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26-06-2020

Regulação
nos OSMORREGULAÇÃO
Seres Vivos

• A água é indispensável para todos os processos


bioquímicos e fisiológicos.
O organismo liberta-se de resíduos
• As células vivas necessitam de reter quantidades metabólicos e outras substâncias (exº
adequadas de água e de solutos (sais e nutrientes). hormonas), que seriam tóxicas se se
• Os organismos, seja em ambientes aquáticos ou acumulassem - excreção.
terrestres, têm de manter a quantidade de água e a
concentração de solutos correctas nos seus fluidos Conservar em equilíbrio a quantidade de
corporais. água e os solutos dissolvidos é o objectivo da
• A capacidade de manter um ambiente interno osmorregulação.
conveniente face a um stress osmótico exerceu um
papel importantíssimo na evolução animal.

• A FISIOLOGIA DOS ORGANISMOS VIVOS Limites homeostáticos


ACTUAIS REFLECTE A SUA ORIGEM EM
AMBIENTE AQUÁTICO
Valores que não afectam a composição do
meio interno (e, portanto, a sua pressão
• A ÁGUA NECESSITA DE SER REGULADA PARA
osmótica).
QUE SE MANTENHA UMA ADEQUADA
COMPOSIÇÃO DAS CÉLULAS

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• É uma forma de regulação activa da pressão


Osmorregulação osmótica dos fluidos por forma a manter a
homeostasia do conteúdo de água

É a capacidade que alguns organismos • Pressão osmótica é a medida da tendência para a


possuem em manter a pressão osmótica água se mover de uma solução para outra
constante independentemente da do meio (osmose)
externo, dentro de uma determinada faixa de
variação. • Quanto maior a pressão osmótica de uma
solução mais água tende a deslocar-se para essa
solução
Osmorregulação nas plantas

• Não há órgãos osmoregulatórios específicos nas plantas

• Os estomas são importantes ao regular a perda de água através da


evapotranspiração

• Ao nível celular o vacúolo é crucial ao regular a concentração de solutos no


citoplasma

• Vento forte, baixa humidade e alta temperatura aumentam a evapotranspiração


nas folhas

• O ácido abscísico é uma fito-hormona importante ao ajudar as plantas a


conservar água porque promove o fecho dos estomas e estimula o crescimento
das raízes de forma a aumentar a absorção de água

• As plantas partilham com os animais os problemas de obteção de água mas nas


plantas a perda de água é crucial para gerar a força que movimenta os
nutrientes do solo para os tecidos

• Nas plantas houve evolução nos métodos de conservação da água

Osmorregulação em:
PROTISTAS ANIMAIS

• A paramécia e a amiba utilizam


vacúolos contrácteis para eliminar o
excesso de água

• A principal forma de evolução da osmorregulação em animais ocorreu


pelo controlo da quantidade de água excretada pelo sistema excretor
(urinário, pele, etc)
• O rim e algumas hormonas desempenham papéis importantes na
regulação da água perdida pela urina nos seres humanos

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Vacúolo contráctil Nos animais


A troca obrigatória de água depende de:

(1) o gradiente osmótico que existe entre os


ambientes interno e externo
(2) a relação superfície-volume do animal
(3) a permeabilidade do tegumento
(4) a ingestão de alimento e água
(5) a perda evaporativa necessária para
termorregulação
(6) a remoção dos resíduos metabólicos e digestivos
pela urina, suor e fezes.

OSMOCONFORMANTES
• Invertebrados marinhos - na sua maioria são
osmoconformantes
• Permeabilidade diferencial das membranas
plasmáticas
O «hagfish» [peixe
A Arenicola marina é um
osmoconformante mas dá-se bem • A pressão osmótica dos fluidos corporais
semelhante a enguia], da em ambientes estuarinos porque
família Maxinidae se enterra poupando-se a
mudanças bruscas de salinidade
iguala a do ambiente
(Agnatha), é um dos raros
Vertebrados
osmoconformante
Os tubarões (marinhos) são por vezes
considerados «osmoconformantes» porque Equilíbrio osmótico com o ambiente
fazem osmorregulação em meio isotónico (a
acumulação de ureia no sangue impede a
perda de água, a entrada de sal é feita pelas
brânquias e pelo alimento e a excreção de sal
é feita pela glândula rectal)

