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Níveis de saúde mental em idosos

institucionalizados
Comparação da qualidade de vida de idosos com a sua saúde mental

Beatriz Sousa, a33696@alunos.cespu.pt


Catarina Castro, a33492@alunos.cespu.pt
Mariana Rocha, a33646@alunos.cespu.pt

Projeto de Investigação realizado no âmbito da Unidade Curricular de Estatística


Inferencial do Curso de Licenciatura em Psicologia.

Gandra, 13 de outubro de 2022

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DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Eu, Beatriz Sousa, Catarina Castro, Mariana Rocha, declaramos ter atuado com absoluta
integridade na elaboração deste trabalho, confirmamos que em todo o trabalho conducente
à sua elaboração não recorremos a qualquer forma de falsificação de resultados ou à prática
de plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria do trabalho
intelectual pertencente a outrem, na sua totalidade ou em partes dele). Mais declaramos
que todas as frases que retiramos de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores
foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação
da fonte bibliográfica.

Índice

ii
Resumo…………………………………………………………………………

Abstract…….…………………………………………………………………..

Introdução………………………………………………………………………

I - Fundamentação teórica………………………………………………………

II - Estudo empírico

2.1. objetivos e hipóteses……………………..…………………………

2.1.1. objetivos…………………………………………………..

2.1.2. variáveis…………..………………………………………

2.1.3. hipóteses………………………………………………….

2.2. Materiais e Métodos

2.2.1. Participantes…….……………………………………….

2.2.2. instrumentos…….……………………………………….

2.2.3. Procedimentos……….………………………………….

2.2.4. Análise estatística………………………………………..

2.3. Resultados ……………..…………………………………………..

2.4. Discussão…………………………………………………………..

III – Conclusão………………………………..………………………………..

Referencias bibliográficas……………………………………...……………….

iii
Resumo

Palavras-chave: saúde-mental; envelhecimento; capacidade motora; WHOQOL-BREF;

MHI.

Abstract

Keywords: mental health; aging; motor ability; WHOQOL-BREF; MHI.

1
Introdução

O envelhecimento das populações, é uma realidade cada vez mais presente, não só em

Portugal, mas a nível mundial, tendo aumentado progressivamente ao longo dos vários

anos.

O envelhecimento é um processo natural e gradual que ocorre em todos os seres vivos,

nomeadamente no ser humano. Neste processo existem várias mudanças, como por

exemplo, físicas, psicológicas, biológicas, social, entre outros. Este mesmo processo varia

de individuo para individuo, existem indivíduos em que este ocorre de uma maneira mais

rápida e outros indivíduos em que este ocorre de uma maneira mais lenta. Este processo é

muitas vezes acompanhado de grande solidão, bem como do declínio na realização das

atividades diárias e doenças, inerentes a esta fase do ciclo vital. Por outro lado, muitas das

famílias não têm condições para manter os idosos no seio familiar, ou devido á sobrecarga

laboral, ou devido á necessidade de cuidados dos idosos, o que leva á institucionalização

ou ao recurso a centros de dia. Para muitos idosos este processo não é de todo pacífico,

podendo ter implicações em termos psicológicos e, consequentemente na sua saúde mental.

Dada a relevância da temática, achámos pertinente desenvolver um estudo, para a

disciplina de Estatística Inferencial, do primeiro ano de licenciatura em Psicologia, com o

objetivo de compreender a relação entre os níveis de qualidade de via e os níveis de saúde

mental em idosos institucionalizados, seja em lares ou em centros de dia.

Este trabalho encontra-se dividido em duas partes: uma parte teórica, onde iremos efetuar

uma revisão da literatura sobre a temática, que servirá de sustentação ao estudo empírico; o

estudo empírico tem por base a recolha de dados sobre qualidade de vida e saúde mental

em idosos, a análise dos resultados obtidos e a discussão dos mesmos de acordo com

estudos científicos sobre o tema. O trabalho culmina com uma conclusão, onde serão

abordadas perspetivas futuras, bem como limitações e o contributo do estudo.

