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ANATOMIA HUMANA

ROTEIRO PRÁTICO DO SISTEMA ARTICULAR


PROFº ROBERTO GUMARÃES MAIA
PROFª CATARINA M. A FIGUEIREDO MAIA
PROFª WALÉRIA BASTOS

www.inf.ufrgs.br

JOÃO PESSOA - PB
ANATOMIA HUMANA
ROTEIRO PRÁTICO DO SISTEMA ARTICULAR
PROFº ROBERTO GUMARÃES MAIA
PROFª CATARINA M. A FIGUEIREDO MAIA
PROFª WALÉRIA BASTOS

1. Conceito de articulação: É o conjunto de partes moles e duras responsáveis por


manter os ossos em união e permitir a mobilidade.
2. Artrologia: É a parte da anatomia responsável pela pelo estudo das articulações.
3. Elementos indispensáveis envolvidos em uma articulação: superfície articular,
meios de união.

4. Classificação das articulações de acordo com o tecido interposto entre as


superfícies articulares:

4.1 Fibrosas: neste tipo de articulação os ossos estão unidos por tecido conjuntivo
fibroso que interpõe entre as superfícies articulares promovendo a continuidade
entre os ossos, essa continuidade irá determinar a presença de movimentos
reduzidos entre os ossos, ou mesmo a ausência dos movimentos.
4.2 Cartilagíneas: as mesmas condições observadas para as articulações fibrosas
podem ser descritas neste tipo de juntura apenas verificamos a substituição do
meio de união que neste caso é cartilagem, que poderá ser do tipo hialina
(temporária pois sofre sinostose) ou fibrosa (permanente por não sofrer sinostose).
4.3 Sinoviais: são as únicas articulações que permitem aos ossos envolvidos liberdade
de movimento, pois o único tecido que se interpõe entre as superfícies articulares é
um fluído, o líquido sinovial, que tem como função principal aumentar a facilidade
de deslizamento de uma superfície articular contra a outra. Neste tipo de
articulação a relação entre os ossos é de contigüidade.

4.3.1 Fibrosas:
4.3.2 Suturas: possuem pequena quantidade de tecido fibroso resultando na
ausência de movimentos entre os ossos unidos desta forma. Estão divididas
de acordo com a forma de suas superfícies articulares em quatro tipos:
4.3.2.1 Plana: apresenta as superfícies articulares retas (Exs: ossos
nasais = inter-nasal e ossos da maxila)

4.3.2.2 Serratil: suas superfícies articulares possuem um aspecto que


lembra os dentes de uma serra (Exs: entre os Oo. parietais = sagital;
entre o O. frontal e os parietais = coronal; entre o O. occipital
e os parietais = lambdóidea).
4.3.2.3 Escamosa: uma das superfícies articulares está sobreposta à
outra tomando um aspecto que se assemelha as escamas de um peixe
(Exs: entre o O. parietal e o O. temporal = escamosa; entre o O.
esfenóide e o temporal = esfeno-escamosa).

4.3.2.4 Esquindilese: uma das superfícies articulares apresenta uma


depressão em forma de fenda e a outra uma saliência em forma de crista
(Exs: entre o O. Vômer e o O. esfenóide = esfeno-vomeral).
4.3.2.5 Gonfose 5: neste tipo de união notamos um superfície saliente
de forma cônica está inserida em uma cavidade (Exs: articulação entre o
alvéolo – dente = sindesmose dentoalveolar).

4.1.1.3 Sindesmose (Exs: entre as epífises proximais e distais da tíbia e da


fíbula = tíbio – fibular proximal e distal; entre as margens inter-ósseas da tíbia e
da fíbula; e do rádio e da ulna = membranas interósseas do antebraço e da
perna).

4.3.3 Cartilaginosas

4.3.3.1 Sincondroses (primárias ou temporárias): cartilagem do tipo


hialina.
4.3.3.1.1 Inter-ósseas: entre ossos distintos (ex: entre a porção posterior
do corpo do O. esfenóide e a extremidade anterior da porção
basilar do O. occipital sincondrose esfenocciptal)
4.3.3.1.2 Intra – ósseas: dentro do mesmo osso (exs: entre a diáfise e as
epífises dos Oo. longos = disco epifisial; entre o manúbrio do
osso esterno e o corpo do referido osso = sincondrose
manubriesternal *)

Obs: * de acordo com a terminologia antomica a união entre as porções do


O. esterno através de cartilagem hialina é um achado inconstante
(VARIAÇÃO ANATÔMICA).

4.3.3.2 Sinfíses (secundárias ou permanentes): cartilagem do tipo


fibrosa.
4.3.3.2.1 Sínfise intervertebral: representadas pelos discos entre os
corpos das vértebras, cada disco, é composto de um anel fibroso
e um núcleo pulposo.

