auxilia no aumento da
agilidade, velocidade e no preparo para treinos de mergulho.

 Prancha de piscina
A prancha serve de auxílio para as atividades aquáticas, facilitando os movimentos e o
apoio da postura do paciente, de forma a ter uma posição correta durante a sessão de
hidroterapia.

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 Bolas
São bolas de borracha utilizadas para os exercícios aquáticos. Elas auxiliam o
desenvolvimento corporal, a coordenação motora, os reflexos e o condicionamento
físico por meio da resistência que oferece quando submersa na água.

 Halteres
Esses halteres são confeccionados com material ideal para a execução de exercícios
aquáticos. São caracterizados pelo aumento da superfície de contato com a água, o
que proporciona maior resistência e, consequentemente, maior esforço para a

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realização do movimento submerso e melhor ganho de condicionamento físico
muscular.

 Turbilhão
Uma boa alternativa para os fisioterapeutas que não têm a possibilidade de construir
uma piscina, mas que querem trabalhar com a hidroterapia, é utilizar o turbilhão. O
turbilhão é um tanque de água em que há um turbilhonamento, semelhante a uma
banheira de hidromassagem.

Há diferentes tamanhos de turbilhões, que podem ser utilizados para corpo todo ou
para áreas específicas (membros inferiores ou superiores, extremidades etc.), e são
exercidos estímulos pela pressão e temperatura da água para estimulação e alívio da
dor.

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3.1. Os tipos de exercícios que podem ser realizados na piscina

Um dos maiores benefícios da hidroterapia é que praticamente todos os exercícios


podem ser realizados dentro da piscina, visto que o fisioterapeuta consegue oferecer
toda a segurança para que o paciente consiga realizar os exercícios sem esforço e
ainda utilizando a água como resistência ou como auxílio do movimento em questão.

O fisioterapeuta pode ainda utilizar todos os recursos que a água oferece para
conseguir benefícios extras para o processo de reabilitação.

Exercícios estáticos

Os exercícios estáticos são indicados para a fase inicial do tratamento, para a


adaptação do paciente no meio aquático.

Eles também são indicados para casos em que o paciente não consiga realizar algum
tipo de movimento, seja ele por dor ou fraqueza muscular.

Pode-se também utilizar os exercícios estáticos para realizar os mais diversos tipos de
alongamentos musculares.

Exemplos:
Paciente em pé, encostado na borda da piscina, com joelhos flexionados a 90º e água
na altura dos ombros. Realizar expirações longas sobre a água. Evoluir com a imersão
da boca e posteriormente, com a imersão da boca e nariz na água para treino de
respiratório.

Paciente flutuando na piscina utilizando flutuadores em membros superiores,


inferiores e pescoço (e quadril, caso seja necessário). Realizar um movimento de

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turbulência na água com as mãos próximo do membro acometido e solicitar ao
paciente que mantenha o membro no lugar.

Paciente em pé, encostado na borda da piscina. Elevar um dos membros inferiores


mantendo a extensão de joelho e a flexão plantar de tornozelo. Tomar cuidado para
que o paciente não compense o alongamento fazendo uma retroversão de quadril.

Exercícios dinâmicos
Todos os exercícios dinâmicos realizados em solo podem ser facilmente realizados na
água, com a facilidade de ter a água como auxílio ou resistência do movimento.

Exercícios aeróbicos como caminhada na piscina, bicicleta aquática e step podem ser
utilizados como aquecimento e para treino cardiorrespiratório.

Exercícios de fortalecimento podem ser realizados tanto em posição ortostática como


em flutuação. Cabe ao fisioterapeuta avaliar qual a melhor forma para o paciente em
questão.

Os exercícios podem ser realizados utilizando a água como resistência para um maior
ganho de força muscular. Pode-se ainda utilizar pesos especiais para hidroterapia caso
seja necessária uma carga maior.

Para pacientes com muita fraqueza ou com paralisia, pode-se utilizar a água para
auxiliar o movimento como uma espécie de movimento passivo. Basta fazer
movimentos de turbulência na água que movimentem o membro paralisado para o
sentido desejado.

