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BS “D

‫ע ֹזֽב ׃‬
ֲ ַ ‫ֽל־‬ ‫כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י‬
ֶ ‫ִ ֤י‬
Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).
Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Shalom! Parashá Beha’alotechá – 19 de Sivan de 5772 (09/06/2012) Ano-5 N-261
‫ָהֽם׃‬
ֶ ‫צ ֥א ל‬
ָ ‫מ‬
ָ ‫ָהם‬
ֶ֖ ‫ס ֥ף ל‬
ֵ ֵֽ‫ג ֥י הַ ָ ֛ם י‬
ֵ ְ ‫אֽת־ ָל־‬
ֶ ‫צ ֣א לָהֶ ֑ם אִ ֣ם‬
ָ ‫מ‬
ָ ‫ָהם‬
ֶ֖ ‫ָק֛ר י ִ ָ חֵ ֥ט ל‬
ָ ‫צ֧אן ב‬
ֹ ֲ‫ה‬
“Degolar-se-ão para eles ovelhas e vacas que lhes bastem? Ou ajuntar-se-ão para eles todos os peixes
do mar que lhes bastem?” (Bamidbar 11:22)
As palavras do nosso mestre Moshê merecem um esclarecimento: pode-se imaginar que um gigante
como ele tenha dúvidas sobre a possibilidade de D-us trazer gado e rebanhos suficientes para todo o povo? Outro
ponto a analisar: qual a sua intenção ao dizer “umatsa lahem – que lhes bastem”, que, a principio, carece de
significado na frase? O esclarecimento das dúvidas é o seguinte: Moshê receava que, se D-us trouxesse toda essa
quantidade de gado e rebanho suficiente para milhões de pessoas por um mês, o acampamento do povo se tornaria
um lugar “inóspito”, cheio de sangue e sujeira devido ao abate de tantos animais, e, portanto, não seria possível
manter o povo num lugar com estas condições. E, se fossem trazidos todos os peixes do mar, que não necessitam
de abate, de qualquer forma, o povo teria grandes dificuldades e se fatigaria muito para colher e trazer toda essa
quantidade de peixes. Logo, Moshê quis dar um “conselho” a D-us: que se trouxesse uma quantidade pequena de
gado e rebanho mas que, ao comerem, um milagre ocorresse e ficassem satisfeitos com a multiplicação interna do
material ingerido. Assim, os problemas temidos por Moshê não ocorreriam e as reclamações do povo seriam
atendidas. Por isso D-us respondeu a Moshê: “A mão de D-us é curta?” (Bamidbar 11:23). Será que D-us não
pode trazer toda essa quantidade de carne e, ainda assim, impedir que o sangue e a sujeira atrapalhem? E
realmente assim fez D-us, ao trazer o “selav” ao acampamento com o vento do mar e sem grandes sujeiras e fatiga
para recolhê-los. (Adaptado do livro Aderet Eliyahu do Hhacham Rabbi Yossef Hhaim de Baghdad, o Ben Ish Hhai)
Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)
Resumo da Parashá–Beha'alotechá (Livro Bamidbar – Números 8:1 – 12:16)
A Parashá Beha’alotechá inicia-se com uma breve discussão sobre o acendimento diário da Menorah de ouro
no Tabernáculo, seguida por uma descrição do ritual de consagração dos Levitas. A Torah, então, descreve a
celebração de Pessahh no segundo ano no deserto, completada com a oferenda do corban Pessahh. Aqueles que
estavam impuros na data regular de Pessahh e, portanto, incapazes de participar na oferenda são ordenados a celebrar
Pessahh Sheni, uma celebração similar realizada um mês mais tarde, quando o cordeiro pascal é comido com matsá e
ervas amargas. Após mencionar a nuvem e o fogo que pairavam, alternadamente, sobre o Tabernáculo, a Torah
descreve o procedimento padrão pelo qual os Filhos de Israel levantavam acampamento para continuar suas viagens
pelo deserto. Logo após deixar o Monte Sinai e viajar até o deserto de Paran, o povo começa uma série de amargas
reclamações. Incitados pelo ereb rab (a mistura de povos que se juntou ao povo judeu na saída do Egito), os Filhos de
Israel ficaram insatisfeitos com o Mán, sua miraculosa porção diária de pão celestial. Quando Moshê começa a se
desesperar, D-us autoriza que ele selecione setenta anciãos para compor o San’hedrin, a corte que o ajudaria a liderar a
nação. Quase imediatamente, dois dos membros recém-eleitos anunciam uma profecia no acampamento. D-us envia
