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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – PÓS-GRADUAÇÃO EM

COMUNICAÇÃO ELEITORAL E MARKETING POLÍTICO. TCC –


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO.

GABRIELA PIRES LAUDARES

LINGUAGEM CLARA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE ÀS


FAKE NEWS

FORMIGA/MG

DEZEMBRO/2021
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – PÓS-GRADUAÇÃO EM
COMUNICAÇÃO ELEITORAL E MARKETING POLÍTICO. TCC –
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO.

GABRIELA PIRES LAUDARES

LINGUAGEM CLARA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE ÀS


FAKE NEWS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Estácio de
Sá como requisito parcial para
conclusão do Curso de Pós-
Graduação em Comunicação Eleitoral
e Marketing Político.

Professora Orientadora: Dra. Cristina


Fonseca Silva Rennó

FORMIGA/MG

DEZEMBRO/2021
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – PÓS-GRADUAÇÃO EM
COMUNICAÇÃO ELEITORAL E MARKETING POLÍTICO. TCC –
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO.

GABRIELA PIRES LAUDARES

LINGUAGEM CLARA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE ÀS


FAKE NEWS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Estácio de
Sá como requisito parcial para
conclusão do Curso de Pós-
Graduação em Comunicação Eleitoral
e Marketing Político.

Professora Orientadora: Dra. Cristina


Fonseca Silva Rennó

Aprovada em: ........... / ...................... / .............. Nota: ........ ( ...............)


Dedicatória

Dedico este trabalho em especial à minha mãe, Maysa, que nunca mediu esforços
para que eu alcançasse todos meus objetivos.
Resumo

O trabalho “Linguagem Clara como Instrumento de Combate às Fake


news” apresentado como conclusão do Curso de MBA em Comunicação
Eleitoral e Marketing Político tem como objetivo discutir a relevância que
a estratégia de Fake news vem ganhando num mundo globalizado, seu
papel no descrédito das instituições democráticas e como combate-la.
Como o uso da linguagem clara possibilita transmitir informações
complexas de maneira simples e objetiva, este estilo de comunicação se
torna, portanto, uma ferramenta na batalha contra as falsas notícias.

Palavras-chave: Fake news, Democracia, Comunicação, Linguagem


clara.
Abstract

The paper “Clear Language as an Instrument to Fight Fake news”, presented at the
conclusion of the MBA Course in Electoral Communication and Political Marketing,
aims to discuss the relevance that the Fake news strategy has gained in a globalized
world, its role in discrediting democratic institutions and how to fight it. As the use of
clear language makes it possible to transmit complex information in a simple and
objective way, this style of communication becomes, therefore, a tool in the battle
against false news.

Keywords: Fake news, Democracy, Communication, Clear language.


SUMÁRIO

1. ESCOLHA DO TEMA .................................................................................... 1

2. PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................... 1

3. JUSTIFICATIVA............................................................................................. 1

4. OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 2

5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 2

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 2

7. METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................... 3

8. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4

9. O QUE SÃO FAKE NEWS............................................................................. 5

10. O PAPEL DAS FAKE NEWS EM FACE ÀS INSTITUIÇÕES


DEMOCRÁTICAS .............................................................................................. 7

11. COMO COMBATER FAKE NEWS .............................................................. 8

11.1. O QUE É LINGUAGEM CLARA ........................................................ 9

11.2. O USO DA LINGUAGEM CLARA ................................................... 11

11.2.1. O USO DA LINGUAGEM CLARA NA FORMAÇÃO POLÍTICA .. 12

11.2.2. O USO DA LINGUAGEM CLARA DURANTE UMA CAMPANHA


ELEITORAL ................................................................................................. 13

11.2.3. O USO DA LINGUAGEM CLARA NA COMUNICAÇÃO


INSTITUCIONAL .......................................................................................... 15

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 19


1. ESCOLHA DO TEMA

“Fake news” se tornaram protagonistas quando no domínio das comunicações


política e eleitoral. O fenômeno se intensificou durante as eleições presidenciais
nos Estados Unidos em 2016 e proporciona um espectro de perigos às
instituições democráticas.

