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UNIVERSIDADE CEUMA

COORDENADORIA GERAL DA ÁREA DA SAÚDE


COORDENADORIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA

ESTUDO COMPARATIVO DO NÍVEL DE AUTONOMIA FUNCIONAL DE IDOSAS


DO MEIO URBANO E RURAL

São Luís
2018
ANDRESSA VIEIRA DOS SANTOS

ESTUDO COMPARATIVO DO NÍVEL DE AUTONOMIA FUNCIONAL DE IDOSAS


DO MEIO URBANO E RURAL

Artigo apresentado ao Curso de Fisioterapia da


Universidade CEUMA, como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.
Orientadora: Prof.ª Ma. Karla Virgínia Bezerra
de Castro Soares.

São Luís
2018
UNIVERSIDADE CEUMA

COORDENADORIA GERAL DA ÁREA DA SAÚDE


COORDENADORIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________
Profa. Me. Karla Virgínia Bezerra de Castro Soares
Universidade CEUMA

_____________________________________
Prof. Esp. Agêge Haidar Filho
Universidade CEUMA

____________________________________
Profa. Me. Adelzir Malheiros Haidar
Universidade CEUMA
Estudo comparativo do nível de autonomia funcional de idosas do meio urbano e rural
Comparative study of the level of functional autonomy of the urban and rural elderly

Andressa Vieira dos Santos¹; Karla Virgínea Bezerra De Castro Soares²

Resumo
Introdução: No Brasil o fenômeno do envelhecimento estabelece-se de forma permanente,
sendo percebido tanto em idosos do meio urbano quanto rural, dois meios ambientalmente
distintos que apresentam desigualdades que irão sensibilizar de modo direto a vida do idoso,
trazendo à tona o aparecimento de doenças crônico-degenerativas que passam a repercutir
diretamente na diminuição da autonomia funcional e prejuízo a qualidade de vida dessa
população. Objetivo: Comparar o nível de autonomia funcional de idosas no meio urbano e
rural no estado do Maranhão. Materiais e métodos: Tratou-se de um estudo analítico
correlacional de corte transversal, com abordagem quantitativa tendo como participantes 100
idosas, sendo, 50% moradoras da capital São Luís do -MA e 50% moradoras do município de
Dom Pedro - MA. Como instrumento de coleta utilizamos o teste de Autonomia Funcional do
Grupo Latino-Americano para Maturidade (GDLAM) e um questionário biodemográfico
elaborado pelos pesquisadores caracterizando a amostra quanto á idade, estado civil, ocupação
e escolaridade. Resultados: Os resultados apontaram que, com relação a idade, 72% das
idosas rurais está na faixa de 65 a 75 anos, e idosas acima de 75 anos, apresentaram 28%.
Quanto as do meio urbano, 68% estão na faixa de 65 a 75 anos e acima de 75 anos,
apresentaram 32%. No que diz respeito a autonomia funcional, as idosas do meio rural
tiveram melhor desempenho baseado na bateria de testes do GDLAM. Tendo 8% fraco, 22%
regular, 8% bom, 40% muito bom. Já as do meio urbano, obtiveram 100% de nível fraco de
autonomia funcional. Conclusão: Idosas do meio urbano, apresentaram níveis de autonomia
funcional fraco, enquanto que as do meio rural apresentaram um nível de autonomia funcional
regular e muito bom, o que nos permite concluir que os fatores ambientais são determinantes
no que diz respeito a manutenção da autonomia funcional de idosos.

Palavras-chave: Autonomia funcional; Idosos; Ambientes rural e urbano.


Abstract

Introduction: In Brazil, the phenomenon of aging is permanently established, in both urban


and rural elderly, in two environmentally distinct means that present inequalities that directly
sensitize the life of the elderly, bringing to the surface the appearance of the chronic
degenerative disease. Diseases that directly affect the reduction of functional autonomy and
impair the quality of life of this population. Objective: To compare the level of functional
autonomy of elderly women in urban and rural environments in the state of Maranhão.
Materials and methods: This is a transversal, analytical, quantitative approach with 100
elderly women, with 50% living in the capital São Luís do-Má and 50% in the municipality of
Dom Pedro-MA. The Functional Autonomy test of the Latin American Maturity Group
(GDLAM) and a biodemographic questionnaire prepared by the researchers were used as a
collection tool, characterizing the sample in terms of age, marital status, occupation and
schooling. Results: The results showed that, in relation to age, 72% of the rural elderly
women are in the range of 65 to 75 years, and over 75 years, 28%. In relation to the urban
environment, 68% are in the age group of 65 to 75 years and over 75 years, 32%. Regarding
functional autonomy, the elderly women in rural areas presented better performance based on
the GDLAM test battery. Having 8% weak, 22% regular, 8% good, 40% very good. On the
other hand, elderly women in the urban environment obtained 100% fragile levels of
functional autonomy. Conclusion: Elderly women in the urban environment presented fragile
levels of functional autonomy, while those in rural areas presented a level of regular and very
good functional autonomy, which allows us to conclude that environmental factors are
determinant with respect to the maintenance of the functional autonomy of the elderly

Keywords: Functional Autonomy; Seniors;Rural and urban environment.

