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Monografia

1º Ano – 2º Ciclo da Licenciatura bi-etápica em


Fisioterapia

Trabalho apresentado ao curso de Fisioterapia do Instituto


Politécnico de Saúde – Norte
– Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, para obtenção
do grau de Licenciatura, sob orientação de Paula Rocha (MSc)

Gandra, 30 de Junho de 2008


PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Resumo

Objectivo: O objectivo deste trabalho foi analisar a influência de um programa de


PNF-Chi no equilíbrio e na qualidade de vida de um grupo de idosos não institucionalizados.
Métodos: Tratou-se de um estudo longitudinal experimental. Os 52 indivíduos com
mais de 65 anos seleccionados por conveniência, foram randomizados por grupo controlo e
grupo experimental, destes apenas 13 no grupo controlo e 20 no grupo experimental
respeitaram os critérios de selecção do estudo. Embora apenas o grupo experimental tenha
participado no programa de PNF-Chi estipulado, ambos os grupos foram submetidos a
avaliação da qualidade de vida (MOS-SF36) e equilíbrio (EEB) no momento inicial e no
momento final (após 12 semanas) por um avaliador externo. Os dois grupos foram
comparados entre si em ambos os momentos pelo teste Mann-Whitney, tendo em conta a
normalidade da distribuição das variáveis, e comparados os dois momentos de avaliação de
ambos os grupos pelo teste de Wilcoxon. O nível de significância considerado foi α = 0,05.
Resultados: Na avaliação inicial do equilíbrio pela EEB ambos os grupos eram
semelhantes (p= 0,262), já na avaliação final foi observada melhoria significativa no grupo
experimental (p<0,001), enquanto no grupo controlo não houve alteração significativa (p=
0,317). Relativamente à qualidade de vida, apesar de na comparação entre o grupo
experimental e o grupo controlo não existirem diferenças significativas tanto na dimensão
física (p=0,235) como na dimensão mental (p=0,624) do questionário SF-36, verificou-se
uma melhoria substancial, +4,83 (p <0,001), na dimensão física do grupo experimental do
momento inicial para o momento final, e uma ligeira redução na dimensão mental no grupo
controlo no mesmo espaço de tempo, -0,615 (p=0,049), o que não aconteceu no grupo
experimental.
Conclusão: O programa de PNF-Chi adoptado no presente estudo evidenciou
resultados significativos na melhoria do equilíbrio da amostra seleccionada, constituindo uma
forma de exercício físico de baixa intensidade, simples, segura, com todas as vantagens de
ser praticado em grupo. Em relação à sua influência na qualidade de vida os resultados foram
positivos relativamente à dimensão física, não sendo tão claros no que respeita à dimensão
mental.

Palavras-chave: PNF-Chi, idosos, equilíbrio, qualidade de vida.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Agradecimentos

Aos Fisioterapeutas Eva Albuquerque e


Paulo Araújo, sem os quais este projecto seria
impossível; por toda a ajuda prestada e por me
terem ensinado a desvendar “How deep you can
go in the rabbit hole?”
À minha orientadora de projecto pelo
estímulo constante no sentido do apuro.
Aos entes mais queridos pelo apoio
incondicional.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Índice

Índice de Figuras…………………………………….……...…………......…VI

Índice de Tabelas…………………………………….……...…………...…...VI

Lista de abreviaturas e Símbolos……………………………………….….VII

I. Introdução………………………………………………………..….…..…..1

II. Revisão bibliográfica


1. Envelhecimento, a questão demográfica………………………………………..…...…...3
2. O envelhecimento como processo biológico (as mudanças)……………………......…...4
3. O equilíbrio no processo de envelhecimento...……………………...…………..…....….5
3.1. Avaliação do equilíbrio………………...……………….……………….………6
4. Exercício físico na terceira idade………………...…………………………...……...…...8
4.1. Exercício físico e qualidade de vida……….…………………...….……...…….9
4.1.1. Avaliação da qualidade de vida…………………………………..….10
4.2. Exercício físico e o equilíbrio….………………………………..…..…...…….11
5. O PNF……………………………………………………………………….….…..…......12
6. O Tai Chi Chuan………………………………….…………………………...……....…13
7. O PNF-Chi, uma nova abordagem…………..……………………………....…..…...…15

III. Metodologia
1. Tipo de Estudo………….………………………………………………….………...…..18
2. Amostra………………………………………………………………………………..…18
2.1. Critérios de inclusão……….………………………………………..….…...…18
2.2. Critérios de exclusão…………….…………………………………...……...…18
3. Ética…………………………………………………………………………...………......19
4. Instrumentos utilizados………………………………………………………..……...…20
4.1. Questionário para caracterização da amostra……………….…………...….20
4.2. Mini-mental State Examination (MMSE)………….………………..….….....20
4.3. Questionário sobre o estado de saúde (MOS SF-36)….……………….…......20
4.4. Escala de Equilíbrio de Berg (EEB)……….………………...…………...…...21

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5. Procedimentos……………………………………………………………….……...……22
6. Estudo piloto…………………………………………………………………………...…24
7. Procedimentos estatísticos……..……………………………..……………….………....25
8. Cronograma……………..…………………………………...………………………...…26
9. Resultados………………………………………………………………………………...27
9.1. Caracterização da amostra……………………………………………………27
9.2. Resultados da avaliação do equilíbrio pela EEB……………………………..27
9.3. Resultados da avaliação da qualidade de vida pelo SF-36…………………..28
10. Discussão………………………………………………………………………………...30
11. Conclusão………………………………………………………………………………..33

Bibliografia…………………………………………………………..……......34

Anexo A………..…………………………………………………….……....……………VIII
Anexo B……….………………………………………………………….……………........IX
Anexo C…………………………………………………………………...….………...….....X
Anexo D…………..………………………………………………..……...………………...XI
Anexo E……………..…………………………………………….…………………...…...XII
Anexo F………………………………………………………….…………...……….…...XIII
Anexo G…………………………………………………………………...…………...….XIV
Anexo H…………………………………………………………………………..………...XV
Anexo I…………………………………………………………………………………….XVI
Anexo J………………………………………………………………………………..….XVII

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Índice de Figuras

Figura 1: Diagrama da selecção da amostra em estudo……………………………………...18


Figura 2. Diagrama dos procedimentos para a obtenção dos resultados finais do SF-36……21

Índice de Tabelas
Tabela 1. Programa de PNF-Chi……………………………………………………………..24
Tabela 2. Caracterização da amostra………………………………………………………...27
Tabela 3. Resultados da avaliação pela EEB………………………………………………...28
Tabela 4. Resultados da avaliação pelo SF-36……………………………………………….29

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Lista de Abreviaturas e Símbolos

Abreviaturas
AVD’s – Actividades da vida diária
BBS – Berg Balance Scale
EEB – Escala de Equilíbrio de Berg
INE – Instituto Nacional de Estatística
MMSE – Mini-Mental State Examination
MOS SF-36 - Medical Outcome Study Short-Form 36-Item Health Survey
PNF - Proprioceptive Neuromuscular Facilitation
PREHAB - Prehabilitation program
RCT – Randomised Controlled Trial
SNC – Sistema Nervoso Central
TCC – Tai Chi Chuan
WHO – World Health Organisation

Símbolos
Média -
Desvio padrão - dp

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

I. Introdução

O conceito de idoso é divergente consoante os caracteres culturais e sociais de cada


população. Por idoso, em Portugal, entende-se a pessoa com 65 ou mais anos que, a partir
desta idade, supostamente deixa a sua actividade laboral passando a auferir da pensão por
velhice. [1]
Culturalmente, mais do que a idade cronológica, são importantes os sinais exteriores
de envelhecimento, processo fisiológico normal, que se torna mais visível a partir dos 50
anos e se caracteriza pela incapacidade progressiva do organismo em se adaptar às condições
variáveis do seu ambiente. Os mecanismos implicados neste processo caracterizam-se por
serem progressivos, irreversíveis, lesivos e, geralmente, comuns a todos os organismos. [2]
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o aumento da Esperança
Média de Vida e o forte envelhecimento da população portuguesa constituem dois dos
aspectos mais marcantes da evolução demográfica recente: de 1981 para 2001, o Índice de
Envelhecimento aumentou de 45 para 103 idosos por 100 jovens. Numa projecção a 50 anos,
este índice aumentará para mais do dobro e o número de idosos por cada indivíduo em idade
activa deverá triplicar. [3]
Estes indicadores fizeram crescer o interesse de várias entidades por esta faixa etária,
sobretudo em manterem a sua autonomia, não só pela consequente melhoria da qualidade de
vida, mas também, na tentativa de reduzir custos com posteriores cuidados de saúde. [4]
Assim, recentemente têm sido desenvolvidos numerosos estudos sobre o exercício
físico e os seus benefícios na saúde física e mental da pessoa idosa. [5-7] E, particularmente
na área da fisioterapia, têm sido promovidas intervenções preventivas com o objectivo de
retardar e minimizar a perda de equilíbrio, um problema intrínseco ao envelhecimento e com
influência negativa na capacidade de realização independente das actividades da vida diária
(AVD’s) e marcha, duas das principais competências determinantes para a autonomia da
pessoa idosa, e, por conseguinte, para o seu bem-estar e qualidade de vida. [8-11]
No entanto, vários estudos indicam a necessidade de mais investigação sobre
actividades com influência positiva no equilíbrio do idoso, que simultaneamente sejam
estimulantes e seguras para este. [12, 13] A relação entre a prática de exercício físico e a
saúde mental dos idosos também deverá ser alvo de investigação mais aprofundada. [14]
Por isso, este estudo pretende ser um contributo e constituir mais um instrumento para
que a Fisioterapia, como meio de intervenção preventiva pré-morbilidade, seja cada vez mais
baseada na evidência. Além disso, apesar de existirem já estudos que enumeram as
directrizes para a prática de exercício físico de baixo impacto em idades avançadas [15, 16],
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são relativamente poucos os que se refiram a uma técnica com fundamento nas áreas de
conhecimento da Fisioterapia (análise de movimento, biomecânica, anatomia, fisiologia,
entre outras), adaptada a uma classe de idosos com défice no equilíbrio (imputável à idade ou
patológico), que sistematize os exercícios, com as possíveis adaptações e/ou progressões.
[17, 18] Os estudos mais criteriosos encontrados na bibliografia incluem programas de Tai
Chi Chuan, analisando a sua influência positiva no equilíbrio/prevenção de quedas [19] e a
importância do treino de actividades funcionais neste domínio. [20, 21]
Nesta conjunctura, o PNF-Chi, recente técnica desenvolvida por Fisioterapeutas
Portugueses, revelou-se um desafio estimulante, por parecer adaptar-se ao contexto da
Fisioterapia e à definição de exercício de baixo impacto, constituindo também uma possível
resposta aos défices supra-mencionados. Além disso, a análise dos seus
princípios/pressupostos teóricos, visto ainda não existirem estudos sobre o tema, constitui
mais um repto à investigação.
A técnica consiste na junção de princípios da arte marcial chinesa Tai Chi Chuan,
como o exercício lento, suave e ritmado, com princípios do “Proprioceptive Neuromuscular
Facilitation” (PNF), como os movimentos em diagonal. Desta fusão resulta um exercício de
baixo impacto, com mobilizações activas dentro da amplitude de movimento disponível e
com o objectivo de padronizar um conjunto de exercícios que têm em vista a
manutenção/recuperação do equilíbrio, o relaxamento, a consciencialização corporal, a
coordenação, o controlo respiratório, a flexibilidade, a força, a resistência ao esforço e o
treino proprioceptivo. [22]
Estes pressupostos teóricos levam a supor que se trata de uma técnica de eleição para
a manutenção do equilíbrio e prevenção de quedas, particularmente em populações idosas, o
que a torna um interessante objecto de estudo no contexto da Fisioterapia. Também o facto
de ter sido desenvolvida por Fisioterapeutas Portugueses constituiu motivo de interesse.
O objectivo deste trabalho foi analisar a influência de um programa de PNF-Chi no
equilíbrio e na qualidade de vida de um grupo de idosos não institucionalizados.

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II. Revisão bibliográfica

1. Envelhecimento, a questão demográfica

Historicamente, o conceito de envelhecimento tem vindo a evoluir com a


modernização da medicina, da ciência e com as próprias mudanças sócio-culturais. [2, 23]
Se Hipócrates (460 a. C. – 377 a. C.) foi o primeiro a datar os 50 anos como transição
da idade adulta para a velhice, a evolução das populações encarregou-se de a alargar para os
65 anos que, actualmente, na maioria dos estudos demográficos dos países desenvolvidos, se
designa como a entrada na faixa etária da terceira idade. Esta alteração está directamente
relacionada com o aumento da esperança de vida. [24-27]
Este fenómeno demográfico é o principal factor contribuinte para a tendência de
rectangularização das curvas de longevidade da população que se tem verificado desde o
início do século passado, o que significa que é cada vez maior a proporção de indivíduos a
atingir idades muito avançadas, próximas da longevidade máxima da espécie humana. [28]
Esta tendência também constitui uma das razões para o aumento crescente do número
de idosos relativamente aos jovens, que é hoje uma realidade universal. Calcula-se que
existam actualmente no mundo cerca de 360 milhões de pessoas com mais de 65 anos,
estimando-se que no ano 2020 esse número ultrapasse os mil milhões (mais de 13% da
população mundial), pertencendo 70% aos países desenvolvidos. O INE prevê que, entre
2010 e 2015, o número de idosos em Portugal ultrapasse o de jovens, representando nessa
altura mais de 19% da população total, comparativamente aos 16,3% de jovens. [29] As
explicações mais consensuais para este aumento englobam, entre outras, a diminuição da taxa
de natalidade, a melhoria da qualidade da alimentação e condições sanitárias, o
desenvolvimento das ciências biomédicas e a maior divulgação e acesso à informação sobre
as doenças, bem como o seu melhor acompanhamento. [30]
Com estas mudanças demográficas surgem problemas sociais, médicos e económicos
e, consequentemente, o interesse de organizações e investigadores na manutenção da
autonomia e saúde do idoso, procurando assim reduzir gastos inerentes à perda destas.
Exemplos deste interesse são o desenvolvimento de um novo programa de saúde e
envelhecimento activo para a terceira idade lançado em 2002 pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), [31] tal como a fundação, no ano de 1992, do The European Group for
Research into Elderly and Physical Activity (EGREPA), que se mantém com publicações e
conferências frequentes sobre actividade física na terceira idade e que, em 2006, deu origem

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à European Network for Action on Ageing and Physical Activity (EUNAAPA), uma Network
informal para aqueles que trabalham ou fazem investigação na área. [32]
Paralelamente, alguns investigadores desenvolveram teorias como a noção de
“compressão da morbilidade”, desenvolvida por Fries em 1980, que preconizava um aumento
do tempo de vida sem manifestações de doença, alcançado através de medidas de promoção
da saúde, que resultaria na rectangularização da curva de morbilidade dos idosos,
acompanhando a tendência verificada nas curvas de mortalidade. Esta teoria, que talvez na
década de 80 não fizesse sentido, é agora aceite como uma hipótese bastante viável; ou seja,
se houver progresso na prevenção e recuperação das situações de incapacidade, geralmente
associadas à presença de doenças crónicas, é possível que se caminhe no sentido da
“compressão das incapacidades”. Esta previsão teria como consequência o aumento da
esperança de vida activa. [33-35]