2. PROBLEMATIZAÇÃO

Qual a importância das Fake news? Como elas funcionam? Quem se beneficia
da manipulação forjada? Fake news é o mesmo que desinformação? Como
combate-las?

3. JUSTIFICATIVA

Recentemente o termo "fake news" se popularizou referindo-se aos


chamados relatos supostamente factuais que fabricam ou alteram os fatos que
narram e são divulgados em grande escala nas redes sociais por pessoas
interessadas em seu possível impacto. Esta expressão se refere principalmente
a relatórios fabricados ou alterados e divulgados para fins políticos.

Porém, a escolha do termo “fake news” agrega outra característica, que


deriva do conceito de “news” (notícia), ou seja, uma ideia conhecida de
reportagem que afirma ser um fato, mas é na verdade uma falsificação inventada
ou modificada os fatos a que se refere a reclamação. Além disso, por meio dessa
forma de expressão, considerável atenção é dada ao fato de que não se trata de
qualquer narrativa factual, mas de reportagens e notícias.

Combater as notícias falsas é uma tarefa difícil, porque toca o cerne de


um debate que é epistemológico e político. E isso depende do ambiente social
em que o movimento global ultraconservador de direita promove vigorosamente,
conquista a posição de centro do poder político e expande sua base social.
1
Se o Presidente da República, ministros e figuras políticas famosas se
transformam eles próprios em produtores ou disseminadores de histórias
políticas falsas, eles reiteram constantemente aos seus seguidores que notícias
falsas são notícias produzidas pela grande mídia, não notícias produzidas pela
nova direita, quais ferramentas são eficazes em face da imensa onda de fraudes
que está prejudicando tão intensamente a política democrática hoje?

4. OBJETIVO GERAL

• A relevância que a estratégia de Fake news vem tomando num mundo


globalizado, seu papel no descrédito das instituições democráticas e
como combate-la.

5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• O conceito de fake news;


• O papel das fake news em face às instituições democráticas;
• Como combater uma estratégia de fake news;
• Discutir a possibilidade de a linguagem simples ser uma ferramenta na
peleja;

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O estudo baseia-se na definição de Fake news, levantada pelos


autores Wilson da Silva Gomes e Tatiana Dourado, e seu papel em
descredibilizar as instituições democráticas bem como seus processos para este
fim.

Segundo Lili Levi, a defesa das fake news por políticos confrontados
com reportagens negativas na imprensa podem potencialmente influenciar as
2
crenças públicas e possivelmente até distorcer os resultados eleitorais. Talvez
ainda mais insidiosamente, a acusação de fake news pode servir como uma
mudança de poder no mecanismo de governança para deslegitimar a instituição
imprensa como um todo.

Já Heloisa Fischer propõe que a linguagem clara possibilita transmitir


informações complexas de maneira simples e objetiva. Sendo, portanto, uma
ferramenta na batalha contra as falsas notícias.

7. METODOLOGIA DE PESQUISA

Antes de tudo, buscou-se um referencial teórico que embasasse toda a


parte conceitual do trabalho, uma vez que as teorias são formuladas para
explicar, prever e entender os fenômenos e, em muitos casos, para desafiar e
ampliar o conhecimento existente, dentro dos limites dos pressupostos
delimitadores estabelecidos. O referencial teórico deste trabalho, descrito na
bibliografia básica, serviu também para estruturar os estudos e a pesquisa
desenvolvida.

A estrutura teórica deste TCC é composta de conceitos, juntamente com


as definições e teorias existentes, publicadas nos livros que integram a revisão
bibliográfica de base para este estudo particular. O referencial teórico utilizado
procura demonstrar e facilitar uma compreensão do fenômeno pesquisado em
torno das teorias e conceitos que são relevantes para o tema escolhido:
“Linguagem clara como uma das ferramentas de combate às Fake news”.

São apresentados, também, dados e números do grau de domínio das


habilidades de leitura, escrita e matemática demonstrado pelos participantes do
estudo realizado pelo Instituto Paulo Montenegro para a composição da escala
INAF.

