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Agrupamento de Escolas D.

Filipa de Lencastre

EU E OS OUTROS - RELAÇÕES INTERPESSOAIS:


EXPERIMENTOS / EXPERIÊNCIAS

Trabalho realizado no âmbito da


Disciplina de Psicologia, lecionada pela
Professora Mª José Remédios, por:

Diana Matos, 12ºA, Nº6

Lisboa
2022
Disciplina de Psicologia B - 12º Ano

Índice
Introdução……………………………………………………………………………….. 1
1ª Experiência de Solomon Asch sobre as impressões…………………………….2
2ª Experiência de Solomon Asch sobre as impressões…………………………….3
Experiência de Stanley Milgram sobre a normalização……………………………. 4
Experiência de Solomon Asch sobre o conformismo………………………………. 5
Experimento de Stanley Milgram sobre a obediência……………………………… 6
Experimento de Muzafer Sherif sobre o conflito e a cooperação de grupo……… 8
Conclusão……………………………………………………………………………… 10

Maria José Remédios 2021/2022


Disciplina de Psicologia B - 12º Ano

Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito da Disciplina de Psicologia, com o intuito
de compreender os processos fundamentais de relação com os outros, através
do estudo de experimentos e experiências que visam caracterizar as
impressões, um processo fundamental de cognição social; explicar os processos
de influência entre os indivíduos, que se manifestam segundo a normalização, o
conformismo e a obediência; e analisar processos de relação entre os indivíduos
e os grupos, nomeadamente o conflito e a cooperação.

Maria José Remédios


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Disciplina de Psicologia B - 12º Ano

RELAÇÕES EU E OS OUTROS

Identificação do experimento/ experiência

1ª Experiência de Solomon Asch sobre as impressões

Descrição
O psicólogo Asch formou um grupo de pessoas A e um grupo B. Com o
objetivo de criar uma impressão sobre uma pessoa fictícia, Asch forneceu ao
primeiro grupo a seguinte lista de palavras: “inteligente, habilidoso, laborioso,
caloroso, prático, determinado, cauteloso”. Ao segundo grupo forneceu a
mesma lista, com a alteração da palavra “caloroso”, que foi substituída por
“frio”.
Deste modo, o grupo A formou uma impressão favorável da pessoa fictícia,
enquanto que o grupo B adquiriu com uma impressão negativa, sendo esta
discrepância causada pela modificação de uma única palavra.

Tese inferida
Com esta experiência, o psicólogo determinou a existência de traços centrais e
traços periféricos, tendo os centrais um domínio sobre os periféricos,
interferindo na nossa perceção de uma pessoa. Um traço pode ser central ou
periférico dependendo do contexto e das suas relações com os outros traços.

Maria José Remédios


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Disciplina de Psicologia B - 12º Ano

RELAÇÕES EU E OS OUTROS

Identificação do experimento/ experiência

2ª Experiência de Solomon Asch sobre as impressões

Descrição
Foram organizados dois grupos de pessoas, A e B, encarregues de formar
uma impressão sobre uma personagem fictícia, com base numa lista de
palavras. O grupo A recebeu uma lista cuja primeira palavra era “inteligente” e
a última era “invejoso”, enquanto que o grupo B recebeu a mesma lista na
ordem inversa. Isto desencadeou uma impressão positiva dessa personagem
por parte do grupo A, ainda que o grupo B tenha formado uma impressão
negativa.

Tese inferida
Asch depreendeu desta experiência a primazia de determinados traços
relativamente a outros, de modo que as primeiras características
percecionadas têm maior importância e influenciam a compreensão das
características seguintes.

Maria José Remédios


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Disciplina de Psicologia B - 12º Ano

RELAÇÕES EU E OS OUTROS

Identificação do experimento/ experiência

Experiência de Stanley Milgram sobre a normalização

Descrição
No início da sua investigação, o psicólogo Stanley Milgram solicitou a
estudantes universitários que se aproximassem de um desconhecido no metro,
pedindo ao mesmo que lhes cedesse o lugar.
Milgram constatou que os seus alunos desaprovaram a ideia, recusando-se a
realizar o pedido. Finalmente, uma aluna, Ira Goodman, decidiu concretizar a
tarefa. Ira tinha de pedir o lugar de 20 pessoas, no entanto a aluna decidiu
desistir após 14 pessoas, das quais metade lhe cedeu o lugar, afirmando que
fora uma das coisas mais difíceis que fizera na vida.
Posteriormente, o próprio Milgram realizou esta tarefa com os seus estudantes
de pós-graduação, contudo, ao fazer o que pensava ser um pedido fácil, ficou
gelado e entrou em pânico. Eventualmente abordou um homem, que lhe cedeu
o lugar, porém, mesmo após estar sentado, Milgram sentia que ia desmaiar,
julgava que devia comportar-se de um modo que justificasse o seu pedido.