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I - Fundamentação teórica

O envelhecimento é o processo natural que está presente em todos os seres vivos,

incluindo no ser humano. Este processo acaba por prejudicar de forma gradual os aspetos

físicos e cognitivos do individuo. Atualmente, este processo é cada vez mais visível em

todas as populações. A Organização das Nações Unidas visa que o número de idosos com

mais de 60 anos irá se duplicar até meados de 2050, e que em 2100 já tenha triplicado. Esta

população mais envelhecida está a crescer mais rapidamente do que qualquer outra faixa

etária representando 25% da população mundial (pteditor, 2019).

Com a leitura de alguns artigos relacionados com este tema percebesse que devido ao

aumento da população envelhecida, uma vez mais a institucionalização de idosos tornasse

muito mais frequente tendo também tendência a aumentar nos próximos anos (Sousa et al.,

2018), este fator tem um grande impacto nos níveis de qualidade de vida dos mesmos

como também na sua saúde mental e física.

Com o aumento do envelhecimento, existe um fator designado por carência de cuidados

familiares que na grande maioria das vezes torna-se quase inexistente na vida destes, logo,

derivado á idade avançada, a um mau estado de saúde, ao sedentarismo, a falta de afeto,

entre outros. Para além disto, um fator que atua como agravante ao estímulo para a

institucionalização de idosos é a falta de apoio e ajuda ao idoso as atividades do dia-a-dia.

Considerando a elevada taxa de idosos que vivem em lares, estes têm como obrigação

proporcionar bons níveis de qualidade de vida para cada um. Assim, verifica-se ao longo

dos anos que idosos institucionalizados, têm menos qualidade de vida do que idosos

residentes na comunidade, isto deve-se ao facto de que ao estarem institucionalizados estes

não podem fazer a sua vida quotidiana normalmente, estão sempre dependentes de alguém

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para tal, até mesmo horas de descanso, lazer, tipo de comida e horários das refeições, entre

outras.

Um estudo realizado por Cucato e colaboradores (2016), verificou que os homens

apresentam níveis de qualidade de vida mais elevados do que o das mulheres, tanto no

domino físico tanto no domínio psicológico.

É muito importante saber se a qualidade de vida é influenciada através do fator da

institualização e se sim quais são os motivos.

II- Estudo empírico

2.1. Objetivos e Hipóteses

2.1.1. Objetivos

Tendo em conta que esta investigação pretende perceber se existe uma relação entre o

fator institucionalização, o fator ambiente, o fator social com a saúde mental,

nomeadamente em pessoas de terceira idade. Ou seja, verificar se existe algum impacto

positivo ou negativo na qualidade de vida dos indivíduos institucionalizados.

Este estudo tem como objetivo principal avaliar a qualidade de vida em idosos

institucionalizados relacionando-os com os níveis de saúde mental dos mesmos, fazendo

assim uma pequena comparação entre estes níveis.

2.1.2. variáveis

2.1.3. hipóteses

2.2. Materiais e Métodos

2.2.1. Participantes

2.2.2. Instrumentos
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Para a realização deste trabalho foram utilizados dois instrumentos de avaliação, sendo

estes a Escala de qualidade de vida WHOQOL-BREF e o Inventario de Saúde Mental

(MHI).

WHOQOL-BREF (World Health Organization Quality of life- Versão abreviada). O

Whoqol-bref na sua versão original, foi concebido pelo WHOQOLGroup, em 1994. O

instrumento foi traduzido e adaptado para a população portuguesa pelos autores Canavarro

e colaboradores (2006). O Whoqol-Bref consiste numa versão abreviada do WHOQOL-

100 que emerge da necessidade de construir um instrumento de administração rápida

(Fleck et al,2000). O instrumento mencionado destina-se a avaliar a qualidade de vida dos

indivíduos adultos e é composto por 26 perguntas, sendo 2 mais gerais relativas á perceção

geral de qualidade de vida e á perceção geral de saúde, as restantes 24 questões

representam cada uma das 24 facetas, divididas em 4 domínios: domínio físico,

psicológico, ambiental e por fim o domínio das relações sociais. No que concerne às

questões do instrumento, estas são cotadas numa escala de Lickert de 5 pontos, em que 1

corresponde a “nada”, 2 “muito pouco”, 3 “mais ou menos”, 4 “bastante” e 5

“extremamente”. As questões 3, 4 e 26, são cotadas de forma inversa.