As informações foram apresentadas para demonstrarem e comprovarem


a importância da linguagem clara como um dos instrumentos de enfrentamento
3
às notícias falsas e suas consequências.

8. INTRODUÇÃO

Até às eleições de 2018, o Brasil ainda não tinha experienciado com


tamanha intensidade o fenômeno das fake news. Aquele pleito presidencial
consolidou de forma pública a disseminação de notícias falsas pelos apoiadores
do então Presidente da República, Jair Bolsonaro.

A situação se tornou tão preocupante que, em setembro de 2019,


instalou-se uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso
Nacional para investigar os ataques cibernéticos que atentam contra a
democracia e o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar os
resultados das eleições 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários mais
vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o
aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e
suicídio.

Seja em qualquer seguimento, possuir informação é possuir poder.


Quando um grupo orquestra a produção e disseminação de desinformação
visando obter vantagens políticas e econômicas em detrimento da democracia,
é necessário a atuação conjunta de todos com potencial de articulação.

Como diria Castells, “a fronteira entre mexerico, fantasia e informação


política valiosa fica cada vez mais difusa, complicando assim ainda mais o uso
da informação como arma política privilegiada na Internet”.

Este trabalho, portanto, busca trazer mais uma possível ferramenta


de combate às fake news. O texto está divido em três principais pontos, quais
sejam: definição de fake news, o papel das fake news em face às instituições
democráticas e a utilização da linguagem clara como potencial instrumento de
batalha.

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9. O QUE SÃO FAKE NEWS

A fim de dar início à problemática, antes de tudo, é necessário


conceituar “Fake news”. O que quer dizer esta expressão que se tornou tão
popular sobretudo após as eleições presidenciais de 2018?

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a


Cultura – UNESCO, no Manual para Educação e Treinamento em Jornalismo,
através de seu Diretor de Liberdade de Expressão e Desenvolvimento de Mídia,
Guy Berger, direciona o conceito de Fake news para um comprometimento de
notícias reais:

Evita-se admitir que o termo fake news (“notícias falsas”) possua um


significado direto ou comumente compreendido. Isso ocorre porque
“notícias” significam informações verificáveis de interesse público, e as
informações que não atendem a esses padrões não merecem o rótulo
de notícias. Nesse sentido, então, a expressão “notícias falsas” é um
oxímoro (que exprimem conceitos contrários) que se presta a danificar
a credibilidade da informação que de fato atende ao limiar de
verificabilidade e interesse público – isto é, notícias reais.” UNESCO,
2018

Já os autores Wilson da Silva Gomes e Tatiana Dourado, no estudo


Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e
democracia, acreditam que são necessários quatro elementos para uma
avaliação correta do que seria uma fake news:

Buscamos cobrir os quatros elementos que consideramos decisivos


para uma correta avaliação de fake news: o contexto da guerrilha
informativa, os meios e modos de propagação, a mimetização
jornalística e o teor político da história. A cada um desses elementos
corresponde uma hipótese ou premissa sobre o funcionamento dessas
histórias. (pág.6)

Objetivando destrinchar o conceito ainda mais, os autores Claire


Wardle e Hossein Derakhshan (UNESCO) contrastam três pilares dentro do
discurso sobre fake news, quais sejam: informação incorreta, desinformação e
má-informação.

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Para eles, a informação incorreta é uma informação falsa que a
pessoa que está divulgando acredita ser verdadeira. Enquanto desinformação é
uma informação falsa e a pessoa que a divulga sabe que é falsa.

Assim o ato de desinformar é mentir com intenção e deliberalidade,


resultando em receptores, no caso eleitores, sendo ativamente desinformados
por pessoas maliciosas. Já má-informação é a informação que é baseada na
realidade, mas usada para causar danos a uma pessoa, organização ou país.

