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Estações de monitoramento de

qualidade das águas superficiais


Professor: Roberto Caribé
Aula 8

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Noções de Operação e Manutenção de Redes de Monitoramento e de Sistemas de Informação 1/16
1 Redes de monitoramento.
1.1 Estações climatológicas (precipitação, velocidade e direção do vento, radiação solar,
umidade relativa do ar, pressão atmosférica e temperatura do ar)
1.2 Estações hidrometeorológicas: estações pluviométricas, estações fluviométricas,
estações sedimentométricas,
ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO DE QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS,
estações de monitoramento de nível e de qualidade das águas subterrâneas.
1.3 Instalação de estações e de poços de monitoramento. 1.4 Instalação de seção de réguas, construção e
calibração de curva-chave. 1.5 Medição de vazão em rios: método convencional com molinete, método
acústico Doppler (velocimétrico manual e perfilador de corrente automático). 1.6 Coleta, preservação e análise
de amostras de água. 1.7 Operação manual de estações e leitura de dados. 1.8 Sensores e sondas
multiparamétricas. 1.9 Plataformas de coleta de dados (PCDs). 1.10 Telemetria e sistemas de transmissão de
dados (satélite, GPRS, rádio). 1.11 Tratamento e consistência de dados.
2 Sistemas de informação.
2.1 Elementos de cartografia digital: fundamentos da cartografia, escala, sistemas de coordenadas,
georreferenciamento, confecção de mapas básicos e bases cartográficas digitais. 2.2 Noções de sensoriamento
remoto: espectro eletromagnético, sensores ativos e passivos, transmissão e recepção de sinais, sistemas
orbitais. 2.3 Sistemas de Informações Geográficas (SIG): tipos de dados, compatibilização e padronização de
dados cartográficos, metadados. 2.4 Armazenamento de dados: formatos de arquivos, padronização e
transferência de dados, bancos de dados. 2.5 Rede Hidrometeorológica Nacional. 2.6 Sistema de Informações
sobre Recursos Hídricos do Distrito Federal – SIRH.
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Pontos usuais de monitoramento da qualidade das águas superficiais

Captação de água bruta Estação de Tratamento de Água


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Pontos de monitoramento da qualidade das águas superficiais
Sistema Descoberto
61% da água produzida pela
CAESB
Santa Maria/Torto
Sistema Santa Maria/Torto
26% da água produzida pela
CAESB
Descoberto
Sistema Corumbá
Sistema São Bartolomeu

Corumbá Bacia na qual há ou haverá captação


de água bruta 67
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Estações de monitoramento de qualidade das águas superficiais
Parâmetros ensaiados nas estações de monitoramento de qualidade das águas
superficiais e suas respectivas unidades de medida

Temperatura da Água ºC 10%


Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) mg/L 8%
Turbidez uT 8%
Oxigênio Dissolvido (OD) mg/L 17%
DBO 5 mg/L 10% Compõe o Índice de Qualidade da Água
pH 12% IQAANA - CETESB
Fósforo Total (P) mg/L 10%
Nitrogênio Total (N) mg/L 10%
Coliformes Totais NMP/100 mL 15%
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Cor uH
Cloreto mg/L
Ferro Total (Fe) mg/L
Ferro Dissolvido mg/L
Flúor mg/L
Nitrato (NO3) mg/L
Nitrogênio Amoniacal Total (NH3) mg/L
Nitrito (NO2) mg/L
Condutividade uScm

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Sulfato mg/L
Sulfeto mg/L
Fitoplâncton Ind/L
Sólidos Suspensos (SS) mg/L
Escherichia Coli NMP/100 mL
Coliformes Termotolerantes NMP/100 mL
Estreptococos NMP/100 mL

Índice de Qualidade da Água (IQA)

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Índice de Qualidade da Água (IQA)
tem como finalidade transformar os dados de qualidade da água coletados e
previamente analisados em informação para que a população possa entender e ter
uma idéia geral dos possíveis problemas com a água de determinado local
Existem diversas formulações para o cálculo do IQA
O IQA desenvolvido pela U.S. National Sanitation Foundation - NSF é o mais tradicional
CETESB substituiu nitrato e fosfato por nitrogênio total e fósforo total no IQA NSF
A adaptação realizada pela CETESB é a utilizada atualmente pela ANA
IQAANA - CETESB = Oxigênio Dissolvido (mg/L) 0,17 + Coliformes fecais (NMP/100 mL) 0,15 + pH
0,12 + DBO5 (mg/L) 0,10 + Fósforo total (mg/L) 0,10 + Nitrogênio total (mg/L) 0,10 + Turbidez
(NUT) 0,08 + Sólidos Totais (mg/L) 0,08 + Temperatura da Água (ºC) 0,10

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Índice de Qualidade da Água (IQA)
IQAANA - CETESB = Oxigênio Dissolvido (mg/L) 0,17 + Coliformes fecais (NMP/100 mL) 0,15 + pH
0,12 + DBO5 (mg/L) 0,10 + Fósforo total (mg/L) 0,10 + Nitrogênio total (mg/L) 0,10 + Turbidez
(NUT) 0,08 + Sólidos Totais (mg/L) 0,08 + Temperatura da Água (ºC) 0,10