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Os treinos de equilíbrio são muito bem indicados na piscina, pois a instabilidade da
água é um excelente meio para o tratamento de equilíbrio em pacientes de várias
patologias, principalmente as de origem neurológica como AVC, Mal de Parkinson e
Mal de Alzheimer.

Os treinos de marcha também são bastante indicados principalmente para pacientes


que possuem medo de caminhar em solo.

Exemplos:
Paciente em flutuação, com flutuadores em membros inferiores, superiores e cabeça
(e quadril, caso necessário). Solicitar abdução e adução de quadril utilizando a
resistência da água como sobrecarga.

Paciente em pé, com as mãos apoiadas na borda da piscina. Colocar uma caneleira de
hidroginástica e realizar extensão de quadril contra a resistência da água.

Paciente em pé no meio da piscina. O fisioterapeuta realiza movimentos de


turbulência na água em volta do paciente para causar ainda mais instabilidade.
Solicitar ao paciente que tente se manter equilibrado pelo maior tempo possível.

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3.2. Adaptações da piscina e equipamentos para a hidroterapia

A piscina
As piscinas podem ser planejadas para “multiuso” sendo maiores (22,3 m de
comprimento e 13,5 m de largura) ou para atendimento individualizado, que seria uma
piscina tipo “tanque” (até 3 por 3 m). A temperatura ideal para a piscina maior oscila
entre 27oC e 29º C e para a menor, entre 33o e 34º C.

A rampa que dá acesso à cadeira de rodas é necessária, assim como escadas internas
com os degraus baixos e corrimões bilaterais para a segurança do usuário.

O banco longo localizado ao lado da escada com hidrojatos posicionados em alturas


variadas para massagear os diversos seguimentos corporais (coluna, ombros, joelhos)
são utilizados.

Os corrimões também são colocados ao longo das áreas delimitadas pela parede da
piscina.

Os tipos de elevadores são: hidráulico, elétrico, mecânico e pneumático e podem ser


utilizados para facilitar o acesso do paciente à piscina.

A profundidade da piscina varia de 1,05m a 1,35 m e é ideal para grande parte dos
tipos de terapia (piscina tipo “tanque”).

Entretanto, a profundidade de 2,10 m pode ser utilizada em piscinas maiores (tipo


“multiuso”) que apresentam um fundo graduado, indo paulatinamente de uma

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profundidade menor (1,05 m) a uma profundidade maior (2,10 m)(10).

O vestiário
Uma instalação bem planejada concede até 1,8 m² para vestiário por pessoa.

Pia, toalete, tomadas para secadores de cabelo, balcões, bancos e armários são
considerados comodidades mínimas. O piso indicado para estas áreas é o texturizado e
ou antiderrapante. Tapetes de náilon de alta densidade também podem ser colocados.

Sala mecânica e química da piscina


Tal sala contém a bomba de circulação de água, filtros, controladores químicos,
sistema de vácuo, sistema desinfetante, aquecedor de água e substâncias químicas,
assim como sistema de ventilação adequado.

A água morna de piscina ou spa exige um controle do equilíbrio químico correto. Os


níveis de coloração, assim como a coloração mineral, os “pontos de quebra” e a
espumação devem ser monitorados e registrados por um operador de piscina
constantemente.

O piso ao redor da piscina ou deque


O piso ao redor da piscina ou deque é construído de material antiderrapante
(coeficiente de atrito úmido acima de 0,70 cm em referência a pés descalços), devendo

ser livre de obstáculos para prática e procedimento de evacuação de emergência.

Considerações de segurança para a piscina


As marcas de segurança interna na piscina, assim como ao redor devem ser colocadas
para comunicar os riscos aos usuários.

Há quatro tipos de aviso de risco:

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1) riscos comportamentais: não comer, não utilizar a piscina além do horário
permitido, não mergulhar ou saltar;

2) perigos físicos: água turva, superfície do deque molhada ou escorregadia,


profundidade maior etc.;

3) perigos químicos: armazenar produtos químicos de limpeza; 4) riscos


ambientais: fios elétricos ou de energia, equipamento de comunicação, rádio ou
outros elementos.

A iluminação no deque da piscina também faz parte das considerações de segurança e


deve ter uma intensidade mínima de 100 pés-velas.

