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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Campus Duque de Caxias Professor Geraldo Cidade


Curso: Biotecnologia
Professor: William Tavares
Disciplina: Fisiologia Animal Comparada (XFL242)

ED 2 - Fisiologia de água e Sais

Assista aos vídeos abaixo e responda às perguntas que os seguem.

As respostas podem ser escritas à mão, entregues individualmente, duplas ou trios. Os


trabalhos devem ser fotografados os escaneados, convertidos em PDF e enviados para o e-mail
williamctavares@gmail.com até o dia 09/01/2023 com o assunto – ED2 – Fisio Animal – Nome
dos alunos.

Te Link da aula
ma
Fisiologia de água e sais I https://youtu.be/
bGyRQe1OhrY
Fisiologia de água em sais em diferentes ambientes https://youtu.be/
p945mxkFTUY
Perda de água por evaporação https://youtu.be/
JCHeawi1kdw
Resíduos nitrogenados https://youtu.be/JGEtxRfq6LA
O funcionamento dos rins https://youtu.be/
3wBQxF7nr6g

QUESTÕES

1. Explique os mecanismos pelos quais a pressão sanguínea afeta a diurese.

A pressão sanguínea afeta diretamente a diurese. Isso ocorre porque a pressão arterial elevada
estimula os rins a produzir mais urina em um esforço para livrar o corpo do excesso de fluidos e,
diminuindo assim, a pressão arterial. Isso é possível porque os rins possuem diversos mecanismos
que lhes permitem regular a quantidade de líquido presente no corpo, sendo um desses mecanismos
ativado quando a pressão sanguínea cai: sistema renina-angiotensina-aldosterona. A renina, que é
uma enzima produzida no rim, ativa a conversão de uma proteína chamada angiotensinogênio em
angiotensina I. A angiotensina I é então convertida em angiotensina II pela enzima conversora de
angiotensina. A angiotensina II é um potente vasoconstritor, ou seja, aumentando a pressão
sanguínea pela constrição dos vasos sanguíneos. Além disso, a angiotensina II também estimula a
produção de aldosterona, um hormônio que aumenta a reabsorção de sódio e água pelos túbulos
renais, diminuindo assim a produção de urina. A pressão arterial elevada aciona um contra
mecanismo que tenta baixar a pressão arterial. O hormônio atrial natriurético é liberado pelas
câmaras superiores do coração quando a pressão arterial aumenta, e ele inibe a produção de
aldosterona, estimula os rins a excretar sódio e água, aumentando assim a produção de urina. Além
disso, a hipertensão também leva ao aumento da produção de prostaglandina E2 pelos rins, o que
também promove a eliminação de água e sódio pela urina.
2. Mamíferos e aves são os únicos vertebrados capazes de produzir urina hiperosmótica em
relação ao sangue. Explique o funcionamento dos néfrons dos mamíferos, enfatizando
como o seu rim pode produzir urina hiperosmótica, isosmótica ou hiposmótica em
relação ao plasma sanguíneo. Em sua resposta, inclua a explicação dos gráficos abaixo
em termos fisiológicos e adaptativos.