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Oxigênio Dissolvido (OD) mg/L é a concentração de oxigênio (O2) contido na água
Varia de acordo com a pressão atmosférica e com a temperatura
Águas com temperaturas mais baixas têm maior capacidade de dissolver oxigênio
Menores altitudes, onde é maior a pressão atmosférica, o oxigênio dissolvido
apresenta maior solubilidade
É um fator limitante para manutenção da vida aquática
O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a
preservação da vida aquática, estabelecido pela Resolução
CONAMA 357/05 é de 5,0 mg/L
Trutas necessitam de uma concentração maior de Oxigênio
Dissolvido para sobreviverem, em torno de 8,0 mg/L
É um fator limitante para processos de autodepuração em
sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de
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esgotos
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DBO (mg/L) é a quantidade de oxigênio molecular necessária à
estabilização da matéria orgânica carbonada decomposta
aerobicamente por via biológica. A DBO é um excelente índice
para indicar a eficiência de uma ETE quando se compara a DBO
do esgoto bruto e do efluente final
A DBO5 é um teste padrão a temperatura constante durante 5
dias. Mede a diferença do OD antes e depois do período
DQO (mg/L) é a quantidade de oxigênio molecular necessária à
Cianobactérias 2016 Paranoá estabilização da matéria orgânica por via química
A redução da taxa de OD pode indicar atividade bacteriana
decompondo matéria orgânica. Microrganismos e vegetais em
grande numero podem reduzir o OD a zero
A proliferação depende de fonte de alimento (matéria orgânica)
Aguapés 2017 Paranoá 74
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Fósforo Total (P) mg/L e Nitrogênio Total (N) mg/L
Os esgotos sanitários não tratados constituem fonte de carbono,
nitrogênio e fósforo lançando nas águas nitrogênio orgânico devido à
presença de proteínas e nitrogênio amoniacal, devido à hidrólise sofrida
pela uréia na água
A amônia é convertida em nitrito (NO2) (por um grupo de bactérias nitrificadoras
chamadas Nitrossomonas) e a nitrato (NO3) (por outro grupo conhecido por Nitrobacter)
no processo chamado nitrificação, esses processos consomem OD
A forma NH3 (forma não iônica de amônia) predomina em pH alto
(alcalino), portanto o pH auto intensifica a toxicidade por amonia
Detergentes superfosfatados empregados domesticamente constituem
a principal fonte (15,5% de P2O5) de fósforo nos rios
Nas áreas agrícolas fertilizadas o escoamento pluvial contribui para a
presença de nitrogênio, fósforo e potássio nos rios
A síntese celular requer carbono, nitrogênio e fósforo C: N: P numa proporção
aproximada de 100: 17: 5. Deve-se investir no controle das fontes de fósforo 75
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Fósforo Total (PT) mg/L e Nitrogênio Total (N) mg/L
C: N: P (100: 17: 5) nas águas naturais provocam o
enriquecimento do meio possibilitando o crescimento em
maior extensão de microrganismos aeróbios, especialmente
algas, o que é chamado de eutrofização
Eutrofização consome OD pois o microorganismo costuma
exigir uma relação DBO:N:P mínima de 100:5:1 em processos
aeróbios
No nível hipereutrófico PT > 0,100 mg/L, além do crescimento
explosivo de algas aparecem plantas aquáticas superiores
(macrófitas), habitat dos planorbídeos (caramujo hospedeiro
intermediário do verme causador da esquistossomose
O consumo do OD na nitrificação e na eutrofização leva a
morte dos peixes
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Fósforo Total (P) mg/L e Nitrogênio Total (N) mg/L
O nitrogênio pode ser encontrado nas águas nas formas de nitrogênio orgânico ou
amoniacal (formas reduzidas) ou nitrito e nitrato (formas oxidadas). Coletada uma
amostra de água de um rio poluído se as análises demonstrarem predominância das
formas reduzidas significa que o foco de poluição se encontra próximo; se prevalecer
nitrito e nitrato significa que as descargas de esgotos se encontram distantes
Nas zonas de autodepuração natural (rios), distinguem-se as presenças de nitrogênio
orgânico na zona de degradação, amoniacal na zona de decomposição ativa
(mecanismos de desoxigenação), nitrito na zona de recuperação e nitrato na zona de
águas limpas (mecanismos de reoxigenação dependentes da reaeração atmosférica)
Na resolução 20/CONAMA o nitrogênio amoniacal é limitado a 5 mg/L tanto nas
águas naturais como na emissão de esgotos
Lagoas fotossintéticas não apresentam elevados graus de nitrificação,
não são otimizadas na remoção de nutrientes e os liberam em grandes
quantidades. Tratamento dos esgotos a nível terciário com aeração
prolongada e processo de lodos ativados atende a este requisito 77
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Coliformes Totais NMP/100 mL
Algumas bactérias coliformes, como a Escherichia Coli, são originárias do trato
gastrointestinal de animais de sangue quente
Outras bactérias coliformes são encontradas em ambientes naturais diversos, não
são de origem não intestinal, como as Citrobacter, Enterobacter, Klebsiella e Serratia
O grupo dos coliformes totais é formado por enterobactérias capazes de fermentar a
lactose, com produção de gás a 35°C. O grupo coliformes termotolerantes,
chamados de coliformes fecais, é um subgrupo dos coliformes totais, são
bactérias capazes de fermentar a lactose a 45°C
A presença de coliformes em água potável deve ser considerada
como uma possível contaminação microbiológica, decorrente de
falhas de tratamento

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Qualquer atividade humana que altere as condições naturais das águas é considerada
um tipo de uso
Cada tipo de uso pode ser classificado como consuntivo ou não consuntivo

Os usos consuntivos são aqueles que retiram água do manancial


para sua destinação:
Irrigação, utilização na indústria, dessentação de animais,
abastecimento humano

Os usos não consuntivos aproveitam o curso da água sem


consumi-la, não envolvem o consumo direto da água:
Recreação, lazer, pesca, navegação, geração de energia,
controle de cheia
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Bacia 6 – Bacia do rio Paraná Bacia 4 – Bacia do rio São Francisco

Bacia 2 – Bacia do rio Tocantins

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