A fim de aprofundar ainda mais o debate, a autora Julie Posetti


pontua:

Como resultado, de fato, entretenimento, propaganda, fabricação e


ficção estão cada vez mais misturadas. E quando a desinformação e a
informação incorreta são publicadas, o sistema de distribuição de
notícias sociais, que é dependente do compartilhamento de pessoa
para pessoa, frequentemente envia o conteúdo viral, tornando
impossível voltar, mesmo que jornalistas e outros checadores de fatos
consigam desmascará-las. UNESCO, 2018.

Assim, fica claro que a intenção em prejudicar um adversário político


direto ou indireto é crucial para o redemoinho causado pelo fenômeno das fake
news se inicie, devastando reputações e projetos sem ao menos conceder a
chance do contraditório.

Para corroborar tal afirmação traz-se à baila a posição de Irineu


Francisco Barreto Junior que explana de forma didática o acontecimento:

O Ecossistema de Desinformação Política funciona de maneira


ininterrupta e é pautado por estratégias que envolvem múltiplos
agentes (autoridades com mandato executivo, parlamentares,
assessores alocados em gabinetes e, no parlamento, influenciadores
digitais, produtores de conteúdo de texto, vídeo e imagem) envolvidos
com a produção e disseminação em redes sociais (Facebook e
Twitter), plataformas de vídeos (Youtube), portais simulacros de
páginas noticiosas, mas que na realidade disseminam desinformação,
e aplicativos de mensagens (WhatsApp e Telegram), voltadas à
propagação de conteúdo deliberadamente falso, distorcido, enviesado
ou descontextualizado.

Com apoio no trabalho da jornalista Patrícia Campos Mello, em A


Máquina do Ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital,

6
conclui-se que todo arcabouço deste fenômeno transformou a forma como se
faz comunicação política, eleitoral e institucional.

10. O PAPEL DAS FAKE NEWS EM FACE ÀS INSTITUIÇÕES


DEMOCRÁTICAS

Em 2000, Castells já dizia que o sistema partidário, assim, vem


“perdendo o seu apelo e confiabilidade e, para todos os efeitos, é considerado
um resquício burocrático destituído de fé pública” (Castells, 2000, p. 402).

Evidencia-se, 21 anos depois, o enfraquecimento da identificação


política partidária pelo eleitor resultando num descrédito perigoso nos partidos
políticos. A Professora Mara Telles traduz a situação:

O descrédito nos partidos provoca distanciamento dos eleitores das


legendas, o que aumenta a volatilidade e se traduz, muitas vezes, em
anti-partidarismo reativo e apoio a outsiders e a líderes com narrativas
anti-política. Quando os vínculos entre os cidadãos e os ocupantes de
cargos públicos são debilitados, os meios passam a ser um importante
atalho para a decisão de voto, pois são eles que interpretam a política.
Por outro lado, os líderes populistas ao mesmo tempo se utilizam das
mídias para a comunicação direta com o público.

É notório o quanto os episódios de fake news abalaram a credibilidade


da democracia brasileira. Mundo afora é possível perceber que há certo temor
em relação ao risco de ruptura institucional no país1.

No mesmo sentido, Barreto Junior destaca:

Ataques ao STF e às urnas eletrônicas, defesa do voto impresso,


sabotagem das campanhas contra a Covid 19 corroboram a hipótese
de que as campanhas de desinformação se transformaram em
estratégia permanente. Pode-se concluir que seus efeitos poluem o
ambiente político e interferem no direito legítimo dos cidadãos de
fazerem escolhas em bases racionais nas eleições, os impede de
deliberar sobre plataformas reais, como a agenda econômica dos
candidatos, planos para Educação e Saúde, política ambiental ou
urbana – pautas deliberadamente ocultas pelas estratégias de Fake

1 https://brasil.elpais.com/brasil/2021-04-01/crise-militar-no-brasil-entra-no-radar-internacional-
por-temor-de-ruptura-democratica.html

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news que induzem os eleitores a sufragar com base no medo, ódio,
premissas falsas, calúnias e mentiras como fundamento para seus
votos. Em razão disso devem ser denunciadas e combatidas. (pág.53).