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4. Desinfecção dos equipamentos em hidroterapia

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Desde os primórdios das atividades referentes à área de saúde, o ser humano
tem-se batido com o fator infecção, sendo frequentemente derrotado. Essas derrotas,
porém, vêm, através da história, diminuindo em número devido às atenções que
gradualmente foram sendo dispensadas à limpeza, à higiene, às boas condições
ambientais e alimentares, evoluindo para a desinfecção e a esterilização de materiais
hospitalares, entre outros fatores não menos importantes.

Desinfecção, esterilização e acondicionamento apropriado de lixo hospitalar tornaram-


se fatores de importância capital no tocante ao controle de infecção hospitalar,
garantindo condições para a recuperação dos pacientes, bem como para a segurança
dos mesmos e das equipes de profissionais de saúde envolvidas nas atividades
hospitalares.

Esterilização é a eliminação ou destruição completa de todas as formas de vida


microbiana, sendo executada no próprio hospital através de processos físicos ou
químicos.

Desinfecção é o processo que elimina todos os microorganismos ou objetos


inanimados patológicos, com exceção dos endosporos bacterianos. Esse processo não
deve ser confundido com a esterilização, visto que não elimina totalmente todas as
formas de vida microbiana. Por definição, os dois procedimentos diferem quanto à
capacidade para eliminação dos esporos, propriedade inerente à esterilização.

Alguns desinfetantes, os quimioesterilizadores, podem eliminar esporos com tempo de


exposição prolongado (seis a dez horas). Em concentrações similares, esses mesmos

desinfetantes, em período de exposição menor do que 30 minutos, por exemplo,


podem eliminar microorganismos vivos, com exceção dos endosporos bacterianos,

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sendo então denominados desinfetantes de alto nível. Outros podem destruir
bactérias vegetativas, fungos e vírus lipofílicos em aproximadamente dez minutos
(desinfetantes de baixo nível) e há os que destróem o bacilo da tuberculose e vírus
hidrofílicos em períodos algo superiores a 30 minutos (desinfetantes de nível
intermediário). Feitas essas considerações, pode-se concluir que os germicidas diferem
entre si basicamente quanto ao espectro antimicrobiano e à rapidez com que agem.

Outro processo envolvido no controle da infecção hospitalar é a limpeza, que consiste


em remoção de materiais estranhos aos objetos (como sangue, fragmentos de tecidos
orgânicos, sujeira, etc.) com água, podendo-se utilizar também algum tipo de
detergente. A limpeza deve, obrigatoriamente, preceder a desinfecção e a
esterilização.

A descontaminação é o processo pelo qual um objeto tem removidos os


microorganismos patológicos, tornando se seguro para ser manuseado pelos
profissionais competentes.

Em 1968, Spaulding propôs uma abordagem racional à desinfecção e à esterilização,


dividindo o material usado nos cuidados aos pacientes em três distintas categorias,
baseando-se no grau de risco de infecção envolvido, a saber:

artigos críticos, artigos semicríticos e artigos não críticos.

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4.1. Desinfecção e esterilização

Os artigos críticos oferecem alto risco de infecção hospitalar, caracterizados pela


contaminação com microrganismos elou esporos bacterianos. São incluídos nesta
categoria o material cirúrgico, os cateteres cardíacos e vesicais, os implantes, os fluidos
para aplicação intravenosa e as agulhas de punção.

Devem ser tratados com autoclavação, com óxido de etileno ou com quimo
esterilizadores, se os outros métodos forem inadequados.

Os artigos semicríticos são os objetos que entram em contato com pele lesada e/ou
mucosas, devendo estar livres de todos os microrganismos, com exceção dos esporos
bacterianos.

Pertencem a este grupo o equipamento de anestesia e de terapia respiratória,


endoscópios gastrintestinais e termômetros.

Necessitam de desinfecção de alto nível, com pasteurização húmida ou germicidas


químicos, como glutaraldeído, peróxido de hidrogênio estabilizado, álcool etílico e
compostos biclorados. Após a utilização de qualquer um desses métodos, o objeto
deve ser lavado com composto clorado e seco com um método que não o
recontamine, como ar quente filtrado, sendo depois devidamente embalado.