2. O envelhecimento como processo fisiológico (as mudanças)

O processo de envelhecimento fisiológico, próprio dos seres vivos, deriva da


combinação entre factores genéticos e factores extrínsecos a que o indivíduo tenha sido
exposto. A variedade das possíveis relações entre estes factores explica a diversidade do
envelhecimento humano. [28]
Teorias que defendem a prevalência dos factores extrínsecos baseiam-se no conceito
de que os factores ambientais a que estamos expostos (poluição, medicamentos e clima, entre
outros) provocam lesões com efeitos cumulativos causando deterioração e diminuição
progressiva da capacidade de resposta do organismo a esses mesmos factores. [36-38] Outras
teorias relacionam a composição genética dos indivíduos e a sua interferência na diminuição
da capacidade do organismo responder ao “stress” imposto pelo meio ambiente, apontando
para a existência de uma programação genética do envelhecimento. [39, 40] Actualmente
aceitam-se estas duas vertentes como complementares. [41]
Corroborando a primeira teoria, há estudos que demonstram que muitas das alterações
que ocorrem, bem como a maneira como ocorrem nos indivíduos, são motivadas por factores
como exposição solar, hábitos etílicos, hábitos tabágicos, obesidade, actividade física
insuficiente e hábitos alimentares incorrectos, entre outros. [31, 36, 41] O desenvolvimento
socioeconómico e cultural da sociedade em que o idoso está inserido também terá um papel
fundamental no seu envelhecimento e padrões de morbilidade e mortalidade. [42]
Relativamente às alterações morfológicas e funcionais, próprias do envelhecimento,
estas ocorrem em todos os sistemas orgânicos e provocam diminuição da autonomia e

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funcionalidade. Exemplos disso são o sistema músculo-esquelético, com a redução da


densidade óssea, da massa magra (entre 10 a 12%) e da força muscular (cerca de 20%), e
com o aumento do perímetro dos membros inferiores proporcional à redução do seu
comprimento; o sistema nervoso, com a diminuição da quantidade de sangue a irrigar o
cérebro e do número de neurónios; o sistema cardio-respiratório, com a diminuição da
capacidade aeróbia, da pressão arterial de oxigénio e da frequência cardíaca máxima; o
sistema vestibular, visual, e somatossensorial com a redução da coordenação motora, tempo
de reacção e agilidade. [43]
Estas mudanças estão geralmente associadas a idades mais avançadas, em que é
também frequente a presença de doenças crónicas, como a doença aterosclerótica, a
hipertensão arterial, a Diabetes Mellitus, a osteoporose, a demência e a depressão, dando
frequentemente origem a perturbações da funcionalidade. [31]

3. O equilíbrio no processo de envelhecimento

O conceito de equilíbrio não deve ser abordado separadamente do conceito de


controlo postural, na medida em que estes são interdependentes.
A postura refere-se ao alinhamento das diferentes partes do corpo entre si, podendo
ser analisada num momento em que o movimento existente seja mínimo ou durante o
desempenho de qualquer actividade. Uma boa postura será aquela que requeira um esforço
mínimo a manter, causando uma tensão mínima em músculos, ossos e articulações, mantendo
o centro de gravidade na base de suporte. [44]
O estado no qual o corpo está em equilíbrio define-se como a capacidade em manter o
controlo postural ou de manter o centro de gravidade corporal dentro da base de sustentação,
seja esta estática ou dinâmica. Assim, o corpo mantém-se em equilíbrio graças a uma série de
mecanismos fisiológicos que, resumidamente, decorrem pela seguinte ordem: o indivíduo
adquire continuamente, pelo sistema sensorial, informações sobre a posição corporal e sobre
a sua trajectória no espaço. De seguida, o SNC determina, antecipadamente, uma resposta
efectiva e regulada no tempo (processamento central). Por fim, o corpo executa essa resposta
através do sistema músculo-esquelético (força, amplitude de movimento, flexibilidade,
resistência). [45] No contexto do envelhecimento estão bem documentadas as alterações,
intrínsecas à idade, que afectam o estado de equilíbrio do idoso nestas três fases. [12, 46]
Relativamente à informação sensorial existem três sistemas com papel preponderante
no equilíbrio: o visual, o vestibular e o somatossensorial. Apesar de a medida da influência
de cada um no controlo do equilíbrio ser redundante, está bem documentado que, mesmo na

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ausência de doença diagnosticável, os estímulos visuais (principalmente a sensibilidade de


contraste e visão periférica), vibratórios e proprioceptivos estão diminuídos no idoso,
provocando alterações no equilíbrio. [47-50]
Quanto ao processamento central, este pode ser considerado como o processo de
“estabelecimento” da resposta postural. Um estudo recente comprova que a deterioração
neural característica do envelhecimento pode ser um factor impeditivo de reacções de
equilíbrio eficazes. [51] Os mesmos autores também estudaram a maior dificuldade dos
idosos em recuperarem o equilíbrio após perturbações inesperadas, concluindo que este
factor constituiria uma importante referência para avaliar o risco de queda nesta população.
[52] Um outro estudo sobre as latências de resposta demonstrou, de forma consistente,
atrasos na resposta de idosos saudáveis a estímulos externos. Verifica-se que esta resposta,
quando retardada por um período suficiente, pode afectar de modo significativo a capacidade
do indivíduo produzir uma resposta temporalmente eficaz. [53]
No que diz respeito à resposta final levada a cabo pelo sistema músculo-esquelético,
alguns estudos comprovam um défice muscular crescente com o aumento da idade, que se
fica a dever não só à perda ou atrofia de fibras musculares, ao aumento das estruturas não-
contráteis, tais como tecido adiposo, colagéneo e fibroproteínas e à diminuição do número
total de unidades motoras, mas também ao aumento progressivo do limiar de excitabilidade
do trato corticoespinhal com a idade, à resposta pelo reflexo de Hoffman, que é
significativamente menor no idoso [54] e ao tónus de base dos músculos responsáveis pela
postura, que também vai diminuindo. [46] Neste contexto, é importante frisar que os
músculos dos membros inferiores, que sustentam o peso do corpo sendo fundamentais para a
capacidade de deambular e de responder rapidamente a uma perda de equilíbrio, demonstram
maiores alterações que os restantes. [55] A perda de flexibilidade, pelo aumento de
fibroproteínas e colagéneo, com a consequente diminuição de amplitudes articulares e
mobilidade é também um factor com influência negativa no equilíbrio do idoso. [43]
Assim, manter a integridade destes mecanismos revela-se fulcral na manutenção do
equilíbrio no idoso, para a realização das AVD’s, logo, para a sua capacidade funcional. [5]

3.1. Avaliação do equilíbrio

Desde que cresceu o interesse pelo estudo da população idosa desenvolveram-se


consequentemente escalas com o objectivo de avaliar o equilíbrio [8, 18, 56], a mobilidade
[57, 58], o medo de cair [59], a probabilidade de futuras quedas [60, 61], entre outras.

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São exemplos destas ferramentas padronizadas: a Activities Specific Balance


Confidence Scale (ABC), que avalia o medo de cair e a autoconfiança do idoso através de um
inquérito para determinar o grau de confiança no seu equilíbrio em várias tarefas [59, 62] e a
Timed Get Up & Go Test (TGUG), para avaliar a mobilidade, em que o indivíduo se levanta
de sentado, caminha 10 metros dá a volta e faz o inverso no mínimo tempo possível [56, 63]
O Performance Oriented Mobility Assessment (POMA), exemplo de escala com o
objectivo específico de avaliar o equilíbrio, é dividido em duas partes: uma que avalia o
equilíbrio e outra a marcha. Os testes de equilíbrio reproduzem alterações durante a
realização das actividades de vida diária, enquanto a avaliação funcional da marcha reflecte a
segurança e a eficiência do deslocamento no ambiente. [9, 10]
A Berg Balance Scale (BBS), desenvolvida por Berg em 1989, tem também por
objectivo avaliar a capacidade de manter o equilíbrio, quer estático, quer dinâmico, ao
executar 14 tarefas funcionais: sentar, ficar de pé, alcançar, girar em volta de si mesmo, olhar
por cima dos seus ombros, ficar sobre apoio unipodal, e transpor degraus. A pontuação total é
de 56. [50] Berg et al (1992), citados por Steffen et al, obtiveram, aplicando este instrumento
a idosos, um elevado nível de confiança inter e intra-observador (ICC = 0,98), o que
representou mais um resultado suportando a validade da escala para esta população. [64]
Num trabalho realizado por Shumway-Cook et al considerou-se que para a
deambulação independente em segurança é necessário um resultado mínimo de 45,
verificando-se que à medida que a pontuação cai de 45 para 36, ocorre um risco cada vez
maior de queda e uma pontuação de 36 ou menos no teste era associada a 100% de risco de
quedas em idosos que viviam numa determinada comunidade. Neste estudo obtiveram-se
graus de fiabilidade intra-observador de 0,98 e inter-observador de 0,96. [65]
Mais recentemente, Holbein-Jenny et al utilizaram, entre outras, a BBS para avaliar o
equilíbrio de idosos institucionalizados. A fiabilidade intra-observador e inter-observador foi
quantificada pelo coeficiente de correlação intraclasse (ICC = 0,88 e 0,77 respectivamente) e
a validade interna pelo alpha Cronbach (0,88). [66]
Um estudo com um grupo de idosos tailandeses utilizou a escala com o objectivo de
investigar as suas propriedades psicométricas (aceitabilidade, índice de confiança inter-
observador, consistência interna e validade de construção). Os resultados demonstraram boa
consistência interna da escala (alpha Cronbach = 0,77), bom índice de confiança inter-
observador (ICC(2,1) = 0,87), concluindo que a escala é adequada para a avaliação do
equilíbrio em idosos, sendo de fácil aplicação pelo observador e as tarefas de fácil
compreensão para os observados. [67]

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4. Exercício físico na terceira idade

A World Health Organization (WHO) adoptou a definição de Envelhecimento Activo


adiantada pelo Ministério Canadiano da Saúde: “processo de optimização das oportunidades
para o bem-estar físico, social e mental através do trajecto da vida, no sentido de prolongá-
la.” E, neste sentido, definiu um conjunto de várias medidas para um envelhecimento activo,
no qual destaca a importância da prática regular de uma actividade física orientada e
estruturada (exercício físico) como forma de prevenir a doença e manter o bem-estar da
população em idades avançadas. [31, 68]
Intrínsecas a essa definição estão questões como o envelhecimento bem sucedido, a
prevenção de doenças e quedas e a manutenção da funcionalidade/independência do idoso.
Estas variáveis são dependentes de inúmeros factores, entre os quais o tipo de ocupação
durante a vida activa, a alimentação, o estado cognitivo, o nível social e de formação, as
particularidades clínicas e o nível de actividade física. [14, 30]
Relativamente a esta última, uma publicação da WHO evidenciou os benefícios de
exercícios simples e de baixa intensidade no relaxamento muscular, no fortalecimento ósseo,
na melhoria do equilíbrio, na flexibilidade e coordenação, prevenindo assim quedas (com
consequências agravadas pela presença de osteoporose) e provocando uma melhoria da
condição física e de saúde do idoso. [31] Entre outras, duas revisões da literatura concluíram
que o exercício físico leva à melhoria da homeostase da glucose, ao aumento da massa
muscular e da força, à melhoria da capacidade cardio-vascular (aumento do VO2max,
diminuição do ritmo cardíaco em repouso) e da pressão sanguínea, influenciando
positivamente a manutenção da funcionalidade e prevenção de morbilidade do idoso. [5, 16]
Quando encarado como terapia complementar são várias as condições que beneficiam
do exercício físico, das quais: a doença ateroesclerótica, a hipertensão arterial, a obesidade, a
osteoartrite, o cancro, a Diabetes Mellitus, a osteoporose, entre outras. [15, 16]
Apesar do exercício físico ser considerado uma das “armas” para a manutenção da
funcionalidade e prevenção de doenças, devemos ter em atenção as características especiais
dos indivíduos a que este se destina. Trabalhos como o de McDermott & Mernitz sobre as
singularidades da actividade física na terceira idade são fundamentais. Neste realça-se a ideia
de que a actividade aeróbia, o treino de força e flexibilidade aumentam o nível de actividade
diária na sua globalidade, podendo reduzir a dependência de medicação e os custos com a
saúde, ajudando a manter a independência funcional e a melhorar a qualidade de vida do
idoso. [15] Porém, a prescrição de exercício físico nesta população, com objectivo

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terapêutico ou preventivo, deve obedecer a parâmetros de intensidade (50 a 75% da


frequência cardíaca máxima), tempo e frequência (30 a 60 minutos, três a cinco dias por
semana), tipo de exercício (suave, isotónico, com movimentos globais) e progressão (lento e
crescente), tendo em conta condições de doença crónica dos participantes. [15, 16]
Estudos realizados referem resultados bastante satisfatórios, designadamente:
melhoria na força muscular dos membros inferiores e tempo de reacção no final de 8
semanas de treino, voltando a progredir às 16 semanas [69]; melhoria do equilíbrio, após um
programa aplicado durante 15 semanas (3 sessões semanais) em idosas [70]; diminuição da
tensão arterial e melhoria do equilíbrio dinâmico, após 10 e 20 semanas de um programa de
exercícios de baixa intensidade para 150 idosos a viver em comunidade [71]; melhoria na
condição psicológica e psicosocial, de maiores de 70 anos que participaram nas actividades
físicas do Better Ageing Project, aplicado em vários países da Europa, durante 12 meses. [7]
Recentemente, foram associados os efeitos do exercício de baixo impacto à prevenção
de disfunções do foro neuropsicológico como a depressão. [72] Apesar de permanecer em
dúvida, pensa-se que estes benefícios se devem à melhoria da condição cardio-vascular logo,
da oxigenação do cérebro, retardando assim a deterioração das suas estruturas. [14]

4.1. Exercício físico e qualidade de vida

A influência positiva do exercício físico na qualidade de vida do idoso é amplamente


conhecida, no entanto é necessário não ignorar as características e necessidades específicas
desta faixa etária, respeitando as suas diferenças físicas e psíquicas, mas proporcionando uma
igualdade de oportunidades. [7, 12, 14, 31, 73]
A qualidade de vida é uma condição dependente de vários factores. Um estudo sobre
a população idosa estabeleceu onze factores com influência na sua qualidade de vida: o
estado de saúde, a função física, a energia e a vitalidade, a função cognitiva e emocional, a
satisfação com a vida e o sentimento de bem-estar, a função sexual, a função social, a
recreação e o nível económico. [74]
Para o idoso, um dos aspectos mais importantes a ter em conta é a necessidade de se
adaptar às diversas transformações ocorridas a nível psicossocial, nomeadamente a
alteração/perda de papéis. Assim, o exercício físico pode ter uma função importante nesta
adaptação, uma vez que promove o alargamento das relações sociais e a aquisição de novos
papéis, além de constituir uma forma de terapia preventiva da morbilidade. [74] Estes
benefícios serão mais facilmente obtidos através da prática de exercício em grupo, e não
individualmente, só por si um factor para a menor adesão do idoso à actividade. [75]

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

A relação entre o exercício físico e a auto-percepção de qualidade de vida reúne


relativo consenso, no sentido de que este é positivo para o idoso. [7, 76] O estudo realizado
por Fox et al, aplicado à população Europeia com o objectivo de avaliar o bem-estar de
participantes no programa de exercício físico Better Ageing Project, demonstrou resultados
positivos nos indicadores de auto-percepção de saúde, apesar de a relação entre estes dois
indicadores não ser ainda forte. [7] Já McAuley et al, estudaram os efeitos de um programa
de exercícios aeróbios e outro de não aeróbios na sensação de bem-estar geral e relações
sociais de 174 idosos, concluindo que, segundo os resultados obtidos, não são necessários
exercícios muito vigorosos para conseguir melhorias significativasna sensação de bem-estar,
alegria e diminuição da solidão. [76]
No entanto estes estudos referem-se a intervenções por longos períodos de tempo
(cerca de um ano), sendo que a bibliografia sobre a eficácia de intervenções em espaços
temporais mais curtos é escassa. [77] Ainda assim, num recente Randomised Controlled Trial
(RCT), Sims et al estudaram o impacto de um programa de fortalecimento de 10 semanas,
em contexto comunitário, em idosos com sintomas depressivos. Os resultados revelaram-se
bastante positivos no sentido da diminuição desses sintomas. [78]

4.1.1. Avaliação da qualidade de vida


Um dos instrumentos frequentemente utilizados para a avaliação da qualidade de vida
é a versão portuguesa do questionário SF-36, um instrumento genérico auto-administrável de
medição do estado de saúde, tendo como propósito examinar a percepção do estado de saúde
pelo indivíduo e composto por 36 itens, agrupados em: componentes físicas -função física,
desempenho físico, dor física, saúde em geral; e componentes mentais -saúde mental,
desempenho emocional, função social e vitalidade. [79, 80]
Este questionário foi aplicado num estudo de Morimoto et al sobre os efeitos do
exercício físico na qualidade de vida entre os dois géneros, tendo-se obtido melhorias nos
valores dos itens do questionário em ambos os sexos, mas mais acentuado no feminino. A
escala tinha sido validada para a população com elevados valores de fiabilidade intra e inter-
observador (ICC: 0,88 e 0,94 respectivamente). [81] Num outro trabalho sobre o estado de
saúde de administrativos veteranos ingleses, concluiu-se que estes profissionais indicavam
um nível substancial de morbilidade. A validade e fiabilidade da escala foram verificadas
num estudo prévio na mesma população. [82] Ainda num estudo em que se avaliou a eficácia
do MOS SF-36 comparativamente à Nottingham Health Profile para avaliar a auto-percepção

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

de qualidade de vida relacionada com a saúde em jovens e idosos activos, o MOS-SF36


revelou-se mais adequado à amostra idosa, por ser mais sensível e diferenciado. [83]
Assim, o questionário já foi utilizado tanto com o objectivo de medir qualidade de
vida como estado de saúde, tendo-se revelado em ambos um instrumento sensível ao objecto
a medir e bastante adaptado à população em análise.