Na tabela seguinte podemos ver a distribuição das perguntas pelos diferentes domínios,

bem como o cálculo de cada um dos domínios:

Domínios Questões Cálculo


Domínio físico 3, 4, 10, 15, 16, 17, (Q 3+Q 4+ Q10+Q 15+Q 16+Q 17+Q 18)
×100
18 7
Domínio 5, 6, 7, 11, 19, 26 Q5+Q 6+Q 7+Q 11+Q 19+Q26
×100
psicológico 6

Relações sociais 20, 21, 22 Q20+Q 21+Q 22


×100
3

5
Meio ambiente 8, 9, 12, 13, 14, 23, Q8+ Q9+ Q12+Q 13+Q 14+Q 23+Q 24+Q 25
× 100
24, 25 8

Tal como se pode visualizar na tabela 1, os resultados obtidos são calculados consoante a

média dos resultados das questões que constituem o instrumento, e multiplicados por 100.

Resultados mais elevados apresentam uma melhor qualidade de vida (Canavarro et, al,

2007). No que se refere às caraterísticas psicométricas do questionário em questão, a OMS

obteve os seguintes valores de consistência interna: para as 26 questões o valor do alpha de

Cronbach foi de 0.91, para o primeiro domínio de 0.84, para o segundo de 0.78, para o

terceiro de 0.70 e para o quarto de 0.71, o que evidencia valores satisfatórios quer para o

questionário no geral quer por domínios, sendo o valor mais baixo o do domínio das

relações sociais (OMS, 1998). Da mesma forma, na amostra em estudo a consistência

interna do WHOQOL-bref foi avaliada pelo coeficiente de fidedignidade de Cronbach.

Foram avaliadas a consistência interna para os domínios, tendo-se obtido Domínio Físico

0.81 Domínio Psicológico 0.75 Domínio das Relações Sociais 0.41 3Domínio do Meio

Ambiente 0.71. Total Whoqol-Bref 0.90 (Canavarro et al, 2007).

Um dos instrumentos mais referidos na literatura para avaliar a Saúde mental é o Mental

Health Inventory (MHI) (Veit & Ware, 1983). Desenvolvido para a investigação

epidemiológica por vários investigadores no âmbito do Health Insurance Study da Rand

Corporation, tem como objetivo avaliar a saúde mental na população em geral numa

perspetiva bidimensional (positiva e negativa) (Manning et al., 1986; Ware et al., 1984). O

MHI é usado tanto na população geral como em populações específicas, podendo

funcionar como um teste útil de rastreio de saúde mental, pois tem grande capacidade

discriminativa (Veit & Ware, 1983).

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O MHI foi adaptado para Portugal numa amostra de EES por Pais Ribeiro, que o

designou de Inventario de Saúde Mental ou ISM(Pais-Ribeiro, 2001). Em Portugal também

tem demonstrado ser bastante adequado para avaliar SM. O ISM mostra-se relevante para

avaliar Saúde Mental a partir das experiências de saúde da pessoa, diferenciando níveis de

funcionamento positivo ou negativo, sendo esta capacidade discriminante essencial para

distinguir pessoas com necessidades de ajuda.

O ISM contém 38 itens distribuídos por cinco escalas que se agrupam em duas grandes

dimensões: Distress Psicológico (negativa) que inclui indicadores negativos tradicionais,

do âmbito do sofrimento psicológico ou estados emocionais e mentais negativos. Contém

as escalas de Ansiedade (10 itens), Depressão (5 itens), Perda de Controlo Emocional e

Comportamental (9 itens); Bem-Estar Psicológico (positiva) que contém a tónica

contemporânea na saúde mental positiva, ou estados positivos que incluem as escalas

Afeto Geral Positivo (11 itens) e Laços Emocionais (3 itens) (Manning et al., 1986; Ware

et al., 1984).

O ISM é de autorresposta padronizada dada numa escala ordinal do tipo Likert, que

varia entre cinco e seis possibilidades. O resultado de cada dimensão, positiva e negativa,

deriva do somatório bruto dos itens que lhe correspondem. O somatório das duas

dimensões fornece o Índice de Saúde Mental. Os valores mais elevados correspondem

melhor saúde mental. A versão portuguesa mostrou características de validade e fiabilidade

idênticas à versão original (consistência interna α = 0,80). No presente estudo a

consistência interna do ISM medida através do Alfa de Cronbach, foi de 0,96, na dimensão

Distress α = 0,95 e Bem-Estar α = 0,92, isto é, excelente.