Problemas osmóticos relacionados


Mecanismos osmorreguladores
com o ambiente:
• Água salgada – aumento da osmolaridade 1. Regulação da água que entra no corpo
relacionada com os sais dissolvidos que leva (alteração da pele e da permeabilidade das
brânquias, e ingestão reduzida ou aumentada)
a perda de água e subida de sais (Mg2+,
2. Regulação da perda de água (alteração da
Ca2+, SO42-) resultando em desequilíbrio permeabilidade superficial ou perda excretora –
iónico renal )
• Água doce – diluição e perda de electrólitos 3. Regulação da perda de electrólitos (renal)
• Terrestre – ambiente dessecante, 4. Tomada ou excreção cutânea de iões (geral/ oral
ou branquial)
semelhante à água salgada mas sem
5. Variação da pressão osmótica através da
desequilíbrios electrolíticos retenção de solutos orgânicos

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Categorias de Regulação Elasmobrânquios (tubarões e raias)


• Osmoconformantes – muitos invertebrados e • Os elasmobrânquios são isotónicos com o
somente o «hagfish» nos vertebrados
seu ambiente devido à retenção de
– Embora o «hagfish» não regule verdadeiramente o
seu equilíbrio osmótico e «conforme» com o do solutos orgânicos (ureia, etc) no seu
oceano, ele regula a concentração de iões sangue.
• Osmoreguladores
– Sódio e cloro são mais elevados no sangue do que
• Estes solutos estão pronta/ disponíveis
no oceano. através de vias biossintéticas do fígado.
– Magnésio, cálcio e sulfato são mais baixos do que no
oceano.
• Os sais em excesso são excretados quer
– O rim é responsável por esta regulação iónica. pelo rim quer pela glândula rectal.

OSMORREGULADORES 1. Vertebrados dulciaquícolas


1. Vertebrados 2. Vertebrados marinhos 3. Vertebrados terrestres 2 problemas principais – excesso de água e perda de solutos
dulciaquícolas

-Mantém mais elevada - São hipotónicos em - Os corpos têm mais 1. permeabilidade diminuída nas superfícies exteriores – a
concentração salina no relação ao ambiente elevada concentração de
permeabilidade da pele dos anfíbios aquáticos é 1/3 a 1/4 da
corpo em relação ao - A concentração de sal no água do que o ar
dos sapos, nos semi-aquáticos é intermédia
ambiente corpo é 1/3 da do ambiente envolvente
2. excreção da água aumentada
- Hipertónicos em relação - Têm de reter água para - Tendem a perder água por
ao ambiente, a água tende prevenir a desidratação evaporação através da pele 3. tomada de sal aumentada através de métos de transporte
a entrar no corpo e dos pulmões epiteliais 4. excreção renal – perda de água acrescida devido a
- Têm de prevenir a entrada aumento da filtração e maior volume de urina produzido
de água e eliminar o
5. nos peixes eurialinos estas alterações têm lugar à medida que
excesso
migram da água salgada para a água doce e vice versa
Manutenção da pressão osmótica independente do ambiente

Peixe ósseo de água doce

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2. Vertebrados marinhos
• 3 problemas – dessecação, desequilíbrio iónico
e excesso de sais
– Teleósteos - bebem água do mar, absorvem no
intestino (70-80%), dessalinam com transporte
epitelial através das brânquias
– Elasmobrânquios – retêm ureia e óxido de
trimetilamina
– Aves marinhas e répteis – eliminam sal através das
glândulas nasais ou orbitais e têm um fluxo de urina
reduzido para evitar a dessecação
– Mamíferos - água metabólica e formação de urina
concentrada (a urina pode ser concentrada até 5X)

Elasmobrânquios

2’.Aves e répteis marinhos Mecanismos osmoreguladores - 1

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Mecanismos osmoreguladores - 2 3. Vertebrados terrestres