4.2. Exercício físico e o equilíbrio

Como foi já referido, a prática de exercício físico na terceira idade, de forma


preventiva e respeitando as particularidades desta população, tem como uma das principais
vantagens o ganho de equilíbrio, prevenindo quedas e consequentes complicações, e
aumentando a independência do idoso. [8, 10, 18, 21]
Num estudo efectuado por Gauchard et al, preconiza-se o exercício físico de baixo
impacto, por demonstrar bons resultados no controlo do equilíbrio e pela sua maior incisão
na proprioceptividade, desenvolvendo também um elevado nível de sensibilidade vestibular,
o que possibilita uma diminuição da preponderância da visão no equilíbrio. [84] Num outro
trabalho dos mesmos autores, compararam-se os efeitos de dois programas de exercícios na
sensibilidade vestibular: o primeiro com actividades como o yoga e a ginástica leve e o
segundo com natação e ciclismo. Os resultados comprovaram a premissa sobre os benefícios
do exercício de baixo impacto, tendo-se verificado que os valores obtidos nos testes
posturográficos dinâmicos, para o grupo controlo, foram estatisticamente inferiores aos do
grupo experimental. Neste, os participantes em Yoga e ginástica leve obtiveram melhores
resultados comparativamente aos que praticaram natação e ciclismo. [85]
Um outro estudo propunha-se a avaliar a eficácia de um programa de exercícios, ao
longo de quinze semanas, no equilíbrio e força dos membros inferiores em mulheres entre os
65 e os 89 anos, prosseguindo com um follow-up de um ano para determinar a sua influência
no número de quedas. Uma das escalas utilizadas no estudo foi a Berg Balance Scale com o
objectivo de avaliar o equilíbrio, tendo os resultados obtidos demonstrado uma melhoria
significativa em 5 dos 14 itens desta escala (6,8% p ≤0,05). O programa teve efeito benéfico
no equilíbrio e força dos membros inferiores, no entanto o follow-up não apresentou
resultados significativos na diminuição do número de quedas. [70]
A eficácia de uma intervenção direccionada para a melhoria do equilíbrio com
formato de um circuito com várias workstations foi estudada num RCT por Nitz & Choy e
publicada em livro no mesmo ano. As várias workstations constituem um conjunto de tarefas,

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

como sentar-levantar, agachamentos e jogos com bola, em que a dificuldade de execução


aumenta progressivamente ao longo de uma hora de “circuito” e também de sessão para
sessão. Todos os participantes receberam um livro educacional sobre os factores de risco para
as quedas mas só o grupo experimental realizou as sessões. O equilíbrio foi avaliado com
testes clínicos e laboratoriais, obtendo-se melhorias significativas em ambos os grupos, que,
no entanto, foram mais evidentes no grupo experimental. [86]

5. O PNF

O conceito de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF) foi desenvolvido


pelos Drs. Herman Kabat e Margaret Knott na década de 40 do século passado, sendo que
inicialmente foram aplicados os seus princípios no tratamento da poliomielite. A técnica
obedece a princípios básicos [87]:
 A abordagem terapêutica é sempre positiva, reforçando e fazendo uso das
capacidades do paciente;
 O objectivo fundamental é facilitar o alcançar de um nível funcional superior pelo
paciente;
 PNF é uma abordagem global, sendo o tratamento direccionado ao todo e não a
segmentos específicos.
As técnicas do PNF são utilizadas para promover ou facilitar uma resposta do
mecanismo neuromuscular através da estimulação proprioceptiva, de modo a fortalecer
(facilitação) ou relaxar (inibição) grupos musculares, melhorar a coordenação motora,
melhorar a eficácia da contracção muscular diminuindo a fadiga e, aumentar amplitudes de
movimento. Os modelos dos padrões de movimento usados têm uma componente espiral,
sentido diagonal, estando a execução destes em linha com o arranjo topográfico dos
músculos utilizados no movimento, que deve ocorrer de forma sequenciada e síncrona, numa
acção contínua. Os padrões de facilitação são formados por três componentes principais a
nível proximal (flexão/extensão; abdução/adução; rotação interna/externa) e acessórias a
nível distal (flexão/extensão do cotovelo e joelho; supinação/pronação; desvio radial/cubital;
flexão/extensão do punho e dedos; inversão/eversão; flexão dorsal/plantar do pé e dedos).
Entre as várias técnicas que derivam do conceito evidenciam-se: a combinação de isotónicas
(co-contracção concêntrica, excêntrica e isométrica da musculatura agonista sem
relaxamento) e a inversão dinâmica (alternância do movimento activo para direcção oposta,
sem interrupção). [87]

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

A execução de movimentos em padrões de PNF permite aos músculos actuarem de


uma forma mais semelhante às acções desenvolvidas em actividades funcionais, visto cada
movimento requerer a intervenção sincrónica de vários grupos musculares.
Consequentemente, esses movimentos podem ser aplicados para a melhoria do desempenho
físico como alternativa aos programas convencionais do treino hipertrófico, executados num
único plano e/ou sentido. [87, 88]
Atendendo aos princípios do PNF acima descritos, poderia esperar-se da aplicação da
técnica algum ganho global de força muscular e coordenação motora. No entanto, existem
poucos estudos abordando estes efeitos do PNF em indivíduos sem patologia específica, e
nenhum, na bibliografia pesquisada, que relacione esses efeitos com uma possível melhoria
no equilíbrio do idoso, apesar de, como referido anteriormente, as condições musculares
(força e flexibilidade) e coordenação motora serem determinantes para este.
Numa análise comparativa entre os efeitos de um programa de PNF e um método
isocinético na distribuição dos tipos de fibras musculares e área transversal do músculo vasto
lateral verificou-se uma diminuição significativa das fibras tipo IIb no grupo praticante de
PNF, indicando assim uma tendência unidireccional de transformação de fibras rápidas para
fibras lentas. O método de treino aplicado aos indivíduos do grupo de PNF consistiu em três
séries de trinta repetições contra resistência máxima da primeira diagonal com variação da
flexão do joelho. [89] Como os principais músculos responsáveis pela manutenção da postura
são constituídos por fibras lentas [44], estes resultados poderão fazer supor que estas técnicas
de PNF serão benéficas para esse objectivo.
Num outro estudo, com o objectivo de avaliar, em adultos mais velhos (50 – 75 anos),
o efeito de técnicas de alongamento do PNF na amplitude de movimento e actividade
electromiográfica dos músculos flexores do joelho, foram aplicadas técnicas como o contrair-
relaxar isométrico e o contrair-relaxar isotónico dos agonistas do movimento, tendo esta
última tido como resultado uma melhoria de 29-34% na amplitude de movimento (ADM) e
65 a 119% na actividade electromiográfica depois da sua aplicação. No entanto, os autores
evidenciam a prudência necessária na aplicação destas técnicas, tendo em conta as alterações
das propriedades visco-elásticas dos músculos, inerentes à idade, em particular o contrair-
relaxar dos agonistas, visto 77% dos participantes referir ser a técnica mais incómoda. [88]

6. O Tai Chi Chuan

O Tai Chi Chuan (TCC), Tai Chi significando “final supremo” e Chuan significando
“punho,” foi desenvolvido há mais de 300 anos na China, originalmente na forma de arte

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

marcial para combater invasores estrangeiros. Mais recentemente, é praticado como um


exercício para a saúde, particularmente por pessoas idosas, por revelar, entre outros,
benefícios na capacidade cardio-respiratória, força, flexibilidade e controlo postural. [90]
A abordagem clássica ao TCC assenta em três princípios fundamentais: O corpo deve
estar numa posição vertical, alongado e relaxado; a mente deve estar alerta e calma; todos os
movimentos do corpo devem ser executados rítmica e lentamente, requerendo uma boa
coordenação sequencial. [91] Apesar destes princípios ancestrais, com origem em crenças
religiosas orientais, através da análise biomecânica verifica-se que os movimentos resultantes
enfatizam a integração suave da rotação do tronco, a transferência de peso, a coordenação
muscular através da co-contracção isométrica e isotónica e a gradual mudança de posição da
extremidade inferior. [92] A prática do TCC inicia-se na posição ortostática respirando
lentamente através do nariz e dando maior atenção à posição/movimento do abdómen. A
cabeça é posicionada como se estivesse suspensa por uma linha, e os pés firmemente acentes
no solo. De seguida, a pélvis (centro da gravidade) desloca-se para baixo, melhorando
posturas, relaxando os músculos e afastando as articulações da closed-packed position.
Iniciam-se então os movimentos lentos e circulares do TCC executando suaves movimentos
do pé enquanto se transfere o peso entre os membros inferiores em coordenação com os
movimentos dos membros superiores e ao ritmo da frequência respiratória, originando o
efeito visual de uma lenta coreografia. [6]
O TCC pode ser praticado em vários locais pois necessita de pouco espaço e nenhum
equipamento. Os movimentos simples, lentos e suaves são ideais para os idosos, facilitando a
sua aprendizagem e execução, sendo praticado por milhões de pessoas na China e aceite nos
países ocidentais como uma referência do exercício para a saúde e a aptidão. [90]
Embora uma revisão da literatura de 2002 [93] refira que, dos estudos analisados,
apenas os relativos aos benefícios no controlo postural e prevenção de quedas reuniram
evidência, outros trabalhos mais recentes vieram comprovar a influência positiva da prática
do TCC, além dos anteriores, também na proprioceptividade [94], na força muscular,
resistência e flexibilidade [6, 95], na capacidade cardio-respiratória [95], no controlo postural
[96, 97], na auto-percepção de bem-estar [98, 99], no sistema imunológico [100] e no atraso
de desmineralização óssea. [101, 102]
Um programa de 12 semanas de Tai Chi aplicado à população chinesa nos EUA
revelou resultados significativos na melhoria da condição psicossocial dessa população e
redução do risco de mortalidade por doença cardiovascular. Todas as avaliações e classes

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

foram conduzidas num centro de comunidade local fornecendo fácil e conveniente acesso e
familiaridade com o espaço, demonstrando ser um factor positivo. [98]
Relativamente aos benefícios do TCC, em particular no controlo postural e no
equilíbrio, Zhang et al, partindo de um programa intensivo (diário) de TCC, ao longo de 12
semanas, verificaram uma tendência significativa na melhoria da mobilidade funcional
(incluindo aumento no tempo de apoio unipodal) em adultos mais velhos com osteodistrofia,
tendo alguns desses resultados sido notados logo após a 8ª semana. [103]
Um estudo de Lin et al, com o objectivo de avaliar o efeito da prática de TCC, ao
longo de um ano, no número de quedas, equilíbrio e medo de cair de 472 praticantes de TCC
com mais de 65 anos demonstrou melhorias significativas na Tinetti Balance Scale (1,8
pontos) e na Tinetti Gait Scale (0,9 pontos) comparativamente ao grupo de controlo. [92]
A intensidade e frequência de execução foram abordadas num outro trabalho visando
a criação de um programa simplificado da prática de TCC para idosos, que combinou as
opiniões de participantes e peritos. Estes, em conjunto, concluíram que a intensidade
aconselhada para a prática de TCC nesta faixa etária seria de três sessões semanais, com uma
duração do exercício de 30-60 minutos por sessão. [104]

7. O PNFchi, uma nova abordagem

A designação de PNF-Chi resulta da conjugação da Proprioceptive Neuromuscular


Facilitation (PNF) com o Tai Chi Chuan (TCC) e define-se como um conceito de
mobilização global activa. [105] Esta técnica surgiu da observação das sequências do TCC
por dois Fisioterapeutas Portugueses, Eva Albuquerque e Paulo Araújo, que verificaram
algum paralelismo entre esta técnica e os padrões das diagonais do movimento humano.
Neste contexto, e face às restrições impostas pelo TCC, que impede a alteração dos
movimentos e suas sequências, surgiu a ideia de criar este novo conceito, que passa pela
fusão entre os padrões de movimento normal do PNF e os princípios milenares do TCC,
limitando componentes desta técnica que seriam mais agressivos para as articulações dos
praticantes. [105, 106]
Assim, do TCC foram adoptados pelo conceito PNF-Chi os seguintes princípios: os
movimentos rítmicos e lentos que facilitam a consciencialização da posição, da velocidade,
da força e da trajectória dos segmentos corporais durante o movimento, a ênfase na
manutenção de uma postura vertical com o corpo numa posição central, as transferências de
peso de um membro inferior para o outro, o recurso a diferentes segmentos corporais
actuando alternadamente como estabilizadores e mobilizadores, a flexão moderada dos

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

joelhos que baixa o centro de gravidade e movimentos que envolvem tanto contracção
muscular isométrica como isotónica. [106]
Do PNF a técnica adoptou os seguintes princípios: o uso de padrões de movimento
em diagonal e espiral, o movimento cruzando a linha média, o recrutamento de todos os
componentes do movimento, o movimento sem dor mas com elevado grau de activação, a
utilização de múltiplas articulações e acções musculares combinadas, o recrutamento de
agonistas e antagonistas do movimento, as contracções repetidas para facilitar a
aprendizagem motora, a ênfase na coordenação motoro-visual e a progressão de actividades
simples para mais complexas. [106]
Pela análise da descrição feita acima podemos constatar, como observado pelos
autores da técnica, alguma complementariedade entre princípios do TCC e do PNF. Esta
relação foi também referida num trabalho de Levandoski & Leyshon, sobre os benefícios da
prática de TCC na força muscular, flexibilidade, equilíbrio e capacidade cardio-respiratória
do idoso, fazendo a analogia entre os movimentos em espiral e diagonal do PNF e do TCC,
bem como o facto de ambas as técnicas facilitarem uma boa coordenação motora. [107]
De um modo mais geral, o PNF-Chi, tendo como principal base os princípios do
movimento do TCC, altera os movimentos sequenciais e circulares dos membros superiores
do primeiro, substituindo-os pelos movimentos em diagonal do PNF e integrando-os em
pequenas progressões. As sequências não são fixas, tendo como linha orientadora o aumento
progressivo da dificuldade dos exercícios, adaptando-se às capacidades dos praticantes. Cada
movimento deve ser realizado no mínimo três vezes: a primeira serve para o participante
visualizar e tentar aprender o movimento; na segunda, tentar integrá-lo e realizá-lo com
algum grau de interiorização; por fim, tentar executar o movimento já interiorizado de forma
correcta, com maior consciência das alterações que ocorrem no seu corpo. A velocidade a
que os movimentos são realizados não deve ser muito elevada de modo a promover a
integração dos movimentos, a permitir a adaptação contínua das estruturas mio-fasciais e
articulares à posição dos segmentos corporais e a promover o aumento dos tempos e volumes
respiratórios. [106]
O PNF-Chi caracteriza-se então, pela execução de movimentos lentos, suaves e
contínuos, em sentido diagonal e em toda a amplitude de movimento disponível, sem colocar
as articulações em “closed-packed” position, pela co-contracção de músculos agonistas e
antagonistas, o agonista executando o movimento e o antagonista controlando/resistindo o
movimento. O controlo respiratório pode ainda ser combinado com movimentos para flexão
ou para extensão, conforme a intenção seja de reforço ou de alongamento. [105, 106]

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Dadas as características da realização dos movimentos e do relaxamento adquirido, é


proporcionado ao praticante a oportunidade de atingir um estado contemplativo e de
concentração, permitindo-lhe um maior controlo sobre o seu organismo. [105, 106]
Não existindo ainda estudos sobre os efeitos do PNF-Chi, pode-se teorizar, a partir da
experiência clínica dos autores, dos princípios e pressupostos da técnica e dos benefícios
sobejamente conhecidos do PNF e do TCC, que o PNF-Chi promoverá o relaxamento, a
consciencialização corporal, a integração do movimento, a coordenação, o controlo
respiratório, a flexibilidade, a força, a resistência ao esforço e o estímulo do sistema
vestíbular (coordenação olho-mão), podendo representar assim um importante complemento
para a intervenção Fisioterapeutica preventiva na terceira idade. Isto porque muitos dos
alegados benefícios da técnica, como anteriormente dissertado, estão directamente
relacionados com as competências necessárias à manutenção do equilíbrio. Assim, e como as
alterações nos sistemas dos quais o equilíbrio está dependente se agravam com o avançar da
idade, a intervenção nesta população pode ter efeitos ainda mais notórios.
Embora seja o primeiro estudo científico sobre a técnica, este trabalho surgiu também
a exemplo do interesse demonstrado por várias entidades, traduzido pela participação dos
autores, desde 2005, em diversos eventos com o objectivo de apresentar este novo conceito.
Exemplos disso são o Dia Mundial do Coração organizado pela Fundação Portuguesa de
Cardiologia, a Despolazer, Feira de Desporto e Fitness, a Expo VIVAem forma, a primeira e
segunda AquaTermal e a 14ª Convenção Internacional de Actividade Física.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

III. Metodologia

1. Tipo de Estudo

O estudo realizado foi do tipo longitudinal experimental.