Os artigos não críticos são os que entram em contato apenas com a pele íntegra.
Seriam os lençóis, os manguitos dos esfigmomanômetros, muletas, alguns utensílios de
alimentação, mesas de cabeceira e móveis. Estes podem ser devidamente limpos com
desinfetantes de baixo nível, como álcool etílico ou isopropílico, hipoclorito de sódio,
solução detergente germicida fenólica ou iodofólica ou solução detergente germicida
amônica quaternária.

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Deve-se lembrar, no entanto, que as questões de desinfecção e de esterilização não
são assim tão simples como se apresentam. É necessário considerar que existem
processos

inadequados para determinados tipos de material de uso hospitalar. Há materiais


termolábeis ou termossensiveis por exemplo. Estes, em linhas gerais, podem ser
esterilizados com óxido de etileno, sendo esta prática, porém, bastante dispendiosa
para o sistema hospitalar.

0 que se observa, muitas vezes, é a realização de desinfecção de alto nível para


materiais que deveriam ser esterilizados, em geral, materiais médico-hospitalares
semicríticos que foram contaminados com vírus da SIDA ou da hepatite B ou por
bacilos da tuberculose; estes devem receber tratamento visando esterilização, e não
desinfecção, obrigatoriamente.

Outro ponto a ser considerado são os fatores que afetam diretamente a eficácia dos
germicidas. Observa-se que o número dos microorganismos no material a ser
desinfectado acaba sendo proporcional ao tempo que o germicida leva para destruí-
los.

A localização desses mesmos microorganismos deve ser considerada; materiais


compostos por várias peças devem ser desmontados para que o agente germicida
possa agir sobre toda a sua superfície, não poupando os microorganismos de serem
atingidos pelo mesmo. Não se pode esquecer da resistência inata de certos
microorganismos, fato que deve ser tratado adequadamente, por exemplo,
ampliando-se o tempo de exposição do material ao germicida ou escolhendo-se
agente mais adequado.

Outra variável é a concentração do germicida; em geral, esta é proporcional à potência


do mesmo.

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A temperatura, o pH, a umidade relativa e o peso molecular da água utilizada devem
ser observados para que se tenha atividade ótima do agente germicida. A matéria
orgânica, como soro, pus, sangue ou fezes, pode interferir na atividade germicida por
reações químicas que a diminua ou a anule, ou protegendo os microorganismos como
uma barreira que impede a atuação do produto sobre os mesmos. Finalmente, deve-se
respeitar o tempo estipulado de contato do material com o germicida, para que este
último aja satisfatoriamente.

Da mesma forma, número, tipo e localização dos microorganismos afetam os


processos de esterilização, bem como a presença de matéria orgânica, concentração,
tempo de exposição e fatores físicos, como temperatura e umidade relativa.

4.2. Desinfecção

 Álcool
São utilizados os álcoois etílico e isopropílico. São bactericidas rápidos, eliminando
também o bacilo da tuberculose, os fungos e os vírus, não agindo, porém, contra os
esporos bacterianos.

Sua concentração ótima dá-se entre 60 e 90% por volume, sua atividade caindo muito
com concentração abaixo de 50%. Suas propriedades são atribuídas ao fato de
causarem

desnaturação das proteínas quando na presença de água.

Observa-se também ação bacteriostática pela inibição da produção de metabólitos


essenciais para a divisão celular rápida. São usados como desinfetante de alto nível
para alguns materiais semicríticos e para os não críticos. Não se prestam à
esterilização, por não apresentarem atividade contra esporos bacterianos. Os álcoois
não devem ser usados em materiais constituídos de borracha e certos tipos de
plásticos, podendo danificá-los. Evaporam rapidamente, dificultando exposição
prolongada, a não ser por imersão do material a ser desinfetado.

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 Compostos biclorados

Geralmente usam-se os hipocloritos, de sódio ou cálcio, apresentando estes amplo


espectro de atividade antimicrobiana, com baixo custo e ação rápida. São fatores que
levam à sua decomposição, interferindo em suas propriedades, temperatura,
concentração, presença de luz e pH. Acredita-se que estes produtos agem por inibição
de algumas reações enzimáticas-chave dentro das células, por desnaturação de
proteína e por inativação do ácido nucléico.