_______________________
¹Andressa Vieira dos Santos aluna do Curso de Fisioterapia da Universidade Ceuma. E-mail:
andressavieira12@hotmail.com
² Karla Virgínia Bezerra de Castro Soares. Mestre em Ciências da Motricidade Humana
Introdução

No Brasil, o envelhecimento populacional vem crescendo constantemente, saltando de


19,8% em 2000, para 30,7% em 2010. O fenômeno se deve a transição demográfica, que se dá
nas alterações do padrão reprodutivo da população, e à diminuição da taxa de natalidade e
mortalidade (SOUZA et al.,2017).
O Brasil apresenta crescimento acelerado no número de idosos, acometimento esse
que levará o país nos próximos anos à condição de sexta maior população do mundo de
pessoas com mais de 60 anos de idade. Conseguinte a esse processo, irá se verificar uma
ampliação na quantidade de idosos residentes na área urbana, à medida que irá se perceber
uma atenuação da população na área rural (RIBEIRO; FERRATTI; SÁ, 2017).
Viver no meio rural ou no meio urbano, apresentam desigualdades que irão
sensibilizar de modo direto a vida do idoso. No meio rural, são utilizadas as atividades de
cunho ocupacional, onde o trabalho agrícola (agricultura familiar, extensiva ou de
subsistência), ocupações domésticas, pecuária, extrativismo vegetal, apicultora entre outras,
terão uma maior predominância, logo a forma de lazer dos idosos é principalmente frequentar
igreja, eventos religiosos, visitar a familiares, amigos e vizinhos (RIBEIRO; FERRATTI; SÁ,
2017).
Outra diferença percebida é aquela que diz respeito ao acesso à serviços de saúde e
medicação, maiores no meio urbano quando comparadas ao meio rural. Entretanto, o
deslocamento do local da moradia para a utilização de serviços médicos é mais difícil, pois
estes idosos dependem de familiares ou residem em aéreas distantes, onde muitas vezes se
deparam com a falta de transporte coletivo, dificultando assim o acesso a esses serviços. O
mesmo deve ser considerado em diversas manifestações, como: geográfica, cultural,
econômica e funcional. Portanto, essas complicações podem dificultar a qualidade de vida e
aparecimento de doenças crônicas nos idosos (TAVARES et al., 2015).
No meio urbano existe maior dominância no desenvolvimento da tecnologia e
informação, onde é comum haver uma predisposição dos idosos ao agrupamento em centros
de conveniências e a redução de atividades laborais e domésticas. Neste, os idosos geralmente
praticam atividade física, fazem artesanato, participam de gincanas e bailes oferecidos numa
rede de parcerias (RIBEIRO; FERRATTI; SÁ, 2017). O meio urbano proporciona mais
vantagens em relação ao meio rural, no que se refere à aspectos físicos e psicológicos, e nas
questões de acesso à informação e serviços de saúde (RIBEIRO; FERRETTI, ,2017).
A autonomia funcional está correlacionada a habilidade de desenvolver as atividades
de vida diária(AVD), tendo relação direta com a diminuição das funções musculares, a qual
constitui uma das mais relevantes perdas com o aumento da idade (FONSECA et al., 2016).
Continuando as suas relações pessoais e atividades sociais, e desempenhando suas funções de
cidadão (ANDRADE et al.,2015).
Para o Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM), a
autonomia é conceituada em três aspectos: autonomia de ação, autonomia de vontade e
autonomia de pensamento. Então, pode -se entender que autonomia não pode ser definida em
um único aspecto, mas sim definida em um contexto abrangente (FONSECA et al., 2016).
A avaliação da autonomia funcional se tomou indispensável, pois tem como objetivo
diagnosticar o mais rapidamente possível alterações como: deficiências visuais e auditivas,
disfunções de membros superiores e inferiores, para que se possa elaborar condutas que
promovam a manutenção da autonomia e independência do idosos (MARANDINI; SILVA;
ABREU, 2017).
O conhecimento acerca das principais características entre idosos do meio urbano e
rural ainda são escassas, deste modo, considerando a epidemiologia da perda progressiva da
autonomia funcional a partir do envelhecimento, a escassez de estudos com foco no impacto
desta sobre a qualidade de vida do idoso segundo local de moradia, bem como as
especificidades territoriais, acredita-se que este estudo possa contribuir para ampliar a reflexão
acerca do planejamento em saúde considerando as características populacionais nos distintos
espaços.
Neste sentido, O fisioterapeuta pode, por meio da avaliação cinético-funcional e visitas
domiciliares refletir sobre estes aspectos junto aos familiares identificando as limitações
impostas pelas perdas funcionais e identificando alternativas de melhoria, o que vem justificar
este estudo.
Portanto, o objetivo desse estudo foi comparar o nível de autonomia funcional de
idosos do meio rural e do meio urbano do estado do Maranhão.

