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INTRODUÇÃO

A empresa pública é um organismo que tem a possibilidade de


descobrir a sua dimensão transpessoal, a sua identidade, a sua razão de existir
e a sua missão. Definir os seus valores sobre os quais se apoiarão as suas
políticas, procedimentos, ações internas e externas certamente contribuirá
para derrubar os muros que separam o servidor do contribuinte.
Propiciar aos servidores a criação de um espaço, por exemplo, para que
se realize no ambiente de trabalho uma gestão participativa onde a inovação,
a criatividade, o talento e as potencialidades de cada um possam emergir,
também contribuirá efetivamente para resultados.
Poderá estabelecer, com os contribuintes, relações de parcerias
duradouras, tendo a ética, a transparência, a confiança e a colaboração mútuas
como requisitos vitais para o êxito.
É importante para a organização fazer-se solidária e assumir o papel
de cidadã contribuindo com o bem comum. Suas ações poderão ser
socialmente responsáveis com relação à comunidade, ao meio ambiente, enfim
à vida humana, possibilitando aos servidores orgulhar-se da empresa em que
trabalham e à sociedade orgulhar-se de ter uma empresa cidadã.
Nesse caso, todos colherão os merecidos frutos. Existem diversos
meios para promover a construção de uma imagem favorável do serviço
público. Muitos já realizados e outros serão ainda desenvolvidos pela
inteligência e sabedoria das pessoas comprometidas com a vida.
Há vários tipos de empresas da inciativa privada que estimulam a
solidariedade através do trabalho voluntário, outras estão muito bem inseridas
em suas comunidades e nela agindo e interagindo com suas ações
socialmente responsáveis. Há aquelas que abrem espaço para meditação,
reflexões e orações e ainda as que inserem o assunto nos programas de
treinamento e desenvolvimento, enfim cada organização com a sua cultura
sabe encontrar o melhor caminho para se desenvolver com maturidade e
equilíbrio, proporcionando resultados favoráveis para todos.

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O objetivo inicial deste trabalho foi a de encontrar referenciais teóricos e
práticos que permitam a aplicação no ambiente organizacional visando tornar o
ambiente de trabalho um local propício ao desenvolvimento pessoal e
profissional.
Diante dessa motivação, pensou-se em implantar um modelo mais
humano na empresa pública. Uma vez que o serviço público está
extremamente carente de um modelo que os capacite e direcione para a
construção de um novo modelo mental, no que diz respeito à gestão de
pessoas e de recursos.
Além do que quando há por parte da empresa pública essa consciência,
a consequência é que fluem com maior facilidade os fatores mais buscados
pelas organizações: a motivação, o desempenho, o espírito de equipe, a
comunicação eficaz, a qualidade, o foco no cliente, o “estar de bem com a
vida”.

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CAPÍTULO I
1.1 A ALIENAÇÃO DO TRABALHO NAS REPARTIÇÕES PÚBLICAS
Do ponto de vista do trabalho, a alienação do servidor aparece na
constatação da falta de integração do trabalho individual numa produção
coletiva com significado social. Observou-se que, a burocracia serve à
desarticulação e ao esvaziamento do trabalho individual. A maioria dos
funcionários não vê, nem se apropria simbolicamente do resultado do seu
trabalho; a fragmentação das tarefas os transforma em simples elos de uma
corrente, da qual não conseguem enxergar o início, o fim, nem a finalidade. De
fato, além da maioria dos funcionários públicos não terem uma avaliação
positiva dos serviços prestados pelas suas organizações, também acham que a
sua contribuição não é suficientemente reconhecida no conjunto.
Frequentemente, o trabalho de muitos funcionários se resume a
despachos formais em documentos, um passo na tramitação de um processo,
uma gota no oceano da gigantesca máquina do Estado. Sabe-se, além do
mais, que por trás do formal, tudo se opera por baixo dos panos; que as coisas
importantes são resolvidas "por fora", pela informalidade clientelista, na base
da amizade, segundo respondem a maioria dos funcionários.
Ressalta-se que fatores motivacionais, são praticamente nulos, dentro
do serviço público, não há por parte da administração pública interesse em
criar meios para levar aos funcionários condições de desenvolverem aspectos
mais criativos no trabalho.
Esse retrato tem seus significados subjetivos muito mais importantes
que os objetivos, de acordo com Maslow (1943) e Herzberg (1959) (8), os mais
fortes sintomas desses significados subjetivos no setor público, aparecem nos
processos de identificação (ou de negação da identificação). Associar-se às
imagens positivas nas empresas públicas modernas ou negar essa associação
nas organizações mais deterioradas da administração direta, implica em
investimentos afetivos muito importantes para a alienação, como veremos mais
adiante.

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1.2 A MOTIVAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

"Um músico deve compor,


um artista deve pintar,
um poeta deve escrever,
caso pretendam deixar seu coração em paz.
O que um homem pode ser, ele deve ser.
A essa necessidade podemos dar o nome de
auto-realização."
Abraham Harold Maslow (1908 - 1970)

Encontrar motivação para o servidor público é um desafio muito maior do


que para o empregado da iniciativa privada, uma vez que este precisa “matar
um leão por dia” para manter-se no emprego, fazendo uso ao máximo da sua
criatividade, do seu conhecimento, etc.
Diferentemente ocorre para o servidor que tem a estabilidade e o seu
salário garantido no final de cada mês, isso faz com que ele se coloque numa
zona de conforto, que muitas vezes o condena a passar anos de sua vida
funcional estagnado , inerte e completamente apático.
Nesse sentido os estudos feitos por Abraham Harold Maslow contribuiu
enormemente para a psicologia e ciências sociais. Havia por parte dele certa
insistência sobre como as motivações e a personalidade humana são afetadas
por fatores culturais.
A grande diferença entre os ensinamentos de Maslow e os postulados
por Freud na psicanálise, é que para Maslow os seres humanos têm
necessidades psicológicas, consideradas por Freud como um mero mecanismo
de sublimação (Maslow,2001).
Dentro da sua visão psicológica, filosófica, educacional e espiritual, a
discussão acerca da essência do homem segundo Maslow, tinha como
fundamento, uma base biológica e constitucional. Afirmava ele que o ser
humano é um animal em busca do que elege e toma uma decisão.
Maslow construiu com uma teoria na qual as necessidades humanas
podem ser hierarquizadas, mostrando inclusive, com essa hierarquia, no que

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somos diferentes dos animais, que não teriam uma hierarquia com tantos
níveis como nós, os humanos.

Figura 1 . Pirâmide de necessidades de Maslow

Segundo a Teoria de Maslow, as necessidades humanas podem ser


agrupadas em cinco níveis:

- NECESSIDADES FISIOLÓGICAS
Estas são as necessidades mais básicas, mais físicas (água, comida,
ar, sexo, etc.). Quando não temos estas necessidades satisfeitas ficamos mal,
com desconforto, irritação, medo, doentes. Estes sentimentos e emoções nos
conduzem à ação na tentativa de diminuí-las ou aliviá-las rapidamente para
estabelecer o nosso equilíbrio interno. Uma vez satisfeitas estas necessidades
nós abandonamos estas preocupações e passamos a nos preocupar com
outras coisas.

- NECESSIDADES DE SEGURANÇA
No mundo conturbado em que vivemos procuramos fugir dos perigos,
buscamos por abrigo, segurança, proteção, estabilidade e continuidade. A
busca da religião, de uma crença deve ser colocada neste nível da hierarquia.

- NECESSIDADES SOCIAIS

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O ser humano precisa amar e pertencer. O ser humano tem a
necessidade de ser amado, querido por outros, de ser aceito por outros. Nós
queremos nos sentir necessários a outras pessoas ou grupos de pessoas.
Esse agrupamento de pessoas pode ser a antiga tribo, ou a tribo (grupo) atual,
no seu local de trabalho, na sua igreja, na sua família, no seu clube ou na sua
torcida. Todos estes agrupamentos fazem com que tenhamos a sensação de
pertencer a um grupo, ou a uma "tribo". Política, religião e torcida são as tribos
modernas.

- NECESSIDADE DE “STATUS” E DE ESTIMA


O ser humano busca ser competente, alcançar objetivos, obter
aprovação e ganhar reconhecimento. Há dois tipos de estima: a auto-estima e
a hetero-estima. A auto-estima é derivada da proficiência e competência em
ser a pessoa que se é, é gostar de si, é acreditar em si e dar valor a si próprio.
Já a hetero-estima é o reconhecimento e a atenção que se recebe das outras
pessoas.

- NECESSIDADE DE AUTO REALIZAÇÃO


O ser humano busca a sua realização como pessoa, a demonstração
prática da realização permitida e alavancada pelo seu potencial único. O ser
humano pode buscar conhecimento, experiências estéticas e metafísicas, ou
mesmo a busca de Deus.

Podemos ainda afirmar dentro da teoria de Maslow que:

a-) As necessidades fisiológicas, as necessidades de segurança e


algumas das necessidades sociais são fatores de desmotivação. A Teoria de
Maslow diz que a satisfação destas necessidades é básica; já a ausência da
satisfação destas necessidades não motiva ninguém, pelo contrário, desmotiva.
b-) As necessidades sociais, as necessidades de "status" e de estima e
as necessidades de auto-realização são fortes fatores motivacionais, ou seja,

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na ausência dessas necessidades satisfeitas as pessoas batalham para tê-las
satisfeitas, motiva as pessoas a alcançar a satisfação destas necessidades.

As necessidades básicas listadas no item "a", são chamadas de fatores


higiênicos, já as listadas no item "b" de fatores motivacionais.
Este conjunto hierárquico de necessidades é também conhecido pelo
nome de pirâmide de Maslow, ou ainda pirâmide das necessidades de Maslow,
sendo essa pirâmide dividida em 5 partes, paralelamente à sua base. A
necessidade fisiológica fica localizada na base e a necessidade de auto-
realização no cume desta pirâmide.
Um detalhe muito importante da Teoria de Maslow é que ela diz que a
pessoa tem que ter a sua necessidade do nível inferior satisfeita, ou quase
integralmente satisfeita, para sentir a necessidade do nível superior. Ou seja: a
pessoa que não tem suas necessidades de segurança satisfeitas não sente
ainda necessidades sociais. E assim por diante.