A variável independente foi o programa de PNFchi aplicado apenas aos indivíduos do
grupo experimental que foi manipulada no sentido de verificar a sua preponderância sobre as
variáveis dependentes, o equilíbrio e a qualidade de vida, nestes indivíduos,
comparativamente aos indivíduos pertencentes ao grupo controlo.

2. Amostra

A amostra foi constituída por 33 idosos residentes no concelho de Vila do Conde, não
institucionalizados, com idade igual ou superior a 65 anos. Foram disponibilizadas inscrições
em vários pontos do concelho, que resultaram num total de 52 inscritos, que foram
randomizados em 27 indivíduos para o grupo experimental e 25 para o grupo controlo.
Posteriormente ambos os gupos responderam aos questionários de caracterização da amostra
e foram avaliados pelo MMSE e BBS, garantindo que respeitavam os critérios de selecção do
estudo.
Dos 27 individuos aleatorizados para o grupo experimental, 20 preencheram os
critérios, sendo 16 do sexo feminino. Dos 25 indivíduos aleatorizados para o grupo controlo,
13 preencheram os critérios, sendo 9 do sexo feminino.

Figura 1: Diagrama da selecção da amostra em estudo

52 Inscrições

Randomização

27 Indivíduos para 25 Indivíduos para


o grupo
o grupo controlo
experimental

12 Não
7 Não preencheram preencheram os
os critérios critérios

20 Participantes 13 Participantes
no grupo
no grupo controlo
experimental

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Previamente foram seleccionados por conveniência 10 indivíduos que também


preenchiam os critérios para, três vezes por semana durante duas semanas, realizar o estudo
piloto, que ocorreu cerca de um mês antes do experimental.

2.1. Critérios de inclusão

Indivíduos a viverem no domicílio, com idade igual ou superior a 65 anos;


Indivíduos que realizavam marcha independente, sem auxiliares de marcha
(verificado por score igual ou superior a 45 na BBS) [65];

2.2. Critérios de exclusão

Indivíduos com alterações cognitivas que comprometam a compreensão dos


comandos verbais e tarefas solicitadas, que neste estudo se consideram aqueles com
um resultado inferior a 20 no Mini-Mental State Examination (MMSE) [108-110];
Indivíduos que praticaram exercício físico regular, ou fisioterapia direccionada para a
mobilidade funcional ou para alterações de equilíbrio, até 3 semanas antes da
primeira avaliação, pelo possível efeito de confusão que poderia provocar nos
resultados [109];
Indivíduos em que existisse contra-indicação médica (ex.: enfarte do miocárdio,
Acidente Vascular Cerebral com menos de 6 meses ou dor forte com a prática de
exercício físico) para a prática de exercício físico, ou portadores de alguma condição
que afectasse de forma permanente o equilíbrio. [21, 55, 91]

3. Ética

Para este estudo foi pedido o consentimento autorizado para a utilização da versão
Portuguesa da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) à Dra. Estela Mosca (Anexo A), assim
como ao Prof. Dr. Pedro Ferreira para a utilização da versão Portuguesa do MOS-SF36 v2.
(Anexo B)
Foi formulado um pedido de cedência de instalações à Junta de Freguesia de Malta,
concelho de Vila do Conde, de modo a aí aplicar o programa de PNFchi. (Anexo C)
Cada participante no estudo recebeu uma declaração de consentimento informado
segundo as recomendações de Helsínquia. Assim, os participantes foram informados dos

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

objectivos do estudo e dos procedimentos práticos, sendo que ficou explícita a possibilidade
de abandonarem o estudo a qualquer momento sem qualquer tipo de consequência. Foi ainda
garantida a confidencialidade dos resultados do estudo e dados clínicos referidos pelos
participantes. (Anexo D)

4. Instrumentos utilizados

4.1. Questionário para caracterização da amostra (Anexo E):


De forma a garantir que todos os participantes respeitassem os critérios de inclusão e
exclusão do estudo e também para obter dados sobre as características demográficas dos
indivíduos em estudo.

4.2. Mini-mental State Examination – MMSE (Anexo F):


Para avaliar a cognição dos participantes.
O MMSE apresenta-se como uma medida quantitativa da capacidade cognitiva dos
adultos. Pode ser utilizado para determinar um dano na capacidade cognitiva, estimar a
severidade do dano na capacidade cognitiva num determinado momento, seguir o curso de
mudanças cognitivas num indivíduo ao longo do tempo e, documentar a resposta de um
indivíduo ao tratamento. [110]
Neste estudo o objectivo foi determinar se os participantes possuiam um grau
cognitivo que fosse adequado, de maneira a conseguirem compreender os comandos verbais,
reproduzir esses comandos e ter capacidade de retenção dos princípios e exercícios ao longo
das sessões. Vários estudos, com participantes idosos em classes de exercícios, estabeleceram
uma pontuação mínima de 20 no MMSE para considerar que os participantes preenchiam
esses critérios. [108-110]

4.3. Questionário sobre o estado de saúde (MOS SF-36v2) (Anexo G):


Para avaliar a qualidade de vida dos participantes.
O questionário foi desenvolvido na década de 80 por investigadores da Rand
Corporation nos EUA com o objectivo de constituir um instrumento a utilizar na
monitorização contínua dos resultados de auto-percepção de estado de saúde. Segundo este
questionário não é possível avaliar um estado de saúde global, por isso, este divide a auto-
percepção do estado de saúde em domínio físico e domínio mental. O SF-36v2 revela-se um
instrumento de fácil utilização tanto pelo seu conteúdo, referente à dimensão da saúde física

Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa 20


PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

(conceitos: função física, desempenho físico, dor física, saúde em geral) e à dimensão da
saúde mental (conceitos: saúde mental, desempenho emocional, função social e vitalidade),
como também pela sua robustez psicométrica e relativa simplicidade. [79] O que, juntamente
com o facto de o instrumento ter sido já várias vezes utilizado para populações idosas,
nomeadamente para verificar a influência do exercício físico na qualidade de vida, [80, 112]
constituiu um factor decisivo para a escolha deste questionário.
Num estudo efectuado com uma amostra da população Portuguesa residente no Porto
obtiveram-se valores de consistência interna global elevados: na dimensão física (alfa de
Cronbach=0,82) e na mental (0,87). Assim, os resultados dos diferentes testes psicométricos
comprovaram a fiabilidade e a validade das dimensões saúde física e mental da versão
Portuguesa do SF-36. [112]
O diagrama abaixo explica os passos seguidos neste estudo para o tratamento dos
dados, desde que foram obtidos directamente nos questionários até à forma em que puderam
ser analisados.

Figura 2. Diagrama dos procedimentos para a obtenção dos resultados finais do SF-36

Agrupar as 36 Desses 8 conceitos


Insersão dos dados perguntas em 8 calcular as 2 dimensões
das 36 perguntas no conceitos, segundo (física e mental), segundo
programa SPSS. Ferreira, 2000. [80] Severo 2006. [112]

4.4. Escala de Equilíbrio de Berg (Anexo H):


Para avaliar o equilíbrio dos participantes.
A escolha desta escala prendeu-se com factores como já ter sido várias vezes aplicada
para avaliar as capacidades de equilíbrio em populações idosas a viverem no seu domicílio,
revelando-se de fácil aplicação e com resultados de fiabilidade inter e intra-observador
considerados bons. [8, 54, 55, 68] Um exemplo é o estudo de Holbein-Jenny et al referente à
população idosa, em que a fiabilidade intra-observador foi de (ICC = 0.88) e a inter-
observador (ICC = 0.77). [66]
A escala é constituída por 14 tarefas relativas a AVD’s com dificuldade crescente e
antes da sua aplicação o examinador deve demonstrar cada tarefa ao paciente.
Na maioria dos itens é pedido ao paciente que mantenha uma determinada posição
por um determinado período de tempo. A pontuação para cada item vai de 0 a 4, em que 4 é o
desempenho óptimo e a pontuação máxima total é de 56. [113] Pontos são progressivamente

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

deduzidos se o tempo ou a distância não forem atingidos, se o paciente precisar de


supervisão, se fizer uso de apoio externo ou se receber ajuda do examinador. Supervisão será
a necessidade que o examinador sinta de orientar verbalmente o examinado por este se
encontrar em perigo de queda. A escolha sobre qual perna fica apoiada/o (ponto 14) e qual a
distância a alcançar (ponto 8) ficam ao critério do paciente. [50] O material necessário será
um relógio com ponteiro dos segundos, uma régua de 30 cm, um degrau de 20 cm de altura,
uma cadeira de 42 cm de altura com encosto de costas e braços e outra igual mas sem apoio
para os braços. [113]

5. Procedimentos

Após a obtenção da autorização por parte da Junta de Freguesia de Malta para a


utilização das instalações, por parte da Dra. Estela Mosca para a utilização da versão
Portuguesa da BBS e do Prof. Dr. Pedro Ferreira para a utilização da versão Portuguesa do
MOS SF-36v2, o estudo iniciou-se com o preenchimento do consentimento autorizado, do
inquérito para caracterização da amostra e do MMSE. Apenas os indivíduos que assinaram o
consentimento e satisfizeram os critérios foram sujeitos a avaliação do bem-estar pelo
questionário MOS SF-36v2 e do equilíbrio pela EEB. Estas duas últimas avaliações
ocorreram antes da aplicação do programa de PNF-Chi e após as 12 semanas de aplicação
deste, tanto no grupo experimental como no de controlo, embora apenas o grupo
experimental tenha frequentado o programa. As avaliações foram realizadas à mesma hora do
dia e no mesmo espaço, de maneira a evitar possíveis alterações de resultados. Foi solicitado
aos participantes o uso de roupas leves e confortáveis para que não fossem um factor
limitador na execução das tarefas relativas à EEB. [113]
Na fase experimental foi aplicado pelo investigador o programa de PNF-Chi. (Anexo
I). As aulas decorreram no salão multiusos da Junta de Freguesia de Malta, com início às
16.00h, sendo a duração das aulas progressiva ao longo das semanas, de trinta até cinquenta
minutos. [15]
O tempo de 12 semanas de aplicação foi seleccionado considerando outros estudos, em
que se aplicaram também programas com vista à melhoria funcional do idoso e que
obtiveram resultados positivos aproximadamente com este tempo de intervenção. [13, 20,
109] Também foi tido em conta o tempo necessário para introduzir as progressões dos
exercícios, de modo a que o grau de dificuldade aumentasse de forma suave e gradual, para
que todos os participantes pudessem acompanhar. O facto de serem três sessões semanais

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

prende-se com as conclusões do estudo de Chen et al, sobre a criação de um programa de


TCC especialmente adaptado ao idoso, em que participantes e peritos na área consideraram
as três sessões como a frequência semanal ideal para o objectivo de melhoria de qualidade de
vida dos participantes. [104] A mesma frequência semanal foi aplicada num programa, com
15 semanas, com vista à melhoria do equilíbrio em idosos. [68]
Os exercícios foram seleccionados de modo a serem constituídos por uma ou mais
progressões, dando-se estas no sentido da maior dificuldade de execução, o que significa, em
termos de membros superiores, uma progressão de um movimento unilateral para um
bilateral e, posteriormente de um bilateral simétrico para um assimétrico. Em termos de
membros inferiores a progressão deu-se de apoio bipodal para apoio unipodal com
transferência de carga lateral parcial, depois total, ficando o participante em apoio unipodal e
por fim as transferências de carga envolvendo alteração da posição corporal.
Os movimentos foram executados de forma lenta (6 segundos por movimento em
cada sentido) e por três vezes, como descrito nos princípios. No entanto, como no final da
oitava semana os participantes tinham já todo o programa interiorizado, executando-o de
forma harmoniosa e consciencializada das suas componentes, o aumento para quatro
repetições de cada movimento constituiu uma progressão na dificuldade global de execução
das sessões. O tempo de repouso entre cada exercício foi de 10 segundos, em que os
praticantes faziam leves movimentos rotacionais das articulações proximais (cintura
escapular, cervical e coxo-femural).
De seguida apresenta-se a progressão dos exercícios (Anexo I) ao longo do tempo de
duração do período experimental. Esta sequência de exercícios foi seleccionada com base na
experiência clínica dos mentores do conceito com a população idosa em específico e foi
testada para a população em causa durante o estudo piloto, no qual nenhum participante
apresentou dificuldade ou queixa relativamente à técnica.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Tabela 1. Programa de PNF-Chi


Segunda-feira 3ªf Quarta-feira 5ªf Sexta-feira
1ª e 2ª Exercícios 1, 2, 3A, Exercícios 1, 2, 3A, Exercícios 1, 2, 3A,
Semana 4A-C, 5A e B 4A-C, 5A e B 4A-C, 5A e B
3 Vezes cada um 3 Vezes cada um 3 Vezes cada um
Tempo de aplicação Tempo de aplicação Tempo de aplicação
30 minutos 30 minutos 30 minutos
3ª e 4ª Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3,
Semana 4A-C, 5A e B 4A-C, 5A e B 4A-C, 5A e B
3 Vezes cada um 3 Vezes cada um 3 Vezes cada um
Tempo de aplicação Tempo de aplicação Tempo de aplicação
35 minutos 35 minutos 35 minutos
5ª e 6ª Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3,
Semana 4A-C, 5 4A-C, 5 4A-C, 5
3 Vezes cada um 3 Vezes cada um 3 Vezes cada um
Tempo de aplicação Tempo de aplicação Tempo de aplicação
40 minutos 40 minutos 40 minutos
7ª e 8ª Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3,
Semana 4A, B e D, 5 4A, B e D, 5 4A, B e D, 5
3 Vezes cada um 3 Vezes cada um 3 Vezes cada um
Tempo de aplicação Tempo de aplicação Tempo de aplicação
45’ minutos 45 minutos 45 minutos
9ª, 10ª, 11ª Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3, Exercícios 1, 2, 3,
e 12ª 4A, B e D, 5 4A, B e D, 5 4A, B e D, 5
Semana 4 Vezes cada um 4 Vezes cada um 4 Vezes cada um
Tempo de aplicação Tempo de aplicação Tempo de aplicação
50 minutos 50 minutos 50 minutos

6. Estudo Piloto

Um grupo de dez indivíduos seleccionados por conveniência fez parte do estudo


piloto, realizando três sessões semanais durante duas semanas, com o objectivo de
familiarização do investigador com o tempo e espaço de aplicação do programa
experimental. Este estudo piloto também teve como objectivo a identificação de possíveis
limitações dos procedimentos planeados, para que, caso necessário, se realizassem as
consequentes alterações, o que não se verificou.