Materiais e métodos

Tratou-se de um estudo analítico correlacional, de corte transversal, utilizando uma


abordagem quantitativa. Foram considerados os níveis de autonomia funcional (variável
consequente) de idosas que vivem no meio rural e daquelas que vivem no meio urbano
(variáveis antecedentes), para realização de um estudo comparativo.
Participaram deste estudo 100 idosas com faixa etária igual ou acima de 65 anos,
frequentadores de grupos de convivência local, selecionados através de uma amostragem não-
probabilística, por quota, considerando-se o ambiente (rural x urbano) dos quais 50% eram
moradoras da cidade de São Luís, capital do Maranhão, representando o meio urbano, e 50%
moradoras do município de Dom Pedro- MA, representando o meio rural , que segundo
dados do IBGE (2015), fica localizado a 324 km da capital, tendo população estimada à
22.681 habitantes, com densidade demográfica de 63,27/km, contendo o PIB per capita de
9.037,15 R$, onde tem uma urbanização adequada, saneamento básico e domicílios com
arborização, onde a principal fonte de renda do município são: atividades agropecuárias e
extração vegetal. Para o ambiente rural foram selecionados participantes que moravam no
núcleo urbano deste município.
Os critérios de inclusão para ambos os grupos foram: Serem hígidas, atestados por
meio de informação medica, pertencerem à faixa etária igual ou acima de 65 anos, possuírem
autonomia mental e funcional para responderem aos questionários e testes específicos
relacionados ao estudo, terem assinado o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).
Foram excluídos do estudo idosas portadores de qualquer afecção que pudesse direta
ou indiretamente interferir na execução dos testes a exemplo de osteoartrite/osteoartrose em
fase aguda e subaguda; presença de fatores de risco cardiovasculares não controlados;
diagnóstico ortopédico ou neurológico que inviabilizasse /alterasse a execução de qualquer
um dos testes ou questionários, presença de dor crônica ou aguda, doença de Parkinson,
alteração de tônus e doença cerebelar, além de déficit cognitivo que impedisse a compreensão
dos comandos e as que não assinarem o TCLE.
A coleta de dados foi realizada nos centros de convivência local dos participantes,
tanto na zona urbana como na zona rural, no período de agosto a setembro de 2018, com
pesquisadores previamente treinados e orientados para passar todas as informações sobre o
estudo e intervir o mínimo possível nas respostas dadas pelos participantes.
Para o cálculo do índice de autonomia funcional aplicou-se o teste de Autonomia
Funcional do Protocolo Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade
(Protocolo GDLAM).
Protocolo GDLAM: As idosas foram submetidos a uma bateria composta por cinco
testes adotados no protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-
Americano para a Maturidade (GDLAM): caminhar 10 metros (C10 m); levantar-se da
posição sentada (LPS); levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV); levantar-se da
cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) e vestir e retirar uma camiseta (VTC). Estes testes
são caracterizados por quesitos necessários à avaliação da autonomia funcional no
desempenho das Atividades Físicas da Vida Diária (AVD). À avaliada foi solicitado que
realizasse três tentativas para cada teste e o avaliador registrou a execução mais rápida (menor
tempo). Foi utilizado um cronometro digital da marca TIMEX com precisão de milésimos de
segundos e uma camiseta tamanho “G” (Hering Brasil). (VALE et al, 2005).
O somatório de todos esses testes é utilizado para o cálculo do Índice de GDLAM
(IG). O tempo desses testes é calculado em segundos e posteriormente transformados em
escores. Escores menores representam melhor nível de autonomia funcional e vice-versa.
O IG é calculado da seguinte forma:

IG = [(C10 m + LPS + LPDV + VTC) × 2] × LCLC

As classificações da avaliação do índice de autonomia funcional, através do GDLAM


são apresentadas no quadro abaixo:

Padrão de Avaliação da Autonomia Funcional do Protocolo GDLAM


Testes C10m LPS LPDV VTC LCLC IG
Classificação (seg) (seg) (seg) (seg) (seg) (escores)

Fraco + 7,09 + 11,19 + 4,40 + 13,14 + 43,00 + 27,42


Regular 7,09– 11,19 – 4,40 – 13,14 - 43 – 27,42 –
6,34 9,55 3,30 11,62 38,69 24,98
Bom 6,33 – 9,54 – 3,29 – 11,61 - 38,68 – 24,97 –
5,71 7,89 2,63 10,14 34,78 22,66
Muito bom - 5,71 - 7,89 - 2,63 - 10,14 - 34,78 - 22,66

C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição
de decúbito ventral; VTC = vestir tirar uma camiseta e LCLC = levantar da cadeira e
locomover-se pela casa (valores em segundos). IG = índice GDLAM, valores em escores.

