Você está na página 1de 7

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1ª Questão
A liberdade de contratar sob o milenar princípio pacta sunt servanda, deve obedecer aos princípios
e os limites impostos pela lei, sendo certo, segundo a legislação brasileira em vigor:
Alternativas:
a) As propostas obrigam sempre o proponente, salvo se, dentre outros motivos estabelecidos pela
lei, for feita sem prazo para pessoa presente e esta não a aceitar imediatamente ou, se no caso de
ausente, não tiver sido expedido resposta dentro do prazo estipulado.
b) A revogação de ofertas públicas só pode ser feita pela mesma via de sua divulgação, ainda que
desta não conste esta faculdade.
c) Os contratos entre ausentes consideram-se perfeitos desde o momento da expedição de sua
aceitação, mesmo que esta chegue ao proponente após o prazo convencionado.
d) Reputa-se celebrado o contrato no lugar onde está o aceitante.
Gabarito Comentado
Letra “A”.

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela,
da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao
conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do
proponente

b) Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao
contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada
esta faculdade na oferta realizada.

c) Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida,
exceto:;
III - se ela não chegar no prazo convencionado

d) Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

2ª Questão
Todo consumidor, assim reconhecido, é vulnerável, mas nem todo consumidor é hipossuficiente.
Diante dessa afirmação, é correto afirmar que
Alternativas:
a) tal assertiva demonstra que a vulnerabilidade é pressuposto da condição de ser consumidor, sendo
que a hipossuficiência é característica que deve ser analisada casuisticamente.
b) as expressões vulnerabilidade e hipossuficiência são sinônimas, sendo que caracterizada a
relação consumerista, o consumidor será obrigatoriamente vulnerável e hipossuficiente.
c) a hipossuficiência é característica de todo consumidor assim reconhecido, sendo que a
vulnerabilidade deve ser provada.
d) se o consumidor referido for pessoa jurídica, é hipossuficiente, mas nunca será vulnerável.
Gabarito Comentado
Letra “A”.

A condição de vulnerável é imposta ao consumidor por determinação legal (artigo 4°, inciso I do
CDC), já a hipossuficiência é uma condição a mais, ou seja, há consumidores que, além de
vulneráveis, são também hipossuficientes, o que os deixa ainda mais fragilizados.
Portanto, temos que a hipossuficiência decorre de desconhecimento técnico, informativo,
características, propriedades e eventuais vícios sobre o produto/serviço que é oferecido/prestado.
Logo, o autor sendo vulnerável e claramente hipossuficiente tem direito à inversão do ônus da
prova, como positivado no artigo 6°, inciso VIII, do CDC e no artigo 373, parágrafo 1° do CPC/15
(distribuição dinâmica do ônus da prova).

3ª Questão
O dever de informação na oferta de produtos ou serviços
Alternativas:
a) não viola o interesse coletivo do grupo de consumidores, caso transgredido.
b) admite a subinformação.
c) exige comportamento positivo do fornecedor.
d) não é assegurado pela Lei n° 8.078/1990.
Gabarito Comentado
Letra “C”.

CDC
CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem;
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à
pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.

4ª Questão
A oferta praticada por fornecedores no mercado de consumo ocorre por intermédio de qualquer
informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, na seguinte medida:
Alternativas:
a) os importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição, cessando a
obrigação, imediatamente, uma vez finda a importação do produto.
b) apenas obriga o fornecedor que a fizer veicular, se, efetivamente, firmado contrato com o
consumidor.
c) o fornecedor do produto ou serviço não é responsável pelos atos de seus representantes
autônomos.
d) se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente.
Gabarito Comentado
Letra “D”.

CDC, Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação
ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

a) Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de


reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período
razoável de tempo, na forma da lei.

b) Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma
ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

c) Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus
prepostos ou representantes autônomos.

5ª Questão
Quanto à oferta de produtos e serviços nas relações de consumo,
Alternativas:
a) se cessadas sua produção ou a importação o fornecimento de componentes e peças de reposição
deverá ser mantido por até um ano.
b) as informações nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor deverão constar de catálogo
à parte ou obtidas por meio de serviço de relacionamento direto com o cliente.
c) é defesa sua veiculação por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina.
d) a responsabilidade que decorre de sua vinculação contratual e veiculação é subjetiva ao
fornecedor.
Gabarito Comentado
Letra “C”.