7. Procedimentos estatísticos

Os dados recolhidos foram tratados recorrendo ao programa estatístico Statistical


Package for Social Sciences 15® (SPSS Inc., Chicago, EUA).
A caracterização da amostra em estudo foi efectuada através da estatística descritiva,
utilizando a média como medida de tendência central e o desvio padrão como medida de

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

dispersão para os dados quantitativos e as frequências absolutas e relativas para os


qualitativos. Posteriormente foram utilizados o teste Shapiro-Wilk e a observação e análise
dos histogramas para verificar se a distribuição das variáveis se aproximava da distribuição
normal. Como as variáveis idade, IMC e MMSE não seguiram uma distribuição normal, os
dois grupos foram comparados no início do estudo através o teste Mann-Whitney.
Relativamente à análise das variáveis em estudo, para comparar os resultados dos dois
grupos, tanto na EEB como no SF-36 (dimensão física e dimensão mental), em ambos os
momentos foi utilizado o teste não paramétrico Mann-Whitney (U), já que as variáveis não se
aproximaram da distribuição normal.
Com o objectivo de comparar o momento 1 com o momento 2 em ambos os grupos
foi calculada a média das diferenças entre o segundo e o primeiro momento de avaliação para
a EEB e para o SF-36 (dimensão física e dimensão mental). De seguida foi verificada a
normalidade destas novas variáveis através do teste Shapiro-Wilk. Como não seguiram uma
distribuição normal, utilizou-se o teste não paramétrico Willcoxon (Z) para verificar se a
diferença entre ambos foi realmente significativa.
O nível de significância considerado foi α = 0,05.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

9. Resultados

9.1. Caracterização da amostra

Tabela 2. Caracterização da amostra


Grupo experimental Grupo Controlo
Sexo
Masculino 4 (20%) 4 (31%)
Feminino 16 (80%) 9 (69%)
Idade (em anos)
(dp) 68,65 (1,05) 70,31 (0,99)
min./max. 64/79 65/75
IMC
(dp) 28,45 (1,32) 27,84 (0,57)
min./max. 18,59/41,12 22,94/31,95
Escolaridade
Sem escolaridade 2 (10%) 3 (23,08%)
Ensino básico 14 (70%) 7 (53,84%)
Ensino Superior 4 (20%) 3 (23,08%)
MMSE
(dp) 27,65 (0,43) 28,23 (0,43)
min./max. 23/30 26/30

Ambos os grupos são constituídos maioritariamente por participantes do sexo


feminino, como de resto acontece na população idosa Portuguesa em geral, e foram
comparados relativamente à idade (p=0,148), IMC (p=0,912) e MMSE (p=0,440), não se
verificando diferenças significativas entre eles.

9.2. Resultados da avaliação do equilíbrio pela EEB


Foi avaliado, através da EEB, o equilíbrio em ambos os grupos, no momento 1 e
momento 2.
A tabela que se segue apresenta os resultados obtidos pelos participantes em ambos os
momentos, a comparação dos resultados dos dois grupos no momento 1 e no momento 2, e
por fim a média das diferenças entre o momento 2 e o momento 1.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Tabela 3. Resultados da avaliação pela EEB. Média (desvio padrão) e valores de p.


Momento 1 Momento 2 Diferença entre
os 2 momentos
(dp) (dp) (dp)

-0,23 (0,83)
Grupo Controlo 51,53 (0,64) 51,00 (0,71)
p= 0,317
+4,30 (2,36)
Grupo experimental 50,50 (0,73) 54,80 (0,29)
p <0,001
Comparação entre
p=0,262 p <0,001
grupos (significância)

Pela análise da tabela 3 constata-se que no momento 1 não se verificaram diferenças


estatisticamente significativas entre os dois grupos nos resultados da EEB (p=0,262), ao
contrário do momento 2, em que isso se verificou (p <0,001).
Pelo cálculo da média das diferenças no resultado da EEB entre os dois momentos,
verificou-se que o grupo experimental apresentou uma melhoria média de 4,3 (2,36) do
primeiro para o segundo momento de avaliação, o que corresponde a uma diferença
significativa entre os dois momentos (p <0,001).
Já o grupo controlo apresentou uma redução média de 0,23 (0,83) do resultado da
EEB entre o primeiro e o segundo momento de avaliação, o que não representa uma alteração
significativa (p =0,317).

9.3. Resultados da avaliação da qualidade de vida pelo SF-36

A qualidade de vida foi avaliada em ambos os grupos, pelo questionário SF-36


(dimensão física e dimensão mental), no momento 1 e momento 2.
A tabela que se segue resume os resultados obtidos pelos participantes em ambos os
momentos de avaliação nas duas dimensões. Foi calculada a média das diferenças entre o
momento 2 e o momento 1 em ambas as dimensões, esquematizando assim a evolução de
cada grupo. Foi ainda feita a comparação entre o grupo controlo e o grupo experimental em
ambos os momentos com o objectivo de verificar se as diferenças entre ambos foram
significativas.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Tabela 4. Resultados da avaliação pelo SF-36. Média (desvio padrão) e valores de p.


Momento 1 Momento 2 Diferença entre os 2
momentos
(dp) (dp) (dp)

Dimensões Física Mental Física Mental Física Mental


-0,54 (0,44) -0,62 (0,27)
Controlo 42,98 (1,74) 53,80 (0,49) 42,44 (0,83) 53,19 (0,34)
p= 0,239 p= 0,049
+4,83 (1,75) -0,31 (0,32)
Experimental 40,80 (1,70) 53,85 (0,27) 45,63 (1,01) 53,54 (0,31)
p= 0,001 p= 0,502
Comparação
p= 0,413 p= 0,986 p= 0,235 p= 0,624
entre grupos

Pela leitura da tabela 4 pode-se observar que, tanto no momento 1 como no momento
2, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas tanto na dimensão da saúde
mental como na dimensão da saúde física.
No entanto, pelo cálculo da média das diferenças do resultado das duas dimensões
entre os dois momentos, verificou-se que o grupo experimental exibiu uma melhoria média
de 4,83 (1,75) no resultado do domínio físico do SF-36 do primeiro para o segundo momento
de avaliação, o que corresponde a uma melhoria estatisticamente significativa (p= 0,001) entre
os dois momentos de avaliação. Na mesma dimensão o grupo controlo revelou uma redução
média de 0,54 (0,44) entre o primeiro e o segundo momento de avaliação, o que não
representa uma diferença estatisticamente significativa (p= 0,239).
Relativamente à dimensão mental, o grupo experimental apresentou uma alteração
média de -0,31 (0,32), do primeiro para o segundo momento de avaliação, não representando
uma alteração estatisticamente significativa (p= 0,239), já o grupo controlo obteve uma
redução média de 0,62 (0,27) entre o primeiro e o segundo momento de avaliação, com um
p= 0,049, o que significa que esta alteração foi significativa.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

10. Discussão

O exercício físico de baixa intensidade tem feito parte das mais recentes directrizes
como uma forma de intervenção profiláctica na saúde física e manutenção do bem-estar na
população idosa. [114, 115] Neste contexto, o PNF-Chi, técnica desenvolvida por
fisioterapeutas, com fundamentação nos seus conhecimentos sobre o movimento humano e as
suas repercurções a nível fisiológico e morfológico, revela-se como uma emergente
possibilidade de exercício seguro e eficaz para a população idosa com interesse na
manutenção de um estilo de vida activo e saudável.
O PNF-Chi reúne alguns dos princípios das duas técnicas que o inspiraram: o PNF e o
TCC, no sentido de desenvolver uma abordagem ao movimento o mais funcional e próxima
dos padrões normais possível. A análise do paralelismo entre a abordagem do movimento
presente no TCC e no PNF não é recente. Já Levandoski & Leyshon, ao constatarem os
benefícios do TCC no equilíbrio, força muscular, flexibilidade e capacidade cardio-
respiratória do idoso (não pelas crenças orientais da arte marcial, mas por se tratar de um
exercício de baixa intensidade, que estimula as reacções de equilíbrio e coordenação, e
possível de se organizar numa sequência de dificuldade crescente) comentaram a semelhança
das técnicas, em que princípios do PNF, como a facilitação de padrões de movimento mais
globais (logo mais próximos dos que acontecem nas AVD’s) e o movimento de rotação em
espiral (seguindo muitas vezes a orientação das estruturas anatómicas) eram facilmente
observáveis em vários exercícios do TCC. [107]
Uma vez que os princípios teóricos utilizados para desenvolver esta abordagem
pertencem ao âmbito de conhecimentos e aptidões do Fisioterapeuta, o sentido mais lógico
foi o de testar, através de um estudo experimental, se a técnica era de facto segura para
aplicação na população estudada e efectiva nos parâmetros avaliados, já que, segundo os
autores, o PNF-Chi constituiria uma técnica privilegiada para a melhoria do equilíbrio no
idoso. [22]
Este último pressuposto foi assumido pois, o PNF-Chi, tendencialmente suportado
por princípios e conceitos baseados no raciocínio científico, trata-se de um exercício de baixo
impacto, agradável para o seu praticante e com efeitos positivos em várias capacidades
essenciais ao equilíbrio, como a força muscular [45]; coordenação motora [47,48]; controlo
postural [44]; proprioceptividade [47, 49]; e capacidade cardio-respiratória global [15].
Assim, neste estudo, os resultados demonstraram que os participantes no grupo
experimental apresentaram uma melhoria média no equilíbrio, avaliado pela EEB, de 4,30

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

pontos (p <0,001), o que representa um valor bastante expressivo, tendo em conta que este
grupo apresentou scores semelhantes ao grupo controlo no momento inicial, o que não
aconteceu no momento final, em que houve uma diferença estatisticamente significativa entre
ambos (p <0,001). Estas manifestas mudanças vêm confirmar que o programa seleccionado
foi realmente efectivo na melhoria do equilíbrio da amostra em estudo.
Apesar de a comparação não ser totalmente viável por diferenças na metodologia
utilizada, os resultados obtidos são bastante satisfatórios relativamente a outros estudos que
aplicaram programas de exercício com o objectivo de melhorar o equilíbrio na população
idosa não institucionalizada, utilizando a EEB para avaliação do equilíbrio e seguindo
sensivelmente os mesmos parâmetros de frequência, volume e tempo de aplicação. Exemplo
disso são o estudo de Ballard et al que, apesar da aplicação do programa ter durado mais três
semanas, obteve uma melhoria média de 3,80 (p≤0,05) na EEB [70]; o estudo de Ribeiro &
Pereira que, com os mesmos parâmetros de frequência e tempo de aplicação, testou a eficácia
dos exercícios de Cawthorne e Cooksey na melhoria do equilíbrio de idosas e obteve
melhorias médias de 1,90 (p <0,05) na EEB [50] e o estudo de Hess & Woollacott que, em
dez semanas, aplicou um programa de fortalecimento dos membros inferiores com o
objectivo de analisar a sua influência no equilíbrio de idosos, obtendo uma melhoria média
no final do programa de 2,40 (p=0,03) na EEB. [116]
Embora o tipo de exercício com características mais próximas ao PNF-Chi seja o
TCC, e apesar da bibliografia que suporta os benefícios do TCC no equilíbrio ser extensa,
não existem ainda estudos publicados que tenham combinado a EEB como modo de
avaliação de um programa de TCC em idosos, existindo apenas um protocolo para a
realização de um RCT com essas características na Holanda. [91] Ainda que com outros
meios de avaliação, um RCT de Voukelatos et al avaliou a influência de um programa de 16
semanas de TCC no equilíbrio e prevenção de quedas em 702 idosos. Relativamente à
prevenção de quedas o OR diminuiu de 0,72 para 0,67 do primeiro para o segundo momento
de avaliação, e observaram-se melhorias estatisticamente significativas em cinco dos seis
instrumentos de avaliação do equilíbrio utilizados. [117]
Relativamente à percepção da qualidade de vida, avaliada pelo questionário MOS SF-
36, no momento inicial ambos os grupos eram semelhantes tanto na dimensão mental
(p=0,986) como na dimensão física (p=0,413).
No momento final, na dimensão física não se verificaram diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos. Apesar disso, será importante realçar que, nesta mesma
dimensão, o grupo experimental obteve uma melhoria média de 4,83 (p= 0,001), do momento

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

inicial para o final, o que representa um acréscimo bastante significativo. Isto significa que o
programa seleccionado foi efectivo na auto-percepção de saúde física dos participantes no
grupo experimental, o que é de certa forma consolidado pelas melhorias de equilíbrio
verificadas na EEB. Uma possível explicação para não haver diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos no momento final poderá ter a ver com o facto de no momento
inicial o grupo controlo ter obtido um score na dimensão física um pouco mais elevado que o
grupo experimental e no momento final esta relação ter-se invertido, resultando numa
diferença aproximadamente igual entre os grupos, mas no sentido oposto.
Quanto aos resultados obtidos na dimensão mental, no momento final os grupos não
apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre si. Apesar disso será importante salientar
que, analisando a diferença dos scores do grupo controlo entre o momento final e o momento inicial,
houve uma redução que se pode considerar significativa p=0,049), enquanto no grupo experimental
isso não aconteceu, (p=0,502).
Tendo em conta a bibliografia consultada referente a outras intervenções em populações
idosas, estes dados, relativos à dimensão mental no grupo experimental, não eram esperados no início
deste estudo. [7, 14, 72] Também as observações feitas pelos participantes durante e no final do
programa não faziam prever esta situação, antes pelo contrário. No grupo controlo houve
agravamento significativo na auto-percepção da saúde mental. Uma possível explicação será a
tendência para a perda de auto-estima, diminuição de interesse por actividades sociais e deterioração
da saúde mental com o avanço da idade, já que a redução estatisticamente significativa apenas se
observou no grupo controlo. [31, 43] Outra explicação consiste no facto de a avaliação no momento
inicial ter sido realizada ainda no Verão e a avaliação no momento final coincidir com o início do
Inverno, período do ano reconhecido por vários estudos como a altura mais propensa a sintomas
depressivos, isolamento social, principalmente na população idosa feminina, sendo o sucesso de
intervenções direccionadas para o bem-estar e a qualidade de vida no idoso bastante menor. [118-120]
Apesar de ser consensual a relação positiva entre o exercício físico de baixa
intensidade praticado em grupo e a auto-percepção de qualidade de vida, a informação sobre
a eficácia de intervenções em espaços temporais tão curtos como o seleccionado para este
estudo é ainda escassa.[7, 76, 77] Numa recente revisão da literatura, Yau descreve o TCC
como o tipo de exercício com evidentes benefícios positivos para a saúde física, social e
psicológica, por ser constituído não só por uma componente física, mas também pela
componente sociocultural, que contribuem para a segurança e bem-estar da pessoa idosa.
[121] Ainda sobre os benefícios do TCC para a qualidade de vida do idoso, Taylor-Piliae et
al avaliaram, através da Cohen’s Perceived Stress Scale, Profile of Mood States e
Multidimensional Scale of Perceived Social Support, o impacto de doze semanas de TCC,

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

sessenta minutos três vezes por semana, na auto-percepção de estado psicossocial de 39


idosos. Foram referidas melhorias significativas (p≤0,05) no estado psicossocial geral e no
humor e redução do stress. [98]
Os resultados obtidos no presente estudo representam um bom prenúncio para esta
recente abordagem. No entanto, e em grande parte por ser recente, é essencial a realização de
novos estudos científicos.
Embora fundamentado pelos conhecimentos teóricos inerentes à Fisioterapia e
englobando princípios de duas técnicas que reúnem consenso quanto aos seus benefícios, o
PNF-Chi, e mais especificamente este programa seleccionado, deveriam ser novamente
testados, numa amostra mais significativa, no sentido de verificar se, tal como aconteceu na
amostra estudada, o programa seleccionado se demonstra seguro para aplicação na população
idosa em geral e se os efeitos positivos observados no equilíbrio e na qualidade de vida neste
estudo serão replicados ou não.
A este respeito existem vários estudos a decorrer com o intuito de analisar a
influência desta técnica na função cardiorespiratória, flexibilidade e também no equilíbrio e
na qualidade de vida da população idosa. Como descrito anteriormente a condição músculo-
esquelética, nomeadamente a flexibilidade, tem importância preponderante na manutenção
do equilíbrio na pessoa idosa, pelo que será especialmente interessante analisar os efeitos
desta técnica nesse parâmetro, também na tentativa para compreender mais
aprofundadamente a que se devem os ganhos de equilíbrio tão expressivos obtidos neste
estudo. [22]
Em relação aos resultados na auto-percepção de saúde mental seria pertinente realizar um
novo estudo com os mesmos procedimentos mas com outro cronograma para averiguar se os
resultados são realmente variáveis tendo em conta a estação do ano e se o agravamento na dimensão
mental no grupo controlo, que pretende representar aqui a população idosa em geral, será, tal como
neste estudo, significativamente maior que no grupo experimental, o que a acontecer indicaria que
intervenções como esta representam um factor de protecção para esse tipo de perturbações mentais
progressivas. Torna-se ainda relevante um estudo comparativo dos efeitos no estado psicossocial de
idosos praticantes de PNF-Chi e de TCC.
Uma das limitações do estudo prende-se com o facto de não existirem ainda estudos
publicados no sentido de constatar se a progressão seleccionada será a mais adequada à
população em causa. Apesar de neste estudo nenhum dos participantes ter apresentado
dificuldades em seguir a progressão e de, conforme as mais recentes guidelines presentes na
bibliografia, esta seguir sempre no sentido da dificuldade crescente de forma lenta e gradual,

Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa 32


PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

seria importante verificar a sua adequação através de um estudo em que fosse feita a
comparação entre esta progressão seleccionada e outras possíveis dentro da mesma técnica.
[15, 104]
Uma limitação metodológica deste estudo foi a randomização dos participantes em
grupo de controlo e grupo experimental antes da aplicação dos critérios de inclusão e
exclusão, o que provocou, à posteriori, uma assimetria considerável no número de
participantes em cada grupo.