Neste inventário a cotação é feita, quando o respondente assinalar na casa mais à

esquerda será atribuída a pontuação 6, e na casa mais à direita a pontuação 1. Os

seguintes itens deverão ser cotados de modo invertido (ou seja, se assinalar na casa mais à

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esquerda será atribuída a pontuação 1, e se assinalar na casa mais à direita a pontuação 6):

2, 3, 9, 11, 13, 15, 16, 19, 20, 21, 24, 25, 27, 28, 29, 30, 32, 33, 35, 36, 38. Deste modo, a

pontuações mais elevados corresponde mais saúde mental (menos ansiedade, depressão e

perda de controlo emocional, e mais afeto positivo e laços emocionais).

Nas dimensões primárias a cotação é feita pela soma de cada conjunto de cada uma das

5 categorias, tal como se pode observar na tabela seguinte:

5 categorias Cotação

item1 + item4 + item5 + item6 + item7 +


Afeto Positivo item12 + item17 + item26 + item31 + item34 +
item37

Laços Emocionais item2 + item10 + item23

Perda de Controlo Emocional/ item8 + item14 + item16 + item18 + item20 +


Comportamental item21 + item24 + item27 + item28

Ansiedade item3 + item11 + item13 + item15 + item22 +


item25 + item29 + item32 + item33 + item35

Depressão item9 + item19 + item30 + item36 + item38

Despois de feita a cotação das dimensões primárias, passa-se para a cotação das

dimensões, Bem-Estar Positivo e Distress. Esta cotação pode ser observada na tabela

seguinte.

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Dimensões Cotação

Bem-Estar Positivo Laços Emocionais + Afeto Positivo

Perda de Controlo Emocional/comportamental


Distress + Ansiedade +
Depressão

No final soma-se as duas dimensões Bem-Estar Positivo e Distress.

Os resultados, a pontuação final, devem ser transformados numa nota de “0” a “100” para

o que se deve utilizar o seguinte algoritmo.

( Pontuação Bruta−Pontuação Mais Baixa Possível )


Nova pontuação=100 ×
(Variação da pontuação)

* Variação da Pontuação=Pontuação Mais Alta Possível−Pontuação Mais Baixa Possível

2.2.3. Procedimentos
2.2.4. Análise estatística
2.3. Resultados
2.4. Discussão

Conclusão

Durante a nossa intervenção, foi possível verificar que existem vários tipos de
envelhecimento, cada individuo encara este processo de maneira diferente, conforme a sua
mentalidade. Estas pessoas lutam diariamente com as diferentes consequências que a idade
lhes vai trazendo, podendo estas ser positivas, bem-estar físico e psicológico, ou negativas,
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problemas de saúde, como por exemplo, problemas motores ou até mesmo condições
irreversíveis, nomeadamente as demências. PODE SER INTERESSANTE PARA A
CONCLUSÃO

Referências Bibliográficas

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(1984). Estado de saúde e uso de serviços ambulatoriais de saúde mental. American
Psychologist, 39 (10), 1090-1100. https://doi.org/10.1037/0003-066X.39.10.1090

Pais-Ribeiro, J. (2001). Mental Health Inventory: A study of adaptation to Portuguese population.


Psicologia, Saúde & Doenças, 2, 77–99.
pteditor. (2019, julho 15). Envelhecimento. Nações Unidas - ONU Portugal.
https://unric.org/pt/envelhecimento/
Sousa, N. F. da S., Lima, M. G., Cesar, C. L. G., & Barros, M. B. de A. (2018). Envelhecimento
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 Veit, C. T., & Ware, J. E., Jr (1983). The structure of psychological distress and
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 Ware, JE, Jr., Manning, WG, Jr., Wells, KB, Duan, N., & Newhouse, JP
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 Canavarro, M.C., Simões, M.R., Vaz Serra, A., Pereira, M, Rijo, D., Quartilho,
M.J. Gameiro, S., Paredes, T & Carona, C. (2007). Instrumento de avaliação da
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