São ativos contra bacilo da tuberculose, vírus e fungos. São geralmente usados para
desinfecção de materiais não críticos.

 Formaldeído

É usado como desinfetante ou esterilizante nas formas gasosa ou líquida. É


comumente encontrado como formalina, sendo esta sua diluição aquosa a 37%. A
formalina é bactericida potente, fungicida, agindo também contra vírus, bacilos da

tuberculose e esporos bacterianos. Tem seu uso limitado por se tratar de composto
cancerígeno. Age alcalinizando determinados grupos das proteínas e das purinas.

 Peróxido de hidrogênio

0 composto é bactericida, esporicida, fungicida, eliminando também os vírus. Agem


produzindo radicais hidroxila livres que atacam a membrana lipídica, o ácido
desoxirribonucleico e outros componentes essenciais à vida da célula. É usado como
desinfetante em concentração de 3%, para superfícies não orgânicas. Não é usado
como esterilizador, por ter atividade inferior à do glutaraldeído.

 Compostos iodados

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É um combinado de iodo e um agente solubilizante, ou carreador. 0 exemplo de
solução mais usada é a polivinilpirrolidona iodada, que mantém as propriedades
desinfetantes do iodo sem características tóxicas ou irritantes.

Composto iodado penetra a parede celular dos microorganismos, rompendo a


estrutura e a síntese das proteínas e do ácido nucléico. É bactericida e virucida, mas
necessita de contato prolongado para eliminar o bacilo da tuberculose e os esporos
bacterianos. Usado como anti-séptico e como desinfetante de frascos para cultura de
sangue, tanques de hidroterapia, termômetros e endoscópios. Não é adequado para
desinfecção de superfícies.

 Glutaraldeídos

Dialdeído saturado, é largamente aceito como desinfetante de alto nível e


quimioesterilizador. Sua solução aquosa necessita de pH alcalino para eliminar esporos
bacterianos. Age alterando os ácidos desoxirribonucléico e ribonucléico, bem como a
síntese protéica dos microorganismos.

É mais comumente usado como desinfetante de alto nível para equipamento médico,
como endoscópios, transdutores, equipamento de anestesia e de terapia respiratória e
de hemodiálise.

 Fenóis

Em altas concentrações, os fenóis agem como veneno protoplasmático , penetrando e


rompendo a parede celular por precipitação de proteínas. Em baixas concentrações,
causa morte celular por inativação dos sistemas enzimáticos essenciais à manutenção
da integridade da parede celular.

São usados para desinfecção do ambiente hospitalar, incluindo superfícies de


laboratórios e artigos médico-cirúrgicos não críticos.

 Compostos quaternários de amônia

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São bons agentes de limpeza, porém são inativados por material orgânico (como gase,
algodão e outros), não sendo mais usados como desinfetantes ou anti-sépticos. Cada
um dos diferentes compostos quaternários de amônia tem sua própria ação
antimicrobiana, atribuída à inativação de enzimas produtoras de energia,
desnaturando proteínas essenciais das células e rompendo a membrana celular. São
recomendados para sanitarização do meio hospitalar, como superfícies não críticas,
chão, móveis e paredes.

 Radiação UV

Radiação UV (240 a 280nm) pode inativar microorganismos, estando em processo de


investigação quanto à sua aplicabilidade em salas de cirurgia e em infecções de feridas
em período pós-operatório.

 Pasteurização

A proposta da pasteurização é destruir os microorganismos patogênicos, sem, no


entanto, eliminar os esporos bacterianos.

É uma alternativa para a desinfecção de equipamento de terapia respiratória e de


anestesia, sendo porém menos eficiente que a desinfecção por agentes químicos.

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4.3. Esterilização

 Esterilização por vapor


0 vapor quente sob pressão é o método mais usado para esterilização de materiais
médico-hospitalares do tipo crítico.

É não tóxico, de baixo custo e esporicida. Por esses motivos, deve ser usado para todos
os itens que não sejam sensíveis ao calor e à umidade. 0 calor húmido destrói os
microorganismos por coagulação e desnaturação irreversíveis de suas enzimas
e proteínas estruturais. Este tipo de processo é realizado em autoclaves.