4.3.3.2.2 Sínfise manubriesternal: entre o manúbrio do O. esterno e


seu corpo.
4.3.3.2.3 Sínfise púbica: verificada entre a face sinfisial das porções
púbicas dos Oo. do quadril.

4.3.4 Sinoviais

4.3.4.1 Estruturas presentes em uma articulação sinovial:

4.3.4.2 Superfícies articulares: porção do osso que entra em contato


numa articulação, está sempre revestida por cartilagem hialina
(cartilagem articular).

4.3.4.3 Meios de união / cápsula articular e ligamentos: elementos


responsáveis por manter a união entre os ossos, impedir o movimento
em planos indesejáveis, e limitar a amplitude dos movimentos
considerados normais.

4.3.4.3.1 Cápsula articular / Cavidade Articular:


4.3.4.3.1.1 Membrana externa (fibrosa): envolve a articulação
como uma espécie de manguito, porém deixando as
superfícies ósseas contidas no seu interior, livres para
deslizarem uma contra a outra. Corresponde ao principal
meio de união deste tipo de articulação.
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Membrana interna (serosa): reveste internamente a membrana
fibrosa, é abundantemente inervada e vascularizada,
responsável por elaborar o líquido sinovial (meio de
deslizamento) e por isso mesmo chamada membrana
sinovial, não exerce qualquer ação de meio de união sendo
descrita neste item por fazer parte da cápsula articular..

4.3.4.3.1.3 Cavidade Articular: é um espaço virtual delimitado pela


cápsula, no interior do qual se encontra o líquido sinovial,
assim como a membrana sinovial também não representa
meio de união porém está intimamente relacionada à
membrana fibrosa.
4.3.4.3.2 Ligamentos
4.3.4.3.2.1 Ligamentos capsulares, de reforço, ou acessórios.
Ex: lig.Patelar; ligs. Colaterais tibial, ligs. Colaterais fibular

4.3.4.3.2.2 Ligamentos intracapsulares. Ex: ligs cruzados anterior e


posterior da articulação do joelho; ligamento da cabeça do
fêmur.
4.3.4.3.2.3 Ligamentos à distância: encontram-se longe da cápsula,
inseridos nos ossos em articulação, contribuindo para sua
aproximação. Exs: esfenomandibular, estilomandibular.

4.3.4.4 Meios de congruência / discos; lábios articulares; meniscos:


são elementos anatômicos constituídos de fibrocartilagem, que visam
proporcionar o perfeito ajuste entre os ossos que se articulam.

4.3.4.4.1 Discos: são encontrados nas articulações têmporomandibular e


esternoclavicular.
4.3.4.4.2 Lábios articulares: é uma fibrocartilagem marginal que se
implanta no rebordo de uma das superfícies articulares
(superfície côncava) para aumentar à área articular. Ex:
articulação do ombro; articulação do quadril.

4.3.4.4.3 Meniscos: apresentam forma típica de meia lua sendo


encontrados na articulação do joelho.

4.3.4.5 Meios de deslizamento / membrana sinovial; líquido


sinovial; cartilagem articular.

4.3.4.5.1 Membrana sinovial: membrana serosa que reveste


internamente a cápsula articular, responsável por secretar o
líquido sinovial.
4.3.4.5.2 Líquido sinovial: substância líquida de consistência viscosa,
responsável por lubrificar as superfícies articulares, favorecendo
seu deslizamento e minimizando o atrito entre as peças ósseas.
Além dessa importante função o líquido sinovial também é
responsável por nutrir a cartilagem articular que é avascular.
4.3.4.5.3 Cartilagem articular: cartilagem hialina que reveste as
superfícies ósseas articulares. Em função desse revestimento às
superfícies ósseas apresentam-se lisas polidas e de cor
esbranquiçada, facilitando o deslizamento e minimizando o
atrito durante o movimento da articulação. Não possui vasos e
por isso mesmo sua regeneração após lesões é difícil e
demorada.
4.3.4.6 Classificação Morfológica das articulações sinoviais: está
baseada na forma apresentada pelas superfícies articulares.
4.3.4.6.1 Plana: as superfícies articulares se apresentam planas ou
ligeiramente curvas, permitindo o deslizamento das superfícies
ósseas uma contra a outra. Exs: articulação entre os Oo. do
carpo e do tarso (CUNEIFORMES); articulação entre os
processos articulares das vértebras.