Tal postura aflige ainda mais quando vinculada ao discurso de ódio


às opiniões contrárias. Segundo Manuel Castells, os cidadãos não veem muito
sentido em gastar energia em indagações políticas, exceto quando atingidos por
um evento que desperta sua indignação ou afeta seus interesses pessoais.

Portanto, cumulando o discurso anti-partidarismo com os eventos de


fake news tem-se o resultado preocupante da desconfiança em instituições
democráticas já consolidadas.

11. COMO COMBATER FAKE NEWS

O cenário é desolador. A disputa, segundo Dourado e Gomes, é


simultaneamente epistemológica e política. As circunstâncias sociais favorecem
um avanço da nova direita, que explicitamente defende o conservadorismo
religioso e demoniza qualquer posição progressista.

Mais uma vez, Castells é preciso quando diz:

Os cidadãos não veem muito sentido em gastar energia em indagações


políticas, exceto quando atingidos por um evento que desperta sua
indignação ou afeta seus interesses pessoais.

Cabe destacar que quando o líder político age estrategicamente


pensando num projeto de poder pessoal ao invés de um projeto de governo, um
dos principais motes de campanha é a declaração de independência de
instituições tradicionais da democracia moderna, além de enfatizar que somente
ele possui as ferramentas, a experiência e a qualificação necessária para
resolver os problemas do povo.

Neste sentido, a personificação do herói é sobreposta à importância


das instituições tradicionais. Tomando por exemplo a imprensa, verifica-se que

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o líder trabalha muito mais para a desmoralização e o aniquilamento da imprensa
tradicional do que de fato para a comunicação direta com o eleitor.

O repasse direto ao eleitor por meio de canais alterativos, como as


redes sociais ou aplicativos de mensagens instantâneas, acaba facilitando a
disseminação de fake news, pois não há um crivo profissional daquela
informação dispersada.

O eleitor ante as tantas adversidades enfrentadas no cotidiano prefere


absorver de forma rápida e fácil aquela informação que chegou em suas mãos
advinda de um potencial salvador a ter de interpretar notícias que não são tão
agradáveis à sua perspectiva.

Tal preferência não pode cair somente na conta do eleitor visto que
segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), desenvolvido pela ONG
Ação Educativa e o Instituto Paulo Montenegro, os Analfabetos Funcionais –
equivalentes, em 2018, a cerca de 3 em cada 10 brasileiros – têm muita
dificuldade para fazer uso da leitura e da escrita e das operações matemáticas
em situações da vida cotidiana, como reconhecer informações em um cartaz ou
folheto ou ainda fazer operações aritméticas simples com valores de grandeza
superior às centenas.

Como combater fake news junto às pessoas que têm dificuldades em


interpretar informações simples conforme os dados supracitados?

A resposta perfeita ainda não foi encontrada. Este trabalho nem de


longe se propõe a solucionar tal problemática. No entanto, aventa-se a
possibilidade de utilizar a “linguagem clara” como ferramenta nesta guerra de
informações e desinformações.

11.1. O QUE É LINGUAGEM CLARA

Utilizar linguagem clara significa favorecer o leitor. Encontrar o que os


leitores almejam saber, de que informação precisam, e auxilia-los a alcançar
9
suas metas. A meta é que o leitor consiga compreender um documento escrito
em linguagem clara já na primeira leitura. Porém linguagem clara não é só um
ponto de linguagem escrita. Ainda inclui design, diagramação e muito mais.

Segundo a autora Heloísa Fischer, a definição de linguagem clara é:

Linguagem clara é um conjunto de práticas que facilitam a leitura e a


compreensão de textos. Considera o público a quem a comunicação
se destina para organizar as ideias, escolher as palavras mais
familiares, estruturar as frases e determinar o design. O leitor consegue
localizar com rapidez a informação de que precisa, entende-la e usá-
la. Evita jargão e termos técnicos: se forem inevitáveis, deve explica-
los. Possibilita transmitir informações complexas de maneira simples e
objetiva.

O objetivo principal de uma comunicação em linguagem clara é


esclarecer por meio de um visual convidativo e fácil de ler. Reconhece-se,
portanto, o direito de toda pessoa em compreender informações relevantes para
o seu cotidiano.