Nas palavras do próprio Maslow:


"... à medida que os aspectos básicos que formam a qualidade de vida são
preenchidos, podem deslocar seu desejo para aspirações cada vez mais elevadas."

Uma conseqüência desse fato, para a administração de pessoas, é que


uma pessoa com necessidades prementes de segurança, por exemplo, não é
motivada pela possibilidade de satisfação de suas necessidades de "status" ou
estima.

Herzberg
Frederick Herzberg identificou dois tipos de fatores na motivação:

Fatores Motivacionais (intrínsecos) são aqueles relacionados ao cargo e a


natureza da tarefa desempenhada, sendo portanto, controlável pelo indivíduo e
que devem levar ao reconhecimento e à valorização profissional, culminando
com a auto-realização.

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Fatores Higiênicos (extrínsecos) são aqueles definidos pelo contexto que
envolve o empregado e que fogem ao seu controle. São exemplos deles:

*Salários e benefícios;
* Tipo de chefia;
* Políticas e diretrizes organizacionais.

Para ele, a ausência de fatores motivadores não provoca,


necessariamente, vivências negativas bem como a presença de fatores
higiênicos não provoca, necessariamente, vivências positivas.
Portanto o oposto de "satisfação" não seria "insatisfação" mas, sim,
"nenhuma satisfação" e o oposto de "insatisfação" também não seria
"satisfação" e sim poderia ser “nenhuma insatisfação”.
Hertzberg enfatizava nesses fatores a atenção para o cuidado que se
deve ter com o seu uso. Se, por exemplo, os "fatores higiênicos" estão
inadequados, um esforço para melhorá-los reduzirá a insatisfação mas
melhorá-los ainda mais poderá não aumentar a satisfação; o caminho para isso
seria melhorar os fatores motivadores.
Em resumo Hertzberg considera que:
         As pessoas ficam insatisfeitas por um ambiente ruim, mas elas raramente
ficam satisfeitas por um bom ambiente.
         A prevenção da insatisfação é tão importante quanto o incentivo de
satisfação.
         Fatores de higiene operam independentemente dos fatores de motivação.
Um indivíduo pode ser altamente motivado em seu trabalho e estar insatisfeito
com seu ambiente de trabalho.
         Todos os fatores de higiene são igualmente importantes, embora a sua
freqüência de ocorrência difere consideravelmente.
         Melhorias dos fatores de higiene têm efeitos de curto prazo. Quaisquer
melhorias resultar em uma remoção de curto prazo, ou prevenção, da
insatisfação.
         Necessidades de fatores de higiene são de natureza cíclica e podem
voltar a um ponto de partida. Isso leva à síndorme do "O que você fez por mim
ultimamente?"

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         Necessidades de higiene têm um ponto de escalada zero e nenhuma
resposta final.
Fazendo uma analogia com a Teoria das Necessidades Humanas,
de Abraham H. Maslow, é possível concluir que os fatores de manutenção
estão ligados com necessidades de ordem inferior( fisiológica, segurança e
social) e os fatores motivadores com necessidades de ordem superior
(status/estima e auto realização). Com a mesma linha de raciocínio é possível
fazer a ligação de que são necessários patamares satisfatórios de nenhuma
insatisfação nos níveis iniciais para que seja possível o surgimento da
necessidade dos fatores motivadores.

1.3 AS NECESSIDADES E OS DESEJOS DOS SERVIDORES

A partir do início deste século, a procura por uma vaga no serviço


público se intensificou. A indústria dos concursos se estabeleceu de forma
promissora, e hoje dezenas de milhares de jovens frequentam cursos
preparatórios antes mesmo de concluírem o ensino superior, e depois se
acotovelam em filas de inscrição intermináveis. É o sonho da estabilidade
financeira que um cargo público representa, suplantando a incerteza que
caracteriza as profissões liberais ou os empregos na iniciativa privada.
Contudo, cumpre-nos fazer o seguinte questionamento: é possível
realizar-se pessoal e profissionalmente no serviço público?
Eis o grande desafio dos novos gestores do setor público: estimular o
quadro funcional da organização, encarando-a como uma empresa viva e que
depende fundamentalmente, do equilíbrio físico, mental e emocional de seus
colaboradores.
É fato que as pessoas podem exercer um mesmo ofício de formas
diferentes.
O educador e psicólogo francês Pierre Weil (1924-2008) ilustra essa
afirmação nos contando a história dos dois pedreiros:
“ Era uma vez um muro em construção por dois pedreiros. Os dois operários tinham
começado a construção do muro na mesma hora e no mesmo dia. Só que o muro de um deles
estava ainda baixinho, enquanto o muro do outro já estava tão alto que o pedreiro estava no

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último degrau de uma escada. O primeiro pedreiro do muro incipiente, estava com ar
desanimado, com evidente má vontade e olho de peixe morto enquanto o outro pedreiro estava
com um ar feliz e cantando quase sem parar. Uma pessoa que estava passando por ali ficou
intrigado pela diferença entre os dois muros e o comportamento dos dois pedreiros, e
perguntou ao primeiro: -“ O que você esta fazendo aqui?”. – “ Uai! Não esta vendo? Estou
construindo um muro, colocando um tijolo em cima do outro!” – “ E por que está fazendo
isso?” . O pedreiro respondeu: “Para ganhar meu dinheiro!” . A pessoa então se dirigiu para o
outro pedreiro: -“ E você, o que esta fazendo?”. O pedreiro parou de cantar, abriu um enorme
sorriso, e com o ar de felicidade máxima exclamou:
-“ Eu estou construindo uma catedral!...” (Weil, 2000)

Essa história representa simbolicamente, muito bem a situação que é


vivida por muitos servidores, uma vez que a estabilidade financeira e funcional
já estando assegurada, faz com que o funcionário se coloque numa zona de
conforto que somente a adoção de estratégias motivacionais é que irá garantir
a própria sustentabilidade da organização.
A conquista dessa estabilidade funcional após três anos de efetivo
exercício, somada à obtenção da estabilidade financeira conduz muitas vezes
o indivíduo a um padrão negativo de acomodação. Assim, sonhos, planos,
talentos, criatividade e ambição são deixados de lado, e outra patologia pode
se instalar: A normose.
Segundo Pierre Weil (2000,a):
“A normose é o conjunto de normas, conceitos, valores,
estereótipos, hábitos de pensar ou de agir aprovados por um
consenso ou pela maioria de uma determinada população e que
levam a sofrimentos, doenças ou mortes, em outras palavras, que são
patogênicas ou letais, e são executados sem que os seus atores
tenham consciência desta natureza patológica, isto é, são de
natureza inconsciente”.

Cabe salientar, nesse contexto, que uma nova forma de agir e de pensar
pode, efetivamente, transformar indivíduos e, a partir dessa transformação
interna, restabelecer o equilíbrio das organizações que, em última instância,
são formadas por grupos de pessoas com objetivos comuns. Com isso, busca-
se não apenas a simples diminuição das estatísticas de afastamento do serviço
por motivo de doença, mas, sim, a obtenção da saúde integral, cuja definição
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se encontra no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde:
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a
ausência de doenças”.

1.4 A BUSCA DE SENTIDO NO MUNDO DO TRABALHO

Afirmar que estamos numa época de crise, já é lugar comum. A algum


tempo a humanidade vem vivenciando essa crise em todos os planos,
individual, social e ambiental. Assim sendo poderíamos refletir sobre a natureza
desta crise generalizada; Não seria ela caracterizada pela perda de sentido e a
procura de um novo sentido?
Introduzir uma nova consciência ao trabalho dentro do serviço público,
direciona o indivíduo a dar um novo sentido à sua vida profissional, assim
como tirar o funcionário do ceticismo do qual está impregnado. Esta
transformação somente ocorrerá uma vez que, haja uma mudança de
paradigma. Esse é o grande desafio do século XXI.
De acordo com Kerber (2007), o impulso mais fundamental do ser
humano não é a busca do prazer, como imaginava Freud, nem a busca de
poder, mas o alcançar um “sentido de vida”, conforme preleciona Viktor E.
Frankl. Considerando-se que o ser humano passa um terço de sua vida
dormindo e mais um terço em seu local de trabalho, é lícito concluir que esse
“sentido da vida” deva ser buscado, também, na sua ocupação profissional.
Todavia, as evidências demonstram que a conquista da estabilidade
financeira, resultante de uma boa colocação profissional, não assegura, por si
só, a obtenção da tão almejada felicidade. Tal insatisfação generalizada não
tem passado despercebida nas principais organizações de trabalho, seja na
esfera pública ou privada. Assim, mais e mais gestores vêm implantando novos
conceitos, métodos e práticas que auxiliem na realização pessoal e profissional
de seus colaboradores.
Com a ousadia e o vislumbre que o consagraram, o sociólogo
contemporâneo De Masi (2000 apud GUEVARA e DIB, 2005) declara que, no
futuro, não deverá mais haver separação entre trabalho, lazer e estudo.
Segundo ele, a sociedade consumista persegue poder, dinheiro, sucesso,

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porém, a estas necessidades quantitativas se contrapõem as de essência
qualitativa, como introspecção, amizade, amor, diversão e convivência.
Da necessidade de transformação depende, inclusive, a própria
sobrevivência das organizações de trabalho, pois, para Zanelli e Silva (2008),
as organizações são dirigidas para produzir ou satisfazer necessidades de
bens ou serviços que a sociedade requer, e a sua permanência ou
sobrevivência depende da clareza de seus objetivos e da coerência com que
os perseguem.
É importante lembrar que a mudança de princípios se faz necessária,
para que a transformação aconteça.
Na gerência participativa, por exemplo, onde os trabalhadores e todos os
escalões participam do processo não somente decisório, mas também
financeiro da organização, no caso a chamada participação nos lucros, não há
dúvida de que esse é o melhor estilo gerencial. Entretanto para Weil (1992,
p.51), uma “Gerência participativa não é uma gerência holística, embora
gerência holística implique gerência participativa”.
Segundo Weil (1992) uma associação de seres humanos, seja
organização pública, empresa ou grupo de duas pessoas, é encontro de
egoísmo, e a negociação leva à solução dos conflitos de interesses egoísticos.
Porém a direção participativa pode ser utilizada para produzir o maior
rendimento em organismos que utilizam tecnologias destrutivas. Diante disso,
Weil ressalta que uma nova posição deverá ser encontrada – o altruísmo.
No mundo organizacional, o líder deverá buscar o desenvolvimento não
somente do indivíduo, mas da própria cultura organizacional através de uma
estratégia holística, levando em conta primeiro a pessoa, depois a produção e
por fim a plenitude...
Unir esforços da organização bem como das pessoas que fazem parte
dela, leva a um modelo participativo, no entanto a qualidade dos programas é
de suma importância, pois levanta a questão dos valores éticos.
Em resumo esse tipo de liderança pode constituir o sentido da mudança,
que implica numa mudança profunda de cada um de nós, seja líder ou não.