Utilizou-se também um Questionário Biodemográfico que permitiu a caracterização da


amostra quanto a idade, estado civil, ocupação, escolaridade, renda familiar, formas de lazer e
outros (Apêndice 2).
Os dados quantitativos e qualitativos foram organizados e armazenados em
planilhas no programa Excel 2010 durante o período de avaliações.
Ao final do estudo o tratamento dos dados foi feito com auxílio do software SPSS
18. Para Windows com aplicação de médias, desvio padrão e diferenças de percentagem. Para
as medias repetidas foi aplicada a análise de variância (ANOVA).
Este estudo foi baseado na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que
regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos. Os participantes foram devidamente
informados e esclarecidos quanto à importância e objetivo da pesquisa e havendo aceitação
para sua participação, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice
1). Foram garantidos a possibilidade de não participação na pesquisa ou desistência, a
privacidade, confiabilidade e o anonimato dos participantes. Foram informados aos
participantes os riscos e benefícios contidos no estudo e estes estarão explicitados no termo de
consentimento livre e esclarecido (Apêndice 1).
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Universidade CEUMA – UNICEUMA, com o parecer n◦ 2.519.459.

Resultados

Descreve-se, a seguir, os resultados obtidos através da coleta de dados realizada. Com


relação a idade, baseados no questionário biodemográfico, foram encontrados que as idosas
do meio rural representaram 72% com faixa etária entre 65 a 75 anos, e idosas acima de 75
anos, representaram 28% da amostra. Idosas do meio urbano, apresentaram 68% com faixa
etária entre 65 a 75 anos e acima de 75 anos apresentaram 32% da amostra (Tabela 1).

Conseguinte, as idosas do meio rural obtiveram melhor desempenho baseado na


bateria de testes do GDLAM. Apresentando 40% em nível muito bom, 8% bom, 8% regular e
44% apresentaram nível fraco. Já as do meio urbano, obtiveram 100% de nível fraco (Tabela
2).

Tabela 1 - Características Biodemográficas de idosas do Meio Rural e Urbano

Rural Urbana
Variáveis
(%) (%)
Idade (anos)
65 a 75 72 68
Acima de 75 28 32
Estado conjugal    
Casada 72 52
Solteira 28 48
Tabela 1 - Características Biodemográficas de idosas do Meio Rural e Urbano

Profissão    
Aposentada 28 46
Dona de casa 58 22
Outros 14 32
Escolaridade    
Nenhum 42 8
Primeiro grau 32 18
Segundo grau 20 32
Terceiro grau 6 42
Reside    
Sozinha 10 18
Acompanhada 90 82
Renda    
1 salário 44 34
Acima de 2 salários 56 66

Tabela 2 - Características de Funcionalidade de Idosas do Meio Rural e Meio Urbano

Variáveis Idosos Rurais Idosos Urbanos P-valor

Índice GDLAM 25,85 (±12,91) 47,33 (± 12,14) <0,001

Classificação
Frequência % Frequência %  
Funcional
1 Muito Bom 20 40 - -  
2 Bom 4 8 -    
3 Regular 22 44 50 100  
4 Fraco 4 8      
Total 50   50    