O autor Gabriel Valdez Foscaches recomenda seguir pelo menos


quatro eixos para escrever claramente, são eles: uso de verbos ao invés de
nominalizações, uso de construções afirmativas ao invés de negativas, evitar
sentenças longas e palavras desnecessárias e uso de palavras concretas e
frequentes.

A própria administração pública brasileira já produziu materiais a


respeito do tema, quais sejam: 1) Guia de Orientações para Adoção de
Linguagem Clara e 2) Fugindo do “Burocratês”: como facilitar o acesso do
cidadão ao serviço público.

O Guia de Orientações para Adoção de Linguagem Clara foi


elaborado por meio de uma parceria entre o Governo do Estado de São Paulo e
o Reino Unido no ano de 2016.

Ao longo do manual é possível compreender de fato a importância da


linguagem clara no cotidiano do cidadão brasileiro ao ter acesso às informações
públicas. O texto ainda ressalta as legislações pertinentes ao tema, como a Lei
de nº 12.527/11 – Lei de Acesso a Informação, que em seu artigo 5º diz que é
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dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada,
mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
linguagem de fácil compreensão.

Pontua-se o uso da linguagem clara pela administração pública, pois


se o cidadão tivesse fácil acesso às informações públicas explanadas de forma
clara, as fake news seriam melhor combatidas em todas as frentes.

11.2. O USO DA LINGUAGEM CLARA

Considerando a significativa parcela da população que não possui


condições plenas de interpretação, a utilização da linguagem clara torna-se
fundamental para o diálogo entre os comunicantes.

A utilização da linguagem clara pode se dar através de vários veículos


de comunicação, sobretudo no meio digital, vez que a linguagem não se limita
apenas a escrita. O planejamento do combate é primordial para o alcance dos
objetivos desejados à princípio.

Ressalta-se a importância da imprensa e dos veículos de


comunicação em massa ao corrigir e desmentir fake news disseminadas visando
a preservação da democracia. O presidente da Associação Nacional dos Jornais
(ANJ), Marcelo Rech, alerta:

O grande transmissor de desinformação são os grupos de mensagens.


Então, o problema é muito mais amplo. Por isso, o mundo começou a
discutir uma forma de resolver ou amenizar o problema da
desinformação, reforçando a atividade jornalística, que inclui os fact
checkers e todo o universo da produção de informação profissional
com valores, ética, princípios e responsabilidade.

A Lupa, segundo seu próprio site, é a primeira agência de fact-


checking do Brasil. Fact-checking nada mais é que a verificação de dados e
informações. A página de apresentação da agência esclarece:

A Lupa é uma plataforma de combate à desinformação através do fact-


checking e da educação midiática. A empresa, fundada em 2015,
iniciou sua trajetória como uma agência de notícias especializada em
11
fact-checking, mas, em cinco anos de atuação, expandiu suas
atividades para o ensino de técnicas de checagem e para
sensibilização sobre desinformação e seus riscos.

O papel das agências de checagem de fatos é primordial no combate


às fake news. Porém, como salientado anteriormente, é preciso que haja um
cuidado maior ao repassar as informações verdadeiras. Novamente recai-se ao
uso da linguagem clara como ferramenta de combate.

11.2.1. O USO DA LINGUAGEM CLARA NA FORMAÇÃO POLÍTICA

A primeira hipótese do uso desta linguagem seria na educação


política. Ao passo que o cidadão entende o mecanismo, os atores e a dinâmica
da política brasileira, a compreensão e a construção de voto convertem-se em
interpretação de fatos reais e não de ilusões dispersadas por fake news.

Tanto aqueles que estão no poder quanto os partidos políticos têm o


dever de contribuir para a formação cidadã. Seguindo este raciocínio, a
linguagem clara é instrumento basilar para o planejamento e aplicação da
educação política.