11. Conclusão

Tendo em conta os objectivos propostos neste estudo podemos concluir que o


programa de PNF-Chi aplicado durante 12 semanas, em idosos não-institucionalizados,
melhorou significativamente o equilíbrio destes. Relativamente à qualidade de vida, pode-se
concluir que na dimensão física o programa demonstrou melhorias estatisticamente
significativas. Na dimensão mental não houve alteração significativa no grupo experimental,
enquanto o grupo controlo sofreu uma redução significativa do score do MOS SF-36.
Podemos concluir que o PNF-Chi se revelou adequado para a amostra em questão,
constituindo uma forma de exercício físico de baixa intensidade, simples, seguro e com todas
as vantagens de ser praticado em grupo.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Bibliografia

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo A

Gandra, 19 de Abril de 2007

Exma. Sra. Dra. Estela Mosca

Antes de mais apresento-me: _______, aluno do 3º ano da licenciatura bi-etápica em


fisioterapia na Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa. Este email vem a propósito da
elaboração do projecto de curso, que no meu caso será uma estudo quase-experimental
longitudinal: "Avaliação da influência de um programa de PNF-Chi no equilíbrio e
qualidade de vida de idosos não institucionalizados" com o objectivo de verificar a eficácia
de um programa de 12 semanas de PNF-Chi (técnica desenvolvida pelos Fisioterapeutas Eva
Albuquerque e Paulo Araújo) no equilíbrio de idosos não institucionalizados. Tendo em
conta os vários instrumentos de medida disponíveis para o tipo de estudo em questão a Berg
Balance Scale revelou ser o mais adequado, por vários motivos, entre os quais o reduzido
número de materiais necessários, o facto de ser amplamente utilizado em populações idosas e
por incluir itens que avaliam a capacidade de equilíbrio em várias tarefas comuns nas
AVD’s. Como tomei conhecimento por uma colega do 4º ano que a Dra. Estela terá validado
a escala para a população Portuguesa peço-lhe que atenciosamente me envie uma autorização
escrita, e se possível uma cópia da escala, para que a possa utilizar no referido trabalho.

Desde já agradeço, respeitosamente:

Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa VIII


PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo B

Gandra, 15 de Junho de 2007

Exmo. Sr. Prof. Pedro Lopes Ferreira

Antes de mais apresento-me: _______, aluno do 3º ano da licenciatura bi-etápica em


Fisioterapia na Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa. Este e'mail vem a propósito da
elaboração do projecto de curso, que no meu caso será uma estudo longitudinal quase-
experimental: "Influência de um programa de PNF-Chi no equilíbrio e qualidade de vida
de um grupo de idosos não institucionalizados" com o objectivo de verificar a influência de
um programa de 12 semanas de PNF-Chi (recente técnica desenvolvida por Fisioterapeutas
Portugueses - Eva Albuquerque e Paulo Araújo) no equilíbrio e qualidade de vida em idosos
não institucionalizados. Tendo em conta os instrumentos de medida disponíveis para o tipo
de estudo em questão a versão Portuguesa do questionário MOS SF-36, adaptada e validada
pelo Professor para a população Portuguesa revelou-se realmente o mais adequado, por já se
encontrar validado para esta população e também por se dividir em oito domínios, que, como
referido em vários estudos, se adequam aos que influenciam a qualidade de vida do idoso.
Assim venho pelo presente pedir-lhe que atenciosamente me envie uma autorização de modo
a que possa utilizar o questionário no referido trabalho.

Desde já agradeço, respeitosamente:

Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa IX


PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo C

Pedido de cedência de instalações

Exmo. Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Malta


Sr. Arnaldo Carmo Reis

Venho pela presente solicitar a Vossa Exª a cedência do salão multiusos da Junta de
Freguesia de Malta para a realização de um estudo levado a cabo por __________, aluno do
3º ano da Licenciatura bi-etápica em Fisioterapia na Escola Superior de Saúde do Vale do
Sousa, sob a orientação da Mestre ________. As instalações terão como finalidade servir
como espaço para a prática de um programa de PNF-Chi por idosos não-institucionalizados
residentes nas freguesias do concelho. O programa decorrerá durante 12 semanas, com aulas
trissemanais, de 30 a 45 minutos cada. Os objectivos desde estudo são verificar a influência
do programa no equilíbrio e qualidade de vida dos participantes.
Desde já agradeço, respeitosamente

João Maia

_________________________________________

_________________________________________

Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa X


PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo D

DECLARAÇÃO DO CONSENTIMENTO INFORMADO

Considerando a "Declaração de Helsínquia" da Associação Médica Mundial (Helsínquia 1964; Tóquio 1975;
Veneza 1983; Hong Kong 1989; Somerset West 1996 e Edimburgo 2000)

Designação do Estudo:
Avaliação da influência de um programa de PNFChi no equilíbrio e no bem-estar de um
grupo de idosos não institucionalizados

Eu, abaixo-assinado, (nome completo do participante)


compreendi a
explicação que me foi fornecida acerca dos procedimentos, métodos e técnicas aplicados no
estudo em que serei incluído. Foi-me dada oportunidade de fazer as perguntas que julguei
necessárias, e de todas obtive resposta satisfatória.
Tomei conhecimento de que, de acordo com as recomendações da Declaração de
Helsínquia, a informação prestada foi esclarecedora quanto aos objectivos, os benefícios
previstos, os riscos potenciais e o eventual desconforto decorrentes da participação neste estudo.
Além disso, foi-me afirmado que tenho o direito de recusar a qualquer momento a minha
participação no estudo, sem que isso possa ter como efeito qualquer prejuízo na assistência que
me é prestada.
Por isso, consinto que seja aplicado o método e avaliações propostas pelo investigador.

Data: / /
Assinatura do participante: _______________________________________

Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa XI


PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo E

Questionário para caracterização da amostra


Data __/__/___
Idade:________ Peso:_______
Sexo:_________ Altura:______
Escolaridade:_______________
1 - Utiliza no seu dia-a-dia, enquanto caminha, algum auxiliar de marcha?
Sim Não Já utilizou

1.1 - Se já utilizou:
Há quanto tempo?
Por que motivo? (Se foi doença especifique qual)
____________________________________________________
2- Pratica, ou praticou nas últimas três semanas, alguma actividade física ou
fisioterapia com regularidade (duas ou mais vezes por semana)?
Sim Não

2.1 - Se Sim:
Essa actividade era direccionada para a mobilidade funcional ou para
alterações de equilíbrio?
Sim Não

3 - Nos últimos seis meses sofreu alguma das condições abaixo descritas?
Acidente Vascular Cerebral
Enfarte do Miocárdio
Outra Qual?_____________________
4 – Medicação regular:
Tranquilizantes
Anti-depressivos
Anti-inflamatórios
Diuréticos
Analgésicos
Outros Quais?_______________

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo F

Mini Mental State Examination (MMSE)

1. Orientação (1 ponto por cada resposta correcta)


Em que ano estamos? _____
Em que mês estamos? _____
Em que dia do mês estamos? _____
Em que dia da semana estamos? _____
Em que estação do ano estamos? _____
Nota:____
Em que país estamos? _____
Em que distrito vive? _____
Em que terra vive? _____
Em que casa estamos? _____
Em que andar estamos? _____
Nota:____
2. Retenção (contar 1 ponto por cada palavra correctamente repetida)
"Vou dizer três palavras; queria que as repetisse, mas só depois de eu as dizer todas;
procure ficar a sabê-las de cor".
Pêra _____
Gato _____
Bola _____
Nota:____
3. Atenção e Cálculo (1 ponto por cada resposta correcta. Se der uma errada mas depois
continuar a subtrair bem, consideram-se as seguintes como correctas. Parar ao fim de 5
respostas)
"Agora peco-lhe que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado
volta a tirar 3 e repete assim até eu lhe dizer para parar".
27_ 24_ 21 _ 18_ 15_
Nota:____
4. Evocação (1 ponto por cada resposta correcta.)
"Veja se consegue dizer as três palavras que pedi há pouco para decorar".
Pêra ______
Gato ______
Bola ______
Nota:____
5. Linguagem (1 ponto por cada resposta correcta)
a. "Como se chama isto? Mostrar os objectos:
Relógio ____
Lápis______
Nota:____

b. "Repita a frase que eu vou dizer: O RATO ROEU A ROLHA"


Nota:____

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

c. "Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao meio
e ponha sobre a mesa"; dar a folha segurando com as duas mãos.
Pega com a mão direita____
Dobra ao meio ____
Coloca onde deve____
Nota:____
d. "Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz". Mostrar um cartão com a frase bem
legível, "FECHE OS OLHOS"; sendo analfabeto lê-se a frase.
Fechou os olhos____
Nota:____
e. "Escreva uma frase inteira aqui". Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido; os erros
gramaticais não prejudicam a pontuação.
Frase:

Nota:____

6. Habilidade Construtiva (1 ponto pela cópia correcta.)


Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos; cada um deve ficar
com 5 lados, dois dos quais intersectados. Não valorizar tremor ou rotação.

Cópia:

Nota:____
TOTAL(Máximo 30 pontos):____

Considera-se com defeito cognitivo: • analfabetos ≤


15 pontos
• 1 a 11 anos de escolaridade ≤ 22
• com escolaridade superior a 11 anos ≤ 27

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo G

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo H

Versão Portuguesa da Berg Balance Scale

Escala do Equilíbrio de Berg

Nome_______________________________________ Sexo______________

Instituição____________________________________ Idade_____________
Avaliador_____________________________________ Data______________

ITEM DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO (0-4)

1. Da posição de sentado para a posição de pé __________________


2. Ficar em pé sem apoio __________________
3. Estar sentado sem apoio __________________
4. Da posição de pé para a posição de sentado __________________
5. Transferências __________________
6. Ficar em pé com os olhos fechados __________________
7. Ficar em pé com os pés juntos __________________
8. Inclinar-se para a frente com o braço esticado __________________
9. Apanhar um objecto do chão __________________
10. Virar-se para olhar para trás __________________
11. Dar uma volta de 360º __________________
12. Colocar alternadamente os pés num degrau __________________
13. Ficar em pé com um pé à frente __________________
14. Ficar em pé sobre uma perna __________________

TOTAL __________________

Instruções Gerais

Por favor faça a demonstração de cada tarefa e/ou dê instruções exactamente como indicado. Ao dar pontuação por favor
registe a categoria de resposta mais baixa referente a cada item.

Na maioria dos itens é pedido ao paciente que mantenha uma determinada posição por um tempo específico. Serão
progressivamente descontados mais pontos se os requisitos de tempo ou distância não forem satisfeitos, se o desempenho
do paciente justificar supervisão, ou se o paciente tocar algum suporte externo ou receber ajuda do examinador. Deverá
ser explicado ao paciente a necessidade de manter o equilíbrio enquanto executa as tarefas. Cabe ao paciente decidir qual
a perna em que se deverá apoiar enquanto está em pé ou a que distância chegar.
Uma má escolha irá influenciar de forma desfavorável o desempenho e pontuação do paciente. Nos itens 1,3, e 4 deverá
ser utilizada uma cadeira com braços. O equipamento necessário para realizar os testes é um cronómetro ou um relógio
com ponteiros dos segundos e uma régua ou outro indicador de 2,5 e 10 polegadas (5, 12 e 25 cm). As cadeiras utilizadas
durante a prova deverão ser de uma altura moderada. No item # 12 pode ser utilizado tanto um degrau como um banco.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

1. DA POSIÇÃO DE SENTADO PARA A POSIÇÃO DE PÉ


INSTRUÇÕES: Por favor levante-se. Tente não usar as mãos para se apoiar.
( )4 consegue levantar-se sem usar as mãos e manter-se estável de forma autónoma
()3 consegue levantar-se de forma autónoma, recorrendo às mãos
()2 consegue levantar-se, recorrendo às mãos, depois de várias tentativas
( ) 1 necessita de alguma ajuda para se levantar ou para se manter estável
( ) 0 necessita de ajuda moderada ou de muita ajuda para se levantar

2. FICAR EM PÉ SEM APOIO


INSTRUÇÕES: Por favor mantenha-se em pé sem se apoiar durante dois minutos.
()4 consegue manter-se em pé em segurança durante dois minutos
()3 consegue manter-se em pé durante dois minutos com supervisão
()2 consegue manter-se me pé sem apoio durante 30 segundos
( ) 1 necessita de várias tentativas para se manter em pé sem apoio durante 30 segundos
( ) 0 não consegue manter-se em pé durante 30 segundos sem ajuda

Se o paciente conseguir manter-se em pé durante 2 minutos sem se apoiar deverá registar-se total pontuação no
item #3. Prosseguir para o item #4.