Art. 33 - Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a
chamada for onerosa ao consumidor que a origina

a) Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de


reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período
razoável de tempo, na forma da lei.

b) Art. 31 - Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados
oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével.
d) Princípio da vinculação contratual da oferta (publicidade). Art. 30. Toda informação ou
publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. O dispositivo consagra o princípio
da vinculação contratual da oferta, gerando um direito para o consumidor de exigir o cumprimento
da oferta nos moldes do veiculado, respondendo o fornecedor objetiva mente (via de regra) caso
haja discrepância entre a oferta/publicidade e o produto/serviço.

6ª Questão
Acerca da oferta de produtos e serviços e sua publicidade, o Código de Defesa do Consumidor (Lei
Federal nº. 8.078/1990) prescreve que
Alternativas:
a) o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a
quem as patrocina.
b) o fornecedor do produto ou serviço é subsidiariamente responsável pelos atos de seus prepostos
ou representantes autônomos.
c) os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição
até seis meses após a fabricação ou a importação do produto.
d) O fornecedor, na publicidade de seus produtos, não tem o dever de manter, em seu poder, para
informação de interessados, os dados fáticos que dão sustentação à mensagem.
Gabarito Comentado
Letra “A”.

a) CDC, Art. 38 - O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação


publicitária cabe a quem as patrocina.

b) CDC, Art. 34 - O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de


seus prepostos ou representantes autônomos.

c) CDC, Art. 32 - Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças


de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.

d) CDC, Art. 36, Parágrafo único - O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços,
manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e
científicos que dão sustentação à mensagem.

7ª Questão
Em razão de grave pneumonia, José foi internado em Unidade de Terapia Intensiva, onde
permanece há 30 dias. No trigésimo dia, o plano de saúde ao qual é conveniado informou que José
teria que deixar a Unidade de Terapia Intensiva porque o contrato assinado entre ele e o plano de
saúde previa cobertura de apenas 30 dias para este tipo de tratamento. De acordo com Súmula do
Superior Tribunal de Justiça, a postura do plano de saúde é
Alternativas:
a) válida apenas se houver alternativa menos custosa à manutenção da vida do segurado.
b) inválida, pois é abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação
hospitalar do segurado.
c) válida, pois o contrato faz lei entre as partes.
d) inválida, devendo manter José na UTI, mas podendo o plano cobrar pelos dias excedentes.
Gabarito Comentado
Letra “B”.

Súmula 302 STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação
hospitalar do segurado.

8ª Questão
Considerando o entendimento do STJ acerca da relação do consumidor com as operadoras de plano
de saúde, assinale a opção correta.
Alternativas:
a) As operadoras de plano de saúde são obrigadas a custear medicamento importado, não
nacionalizado, mesmo sem registro pela ANVISA, desde que fundamentadamente receitado pelo
médico competente.
b) O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar fundado na mudança de faixa
etária do beneficiário é válido, sendo vedado ao Poder Judiciário analisar a sua adequação ou
razoabilidade.
c) Cirurgia reparadora de mamoplastia, ainda que seja decorrente do tratamento da obesidade
mórbida, não poderá ser exigida do plano de saúde se inexistir previsão contratual expressa para
sua realização.
d) Embora seja abusiva cláusula contratual que preveja a interrupção de tratamento psicoterápico
por esgotamento do número de consultas anuais asseguradas pela Agência Nacional de Saúde
Complementar, o plano de saúde poderá cobrar coparticipação nas consultas excedentes.
Gabarito Comentado
Letra “D”

a) As operadoras de plano de saúde não estão obrigadas a fornecer medicamento não registrado
pela ANVISA – Tema 990 dos Recursos Repetitivos (STJ. 2ª Seção. REsp 1.712.163/SP, rel. Min.
Moura Ribeiro, j. 08.11.2018).

b) Caso contrário, estar-se-ia violando o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional.


Admitindo a possibilidade de reconhecimento de abusividade pelo Judiciário: STJ. 2ª Seção. REsp
1.568.244/RJ, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 14.12.2016.

c) “Havendo expressa indicação médica, alusiva à necessidade da cirurgia reparadora, decorrente


do quadro de obesidade mórbida da consumidora, não pode prevalecer a negativa de custeio da
intervenção cirúrgica indicada – mamoplastia, inclusive com a colocação de próteses de silicone
[...] pois, na hipótese, o referido procedimento deixa de ser meramente estético para constituir-se
como terapêutico e indispensável” (STJ. 4ª Turma. REsp 1.442.236/RJ, rel. Min. Marco Buzzi, j.
17.11.2016).