Tese inferida
Esta experiência demonstra a realidade das normas e a dificuldade das
pessoas em quebrá-las. As normas sociais uniformizam os comportamentos
dos indivíduos de um grupo, permitindo a sua previsão e o cálculo das nossas
respostas face a esses comportamentos. Ora, o ato de Milgram foi imprevisível
e opõe-se à norma estabelecida, de modo que é algo difícil de concretizar.

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Identificação do experimento/ experiência

Experiência de Solomon Asch sobre o conformismo

Descrição
Nesta experiência foram colocadas várias cartolinas diante de 8 pessoas. Cada
cartolina possuía uma linha vertical, designada por linha de base, e, à sua
direita, três linhas verticais de comprimentos diferentes, numeradas de 1 a 3,
uma das quais correspondia à linha inicial, do lado esquerdo.
Contudo, no grupo experimental, apenas um dos sujeitos está a ser avaliado,
enquanto os restantes 7 são colaboradores do experimentador. Um de cada
vez, os 8 sujeitos dizem qual das linhas numeradas tem igual comprimento à
linha de base, sendo que os cúmplices, que respondem antes do observado,
dão, unanimemente, doze respostas erradas em dezoito ensaios
experimentais. Consequentemente, o sujeito ingénuo sente uma pressão
implícita para escolher a linha errada, podendo cometer erros que atingem os 5
centímetros.
Assim, Asch obteve que apenas 30% dos sujeitos experimentais não se
conformaram perante a pressão implícita por parte do grupo.

Tese inferida
Conclui-se que é bastante comum conformarmo-nos com algo, inclusive com
alguma coisa que pensemos ser errado, devido à influência da pressão de um
grupo. O conformismo aumenta em situações de maior unanimidade do grupo,
existência de contacto visual, maior atraência do grupo, maior ambiguidade da
nossa opinião e menor autoconfiança.

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RELAÇÕES EU E OS OUTROS

Identificação do experimento/ experiência

Experimento de Stanley Milgram sobre a obediência

Descrição
Esta experiência consistiu em recrutar um voluntário que acreditava estar a
participar numa experiência sobre a aprendizagem, quando, na verdade, o que
estava a ser avaliado era a capacidade do sujeito de obedecer a ordens.
O sujeito estava encarregue de uma falsa máquina que infligia choques, com
ordens para a ativar cada vez que a pessoa que estava ligada à máquina, um
homem velho e afável, desse uma resposta errada às perguntas que lhe eram
colocadas. O voluntário podia ver o homem, porém não era visto pelo mesmo.
Adicionalmente, a intensidade dos choques aumentava, desde 15 volts,
identificado na máquina como “choque ligeiro”, a 450 volts, identificado na
máquina como “perigo: choque severo”.
O aumento da intensidade dos choques é acompanhado por um aumento dos
queixumes do homem, assim como por ordens do experimentador para que o
sujeito continue a administrar choques.
Os resultados surpreenderam Milgram, que constatou que 65% dos voluntários
cumpriram as ordens até ao fim, atribuindo o choque de 450 volts que, caso
fosse real, seria fatal.

Tese inferida
As pessoas têm tendência para obedecer a ordens provenientes dos seus
superiores, ainda que não concordem com o que fazem, não assumindo a

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responsabilidade inerente ao ato em questão. Isto ocorre devido ao medo que


os sujeitos possuem das consequências que advêm da desobediência.
A obediência é maior caso haja menor proximidade da vítima, maior
proximidade da figura de autoridade, maior legitimidade da autoridade e
depende ainda de influências sociais: é mais provável que o sujeito obedeça se
um segundo sujeito obedecer, e é menos provável que isto se verifique caso o
segundo sujeito se recuse.