Discussão

O presente estudo contou com 100 idosas, sendo 50 residentes do meio urbano e 50 do
meio rural, todas do sexo feminino tendo idade acima de 65 anos. Com relação à idade e com
base no questionário biodemográfico, houve uma equiparação da faixa etária, com prevalência
da faixa etária entre de 65 a 75 anos, em ambos os grupos e que residiam acompanhadas. Em
estudo de Tavares et al. (2015) realizado na zona urbana e rural de Uberaba- MG, os autores
obtiveram resultados divergentes ao nosso, pois os idosos do meio urbano apresentaram maior
proporção de idosas com 75 anos ou mais e residindo sozinhas, em estudo similar de Tavares
et al., (2016), realizado em Salvador, região Nordeste, os autores relatam que tantos idosas do
meio urbano quanto idosas do meio rural residia em sua maioria acompanhadas, dados
semelhantes ao presente estudo. Isso nos faz constatar que as diferenças regionais acabam por
interferir nos aspectos culturais e fatores biodemográficos.
Aspecto importante diz respeito às diferenças percebidas no que diz respeito ao nível
de renda e escolaridade das idosas. As do meio urbano apresentaram maior índice de
escolaridade, tendo cursado até o 3º grau, enquanto que as idosas do meio rural, em sua
maioria cursaram apenas o 1º e 2º ou ainda nenhum grau de escolaridade.
Quanto as características na aposentadoria, as idosas do meio rural obtiveram maior
índice de aposentadas donas de casa, enquanto que as urbanas eram aposentadas de serviço
público. Os dados vem corroborar com o estudo de Ribeiro, Feratti, Sá (2017) confirmando
que no meio rural, são utilizadas as atividades de cunho ocupacional, onde o trabalho agrícola
(agricultura familiar, extensiva ou de subsistência), ocupações domésticas, pecuária,
extrativismo vegetal, apicultora entre outras, terão uma maior predominância, enquanto que as
do meio urbano apresentaram maior prevalência em aposentadas, mas com grande destaque à
profissão de professora e funcionárias públicas. Apesar das diferenças encontradas no perfil
das aposentadas, ambos os grupos possuíam renda acima de dois salários, valor considerado
pelas entrevistadas, como renda favorável para o meio em que vivem.
Com relação à autonomia funcional, obtida através da bateria de testes GDLAM,
constatou- se que, as idosas rurais apresentaram 40% de nível muito bom, enquanto que as
idosas urbanas apresentaram em sua totalidade nível fraco. Os dados nos levam a inferir que
as idosas rurais, devido ao ritmo de vida que levam realizando suas atividades de forma
simples e rudimentar, sem suporte tecnológico e sem dependerem de meios de transportes no
seu dia a dia, realizando seus deslocamentos à pé ou até mesmo de bicicleta, possuem uma
rotina que vem favorecer a manutenção de sua autonomia funcional, pensamento
compactuado por Silveira (2013), quando defende que o simples fato de estar realizando uma
atividade, já mantem o idoso funcionalmente ativo obtendo assim um melhor nível de
autonomia funcional., se comparado a idosos sedentários.
Nossos dados podem ser confirmados por Garcia et al. (2016), que pesquisou idosos
ativos, no que diz respeito a autonomia funcional. Seus resultados apontaram que a maioria
dos idosos apresentou índice satisfatório, se encaixando entre os níveis bom e muito bom,
mantendo sua autonomia funcional preservada.
Referente as idosas urbanas, apesar de terem melhor índice intelectual, de informação e
melhor renda, apresentaram em sua totalidade um nível fraco de autonomia funcional. Neste
contexto Ribeiro, Feratti, Sá (2017), esclarecem que no meio urbano existe predominância no
desenvolvimento da tecnologia e informação, onde é comum haver uma predisposição dos
idosos ao agrupamento em centros de conveniências e a redução de atividades laborais e
domésticas. Além destes, as maiores distâncias do meio urbano para frequentar grupos sociais
e de lazer, locais de compra e outras necessidades da vida pratica, as obriga, na maioria das
vezes, a fazer uso de transporte coletivo ou de automóvel para realizar suas atividades laborais
e domésticas, diminuído cada vez mais o habito das caminhadas.
Nesse aspecto, o acesso tecnológico presente nos grandes centros propicia facilidades
nas atividades domésticas através do uso de eletrodomésticos e rotina diante de programas na
televisão. Esses fatores, quando somados podem contribuir com o passar do tempo para a
perda da agilidade motora de um modo geral, comprometendo desta forma a velocidade e
capacidade de desempenho nas Atividades da vida diária (AVD), culminando em um baixo
nível de autonomia funcional, pois segundo Mazini (2018), a diminuição da autonomia
funcional pode acarretar implicações na execução de atividades da vida diária, como: sentar e
levantar de uma cadeira, subir escadas, caminhar e vestir-se e vice-versa.
Pesquisa realizada recentemente por Sousa, Gonçalves e Gamba (2018), no município
de Benevides- PA, situado na região norte do Brasil e com características regionais e culturais
muito próximas a nossa apresentou dados similares ao nosso ao constatar que
minoritariamente idosos da área urbana são independentes funcionalmente em relação aos da
área rural.
Pesquisa realizada por Almeida e Silva (2014), comparando idosas que praticavam
exercícios físicos como hidroginásticas e musculação e idosas sedentárias destacou que, as
idosas ativas participantes de programas de exercícios físicos de moderada intensidade,
mesmo com baixa frequência semanal, apresentaram um melhor nível de autonomia
funcional, quando comparadas as idosas que não praticam nenhum tipo de exercício físico,
podendo explicar o fato de idosas do meio urbano do presente estudo apresentarem em sua
totalidade um nível de autonomia funcional fraco, quando comparadas as idosas rurais.
Estudo de Lima, Azevedo e Reiners et al. (2016), constatou que mulheres com menos
de 80 anos são mais independentes, possuem um melhor nível de autonomia funcional,
justificado pelo próprio processo de envelhecimento. Neste sentido abrimos um parêntese
para maior discussão com relação ao paradigma idade: as idosas de ambos os grupos aqui
analisadas apresentavam idades similares, entretanto o nível de autonomia foi discrepante,
alertando que não só o fator idade é suficiente para a manutenção da mesma. É possível que
fatores ambientais e de habito de vida sejam predisponentes para divergências funcionais.

