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Lactação e Amamentação

Prof Ana Paula Ravagnani Costa


LEITE MATERNO
• Substância viva e complexa
– Ação protetora → infecções e alergias
– Desenvolvimento adequado do sistema
imunológico do bebê

Diminui a morbi/mortalidade infantil!


LEITE MATERNO
• Componentes solúveis:
– Imunoglobulinas (IgA,IgM,IgG)
– Lisozimas e outras enzimas
– Lactoferrina
– Fator bífidus
– e outras substâncias imunorreguladoras
• Componentes celulares:
– Macrófagos, linfócitos, granulócitos...
TIPOS DE LEITE MATERNO
Composição varia ao longo do tempo, acompanhando o
crescimento e desenvolvimento da criança.

• Leite precoce: produzido na gravidez (20 dias antes do


parto = colostro)

• Colostro: 1ª secreção das glândulas mamárias – 1ª


semana após o parto – varia de 2 a 20 ml por mamada
nos 3 primeiros dias;
– Pobre em gorduras e rico em proteínas.
– Rico em proteínas protetoras – imunoglobulina secretória
A(IGsA)
Fases do Leite Materno
• Colostro
Esse é o primeiro leite produzido pela mãe,
entre o 1° e o 5° dia após o parto.
• Leite de transição
A quantidade de leite aumenta entre o 6° e
o 15° dia após o nascimento do bebê
– Rico em açúcar e gorduras.
– Leite maduro
É o leite que alimentará o bebê do 15° dia em
diante. Ele contém todos os nutrientes
necessários para o desenvolvimento da criança.
TIPOS DE LEITE MATERNO
• Na própria mamada:
– leite anterior → - gorduras e + água
– leite posterior → + gorduras → saciedade

• Carboidrato mais abundante no LM: lactose


• Lipídio mais abundante: triglicerídeos.
• Ferro: absorção de +- 40%
LEITE MATERNO
LEITE MATERNO
LEITE MATERNO
LEITE MATERNO
Benefícios da amamentação
para a mulher
Benefícios da amamentação
para a mulher
LACTAÇÃO
• PROLACTINA:
– Essencial para a manutenção da lactação →
“hormônio maternal”
– Induz a síntese de proteínas do leite e de
ácidos graxos
– Níveis aumentam no final da gestação, mas
galactopoiese (síntese do leite!) fica
inativada pelos hormônios placentários
(progesterona) → desaparecem após parto
– Sucção do mamilo → secreção prolactina
Prolactina
LACTAÇÃO
• OXITOCINA:
– Responsável pela ejeção do leite → o leite não flui
espontaneamente até os seios lactíferos
– Contração dos músculos ao redor dos alvéolos →
leite para os seios lactíferos
– Inicia no 1º minuto da amamentação
– Pode ser reflexo condicionado pelo choro, voz,
horário da mamada, lembrança do bebê...

Pode ser inibido facilmente por estresse, ansiedade,


preocupação
POSIÇÕES PARA AMAMENTAR
POSIÇÃO DO BEBÊ

Pega correta

Pega
incorreta
POSIÇÃO DO BEBÊ
Considerações práticas
• Início da amamentação:
– 1ª hora (Hospital Amigo da Criança)

• Duração:
– Esgotamento da mama → eructação → oferecimento da
próxima mama

É importante lembrar que a Organização


Mundial de Saúde (OMS) recomenda o
aleitamento exclusivo nos 6 primeiros
meses de vida, podendo ser prolongado
até os 2 anos ou mais.
Considerações práticas
• Livre demanda
https://www.youtube.com/watch?v=VGTwy
U2un9o
Unicef
• Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno
• 1 – Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno,
que deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe
do serviço.
• 2 – Treinar toda a equipe, capacitando-a para
implementar essa norma.
• 3 – Informar todas as gestantes atendidas sobre as
vantagens e o manejo da amamentação.
• 4 – Ajudar a mãe a iniciar a amamentação na primeira
meia hora após o parto.
• 5 – Mostrar às mães como amamentar e como manter a
lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus
filhos.
• 6 – Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou
bebida além do leite materno, a não ser que tenha
indicação clínica.
• 7 – Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e
bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.
• 8 – Encorajar a amamentação sob livre demanda.
• 9 – Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças
amamentadas.
• 10 – Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à
amamentação, para onde as mães devem ser
encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.
COMPLICAÇÕES DO
ALEITAMENTO MATERNO
• Ingurgitamento mamário (leite empedrado):
mais comum na 1ª semana pós-parto.
– Evitar que a ejeção demore a acontecer →
amamentação na primeira hora.
– Massagear as mamas
COMPLICAÇÕES DO
ALEITAMENTO MATERNO
• Fissuras e rachaduras:
– Comuns no 1º mês pós-parto.
– Causas: pega errada / preparo inadequado das
mamas.
– Prevenção: tomar sol na área dos mamilos nas
últimas semanas gestacionais.
– Usar posição de mamada invertida
COMPLICAÇÕES DO
ALEITAMENTO MATERNO
COMPLICAÇÕES DO
ALEITAMENTO MATERNO
• Mastite:
– Inflamação da mama.
– Dor, calor, rubor e edema.
– Mais comum após ingurgitamento.
COMPLICAÇÕES DO
ALEITAMENTO MATERNO
• Hipogalactia:
– Produção insuficiente de leite.
– Causado pela Síndrome de Sheehan (é a necrose da
glândula pituitária decorrente de uma complicação
hemorrágica pós-parto)
– A pituitária é responsável por várias funções do
organismo como crescimento, metabolismo,
produção de corticoides naturais, menstruação e
produção de óvulos, produção de espermatozoides e
produção de leite nas mamas após o nascimento da
criança
– Raro!!!
COMPLICAÇÕES DO
ALEITAMENTO MATERNO
• Mamilos ausentes, planos ou invertidos;
Situações em que há restrições
ao Aleitamento Materno
São poucas as situações em que pode haver indicação
médica para a substituição parcial ou total do leite
materno.
Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve
ser recomendado:
• Mães infectadas pelo HIV;

• Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus da


leucemia humana T-cell);
Situações em que há restrições
ao Aleitamento Materno
• Uso de medicamentos incompatíveis com a
amamentação. Alguns fármacos são citados como
contraindicações absolutas ou relativas ao aleitamento,
como por exemplo os antineoplásicos e radiofármacos,
usados no tratamento contra o câncer.

• Criança portadora de galactosemia, doença rara em que


ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que
contenha lactose.
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL
• Na impossibilidade de se manter o aleitamento
materno a melhor opção são os leites
modificados:
– Alimentação artificial: Leite de vaca é o mais
utilizado: in natura, em pó ou em fórmulas.

FÓRMULAS INFANTIS
Produto em forma líquida ou em pó, destinado a alimentação de
lactentes (0 a 12 meses incompletos), sob prescrição, em substituição
total ou parcial do leite humano, para satisfação das necessidades
nutricionais deste grupo etário.

- Devem atender à legislação vigente e específica


ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL
• Fórmulas infantis:
– Nutricionalmente adequadas

– Não possui diversos fatores protetores que


estão presentes no leite materno.
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL
– Tipos:
• de partida (até 6m de idade)
• de segmento (6m até 36m)
• à base de soja (deficiência de lactase / alergia à
proteína do leite de vaca)
• isentas de lactose (intolerância à lactose)
• anti-regurgitação (refluxo gastro-esofágico)
• semi-elementares (à base de hidrolisado proteico /
má absorção) EX proteína – forma peptídeos
• Elementares(para prematuros/RN baixo peso) EX
proteínas na forma de aminoácidos.
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL
• Outros tipos:
– Com Probióticos são microrganismos vivos,

– Com Prebióticos são carboidratos não-


digeríveis,

– Enriquecidas com Omega 3 (DHA )e Omega


6 (ARA).
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL
• Riscos
– Intolerância;
– Constipação
– Flatulência
– Consistência das fezes
– Agitação
– Regurgitação e vômitos;
– Diluição excessiva da fórmula;
– Utilização de água contaminada para
reconstituição;
– Acréscimo inadequado de cereais e açúcar;
– Procedimentos práticos para adequação da dieta.
LEITE DE VACA

• Deve ser diluído conforme a idade da


criança.
LEITE DE VACA
• Proteínas: fornece altas taxas, com conseqüente
elevação da carga renal de soluto. Baixa digestibilidade.

• Minerais e eletrólitos: fornece altas taxas de sódio,


contribuindo para uma sobrecarga renal.

• Vitaminas: baixos níveis de vitaminas D, E e C.

• Oligoelementos: são fornecidas quantidades


insuficientes, com baixa biodisponibilidade de todos os
oligoelementos, salientando-se o ferro e o zinco.
Leite de Vaca

Contudo, existem situações clínicas excepcionais em que a amamentação não


é indicada ou situações em que foram esgotadas todas as possibilidades de
reverter um desmame precoce

Como alternativa ao leite materno, deve-se buscar uma


alimentação láctea adequada à situação clínica, social e
cultural da família.
Leite de Vaca
• Apesar do leite de vaca, fluído ou em pó, não ser a
melhor opção de alimentação para crianças menores de
12 meses, esse alimento é o único alimento disponível
em função do baixo custo, quando comparado às
formulas infantis disponíveis no mercado.

• Assim, é importante que os profissionais de saúde


saibam orientar as mães, famílias e cuidadores quanto à
utilização mais adequada e segura, quando esgotadas
todas as possibilidade de relactação para manutenção
do aleitamento materno e impossibilidade financeira
para aquisição de fórmula.
Diluição do leite de vaca integral para
crianças menores de quatro meses
• Os profissionais de saúde devem orientar
as mãe e cuidadores quanto aos
procedimentos de diluição do leite de vaca
adequado para a idade, a correção da
deficiência de ácido linoléico (com óleo
nos primeiros quatro meses) e a
suplementação com vitamina C e ferro
Diluição do Leite de Vaca
• O leite deve ser diluído em 2/3 ou 10%, até os quatro
meses de idade da criança, devido ao excesso de
proteína e eletrólitos que fazem sobrecarga renal.

• Com a diluição, há diminuição de energia e ácido


linoléico, sendo necessário o acréscimo de 3% de óleo
(1 colher de chá de óleo = 27 calorias) para melhorar
sua densidade energética.
• Desta forma, não há necessidade de adição de
açúcares e farinhas, alimentos não recomendados para
crianças menores de dois anos (BRASIL, 2010c).
MINISTÉRIO DA SAÚDE

Alimentação
Complementar

Caderno de Atenção Básica, nº 23

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes
/saude_crianca_aleitamento_materno_cab
23.pdf
REFERÊNCIAS
• http://aps.bvs.br/aps/qual-a-forma-de-
diluicao-do-leite-de-vaca-para-criancas-
menores-de-6-meses-de-idade-ja-
desmamadas/

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