O néfron é a unidade estrutural e funcional do rim e é responsável por filtrar o sangue e produzir
urina. Cada rim contém cerca de um milhão de néfrons, que trabalham juntos para manter o
equilíbrio de água e eletrólitos do corpo. O processo de produção de urina começa com a filtração
glomerular, onde o sangue é filtrado através do glomérulo (rede de capilares sanguíneos) no néfron.
Durante a filtração glomerular, pequenas moléculas, tais como água, sais e nutrientes, são filtradas
para a cavidade renal, enquanto as proteínas e as células sanguíneas são retidas no glomérulo.
A partir deste ponto, o líquido filtrado flui através dos túbulos proximais, onde a água e os eletrólitos
são reabsorvidos no sangue. A quantidade de água e eletrólitos reabsorvidos depende de sua
concentração no líquido filtrado e de sua concentração no sangue. Se a concentração de água e
eletrólitos no líquido filtrado for maior do que a concentração deles no sangue, mais água e
eletrólitos serão reabsorvidos, resultando em urina mais concentrada (hiperosmótica). Se a
concentração de água e eletrólitos no líquido filtrado for igual à concentração deles no sangue,
ocorre reabsorção igual de água e eletrólitos, resultando em urina isosmótica. Se a concentração de
água e eletrólitos no líquido filtrado for menor do que a concentração deles no sangue, menos água e
eletrólitos serão reabsorvidos, tornando a urina mais diluída (hiposmótica).
O primeiro gráfico trata sobre a relação entre a concentração máxima de urina e a espessura medular
relativa, evidenciando que esses dois fatores são diretamente proporcionais pelos motivos que serão
explicados a seguir. O segundo gráfico representa a concentração máxima da urina em relação a
espessura medular relativa. Nele, a espessura medular relativa será inversamente proporcional ao
peso do animal. Isso significa que quanto maior for essa espessura, menor será o peso. A espessura
da medula dos ossos é um fator determinante da capacidade de suporte de peso de um animal, por
isso é comum que animais que vivem em ambientes mais áridos tenham ossos mais espessos do que
animais que vivem em ambientes mais úmidos. No caso dos animais xéricos, que são aqueles que
vivem em ambientes muito secos e áridos, a espessura da medula óssea pode ser maior, pois eles
precisam de ossos mais resistentes para suportar o peso do corpo enquanto caminham sobre solo
duro e pedregoso. Por outro lado, os animais humidícolas, que são aqueles que vivem em ambientes
muito úmidos, podem ter ossos mais finos, pois não precisam suportar tanto peso devido à presença
de solo mais macio e fácil de caminhar. Além disso, a umidade presente no ambiente humidícola
pode ajudar a manter os ossos mais hidratados e menos propensos a fraturas. Já os animais mésicos,
que vivem em ambientes com umidade moderada, podem ter ossos de espessura intermediária, pois
precisam de ossos resistentes o suficiente para suportar o peso do corpo em solo moderadamente
firme, mas não tanto quanto os animais xéricos.
3. Animais que vivem em água doce, salobra e salgada enfrentam diferentes desafios para
manutenção da pressão osmótica, concentração de íons e volume sanguíneo adequados
ao seu funcionamento.

a) Explique por que a taxa metabólica utilizada na osmorregulação e ionorregulação em


teleósteos de água doce é frequentemente menor que em teleósteos de água salgada.
Organismos que vivem em ambientes mais exigentes, como água salgada, têm taxas
metabólicas mais altas para poder lidar com as condições ambientais adversas. Isso ocorre
porque esses organismos precisam gastar mais energia para se manterem saudáveis e
funcionarem nesse ambiente. No caso de teleósteos de água doce, a taxa metabólica utilizada
na osmorregulação e ionorregulação costumam ser menores do que a dos teleósteos de água
salgada, pois esses animais vivem em ambientes com concentrações mais baixas de sal e outros
sais. Como resultado, menos energia é gasta para manter o equilíbrio osmótico e ionico de seus
corpos. Além disso, os teleósteos de água doce possuem muitos mecanismos fisiológicos
adaptativos que os ajudam a economizar energia. Um exemplo é a capacidade de absorção de
água e sais através da pele e da mucosa branquial. Isso permite que eles mantenham o
equilíbrio osmótico e ionico de seus corpos sem precisar gastar tanta energia quanto os
teleósteos de água salgada.