O conhecimento a respeito da história, neste caso brasileira, é


fundamental para que o cidadão comum consiga visualizar e assimilar as
movimentações políticas e sociais. Contudo, quando se coloca em perspectiva
os dados sobre a dificuldade de interpretação, aumenta-se o desafio de explanar
tais cenários.

Aproveitando o processo legislativo como exemplo percebe-se que


são procedimentos tão ricos em detalhes comprometedores do entendimento até
mesmo daqueles que trabalham com a área no dia a dia.

Portanto, ao instruir a população sobre o assunto utilizando termos


específicos sem levar em consideração o conhecimento desprendido pelo
coletivo, corre-se o risco de afastar ainda mais o cidadão daquele cotidiano que
impacta diretamente sua vida diária.
12
Conforme explicitado anteriormente, as fake news são ameaças à
democracia. Assim, aqueles que disparam contra o sistema democrático
também levam em consideração o conhecimento político do cidadão, pois é mais
simples pregar seus ideais totalitários, por exemplo, para o sujeito não possui
referências do que significa a doutrina democrática ou a soberania popular.

Apesar de não ser o tema central deste trabalho, frisa-se que a


educação política é de suma importância para que as fake news caiam em
desuso. Quanto mais o povo estiver consciente e informado sobre seus direitos
e deveres, mais difícil será de um agente do caos planejar e propagar
mensagens geradoras de descrenças em instituições democráticas.

Destaca-se que o sucesso do bolsonarismo, principalmente a partir


de 2018, se baseia na desinformação primária da população bem como na
insatisfação do cidadão ante a classe política.

Considerando que historicamente existe uma cultura na américa latina


de que apenas um agente político sozinho, como Simón Bolívar, poderá resolver
todos os problemas do país além dos fatores supracitados somando-se a
massiva propagação de falsas informações tem-se o resultado desastroso das
últimas eleições presidenciais brasileiras.

Desde então, normalizou-se o uso da desinformação e criou-se um


estigma contra o uso de dados e aplicação da ciência.

11.2.2. O USO DA LINGUAGEM CLARA DURANTE UMA CAMPANHA


ELEITORAL

É de notório saber entre o meio político que existem três tipos de


eleitores: os que já assumiram o compromisso de votar em no candidato X, os
que talvez votarão no candidato X e os que provavelmente darão o voto ao
concorrente de X — geralmente esses últimos possuem outros ideais.

13
A comunicação eleitoral então deve se basear em análise de dados e
conjunturas a fim de que os planos de ação e execução estejam de acordo com
a realidade.

Ao seguir um planejamento eleitoral sólido, a estratégia de uma


campanha tende a considerar as dores e sofrimentos do eleitor de forma
bastante literal.

Em outras palavras, muitas das vezes em campanhas eleitorais de


âmbito municipal, a comunicação eleitoral do candidato foca em questões fáticas
e práticas do cotidiano do eleitor apresentando soluções ou destacando os erros
cometidos pelo seu concorrente.

A linguagem clara adentra à baila justamente por adequar a forma


como a campanha repassará informações ao eleitor. O candidato é treinado e
capacitado a usar figuras de linguagem compatíveis com seu público alvo. O
restante da campanha utiliza a mesma linha para elaborar os projetos midiáticos,
como aqueles para as redes sociais ou para a rádio local.

Num cenário no qual a campanha de um candidato faz uso de fake


news para atacar o adversário, a utilização da linguagem clara é imprescindível
para que a desinformação seja combatida e que a realidade dos fatos, ou a
melhor narrativa, possa ser entregue ao eleitor.

O ponto chave é que uma campanha eleitoral nada mais é que o


resultado de um plano de ação elaborado com antecedência, ou seja, não há
tempo hábil para construir uma imagem do zero em algumas semanas que tenha
tamanhas autoridade e credibilidade para refutar informações falsas de pronto.

Durante a campanha, o candidato colhe os frutos da construção da


marca realizada anteriormente.