um enorme bando de codornas, que o povo junta para comer; aqueles que haviam reclamado da falta de alimentos
comem demais e morrem durante este fato sobrenatural. A porção conclui com Miriam falando lashon hará,
maledicência, a Aharon sobre seu irmão Moshê. Ela é punida por D-us com lepra e fica de quarentena fora do
acampamento por sete dias, e o povo a aguarda para seguir viagem. (Adaptado do site Chabad.org.br) Por Jaime Boukai
Curiosidade da Semana: A Torah e o Big Ben
No início desta Parashá, a Torah discute brevemente a Mitsvá da Menorah, que era acesa a cada dia no
Mishcán. Tal como escrevemos na Edição no. 155, a Torah (Bamidbar 8:3) faz questão de nos informar que “Vaya’as
ken Aharon [...] – E assim fez Aharon [...]”, um passuk que, segundo Rashi, vem louvar Aharon “she'lo shina”, i.e. por
ter cumprido a Mitsvá exatamente como lhe fora ordenado, sem qualquer desvio. Este breve comentário de Rashi tem
gerado inúmeras páginas de literatura, em que muitos estudiosos se esforçaram para explicar a sua intenção... Por que
alguém esperaria que Aharon iria “desviar-se”? Por que ele mereceu ser louvado pelo cumprimento deste comando
especificamente? Uma explicação que tem sido oferecida (entre muitas) centra-se no comando preciso que D-us emitiu
nesta Parashá (ibid. 8:2): “Beha'alotechá et ha'nerot”, que significa, literalmente, “Quando elevares as lamparinas”. O
Cohen que acendia as lâmpadas da Menorah devia subir numa pequena escada que havia diante dela para alcançar as
lamparinas. Aharon era um homem alto, e poderia ter pensado consigo mesmo: “Eu não preciso subir nesta escada...
Eu posso facilmente alcançar as lâmpadas da Menorah sem ela!”. Muitas pessoas na mesma situação teriam
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desconsiderado este requisito, com base na sua intuição lógica. Aharon, entretanto, “não se desviou”; ele fez
exatamente como lhe foi ordenado, sem modificar as regras baseando-se em seu próprio raciocínio. Este foi o grande
mérito de Aharon – e a grande lição que ele nos ensina. Devemos observar todas as Mitsvot, e todos os seus detalhes,
com estrita observância, e não tentar “desviar-nos” das regras baseando-nos em nossa intuição. Existe uma Halachá
que estabelece que, quando o Sefer Torah é levantado na sinagoga e mostrado para a congregação, ele deve ser erguido
bem alto. Rav Yitschac Hutner (1906-1980) explicou este requisito fazendo uma analogia ao Big Ben, um relógio
existente em uma alta torre na Inglaterra que se tornou uma grande atração turística no país. Segundo a analogia de Rav
Hutner, o relógio fica em uma posição muito elevada não só para que possa ser visto de longe, mas também para que
seja mantido fora do alcance das pessoas. Se as pessoas tivessem acesso ao relógio, elas mexeriam nos seus ponteiros
caso eles não correspondessem ao horário marcado em seus próprios relógios. As pessoas que construíram o grande
relógio garantiram que ele estaria muito longe do alcance humano, de modo que as pessoas iriam ajustar os seus
relógios de acordo com o Big Ben, e não o contrário. É por isso que a Torah deve ser erguida bem alto na sinagoga –
para nos lembrar que ela está “fora de alcance”. Temos que mudar a nós mesmos para nos ajustarmos à Torah, ao invés
de tentarmos mudar a Torah para se ajustar à nossa intuição. Suas Leis são definitivas, e, se, inicialmente, pensamos de
forma diferente, então devemos modificar nosso pensamento para que corresponda às Leis da Torah. Aharon dá um
exemplo de completa submissão à autoridade da Torah, sem questioná-la com base no raciocínio humano, e este é o
exemplo que devemos seguir em nossa atitude para com a Torah e suas Mitsvot. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