Conclusão

O presente estudo realizado com idosas urbanas e rurais apontou que que idosas do
meio urbano, apresentaram níveis de autonomia funcional fraco, quando comparadas a idosas
do meio rural, apesar de pertencerem a mesma faixa etária. Isso nos permite afirmar que os
fatores ambientais e estilo de vida são determinantes, no que diz respeito ao nível de
autonomia funcional.
Finalmente, destacamos aqui que a capacidade funcional é um importante indicador da
saúde de nossos idosos, visto que garante a sua autonomia funcional e conhece-la amiúde
pode favorecer a implementação e elaboração de políticas públicas que visem melhorar da
qualidade de vida de nossos idosos.
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APÊNDICES
APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE CEUMA
COORDENADORIA GERAL DA ÁREA DA SAÚDE
COORDENADORIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Ceuma:


Endereço: Rua Josué Montello, No 01 – Renascença II – CEP:
65075-120 – São Luís – MA
Fone / Fax: (98) 3214-4212 e-mail: cep@ceuma.br

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do Estudo:
ESTUDO COMPARATIVO DO NÍVEL DE AUTONOMIA FUNCIONAL ENTRE
IDOSOS DO MEIO URBANO E MEIO RURAL DO ESTADO DO MARANHÃO.

Você está sendo convidado a participar de um estudo de pesquisa que se destina a


comparar a autonomia funcional de idosos do meio urbano e do meio rural do estado do
Maranhão, já que tem importância na realização de atividades do cotidiano. Este estudo é
importante porque através dele poderemos identificar o nível de autonomia funcional entre
esses idosos da aérea urbana e aérea rural, e através disso, intervir da melhor forma e lhe
repassar as devidas orientações de prevenção para a manutenção desses fatores.

O estudo será feito da seguinte maneira: Iremos solicitar que você responda um
questionário, para conhecermos seu perfil sóciodemografico, além deste você será solicitada a
realizar um teste de autonomia funcional através do teste GDLAM. Este teste nos indica o
nível da autonomia funcional e desempenho na realização de atividade física de vida diária,
que será divido em 5 etapas: caminhar 10 metros, (C10 m), levantar -se da posição sentada
(LPS), levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV), levantar-se da cadeira e locomover-se
pela casa (LCLC) e vestir e retirar uma camiseta (VTC). Será realizada duas medições e
considerado a execução mais rápida (menor tempo).
Este estudo apresenta como risco o fato de você eventualmente sentir-se incomodado
ou constrangido durante a aplicação dos questionários e dos testes específicos. Por outro lado,
a pesquisa poderá trazer benefícios diretos e indiretos ao contribuir com a detecção precoce de
possíveis fatores que irão lhe tornar vulnerável a eventuais fatores que levem a diminuição de
sua autonomia funcional, funcionando como prevenção de eventos que possam acarretar a
minimização da mesma e de suas consequências.

Sempre que você desejar será fornecido esclarecimentos sobre cada uma das etapas
do estudo. A qualquer momento, você poderá recusar a continuar participando do estudo e,
também, poderá retirar seu consentimento, sem que para isto sofra qualquer penalidade ou
prejuízo, ou seja, sem qualquer prejuízo da continuidade do seu acompanhamento médico.

Será garantido o sigilo quanto a sua identificação e das informações obtidas pela sua
participação, exceto aos responsáveis pelo estudo, e a divulgação das mencionadas
informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto. Você não será
identificada em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.

_______________________________
Pesquisador responsável
Msc. Karla Virginia Bezerra de Castro Soares-

CREFITO – 18479-F;
E-mail: Karla1441@yahoo.com.br;
Telefone: 988051314

São Luís, ______/_____/______

Assinatura do sujeito ou responsável


APÊNDICE 02- QUESTIONÁRIO BIODEMOGRÁFICO

1. DADOS PESSOAIS
1.1 Idade:
1.2 Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )
1.3 Nível de escolaridade: Nenhum ( ) Primeiro Grau( ) Segundo Grau( ) Terceiro
grau( )
1.4 Profissão:
1.5 Renda Familiar < salários ( ) > 2 salários ( )
1.6 Situação Conjugal Solteiro ( ) Casado/convivente ( )
1.7 Reside Sozinho ( ) Acompanhado ( )
1.8 Possui cuidador Sim ( ) Não( )

2. ATIVIDADES
2.1 Atividades físicas ( ) atividades de laser( ) atividades religiosas( )
2.2 Participação em ONG/ grupo de convivência, etc. Sim ( ) Não( )
ANEXOS
ANEXO 01- PROTOCOLO GDLAM

Avaliação da Autonomia Funcional

Para avaliar a autonomia funcional, os idosos serão submetidos a uma bateria

composta por cinco testes adotados no protocolo de avaliação funcional do Grupo de

Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM): caminhar 10 metros (C10

m); levantar-se da posição sentada (LPS); levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV);

levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) e vestir e retirar uma camiseta

(VTC).