3. SENTAR-SE COM AS COSTA DESAPOIADAS MAS COM OS PÉS APOIADOS NO CHÃO OU NUM
BANCO
INSTRUÇÕES: Por favor sente-se com os braços cruzados durante dois minutos.
()4 mantém-se sentado em segurança e de forma estável durante dois minutos
()3 mantém-se sentado durante dois minutos com supervisão
()2 mantém-se sentado durante 30 segundos
()1 mantém-se sentado durante 10 segundos
( ) 0 não consegue manter-se sentado sem apoio durante 10 segundos

4. DA POSIÇÃO DE PÉ PARA A POSIÇÃO DE SENTADO


INSTRUÇÕES: Por favor sente-se.
()4 senta-se em segurança recorrendo muito pouco às mãos
()3 ao sentar-se recorre às mãos
()2 encosta as pernas à cadeira para controlar a descida
()1 senta-se de forma autónoma mas sem controlar a descida
( ) 0 precisa de ajuda para se sentar

5. TRANSFERÊNCIA
INSTRUÇÕES: Coloque a(s) cadeira(s) de forma a realizar transferências “tipo pivot”. Podem ser utilizadas duas
cadeiras (uma com e outra sem braços)ou uma cama e uma cadeira com braços.
()4 consegue transferir-se em segurança recorrendo pouco às mãos
()3 consegue transferir-se em segurança necessitando de forma clara do apoio das mãos
()2 consegue transferir-se com a ajuda de indicações verbais e/ou supervisão
( ) 1 necessita de ajuda de uma pessoa
( ) 0 necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar de modo transferir-se em segurança

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

6. FICAR EM PÉ SEM APOIO E DE OLHOS FECHADOS


INSTRUÇÕES: Por favor feche os olhos e fique imóvel durante 10 segundos.
()4 consegue manter-se em pé com segurança durante 10 segundos
()3 consegue manter-se em pé durante 10 segundos com supervisão
()2 consegue manter-se em pé durante 3 segundos
( ) 1 não consegue manter os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantém-se em pé de forma estável
( ) 0 necessita de ajuda para não cair

7. MANTER-SE EM PÉ SEM APOIO E COM OS PÉS JUNTOS


INSTRUÇÕES: Junte os pés e mantenha-se em pé sem se apoiar.
()4 consegue manter os pés juntos de forma autónoma e manter-se em pé em segurança durante 1 minuto
()3 consegue manter os pés juntos de forma autónoma e manter-se em pé durante 1 minuto com supervisão
( ) 2 consegue manter os pés juntos de forma autónoma mas não consegue manter a posição durante 30 segundos
( ) 1 necessita de ajuda para chegar à posição mas consegue manter-se em pé com os pés juntos durante 15 segundos
( ) 0 necessita de ajuda para chegar à posição mas não consegue mantê-la durante 15 segundos

8. INCLINAR-SE PARA A FRENTE COM O BRAÇO ESTENDIDO PARA A FRENTE AO MESMO


TEMPO QUE SE MANTÉM EM PÉ
INSTRUÇÕES: Levante o braço num ângulo de 90º. Estique os dedos e incline-se para a frente o mais que puder. (O
examinador deverá colocar uma régua junto da ponta dos dedos do paciente que deverá ter o braço num ângulo de 90º.
Os dedos não deverão tocar a régua à medida que o paciente se inclina para a frente. A medida a registar refere-se à
distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente está o mais inclinado possível para a frente. Sempre que
possível deverá ser pedido ao paciente que estenda ambos os braços para a frente de forma a evitar a rotação do tronco.)
()4 consegue inclinar-se >25 cm para a frente de forma confiante (10 polegadas)
()3 consegue inclinar-se >12 cm para a frente em segurança (5 polegadas)
()2 consegue inclinar-se >5 cm para a frente em segurança (2 polegadas)
()1 inclina-se para a frente mas necessita de supervisão
()0 perde o equilíbrio ao tentar / necessita de apoio externo

9. APANHAR UM OBJECTO DO CHÃO A PARTIR DE UMA POSIÇÃO DE PÉ


INSTRUÇÕES: Apanhe o sapato ou chinelo que está colocado à frente dos seus pés.
( ) 4 consegue apanhar o chinelo com facilidade e em segurança
( ) 3 consegue apanhar o chinelo mas necessita de supervisão
( ) 2 não consegue apanhar mas chega a uma distância de 2-5 cm (1-2 polegadas) do chinelo e mantém o equilíbrio de
forma autónoma
( ) 1 não consegue apanhar o chinelo e necessita de supervisão enquanto tenta
( ) 0 não consegue tentar / necessita de ajuda para evitar perder o equilíbrio ou cair

10. VIRAR-SE PARA OLHAR SOBRE OS OMBROS DIREITO E ESQUERDO ENQUANTO ESTÁ EM PÉ
INSTRUÇÕES: Vire-se para olhar directamente para trás de si sobre o ombro esquerdo. Repetir para o lado direito. O
examinador poderá escolher um objecto para o paciente olhar que esteja exactamente atrás do paciente de modo a
encorajar uma melhor rotação.
()4 olha para trás para ambos os lados e transfere bem o peso
( ) 3 olha para trás apenas de um lado, revela menos capacidade de transferir o peso

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

()2 apenas se vira de lado mas mantém o equilíbrio


()1 necessita de supervisão quando se vira
()0 necessita de ajuda para evitar perder o equilíbrio ou cair

11. DAR UMA VOLTA DE 360º


INSTRUÇÕES: Dê uma volta completa sobre si próprio. Pausa. Em seguida faça o mesmo na direcção oposta.
()4 consegue dar uma volta de 360º em segurança em 4 segundos ou menos
( ) 3 consegue dar uma volta de 360º em segurança apenas para um lado em 4 segundos ou menos
()2 consegue dar uma volta de 360º em segurança mas de forma lenta
( ) 1 necessita de supervisão atenta ou de indicações verbais
( ) 0 necessita de ajuda enquanto dá a volta

12. COLOCAR ALTERNADAMENTE OS PÉS NUM DEGRAU OU BANCO ENQUANTO SE MANTÉM EM


PÉ SEM APOIO
INSTRUÇÕES: Coloque os pés de forma alternada no degrau/banco. Prossiga até que cada um dos pés tenha tocado no
degrau/banco quatro vezes.
()4 consegue ficar em pé de forma autónoma e em segurança e completar 8 degraus em 20 segundos
( )3 consegue manter-se em pé de forma autónoma e completar 8 degraus >20 segundos
()2 consegue completar 4 degraus sem ajuda mas com supervisão
()1 consegue completar >2 degraus mas necessita de alguma ajuda
()0 necessita de ajuda para evitar cair / não consegue tentar

13. FICAR EM PÉ SEM APOIO COM UM PÉ À FRENTE


INSTRUÇÕES: (Demonstrar ao paciente)
Colocar um pé exactamente à frente do outro. Se sentir que não consegue colocar o pé exactamente à frente, tente dar um
passo suficientemente largo de forma a que o calcanhar do pé mais avançado esteja à frente dos dedos do outro pé. (Para
marcar 3 pontos o cumprimento da passada deverá exceder o cumprimento do outro pé e a amplitude da postura do
paciente deverá aproximar-se da amplitude da sua passada normal.)
( ) 4 consegue colocar um pé exactamente à frente do outro de forma autónoma e manter a posição durante 30 segundos
( ) 3 consegue colocar um pé à frente do outro de forma autónoma e manter a posição durante 30 segundos
( ) 2 consegue dar um pequeno passo de forma autónoma e manter a posição durante 30 segundos
( ) 1 necessita de ajuda para dar um passo mas consegue manter a posição durante 15 segundos
( ) 0 perde o equilíbrio ao dar um passo ou ao ficar em pé

14. FICAR EM PÉ SOBRE UMA PERNA


INSTRUÇÕES: Fique em pé sobre uma perna sem se segurar pelo maior tempo possível.
( ) 4 consegue levantar uma perna de forma autónoma e manter a posição >10 segundos
( ) 3 consegue levantar uma perna de forma autónoma e manter a posição durante 5-10 segundos
( ) 2 consegue levantar uma perna de forma autónoma e manter a posição = ou > 3 segundos
( ) 1 tenta levantar a perna sem conseguir manter a posição durante 3 segundos mas continua a manter-se de pé de forma
autónoma
( ) 0 não consegue tentar ou necessita de ajuda para não cair

( ) Pontuação Total (Máximo = 56

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo I

Componentes básicos

Vista Anterior Vista de Perfil

Os movimentos serão sempre efectuados tendo em conta determinados componentes,


relacionados directamente aos princípios da técnica:
 Os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos ombros;
 Manter os joelhos em ligeira flexão;
 Manter a bacia em posição neutra;
 Manter as curvaturas fisiológicas da coluna, aumentando os espaços intervertebrais;
 Depressão e posteriorização dos ombros até à posição neutra;
 Na execução das diagonais unilaterais a mão contra-lateral deve estar apoiada na bacia
de forma a dar feedback da posição desta;
 A inspiração profunda acompanha os movimentos para flexão dos membros superiores
quando o objectivo é o fortalecimento e a expiração quando o objectivo é o
alongamento;

Estas indicações serão dadas no início de cada exercício e relembradas sempre que o
participante perder algum dos componentes.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 1 A

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com a mão direita suportada na bacia do mesmo lado e o membro superior contra-
lateral em extensão e abdução, punho em extensão e desvio cubital. (P1)
Movimento: Movimento combinado de flexão dos dedos, do 5º para o 1º, flexão do punho,
desvio radial, flexão, adução e rotação externa do ombro. (P1 → P2) Voltar à posição de
partida com os componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha os pés afastados um pouco mais que a largura dos ombros,
com os joelhos ligeiramente flectidos, e a bacia em posição intermédia, sinta como se um fio
ligado ao topo da nuca a/o puxasse para cima, com os ombros desenrolados, apoie a mão
direita na bacia, e leve a outra para trás de maneira a que a palma da mão fique a apontar para
baixo, para trás e para fora, como se fosse tocar no chão
Comece por flectir os dedos a partir do 5º para o primeiro, flicta o punho e leve
lentamente o braço para a frente, para dentro e para cima. Integre estas componentes num
movimento único combinado, semelhante a uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida estendendo os dedos, o punho e levando o braço
para baixo, para fora e para trás.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 1 B

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra e horizontalizada, transferência de
carga para esquerda, coluna verticalizada em posição neutra, com a mão esquerda suportada
na bacia do mesmo lado e o membro superior contra-lateral em extensão e abdução, punho em
extensão e desvio cubital. (P1)
Movimento: Movimento combinado de transferência de carga para a direita, flexão dos
dedos, do 5º para o 1º, flexão do punho, desvio radial, flexão, adução e rotação externa do
ombro. (P1 → P2) Voltar à posição de partida com os componentes inversos do movimento
anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha a posição anterior e agora transfira o peso mais para a perna
esquerda, volte a flectir os dedos a partir do 5º para o primeiro, flicta o punho e leve
lentamente o braço para a frente, para dentro e para cima, combinando agora a transferência
de peso para a perna direita. Integre estas componentes num movimento único combinado,
semelhante a uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida estendendo os dedos, o punho e levando o braço
para baixo, para fora e para trás assim com o peso mais para a perna esquerda.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 1 C

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra e horizontalizada, transferência de
carga para esquerda, coluna verticalizada em posição neutra, com a mão esquerda suportada
na bacia do mesmo lado e o membro superior contra-lateral em extensão e abdução, punho em
extensão e desvio cubital. (P1)
Movimento: Movimento combinado de transferência de carga para a direita, rotação do
tronco para esse lado, flexão dos dedos, do 5º para o 1º, flexão do punho, desvio radial, flexão,
adução e rotação externa do ombro. (P1 → P2) Voltar à posição de partida com os
componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha a posição anterior, volte a flectir os dedos a partir do 5º para o
primeiro, flicta o punho e leve lentamente o braço para a frente, para dentro e para cima,
transfira o peso para a perna direita e combine agora a rotação do tronco para esse lado.
Integre estas componentes num movimento único combinado, semelhante a uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida estendendo os dedos, o punho e levando o braço
para baixo, para fora e para trás assim com o peso mais para a perna esquerda e o tronco em
posição neutra.
 A sequência 1 será repetida em posição simétrica da descrita acima.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 2 A

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com os membros superiores em extensão e abdução, punhos em extensão e desvio
cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros para flexão dos dedos, do 5º para o 1º,
flexão do punho, desvio radial, flexão, adução e rotação externa do ombro. (P1 → P2) Voltar à
posição de partida com os componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha os pés afastados um pouco mais que largura dos ombros, com
os joelhos ligeiramente flectidos, e a bacia em posição intermédia, sinta como se um fio ligado
ao topo da nuca a/o puxasse para cima, com os ombros desenrolados, leve as mãos para trás de
maneira a que a palma da mão fique a apontar para baixo, para trás e para fora, como se fosse
tocar no chão. Flicta os dedos a partir do 5º para o primeiro, depois o punho e leve lentamente
os braços para a frente, para dentro e para cima, de maneira a que se cruzem à sua frente.
Integre estas componentes num movimento único combinado, semelhante a uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida estendendo os dedos, o punho e levando o braço
para baixo, para fora e para trás.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 2 B

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com os membros superiores em extensão e abdução, punhos em extensão e desvio
cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros para flexão dos dedos, do 5º para o 1º,
flexão do punho, desvio radial, flexão, adução e rotação externa do ombro e combinando a
transferência de carga para a esquerda. (P1 → P2) Voltar à posição de partida com os
componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha a posição anterior. Flicta novamente os dedos a partir do 5º
para o primeiro, depois o punho e leve lentamente os braços para a frente, para dentro e para
cima, de maneira a que se cruzem à sua frente. Combine agora a transferência de peso para a
perna esquerda. Integre estas componentes num movimento único combinado, semelhante a
uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida estendendo os dedos, o punho e levando os braços
para baixo, para fora e para trás. Volte a colocar igual peso em ambas as pernas.

 O exercício 2 B será repetido em posição simétrica da descrita acima para o lado


oposto.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 3 A

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com os membros superiores em extensão e abdução, punhos em extensão e desvio
cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros para flexão dos dedos, do 5º para o 1º,
flexão do punho, desvio radial, flexão, adução e rotação externa do ombro e combinando a
transferência de carga para a esquerda e flexão, adução e rotação externa da coxo-femural
direita e dorsiflexão, inversão e extensão dos dedos, de modo a que o calcanhar fique apoiado
e alinhado com o calcanhar posterior. (P1 → P2) Voltar à posição de partida com os
componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha a posição anterior. Flicta novamente os dedos a partir do 5º
para o primeiro, depois o punho e leve lentamente os braços para a frente, para dentro e para
cima, de maneira a que se cruzem à sua frente. Combine agora a transferência de peso para a
perna esquerda. Levante a perna direita e leve para a frente e para dentro, com a ponta do pé a
apontar para cima e para fora até apoiar o calcanhar à frente e alinhado com o pé posterior.
Integre estas componentes num movimento único combinado, semelhante a uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida estendendo os dedos, o punho e levando os
braços para baixo, para fora e para trás. Volte ao apoio nas duas pernas.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 3 B

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com os membros superiores em extensão e abdução, punhos em extensão e desvio
cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros para flexão dos dedos do 5º para o 1º,
flexão do punho, desvio radial, flexão, adução e rotação externa do ombro e combinando a
transferência de carga para a esquerda e flexão, adução e rotação externa da coxo-femural
direita e dorsiflexão, inversão e extensão dos dedos. (P1 → P2) Voltar à posição de partida
com os componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha a posição anterior. Flicta novamente os dedos a partir do 5º
para o primeiro, depois o punho e leve lentamente os braços para a frente, para dentro e para
cima, de maneira a que se cruzem à sua frente. Combine agora a transferência de peso para a
perna esquerda. Levante a perna direita e leve para a frente e para dentro, com a ponta do pé a
apontar para cima e para fora. Integre estas componentes num movimento único combinado,
semelhante a uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida estendendo os dedos, o punho e levando os
braços para baixo, para fora e para trás. Volte ao apoio nas duas pernas.
 O exercício 3 será repetido em posição simétrica da acima descrita.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 4 A

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com os membros superiores em extensão, adução e rotação interna, punhos em flexão
e desvio cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros para extensão dos dedos, do 1º para o
5º, extensão do punho, desvio radial. Flexão, abdução e rotação externa do ombro. (P1 → P2)
Voltar à posição de partida com os componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha os pés afastados um pouco mais que a largura dos ombros,
com os joelhos ligeiramente flectidos, e a bacia em posição intermédia, sinta como se um fio
ligado ao topo da nuca a/o puxasse para cima, com os ombros desenrolados, leve as mãos em
direcção à linha média, de maneira a que cruzem na zona do umbigo. Os punhos ficam
fechados e os nós dos dedos a apontarem para baixo. Abra lentamente a mão, iniciando pelo
polegar, estique o punho e leve o braço para cima, para fora e para trás. Integre estas
componentes num movimento único combinado, semelhante a uma espiral.
Volte lentamente à posição de partida fechando o punho, levando o braço para baixo,
para dentro e para a frente cruzando novamente em frente ao umbigo.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 4 B