A Profecia de Eldad e Medad
Dentre os setenta e dois homens escolhidos por Moshê para participarem do sorteio para a posição de
Anciãos, dois homens, tsadikim extraordinários, não compareceram ao Tabernáculo. Esconderam-se no
acampamento, dizendo: “Não merecemos a grande honra de nos tornarmos líderes”. Disse D-us: “Vocês foram
humildes; por isso, Eu os elevarei sobre os outros Anciãos”. Enquanto os Anciãos ainda estavam no Tabernáculo,
o Espírito de D-us pairou sobre Eldad e Medad, que começaram a profetizar. Eldad previu: “Moshê deixará este
mundo, e Yehoshua será seu sucessor. Yehoshua levará os Judeus à Terra Santa, e tomará posse dela”. Medad
profetizou: “Em breve, aves de nome slav serão trazidas do mar, cobrirão o acampamento e se tornarão uma
cilada para o povo judeu”. O filho mais velho de Moshê, Guershon, correu ao Santuário para relatar as palavras de
Eldad e Medad. Yehoshua, que percebera que estes dois homens receberam suas profecias diretamente de D-us,
sem a mediação de Moshê, exclamou: “Meu Mestre, Moshê, rogue a D-us para que retire o Espírito Divino deles!
Merecem a pena de morte por profetizarem independentemente na presença de seu mestre!” Moshê, contudo, não
estava preocupado com o fato de que D-us elevara outros profetas além dele, e que esses previram seu
falecimento. “Você não precisa zelar por mim, Yehoshua – tranqüilizou seu pupilo. – Estou contente que eles
foram diretamente inspirados por D-us. Meu sincero desejo é que todos os judeus pudessem tornar-se profetas
desse nível!” Moshê, o mestre de todos os profetas, alcançou a perfeição de caráter. Era completamente
indiferente à sua honra pessoal, e preocupado apenas com o benefício de seus semelhantes. (chabad.org)
Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Pérolas da Parashá:
A Torah declara: “E o Povo queixava-se injustamente aos ouvidos do Todo-Poderoso” (Bamidbar 11:1).
Por que reclamavam? Rashi, o grande comentarista da Torah, nos explica que o Povo não tinha reais motivos para
reclamar. Estavam apenas procurando uma desculpa para se afastarem de D-us. Por que seria? Reclamar é
incorreto! O comportamento psicológico de muitos que reclamam é livrar-se das obrigações devidas pelos favores
e benesses que alguém lhes tenha feito, arrumando alguma acusação contra este alguém. Para estas pessoas, a
gratidão a D-us, ou a uma pessoa, pode ser um fardo pesado. A ingratidão pode criar um ser humano muito
desagradável. Aquele que focaliza apenas no que lhe está faltando cega a si mesmo em relação ao que já tem. Isto
não é apenas um meio de tornar miserável a própria existência, mas uma contradição com a nossa obrigação de
sermos gratos ao Todo-Poderoso. Qualquer um que ‘sofra’ desta característica precisa fazer um esforço
concentrado pra reconstruir sua capacidade de apreciar e estimar as coisas que possui e o que lhe acontece na
vida. Isto é crucial tanto no âmbito espiritual como em relação a se viver uma vida feliz. Nossa lição: Sejamos
positivos. Quando lhe perguntarem como vai, não responda: “Não tenho do que reclamar”. Respondamos, por
exemplo: “Melhor, estraga!” Por Hhazan Mair Simantob Nigri (Hhazak Ubaruch)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka, Sh’muel ben Nehhama Dinah e Renee bat Sarita.
Em memória e elevação das almas de Marcos Miguel Zeitoune Ben Clair, Bida Abuab Politi Bat Jamile, Jamile Beniste Gershon Bat Habibe, Mair
Efraim Nigri Ben Simhá, Amar Haim Nigri Bat Ribcá, Bida Mansur Cohen Bat Victória, Miguel Isaac Nigri Ben Esther e Ramão Isaac Balassaino
Ben Renée.
A Equipe agradece ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

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