d) Embora seja abusiva cláusula contratual que preveja a interrupção de tratamento psicoterápico
por esgotamento do número de consultas anuais asseguradas pela Agência Nacional de Saúde
Complementar, o plano de saúde poderá cobrar coparticipação nas consultas excedentes.
Correta. STJ. 3ª Turma. REsp. 1.679.190/SP, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 06.02.2018.
9ª Questão
Acerca dos planos e seguros privados de assistência à saúde, considerada a Lei n.º 9.656/98 e a
jurisprudência do STJ, é correto dizer que
Alternativas:
a) as doenças e lesões preexistentes devem ser cobertas após prazo de carência de 24 meses, a
menos que depois desse prazo a operadora faça prova do conhecimento prévio do consumidor.
b) é lícito ser excluída a cobertura de tratamentos estéticos, inseminação artificial e de doenças
sexualmente transmissíveis.
c) é considerada abusiva a cláusula que limita internação hospitalar do segurado a período superior
a 90 dias, admitida a limitação acima desse período.
d) é vedado estabelecer carência superior a 24 horas para a cobertura de tratamento de casos de
urgência e emergência.
Gabarito Comentado
Letra “D”.

a) Art. 11. É vedada a exclusão de cobertura às doenças e lesões preexistentes à data de contratação
dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei após vinte e quatro meses de
vigência do aludido instrumento contratual, cabendo à respectiva operadora o ônus da prova e da
demonstração do conhecimento prévio do consumidor ou beneficiário.

b) O Plano-referência de assistência à saúde exclui os procedimentos clínicos ou cirúrgicos para


fins estéticos e a inseminação artificial, mas não cita as doenças sexualmente transmissíveis. (Art.
10, incisos II e III).

c) Artigo 12 [...] II - quando incluir internação hospitalar: [...] a) cobertura de internações


hospitalares, vedada a limitação de prazo, valor máximo e quantidade, em clínicas básicas e
especializadas, reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, admitindo-se a exclusão dos
procedimentos obstétricos;

d) Art. 12, inciso IV, alínea C: c) prazo máximo de vinte e quatro horas para a cobertura dos casos
de urgência e emergência;

Todos os dispositivos são da lei nº 9.656/98.

10ª Questão
O Superior Tribunal de Justiça entende que as operadoras de planos de assistência à saúde não
podem limitar o valor do tratamento do associado, ainda que tal limitação conste de cláusula
contratual expressa. Tal cláusula, segundo o Código de Defesa do Consumidor, é abusiva porque:
Alternativas:
a) deixa ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor.
b) estabelece obrigação que coloca o consumidor em desvantagem exagerada.
c) autoriza do fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente.
d) permite ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de forma unilateral.
Gabarito Comentado
Letra “B”.
Art. 51, CDC. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;

CIVIL. CONSUMIDOR. SEGURO. APÓLICE DE PLANO DE SAÚDE. CLÁUSULA


ABUSIVA. LIMITAÇÃO DO VALOR DE COBERTURA DO TRATAMENTO. NULIDADE
DECRETADA. DANOS MATERIAL E MORAL CONFIGURADOS. RECURSO ESPECIAL
PROVIDO.
1. É abusiva a cláusula contratual de seguro de saúde que estabelece limitação de valor para o
custeio de despesas com tratamento clínico, cirúrgico e de internação hospitalar.
2. O sistema normativo vigente permite às seguradoras fazer constar da apólice de plano de saúde
privado cláusulas limitativas de riscos adicionais relacionados com o objeto da contratação, de
modo a responder pelos riscos somente na extensão contratada. Essas cláusulas meramente
limitativas de riscos extensivos ou adicionais relacionados com o objeto do contrato não se
confundem, porém, com cláusulas que visam afastar a responsabilidade da seguradora pelo próprio
objeto nuclear da contratação, as quais são abusivas.
3. Na espécie, a seguradora assumiu o risco de cobrir o tratamento da moléstia que acometeu a
segurada. Todavia, por meio de cláusula limitativa e abusiva, reduziu os efeitos jurídicos dessa
cobertura, ao estabelecer um valor máximo para as despesas hospitalares, tornando, assim, inócuo
o próprio objeto do contrato.
4. A cláusula em discussão não é meramente limitativa de extensão de risco, mas abusiva, porque
excludente da própria essência do risco assumido, devendo ser decretada sua nulidade.
5. É de rigor o provimento do recurso especial, com a procedência da ação e a improcedência da
reconvenção, o que implica a condenação da seguradora ao pagamento das mencionadas despesas
médico-hospitalares, a título de danos materiais, e dos danos morais decorrentes da injusta e abusiva
recusa de cobertura securitária, que causa aflição ao segurado.
6. Recurso especial provido.
(STJ - REsp 735.750/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
14/02/2012, DJe 16/02/2012)

Você também pode gostar