4.3.4.6.2 Gínglimo: também denominada de articulação em dobradiça em


função do tipo de movimento que realiza, flexão e extensão
(movimentos angulares). É um tipo de sinovial em que o critério
morfológico não pode ser o único determinante para
classificação, pois apesar da articulação do cotovelo apresentar
um típico gínglimo (tróclea umeral), as articulações entre as
falanges, não possuem nenhuma superfície articular em forma
de carretel, sendo incluídas nessa categoria por pura analogia
funcional.

4.3.4.6.3 Trocóide: neste tipo de articulação um cilindro ósseo como um


pino gira no interior de um anel ósteo-fibroso. Ex:articulação
rádio-ulnar proximal.
4.3.4.6.4 Condilar ou elipsóide: as superfícies articulares apresentam
forma elíptica. Ex: articulação do punho (rádio-cárpica);
articulação têmporomandibular.

4.3.4.6.5 Selar: as superfícies articulares dos ossos em união apresentam


forma de sela. A concavidade e a convexidade existente em uma
das peças é verificada na outra em sentido inverso, permitindo a
união entre as mesmas. Ex: calcâneo- cuboídea; carpo-
metacárpica do polegar.
4.3.4.6.6 Esferóide: quando uma das superfícies articulares apresenta um
segmento de esfera se encaixando em uma cavidade
correspondente. Ex: articulação do ombro; articulação do
quadril.

5. Movimentos realizados pelas articulações sinoviais:

As junturas sinoviais podem apresentar 6 movimentos fundamentais que são:


flexão e extensão (movimentos angulares), abdução e adução, rotação, e circundação.
Além desses movimentos dois outros podem ser observados ao nível do antebraço, a
pronação e a supinação.
Todo movimento de uma articulação é realizado acompanhando um plano e
girando em torno de um eixo. O eixo em que gira a articulação durante o movimento é
determinado obedecendo a regra segundo a qual, a direção do eixo de movimento é
sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão.
5.1 Flexão e Extensão: nestes movimentos há uma variação no ângulo existente entre
o segmento que se desloca e o que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição
do ângulo diz-se que há flexão, quando verificamos o aumento estamos diante de
uma extensão. Os movimentos angulares ocorrem acompanhando o plano sagital
enquanto o eixo em que à articulação gira e o látero-lateral.

5.2 Adução e abdução: são movimentos nos quais um segmento do corpo é


deslocado em direção ao plano mediano, adução, ou na direção oposta, abdução.
Tanto adução como à abdução se desenvolvem no plano frontal e seu eixo de
movimento é ântero-posterior.

5.3 Rotação: é o movimento em que o segmento que se desloca gira em um eixo


vertical. Nos membros poderemos distinguir a uma rotação medial, quando a face
anterior do membro gira em direção ao plano mediano do corpo; na rotação lateral
a face anterior do membro realiza o movimento em sentido oposto. São
movimentos realizados no plano transversal e seu eixo de movimento é
longitudinal

5.4 Circundução: representa a combinação dos movimentos de adução, extensão,


flexão e abdução. Durante o movimeto a extremidade distal do segmento que se
desloca descreve um círculo e o corpo do segmento um cone cujo vértice
corresponde à articulação que se movimenta.

5.5 Pronação e supinação: na pronação ocorre a rotação medial do rádio e a face


palmar da mão é voltada para o plano posterior, na supinação verificamos a
rotação lateral do rádio e a face palmar da mão é voltada para o plano anterior. Seu
plano e também o eixo de movimento são semelhantes aos da rotação.

6. classificação funcional das junturas sinoviais


O movimento das articulações depende da forma de suas superfícies articulares e
dos meios de união que podem limita-lo. Na dependência destes fatores as articulações
podem realizar movimentos em um, dois, ou três eixos.
6.1 Mono-axial: só é capaz de realizar movimento em torno de um único eixo de
rotação. Ex: articulação do cotovelo.
6.2 Bi-axial: realizam movimentos em torno de dois eixos de rotação. Ex: articulação
do punho ( rádio-cárpica )
6.3 Tri-axial: realiza movimento em torno dos três eixos de rotação. Ex: articulação
do ombro.

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