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Identificação do experimento/ experiência

Experimento de Muzafer Sherif sobre o conflito e a cooperação de grupo

Descrição
O experimento de Sherif ocorreu sob a forma de um acampamento. Para tal,
foram escolhidos meninos de 11 e 12 anos que não se conhecessem e que
viessem de um ambiente homogéneo, de modo a minimizar a influência de
fatores externos. A seleção realizou-se por meio de um processo demorado e
amplo, através de entrevistas às suas famílias, aos professores e funcionários
das escolas que facultavam, para além da verificação de registos médicos e
escolares e da concretização de testes de personalidade.
Os participantes, que não tinham conhecimento do experimento, foram
inicialmente colocados numa cabana, de modo a promover a interação entre
todos. Ao fim de alguns dias, os investigadores, que atuavam como monitores,
conselheiros e diretores do acampamento, perguntaram a cada menino, de
modo informal, qual o seu melhor amigo e, dentro do possível, colocaram-nos
em grupos diferentes.
Em grupo, os sujeitos participaram em diversas atividades como trabalhos de
grupo ou jogos coletivos, auxiliando-se e dividindo as tarefas. Estas
experiências levaram ao estabelecimento espontâneo e natural de uma
hierarquia, ocupando alguns meninos posições inferiores no grupo, enquanto
que outros ocupavam posições mais elevadas, sendo que havia uma tendência
para subestimar os meninos em baixas posições e superestimar os que
ocupavam posições altas.

Adicionalmente, as atividades anteriormente mencionadas também


contribuíram para a formação de laços entre os meninos, tendo cada grupo as
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suas piadas, segredos e características.


Com o intuito de estudar as relações intergrupais, foram fornecidos aos dois
grupos objetivos conflitivos, por exemplo, num torneio de jogos, em que a
vitória de uma equipa determina a derrota da outra. Ao longo do torneio,
verificou-se que os meninos recusavam qualquer relação com pessoas do
outro grupo, avaliando-os negativamente, ainda que não os conhecessem
bem, incluindo os sujeitos que tinham considerado serem os seus melhores
amigos no início do experimento, demonstrando esta hostilidade mesmo em
situações agradáveis externas ao torneio, como no refeitório. O torneio
também consolidou os laços intragrupais, existindo uma maior cooperação e
menor discriminação hierarquica.
Finalmente, para unir os grupos, foram criadas tarefas apelativas a ambos e
que necessitavam de cooperação mútua para serem concluídas. Os meninos
trabalharam harmoniosamente, embora, no começo, a hostilidade tenha
regressado aquando da conclusão da tarefa. Porém, eventualmente a
cooperação ultrapassou o conflito e os meninos de diferentes grupos
começaram a ser cordiais, até que formaram amizades, algumas das quais
mais próximas do que as criadas dentro dos respetivos grupos. Os indivíduos
preferiam agora passar tempo todos juntos comparativamente com estar
apenas com os seus grupos.

Tese inferida
Colocar grupos em conflito numa situação agradável e não competitiva não é a
forma mais eficiente de resolver o problema. Contudo, a possibilidade de
resolver um conflito aumenta bastante quando os grupos trabalham em
conjunto, de modo a alcançar objetivos superiores, reais e atraentes a todos os
participantes.

Maria José Remédios


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Disciplina de Psicologia B - 12º Ano

Conclusão
Em suma, as interações sociais que temos ao longo da vida conduzem-nos a
construir ideias sobre as pessoas e a avaliá-las. Estas perceções são recíprocas
e designam-se por impressões. De acordo com as experiências de Asch,
existem traços centrais e periféricos, assim como primazia de traços.

As relações e as perceções que possuímos dos outros determinam o modo


como estes nos influenciam. A normalização consiste na interiorização, por parte
de uma comunidade, de um conjunto de regras e atitudes que permitem a
previsão dos seus comportamentos perante uma situação. O conformismo
resulta da aceitação das normas sociais vigentes por alguém, que altera os seus
modos devido à pressão de grupo, com o objetivo de integrar o mesmo. A
obediência provém do facto de determinados indivíduos se submeterem e
cumprirem instruções definidas por outrem, inclusive caso não estejam de
acordo com as mesmas.

O modo como pensamos juntamente com as influências que sofremos


condicionam a nossa interação num contexto de grupo. Os objetivos de uma
sociedade podem determinar uma situação de cooperação ou de conflito com
outra sociedade, caso sejam mutuamente benéficos ou não estejam alinhados,
respetivamente. O conflito pode ser resolvido através de trabalho conjunto, que
visa alcançar uma meta comum.

Maria José Remédios


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