• 1 problema principal: a perda de água
• Os roedores do deserto produzem urina com 15-
20X a concentração do plasma (ratos normais 5-
6X)
• Produção de água metabólica - 1 g de gordura
pode originar 1.07 g de água, os carboidratos
apenas 0.6g e as proteínas 0.4 g
• O saldo produzido após a utilização de energia é
maior nos carboidratos
• Muitos animais mostram também adaptações
comportamentais que reduzem a perda de água

Mecanismo dos roedores do deserto RIM – órgão osmorregulador primário


• Originalmente muito simples, um grande
glomérulo e tubo colector – usado para
regular iões bivalentes («hagfish»)

• Peixe de água doce – glomérulos grandes para


filtração, com tubos proximais e distais
especializados na reabsorção de sal, glicose e
aminoácidos

• Peixe marinho – glomérulos pequenos, sem


túbulo distal que é usado primariamente para
excretar iões bivalentes

• Elasmobrânquios – glomérulos grandes, filtação


complexa e reabsorção de metabolitos

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• Terrestres – usado para reduzir a perda de água e


Diversidade do rim
actualmente o único órgão para remoção de
resíduos azotados:

• Répteis - têm glomérulos reduzidos; o ácido


úrico é secretado em túbulos (ajuda a conservar
água)

• Mamíferos – grandes glomérulos para filtração de


ureia e uma ansa de Henle para apoiar o
processo de produzir uma urina altamente In these groups the kidney is mostly for elimination of excess water.
concentrada Therefore the glomerulus is large and produces a high volume of filtrate.

Função do rim nos anfíbios • Quando o fluxo sanguíneo através do glomérulo é


restrito, o sistema porta-renal está presente para
• O rim dos anfíbios também funciona principal/ como retirar materiais reabsorvidos através dos túbulos.
um dispositivo para excretar a água em excesso. • A rã é ainda capaz de usar a bexiga para ajudar à
• A pele permeável da rã fornece uma via fácil para a conservação de água.
água doce do lago entrar por osmose; mas, como o • Quando na água, a bexiga da rã enche-se
seu nome sugere, os anfíbios também passam tempo rapidamente com urina hipotónica.
em terra. Nesse caso o problema é conservar água, • Em terra, esta água é reabsorvida para o sangue
não eliminá-la. ajudando a substituir a água perdida pela
• A rã ajusta-se à variação do teor em água, do meio evaporação através da pele.
que a rodeia, ajustando a taxa de filtração no • A reabsorção é controlada por uma hormona
glomérulo. semelhante à ADH dos mamíferos.
Outras variantes do rim

3’. Homem

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Nefrónio humano
RIM

Estrutura do nefrónio

Nefrónio Glomérulo
• Cápsula de Bowman – estrutura que
engloba o glomérulo que é a rede de
capilares que realiza a filtração activa.
• O sangue entra no glomérulo pela via da
arteríola eferente.
• A arteríola aferente mais pequena sai da
cápsula e forma os capilares peritubulares
que rodeiam o resto do nefrónio e inclui a
«vasa recta» que é o sistema de contra-
corrente associado com a ansa de Henle.

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• Túbulo contornado proximal – primeira Processos ao nível do nefrónio


área de reabsorção e secreção 1. Filtração glomerular – devida à alta pressão nos
capilares
• Ansa de Henle - área de concentração do
filtrado que mergulha profundamente na
O fluido na cápsula de
região medular Bowman tem a maior parte
• Túbulo contornado distal - área de das substâncias em
concentrações iguais às do
posterior reabsorção (principal/ água) plasma (à excepção das
proteínas)
• Tubo colector - área de reabsorção final
Os processos não-selectivos
da água que determina a concentração baseiam-se estrita/ na
final da urina dimensão molecular e na
pressão sanguínea

Processos na formação da
2. Reabsorção tubular da água (99%) e da maior parte dos
sais, na maioria no túbulo proximal. Alguma é activa e
alguma é passiva devido aos gradientes osmóticos.

3. Secreção tubular de alguns compostos excretados é um


urina
processo selectivo e activo que é utilizado
principalmente para o potássio, hidrogénio e bicarbonato
assim como substâncias estranhas como as drogas.

4. Síntese tubular – processos tais como a desaminação


de aminoácidos com NH3 com difusão para o lúmen
onde se combina com H+ para ser excretado na urina.

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