Pelo curto tempo destinado à colheita, a viralização de fake news


pode ser fatal para um candidato se não houver um alinhamento perfeito dentre
a equipe eleitoral.
14
De qualquer forma, a linguagem clara se mostra necessária mais uma
vez ante à velocidade do compartilhamento de informações. A geração Z,
primeira a nascer num ambiente digital, produz conteúdos audiovisuais com
maestria. Entretanto, estes conteúdos podem parecer rasos quando analisados
por alguém de gerações anteriores se o criador original não conseguir
transparecer o que quer nos quinze segundos.

Por isso é indispensável o planejamento conforme às diretrizes para


se comunicar claramente. Quinze segundos podem gerar simpatia ou antipatia
junto ao eleitor.

O desafio de combater a desinformação num período eleitoral é no


mínimo duplo, pois deve-se encaixar a informação correta num formato rápido e
replicar o conteúdo num curto espaço de tempo.

11.2.3. O USO DA LINGUAGEM CLARA NA COMUNICAÇÃO


INSTITUCIONAL

Num momento posterior da jornada, quando o candidato passa


ocupar o cargo pleiteado, a comunicação institucional torna-se primordial para
manter o cidadão bem informado e ainda para fundamentar a próxima disputa
eleitoral.

A comunicação institucional não se confunde com a manutenção da


presença midiática do agente político. Apesar de ser uma linha tênue, carece
haver uma separação entre a imagem institucional da imagem política/pessoal.

Partindo desta premissa, a utilização da linguagem clara aconteceria


em todos os âmbitos das comunicações. Poderia prevalecer junto à formação
cidadã, esclarecendo a respeito de serviços públicos etc., bem como na seara
particular do agente político para que ele consiga estreitar ainda mais os laços
com o cidadão e potencial eleitor.

15
Utiliza-se um comunicado da Prefeitura Municipal de Formiga/MG,
disponibilizado em sua página eletrônica, como exemplo de comunicação
truncada:

O comunicado ficaria no seguinte formato quando aplicada a


linguagem clara:

16
COMUNICADO

A Prefeitura de Formiga informa que o pagará a 3ª parcela do


Auxílio Emergencial Municipal nesta sexta-feira, dia 08 de outubro,
por meio do aplicativo “Caixa Tem”.

Cabe ressaltar que a ferramenta precisa ser utilizada também pela


oposição, pois facilita a explanações quando a gestão não cumpre com seu
papel fundamental, por exemplo, ou até mesmo divulga falsas notícias ou dados
visando aumentar a própria credibilidade.

A título de exemplo aproveita-se da notícia divulgada na plataforma


digital G1, qual seja “Parlamentares da oposição pedem no STF investigação de
Bolsonaro por fake news sobre vacina e Aids”, para salientar mais uma vez o
papel da oposição em, além de tomar as medidas legais cabíveis, informar de
forma séria e ética à população quanto à gravidade desta declaração.

A imprensa noticia neste caso específico que o Presidente Bolsonaro


compartilhou uma informação falsa, contudo, não explica didaticamente o porquê
da declaração ser uma fake news.

17
12. CONCLUSÃO

Analisar processos comunicacionais conforme aspectos sociológicos


auxilia a situar a relevância política das fake news como representação de um
período político no qual opiniões, crenças, motivações e atitudes destoam da
razoabilidade.

Ao vislumbrar a possibilidade do uso da linguagem clara como


ferramenta, espera-se que sua utilização contribua para a democratização
linguística no Brasil.

O cidadão tem o direito e o dever de compreender o que acontece a


sua volta. Claro que o fortalecimento do ensino público ainda é um dos principais
objetivos quando se trata da formação do senso crítico.

No entanto, é imperioso reconhecer a parcela da população que não


teve a oportunidade de uma educação formal de qualidade. Por isso ventila-se o
uso da linguagem clara para auxiliar na batalha já em curso.

Comunga-se da conclusão de Castells no Volume III de “A era da


Informação” que diz: “se as pessoas forem esclarecidas, atuantes e se
comunicarem em todo o mundo, dentre outras condições, a harmonia será
instaurada socialmente”.

Até a conclusão do presente trabalho não há perspectiva, apesar de


esforços de diferentes atores, das fake news caírem em desuso.

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