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CAPÍTULO II

2. ABORDAGEM TRANSPESSOAL
2.1 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA TRANSPESSOAL

A Psicologia transpessoal surgiu na década de 60, nos Estados Unidos,


como um ramo da psicologia que reconhece e integra o anseio espiritual como
uma necessidade básica do ser humano.
A partir da psicologia humanista surgiu a 4ª força. Maslow acreditava
que vivenciar um aspecto transcendental era importante e crucial em nossas
vidas. Assim sendo anuncia o aparecimento da quarta força em psicologia que
vai além dos interesses personalizados, mais elevado e centrado no cosmo.
Em 1968, Maslow conclui: "Considero a Psicologia Humanista, a
Psicologia da Terceira Força, transitória, uma preparação para uma Quarta
psicologia ainda "mais forte", transpessoal, transumana, centrada no cosmos e
não em necessidades e nos interesses humanos, que vai além da condição
humana, da identidade, da auto-realização, etc."
Vitor Frankl, Stanislav Grof, James Fadiman e Antony Sutich uniram-se
a Maslow e oficializaram, em 1968, a Psicologia Transpessoal, enfocando o
estudo da consciência e o reconhecimento dos significados das dimensões
espirituais da psique.
Assim nasce a Psicologia Transpessoal, como uma disciplina
autônoma, no final dos anos sessenta.
Ressalta-se que as tendências desse movimento já existiam há muito
tempo, Carl Gustav Jung, Roberto Assagioli e o próprio Maslow já haviam
lançado as bases para o movimento transpessoal (Grof, 1988).
Foi Abraham Maslow quem primeiro formulou, explicitamente, os
princípios da psicologia transpessoal como uma abordagem diferenciada. Uma
de suas mais importantes contribuições é seu estudo sobre pessoas que
vivenciaram, espontaneamente, as chamadas experiências místicas de "pico".
Em seu estudo, Maslow demonstrou que as pessoas que tiveram
experiências espontâneas de "pico" beneficiavam-se delas e mostravam
grande tendência para a auto-realização, que é o objetivo da psicoterapia
humanística, diferentemente da psicoterapia tradicional, em que as

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experiências místicas de qualquer tipo são sempre consideradas como sérias
psicopatologias.
Maslow julgou estas experiências como supernormais em vez de
subnormais. A partir desse fato, ele criou os fundamentos da nova psicologia.
Essa nova psicologia que surge apoiada numa concepção holística e sistêmica,
considera o organismo humano como um todo integrado que envolve padrões
físicos, mentais, sociais e espirituais.
Sua metodologia é totalmente vivencial e integrativa. Associa
conhecimentos transculturais de diferentes épocas com as mais modernas
descobertas científicas da física, da biologia, da psicologia, da neurofisiologia,
da teoria sistêmica, da etimologia (inteligência emocional), entre outras. Seu
objeto de estudo é a consciência e os estados modificados de percepção da
realidade.

2.2 CONCEITOS E FUNDAMENTOS DA ABORDAGEM


TRANSPESSOAL

Podemos conceituar Psicologia Transpessoal como o estudo e aplicação


dos diferentes níveis de consciência em direção à unidade fundamental do ser.
A visão de mundo, na transpessoal, é a de um todo integrado, em harmonia,
onde tudo é energia, formando uma rede de inter-relações de todos os
sistemas existentes no universo.
A Psicologia Transpessoal é uma ciência holística que estuda o ser humano
em sua totalidade, abrangendo outros enfoques científicos, tais como:
Medicina, Antropologia, Sociologia, Física, Química, Biologia e Metafísica. Tem
como objeto de estudo os estados de consciência que transcendem a pessoa e
o conceito de ego. Busca transcender os aspectos pessoais do ser, elevando-o
a uma condição totalmente espiritual. Está baseada na física moderna
subatômica, cujo modelo quantum relativístico busca apresentar um ponto de
vista integrado da teoria de quantum e relatividade, onde o Universo todo
(matéria/energia) é uma entidade dinâmica em constante mudança num todo
indivisível. Reconhece o fato de que estamos em constante crescimento. Essa
perspectiva auxilia-nos a restituir sentido e valor à vida, e ajuda-nos a
determinar o que somos e o que desejamos. Também pode contribuir para a

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percepção de nossas responsabilidades pessoais e para com o mundo como
um todo. Pode acrescentar um sentido de personalidade dinâmico ao momento
presente e a sensação de sentido à nossa existência e ao nosso futuro.
Esse caminho é percorrido com a disposição de se auto conhecer cada vez
mais e tirar o máximo das próprias potencialidades que muitas vezes estão
ocultas, e encobertas por condicionamentos e ou domesticações que vão
acontecendo no decorrer da vida.

“Á proposta da Psicologia Transpessoal é a de permitir que do homem velho, que agoniza e


sofre, possa renascer um homem novo, sábio, aquele que consiga vivenciar a sua unidade
cósmica, sentindo que é parte dela ao mesmo tempo em que a sente contida nele, e perceber
que sempre há uma interdependência de todas as coisas e seres do Universo”.
A morte e renascimento do ego é vivenciado, percebido, como uma mudança de nível de
consciência, de densidade energética, favorecendo emergir um estado de despertar onde há a
conexão com o nosso ser essencial “(Saldanha, 2006;p.49)

Nos estudos de Maslow com enfoque na abordagem transpessoal,


destacou-se não só os aspectos saudáveis e positivos do ser humano dentro
da psicologia positiva, como foi dado ênfase aos fenômenos das chamadas
experiências culminantes, nos distintos estados de consciência.
Estados de consciência é o trânsito entre as mais diferentes dimensões da
consciência, podendo ser definida como nossa apreensão da realidade, interna
ou externa. A nossa percepção da realidade, depende do nível (estado) de
consciência que estamos vivenciando.
Os diversos estados de consciência são manifestações da psique humana,
definidos por alterações no padrão comum de atividade da mente. Cada estado
de consciência é um conjunto de eventos energéticos.

Os principais são:
Estado de consciência de vigília: neste estado o EEG (eletroencefalográfico)
registra ondas cerebrais beta, de14 a 26 ciclos por segundo em média. As
funções do ego são predominantes. O indivíduo percebe o mundo
tridimensional por meio de sua mente, suas emoções, seus cinco sentidos. É o
estado em que estamos despertos, trabalhando.

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Estado de consciência devaneio: neste estado, o EEG registra ondas
cerebrais alfa de 9 a 13 ciclos por segundo, alcançado por meio do
relaxamento. Nesse estado, as imagens são desconexas, criativas, literárias,
artísticas, científicas e administrativas. O indivíduo está totalmente aberto para
perceber o agora, está propício à livre associação, e suas idéias devem ser
anotadas imediatamente, pois podem desaparecer no estado de vigília.

Estado de consciência sonho: este é o estado REM (rapid eyes movement),


movimentos rápidos dos olhos, momento em que o indivíduo está sonhando.
Temos em média quatro sonhos por noite. Freud foi um dos primeiros a se
dedicar a estudar os sonhos. Para Freud, todo o conteúdo trazido ao
consciente são motivações e desejos do inconsciente, e aquilo que for
manifestado por vir de seu inconsciente individual e, em alguns casos, à
própria filogênese.
Para a Transpessoal o trabalho com sonhos é muito amplo, podendo esta
linguagem ser usada de muitas formas: técnicas de incubação de sonho livrar-
se de pesadelos, sonhos lúcidos, encomendar ou modificar sonhos, grafismo e
ainda a ampliação dos mesmos.

Estado de consciência sono profundo: O cérebro emite neste estado ondas


delta de 1 a 4 ciclos por segundo. Aqui o indivíduo entra num estado de
inconsciência total, perde contato com o mundo externo. Segundo as recentes
pesquisas, ele entra num nível de superconsciência, o ego desaparece e a
consciência retorna à própria fonte.

Estado de consciência de despertar: é à saída do entorpecimento. O


indivíduo acorda para a vida. É o despertar do observador de si mesmo. Neste
estado se desenvolve a reflexão, a percepção da essência do ser e ocorre,

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também, a desidentificação deste indivíduo com aquilo que ele projeta: suas
emoções, sua mente, seus papéis e seu corpo. O relaxamento, a meditação e
os exercícios com orientação transpessoal são alguns dos recursos utilizados
para levar o ser a este estado de despertar.

