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Circuitos de Geradores de Altas

Tensões
Prof. Luiz Ferraz Netto

Circuito 1
Esse é, provavelmente, o mais simples dos circuitos osciladores, que usa flyback
para gerar altas tensões.

Ele incorpora dois transistores de potência (2N3055) na configuração de um


oscilador em 'push-pull'. Nada há de crítico para os valores dos resistores e suas
potências, desde que não se estenda por demais os tempos de usos. Vejamos o
circuito esquemático:

O circuito aceita para sua 'alimentação' desde 12 VCC até algo pouco acima de
24 VCC. Todavia, nesse extremo, não devemos exceder o tempo de uso para
além de poucos minutos, sob o risco de queimar o flyback. Existem velhos
flybacks de receptores de TV valvulados e mesmo branco/preto que se adaptam
perfeitamente a esse projeto. Deles só iremos usar o núcleo de ferrite e o
enrolamento de alta tensão; tanto o enrolamento primário como aquele da re-
alimentação devem ser feitos pelo construtor.

A fonte de alimentação para esse gerador de alta tensão deve prover a


intensidade de corrente necessária para cada d.d.p. utilizada (12 ou 24 V). Essa
fonte deve estar dotadas de bons retificadores, capacitor de filtro e mesmo o uso
de um "choque" é recomendável.

O enrolamento primário é feito na perna do núcleo, oposta àquela da alta tensão,


e consiste de 10 espiras de fio rígido #16 encapado, com 'center tape'; o
enrolamento de re-alimentação é feito sobre o enrolamento primário e consta de
4 espiras de fio rígido #22 encapado, com 'center-tape'. Se não se detetar
produção de alta tensão no enrolamento devido, deve-se inverter os fios que vão
às bases dos transistores, para se ajustar adequadamente as fases para
promover as oscilações.
Os transistores 2N3055 pode (e até tem certas vantagens, em alguns casos) ser
substituído por aqueles de saída horizontal de TV. Também podem ser usados
transistores do tipo PNP, desde que se inverta as polaridades de entrada de
tensão no oscilador.

Esse circuito, dependendo do flyback utilizado, trabalhará muito bem, fornecendo


de 15 a 40 kV e poderá ser usado em experimentos tais como: chifre elétrico,
lâmpada de plasma etc.

Circuito 2
Esse circuito, também bastante simples, poderá fornecer tensões entre 15 e 40
kV e produzirá generosas faíscas a partir de uma bobina de ignição automotiva
(12V). A alimentação desse circuito deverá ser de 12 VDC com intensidade de
corrente entre 5 e 6 ampères. As faíscas produzidas terão de 2 a 3 cm de
comprimento. Vejamos o circuito esquemático:
Como se observa, o transistor de potência 2N3055 (NPN) é excitado (pulsado)
mediante ondas quadradas provenientes do CI - 555 (timer). A freqüência desses
pulsos dependerá dos valores dos resistores postos entre os pinos 7 e 8 e entre
os pinos 7 e 6. Tal pulso também é algo dependente do valor do capacitor ligado
ao pino 2. Tal capacitor pode ser de tântalo ou do tipo[o 'mylar' mas, mesmo
capacitores cerâmicos podem ser experimentados. Recomendados que
experimente com vários valores (desde valores bem menores que .1uF até
valores bem superior a isso). Você notará interessantes mudanças nas
características das faíscas. Repare que sob altas freqüências as faíscas serão
razoavelmente curtas e sob baixas freqüências teremos longas e 'quentes'
faíscas! Em suma, é um circuito "didático", onde toda experimentação é
recomendada.

Esse circuito 'pulsador' pode (e deve) ser testado com flyback em substituição à
bobina de ignição automotiva. Para acionar o flyback recomendamos um
enrolamento primário de 10 a 12 espiras na perna inferior desse flyback. Com
essa montagem alternativa o dispositivo poderá ser usado para 'carregar'
capacitores para aplicações com lâmpadas xénon para 'flash'. Muito bom para
lâmpadas de plasma.

Se você precisar de maiores valores de tensões, poderá tentar associar duas


bobinas de ignição, com os primários em paralelo e as altas tensões em série.
Experimente também tal associação usando dois flybacks (primários em paralelo,
altas tensões em série). Você enfrentará alguns problemas de fugas ... resolva-
os!