 Óxido de etileno
É quase que exclusivamente utilizado para esterilização de equipamento que não pode
ser autoclavado. A efetividade do processo depende da concentração do gás, da
temperatura, da umidade e do tempo de exposição. Age por alcalinização de

proteínas, DNA e RNA. As desvantagens para sua aplicação são o tempo necessário
para efetivar o processo, o custo operacional e os possíveis riscos aos pacientes e aos
profissionais envolvidos. Apresenta potencial carcinogénico e mutagênico,
genotoxicidade, podendo alterar sistema reprodutor e nervoso e, ainda, causar
sensibilização aos profissionais envolvidos no processo, devendo haver supervisão
médica constante nos mesmos.

 Esterilização por calor seco

Este método é reservado somente aos materiais sensíveis ao calor úmido. Guarda suas
vantagens na capacidade de penetração do calor e na não corrosão dos metais e dos
instrumentos cortantes, sendo porém método que exige tempo de exposição para
alcançar seus objetivos, por oxidação dos componentes celulares.
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 Radiação ionizante

Método extremamente caro de esterilização, tendo sido usado para tecidos destinados
a transplantes, drogas, etc. Para outros artigos, perde para o óxido de etileno,
justamente devido a seu custo.

 Químicos líquidos

Há várias substâncias químicas que se prestam à esterilização quando aplicadas por


período de seis a dez horas. São recomendadas somente para aqueles materiais que
não podem ser esterilizados por calor ou óxido de etileno.

 Filtração

É usada para remover bactérias de fluidos farmacêuticos termolábeis que não podem
ser esterilizados de outra forma.

 Ondas curtas
Tem-se mostrado eficaz para inativar culturas bacterianas, vírus e alguns esporos
bacterianos. Deve passar por melhor avaliação para seu uso hospitalar.

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Práticas de esterilização

As áreas de processamento de material devem ser divididas, no mínimo, em três áreas:


descontaminação, acondicionamento e esterilização/armazenamento. Ao menos a
área de desinfecção deve ser separada das outras duas por barreiras físicas, sendo aí
que o material será recebido, separado e descontaminado. A área destinada ao
acondicionamento do material o será ao material limpo, porém não estéril. A área de
armazenamento deve ser de acesso restrito, com temperatura controlada (65 a 72°C) e
com umidade relativa em torno de 35 a 50%.

A esterilização deve ser monitorizada para que se garanta que seu objetivo foi
atingido. Pode-se lançar mão de indicadores locados preferencialmente dentro da
embalagem do material, e não fora da mesma, como é prática corrente.

Dessa forma, pode-se garantir que qualquer que tenha sido o método utilizado para a
esterilização, o mesmo atingiu o objeto dentro de seu invólucro. 0 funcionamento do
equipamento de esterilização pode ser monitorizado por fatores biológicos, como
esporos bacterianos. Os artigos que levantarem suspeita quanto ao processo de
esterilização ao qual foram submetidos devem obrigatoriamente ser considerados não
estéreis; por exemplo, presença de umidade dentro de uma caixa de material cirúrgico
submetida a esterilização por vapor úmido.

Quanto ao invólucro, exigem-se algumas características, como permeabilidade ao


agente esterilizante, resistência ao calor, à tração e ao manuseio, impermeabilidade a
partículas microscópicas e isenção de nutrientes microbianos (amidos) e resíduos
tóxicos (corantes e alvejantes). Há grande variedade de materiais utilizados como
invólucro.

Critérios para sistemas de esterilização

 Uso de baixas temperaturas (menos de 60°C);

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 Ser compatível com diferentes materiais (plástico)
 Ser um método rápido;
 Ser não tóxico para quem o manuseia;
 Ser seguro aos materiais a serem esterilizados;
 Ser seguro ao meio ambiente;
 Não deixar residuos no artigo;
 Manter atividade frente a residuos orgânicos;
 Diminuir a margem de erro humano. Deve ser de fácil manuseio;
 Uso único de esterilizante, evitando ser esta uma fonte de contaminação
cruzada;
 Ser de baixo custo operacional.

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