Estado de consciência cósmica ou plena consciência: As experiências tem


um caráter de inefabilidade, caráter paradoxal, desaparecimento do tempo-
espaço, não projeção da mente sobre os objetos, superação da dualidade
sujeito-objeto (unidade) ou estado não-dual, vivência de luz radiante e
impregna o espaço, experiência energética de iluminação interior, vivencia de
vacuidade plena, vivencia de amor indescritível, sentimento de viver a realidade
como ela é, desaparecimento da morte; vivencia da eternidade, descoberta do
verdadeiro sentido da vida e sentido do sagrado (Weil,1999).
As expressões utilizadas para denominar este estado de consciência
são: samádhi, satori, nirvana, sétimo céu, sétimo paládio (cabala sepher
hazolar), sétima morada (Tereza D'Avila), experiência culminante(Maslow),
experiência transcendental, experiência de êxtase e experiência transpessoal.
(Saldanha, 2008, p. 177).
Nesse estado, o indivíduo experimenta o despertar de sua verdadeira
sabedoria, o verdadeiro amor, sua disponibilidade de auxílio ao outro, um
estado pleno de bem-aventurança. É ser um com a unidade. A pessoa que
experimenta este estado de consciência passa a ter uma significativa mudança
em seu sistema de valores, compreende que tudo vem do criador, e não do ser
criado.
Vários fatores provocam a experiência de estados de consciência, que
podem ser:
- Isolamento sensorial;

-Sobrecarga sensorial;

-Biofeedback;

-Treinamento autógeno;

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-Música e Canto;

-Improvisação teatral, Ex. Psicodrama;

- Auto-assistência e assistência mútua: incitam a voltar a atenção para os


próprios processos de consciência. Eles desenvolvem a idéia de que a
mudança depende de si e de que podemos escolher o nosso comportamento
pela introspecção colaborando com forças mais elevadas;

-Hipnose e auto-hipnose;

-Meditação: zen, budista, tibetana, ioga;

-Koans, histórias sufis, danças, histórias dervixes;

-Seminários destinados a romper o transe cultural e a abrir o indivíduo para


novas escolhas;

-Diário a respeito dos sonhos: os sonhos são o melhor modo de se obter


informações provindas de uma região que ultrapassa o campo da consciência
comum;

-Teosofia, sistemas de pensamentos inspirados em Gurdjieff;

-Psicoterapias contemporâneas, como a logoterapia de Victor Frankl, a terapia


primal, o processo de Fischer-hoffman, a terapia da Gestalt, psicoterapia
transpessoal, as quais permitem penetrar suavemente nas estruturas de
reconhecimento ou nas mudanças de paradigma;

-A ciência do espírito: aborda a aproximação para a cura e autocura;

-Inúmeras disciplinas e terapias corporais como: hatha Yoga, Tai-Chi-Chuan,


Ai-Kido, Karate, Jogging, dança, entre outras;

-Experiências intensas de mudança pessoal e coletiva;

18
-Visualizações.

Os estados de consciência favorecem inúmeras vivencias aos


indivíduos. Alguns autores estabeleceram o mapeamento a fim de classificar
essas informações. Denominou-se como Cartografia da Consciência. A qual
indicará as experiências vividas ou vivenciadas, pelo psicoterapeuta ou pela
própria pessoa, a fim de que ela possa entender os processos revelados pelo
inconsciente.

Na Psicologia Transpessoal, as denominações foram baseadas em


pesquisas de Stanislav Grof, Timoty Leary, Robert More e outros.
(Saldanha,2008, p.180)

Fig 2. Cartografia da Consciência – Keneth Ring

- Consciência de Vigília: é o cotidiano. O agora é regido pelo tempo linear. A


maioria das pessoas se mantém nesse estado.

- Pré-consciente: ligado ao estado de vigília, pode ser acessado facilmente a


partir de uma evocação simples.

19
- Inconsciente psicodinâmico: corresponde ao inconsciente freudiano. São
conteúdos ligados a experiências, sentimentos, pulsões, desde o nascimento
até o momento da vida atual. Região da mente bastante investigada pela
psicanálise ortodoxa.

- Inconsciente ontogenético: nesta região encontramos fenômenos intra-


uterino e processos de nascimento e morte. Representa a zona de transição do
nível pessoal para o transpessoal.

- Inconsciente transindividual: é o primeiro dos domínios transpessoais,


experiências com elementos que transcendem o ego; identificação com outras
pessoas ou tipos universais; experiências ancestrais, encarnações de vidas
passadas, experiências coletivas e raciais e experiências arquetípicas. 57

Experiências ancestrais: exploração da linhagem genética, reviver vida de


ancestrais, (como viviam, como se vestiam, como falavam e suas crenças).

Encarnações de vidas passadas: experiências vivas, cenas ou fragmentos de


cenas num outro tempo e lugar da história, compreensão da lei do Karma.

Experiências coletivas e raciais: o indivíduo traz a experiência de uma tradição


cultural e de educação, que nada tem a ver com sua educação e cultura no
presente momento.

Experiências arquetípicas: surge a idéia do inconsciente coletivo. Constitui-se


de símbolos universais da experiência humana, arquétipos ou imagens
primordiais.

- Inconsciente filogenético: neste domínio somos levados a experienciar além


da forma humana. Parecemos encontrar o nosso próprio desenvolvimento, a
seqüência evolutiva do planeta. Não é só um conhecimento intelectual,
vivenciamos a consciência evolutiva dos reinos animal e vegetal. Vivenciamos
a consciência planetária.

- Inconsciente extraterreno: experiências para além do nosso planeta,


experiências fora do corpo, encontro com seres espirituais. Pode ocorrer

20
também relatos de fenômenos de percepção extra-sensorial, telepatia,
clarividência, clariaudiência, escritas automática e incorporação por espíritos.

- Superconsciente: êxtase existencial. O indivíduo tem uma percepção ampla


da realidade, sentimentos de compaixão. Há uma compreensão da unidade.

- Vácuo: é o estado do puro ser, não há palavras para definir esta vivência, é a
fusão da pequena mente com a mente cósmica. Para Grof, “o vácuo é
vivenciado como subjacente a toda criação, além do tempo e do espaço, além
do bem e do mal”. (Saldanha, 2008, p.184)

2.3 - ASPECTO DINÂMICO DA ABORDAGEM INTEGRATIVA


TRANSPESSOALl (eixo evolutivo e experiencial)
Os aspectos dinâmicos da Abordagem Integrativa Transpessoal são
demonstrados pelos eixos Experencial e Evolutivo. O eixo experiencial engloba
as quatro funções psíquicas da Jung – os R.E.I.S(razão, emoção, intuição,
sensação), através das quais o individuo percebe a realidade. Esta percepção
pode ser mais ou menos ampla dependendo do desenvolvimento dessas
quatro funções no individuo.
Jung demonstrou que as pessoas têm diferentes características
comportamentais, habilidades, aptidões, atitudes e motivações que vão
caracterizar os TIPOS PSICOLÓGICOS. É dessa forma é que vai determinar
o modo como o individuo vai se relacionar com o mundo, isto é, o modo
preferencial de uma pessoa reagir ao mundo deve-se dentre outras, a herança
genética, as influências familiares e as experiências que o indivíduo teve ao
longo de sua vida.
Jung distinguiu duas formas de atitudes: a pessoa que prefere focar a
sua atenção no mundo externo de fatos e pessoas (extroversão), e/ou no
mundo interno de representações e impressões psíquicas (introversão).
Na extroversão, a energia da pessoa flui de maneira natural para o
mundo externo, em que se observa: impulsividade , sociabilidade,
expansividade e facilidade de expressão oral. Na introversão, o indivíduo
direciona a atenção para o seu mundo interno em que se observa: a postura

21
reservada, a retenção das emoções e facilidade de expressão no campo da
escrita.
Esta é a origem de alguns aspectos do eixo experiencial. Assim sendo
as letras iniciais R.E.I.S. vão representar as funções e os elementos do
desenvolvimento humano. A seguir o significado de cada uma delas:

Razão: engloba a função pensamento e sentimento, e através dela, o individuo


apreende a realidade (interna, ou externa) emitindo um juízo conceitual
(pensamento) ou de valor (sentimento).

Emoção: ao contrário do sentimento, não é uma função valorativa, é na


realidade, um estado que apresenta manifestação fisiológica associada. Pode
ser positiva ou negativa, mas em todo caso, a emoção é o que leva o ser
humano ação (segundo Maturana), constituindo-se no “fundamento de todo
nosso afazer” A emoção central para o ser humano é o amor.

Intuição: é um conhecimento claro, imediato e espontâneo da verdade sem


auxilio do raciocínio. Não passa pelos sentidos e também não é valorativa. É
autentica e apreende a essência.

Sensação: é a função que decorre dos sentidos e, portanto, apreende a


realidade dos objetos por meio dos cinco sentidos. Normalmente vem
associada com uma sensação abstrata e também não apresenta valoração ou
reflexão. É largamente desprezada por outras tradições em psicologia, mas é
de vital importância, pois as sensações são a ponte do corpo para as outras
dimensões psíquicas e espiritual.

Na abordagem integrativa transpessoal, busca-se , a integração dessas


quatro funções na experiência do individuo através de vivencias e da
conscientização dessas funções. Assim, o experienciar é fundamental nesta
abordagem, pois além de ampliar a percepção da realidade, permite a
emergência dos níveis superiores da consciência.

22
CAPÍTULO III

3. ABORDAGEM TRANSPESSOAL NO MUNDO ORGANIZACIONAL

A Psicologia Transpessoal vem despertando interesse e reunindo um


Grande número de adeptos a partir do início deste século, em que as
transformações sociais e econômicas vêm acontecendo em ritmo acelerado.
Conforme define Jacques (2010); A abordagem transpessoal é um modelo
voltado para o crescimento das pessoas e do conjunto sistêmico do qual elas
fazem parte (grupo, equipe, organização, empresa, etc.); voltado com a mesma
intensidade para a saúde, a solução de patologias dentro de uma abordagem
de caráter holístico, isto é, lidando com a pessoa inteira. Busca conduzir as
pessoas ao autoconhecimento a fim de que possam utilizar ao máximo
possível, suas potencialidades, e por outro viés, trabalhar humildemente a
aquisição de competências que não possuem no sentido da auto realização.
O conhecimento do que sou, do que tenho competência de ser, do que
preciso buscar é o triangulo de base para a superação pessoal e profissional e
para a auto realização e o desenvolvimento do coletivo do qual faço parte.
Tudo parte da inteireza, do conhecimento dos fatos, com o mínimo possível de
desconhecimento.