 Material e procedimentos para o teste caminhar 10 metros (c10m):

Será utilizado um cronometro digital da marca TIMEX com precisão de milésimos de

segundos, uma trena para delimitar um corredor de 10 metros e uma cadeira, com apoio de

braços. O propósito deste teste será avaliar a velocidade que o indivíduo leva para percorrer a

distância de 10 metros. O idoso será instruído a levantar-se da cadeira e caminhar por 10

metros e seu tempo será cronometrado.

 Material e procedimento para o teste de levantar-se da posição sentada (LPS)

Será utilizado um cronometro digital da marca TIMEX com precisão de milésimos de

segundos, uma cadeira com encosto reto e sem apoio dos braços. O teste visa avaliar a

capacidade funcional da extremidade inferior. O idoso ficará sentado na cadeira e após o sinal

“atenção vai” o idoso levantará, ficará ereto e voltará a posição sentado. Repetirá este

movimento por cinco vezes consecutivas. O tempo para realização deste movimento será

cronometrado. Como medida de segurança, o avaliador permanecerá ao lado do idoso.


 Material e procedimento para o teste levantar-se da posição decúbito ventral

(LPDV)

Será utilizado um cronometro digital da marca TIMEX com precisão de milésimos de

segundos e um colchonete no chão. Este teste avaliar a habilidade do indivíduo para levantar-

se do chão. O idoso ficará deitado no colchonete, na posição de decúbito ventral e após o sinal

“atenção vai” o idoso levantará e permanecerá na posição ortostática. O tempo para realização

deste movimento será cronometrado. Como medida de segurança, o avaliador permanecerá ao

lado do idoso.

 Material e procedimento para o teste levantar-se da cadeira e locomover-se pela

casa (LCLC).

Será utilizado um cronometro digital da marca TIMEX com precisão de milésimos de

segundos, uma cadeira com encosto reto e sem apoio dos braços, dois cones e uma trena. O

objetivo será avaliar a capacidade do idoso na sua agilidade e equilíbrio, em situações da vida.

Com uma cadeira fixa no solo, devem-se demarcar dois cones diagonalmente à cadeira, a uma

distância de quatro metros para trás e três metros para os lados direito e esquerdo desta. O

indivíduo inicia o teste sentado na cadeira com os pés fora do chão; ao sinal de “Atenção vai”,

ele se levanta, move-se para direita, circula o cone, retorna para a cadeira, senta-se e retira

ambos os pés do chão. Sem hesitar, faz o mesmo movimento para a esquerda. Imediatamente,

realiza novo percurso, para a direita e para a esquerda, assim perfazendo todo o percurso e

circulando cada cone duas vezes em menor tempo possível.

 Teste de vestir e tirar a camiseta

Será utilizado um cronometro digital da marca TIMEX com precisão de milésimos de

segundos e uma camiseta tamanho “G” (Hering Brasil). Este teste visa avaliar a autonomia

funcional dos membros superiores, através da mensuração do tempo necessário para vestir e

tirar uma camiseta. Este é um movimento comum ao idoso (ato de vestir-se sozinho) no seu
cotidiano. O indivíduo deve estar de pé, com os braços ao longo do corpo e com uma camiseta

em uma das mãos (no lado dominante). Ao sinal de “atenção vai”, ele deve vestir a camiseta

e, imediatamente, retirá-la, retomando á posição inicial. O cronometro deve ser acionado

quando o mesmo retornar a sua mão, com a camiseta, para o lado do corpo, estando o braço

estendido.

O avaliado deverá realizar duas tentativas para cada teste e o avaliador registrará a

execução mais rápida (menor tempo). Todos esses testes são utilizados para o cálculo do

Índice de GDLAM (IG). O tempo desses testes é calculado em segundos. Escores menores,

nesse instrumento, representam melhor nível de autonomia funcional e vice-versa.

O IG é calculado da seguinte forma:

IG = [(C10 m + LPS + LPDV + VTC) × 2] × LCLC


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As classificações da avaliação da autonomia através do GDLAM são apresentadas no

quadro abaixo:

Quadro 2: Padrão de Avaliação da Autonomia Funcional do Protocolo GDLAM

Testes C10m LPS LPDV VTC LCLC IG


Classificação (seg) (seg) (seg) (seg) (seg) (escores)

Fraco + 7,09 + 11,19 + 4,40 + 13,14 + 43,00 + 27,42


Regular 7,09– 11,19 – 4,40 – 13,14 - 43 – 27,42 –
6,34 9,55 3,30 11,62 38,69 24,98
Bom 6,33 – 9,54 – 3,29 – 11,61 - 38,68 – 24,97 –
5,71 7,89 2,63 10,14 34,78 22,66
Muito bom - 5,71 - 7,89 - 2,63 - 10,14 - 34,78 - 22,66