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com os membros superiores em extensão, adução e rotação interna, punhos em flexão
e desvio cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros para extensão dos dedos, do 1º para o
5º, extensão do punho, desvio radial. Flexão, abdução e rotação externa do ombro. Combinar a
transferência de carga para a esquerda. (P1 → P2) Voltar à posição de partida com os
componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha os pés afastados um pouco mais que a largura dos ombros,
com os joelhos ligeiramente flectidos, e a bacia em posição intermédia, sinta como se um fio
ligado ao topo da nuca a/o puxasse para cima, com os ombros desenrolados, leve as mãos em
direcção à linha média, de maneira a que cruzem na zona do umbigo. Os punhos ficam
fechados e os nós dos dedos a apontarem para baixo. Abra lentamente a mão, iniciando pelo
polegar, estique o punho e leve o braço para cima, para fora e para trás, transfira o peso para a
perna esquerda. Integre estas componentes num movimento único combinado.
Volte lentamente à posição de partida fechando o punho, levando os braços para baixo,
para dentro e para a frente cruzando novamente em frente ao umbigo.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Componente 1

A progressão deste exercício e os seguintes introduzem uma rotação de 90º de todo o


corpo do participante, para isso a execução dos movimentos em diagonal dos membros
superiores serão acompanhados de uma sequência específica de movimentos e transferências
de carga que ocorrem nos membros inferiores.
Em primeiro, a partir da posição de partida – com os pés paralelos e ligeiramente mais
afastados que a largura dos ombros – o praticante deve transferir carga para um dos membros
inferiores, rodando externamente sobre o calcaneo o membro contra-lateral até este estar
perpendicular com o primeiro. (Figura 1)
De seguida transferir carga para o membro inferior rodado externamente rodando
internamente, sobre o ante-pé, o outro membro inferior de maneira a que ambos fiquem
paralelos, agora a 90º relativamente à posição inicial. (Figura 2)
O retorno à posição de partida é efectuado com os mesmos componentes em sentido
contrário, ou seja: transferência de carga para o membro inferior posicionado anteriormente e
rotação externa sobre o ante-pé do outro membro até ficar perpendicular ao primeiro; (Figura
2) transferência de carga para o membro rodado externamente e rotação interna sobre o
calcaneo do outro membro. (Figura 1)

Figura 1 Figura 2

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 4 C

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura dos
ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição
neutra, com os membros superiores em extensão, adução e rotação interna, punhos em flexão
e desvio cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros para extensão dos dedos, do 1º para o
5º, extensão do punho, desvio radial. Flexão, abdução e rotação externa do ombro. Combinar
componente 1 descrita anteriormente. (P1 → P2) Voltar à posição de partida com os
componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha os pés afastados um pouco mais que a largura dos ombros,
com os joelhos ligeiramente flectidos, e a bacia em posição intermédia, sinta como se um fio
ligado ao topo da nuca a/o puxasse para cima, com os ombros desenrolados, leve as mãos em
direcção à linha média, de maneira a que cruzem na zona do umbigo. Os punhos ficam
fechados e os nós dos dedos a apontarem para baixo. Transfira o peso para a direita e rode
sobre o calcanhar esquerdo para esse lado. Abra lentamente a mão, iniciando pelo polegar,
estique o punho e leve o braço para cima, para fora e para trás, transfira o peso para a perna
esquerda e rode sobre a ponta do pé direito até ambos ficarem a apontar no mesmo sentido.
Integre estas componentes num movimento único combinado.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Volte lentamente à posição de partida transferindo o peso para a perna esquerda e


rodando a ponta do pé direito para fora, feche o punho, levando os braços para baixo, para
dentro e para a frente cruzando novamente em frente ao umbigo, ao mesmo tempo
transfira o peso para a perna direita e rode agora o pé esquerdo para dentro de maneira a
ficarem ambos paralelos. Volte a equilibrar o peso em ambos os membros por igual.

Exercício 4 D

(P2’) Posição intermédia

Esta é uma progressão do exercício 4 C, que apenas difere deste na posição intermédia,
em que o membro inferior posterior, que na primeira estava apoiado, é agora elevado no
sentido de extensão, ligeiramente para abdução e rotação interna da coxo-femural, com flexão
plantar, eversão e dedos em flexão. Este movimento combinado apenas progride até à
amplitude em que o praticante conseguir manter o membro inferior alinhado com a coluna.
(P2’)
Os comandos verbais específicos são: mantendo a perna em alinhamento com as costas
eleve a perna e leve-a para trás e ligeiramente para fora. Os dedos devem estar dobrados e a
apontar para trás e para fora. Lentamente apoie novamente o calcanhar no chão
Os exercícios 4 B, C e D serão repetidos em posição simétrica da descrita acima.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 5 A

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Pés ligeiramente mais afastados que largura dos ombros,
joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em posição neutra, com
os membro superior esquerdo em extensão, adução e rotação interna, punho em flexão e
desvio cubital e o direito em extensão e abdução, punho em extensão e desvio cubital. (P1)
Movimento: Movimento simultâneo dos dois membros, o esquerdo para extensão dos dedos,
do 1º para o 5º, extensão do punho, desvio radial. Flexão, abdução e rotação externa do
ombro; o direito para flexão dos dedos, do 5º para o 1º, flexão do punho, desvio radial. Flexão,
adução e rotação externa do ombro. (P1 → P2) Voltar à posição de partida com os
componentes inversos do movimento anterior. (P2 → P1)
Comandos verbais: Mantenha os pés afastados um pouco mais que a largura dos ombros,
com os joelhos ligeiramente flectidos, e a bacia em posição intermédia, sinta como se um fio
ligado ao topo da nuca a/o puxasse para cima, com os ombros desenrolados, leve a mão
esquerda em direcção à linha média, com o punho fechado e os nós dos dedos a apontarem
para baixo. A mão direita para trás de maneira a que a palma da mão fique a apontar para
baixo, para trás e para fora, como se fosse tocar no chão. Abra lentamente a mão esquerda,
iniciando pelo polegar, estique o punho e leve o braço para cima, para fora e para trás, como
se fosse tocar com a palma da mão no tecto. Flicta os dedos da mão direita a partir, do 5º para
o 1º, flicta o punho e leve lentamente o braço para a frente, para dentro e para cima.
Volte lentamente à posição inicial fazendo exactamente o movimento inverso.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 5 B

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia

Posição de partida e posição final: Semelhantes à posição de partida do exercício anterior (5


A) no entanto nestas o participante apresenta predomínio de transferência de carga à direita.
(P1)
Movimento: Novamente semelhante ao anterior (5 A) no entanto verifica-se a transferência
de carga da direita para a esquerda enquanto se desenrolam os movimentos dos membros
superiores. (P1 → P2) e (P2 → P1)
Comandos verbais: Relativamente ao anterior apenas se acrescenta a indicação que enquanto
realiza os movimentos dos membros superiores deve transferir progressivamente o peso da
perna direita para a esquerda.
Volte lentamente à posição inicial fazendo exactamente o movimento inverso.
 Este exercício será repetido em posição simétrica da descrita acima.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Exercício 5 C

(P1) Posição de partida e posição final (P2) Posição intermédia 1

Posição de partida e posição final: Com os pés ligeiramente mais afastados que a largura
dos ombros, joelhos semi-flectidos, bacia em posição neutra, coluna verticalizada em
posição neutra, com os membro superior esquerdo em extensão, adução e rotação interna,
punho em flexão e desvio cubital e o direito em extensão e abdução, punho em extensão e
desvio cubital. (P1)

Movimento 1: Movimento simultâneo dos dois membros, o esquerdo para extensão dos
dedos, do 1º para o 5º, extensão do punho, desvio radial. Flexão, abdução e rotação externa
do ombro; o direito para flexão dos dedos, do 5º para o 1º, flexão do punho, desvio radial.
Flexão, adução e rotação externa do ombro. Combinar o componente 1 durante o
movimento dos membros superiores, até à posição intermédia 1. (P1 → P2)

Movimento 2: A partir da posição intermédia 1 dar um passo em frente com o membro


inferior direito. Este movimento é combinado com a flexão dos dedos, do 1º para o 5º, e
punho, desvio cubital e extensão, adução e rotação interna do ombro esquerdo e com
extensão dos dedos, do 5º para o 1º, e punho, desvio cubital e extensão, abdução e rotação
interna do ombro direito. Até à posição intermédia 2. (P2 → P3) Só após se encontrar nesta

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

posição é que retorna à posição intermédia 1 (P2) e depois à posição final (P1), sempre com
os componentes inversos ao movimento anterior.
 Este exercício será repetido em posição simétrica da descrita acima.

Comandos verbais 1: Mantenha os pés afastados um pouco mais que a largura dos
ombros, com os joelhos ligeiramente flectidos, e a bacia em posição intermédia, sinta
como se um fio ligado ao topo da nuca a/o puxasse para cima, com os ombros
desenrolados, leve a mão esquerda em direcção à linha média, com o punho fechado e os
nós dos dedos a apontarem para baixo. A mão direita para trás de maneira a que a palma da
mão fique a apontar para baixo, para trás e para fora, como se fosse tocar no chão.
Transfira o peso para a direita e rode sobre o calcanhar esquerdo para esse lado. Abra
lentamente a mão esquerda, iniciando pelo polegar, estique o punho e leve o braço para
cima, para fora e para trás, como se fosse tocar com a palma da mão no tecto. Flicta os
dedos da mão direita a partir do 5º para o 1º, flicta o punho e leve lentamente o braço para
a frente, para dentro e para cima. Transfira o peso para a perna esquerda e rode sobre a
ponta do pé direito até ambos ficarem a apontar no mesmo sentido. Integre estas
componentes num movimento único combinado, semelhante a uma espiral.
Comandos verbais 2: A partir desta posição dê um passo em frente enquanto fecha a mão
esquerda, leva o braço para baixo e para dentro em direcção ao umbigo, e abra a mão
direita, rode o braço para baixo, para fora e para trás.
Volte lentamente à posição anterior fazendo exactamente o movimento inverso. E
agora à posição de partida.

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Anexo J

Output’s

Teste de Mann-Whitney para variáveis quantitativas de caracterização da amostra


Test Statisticsb

Idade IMC MMSE


Mann-Whitney U 91,000 127,000 109,500
Wilcoxon W 301,000 218,000 319,500
Z -1,445 -,111 -,772
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,148 ,912 ,440
Exact Sig. [2*(1-tailed a a a
,158 ,928 ,456
Sig.)]
a. Not corrected f or ties.
b. Grouping Variable: casos v s controlos

Teste de Shapiro-Wilk para EEB no momento 1


Tests of Normal ity
a
Kolmogorov -Smirnov Shapiro-Wilk
casos v s controlos St at ist ic df Sig. St at ist ic df Sig.
M1_BBS caso ,161 20 ,185 ,903 20 ,046
controlo ,162 13 ,200* ,941 13 ,466
*. This is a lower bound of the true signif icance.
a. Lillief ors Signif icance Correction

Teste Mann-Whitney para os resultados da EEB no momento 1


Test Statisticsb

M1_BBS
Mann-Whitney U 119,000
Wilcoxon W 329,000
Z -,409
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,683
Exact Sig. [2*(1-tailed a
,703
Sig.)]
a. Not corrected f or ties.
b. Grouping Variable: casos v s controlos

Teste de Shapiro-Wilk para EEB no momento 2


Tests of Normal ity
a
Kolmogorov -Smirnov Shapiro-Wilk
casos v s controlos St at ist ic df Sig. St at ist ic df Sig.
M2_BBS caso ,262 20 ,001 ,824 20 ,002
controlo ,168 13 ,200* ,906 13 ,161
*. This is a lower bound of the true signif icance.
a. Lillief ors Signif icance Correction

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Teste Mann-Whitney para os resultados da EEB no momento 2


Test Statisticsb

M2_BBS
Mann-Whitney U 19,500
Wilcoxon W 110,500
Z -4,126
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,000
Exact Sig. [2*(1-tailed a
,000
Sig.)]
a. Not corrected f or ties.
b. Grouping Variable: casos v s controlos

Descrição das diferenças entre momento 2 e momento 1 na EEB


Report

casos v s controlos Dif M1_BBS M2_BBS


caso Mean 4,3000 50,50 54,80
N 20 20 20
Std. Dev iat ion 2,36421 3,253 1,281
controlo Mean -,2308 51,23 51,00
N 13 13 13
Std. Dev iat ion ,83205 2,315 2,550
Total Mean 2,5152 50,79 53,30
N 33 33 33
Std. Dev iat ion 2,93812 2,902 2,640

Teste de Wilcoxon para média das diferenças no grupo experimental e grupo controlo na
EEB
Test Statisticsb Test Statisticsb

M2_BBS - M2_BBS -
M1_BBS M1_BBS
Z -3,935a Z -1,000a
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,000 Asy mp. Sig. (2-tailed) ,317
a. Based on negat iv e ranks. a. Based on positiv e ranks.
b. Wilcoxon Signed Ranks Test b. Wilcoxon Signed Ranks Test

Teste de Shapiro-Wilk para SF-36 (dimensão física e mental) no momento 1 e 2


Tests of Normality
a
Kolmogorov -Smirnov Shapiro-Wilk
casos v s controlos St at ist ic df Sig. St at ist ic df Sig.
f is_1 caso ,162 20 ,177 ,949 20 ,348
controlo ,162 13 ,200* ,925 13 ,292
f is_2 caso ,134 20 ,200* ,964 20 ,626
controlo ,184 13 ,200* ,903 13 ,149
men_1 caso ,134 20 ,200* ,954 20 ,425
controlo ,103 13 ,200* ,976 13 ,953
men_2 caso ,134 20 ,200* ,977 20 ,885
controlo ,145 13 ,200* ,950 13 ,600
*. This is a lower bound of the true signif icance.
a. Lillief ors Signif icance Correction

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Teste Mann-Whitney para os resultados da SF-36 (dimensão física) no momento1


Test Statisticsb

f is_1
Mann-Whitney U 107,000
Wilcoxon W 317,000
Z -,847
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,397
Exact Sig. [2*(1-tailed a
,413
Sig.)]
a. Not corrected f or ties.
b. Grouping Variable: casos v s controlos

Teste Mann-Whitney para os resultados da SF-36 (dimensão física) no momento 2


Test Statisticsb

f is_2
Mann-Whitney U 97,000
Wilcoxon W 188,000
Z -1,216
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,224
Exact Sig. [2*(1-tailed a
,235
Sig.)]
a. Not corrected f or ties.
b. Grouping Variable: casos v s controlos

Teste de Wilcoxon para média das diferenças no grupo experimental e grupo controlo
na dimensão física do SF-36
Test Statisticsb Test Statisticsb

f is_2 - f is_1 f is_2 - f is_1


Z -3,248a Z -1,177a
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,001 Asy mp. Sig. (2-tailed) ,239
a. Based on negat iv e ranks. a. Based on positiv e ranks.
b. Wilcoxon Signed Ranks Test b. Wilcoxon Signed Ranks Test

Teste Mann-Whitney para os resultados da SF-36 (dimensão mental) no momento1


Test Statisticsb

men_1
Mann-Whitney U 129,500
Wilcoxon W 220,500
Z -,018
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,985
Exact Sig. [2*(1-tailed a
,986
Sig.)]
a. Not corrected f or ties.
b. Grouping Variable: casos v s controlos

Teste Mann-Whitney para os resultados da SF-36 (dimensão mental) no momento 2

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PNF-Chi, equilíbrio e qualidade de vida

Test Statisticsb

men_2
Mann-Whitney U 116,000
Wilcoxon W 207,000
Z -,516
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,606
Exact Sig. [2*(1-tailed a
,624
Sig.)]
a. Not corrected f or ties.
b. Grouping Variable: casos v s controlos

Teste de Wilcoxon para média das diferenças no grupo experimental e grupo controlo
na dimensão mental do SF-36
Test Statisticsb Test Statisticsb

men_2 - men_2 -
men_1 men_1
Z -,672a Z -1,961a
Asy mp. Sig. (2-tailed) ,502 Asy mp. Sig. (2-tailed) ,050
a. Based on positiv e ranks. a. Based on positiv e ranks.
b. Wilcoxon Signed Ranks Test b. Wilcoxon Signed Ranks Test

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