3.1 A LIDERANÇA TRANSPESSOAL


“Qualquer forma de autoridade lhe impede de compreender o que é real, e o que é
verdadeiro.” Krishinamurti

Considerando que as teorias motivacionais são unânimes em afirmar


que a motivação é gerada por fatores externos ao indivíduo, e que o
comportamento humano é resultado de estímulos externos, que podem reforçá-
lo positiva ou negativamente, o papel do líder em uma organização pode

23
contribuir tanto para a auto realização quanto para a total insatisfação de seus
subordinados.
A liderança deve ser servidora, transformadora, delegadora, liderança
transpessoal, baseada no desenvolvimento do ser integral.
Segundo Pierre Weil (2000b,p.266-269) é importante para uma liderança
do futuro, aprofundar a questão do sentido da mudança dos princípios. Ele faz
uma distinção entre a liderança tradicional (antigo paradigma) e a holocentrada
(novo paradigma).
Para ele a liderança tradicional se subdivide em tres tipos de liderança:
Liderança egocentrada: que corresponde à centralização da atenção do
indivíduo nele mesmo. Se caracterizando pela separação líder-liderados, por
vaidade de se sentir superior, por estilos autocráticos, ditatoriais, possessivos e
manipuladores.
Liderança sociocentrada: Esse tipo só considera os interesses da
empresa, organização da sociedade nos seus diferentes aspectos da cultura,
política ou da economia, e os sobrepõem aos interesses da pessoa.
E finalmente a Liderança antropogeocentrada: Liderança que sobrepõe
aos interesses dos indivíduos, da sociedade à natureza, e a um conceito da
natureza limitado ao planeta terra. Se esquece que a terra é somente uma
parte do universo. O homem pode explorar o planeta sem destruir a vida nele.
Contrapondo esse tipo de liderança, Weil descreve o novo sentido de
liderança. A Liderança holocentrada: Trata-se de uma pessoa que busca
restabelecer-se como ser, ou seja, alguém que entrou numa via de
desenvolvimento holístico. Leva em consideração o homem nos seus planos
instintivo-corporal, emocional, espiritual, a sociedade no plano da cultura, da
vida social e política e da economia e a natureza nos seus planos de matéria,
de vida e de informação, assim como o ser nas suas manifestações
holodinâmicas inseparávei, holoespaciais (espaço), de holoradiação (energia) e
holoconsciencial (consciencia cósmica). Integra-se a todas essas dimensões.
Em nível organizacional, o líder holocentrado procura desenvolver não
somente o indivíduo mas também a própria cultura organizacional através de
uma estratégia holítica, levando em consideração o que ele chama de três “P”
a saber:
- A Pessoa

24
- A Produção
- A Plenitude

3.2 BUSCANDO UMA COMUNICAÇÃO DESOBSTRUÍDA

Visando transformar as relações de trabalho a partir do rompimento da


visão cartesiano-newtoniana, que considera o Universo como uma infinidade
de objetos (ou pessoas) desconexos, busca-se a difusão do conceito de
unidade trazido por Bahá´u´lláh (1817-1892), extremamente válido para a
compreensão do funcionamento das organizações:
“Aquilo que infelicita a parte, infelicita o todo”.

Partindo-se dessa premissa, o líder deverá se dedicar algum tempo para


conversar, em espaço reservado, com cada um de seus subordinados,
conhecendo suas expectativas, metas, sonhos e perspectivas dentro da
organização. Para isso, deve ser estabelecida previamente uma relação de
confiança mútua, que é conquistada ao longo do tempo, a fim de que ambos
possam expor seus sentimentos despreocupadamente, sem o temor de que
tais informações sejam reveladas a outrem ou possam trazer algum tipo de
prejuízo funcional.

Trata-se da questão ética que pode ser definida como o conjunto de


valores construtivos que levam o homem a se comportar de modo harmonioso.
Esses valores influenciam a qualidade de vida, o desenvolvimento cultural e
mesmo a preservação da própria cultura.
Além do que muitas informações são produzidas e causam impacto na
vida dos funcionários, mas nem sempre geram mudanças de atitudes, ou
ainda, causam confusão porque não foram divulgadas da forma adequada. A
comunicação interna é um aspecto extremamente importante nesse caso.
Segundo Quézia de Alcantara Guimarães Leite –“a Comunicação Interna
são as interações, os processos de trocas, os relacionamentos dentro de uma
empresa ou instituição. Também chamada de Endocomunicação, a
Comunicação Interna é responsável por fazer circular as informações, o
conhecimento, de forma verticalmente, ou seja, da direção para os níveis

25
subordinados; e horizontalmente, entre os empregados de mesmo nível de
subordinação.”

3.3 ESTIMULANDO A CRIATIVIDADE


Talvez um dos maiores desafios dos gestores públicos seja o de
estimular a criatividade dos servidores. O primeiro obstáculo se deve à
natureza das tarefas realizadas nas repartições públicas, até hoje repletas de
carimbos, formulários, rotinas padronizadas e repetitivas. E o que é pior: alguns
servidores sequer conhecem a rotina dos colegas e, ao serem questionados,
eximem-se com a conhecida frase que exemplifica um péssimo atendimento ao
cliente externo: – “Sinto muito, isso não é comigo, isso é com o fulano!”.
E como estimular a criatividade em uma organização? Para De Masi
(2000), educar um jovem ou um executivo para a criatividade hoje significa
ajudá-lo a identificar sua vocação autêntica, ensiná-lo a escolher os parceiros
adequados, a encontrar ou criar um contexto mais propício à criatividade, a
descobrir formas de explorar os vários aspectos do problema que o preocupa,
de fazer com que sua mente fique relaxada e de como estimulá-la até que ela
dê à luz uma ideia justa. Sobretudo, significa educá-lo para não temer o fluir
incessante das inovações: “É na mudança que as coisas repousam, já dizia
sabiamente Heráclito”.
Se ainda não é possível, para a maior parte dos órgãos públicos, abolir.
Carimbos, formulários e procedimentos enfadonhos e repetitivos, é preciso
encontrar meios de estimular a criatividade dos servidores, encorajando e
dando-lhes suporte para que expressem as suas ideias e projetos,
especialmente no que diz respeito a propostas de alteração de rotinas que, por
comodidade ou medo, ninguém até então ousou questionar.

3.4 LIDERANÇA CIRCULAR


Baseada em conhecimentos ancestrais indígenas, a Liderança Circular
visa a resgatar valores essenciais como a ética, o respeito mútuo, o saber
ouvir, partilhar e ter compaixão por seus semelhantes.
De acordo com Perozzo (2007), na Liderança Circular o poder acontece.

26
“através de alguém”, e não é encarado como “pertencente a alguém”; os
conflitos são vistos como aliados, e os problemas como caminhos para a
solução. Assim, por meio de técnicas específicas, as pessoas são incentivadas
a quebrar paradigmas, enxergar oportunidades, fazer contato com o lado
humano nas relações, “percebendo o quanto agimos de forma artificial e pouco
prazerosa em nosso ambiente de trabalho”.
As reuniões do grupo são realizadas em formato circular, a fim de não
haver destaque de um em detrimento do outro, justamente pelo fato de que
todos estão sentados numa mesma distância, sem pontas de mesas ou
cadeiras de diretores.
Segundo Perozzo (2007), a experiência demonstra que essa forma de
liderar traz resultados produtivos, tais como: maior conscientização do papel
que cada um exerce no grupo, aumento do comprometimento da equipe,
fomento da confiabilidade, melhoria nos relacionamentos, aumento da
produtividade, maior pro atividade e iniciativa, quebra de resistências a
mudanças e equipes saudáveis.

27
CAPÍTULO IV

4. PROCEDIMENTOS

4.1 INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO (Clima Organizacional)

A procura por instrumentos de diagnóstico e de gestão do


comportamento organizacional é crescente. A prática em gestão de pessoas
incorpora o diagnóstico de crenças, afetos, sentimentos e comportamentos
considerados relevantes no ambiente organizacional.
Clima organizacional são um conceito importante para a compreensão
do modo como o contexto do trabalho afeta o comportamento e as atitudes das
pessoas neste ambiente, sua qualidade de vida e o desempenho da
organização. Fala-se em clima organizacional para referir-se às influências do
ambiente interno de trabalho sobre o comportamento humano.
Ressalta-se a diferença relativo ao conceito de clima com satisfação no
trabalho e cultura organizacional. Satisfação é uma atitude do indivíduo para
com o seu trabalho, classificada por Siqueira e Gomide Junior (Siqueira, 2008)
como vínculo do trabalhador com seu trabalho, constituída por componentes
cognitivos e afetivos. Satisfação no trabalho pode ser definido como
“Julgamento avaliativo, positivo ou negativo, que o trabalhador faz sobre o seu
trabalho ou situação de trabalho”.

Por outro lado, clima organizacional é formado por percepções


compartilhadas pelos trabalhadores. Na avaliação de satisfação verifica-se o
quanto o empregado “gosta ou não gosta” de determinados aspectos do
ambiente organizacional; na avaliação do clima organizacional verifica-se a
percepção, a descrição da ausência ou da presença destes aspectos.

Define-se o clima organizacional como um conjunto das percepções dos


empregados sobre diversos aspectos da organização que mais frequentemente
constam dos estudos sobre esse tema: comunicação, envolvimento, coesão,
suporte do superviso, recompensa, autonomia, orientação de tarefas, controle,
inovação e conforto físico.

28
O clima organizacional pode influenciar a satisfação e o rendimento no
trabalho e a motivação dos trabalhadores no trabalho. Isto funciona como
regulador da produtividade dos funcionários e da empresa como um todo. Um
melhor conhecimento do clima organizacional pode colaborar para a melhoria
da qualidade de vida do homem no trabalho, para a otimização do desempenho
das organizações e para o esclarecimento das relações entre esta e outras
variáveis do comportamento organizacional (Martins et al., 2004).