b) Nos elasmobrânquios (tubarões e raias), as concentrações de íons inorgânicos do sangue são


reguladas e permanecem similares às de outros vertebrados mandibulados. Explique como os
elasmobrânquios mantêm a pressão osmótica do plasma sanguíneo similar à pressão osmótica
do ambiente externo, como regulam o volume celular e como evitam os efeitos citotóxicos dos
osmólitos utilizados.
Os elasmobrânquios são capazes de manter a pressão osmótica plasmática semelhante à do
ambiente externo, graças a uma série de adaptações fisiológicas. Uma dessas adaptações é a
presença de brânquias. As brânquias são estruturas altamente vascularizadas que permitem
que os elasmobrânquios troquem gases com o meio externo. Isso permite que a pressão
osmótica do plasma permaneça constante, independentemente da pressão osmótica do
ambiente externo. Além disso, os elasmobrânquios são dotados de um sistema osmorregulador
altamente eficiente, permitindo-lhes regular o volume celular e evitar os efeitos citotóxicos dos
osmólitos utilizados. Este sistema consiste em muitos mecanismos que trabalham
sinergicamente para manter o equilíbrio osmótico do corpo. Um desses mecanismos é a
absorção de água e sal através da pele e mucosa branquial. Isso permite que os
elasmobrânquios mantenham o equilíbrio osmótico de seus corpos sem precisar gastar muita
energia. Outro mecanismo é a excreção de excesso de água e sais através de glândulas
especializadas, como as glândulas de salt gland. Em resumo, os elasmobrânquios são capazes de
manter a pressão osmótica do plasma sanguíneo similar à pressão osmótica do ambiente
externo graças a uma série de adaptações fisiológicas, como a presença de brânquias e um
sistema de osmorregulação eficiente. Isso permite que eles mantenham o equilíbrio osmótico e
ionico de seus corpos sem sofrer os efeitos citotóxicos dos osmólitos usados.

c) Em metazoários, a excreção de nitrogênio resultante do metabolismo de aminoácidos ocorre


na forma de três moléculas distintas. Numa mesma espécie de anfíbio, um girino normalmente
excreta uma molécula nitrogenada, enquanto sapos adultos excretam outra molécula. Informe
quais são as moléculas nitrogenadas excretadas em cada fase do desenvolvimento deste anfíbio
e explique quais são as vantagens e desvantagens fisiológicas envolvidas com a excreção destas
duas moléculas.
Na fase larval, os sapos produzem e excretam ureia, uma molécula nitrogenada que é produzida
pelo metabolismo proteico. A ureia é um produto final do metabolismo nitrogenado e é
excretada principalmente através da urina. Quando os sapos atingem a fase de metamorfose,
há uma mudança na produção de moléculas nitrogenadas. Durante este período, eles produzem
e excretam principalmente ácido úrico, que é outra molécula nitrogenada produzida pelo
metabolismo proteico. O ácido úrico é excretado principalmente através da pele, e é uma
molécula importante na regulação do pH corporal e no equilíbrio de íons. Na fase adulta, os
sapos continuam a produzir e excretar ácido úrico, mas também produzem e excretam outras
moléculas nitrogenadas, como a creatinina, que é produzida pelo metabolismo muscular, e a
amônia, que é produzida pelo metabolismo hepático. A amônia é um produto final do
metabolismo nitrogenado e é excretada principalmente através da urina. A produção e a
excreção de moléculas nitrogenadas são processos importantes para a fisiologia dos sapos. Uma
das vantagens da produção e da excreção de moléculas nitrogenadas é que elas permitem que
o organismo se livre de produtos finais do metabolismo nitrogenado, como a ureia e a amônia,
que são tóxicos em níveis elevados. A excreção destas moléculas ajuda a manter o ambiente
interno estável e a evitar a acumulação de substâncias tóxicas no organismo. Outra vantagem
da produção e da excreção de moléculas nitrogenadas é que elas podem ser utilizadas como
fonte de nitrogênio para a síntese de outras moléculas, como aminoácidos e proteínas. No
entanto, também há algumas desvantagens associadas à produção e à excreção de moléculas
nitrogenadas. Por exemplo, a excreção de ácido úrico através da pele pode levar a desidratação,
uma vez que o ácido úrico é um potente inibidor da reabsorção de água pelos túbulos renais.
Além disso, a produção excessiva de ácido úrico pode levar ao acúmulo de cristais de ácido
úrico nas articulações, o que pode causar doenças.

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