Circuito 3
Esse é outro bom e eficiente circuito gerador de alta tensão usando flyback. O
circuito usa um MOSFET; um CI-555 (timer) para lançar pulsos com ondas
quadradas sobre o 2N2222 e um ramo capacitor - potenciômetro para o devido
ajustes dessas freqüências. O 2N2222 comanda a porta do MOSFET e esse, por
sua vez, controla os pulsos agudos para o enrolamento extra de 10 espiras
efetuado no flyback. Eis o circuito:
Um acurado ajuste em ambos os potenciômetros permitirá a obtenção de
compridos arcos elétricos no terminal de alta tensão. A fonte de alimentação para
tal circuito poderá fornecer desde + 12 VCC até +15 VCC, sob corrente de 3 A. O
MOSFET requer bom dissipador de calor.
Se usar o aparelho por algum tempo para demonstrações em sala de aula ou
feira de ciências escolares e perceber que o MOSFET está esquentando muito
recomenda-se a inserção de um resistor de 4 ohms (se a fonte fornecer 12 V) ou
de 5 ohms (se a fonte fornecer 15 V ou mais) entre o terminal 'fonte' do MOSFET
e o enrolamento primário do flyback.

Dê preferência a flybacks mais antigos com o enrolamento de alta tensão em


forma de 'rosca' (toróide) e não aos mais modernos com tal enrolamento
'cilíndrico'.

Circuito 4

Este circuito é bastante recomendado para você produzir facilmente seus 10 a 20


kV, dependendo da bobina de ignição automotiva que conseguir. Usamos um
TRIAC e um DIAC. Poderemos obter desse circuito agudas altas tensões, acima
de 40 kV, a partir da rede elétrica domiciliar de 110 VAC.
Tais limites de tensão podem ser obtidos substituindo-se o capacitor de .1µF por
outro de .3 ou .4 µF.

Circuito 5

Fácil de construir, este gerador de alta tensão é capaz de produzir até 50KV;
todavia, devido à tensão de colapso da bobina, temos, na prática, uma tensão
de saída um pouco mais baixa.
T2 é um a bobina de ignição de carro, assim como o capacitor 0.5µF ( vem do
platinado; realmente sugiro usar só este tipo de capacitor). T1 é um pequeno
transformador feito com um núcleo laminado de ferro, com uma seção quadrada
de (7x7) mm e 57 mm de comprimento; ele apresenta 75 espiras no lado de
coletor e 25 espiras no lado da base --- use fio de cobre esmaltado de 1 mm. Sua
construção não é crítica e espero (não testei!) que o circuito trabalhe bem com
uma boa variedade de transformadores, inclusive aqueles com núcleo de ferrita.
Tente inverter os terminais de um dos enrolamentos se o circuito não oscila. O
transistor trabalhará relativamente frio e se for montado numa chapa de metal
(lateral da própria caixa da montagem) não irá requerer um dissipador de calor
(radiador); todavia, se necessário, um pequeno de 5ºC/ W bastará. A freqüência
de operação fica ao redor dos 1,2 kHz.
Circuito 6

Este oscilador permite obter, a


partir de
pequena tensão contínua (3 a
6V), uma
alta tensão alternada, com baixa
corren-
te.

O trafo pode ser um comum para


alimen
tação, com primário de 0/110/220V
e se-
cundário para 3/6/9/12V onde,
nesse os-
cilador, o secundário é quem vai
ligado
ao circuito e o primário é de onde
se re-
colhe a alta tensão.

Circuito 7
Para quem vai iniciar seus experimentos com lâmpada de plasma, eis o circuito
indicado que utiliza um só transistor NPN (2N3055) e um flyback, no qual se
acrescentou dois novos enrolamentos na perna central livre: um com duas
espiras de cabinho 22, capa plástica e outro com 5 espiras de fio 18, capa
plástica. O terminal de alta tensão pode ser ligado a um dos terminais de uma
lâmpada incandescente comum de 100 ou 200W (mesmo que tenha o filamento
queimado/quebrado). Uma bonita lâmpada de plasma!

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