A ECO (Escala de Clima Organizacional) é uma escala multidimensional


construída e validada com objetivo de avaliar essa percepção sobre várias
dimensões do clima organizacional. Os aspectos mais importantes para serem
identificados através do ECO são: estilo de liderança, suporte do chefe e/ou
organização, relacionamento entre colegas, clareza da tarefa, pressão e
controle.

Assim sendo a partir do resultado e validação do ECO, consideraremos


posteriormente as chefias das áreas técnicas e das equipes.

4.2 COACHING

O Coaching será utilizado, especialmente nos chefes de equipe a fim de


auxilia-los a produzirem resultados extraordinários na instituição em que
trabalham, bem como em suas vidas pessoais .
Por que o Coaching?
Porque é um processo atual e objetivo para auxiliar e desenvolver
competências que levam pessoas a atingir suas meta “ É uma relação de
parceria que revela o potencial das pessoas para maximizar o desempenho. É
ajudando-as a aprender ,ao invés de ensinar algo a elas”. (Timothy
Galwey,2000)

4.3 O PROCESSO DE COACHING NUMA ABORDAGEM


TRANSPESSOAL

29
Realizar o processo de coaching, utilizando as técnicas transpessoais, é
dar oportunidade para o cliente buscar internamente, sua energia criativa e
conduzi-lo a perceber sua capacidade interna de encontrar a melhor resposta,
para seus questionamentos, reconhecendo sua força poderosa, capaz de criar
sua realidade, entender seus relacionamentos mais adequados e realizar suas
metas.
Dentro dessa linha o papel do Coach, consiste também em facilitar ao
cliente, que ele utilize todos os seus recursos internos existentes, para uma
ação mais efetiva, sobre as reais questões, que impedem seu desenvolvimento
integral e suas potencialidades pessoais.
Utilizando a metodologia da transpessoal que é vivencial e integrativa, o
coach poderá facilitar ao cliente o processo de autodesenvolvimento,
conduzindo-o para o processo da transformação e crescimento pessoal,
atingindo suas metas de maneira efetiva.

4.4. OUTRAS TÉCNICAS TRANSPESSOAIS


A meta da gestão de pessoas pode ser facilitada com a adoção de
estratégias motivacionais e de algumas técnicas que contribuam para o
amadurecimento da equipe e a superação de dificuldades individuais e
coletivas.
Os exercícios que serão propostos dentro da Abordagem Integrativa
Transpessoal apresentam uma ação transformadora, de autoconhecimento e
terapêutica.
As técnicas terapêuticas envolvem:
- as de imaginação ativa que visam estimular o saudável. Além de ação
terapêutica.
- as de reorganização simbólica as quais favorecem uma retrospectiva
do passado e uma perspectiva do futuro com atuação no presente, estimulam a
cognição e a temporalidade por meio da intuição.
- Recursos complementares: Confecção de mandalas, meditação,
relaxamento, entre outros.

30
Tais técnicas favorecem o saudável, busca-se identificar os aspectos
positivos de maior força e alcance no indivíduo, trazendo maior contato
consigo próprio.

CAPÍTULO V

5. DESENVOLVENDO O PROJETO “RECEITA NOVA”

A partir da apresentação do Projeto “Receita Nova” realizada dia


07/03/2012 no auditório da Alfandega de São Paulo, pudemos observar a
importância deste trabalho.
A elaboração do projeto será consolidado mediante a aplicação das
técnicas transpessoais, as quais foram mencionadas por Sarah Ananias (2008)
na sua monografia do Curso de Pós-Graduação em Psicologia Transpessoal
lato sensu do CESBLU – Centro Educacional de Blumenau e ALUBRAT –
Associação Luso Brasileira de Transpessoal.
Uilizaremos inicialmente a Técnica Integrativa e os Centros Vitais ,
proposta por Vera Saldanha(apostila do curso de Pós-Graduação em
Psicologia Transpessoal mod 14)adaptada ao ambiente empresarial. As
vivencias sugeridas em cada encontro são as mesmas propostas por Saldanha
no material didático do curso de pós-graduação, com algumas adaptações para
o ambiente empresarial.
Nesta abordagem trabalharemos com as sete etapas e sua correlação
com os sete centros energéticos (chacras).
Dividiremos esse trabalho em nove encontros, podendo ser mensais ou
quinzenais, com duração de 2 horas de duração, sendo o primeiro para
abertura do trabalho, os sete seqüentes referente a um chacra e o ultimo para
fechamento e conclusão de todo o processo. No primeiro encontro, de caráter
introdutório, será enfatizado o entendimento de que cada membro da
organização é importante e co-partícipe do ser coletivo. Também são
esclarecidos alguns conceitos importantes da transpessoal.
Para cada encontro subseqüente, utilizaremos as técnicas que são
indicadas para trabalhar especificamente, os caminhos nos eixos experiencial e
evolutivo com as sete etapas.
31
Sempre no início de nossos encontros, faremos um pequeno feedback
do encontro passado, estimulando a todos os que queiram, que possam se
colocar com o grupo e que o grupo possa ouvir com empatia. Também no
término de cada um dos encontros faremos uma leitura, poema, conto, ou
visualização promovendo o fechamento das questões levantadas e
harmonização de todos.
Em cada um destes encontros, trabalharemos com relaxamento,
trabalho corporal, técnicas de respiração e visualização referentes ao tema
(chacra) do encontro e complementares aos exercícios transpessoais
utilizados.
Faremos também uma pequena, resumida explanação teórica de cada
chacra e sua atuação no indivíduo.
No segundo encontro, abordaremos os aspectos referentes à etapa do
reconhecimento.
Levando-se em consideração o tema a ser trabalhado no grupo, iremos
sentir o grupo e observar se a queixa é condizente ao o que o grupo irá
apresentar.
Esta etapa corresponde ao primeiro chacra.
É importante estimular os R.E.I.S, possibilitando o individuo e o grupo
perceber realmente qual é a situação, o que é seu desafio (problema). Também
permite o reconhecimento dos obstáculos percebidos por cada um como
inibidores do auto desenvolvimento e crescimento Ӄ o momento do
desconforto, onde não se sabe ao certo o que está acontecendo, é um olhar ao
redor. Emerge um sintoma específico, emoção, dor ou jornada, uma figura ou
elemento percebido como uma projeção pessoal “. (Saldanha, apostila XIV
curso pós-graduação em Psicologia transpessoal, p.27).

Exercícios Transpessoais indicados para essa etapa :


Grafismo-Diálogo interno

-olhos fechados
-passar a mão no papel com os olhos fechados
-som
-riscar com as duas mãos, olhos fechados.

32
-emoldurar (encontrando nestes riscos) uma imagem ou mais imagens
-dialogar com essas imagens, o que ela te diz?
-qual a percepção que você tem das imagens e diálogo entre elas.
Fazer a observação da relação destas imagens e diálogos com sua vida,
com seu momento atual e sua atuação na empresa.
Refletir e transcrever para um papel.
Livrando –se das projeções

Sentados confortavelmente, relaxando.


Feche os olhos e imagine que em sua frente está uma pessoa de quem
você gosta muito. Uma pessoa que eventualmente possa amar...agora repare
como você se sente em relação a esta pessoa... 100
Agora eu quero que você imagine que ao lado dessa pessoa está uma
outra de quem você não gosta. Se existe alguém que você odeia, ponha esta
pessoa ao lado daquela que você gosta. Repare como você se sente em
relação a essa pessoa de quem você não gosta.
Agora eu quero que você imagine uma terceira pessoa chegando neste
grupo.Quero que você imagine que na sua frente está alguém que lhe seja
indiferente. Simplesmente ponha, escolha alguém que é indiferente para você,
colocando essa pessoa ao lado das outras duas.
Agora quero que perceba como se sente com relação a cada uma
dessas pessoas.Aquela que você gosta ou ama.a que não gosta, que odeia.e a
que lhe é indiferente.
Agora quero que você faça a fantasia de que é a pessoa de quem você
gosta.agora quero que você perceba o que sente em relação às três outras
pessoas do grupo...
Agora volte a ser você novamente
Agora quero que você faça a fantasia que você se torna à pessoa de
quem você não gosta.como você se sente sendo essa pessoa ?como é que
você se sente com relação aos outros membros do grupo?
Agora volte a ser você mesmo de novo e olhe mais uma vez para as três
pessoas à sua frente.

33
Agora faça a fantasia que você se torna à pessoa que lhe é
indiferente.como você se sente sendo essa pessoa?o que você sente em
relação ao grupo?
Agora torne a ser você novamente.como você se sente em relação a
estas três pessoas de grupo? 101
Há alguma diferença?
Agora vá além do sentimento de gostar, desgostar e indiferença que
você sente em relação a estas três pessoas.
Você poderá encontrar um novo tipo de sentimento.
É dado à pessoa alguns minutos nesta tentativa de ir além dos
sentimentos de gostar, desgostar, indiferença...” ir além das projeções e tentar
se libertar desse filme.
Agora deixe desaparecer as imagens das três pessoas e abra os seus
olhos.
Compartilhe a experiência com a pessoa ao lado.
Depois pode ser compartilhando com o grupo todo.
No terceiro encontro, trabalharemos na etapa da
identificação.Corresponde ao Segundo chacra.
“Aqui traz para a vivencia a força da libido. E a energia dos jogos da
alma, as identificações com as polaridades, as vivencias das paixões e tudo
que delas advém”. (Saldanha, apostila XIV, curso pós-graduação em Psicologia
Transpessoal, p.27).
Ao vivenciar o “que é”, contextualizando o sintoma, possibilitando
também o como é, onde é, quanto é, com quem, etc.onde se concretiza o eixo
experencial.
Exercícios Transpessoais indicados para essa etapa:
Quem sou eu?