C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da


posição de decúbito ventral; VTC = vestir tirar uma camiseta e LCLC = levantar da cadeira e
locomover-se pela casa (valores em segundos). IG = índice GDLAM, valores em escores
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO
MARANHÃO - UNICEUMA

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: UNIVERSIDADE CEUMA SEM FRONTEIRAS


Pesquisador: Maria Erivânia Alves de Araújo
Área Temática:

Versão: 2
CAAE: 78827617.9.0000.5084
Instituição Proponente: Centro Universitário do Maranhão - UniCEUMA
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 2.519.459

Apresentação do Projeto:

O envelheçimento humano, constitui um conjunto de alterações morfofuncionais que levam o


indivíduo a um processo contínuo e irreversível de desestruturação orgânica, envolvendo fatores
hereditários, a ação do meio ambiente, a própria idade, a dieta, tipo de ocupação e estilo de vida. O
estudo visa proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos idosos por meio da promoção do bem-
estar físico, psicológico e social. A pesquisa será desenvolvida por uma equipe multidisciplinar,
tendo como participantes idosos voluntários de um programa de assistência ao idoso do Maranhão. A
coleta de dados será realizada inicialmente pela aplicação de um questionário sóciodemográfico, e em
seguida, serão realizadas as avaliações com cada um dos profissionais docentes e acadêmicos
envolvidos no projeto.Posteriormente às avaliações serão aplicados protocolos de intervenções no
período de três meses (a cada semestre) constando: exercícios fisiomotriz; hidrocinesioterapia;
musculação; psicoestimulação; acompanhamento nutricional; diagnóstico, prognóstico e elaboração do
plano de tratamento odontológico. Após 12 semanas de aplicação dos protocolos de intervenções, iniciar-
se-á o período de reavaliação.

Objetivo da Pesquisa:

Proporcionar uma melhoria na qualidade de vida dos idosos por meio da promoção do bem-estar físico,
psicológico e social.

a) Estimular no idoso o seu potencial cognitivo, através de recursos que potencializem as suas
capacidades de memória, atenção, concentração e
Endereço: DOS CASTANHEIROS
Bairro: JARDIM RENASCENCA CEP: 65.075-120
UF: MA Município: SAO LUIS
Telefone: 98)3214-4212 E-mail: cep@ceuma.br
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO
MARANHÃO - UNICEUMA
Continuação do Parecer: 2.519.459

pensamento;b) Avaliar as atividades básicas da vida diária (ABVD’s) dos idosos;c) Analisar a força
muscular respiratória e a força muscular dos membros superiores, inferiores e tronco;d) Prevenir
quedas através do controle do equilíbrio e autonomia funcional;e) Estimular a prática de exercício
físico contribuindo para o controle e redução de doenças crônico-degenerativas;f) Promover a prática
da musculação para reduzir a perda de massa magra, melhorar a força muscular e o controle do
peso corporal;g) Avaliar o consumo alimentar e estado nutricional;h) Realizar atividades voltadas a
educação nutricional;i) Avaliar o nível de dor articular e o grau de flexibilidade da cadeia muscular
posterior; j) Realizar avaliação odontológica aos pacientes da terceira idade promovendo a saúde
bucal e devolver o equilíbrio do sistema estomatognático.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Os riscos da participação na pesquisa são mínimos. Embora constitua um evento raro, durante a
realização dos testes de avaliação, bem como durante o treinamento com os exercícios relacionados
à fisiomotricidade, musculação, Pilates e hidrocinesioterapia, a possibilidade de ocorrer períodos de
dificuldade para respirar poderá acontecer, o que já é esperado principalmente em indivíduos idosos.
No entanto, todos os esforços serão feitos para minimizar estas ocorrências através da aferição da
pressão arterial e da frequência cardíaca na ocorrência de desconfortos respiratórios, e observação
de sudorese excessiva antes e após a realização dos exercícios. Além disso, os exercícios serão
aplicados respeitando as características individuais de cada participante. Como benefícios apresenta
a melhora das condições circulatórias contribuindo para o alívio da dor, minimização da incapacidade
funcional, independência nas atividades de vida diária, melhora do equilíbrio, da flexibilidade e do
estado cognitivo, além do restabelecimento da saúde bucal e nutricional. O participante será
estimulado à socialização, uma vez que os exercícios são realizados em grupo.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Trata-se de uma pesquisa de caráter avaliativa, onde serão acompanhados um grupo de idoso nas
diferentes áreas da saúde, o estudo é importante para a população de estudo, apresenta objetivos
claros e método adequado.

Projeto pertinente com método adequado e se enquadra nas linhas de atuação da equipe executora

Endereço: DOS CASTANHEIROS


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