Preparação do material ( 10 folhas de sulfite )


Giz pastel, de cera.
Em 2 folhas em branco coloque a palavra EU
Utilize 4 folhas para simbolizar as 4 funções psíquicas(R.E.I.S)colorir
cada folha com as cores correspondentes para você 102

34
Nas outras 4 folhas apenas escreva a letra inicial da função psíquica de
cada uma
Coloque a folha Eu no centro
Seja cada um desses elementos respondendo internamente a pergunta
Quem sou eu?
Veja o que está mais desenvolvido em você, mais próximo do eu ou
mais distante e monte uma imagem com todas essas funções.
Chame o observador externo, aquele que vê de fora, sabe, pode te
ajudar-amigo especial.
Ouça o que ele tem a te falar....
Escrever sugestões do amigo e formar uma imagem ideal....
Efetuar as modificações da imagem real, para torna-la igual à imagem
ideal, movimentando as folhas que simbolizam razão, emoção, sensação,
intuição.
O que fica diferente?
Dê o colorido apropriado para esta nova forma de ser...
Seja esse novo eu.....
Como você se sente?
Após o término desse exercício, fazer uma breve reflexão com o
momento atual, e se ver desta forma ideal profissionalmente, no ambiente
empresarial.
O Sábio

Relaxamento, contrair e descontrair todo o corpo.


Sensibilização, respiração .
Temperatura do ar que respira, inspiração e expiração. 103
Envolver todo o corpo numa luz branca azulada...
Dentro desta esfera luminosa, sinta-se indo para um lugar ideal de
descanso. No lugar ideal de descanso todas as células do seu corpo se
refazem, metabolismo se equilibra, a mente se equilibra, relaxe...
Neste lugar ideal, há uma trilha, que o leva a uma montanha especial.
Nesta montanha habita um sábio.vá caminhando, caminhando até avistar a sua
montanha.
Aproxime-se, sinta, veja, intua... vá subindo, subindo...

35
No topo da montanha há um templo, como é o templo?de que forma?
explore...
Dentro deste templo, o sábio o espera.Pode ser uma imagem conhecida,
familiar ou não. A comunicação pode ser verbal ou não, pode ser pelo olhar.
Pergunte a ele o que mais deseja saber de você mesmo....Dialoguem...
Ele agora pega uma caixa de madeira e lhe dá de presente.Veja o que
tem dentro dela.Agora seja o presente.O que você, presente deseja transmitir a
quem você foi dado?
Volte a ser você. Se desejar pergunte algo mais para o sábio sobre o
seu presente. Relaxe...
Agora, despeça-se sabendo que poderá reencontra-lo sempre que
desejar e a cada reencontro será mais fácil, mais intenso, melhor e mais
produtivo e benéfico.Relaxe e retorne trazendo consigo o seu presente
guardando em algum lugar da sua memória.Volte através do seu lugar ideal de
descanso, aproveitando os benefícios de seu exercício.Relaxe..
Silenciosamente, no seu tempo, no seu momento, faça os movimentos
que seu corpo está pedindo, abra os olhos. 104
Expresse, em desenho, e escrita a sua vivencia.Compartilhar em dupla e
depois em grupo.
No quarto encontro, estaremos já na etapa da desidentificação. Esta
etapa corresponde ao Terceiro Chacra, aquele que desperta a consciência de
si mesmo, trazendo o observador externo. Percebe-se o outro, estabelecendo
as relações de competição, poder e a cooperação.
Permitindo assim separar o estar do Ser, é o inicio da abertura para o
eixo evolutivo.
O primeiro passo para que a desidentificação possa ocorrer é ter
experenciado a identificação. Enquanto o individuo racionaliza está negando a
realidade, não há como desindentificar-se daquilo que ainda não foi
reconhecido.

Exercícios Transpessoais indicados:


Revendo Metas Existenciais

Relaxamento...

36
Ida para um jardim florido onde acontecerá encontro (no imaginário) com
elementos do reino vegetal e animal: árvore, rosa, leão e coruja.
Diálogo com cada um, recebendo os ensinamentos.
A seguir, caminhando em meio a esse jardim, encontrar um banco, e o
conselheiro espiritual, simbolizando o ser do mundo luminoso, de sabedoria
infinita, que vela por sua evolução.
Nesse encontro, há um diálogo imaginário sobre uma
experiência/pessoa significativa, onde ficou algo pendente. Como mágoa,
competição,
Constatando-se os elementos da situação descrita e retirando-se os
ensinamentos pertinentes a essa experiência. 105
O conselheiro espiritual traz o conselheiro espiritual desta pessoa que
mais lhe machucou e ambos estabelecem um diálogo
Porque essa pessoa /experiência se desviou do caminho da luz dela
para vir ensinar alguma coisa para você?
O que você tem a aprender com essa experiência?
Qual foi o ensinamento?
Veja, ouça, intua...
Se você desejar, o conselheiro pode trazer essa pessoa e você pode
expressar seu sentimento e até perdoar, reconciliar, se assim o desejar.
Após, o seu conselheiro agradece ao conselheiro desta pessoa e diz a
ele para retornar ao caminho de luz, que já houve o aprendizado e agora
ambos podem seguir seu próprio caminho.
Seu conselheiro espiritual pega nas suas mãos e lhe mostra o seu
caminho...você visualiza seu caminho, projetando tudo que mais deseja nos
próximos 5 anos...
Peça ao seu conselheiro que lhe ajude a visualizar em detalhes...
E juntos você percorre o seu caminho de luz. subindo, subindo,
ultrapassando planetas, galáxias rapidamente até a Grande luz universal, onde
você se integra.
Você é luz... Sinta essa luz no topo de sua cabeça, enchendo seu corpo
todo...
Sinta-se bem, integrado, em harmonia...Lentamente, faça movimentos
com seu corpo, e quando estiver perfeitamente bem, abra os seus olhos...

37
No quinto encontro, o da etapa da transmutação. Esta etapa
corresponde ao Quarto Chacra. 106
“O quarto centro vital traz os elementos da polaridade sem julgamentos.
É a energia amorosa sendo despertada, a aceitação incondicional de todos os
elementos presentes.” (Saldanha, 2004).
Promove de forma mais intensa as percepções abstratas, concretas
(sensação) e de síntese (intuição).O que permite relativizar o bem e o mal,
saindo do julgamento, havendo uma recontextualização da vivencia.
Aqui é onde o eixo evolutivo se manifesta.

Exercícios Transpessoais indicados:


Desabrochar da rosa

Relaxamento....sensibilização...
Ir para um jardim, onde se visualiza uma rosa, o seu caule, suas folhas,
e o botão fechado.
O botão é verde porque as pétalas estão fechadas, mas na sua
extremidade podemos ver um ponto cor-de-rosa.
Visualizamos essa imagem vividamente, mantendo-a no centro de nossa
consciência.
Agora se inicia um movimento lento, onde as pétalas começam a se
abrir .. ate que possamos ver uma rosa totalmente aberta
Sentimos seu perfume, sua beleza, e nos identificamos com ela...
Somos como essa flor que aos poucos nos abrimos para o nosso
desenvolvimento, exalando nosso perfume, beleza interior...
Mandala do ser

Imaginar –se no centro de uma página em branco (à sua frente)


Feche os olhos e imagine-se, vendo o mundo a partir desse centro. 107
Pense em todas as suas qualidades, deixando vir imagens,
pensamentos...
Assinale um ponto no centro da página, desenhando uma borda ao redor
da página que pode ser um círculo, quadrado, retangular, etc.

38
Retorne para o ponto central e concentre toda a atenção nele..Este é o
seu centro....
Desenhe neste ponto, uma imagem ou símbolo que represente o seu
núcleo interior.
E continue a desenhar a partir desse centro ao redor de todo o
desenho.....
Contemple a sua mandala..Fazer um paralelo com seu momento atual e
no ambiente profissional.
Escreva em um papel à parte suas percepções...Compartilhar em dupla.
No sexto encontro, o da etapa da transformação. Essa etapa
corresponde ao Quinto chacra.
Momento de passagem, mudando o direcionamento de sua mente.Aqui,
é dado o tempo e espaço para nova resposta à situação antiga ou a resposta
nova à situação nova. É um processo subjetivo, de rendição do ego, entrega. O
eixo evolutivo em ação é a ação do self.

Exercícios Transpessoais indicados:


Reconstrução Onírica

Relaxamento, sensibilização ...


Pense em um sonho fragmentado....Ou pesadelo que tenha suscitado
emoção forte...ou um sonho que seja freqüente para você...
Reveja esse sonho.....
Utilize cores para colocar estas emoções no papel..... 108
Recorte o papel já colorido em imagens...
Monte uma cena com os recortes sobre um papel A3.
Crie uma fábula através desta imagem escrevendo em uma folha sulfite
Qual a moral da estória?
Dividir em grupo e cada grupo pode escolher uma fábula para
representar para todos (criando um teatrinho)
A Fonte

Sensibilização trazendo um estado de paz e serenidade...

39
Ir para um local de natureza onde existe uma fonte de águas cristalinas
e muito pura.
Sugere-se uma aproximação sucessiva à fonte, em etapas,
possibilitando a limpeza física e psíquica até a identificação com a própria fonte
e a renovação que ela promove.
Pode –se inserir aqui todos os obstáculos emocionais e todas as
tensões para lavar, remover, tornando a mente clara e receptiva.
No sétimo encontro, o da etapa da elaboração. Essa etapa corresponde
ao Sexto chacra.
É a apreensão do verdadeiro conhecimento, a sabedoria que dá a
resposta nova e se incorpora na expressão existencial do individuo.Ele percebe
então o “sentido” do que era adverso.

Exercícios Transpessoais indicados:


Roteiro de vida profissional

(Adaptado para tempo de profissão)


Um barbante simbolizando este tempo (da atuação na empresa) 109
Dividir o total do tempo em 10.Estabelecer simbolicamente um passo
para cada décimo.
Estimula-se a descrição passo a passo de fatores importantes para cada
etapa, podendo escreve em um papel à parte...
Após completar o tempo total descrito, vivenciar no imaginário, a
avaliação d e todo o percurso, reformulando, revendo o roteiro... Estabelece-se
a relação entre a empresa e o funcionário, que temos a empresa que
queremos, que podemos ser a diferença neste local, criando condições para
isso, etc. etc...
Em um outro barbante recriar todo esse percurso, já com novas
ações...dentro do que foi percebido e revisado.
Integrando as percepções para o momento atual, o que gostaria de fazer
agora, como fazer, etc. tomada de novas decisões.
Fazer a redecisão (escrever em uma folha) Como tornar real na posição
em que me encontro agora, minhas decisões?

40
Fazer uma agenda das prioridades e pontos principais onde se insere as
redecisões estabelecidas pelo seu ser essencial...
Dialogo com Self Transpessoal

No oitavo encontro, o da etapa da integração. Esta etapa corresponde


ao Sétimo chacra.
Há o apreender da experiência, expressando-se tanto no plano pessoal,
como no coletivo.Há uma síntese evolutiva, um aprimoramento do Ser, uma
comunhão com valores intrínsecos manifestados em sua ação com
consciência.
Ligação com o Divino, à percepção do sentido espiritual na vida
concreta.

Exercícios Transpessoais indicados:


Sete eus
Contate sua criatividade

Sensibilização, relaxamento e respiração


Imagine que voce está andando por uma linda estrada para seu
santuário íntimo,a medida que caminha por essa estrada, você se sente muito
aberto, vivo,quase como uma nova pessoa, pronto para ter experiências e
aventuras novas, para descobrir algo novo dentro de si...
Entre no seu santuário e por uns minutos expereimente como é estar
ali...
Observe como é esse santuário , a aparência dele , os seus sentimentos
a respeito dele . Você pode perceber que existe algo diferente nele hoje , sinta
paz, o estimulo de estar no seu santuário, encontre um lugar para sentar e ficar
a vontade...
Hoje vamos convidar o seu ser criativo , para vir ao santuário com
você...Olhe para a entrada do santuário e comece a sentir ou a visualizar o seu
ser criativo vindo pela estrada.Ele é uma parte muito criativa de você..talvez
você já tenha entrado em contato antes ou pode ser alguma parte que você
nunca viu ou experimentou antes..apenas confie em qualquer coisa que vir à
sua imaginação nesse momento..

41
Quando o ser criativo chegar ao seu santuário,comece a ver e sentir
quem ele é com o que se parece...pode ser uma pessoa, um homem , uma
mulher, um animal, uma cor, ou uma forma, ou qualquer coisa que lhe vier à
mente...Observe-o em detalhes, permita-se estar aberto à ele...Agora o seu ser
criativo se aproxima e vocês fazem contato..sinta a energia dele,pergunte-lhe
qual a mensagem que ele tem para você..seja por palavras e outros
meios..pergunte o que ele mais deseja fazer.. e como ele quer se expressar na
sua vida..como ele já se expressou antes em sua vida? se há alguma coisa
que ele gostaria de fazer com você agora..vão em frente, fiquem juntos da
maneira que parecer ser boa ou certa..
Seu ser criativo quer leva-lo a algum lugar, deixe que ele o guie..para
uma área que você nunca havia visto antes em seu santuário.. neste novo
lugar há uma linda piscina de águas límpidas.. seu ser criativo lhe informa que
essa é a piscina da sua energia criativa..tire as roupas e lentamente entre
nessa piscina e flutue em suas águas quentes ...
Quando você estiver pronto saia da água você vai perceber que suas
roupas desapareceram e que seu ser criativo lhe trouxe novas, muito especiais
e mágicas.
Ele colocará essas roupas novas e maravilhosas em você..elas
expressam a essência de quem você é...mova-se livremente, dance
expressando verdadeiramente os seus sentimentos, sentindo o seu ser
criativo..
Quando se sentir completo, volte para o lugar familiar no seu santuário e
pergunte a ele se existe algum passo que ele quer que você dê na sua vida
agora..
Pergunte se há algo mais que ele queira expressar agora...
Você pode perguntar a ele sobre o aspecto profissional, se existem
novas maneiras, idéias,sobre a função que você exerce ,e que possam trazer
um crescimento, expansão.. você pode visualizar algumas imagens, ou o seu
ser criativo pode falar, conversar com você.. deixe que ele se expresse da sua
maneira...
Agora você e o seu ser criativo caminham juntos para fora do santuário
pela estrada, enquanto caminha sinta esse ser com você como uma parte de
você.. que você pode chamar sempre que quiser...

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Quando sentir-se pronto,abra os olhos e volte para o ambiente dessa
sala...
Com tinta, lápis, giz de cera, fazer uma pintura do seu ser criativo, o seu
santuário, livremente...
Pendure-a na parede ou em algum lugar para que você possa sempre
se lembrar de expressar a criatividade que existe dentro de você ....
No nono encontro , estaremos fazendo um fechamento de todo esse
processo.
Sensibilização, visualização novamente do ser coletivo, visualizar cada
etapa de nossos encontros, pontos principais, marcantes, o que resultou? Se
observou em você, no outro, no coletivo?etc....
Sentar-se em círculo e fazer uma breve retrospectiva de todos os nossos
encontros, de como está agora, pessoalmente e profissionalmente, etc..
Exercícios transpessoais indicados:
O semeador
A criança brincalhona
Luz violeta e dourada
Apresentação da sua estória , jornada pessoal para o grupo.

Finalizando e concluindo, é importante que cada etapa seja vivenciada


para que a outra possa emergir. Neste processo, temos que avaliar o ritmo do
grupo e pode ser que tenhamos que trabalhar mais de um encontro em
algumas delas.
Todos os exercícios a serem aplicados foram adaptados para a
organização; como por exemplo, o exercício do quem sou eu; aplicando quem
sou eu profissionalmente ou quem sou eu como órgão deste ser coletivo
(empresa) ou o exercício roteiro de vida, para roteiro da profissão, ou do tempo
na empresa .
No decorrer de todos o trabalho podem haver mudanças nas vivencias ,
pois devemos sentir muito o que o grupo está pedindo em cada encontro,
lembrando sempre que é um processo dinâmico e inter-relacionado a todos os
envolvidos.
Criamos aqui nesse projeto apenas um guia inicial ,com sugestões de
duas vivencias para cada encontro que foram selecionadas para o ambiente

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organizacional. Além das vivencias , contamos também com uma parte teórica
sobre os chacras e os corpos sutis. A cada encontro faremos uma breve
revisão do encontro anterior, sensibilização, harmonização do grupo, antes de
iniciarmos.
Iremos solicitar que os participantes tragam uma pasta para o arquivo de
seus trabalhos, bem como, suas anotações e no final do projeto iremos pedir
que todos elaborem uma apresentação ao grupo do seu ser essencial , como
foi a sua vivencia em todo o processo, contando a sua estória para o grupo.
(expressão livre, podendo ser uma música, teatro,poesia,arte,contar estória,
etc..)

CONCLUSÃO

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As conclusões corroboram a relevância da Psicologia
Transpessoal como ferramenta para a transformação do local de trabalho e das
pessoas que dele participam.
Assim sendo, as organizações – públicas ou privadas –, como garantia
de sua própria sustentabilidade e sobrevivência, necessitam ajustar todos os
aspectos que envolvam o trabalho aliado ao bem estar do servidor.
As relações hierárquicas também deverão ser consideradas, a fim de
que os chefes se tornem líderes e possam promover o desenvolvimento
humano e a sinergia grupal (SAMPAIO, 2007 apud CALDAS, 2009).
E essa mudança corresponderá a um novo olhar sobre as pessoas, de
modo que, ao invés de meros “recursos humanos” a serem controlados,
regulados e punidos, as pessoas passem a ser vistas como trabalhadoras do
conhecimento, com múltiplas e ilimitadas potencialidades.
É preciso ajustar a organizações públicas às exigências das mudanças
que atualmente se fazem urgentes. Percebe-se que o servidor público hoje,
esta carente de uma gestão que os façam se sentir mais valorizados,
entretanto não é só a valorização que tem importância, mas sim todos os
aspectos que envolvam humanidade e generosidade dentro do ambiente de
trabalho, a fim de que possam exercer suas funções com muito mais satisfação
e motivação.
Penso que a Abordagem Transpessoal é perfeita para atingir esse
objetivo, pois ela tem como escopo da sua teoria e técnicas a psicologia
positiva, que visa ocupar o indivíduo com emoções positivas, virtudes e forças
pessoais, que os façam reconhecer em si mesmos as suas potencialidades.

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BIBLIOGRAFIA

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conclusão de curso da pós-graduação em psicologia transpessoal,
Alubrat/Cesblu, Campinas, 2008.

DE MASI, Domenico. Criatividade e grupos criativos. GMT, 2003.

GUEVARA, Arnoldo José de Hoyos; DIB, Vitória Catarina. A crise de sentido


e o futuro das organizações. Dissertação - Curso de Pós-graduação em
Administração da PUC-SP, São Paulo, 2005. Organizações em contexto, Ano
1, n. 2, dez. 2005.

JACQUES, Wilson Antunes. Abordagem transpessoal: considerando a


realidade com maior amplitude e profundidade. In: Workshop
ESPIRITUALIDADE NAS EMPRESAS, Florianópolis, 2010.

KERBER, Roberto. Espiritualidade nas empresas. In: Artigos.com,


2007.Disponível:<http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/
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PEROZZO, Graziela Spadari. Liderança circular: conheça alguns dos passos


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SALDANHA, Vera. Psicologia Transpessoal: abordagem integrativa: um


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SAMPAIO, Dulce Moreira. A pedagogia do ser: educação dos sentimentos e


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SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias. Medidas do Comportamento


Organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Artmed, 2008-
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WEIL, Pierre. A normose informacional, Ci. Inf., vol.29, n.2, Brasília,
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_____. A Arte de Viver a Vida. Petrópolis/RJ,Vozes, - Lorena/SP,Diálogos do
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Rosa do Tempos, 2000b.
______. Organizações e Tecnologias Para O Terceiro Milênio. Rio de
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47

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